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DESENHO
GUARULHOS - SP
SUMÁRIO
1.1 O ponto:...............................................................................................................3
10 GRAFISMO ......................................................................................................... 71
12 BIBLIOGRAFIA BÁSICA....................................................................................... 83
1 ELEMENTOS DA ARTES VISUAIS 1
• Ponto
• Linha
• Cor
• Volume
• superfície
• Textura
• Forma
DEFINIÇÕES
1.1 O ponto:
CLASSIFICAÇÃO
• Físicas – são aquelas que podem ser enxergadas pelo homem no meio
ambiente. Ex.: fios de lã, barbantes, rachaduras de pisos, fios elétricos etc.
• Geométricas – apresentam comprimento ilimitado não possuindo altura e
espessura, sendo apresentadas através da imaginação de cada um de nós
quando observamos a natureza.
• Geométricas gráficas – são linhas desenhadas numa superfície, sendo
concretizadas quando colocamos a ponta de qualquer material gráfico sobre
uma superfície e o movemos seguindo uma direção.
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UTILIZAÇÃO DAS LINHAS NAS ARTES VISUAIS
As linhas nascem do poder de abstração da mente humana, uma vez que não
há linhas corpóreas no espaço natural. Elas só se tornam fato físico quando são
representadas pela mão humana.
Independentemente de onde seja utilizada, a linha é o instrumento fundamental
da pré-visualização, ou seja, ela é o meio de apresentar em forma palpável, concreta,
aquilo que só existe na imaginação.
Nas artes visuais, a linha é o elemento essencial do desenho, seja ele feito à
mão livre ou por intermédio de instrumentos.
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Segundo ARNHEIM (1994) as linhas apresentam-se basicamente de 3 modos
diferentes nas artes visuais: 2
A linha pode assumir formas muito diversas para expressar uma grande
variedade de estados de espírito, uma vez que reflete a intenção do artista, seus
sentimentos e emoções e principalmente sua visão de mundo.
Quando predomina uma direção, a linha possui uma tensão que pode ser
associada a determinado sentimento ou sensação. Exemplos:
FORMAS BÁSICAS
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1.4 Plano e Superfície
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O plano é uma superfície sem ondulações, de extensão infinita, ou seja, uma
superfície plana que se estende infinitamente em todas as direções possíveis. Temos
a noção de um plano quando imaginamos uma superfície plana ilimitada e sem
espessura.
Pense numa folha de papel prolongada infinitamente em todas as direções,
desprezando a sua espessura.
A representação do plano será feita através de uma figura que sugere a ideia
de uma parte dele. Também nesse caso, fica por nossa conta imaginar que essa
superfície se estende indefinidamente em todas as direções possíveis. Os planos são
denominados por letras minúsculas do alfabeto grego: alfa (α), beta (β), gama (γ),
delta (δ) etc.
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1.5 Textura
Textura, nas artes plásticas, é o elemento visual que expressa a qualidade tátil
das superfícies dos objetos (DONDIS, 1997). A palavra textura tem origem no ato de
tecer. Existem várias classificações para a textura, segundo diferentes autores que
tratam do assunto. Para começar, ela pode ser classificada como natural – quando
encontrada na natureza – ou artificial - quando produzida pelo ser humano (simula
texturas naturais ou cria novas texturas). A textura natural de alguns animais, como o
camaleão, pode ser modificada quando ele simula outra cor de pele. O homem
também simula texturas naturais em suas vestimentas (como é o caso dos soldados
camuflados). As texturas podem também ser divididas em visuais (óticas) e táteis.
A textura visual ou ótica possui apenas qualidades óticas. Ela simula as
texturas táteis. Ex.: Uma pintura que crie o efeito da maciez de uma pétala de rosa,
ou o pêlo do cachorrinho. A textura tátil possui tanto qualidades visuais quanto táteis.
