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SUMÁRIO

1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: ............................................ 3

1.1 Alternativas e Impasses ............................................................... 3

2 INDICE DE “DS” ................................................................................. 5

3 NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS E SEUS INDICADORES .................... 7

4 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE ...................................... 10

5 COMPORTAMENTO HUMANO VOLTADO AO MEIO AMBIENTE . 12

6 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ........................................... 16

7 ECOSSISTEMA E BIODIVERSIDADE ............................................. 19

7.1 Os Principais Ecossistemas Brasileiros ..................................... 19

8 TIPOS ASSOCIADOS A CURSOS D'ÁGUA .................................... 39

9 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E RECURSOS


HÍDRICOS ........................................................................................................ 42

10 COMO RESOLVER O PROBLEMA DO LIXO? ................................... 48

10.1 Reciclagem: a indústria do presente....................................... 49

10.2 Para onde vai o lixo? .............................................................. 51

11 EMBALAGEM: QUANTO MAIS SIMPLES, MELHOR ................... 58

12 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS – LEI 12.305/2010 ........... 60

13 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL .......................................................... 81

14 POLÍTICA AMBIENTAL................................................................. 83

15 DIREITO AMBIENTAL .................................................................. 86

15.1 Princípios Próprios do Direito Ambiental ................................ 86

15.2 Lei de Política Nacional do Meio Ambiente ............................ 88

15.3 Licenciamento ambiental: ....................................................... 90

16 DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL .............................................. 91

1
17 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO AMBIENTAL
BRASILEIRO .................................................................................................... 96

18 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS ............................. 97

18.1 Áreas degradadas: formas e exemplos de degradação ......... 97

19 CONCEITOS BÁSICOS DE RECUPERAÇÃO, REABILITAÇÃO E


RESTAURAÇÃO............................................................................................. 102

20 A IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR........................................... 103

20.1 Formas de recuperação da mata ciliar ................................. 103

21 Procedimentos básicos para o sucesso do reflorestamento ....... 105

21.1 Seleção de Espécies: ........................................................... 105

BIBLIOGRAFIA .................................................................................... 106

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1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:

1.1 ALTERNATIVAS E IMPASSES

Fonte: www.jornaloliberal.net

Antes mesmo que a ideia de desenvolvimento humano começasse a ser


assimilada, também ganhava força uma expressão concorrente:
desenvolvimento sustentável (DS). Já a partir de 1992, um movimento
internacional foi lançado pela Comissão para o Desenvolvimento Sustentável
(CSD) das Nações Unidas com o objetivo de construir indicadores de
sustentabilidade. Reunindo governos nacionais, instituições acadêmicas,
ONG’s, organizações do sistema das Nações Unidas e especialistas de todo o
mundo, esse movimento pretende pôr em prática os capítulos 8 e 40 da “Agenda
21” firmada na Eco- 92, referentes à necessidade de informações para a tomada
de decisões.
Em 1996, a CSD publicou o documento “Indicadores de desarollo
sostenible: marco y metodologías”, que ficou conhecido como “Livro Azul”.
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Continha um conjunto de 143 indicadores, que foram quatro anos depois
reduzidos a uma lista mais curta, com apenas 57, mas acompanhados de fichas
metodológicas e diretrizes de utilização. Foram cruciais para que o

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) viesse a publicar - em


2002 e 2004 - os primeiros indicadores brasileiros de desenvolvimento
sustentável.
A importância desses dois pioneiros trabalhos do IBGE não deve ser
subestimada pelo fato da maioria de suas estatísticas e indicadores se referir
mais ao tema do desenvolvimento do que ao tema da sustentabilidade. Foi a
primeira vez que uma publicação dessa natureza incluiu explicitamente a
dimensão ambiental ao lado da social, da econômica e da institucional. Não se
deve esquecer que os temas ambientais são mais recentes e por isso não
contam com uma larga tradição de produção de estatísticas. Mesmo assim, e
apesar da imensa dificuldade de encontrar informações confiáveis sobre os
principais objetivos de conservação do meio ambiente, foi possível apresentar
17 indicadores fundamentais, organizados em cinco temas essenciais:
“Atmosfera”, “Terra”, “Oceanos, mares e áreas costeiras”, “Biodiversidade” e
“Saneamento”.

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2 INDICE DE “DS”

Fonte: jornalggn.com.br
Todavia, uma rápida consulta aos resultados desses dois primeiros
esforços certamente provocará a seguinte indagação: poderá surgir daí um
índice sintético de desenvolvimento sustentável? A resposta mais sensata
parece ser negativa, porque índices compostos por várias dimensões (que, por
sua vez, resultam de diversas variáveis) costumam ser contraproducentes, para
não dizer enganosos ou traiçoeiros. Por outro lado, sem um bom termômetro de
sustentabilidade, o mais provável é que todo mundo continue a usar apenas
índices de desenvolvimento (quando não de crescimento), deixando de lado a
dimensão ambiental.
Se o próprio desenvolvimento tout court não pode ser representado por
um único número, o que dizer, então, sobre o desenvolvimento sustentável?
Tanto quanto um piloto precisa estar permanentemente monitorando os diversos
indicadores que compõem seu painel, qualquer observador do desenvolvimento
sustentável será necessariamente obrigado a consultar dezenas de estatísticas,
sem que seja possível amalgamá-las em um único índice. Talvez seja essa a
razão que faz o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente)
não ter se lançado na construção de um índice de desenvolvimento sustentável
equivalente ao IDH.

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Isto não impede, contudo, que se procure elaborar um índice de
sustentabilidade ambiental, em vez de desenvolvimento sustentável, para que
possa ser comparado com outros índices de desenvolvimento, como os que
foram mencionados no início deste livro. Ou ainda, que se prefira representações
gráficas multifacetadas, em vez de um número índice. A ideia foi apresentada
em 2002 ao Fórum Econômico Mundial por um grupo de trabalho formado por
pesquisadores de duas universidades americanas.
Com 68 variáveis referentes a 20 indicadores essenciais, o índice de
sustentabilidade ambiental elaborado por pesquisadores de Yale e Columbia
pôde ser calculado para 142 países. Esse índice considera cinco dimensões:
sistemas ambientais, estresses, vulnerabilidade humana, capacidade social e
institucional, e responsabilidade global. O primeiro envolve quatro sistemas
ambientais: ar, água, solo e ecossistemas. O segundo considera estresse algum
tipo muito crítico de poluição, ou qualquer nível exorbitante de exploração de
recurso natural. No terceiro, a situação nutricional e as doenças relacionadas ao
ambiente são entendidas como vulnerabilidades humanas. A quarta dimensão
se refere à existência de capacidade sócio institucional para lidar com os
problemas e desafios ambientais. E na quinta entram os esforços e esquemas
de cooperação internacional representativos da responsabilidade global.
As premissas básicas que norteiam essas cinco dimensões foram bem
explicitadas pelos pesquisadores. Em primeiro lugar, é necessário que os
sistemas ambientais vitais sejam saudáveis e não entrem em deterioração.
Também é essencial que os estresses antrópicos sejam baixos e não causem
danos aos sistemas ambientais. Em terceiro, a alimentação e a saúde não
devem ser comprometidas por distúrbios ambientais. Em quarto, é preciso que
existam instituições, padrões sociais, habilidades, atitudes e redes que
fomentem efetivas respostas aos desafios ambientais. E, em quinto, há que
cooperar para o manejo dos problemas ambientais comuns a dois ou mais
países, além de reduzir os “transbordamentos” de problemas ambientais de um
país para outro.

