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Dimensionamento

de Bucim
Há muitos métodos modernos de vedar os eixos rotativos.
É imensa a variedade de selos que estão no mercado.
Porém, existem casos quando para vedação há que usar o antigo bucim
como a solução mais econômica e mais eficiente possível.
Até pouco revisei projeto dum reator químico, ele já está fabricado e vendido
e funciona.
O esquema de parte móvel do reator é simples: motor elétrico de 150 kW
(massa ≈ 1500 kg) → acoplamento elástico → redutor (massa ≈ 800 kg) →
acoplamento elástico (massa ≈ 130 kg) → rotor (massa ≈ 2400 kg). O rotor
está dentro de corpo do reator. Os componentes se carregam através de
tampa superior do reator. Os munhões do rotor atravessam as tampas
laterais (isso lugar há que vedar) e estão apoiados com dois mancais (massa
≈ 200 kg de cada um).
Para trocas os selos de vedação, há que:
1) Desmontar o acoplamento elástico o que está entre o redutor e o munhão
do rotor;
2) Librar e retirar a tampa superior;
3) Librar os mancais e as tampas laterais;
4) Erguer o conjunto de rotor, tampas laterais e mancais;
5) Retirar os mancais;
6) Trocar os selos;
7) Colocar os mancais sobre os munhões;
8) Pôr o conjunto de rotor, tampas laterais e mancais aproximadamente no
seu lugar;
9) Alinhar bem o eixo do rotor ao respeito do eixo do redutor;
10) Fixar os mancais e as tampas laterais;
11) Montar acoplamento elástico entre o eixo do redutor e o munhão do
rotor;
12) Pôr a tampa superior no seu lugar e fixar ela.
Tudo isso é muito trabalhoso e duradouro, por isso é muito caro: quando se
faz tudo isso, o reator não funciona e não produz nada.
No projeto que eu revisei, usaram os bucins. A escolha foi muito razoável.
Para trocar engaxetamento de bucim só há que:
1) Librar e deslocar um pouco a tampa de bucim;
2) Retirar engaxetamento gastado;
3) Colocar engaxetamento novo;
4) Pôr a tampa de bucim no seu lugar e fixar ela.
Nos tempos passados como engaxetamentos de bucins se usavam cordas
engraxadas de algodão, cânhamo e asbesto, também se usavam cordas de
asbesto revestidas com malhas de cobre e as de metal Babbit.
Agora o uso de asbesto está proibido.
Porém, no dia de hoje há muitos materiais novos.
No projeto revisado usaram um anel partido de PTFE (teflon) como
engaxetamento. A escolha foi muito ruim: PTFE não é bastante mole para, ao
apertar uma superfície lateral do anel, ocupar tudo o espaço de fenda de
bucim e distribuir pressão pelas todas as superfícies de contato;
condutividade térmica de PTFE é baixa, mais baixa de que a de concreto
espumoso.
Ademais, a superfície de munhão (a que estava em contato com o anel de
PTFE) não foi polida, então, o anel deveria de estar devorado pela superfície
rugosa do munhão.
Tal bucim não pode funcionar bem.
O fabricante reconheceu que através de bucim sai fumaça. Fumaça sai dum
reator químico!!!
Isso reator funciona num país da África.
O projetista não tem de matar gente nem na África, nem na Europa, nem no
Brasil.
Mas não há a quem culpar: os materiais instrutivos de dimensionamento de
bucins praticamente não existem. Tentei de encontrar algum material em
português, espanhol, inglês… Nada. Encontrei um só livro em russo com
material adequado ao problema.
Divido ele com os colegas.

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Viktor Kovtun
Engenheiro Mecânico
Projetista de Máquinas
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Dimensionamento de Bucim

Viktor Kovtun
Engenheiro Mecânico
Projetista de Mâquinas
viktor.kovtun@gmail.com

1 Introdução

Se usam bucins com molas colocadas de lado oposto à pressão a vedar, com molas colocadas
de lado de pressão a vedar e sem molas.
Os bucins com molas colocadas de lado oposto à pressão podem vedar bem até 1,5 MPa de
pressão.
Os bucins com molas colocadas de lado de pressão podem vedar bem até 30 MPa de pressão.
Os bucins sem molas requerem de estar apertados frequentemente e podem ter vazamento
leve de líquido ou gás.

2 Esquemas

Figura 1: Bucins com molas:


a) de lado oposto à pressão;
b) de lado de pressão.