Existe textura tátil em todas as superfícies e esta nós podemos realmente sentir
através do toque ou do contato com nossa pele.
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Quanto à forma de apresentação a textura pode ser geométrica ou orgânica.
Nas artes gráficas pode ser reproduzida através de desenhos, pinturas, impressões,
fotografia, etc. Podemos representar as texturas em forma de trama de sinais, pontos,
traços, manchas com os quais se realizam as mais variadas atividades gráficas e
artísticas. Exemplos:
A textura é tão importante quanto a forma, tamanho, cor, etc. Existem várias
técnicas para se criar texturas nas artes plásticas. O pintor, por exemplo, utiliza uma
infinidade de técnicas para reproduzir ou criar a ilusão de textura tátil da vida real em
suas obras.
Entre as técnicas mais conhecidas estão a tinta diluída e o empasto (uso livre
de grossas camadas de tinta para dar efeito de relevo). Outra técnica conhecida é a
frotagem. A palavra “Frottage” é de origem francesa - frotter, que significa “esfregar”.
Consiste em colocar uma folha de papel sobre uma superfície áspera, que contém
alguma textura, e esfregá-la, pressionando-a com um bastão de giz de cera, por
exemplo, para que a textura apareça na folha. No campo da arte, essa técnica foi
usada pela a primeira vez pelo o pintor, desenhista, escultor e escritor alemão Max
Ernest (1891 – 1976), um dos fundadores do movimento “Dada” e posteriormente um
dos grandes nomes do Surrealismo.
Os abstracionistas utilizam uma grande variedade de técnicas como a colagem
com pedaços de jornais e materiais “expressivos” como madeira, papelão, barbante,
areia, pedaços de pano etc.
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Os artistas recorrem às texturas para:
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1.6 A Cor
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NOMENCLATURA DAS CORES
Tanto a cor-luz quanto a cor-pigmento, seja ela transparente ou opaca se divide em:
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1.7 Volume 3
• A perspectiva,
• Respeito pela proporção,
• Texturas e materiais,
• Sombras e luz,
• A finura das características,
• O cuidado dos detalhes.
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2.1 Exercitando o olhar4
Essa teoria foi desenvolvida por Betty Edwards em seu livro “Desenhar graças ao
cérebro direito”.
A boa notícia? Essas habilidades não são inatas. Elas são trabalhadas. Portanto,
é possível praticar para promover o desenvolvimento do cérebro direito.
À primeira vista, você acha que o cérebro esquerdo, lógico e racional, seria mais
relevante aqui para o desenho da observação? Isso está longe de ser verdade… pelo
contrário, o hemisfério esquerdo tende a distorcer a realidade percebida.
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Vamos pegar o exemplo de crianças, cujas habilidades de observação ainda
não estão muito desenvolvidas…
Diante de um modelo, eles não desenham o que veem, mas o que eles sabem
e, especialmente, a representação que compõem. Eles vão desenhar quatro rodas
para um carro, mesmo que eles apenas vejam duas porque, como sabemos, um carro
tem quatro rodas. É um pouco a mesma coisa com nosso cérebro esquerdo!
Muito influenciado pelas experiências pessoais e o conhecimento de cada
indivíduo, o cérebro esquerdo vai analisar a percepção visual e o desenho não será
fiel à realidade, mas sim a uma lógica. O cérebro direito vai perceber de forma realista
as formas.
Concretamente, para aprender a extrair de uma observação, é essencial dar
uma nova olhada nas coisas. Para esquecer tudo o que aprendemos, todos nossos
“preconceitos” para se concentrar apenas na forma a ser reproduzida.
Para treinar, é preciso muito pouco material: uma folha, um lápis, um carvão ou
tinta. Não há necessidade de cavalete, pintura, pincéis… concentre-se primeiro na
precisão do esboço.
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2.4 O que o desenho de observação pode proporcionar?