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3 NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS E SEUS INDICADORES

Fonte: geranegocios.com

Retornos sustentados sobre o capital investido no longo prazo e,


em certa medida, o crescimento dos negócios requerem, cada vez mais, o
enfrentamento das questões de desenvolvimento social e de sustentabilidade
que influenciam e são influenciadas pelas ações das empresas no mercado, por
interesses setoriais, por demandas das comunidades do entorno e pelo próprio
sistema capitalista em sua versão neoliberal local.
Na prática, a sustentação de resultados acima da média em prazos mais
elásticos parece exigir formulações estratégicas e direcionamentos operacionais
que conjuguem, em uma mesma unidade de performance, retornos econômicos,
sociais, ambientais e culturais diferenciados. Assim como parece induzir a
composição, com outros atores, de arranjos produtivos que potencializem ou
ampliem, por um lado, escala e participação de mercado; por outro,
infraestrutura, recursos, tecnologia apropriada, competências, sensibilidade
social (social responsiveness) e capacidade de inovar.
A maximização das condições de produzir, comercializar, comunicar,
oferecer produtos e serviços inovadores, promover desenvolvimento, valorizar

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direitos humanos, dar conta dos impactos no entorno inerentes ao negócio, lidar
com a concorrência, abrir novos mercados e estar próximo aos clientes onde
quer que eles estejam neste mundo globalizado parece tender a se viabilizar,
cada vez mais, a partir de arranjos produtivos capazes de conjugar investidores,
especialistas, empresas, financiadores, organizações da sociedade civil,
instituições de pesquisa e desenvolvimento e organismos de governo.
Entretanto, é preciso resolver antes e sempre, o curto prazo. Sem atingir
o resultado do dia, da semana, da quinzena, do mês, do semestre e do ano não
haverá argumento válido para transformações a longo prazo, menos ainda para
a inclusão da perspectiva socioambiental no ambiente de negócios. Até porque
é difícil distinguir entre dispersão de recursos e investimentos em iniciativas
voltadas a resultados de longo prazo; assim como é difícil decidir se a melhor
alternativa está mesmo no horizonte do tempo. Os resultados imediatos,
portanto, precisam ser obtidos enquanto se constroem as plataformas do futuro.
Presente e futurosão pensados e articulados juntos, no presente; e essa é uma
tarefa que, em certa medida, pode envolver diferentes atores.
Explorar sinergias e complementaridades é, portanto, fator de
competitividade, de promoção do desenvolvimento e de enfrentamento de
questões de sustentabilidade. A melhor performance depende, entretanto, da
qualidade intrínseca dos arranjos produtivos.
Em outras palavras, depende da natureza do engajamento ( legitimidade,
motivação, visão de futuro e compartilhamento de crenças, significados e valores
dos diferentes atores), da capacidade de construírem, consolidarem e manterem
em permanente desenvolvimento um ambiente capaz de gerar resultados
(econômicos, sociais, ambientais e culturais) sustentados a longo prazo, da
qualidade dos vínculos (transparência, confiança e proximidade entre os atores),
da eficácia dos mecanismos de interação e cooperação e da capacidade de
reconhecimento sincero dos interesses legítimos dos atores envolvidos.
No plano operacional, depende do empenho em se encontrar uma fórmula
aceita para a responsabilização (accountability), o acompanhamento, controle e
auditoria dos processos e a apropriação dos resultados e dos impactos
decorrentes da ação conjunta, tanto os de natureza econômico-financeira como
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os sociais, ambientais e culturais; tanto os tangíveis quanto os intangíveis. Trata-
se de um desafio enorme para a gestão contemporânea por conta,
principalmente, de alguns fatores: da baixa competência das organizações para
se integrarem à lógica e às dinâmicas sociais típicas de ambientes multi-
stakeholders, naturalmente inclusivas e, portanto, complexas; da prevalência do
individualismo, mesmo quando há valorização do teamwork; das dificuldades de
formulação e legitimação de decisões complexas em ambientes organizacionais
que supervalorizam a lógica exclusiva e direta do capital, as relações de poder,
o imediatismo, o autoritarismo e o pragmatismo, que são aspectos culturais
cultuados no neoliberalismo. Soma-se a isso, a existência de interesses
imbricados de diferentes arranjos produtivos com que os mesmos atores, ou
parte deles, possam estar envolvidos, e que são cada vez mais prováveis pela
necessidade de ampliação das fontes de geração de riqueza e minimização dos
riscos além das incertezas impostas tanto pelo ambiente competitivo como pelo
ambiente social.
Segundo o World Business Council for Sustainable Development
(WBCSD): “Responsabilidade Social Corporativa (CSR) é o comprometimento
permanente das empresas em agir eticamente e contribuir para o
desenvolvimento econômico ao mesmo tempo em que melhora a qualidade de
vida da força de trabalho e de suas famílias bem como da comunidade local e
da sociedade em geral”.
Para Kellie A. McElhaney da Haas School of Business da Universidade da
Califórnia em Berkeley, os termos Responsabilidade Social Corporativa,
Desenvolvimento Sustentável e Cidadania Corporativa são os mais comumente
utilizados no mundo de negócios, sendo que em seus cursos em Berkeley bem
como no Center for Resonsible Business por ela dirigido o termo utilizado é
“Corporate Social Responsibility” o qual é considerado idêntico a “Sustainable
Development”.
A aderência ao conceito ou a busca de se ter e desenvolver “Corporate
Social Responsibility” (CSR) ou Responsabilidade Social Corporativa será aqui
usado alternativamente ou de maneira intercambiável para identificar empresas
que buscam ser sustentáveis conforme a seguir definido, ou seja, perseguindo o
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“triple bottom line”. Uma estratégia corporativa ampla e de longo-prazo, integrada
com os objetivos centrais do negócio e com as suas competências essenciais
atuando para criar mudança social positiva e valor para o negócio e que está
inserida nas operações negociais do dia a dia é o que se pode chamar de CSR
Estratégica ou ainda Sustentabilidade Estratégica.