Figura 2: Esquema de pressões em bucim.

1
--> kill(all);
\[\mathrm{\tt (\%o0) }\quad \mathit{done}\]
--> load("ezunits");
\[\mathrm{\tt (\%o1) }\quad C:/Program\,Files\,(x86)/Maxima-sbcl-5.36.1/share/maxima
/5.36.1/share/ezunits/ezunits.mac\]

3 Dados Iniciais

--> d:150 `mm /* Diâmetro de eixo em mm */;


\[\mathrm{\tt (\%o2) }\quad 150\mathit{ ` }\mathit{mm}\]
--> p:0.5 `MPa /* Pressão a vedar */;
\[\mathrm{\tt (\%o3) }\quad 0.5\mathit{ ` }\mathit{MPa}\]

4 Material de Engaxetamento

JAMPAK® a massa injetável da TEADIT®, para bombas e equipamentos rotativos, combina


alta tecnologia química e de fibras para produzir um material de engaxetamento de qualidade
superior.
JAMPAK® pode ser aplicada enquanto a bomba ou o equipamento está em operação,
sem interromper a produção. A massa injetável JAMPAK® é fabricada a partir da perfeita
mistura de fibras sintéticas, graxas, óleos e outros ligantes. Esta combinação de fibras e
agentes ligantes permite que os equipamentos operem quase sem gotejamento.
Diferentemente das gaxetas convencionais, JAMPAK® não necessita de gotejamento
para sua refrigeração. O baixo coeficiente de atrito da massa injetável JAMPAK® prolonga
a vida dos equipamentos, reduzindo o desgaste de eixos e luvas.

2
Características:
Maleável, com consistência de massa, uso e instalação facilitados.
Utiliza alta tecnologia química e de fibra. Trabalha bem em eixos desgastados
conformando-se
às superfícies irregulares. Baixo coeficiente de atrito reduz o aquecimento.

Benefícios:
Reduz os custos de operação. Prolonga a vida útil da bomba ou do equipamento.
Reduz ou elimina o tempo de parada. Autolubrificada. Dispensa água de refrigeração.
Reduz o desgaste do eixo e luva. Reengaxetamento mesmo com o equipamento em operação.
http://www.teadit.com/br/index.php?option=com_content&view=article&id=52&
Itemid=206

5 Dimensionamento

Largura de engaxetamento: h = (1,4 ÷ 2,5) · d^½ As maiores magnitude de h se


admitem para as pressões maiores.

--> h:round(1.5*(qty(d))^0.5)*1 `mm ;


\[\mathrm{\tt (\%o4) }\quad 18\mathit{ ` }\mathit{mm}\]
--> D:d+2*h ;
\[\mathrm{\tt (\%o5) }\quad 186\mathit{ ` }\mathit{mm}\]

Comprimento de engaxetamento: l = (6 ÷ 10) · h As maiores magnitude de l


se admitem para as pressões maiores.

--> l:6*h /* Comprimento de engaxetamento em mm */;


\[\mathrm{\tt (\%o6) }\quad 108\mathit{ ` }\mathit{mm}\]

k — coeficiente de pressão radial; para engaxetamentos bem apertados k = 0,67 ÷ 1;


para engaxetamentos de materiais maleáveis k = 1.

--> k:1;
\[\mathrm{\tt (\%o7) }\quad 1\]
--> f:0.08 /* Coeficiente de frição entre engaxetamento e o eixo*/;
\[\mathrm{\tt (\%o8) }\quad 0.08\]
--> pz0:(p/k)*%e^((4*k*f*l)/(D-d));
\[\mathrm{\tt (\%o9) }\quad 1.305848236711559\mathit{ ` }\mathit{MPa}\]
--> A:(%pi/4)*(D^2-d^2),numer /* Área de seção de engaxetamento */;
\[\mathrm{\tt (\%o10) }\quad 9500.176184455535\mathit{ ` }{{\mathit{mm}}^{2}}\]
--> F:A*pz0 /* Força necessária de aperto de engaxetamento */;

3
\[\mathrm{\tt (\%o11) }\quad 12405.78831892041\mathit{ ` }{{\mathit{mm}}^{2}}\cdot
\mathit{MPa}\]
--> F:F ``N;
\[\mathrm{\tt (\%o12) }\quad 12405.78831892041\mathit{ ` }N\]
--> kill(all) $

Literatura: 1. Dispositivos de Vedação. G.V. Makarov (em russo).

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