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Fonte: youtube.com
É também uma atividade que pode ser particularmente útil no cotidiano como
no trabalho. O desenho de observação é o cerne de muitos campos profissionais, tais
como:
• Ciência,
• Ilustração e gráficos,
• O design,
• A arquitetura,
• O desenho de audiência ou a realização de retratos durante os julgamentos,
• O desenho de caricatura,
• Design industrial,
• O desenho técnico,
• Ilustração médica,
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Durante séculos, a arte visual esteve muito influenciada pelo estilo figurativista
(realista ou estilizado). No entanto, começou a apresentar declínio no início do século
XX, com o advento das vanguardas artísticas europeias, da arte moderna e
contemporânea.5
Nesse sentido, o abstracionismo trouxe à tona uma nova forma de expressar a
arte que não fosse por meio de representações miméticas da realidade.
• Arte representativa;
• Arte realista e estilizada;
• Uso de formas da natureza (imitação);
• Verossimilhança.
Fonte: clodoaldomartins.com.br
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3.5 O que é Arte abstrata
A arte abstrata é um movimento das artes plásticas que tem como característica
mais marcante a representação das formas de maneira não real.
Na arte abstrata a representação das imagens é distanciada da realidade. Nas
obras desse período a forma e a representação da realidade são menos importantes
do que a capacidade da obra permitir interpretações diversas em relação a
sentimentos e emoções.
O movimento é considerado uma forma de oposição em relação aos movimentos
da vanguarda europeia, principalmente ao realismo, tanto na pintura como
na escultura e na gravura. Surgiu na Europa no século XIX e o pintor russo Wassily
Kandinsky é considerado o primeiro representante desse movimento.
Mistura influências do movimento cubista, expressionista e futurista. O
movimento também ficou conhecido como abstracionismo, arte "não
representacional", abstração geométrica ou arte "não representacional".
Fonte: significados.com.br
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3.6 Características da arte abstrata6
Abstracionismo geométrico
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3.8 Arte abstrata no Brasil
No Brasil a arte abstrata começou a surgiu nos anos 50, principalmente pela
influência dos pintores Antônio Bandeira e Cícero Dias, que, depois de viverem na
Europa, levaram o abstracionismo para o Brasil.
O movimento se firmou no país na década seguinte, principalmente a partir
da realização das edições Bienal de São Paulo, ao longo dos anos 60.
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• Jackson Pollock (pintura),
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4 NOÇÕES INICIAIS DE DESENHO GEOMÉTRICO7
• Geo = Terra
• Metria = medida
O PONTO é a figura geométrica mais simples. Não tem dimensão, isto é, não
tem comprimento, nem largura, nem altura.
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A LINHA é o deslocamento contínuo de um ponto, ou a sucessão de pontos.
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O SÓLIDO é uma região do espaço delimitada por planos ou superfícies.
• Apresenta volume (três dimensões)
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Linhas mistas – é formada de segmentos de retas e curvas unidas numa
sequência sem interrupção.
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Linhas retas – quando a trajetória do ponto “p” segue sempre a mesma direção.
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Horizontal – possui angulação de 0° e 180°.
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Oblíquas – linhas Oblíquas são linhas inclinadas, ou seja, possui uma angulação
diferente de 0° , 90° , 180° e 270°.
Quanto à definição:
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Reta suporte – é aquela que contém o segmento de reta.
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Segmentos adjacentes – são segmentos colineares e consecutivos.
Segundo Fusari e Ferraz (2011), as aulas de arte são importantes pelo fato de a
escola ser o espaço onde a criança desenvolve sua potencialidade criadora, suas
fantasias, sua imaginação e percepção e precisa de espaço e condições para aflorar
essas potencialidades.
Fonte: sodetalhe.com
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5.2 FASES DO DESENVOLVIMENTO DO DESENHO DA CRIANÇA
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da alfabetização é comum seu desapontamento e frieza com relação ao desenho,
abandonando o ato de desenhar”.