4 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE

Fonte: planetasustentavel.abril.com.br

As análises realizadas através do uso de indicadores vêm ganhando peso


nas metodologias utilizadas para resumir a informação de caráter técnico e
científico, permitindo sua transmissão de forma sintética, desde que preservada
a essência da informação e utilizadas apenas as variáveis que melhor servem
os objetivos e não todas as que podem ser medidas ou analisadas. A informação
é assim mais facilmente utilizável por tomadores de decisão, gestores, políticos,
grupos de interesse ou pelo público em geral.
A formulação de indicadores pressupõe a disponibilidade de informações
e dados confiáveis e comparáveis num determinado período de tempo. Esse é o
principal desafio que se apresenta, ou seja, apontar caminhos para a
identificação de parâmetros confiáveis e comparáveis no tempo para a
averiguação do cumprimento e do progresso das práticas de gestão sustentável

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de maneira custo-efetiva. Há grande variabilidade de tipos e qualidade de
informações que podem impedir sua comparação, daí ser necessário identificar
alguns parâmetros comparáveis, legitimados pelas partes interessadas e
convenientes para o sistema em questão.

Fonte: www.atomra.com.br

Não se pode deixar de mencionar que a utilização de indicadores e índices


não é uma abordagem pacífica. Sempre se recobre de alguma controvérsia, em
face das simplificações que são efetuadas na aplicação destas metodologias. As
eventuais perdas (ou descontinuidade) de informação têm constituído um
entrave à adoção de forma generalizada e consensual dos sistemas de
indicadores e índices.
“Indicadores - parâmetros selecionados e considerados isoladamente ou
combinados entre si, sendo de especial pertinência para refletir determinadas
condições dos sistemas em análise (normalmente são utilizados com pré-
tratamento, isto é, são efetuados tratamentos aos dados originais, tais como
médias aritméticas simples, percentuais, medianas, entre outros)”. Definidos,
aceitos e inseridos nos processos de gestão de uma instituição (governos,
empresas ou outras organizações da sociedade civil) um dado conjunto de

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indicadores pode revelar a situação atual dessa instituição (e daí permitir
compará-la com outras de mesma natureza) ou indicar sua evolução em relação
a sua própria situação em algum momento anterior.

5 COMPORTAMENTO HUMANO VOLTADO AO MEIO


AMBIENTE

Fonte: meioambientetecnico.blogspot.com.br

A sede econômico-financeira do homem aliada à hiperexpansão


populacional vem, nesta Era da Globalização, provocando desenfreada e
desrespeitosa exploração de recursos naturais sem nenhuma consideração a
normas de proteção ao meio ambiente levando, consequentemente, à
degradação do mesmo.
Em meio ao desenvolvimento tecnológico está a natureza, não
sabemos se acuada ou esquecida, deixada de lado pelo homem no que tange

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aos cuidados relativos à preservação. Esta, no entanto, é a única contribuição
que nos é cobrada em troca do fornecimento de frutos, ar respirável, a
biodiversidade de nossos ecossistemas, da flora, terras férteis e belíssimas
paisagens.
Esta é uma luta Global e Humanitária onde, independente de campanhas
como a Rio + 10, dentre muitas outras, o homem deveria conscientizar-se e
contribuir individual e coletivamente na busca do equilíbrio ecológico do meio.
Nós brasileiros temos o direito ao meio ambiente garantido
constitucionalmente. A Carta Magna vigente, em seu art. 225, nos garante o
direito de usufruir o meio ambiente e o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações. Ocorre que, a maioria das pessoas, sendo
raríssimas as exceções, tanto naturais como jurídicas, vêm se interessando
somente em exercer o direito, mas não cumprir o dever.
O Estudo Prévio de Impacto Ambiental previsto no inciso III do artigo 9º
da Lei n.º 6.938/81 e no art. 225, § 1º da Constituição Federal, dispõe a respeito
da obrigatoriedade e importância deste estudo, que é tratado
constitucionalmente como poder-dever do Poder Público. Ou seria “dever-
poder”? O Estudo prévio de Impacto Ambiental é uma manifestação significativa
do princípio da prevenção e constitui um dos instrumentos básicos da Política
Nacional do Meio Ambiente. Tem a função de apontar os possíveis riscos que
um projeto pode oferecer à natureza e indicar uma solução para a implantação
do projeto de forma a combater e prevenir um possível dano ambiental.
São merecedoras de gratificações as grandes empresas de elevada
produção que, em meio a este escopo, preocupam-se não só com o lucro, mas
também com a preservação da natureza. Tais empresas são dotadas de
certificados como a ISO 14001, comprovadores e reconhecedores de tal mérito
e passam a valorizar cada particularidade do sistema natural, ou seja,
comprometem-se com a coleta seletiva do lixo e a reciclagem do mesmo,
gerando economia de energia e proteção sistemática do Meio Ambiente.
Trabalham intensamente no combate ao desperdício de todo gênero natural,
como a água, o solo e a energia.

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Fonte: meioambiente.culturamix.com
As consequências do efeito estufa são facilmente notadas. Podemos citar
a título de ilustração, o derretimento de geleiras nos polos e degradação da
camada de ozônio.
Apesar de campanhas mundiais e divulgação de estatísticas, a sede
humana de exploração, consumo e lucro é cada vez maior.
Na “Guerra Econômica” travada entre Nações, o homem vem destruindo
algo que lhe pertence e, tal situação, aliada ao hipercrescimento populacional
traz como consequências o aumento do consumo, a exploração do solo em larga
escala, descarga de dejetos e emissão de CO2, contribuindo para um meio
desequilibrado.
Populações sofrem com catástrofes meteorológicas, como enchentes,
passam fome devido à ausência de solos férteis devido à seca, escassez de
água potável além de problemas respiratórios causados pelo ar impuro
impregnado de agentes fruto do efeito estufa. Este, um dos maiores
demonstradores do descaso ambiental, que vem sendo contribuído pela queima
de combustíveis fósseis como a gasolina e também pelas queimadas de
florestas. Inicialmente, sofre a vegetação, a flora, a fauna, atingindo a
biodiversidade e, “futuramente”, o homem, através da escassez de recursos

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naturais, poluição atmosférica, e de um bem utilizado sem cautela: a água. Esta
é o petróleo do futuro.
Desastres ecológicos ocorrem e a não reparação destes pelos seus
agressores é, muitas vezes, acobertada pela impunidade. Infelizmente, temos
que acreditar que são necessárias normas impositivas de sanção para que o
homem se eduque em relação aos cuidados com algo que é seu por direito. Foi
preciso a criação de legislações de Direito Ambiental com normas coercitivas,
onde o homem vê-se obrigado a preservar seu ambiente e sobrepujar seu
eterno animus lucrandi. Foi preciso impor sanções como multas pecuniárias e
até mesmo penas restritivas de liberdade dentre outras para o homem respeitar
seu direito. Parece inacreditável, mas é a realidade. Devemos ser gratos ao
legislador por nos coagir à preservação de “nossa natureza”.
As civilizações estão sendo dominadas pelo consumismo e, em
contrapartida, pelo desejo desenfreado de poder econômico-financeiro, não
tendo a preocupação adequada com a preservação de um bem que, se utilizado
racionalmente, seria contribuindo para a manutenção dessas vontades
eternamente, de modo que, como vem sendo utilizado está a ponto de
desencadear, a níveis mundiais, uma enorme catástrofe ambiental e,
consequentemente, econômica, política e financeira, trazendo uma infinidade de
prejuízos para a humanidade, principalmente para as gerações futuras.
A sustentabilidade do Meio Ambiente depende exclusivamente de uma
consciência universal e respeito os Paradigmas da Ecologia e dos processos
naturais para a evolução da Humanidade.

