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1. A CASTIDADE EM GENERAL24
a) O relato do Gn 1,26-31:
b) O relato do Gn 2,18-24:
c) 1 Cor 6,12-20:
-Apresenta uma visão clara e equilibrada do prazer e do corpo contra o laxismo e contra
o rigorismo moral.
-Valora ao corpo em sua dimensão religiosa: é membro de Cristo (v.15); destinado à
ressurreição (v.13-14); templo do Espírito Santo (v.19).
-A fornicação é condenada por um duplo motivo: natural (desonra o corpo: v.18),
sobrenatural (sacrilégio contra o E.S.).
-O corpo pode e deve glorificar a Deus: v.20.
d) 1 Cor 7,1-10:
2) O Magistério.
A castidade tem umas leis de crescimento; estas passam por graus marcados pela
imperfeição e, muito frequentemente, pelo pecado. ‘Mas o homem, chamado a viver
responsavelmente o desígnio sábio e amoroso de Deus, é um ser histórico que se constrói
dia a dia com suas opções numerosas e livres; por isso ele conhece, ama e realiza o bem
moral segundo as diversas etapas de crescimento’.
A totalidade do dom de si. A caridade é a forma de todas as virtudes. Sob sua influência,
a castidade aparece como uma escola de doação da pessoa. O domínio de si está ordenado
ao dom de si mesmo. A castidade conduz a quem a pratica a ser para o próximo uma
testemunha da fidelidade e da ternura de Deus.
A virtude da castidade se desenvolve na amizade. Indica ao discípulo como seguir e imitar
ao que nos escolheu como seus amigos, a quem se deu totalmente a nós e nos faz participar
de sua condição divina. A castidade é promessa de imortalidade.
Os noivos estão chamados a viver a castidade na continência. Nesta prova têm que ver
um descobrimento do mútuo respeito, uma aprendizagem da fidelidade e da esperança de
recebe-se um e o outro de Deus. Reservarão para o tempo do matrimônio as manifestações
de ternura específicas do amor conjugal. Devem ajudar-se mutuamente a crescer na
castidade”25.
3) Consideração teológica26
Terá que distinguir alguns conceitos que são afins, mas que guardam diferenças
específicas entre si:
-Eros ou amor: é o sentimento, espiritual e sensível ao mesmo tempo, para outra pessoa
que desperta simpatia e inclinação para ela por seus atrativos corporais e psíquicos, e com
o qual o apaixonado deseja unir-se pessoalmente. Quando o amor tem por causa principal
os atrativos físicos e sensíveis constitui o amor erótico. É um amor sexual, mas por
estender-se também a uma zona do espírito, diferencia-se do impulso sexual que é
meramente corporal.
-Caritas, ágape: é o amor benevolente, e nasce da estima que se tem ao próximo. Este
amor não se busca a si mesmo, como faz o impulso sexual que tende unicamente a sua
própria satisfação; tampouco se fixa nos atrativos alheios sensíveis, como ocorre no
apaixonado, que aspira ao gozo de tais atrativos. O amor benevolente não procura nada
para si, mas sim tende a dar-se a si mesmo no grau supremo do amor.
Etimologicamente, a palavra castidade vem de castigo, aludindo a que por meio deste
hábito a razão submete ao apetite concupiscível sua medida razoável. É a virtude
moderadora do apetite genésico ou sexual. Sua matéria própria é a atividade propriamente
generativa, já que os atos secundários da sexualidade (olhares, tatos, etc) são matéria da
pudicícia, embora segundo Santo Tomas, esta não seja uma virtude especial distinta da
castidade, a não ser uma circunstância da mesma.
A castidade tem como finalidade imediata o domínio racional e moral sobre o instinto
sexual. O estado da natureza humana exige uma virtude que seja disposição permanente
e firme da alma que tenha tal objeto. O apetite sexual é muito intenso e no homem não
está regido acertadamente pelo instinto, como ocorre nos animais. Uma fantasia
desordenada pode leva a vida sexual do homem a numerosos excessos de que não são
capazes os animais. As normas da lei natural que regem a vida sexual humana ficariam
inefetivas se a razão se limitasse às conhecer, mas sem que existisse ao mesmo tempo
uma "virtude" que inclinasse a vontade a seu cumprimento lhe comunicando o vigor
necessário para isso. Daí que a virtude da castidade seja indispensável para a perfeição
do homem interior e para a justa harmonia entre o corpo e a alma.
b) Do fim unitivo. À mesma conclusão leva a consideração do fim unitivo do ato sexual.
O exercício da sexualidade forma parte da união entre o homem e a mulher; e a união é
parte da doação própria do amor. Agora bem, a doação do amor que chega até a união
sexual expressa a “doação total”; mas tal totalidade se dá só quando se realiza no marco
da união intramatrimonial, selada com um compromisso social e aberta à vida, porque só
neste marco é “total”: doação do próprio ser, das próprias coisas e da capacidade
procriadora, para toda a vida, sem intenção de tira-las.