Fonte: novaescola.org.br
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letras, a direção que se deve obedecer, da esquerda para a direita, de cima para baixo,
interfere no desenho. A escrita exige um controle motor que acaba interferindo na
maneira como se desenha fazendo desaparecer borrões, manchas, rabiscos e erros.
Não é a criança mais quem decide, e sim o processo de alfabetização.
O sistema escolar apresenta cópias como exercícios necessários e úteis para
o aprendizado das crianças como controle motor, a destreza, a técnica o domínio de
observação e o resultado é a atribuição de valores como bonito, feio, limpo, sujo, certo,
errado e o resultado impede a possibilidade da criança imaginar, dar significados,
brincar, de construir seu pensamento, de se apropriar de sua realidade e de si mesmo.
A criança imita as ações dos adultos em suas brincadeiras, jogos, repetindo e
simulando situações para se afirmar e se identificar. São estímulos que não quer dizer
falta de criatividade, mas é o desejo de criar uma identidade e adentrar no mundo dos
adultos. Sendo a imitação e a cópia distintas, a cópia torna opressora e não amplia o
conhecimento da criança, simplesmente é vazio de conteúdo enquanto a imitação dá-
lhe a oportunidade de recriar, reinventar e reconstruir significados. (Derdyk, 1989)
As crianças podem imitar uma variedade de ações que vão muito além dos
limites de suas próprias capacidades. Numa atividade coletiva ou sob
orientação de adultos, usando a imitação, as crianças são capazes de fazer
muito mais coisas. Esse fato, que parece ter pouco significado em si mesmo,
é de fundamental importância na medida em que demanda uma interação
radical de toda doutrina que trata da relação entre aprendizado e
desenvolvimento em crianças. (VYGOTSKY, 1989, p. 100).
5.4 Estereótipo
56
O estereótipo é a repetição, fora de toda a magia, de todo entusiasmo: como
se fosse natural, como se por milagre, essa imagem que retorna fosse a cada
vez, adequada por razões diferentes, como se imitar pudesse deixar de ser
sentido como uma imitação. Imagem sem cerimônia que pretende a
consistência e ignora sua própria insistência. (Vianna, 2012)
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Portanto, não tem sentido o uso de estereótipo como algo correto, pois, tira a
poética do fazer, a imaginação, a emoção e a razão impedindo de desenvolver a
função imaginante do aluno, a necessidade de promover a relação entre o racional e
a sensibilidade como necessidade humana dialogando com o homem e o mundo.
Fonte: desabafosocial.com.br
Para que os alunos percebam o valor de seus trabalhos e deixem de lado figuras-
padrão, é preciso mostrar que não existe uma única forma de representar um objeto.
Cena comum na maioria das turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental:
quando convidados a desenhar, os alunos dizem que não sabem e algumas vezes até
se recusam a começar a atividade. Quando desenham, acabam entregando trabalhos
que apenas reproduzem modelos prontos: se traçam uma casa, por exemplo, eles
todos usam a mesma forma. É difícil até descobrir qual desenho foi feito por quem.
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Fonte: novaescola.org.br
Foi isso que provocou Paula Regina de Vargas, professora da EMEF Adolfo
Schüler, em Montenegro, a 55 quilômetros de Porto Alegre, a desenvolver um projeto
para acabar com o mito do "não sei desenhar". O trabalho rendeu a ela o Prêmio Victor
Civita - Educador Nota 10 no ano passado. De acordo com Rosa Iavelberg,
selecionadora de Arte, ela mereceu o título porque enfrentou o medo de desenhar dos
estudantes e orientou o trabalho com experiências de aprendizagens significativas.