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Fonte: alunosonline.uol.com.br

6 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

"O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração


atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as
suas próprias necessidades", esta é a definição mais comum
de desenvolvimento sustentável. Ela implica possibilitar às pessoas, agora e
no futuro, atingir um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e
de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável
dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais. Em
resumo, é o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
Um desenvolvimento sustentável requer planejamento e o
reconhecimento de que os recursos são finitos. Ele não deve ser confundido com
crescimento econômico, pois este, em princípio, depende do consumo crescente
de energia e recursos naturais. O desenvolvimento nestas bases é insustentável,
pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade
depende.
O conceito de desenvolvimento sustentável procura harmonizar os
objetivos de desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e a
conservação ambiental.
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O conceito de desenvolvimento sustentável foi reconhecido
internacionalmente em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, Suécia. A comunidade
internacional adotou a ideia de que o desenvolvimento socioeconômico e o meio
ambiente, até então tratados como questões separadas, podem ser geridos de
uma forma mutuamente benéfica.
Em 1983, é estabelecida a Comissão Mundial das Nações Unidas sobre
o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Esta comissão foi incumbida de investigar
as preocupações levantadas nas décadas anteriores acerca dos graves e
negativos impactos das atividades humanas sobre o planeta, e como os padrões
de crescimento e desenvolvimento poderiam se tornar insustentáveis caso os
limites dos recursos naturais não fossem respeitados. O resultado desta
investigação foi o Relatório "Nosso Futuro Comum" publicado em abril de 1987.
O documento ficou conhecido como Relatório Brundtland, em referência
à Gro Harlem Brundtland, ex-primeira ministra norueguesa e médica que chefiou
a comissão da ONU responsável pelo trabalho. O Relatório Brundtland
formalizou o conceito de desenvolvimento sustentável e o tornou conhecido do
público.

Fonte: importancia.com.br
"Satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade
das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades ", cerne do conceito
17
de desenvolvimento sustentável se tornou o fundamento da Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92), realizada no
Rio de Janeiro em 1992. O encontro foi um marco internacional, que reconheceu
o desenvolvimento sustentável como o grande desafio dos nossos dias, e
também assinalou a primeira tentativa internacional de elaborar planos de ação
e estratégias neste sentido.
O campo do desenvolvimento sustentável pode ser dividido em quatro
componentes: a sustentabilidade ambiental, a sustentabilidade econômica,
a sustentabilidade sociopolítica e a sustentabilidade cultural.
A sustentabilidade ambiental consiste na manutenção das funções e
componentes dos ecossistemas para assegurar que continuem viáveis –
capazes de se auto reproduzir e se adaptar a alterações, para manter a sua
variedade biológica. É também a capacidade que o ambiente natural tem de
manter as condições de vida para as pessoas e para os outros seres vivos, tendo
em conta a habitabilidade, a beleza do ambiente e a sua função como fonte de
energias renováveis.
A sustentabilidade econômica é um conjunto de medidas e políticas
que visam a incorporação de preocupações e conceitos ambientais e sociais. O
lucro passa a ser também medido através da perspectiva social e ambiental, o
que leva à otimização do uso de recursos limitados e à gestão de tecnologias de
poupança de materiais e energia. A exploração sustentável dos recursos evita o
seu esgotamento.
A sustentabilidade sociopolítica é orientada para o desenvolvimento
humano, a estabilidade das instituições públicas e culturais, bem como a
redução de conflitos sociais. É um veículo de humanização da economia, e, ao
mesmo tempo, pretende desenvolver o tecido social nos seus componentes
humanos e culturais.
Vê o ser humano não como objeto, mas sim como objetivo do
desenvolvimento. Ele participa na formação de políticas que o afetam, decide,
controla e executa decisões.
A sustentabilidade cultural leva em consideração como os povos
encaram os seus recursos naturais, e sobretudo como são construídas e tratadas
18
as relações com outros povos a curto e longo prazo, com vista à criação de um
mundo mais sustentável a todos os níveis sociais. A integração das
especificidades culturais na concepção, medição e prática do desenvolvimento
sustentável é fundamental, uma vez que assegura a participação da população
local nos esforços de desenvolvimento.

7 ECOSSISTEMA E BIODIVERSIDADE

7.1 Os Principais Ecossistemas Brasileiros

O Brasil possui uma grande diversidade de ecossistemas. Quase todo o


seu território está situado na zona tropical. Por isso, nosso país recebe grande
quantidade de calor durante todo o ano, o que favorece essa grande diversidade.
Veja, no mapa a seguir, exemplos dos principais ecossistemas encontrados no
Brasil.

Fonte: www.sobiologia.com.br
Floresta Amazônica: Estende-se além do território nacional, com chuvas
frequentes e abundantes. Apresenta flora exuberante, com espécies, como a
seringueira, o guaraná, a vitória-régia, e é habitada por inúmeras espécies de
animais, como o peixe-boi, o boto, o pirarucu, a arara. Para termos uma ideia da
riqueza da biodiversidade desses ecossistemas, ele apresenta, até o momento,
1,5 milhão de espécies de vegetais identificadas por cientistas.

19
Com uma área de aproximadamente 5,5 milhões de km²,
a Floresta Amazônica é a principal cobertura vegetal do Brasil, ocupando 45%
do nosso território, além de espaços de mais nove países, sendo também a
maior floresta tropical do mundo. É chamada de Floresta latifoliada equatorial.
A Floresta Amazônica caracteriza-se por ser heterogênea, havendo um
elevado quantitativo de espécies, com cerca de 2500 tipos de árvores e mais de
30 mil tipos de plantas. Além disso, ela é perene, ou seja, permanece verde
durante todo o ano, não perdendo as suas folhas no outono. Apresenta uma
densidade elevada, o que é propício ao grande número de árvores por m².
Costuma-se classificar essa floresta conforme a proximidade dos
cursos d’água. Dessa forma, existem três subtipos principais: mata de igapó,
mata de várzea e mata de terra firme.
Mata de igapó: também chamada de floresta alagada, a mata de
igapó caracteriza-se por se localizar muito próxima aos rios, estando
permanentemente inundada. Apresenta plantas de pequeno porte em
comparação ao restante da vegetação da Amazônia e que costumam ser
hidrófilas, ou seja, adaptadas à umidade. Possui, em geral, raízes elevadas que
acompanham os troncos.