Para compreender por que esse problema surge e é tão comum, é válido saber
um pouco sobre como se desenvolve o percurso das crianças no desenho. A princípio,
quando elas começam a fazer seus primeiros traços, as produções se parecem com
o que se convencionou chamar de boneco girino, uma figura humana constituída por
um círculo de onde sai um traço representando o tronco, dois riscos para os braços e
outros dois para as pernas. Depois, entre 5 e 8 anos, essa imagem incorpora cada
vez mais detalhes, conforme os pequenos refinam seu esquema corporal e ganham
um repertório de imagens ao ver desenhos de sua cultura e dos próprios colegas.
É nessa faixa etária também que elas começam a perceber o desenho como uma
representação do real e se interessam em registrar no papel algo que seja
reconhecido pelos outros. Ao mesmo tempo, a garotada está aprendendo a escrever
e descobre que as letras querem dizer algo (e têm uma forma correta para transmitir
a mensagem). É justamente aí que a turma começa a afirmar que não sabe como
desenhar.
Mas, afinal, por que isso ocorre? O fato pode ser resultado de comparação dos
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próprios desenhos com os dos colegas e também a percepção de haver uma distância
entre suas intenções ao desenhar e a capacidade de realização. "É como se eles
dissessem: 'Me ensine, por favor, porque eu preciso saber como representar
exatamente o que estou pensando'", diz Karen Amar, professora da Escola da Vila,
em São Paulo.
Essa frustração faz as crianças tentarem criar imagens perfeitas. Daí o primeiro
motivo de eles reproduzirem estereótipos, repetindo padrões, como uma forma segura
de se expressar. O segundo se dá pelo fato de grande parte das imagens com que os
pequenos têm contato ser ilustrativa e passar mensagens claras. Ao folhear um livro,
por exemplo, eles conseguem deduzir que parte da história é contada com ilustrações.
Mas com suas próprias produções não costuma funcionar bem assim! Os adultos
perguntam o que o desenho mostra antes mesmo de tentar entendê-lo. É possível
ainda que o aluno tenha sofrido julgamentos negativos sobre suas atividades, ficando
com sua confiança abalada para desenhar. Isso ocorre quando ele não contou com
referências de alguém que valide ou oriente seus trabalhos.
E, afinal, o que é o desenho? É uma das expressões mais fortes e reconhecidas
da cultura humana, um vasto campo de conhecimento. Ainda assim, o que é saber
desenhar? É fazer alguém em proporção? É rabiscar? É reproduzir? Na verdade, é
tudo isso: essa arte tem muitos campos de linguagem. O chargista, por exemplo, não
necessariamente sabe como desenhar um quadro de paisagem. Fica claro então que
cada autor desenvolve mais uma linguagem. Por isso, o mais importante é fazer as
crianças experimentarem - e não necessariamente uma só técnica.
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representar movimento, luz e sombra ou uma mão, uma boca ou ainda o ambiente
interno de uma sala em perspectiva? Não basta apenas desenhar para aprender a
fazer isso. As respostas para essas questões são conquistadas por meio da
aprendizagem de saberes construídos por outros desenhistas e que serão recriados
pelo aluno. Ou seja, por meio da apreciação. Ter contato com uma variedade de
artistas e suas produções, linguagens e técnicas é importante para os pequenos.
A apreciação garante modelos variados e dá elementos para que a garotada
desenvolva seu percurso criador - afinal, ninguém cria do nada: a criatividade está
ligada aos conhecimentos que temos. "As crianças precisam conhecer produções
variadas de adultos para poder se identificar. Às vezes, a temática dos desenhos é o
que as surpreende. Em outras, é a variedade de técnicas e materiais utilizados",
ressalta Chuí. Ao possibilitar à criança ter contato com a linguagem, ela ganha
repertório visual e com isso encontra sentido para suas próprias produções. O
importante é que ela perceba a variedade de possibilidades e que cada artista
desenha de um jeito.
Outra situação fundamental para que as crianças percebam o valor dos próprios
desenhos e abandonem os estereótipos é propor a observação de objetos e
paisagens. As formas e cores presentes na natureza são muito variadas e isso pode
ajudar a expandir o conceito de representação. Não existe, por exemplo, apenas um
tipo de árvore ou de pedra. Observar essas variações (e algumas vezes tentar
reproduzir os detalhes vistos) é um aprendizado e tanto.