Fonte: www.colegioweb.com.br

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Mata de várzea: assim como a mata de igapó, a várzea também sofre
com as inundações, porém apenas no período das cheias dos grandes rios, por
se encontrar em áreas um pouco mais elevadas. É uma mata muito fechada,
com elevada densidade, árvores altas (em média 20m de altura) e, em geral,
com galhos espinhosos, o que dificulta o seu acesso. As espécies mais
conhecidas são o Jatobá e a Seringueira, essa última muito usada na extração
de látex, a matéria-prima da borracha.
Mata de terra firme: também chamada de caetê, a mata de terra firme
caracteriza-se por se encontrar relativamente distante dos grandes cursos
d’água, localizando-se em planaltos sedimentares. Em razão disso, não costuma
ser alvo de inundações, recobrindo a maior parte da floresta e apresentando as
maiores médias de altura (algumas árvores chegam a alcançar os 60m).
A importância da Floresta Amazônica reside, principalmente, em sua
função ambiental. No entanto, ao contrário do que muitos pensam, ela não é o
“pulmão do mundo”, pois o oxigênio por ela produzido é consumido pela própria
floresta. Sua importância ambiental reside no controle das temperaturas, graças
ao aumento da umidade, que é resultado da constante evapotranspiração da
floresta, produzindo massas de ar úmido para todo o continente sul-americano,
os chamados Rios Voadores.
É importante não confundir o Bioma Amazônia com a Floresta Amazônica.
O primeiro termo refere-se às características gerais que envolvem a mata, os
animais, os rios, os solos e a flora, o segundo limita-se às características da
floresta.

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Fonte: www.sobiologia.com.brp
Mata de cocais: A mata de cocais situa-se entre a floresta amazônica e
a caatinga. São matas de carnaúba, babaçu, buriti e outras palmeiras. Vários
tipos de animais habitam esse ecossistema, como a arara canga e o macaco
cuxiú.
A Mata dos Cocais é um tipo de cobertura vegetal situada entre as
florestas úmidas da região Norte e as terras semiáridas do Nordeste do Brasil,
sendo uma zona de transição entre os biomas Caatinga, Floresta
Amazônica e Cerrado. Abrange predominantemente o Meio-Norte (sub-região
formada pelos estados do Maranhão e Piauí), mas também se estende pelos
estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Tocantins.
Influenciado pela sua localização, esse bioma possui três tipos de
climas: equatorial úmido - quente e chuvoso, predominando em menos de 20%
do bioma; tropical semiúmido - predomina em mais de 65%, com estações secas
e úmidas bem definidas e temperaturas médias elevadas; tropical semiárido –
quente e seco, com chuvas escassas e irregulares, predomina em 15%
do bioma.
A Mata dos Cocais se formou ocupando lacunas de outras formações
vegetais (cerrados e florestas amazonenses), que foram desmatadas para
criação de pasto e exploração de madeira. Seu solo é rico em minérios
como ferro, ouro, diamante, bauxita, alumínio e níquel. Uma característica
interessante é que o solo, na região dos cocais, possui um lençol freático pouco
profundo, permanecendo úmido o ano inteiro.
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A vegetação da Mata dos Cocais é dominada pela palmeira babaçu
(sendo a mais importante a Orbignya speciosa), que predomina nos locais mais
úmidos como o Maranhão, norte do Tocantins e oeste do Piauí. Na área menos
úmida, que abrange o leste do Piauí e litorais do Ceará e Rio Grande do Norte,
predomina a palmeira carnaúba (Copernicia cerifera). As outras principais
palmeiras são o buriti (Mauritia flexuosa) e a oiticica (Licania rigida). Uma grande
quantidade de arbustos e vegetações de pequeno porte também são
encontradas nos locais de menores altitudes.
O babaçu chega a atingir 20 metros de altura e uma árvore pode produzir
até 2.000 frutos (cocos) por ano. Dentro dos frutos existem as amêndoas, das
quais é extraído um óleo muito utilizado em diversas indústrias (alimentícias,
farmacêuticas, químicas, etc.). Outras partes do coco também são aproveitadas,
como o epicarpo (camada externa), que é utilizado na produção de estofados,
embalagens, vasos, placas, etc.
A carnaúba também é utilizada de várias formas. O uso mais importante
é a extração da cera de suas folhas, que é utilizada na fabricação de diversos
produtos. Assim, a Mata dos Cocais representa uma importante fonte de renda
para a população local.
A fauna nesse bioma é muito diversa, destacando-se a arara-
vermelha, gavião-real, jaguatirica, lobo-guará, macaco cuxiú (endêmico do
Brasil) e outras muitas espécies de mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Nos rios
vivem a ariranha, o boto, o acará-bandeira (peixe), entre outros.
A Mata dos Cocais está sendo prejudicada pelo desmatamento
desordenado para desenvolvimento da pecuária e cultura de soja. Além disso, a
extração de minerais que ocorre nesse ambiente acaba por fragilizá-lo ainda
mais.

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Fonte: http://www.sobiologia.com.br

Pantanal mato-grossense: No início da colonização do Brasil, a


região pantaneira era ocupada índios. Acredita-se que espanhóis vindos pela
Bolívia iniciaram a colonização da área, por volta de 1.550, antes dos
portugueses.
A partir da segunda metade do século XVI, os bandeirantes paulistas
alcançaram a região, em busca de pedras preciosas e índios como mão-de-obra
escrava. A hostilidade da região deu origem a muitas lendas e histórias contadas
até hoje pelos caboclos chamados pantaneiros. Entre elas, há a história do
Minhocão, uma poderosa cobra, provavelmente identificada como uma sucuri,
que derrubava barrancos e gritava. Outros contos envolvem onças e seres
sobrenaturais.
Uma das últimas regiões a ser ocupada e desenvolvida no Brasil, o
Pantanal abriga hoje um Parque Nacional, além de muitas fazendas,
principalmente de gado.
O Pantanal Matogrossense é uma das mais exuberantes e diversificadas
reservas naturais do Planeta integrando-o ao acervo dos patrimônios da
humanidade. É a maior extensão úmida contínua do planeta. Hidrograficamente,
todo o Pantanal faz parte da bacia do rio Paraguai constituindo-se em uma
imensa planície de áreas alagáveis. Quando do período das cheias justifica a
lenda sobre sua origem, que seria um imenso mar interior - o mar de Xaraés.

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O clima é tipo quente no verão, com temperatura média em torno de 32°C
e frio e seco no inverno, com média em torno de 21°C, ocorrendo
ocasionalmente, geadas nos meses de julho e agosto. A união de fatores tais
como o relevo, o clima e o regime hidrográfico da região favoreceram o
desenvolvimento de numerosas espécies animais e vegetais que povoam
abundantemente toda sua extensão.
O Pantanal entretanto não é um só. Existem 10 (dez) tipos de pantanal na
região com características diferentes de solo, vegetação e drenagem, são eles:

 Nabileque - 9,4 %;
 Miranda, 4,6%;
 Aquidauana, 4,9 %;
 Abobral - 1,6 %;
 Nhecolândia - 17,8 %;
 Paiaguás - 18,3 %;
 Paraguai - 5,3 %;
 Barão de Melgaço - 13,3 %;
 Poconé - 12,9 %;
 Cáceres - 11,9 %.

A beleza proporcionada pela paisagem pantaneira fascina pessoas de


todo o mundo fazendo com que o turismo se desenvolva em vários municípios
da região. O desenvolvimento de um pensamento ambientalista e social para o
pantanal mato-grossense tem levado vários pesquisadores a discutirem o
impacto da ocupação humana neste ecossistema.
Dentre os principais problemas ambientais destaca-se:

 A pesca predatória;
 A caça de jacarés;
 A poluição dos rios da bacia do Paraguai;
 Os garimpos do Estado de Mato Grosso
 A poluição das águas pelo mercúrio;
 A hidrovia Paraguai-Paraná
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Tais questões tem sido alvo de uma extensa discussão e algumas ações
ambientais por parte dos órgãos ambientais e da comunidade tem coibido tais
agressões.

Fonte: www.sobiologia.com.br

Campos sulinos: No Brasil, o bioma Campos Sulinos abrange parte do


território do Rio Grande do Sul. São cerca de 170 mil Km2. Além das fronteiras
do país, ele se estende por terras do Uruguai e da Argentina.
Os campos sulinos são também conhecidos como pampas, palavra de
origem indígena que quer dizer “região plana”. Na verdade, os pampas são
apenas um pedaço das terras dos campos sulinos. O bioma engloba também
campos mais altos e algumas áreas semelhantes a savanas.
Nos campos do sul já foram encontradas 102 espécies de mamíferos, 476
de aves e 50 de peixes.
Para que você possa imaginar como é a fauna deste bioma, vamos citar
alguns de seus integrantes. No grupo dos mamíferos, podemos citar o tatu, o
guaxinim, o zorrilho, o graxaim (Pseudalopex gymnocercus) e outras duas
espécies em risco de extinção: o gato-dos-pampas ou gato palheiro (Leopardus
pajeros) e a preguiça-de-coleira.
Entre as aves mais comuns estão o cisne-de-pescoço-preto, o marreco, a
perdiz, o quero-quero, o pica-pau do campo e a coruja-buraqueira, que ganhou
este nome por fazer seus ninhos em buracos cavados no solo.
26
Fazem parte das 50 espécies de peixes catalogadas o lambari-listrado, o
lambari-azul, o tamboatá, o surubim e o cação-anjo.
E por lá existem também répteis e insetos. No primeiro grupo está a
tartaruga-verde-e-amarela, a jararaca-do-banhado, a cobra-cipó e o cágado-de-
barbicha. Entre os insetos, podemos destacar a vespa da madeira e o conhecido
bicho-da-maçã, também chamado traça-das-frutas.
São chamados de pampas os campos mais planos que estão localizados
ao sul do estado do Rio Grande do Sul. Neles existe uma vegetação campestre,
que parece um imenso tapete verde. Nos pampas predominam espécies que
medem até um metro de altura. São comuns as gramíneas, que às vezes
transformam os campos em grandes capinzais.
Nos pampas a vegetação pode, então, ser considerada rala e pobre em
espécies. Ela vai se tornando mais rica nas proximidades de áreas mais altas.
Nas encostas de planaltos, existem matas com grandes pinheiros e outras
árvores, como a cabreúva, a grápia, a caroba, o angico-vermelho e o cedro.
Nestas regiões, chamadas de campos altos, é encontrada a Mata de Araucária,
onde a espécie vegetal predominante é o pinheiro-do-paraná.
Próximo ao litoral, a paisagem é marcada pela presença de banhados,
ambientes alagados onde aparecem juncos, gravatás e aguapés. O mais
conhecido banhado é o de Taim, onde foi criada, em 1998, uma estação
ecológica administrada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis) para preservação de tão importante
ecossistema.
Na região dos pampas o solo é fértil. Por isso, estes campos são
normalmente procurados para desenvolvimento de atividades agrícolas.
Ainda mais férteis são as áreas com solo do tipo "terra roxa", batizado
assim devido ao nome que receberam dos italianos que vieram para o Brasil
trabalhar na lavoura. Por causa de sua cor avermelhada, eles chamavam o solo
de terra rossa, pois em italiano, rosso é vermelho. Só que quem começou a
chamar de terra roxa não sabia italiano e acabou confundindo rosso com roxo
por conta do som da palavra...

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Em áreas de planalto os solos são também avermelhados, mas não
possuem a fertilidade da terra roxa. Na planície litorânea o solo é bastante
arenoso.
Algumas áreas dos pampas estão sofrendo processo de desertificação,
devido à retirada da vegetação nativa e sua substituição por monoculturas ou
pastos.
O relevo nos campos sulinos é suavemente ondulado. Predominam
planícies, mas podem ser encontradas algumas colinas, na região conhecidas
como “coxilhas”.
Além das coxilhas existem também alguns planaltos. Cavernas e grutas
são comuns. A pedra do Segredo, em Caçapava do Sul, tem 160 metros de
altura e três cavernas em seu interior.
Destacam-se como rios importantes deste bioma o Santa Maria, o
Uruguai, o Jacuí, o Ibicuí e o Vacacaí. Estes e outros da região se dividem em
duas bacias hidrográficas: a Costeira do Sul e a do rio da Prata. Tratam-se de
rios que apresentam boas condições para navegação, constituindo verdadeiras
hidrovias na região.
Próximo ao litoral existem muitos lagos e lagoas. A Lagoa dos Patos,
localizada no município de São Lourenço do Sul, é a maior laguna do Brasil e a
segunda maior da América Latina, com 265 km de comprimento.
O clima da região é o subtropical úmido. O que isso significa? Bom, isso
quer dizer que, nos campos sulinos, os verões são quentes, os invernos são frios
e chove regularmente durante todo o ano.
Quando falamos em invernos frios, estamos falando de temperaturas que
podem registrar menos que 0º C, ou seja, que podem ser negativas. Quando
falamos de verões quentes, estamos falando de temperaturas que podem chegar
a 35º C. É a região com a maior amplitude térmica do país, isto é, onde há maior
variação de temperatura.
Não existe estação seca. Nos tempos de frio podem ocorrer geadas.
Você sabia que neva no Brasil? É verdade. Na época fria chega mesmo a nevar
em alguns locais do sul do país.

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Fonte: www.sobiologia.com.br

Caatinga: A caatinga, palavra originária do tupi-guarani, que


significa “mata branca”, é o único sistema ambiental exclusivamente brasileiro.
Possui extensão territorial de 734.478 km², correspondendo a cerca de 10% do
território nacional. Ela está presente nos estados do Ceará, Rio Grande do
Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e norte de Minas
Gerais.
As temperaturas médias anuais são elevadas, oscilam entre 25°C
e 29°C. O clima é semiárido; e o solo, raso e pedregoso, é composto por vários
tipos diferentes de rochas.
A ação do homem já alterou 80% da cobertura original da caatinga,
que atualmente tem menos de 1% de sua área protegida em 36 unidades de
conservação, que não permitem a exploração de recursos naturais.
As secas são cíclicas e prolongadas, interferindo de maneira direta
na vida de uma população de, aproximadamente, 25 milhões de habitantes.
As chuvas ocorrem no início do ano e o poder de recuperação do
bioma é muito rápido, surgem pequenas plantas e as árvores ficam cobertas de
folhas.