Por fim, os estudantes também precisam produzir. Essa é a etapa seguinte à
apreciação e à observação. A turma tem de ser convidada a experimentar os
procedimentos utilizados pelos artistas. Não se trata de copiar. O objetivo é testar a
técnica e ver se gosta, analisar que espaços e formas foram criados e depois fazer de
novo. "Tentar sem a obrigatoriedade de ter um produto final perfeito", recomenda
Karen.
E seu papel, professor, é validar a produção das crianças. Isso é possível
encaminhando-as a apreciar artistas renomados e mostrando como alguns deles até
se espelharam em produções feitas por gente pequena para criar suas obras.
Além disso, enfatize sempre o quanto a linguagem do desenho é variada e
oriente o percurso da garotada, possibilitando o contato e a produção com diferentes
técnicas e modelos.
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Paula apresentou em sala diversos artistas - como Piet Mondrian (1872-1944)
e Tarsila do Amaral (1886-1973), que empregaram técnicas e linguagens diferentes
para representar a árvore - um elemento próximo ao universo das crianças da classe
e um dos mais estereotipados nos desenhos delas. Em outro momento, propôs a
observação das variadas formas presentes na natureza (os tipos de folhas, flores,
galhos, caules etc.) Depois, propôs que a garotada tentasse desenhar árvores
variando as formas e linguagens e utilizando o que haviam conhecido em suas
próprias produções.
Realizar um trabalho que inclua essas três situações (apreciar, produzir e
observar) permite que cada aluno avance dentro de seus conhecimentos e de suas
vontades enquanto produtor de arte. Para alguns, os modelos são fundamentais. Para
outros, é a prática. Outros ainda precisam observar e reproduzir. O fato é que só assim
os estudantes vão conseguir se aproximar dessa linguagem tão importante da nossa
cultura e se relacionar com ela de maneira autônoma.
Linha do horizonte, ponto de vista, ponto de fuga e linhas de fuga são os quatro
elementos da perspectiva que determinam o nível e o ângulo visual do espectador no
contexto do desenho. Para um estudo mesmo básico sobre perspectiva é necessário
conhecê-los e saber o modo correto de sua aplicação. Por isso, além de identificar
visualmente cada um deles, faremos uma descrição sobre seu significado e função no
desenho a partir das demonstrações ilustrativas a seguir.
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Numa paisagem é a linha do horizonte que separa o Céu e a Terra. Vista ao
longe, ela está na base das montanhas e risca horizontalmente o nível do mar.
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Dependendo do ângulo visual de observação do motivo, a linha vertical que
localiza o ponto de vista pode situar-se centralizada na cena compositiva ou num de
seus lados, esquerdo ou direito.
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O uso dos elementos da perspectiva, em conjunto, permite a elaboração de
esquemas gráficos necessários para desenhar objetos contextualizados em
ambientes ou paisagens sem distorção estrutural. Veremos a base destes recursos
gráficos conhecendo sobre os diferentes tipos de visualização em perspectiva.
8 TIPOS DE PERSPECTIVA9
Quando um o objeto fica em posição oblíqua, ou seja, com uma de suas arestas
voltada para o observador, suas linhas de fuga deslocam-se para dois pontos (PF1 e
PF2). Em casos como este, como pode ser visualizado na ilustração do cubo a direita,
observe que nenhuma linha na estrutura do objeto foi representada na posição
horizontal. Quando não são verticais é porque deslocam-se para um dos pontos de
fuga.
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Em relação ao ponto de vista (PV), sua representação na linha do horizonte
está centralizada entre os dois pontos de fuga (PF1 e PF2). E estes, por sua vez,
devem estar o mais distante possível um do outro para evitar erros no desenho como
veremos na demonstração passo a passo específica sobre o cubo em perspectiva
oblíqua.