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A região enfrenta também graves problemas sociais, entre eles os
baixos níveis de renda e de escolaridade, a falta de saneamento ambiental e os
altos índices de mortalidade infantil.
Desde o período imperial, tenta-se promover o desenvolvimento
econômico na caatinga, porém, a dificuldade é imensa em razão da aridez da
terra e da instabilidade das precipitações pluviométricas. A principal atividade
econômica desenvolvida na caatinga é a agropecuária. A agricultura destaca-se
na região através da irrigação artificial, possibilitada pela construção de canais e
açudes. Alguns projetos de irrigação para a agricultura comercial são
desenvolvidos no médio vale do São Francisco, o principal rio da região,
juntamente ao Parnaíba.
Vegetação – As plantas da caatinga são xerófilas, ou seja,
adaptadas ao clima seco e à pouca quantidade de água. Algumas armazenam
água, outras possuem raízes superficiais para captar o máximo de água da
chuva. E há as que contam com recursos pra diminuir a transpiração, como
espinhos e poucas folhas. A vegetação é formada por três estratos: o arbóreo,
com árvores de 8 a 12 metros de altura; o arbustivo, com vegetação de 2 a 5
metros; e o herbáceo, abaixo de 2 metros. Entre as espécies mais comuns estão
a amburana, o umbuzeiro e o mandacaru. Algumas dessas plantas podem
produzir cera, fibra, óleo vegetal e, principalmente, frutas.
Fauna – A fauna da caatinga é bem diversificada, composta por
répteis (principalmente lagartos e cobras), roedores, insetos, aracnídeos,
cachorro-do-mato, arara-azul (ameaçada de extinção), sapo-cururu, asa-branca,
cutia, gambá, preá, veado-catingueiro, tatupeba, sagui-do-nordeste, entre outros
animais.
Restinga: A restinga é uma planície arenosa costeira, de origem
marinha, incluindo a praia, cordões arenosos, depressões entre cordões, dunas
e margem de lagunas, com vegetação adaptada às condições ambientais”.
Sobre a restinga é possível se encontrar a vegetação de restinga, que é
um conjunto das comunidades vegetais, fisionomicamente distintas, sob
influência marinha e fluvio-marinha, que ocorrem distribuídas em mosaico e em

30
áreas de grande diversidade ecológica, sendo consideradas comunidades
edáficas, por dependerem mais da natureza do substrato que do clima.
A cobertura vegetal nas restingas pode ser encontrada em praias e
dunas, sobre cordões arenosos, e associadas a depressões. Na restinga os
estágios sucessionais diferem das formações ombrófilas e estacionais,
ocorrendo notadamente de forma mais lenta, em função do substrato que não
favorece o estabelecimento inicial da vegetação, principalmente por dissecação
e ausência de nutrientes.
O corte da vegetação ocasiona uma reposição lenta, geralmente de porte
e diversidade menores, onde algumas espécies passam a predominar. Os
diferentes tipos de vegetação ocorrentes nas restingas brasileiras variam desde
formações herbáceas, passando por formações arbustivas, abertas ou fechadas,
chegando a florestas cujo dossel varia em altura, geralmente não ultrapassando
os 20m. São em geral caracterizada por comunidade com pouca riqueza, quando
comparada a outras comunidades vegetais, sendo protegidas por lei devido à
sua fragilidade.
Em muitas áreas de restinga no Brasil, especialmente no sul e sudeste,
ocorrem períodos mais ou menos prolongados de inundação do solo, fator que
tem grande influência na distribuição de algumas formações vegetacionais. A
periodicidade com que ocorre o encharcamento e a sua respectiva duração são
decorrentes principalmente da topografia do terreno, da profundidade do lençol
freático e da proximidade de corpos d’água (rios ou lagoas), produzindo em
muitos casos um mosaico de formações inundáveis e não inundáveis, com
fisionomias variadas, o que até certo ponto justifica o nome de “complexo” que é
empregado para designar as restingas.
As formações herbáceas ocorrem principalmente nas faixas de praia e
ante-dunas, em locais que eventualmente podem ser atingidos pelas marés mais
altas, ou então em depressões alagáveis. Nas zonas de praia, dunas frontais e
dunas mais próximas ao mar, predominam espécies herbáceas, em alguns
casos com pequenos arbustos e árvores, que ocorrem tanto de forma isolada e
pouco expressiva, como formando agrupamentos mais densos, com variações
nas suas respectivas fisionomias, composições e graus de cobertura. A
31
vegetação das praias e dunas tem ocorrência praticamente ao longo de toda a
costa brasileira, mas a sua exata circunscrição e os termos empregados para
designá-la variam muito. As pressões antrópicas no sentido de ocupação e
urbanização da zona costeira já suprimiram muitas áreas representativas desta
formação em vários pontos no litoral brasileiro.
As formações arbustivas das planícies litorâneas, que para muitos autores
constituem a restinga propriamente dita são os tipos vegetacionais que mais
chamam a atenção no litoral brasileiro, tanto pelo seu aspecto peculiar, com
fisionomia variando desde densos emaranhados de arbustos junto a trepadeiras,
bromélias terrícolas e cactáceas, até moitas com extensão e altura variáveis,
intercaladas por áreas abertas que em muitas locais expõem diretamente a
areia, principal constituinte do substrato nestas formações. Os termos “scrub”,
“thicket”, “escrube” e “fruticeto” já foram empregados para designar comunidades
e/ou formações desta natureza, notadamente na região litorânea.
As formações florestais que ocorrem na planície litorânea brasileira
variam bastante ao longo da costa, sendo essas variações geralmente atribuídas
às influências das formações vegetacionais adjacentes e às características do
substrato, principalmente sua origem, composição e condições de drenagem.
Estas florestas variam desde formações com altura do estrato superior a
partir de 5m, em geral livres de inundações periódicas decorrentes da ascensão
do lençol freático durante os períodos mais chuvosos, até formações mais
desenvolvidas, com alturas em torno de 15-20m, muitas vezes associadas a
solos hidro mórficos e/ou orgânicos.
Estes dois tipos de florestas em geral acompanham as variações
topográficas decorrentes da justaposição dos cordões litorâneos, ao menos onde
tais feições são bem definidas. Em locais situados mais para o interior da planície
costeira, geralmente em terrenos mais deprimidos onde tais alinhamentos não
são claramente definidos e os solos são saturados hidricamente e têm uma
espessa camada orgânica superficial, ocorrem florestas mais desenvolvidas
semelhantes florística e estruturalmente àquelas situadas nas depressões entre
os cordões.