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Quanto ao ponto de vista (PV), este obedece aos mesmos critérios da
perspectiva oblíqua. Permanece representado num ponto central entre os pontos de
fuga PF1 e PF2 na linha do horizonte (LH).
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Já na segunda metade do século XIX, recorrentes críticas às academias viriam a
questionar a validade dos seus métodos e objetivos para a produção artística, com
contestações sobre o amaneiramento das poses dos modelos-vivos e a sua falta de
“naturalidade”. Nesse ínterim, a crescente valorização de outros gêneros - tais como
a paisagem e a natureza-morta - e de outras maneiras de se tratar os objetos de uma
forma menos “idealizada” não excluiu o interesse de inúmeros artistas, mesmo os ditos
modernos ou vanguardistas, pela figura humana e pelo estudo do modelo-vivo. Para
Albert Boime (1933-2008), pintores como Edgard Degas (1834-1917), Van Gogh
(1853-1890), Georges Seurat (1859-1891) e Henri Matisse (1869-1954), entre tantos
outros, “estenderam a prática do modelo-vivo até seus trabalhos da maturidade”4, a
despeito de também produzirem obras nas quais o homem não é a figura central.
No Brasil, percurso similar do modelo-vivo pode ser percebido desde a fundação
da sua primeira instituição oficial de arte, a Academia Imperial de Belas Artes (Aiba),
nas primeiras décadas do século XIX, no Rio de Janeiro. Também no país ele se
converteu desde logo em diretriz fundamental do ensino dos jovens artistas, embora
seu ensino efetivo (contudo inconstante) tenha sido implementado apenas a partir de
1834, durante a direção de Félix-Émile Taunay (1795-1881).
Segundo Elaine Dias, com a aprovação do curso de modelo-vivo desde 1833,
“Taunay empregará os primeiros modelos, de fato, alguns anos depois da aprovação,
a partir de um esquema didático baseado nos princípios clássicos e adaptados, de
certo modo, às dificuldades encontradas no Brasil”.5 Entre esses empecilhos estão: a
então inexistência de modelos profissionais no país, o problema de encontrar homens
cuja aparência fosse compatível com um ideal de beleza esperado (na medida em que
muitos dos modelos empregados eram escravos) e, ainda, a falta recorrente de verba
para o pagamento das sessões. Somente a partir da segunda metade do século XIX
a prática do modelo torna-se mais constante na academia, especialmente a partir da
gestão de Manuel de Araújo Porto Alegre (1806-1879), entre 1854 e 1857, com o
aumento substancial da verba anual da instituição. Inúmeras academias foram
produzidas por artistas que por ela passaram nesse período até o século XX, boa
parte delas acessíveis ainda hoje em coleções públicas, como a do Museu d. João VI,
no Rio de Janeiro, e a da Pinacoteca do Estado de São Paulo.
É digno de nota que, também no Brasil, aqueles artistas que não ingressaram
diretamente na Academia Imperial ou depois, durante a República, na Escola Nacional
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de Belas Artes (Enba), tenham se dedicado à utilização do modelo-vivo; afirmação
válida mesmo para os chamados artistas modernistas, entre eles, Tarsila do Amaral
(1886-1973), Anita Malfatti (1889-1964), Di Cavalcanti (1897-1976) e Cândido
Portinari (1903-1962), cujas produções são geralmente tomadas pela historiografia da
arte brasileira como bastante divergentes da tradição acadêmica do país.
10 GRAFISMO
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O estudo do espaço e a sua relevância são bem assinalados quando Milton
Santos (2009) se vale da expressão anglo-saxônica place counts, o lugar tem
importância, ou seja, o lugar possui um contexto e uma história com relevância. A
busca incessante em relacionar espaço e sociedade e suas manifestações culturais.
Essas definições para relacionar as grafias em suas diferentes formas culturais, e em
especial, o grafismo indígena e a pichação que são objetos desse estudo.
Ambas as manifestações, a indígena e a pichação, mostram a forma do indivíduo
ver o mundo e como mostrar isso para o resto da sociedade onde vivem. Utilizando
suportes diferentes para se manifestarem.
O conhecimento da arte abre perspectivas para que o aluno tenha uma
compreensão do mundo no qual é possível transformar continuamente a existência.
Pensando no desenvolvimento e na manutenção das manifestações culturais, a
relação espaço escola dentro do tema proposto por esse estudo é compreender e
conviver com as diversidades levando em consideração os diferentes grupos e suas
particularidades (PCN ARTE, 1997).
A partir desta premissa, este estudo aborda a grafia de grupos indígenas e de
diferentes grupos das chamadas “tribos urbanas” que utilizam uma grafia própria como
meio de manifestação sócio cultural.
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A pintura também pode ser considerada uma marca do mundo social, pois lida
com suas diferenças internas. A pintura corporal parece ser a única elaboração
simbólica das diferenças internas da sociedade (idem, 1992).
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A interpretação dos grafismos indígenas, ganha uma característica de
semelhança com o objeto representado e deixa de ser apenas um sinal sem
similaridade, uma simples convenção. Essa construção do significado é quase uma
alfabetização visual, que se atreve a intuir sobre a forma de percepção do olhar da
tribo sobre o mundo (VIDAL, 1992).
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11 A PRÁTICA PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO ATUAL12
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atraso e, ao mesmo tempo, criar as condições para aproveitar amanhã as
possibilidades das novas tecnologias. (DOWBOR, L. A Reprodução Social, 1998)
GADOTTI (2000:8), sobre o assunto afirma que seja qual for à perspectiva que
a educação contemporânea tomar, uma educação voltada para o futuro será sempre
uma educação contestadora, superadora dos limites impostos pelo Estado e pelo
mercado, portanto, uma educação muito mais voltada para a transformação social do
que para a transmissão cultural.
Dessa Forma, a prática pedagógica dos agentes educacionais no momento
atual, bem como a condução do processo ensino-aprendizagem na sociedade
contemporânea, precisa ter como primícias a necessidade de uma reformulação
pedagógica que priorize uma prática formadora para o desenvolvimento, onde a
escola deixe de ser vista como uma obrigação a ser cumprida pelo aluno, e se torne
uma fonte de efetivação de seu conhecimento intelectual que o motivará a participar
do processo de desenvolvimento social, não como mero receptor de informações, mas
como idealizador de práticas que favoreçam esse processo.
Na sociedade da informação, a escola deve servir de bússola para navegar
nesse mar do conhecimento, superando a visão utilitarista de só oferecer informações
“úteis” para a competitividade, para obter resultados. Deve oferecer uma formação
geral na direção de uma educação integral. O que significa servir de bússola? Significa
orientar criticamente, sobretudo as crianças e jovens, na busca de uma informação
que os faça crescer e não embrutecer.(GADOTTI, M. Perspectivas atuais da
educação, 2000)
Segundo Ladislau Dowbor (1998:259), a escola deixará de ser “lecionadora”
para ser “gestora do conhecimento”. Prossegue dizendo que pela primeira vez a
educação tem a possibilidade de ser determinante sobre o desenvolvimento. A
educação tornou-se estratégica para o desenvolvimento, mas, para isso, não basta
“modernizá-la”, como querem alguns. Será preciso transformá-la profundamente.
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Fonte: estudiosite.com.br
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12 BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CÂNDIDO, Suzana Laino. Formas num mundo de formas. São Paulo: Moderna,
1999. MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
PILLAR, Analice Dutra. Desenho & escrita como sistemas de representação. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1996.
ROSA, Velcy Soutier da. Expressão e movimento da figura humana. Porto Alegre:
Mercado Aberto, 1988.
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