32
A fauna ocorrente nas restingas brasileiras está relativamente menos
estudada quando comparada com os conhecimentos que já acumulam-se sobre
a composição e estrutura dos seus diferentes tipos vegetacionais. Dentre os
estudo tratando de grupos de animais invertebrados, podem ser mencionados
os realizados com os artrópodos, notadamente com diferentes grupos de
insetos, estes constituindo a maioria dos relatos encontrados. A fauna de
vertebrados ocorrente nas restingas brasileiras também é relativamente pouco
pesquisada, com destaque para os trabalhos realizados no litoral do Rio de
Janeiro, principalmente com pequenos mamíferos e répteis.

Fonte: www.sobiologia.com.br
Manguezal: Os mangues ou manguezais são um ecossistema típico de
áreas litorâneas, alagadas, onde há o encontro da água do mar com a dos rios
dando um aspecto salobro à água dessas regiões. É de sua característica a
transição entre aspectos marinhos e terrestres e sua presença em locais
com clima tropical ou subtropical. Sua vegetação é composta por três tipos de
árvores que podem atingir até 20 metros de altura em certos pontos do
país: Rhizophora mangle (mangue-bravo ou vermelho), Laguncularia
racemosa (mangue-branco) e Avicena schaueriana (mangue-seriba ou seriúba).

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Os mangues estão presentes em diversas partes do mundo como
Oceania, África, Ásia, alguns países da América e Brasil. No Brasil esse
ecossistema pode ser encontrado no nordeste do país em Cabo Orange no
estado do Amapá até a região sul em Laguna em Santa Catarina
compreendendo um total de 20 mil quilômetros quadrados, 15 % do total em todo
o mundo.
Este é um ecossistema rico em diversas espécies de animais como peixe-
boi-marinho, caranguejo, lontra, jacaré, cobras, mexilhão, aranhas, craca,
lagartos, tartaruga, crocodilos entre outros.
 Esse tipo de ecossistema possui o solo extremamente rico em
nutrientes e matéria orgânica, raízes e material vegetal
em decomposição.
 As raízes aéreas são uma de suas características mais
marcantes, e têm como principal função proporcionar a
respiração das plantas já que o solo é pobre em oxigênio e elas
obtêm o mesmo fora dele.
 O cheiro dos mangues também é um aspecto bem
característico, isso ocorre devido à presença de água salobra e
matérias vegetais em estado de decomposição.
 Suas sementes são geralmente compridas, finas e pontudas
para garantir a reprodução ao se fixarem melhor ao caírem no
solo úmido.
 A caça e comércio do caranguejo, espécie com grande
população nos mangues, é o que garante o sustento de
diversas famílias que vivem na região.
Uma das principais ameaças a esse ecossistema é a exploração, (como
a caça do caranguejo) que teve início com fins comerciais em países da Ásia
ganhando expansão rápida para demais países detentores de mangues. O uso
desordenado e de maneira não sustentável de seus recursos causa uma
depredação quase que irrefreável, em países como Tailândia e Filipinas a área
de manguezal teve grande parte dizimada por conta da super-exploração,

34
chegando a ser reduzida em 110.000 hectares da área original de 448.000 nas
Filipinas.
No Brasil não é diferente, porém algumas leis foram estabelecidas com o
intuito de promover a preservação dos manguezais. A lei de número 4.771 de 15
de setembro de 1965 define os mangues como APPs (Área de Preservação
Permanente), e a Resolução da CONAMA de número 369 de março de 2006
estabelece a proibição da supressão de vegetação ou qualquer outro tipo de
intervenção, salvo apenas em casos de utilidade pública para as áreas de
mangues. Ainda assim esse ecossistema é o mais ameaçado dentre todos nos
Brasil.
A poluição também é outra grande inimiga dos manguezais. A poluição
proveniente das cidades costeiras e de indústrias instaladas na região como o
depósito de lixo nos mares e rios, derramamentos de petróleo, são fatores que
contribuem para a degradação do ecossistema.

Fonte: /www.sobiologia.com.br

Cerrado: É a segunda maior formação vegetal brasileira. Estendia-se


originalmente por uma área de 2 milhões de km², abrangendo dez estados do
Brasil Central. Hoje, restam apenas 20% desse total. Típico de regiões tropicais,
o cerrado apresenta duas estações bem marcadas: inverno seco e verão

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chuvoso. Com solo de savana tropical, deficiente em nutrientes e rico em ferro e
alumínio, abriga plantas de aparência seca, entre arbustos esparsos e
gramíneas, e o cerradão, um tipo mais denso de vegetação, de formação
florestal. A presença de três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul
(Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata) na região favorece sua
biodiversidade.
Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de
mamíferos vivam ali. Essa riqueza biológica, porém, é seriamente afetada pela
caça e pelo comércio ilegal. O cerrado é o sistema ambiental brasileiro que mais
sofreu alteração com a ocupação humana. Atualmente, vivem ali cerca de 20
milhões de pessoas. Essa população é majoritariamente urbana e enfrenta
problemas como desemprego, falta de habitação e poluição, entre outros. A
atividade garimpeira, por exemplo, intensa na região, contaminou os rios de
mercúrio e contribuiu para seu assoreamento. A mineração favoreceu o
desgaste e a erosão dos solos. Na economia, também se destaca a agricultura
mecanizada de soja, milho e algodão, que começa a se expandir principalmente
a partir da década de 80. Nos últimos 30 anos, a pecuária extensiva, as
monoculturas e a abertura de estradas destruíram boa parte do cerrado. Hoje,
menos de 2% está protegido em parques ou reservas.
Pequenas árvores de troncos torcidos e recurvados e de folhas grossas,
esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes,
com campos limpos ou matas de árvores não muito altas – esses são os
Cerrados, uma extensa área de cerca de 200 milhões de hectares, equivalente,
em tamanho, a toda a Europa Ocidental. A paisagem é agressiva, e por isso,
durante muito tempo, foi considerada uma área perdida para a economia do país.
Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os
amplos planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível
do mar, e apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m. Em pelo menos
2/3 da região o inverno é demarcado por um período de seca que prolonga-se
por cinco a seis meses. Seu solo esconde um grande manancial de água, que
alimenta seus rios.

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Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o
barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-
terra, a catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de
capim, como o capim-flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde corre
um rio ou córrego, encontram-se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são
densas florestas estreitas, de árvores maiores, que margeiam os cursos d’água.
Nos brejos, próximos às nascentes de água, o buriti domina a paisagem e forma
as veredas de buriti.
A presença humana na região data de pelo menos 12 mil anos, com o
aparecimento de grupos de caçadores e coletores de frutos e outros alimentos
naturais. Só recentemente, há cerca de 40 anos, é que começou a ser mais
densamente povoada.
A província do cerrado, como denominada por EITEN, englobando 1/3 da
biota brasileira e 5% da flora e fauna mundiais. É caracterizada por uma
vegetação savanícola tropical composta, principalmente de gramíneas, arbustos
e árvores esparsas, que dão origem a variados tipos fisionômicos,
caracterizados pela heterogeneidade de sua distribuição.
Muitos autores aceitam a hipótese do oligotrofismo distrófico para
formação do Cerrado, sua vegetação com marcantes característica adaptativas
a ambientes áridos, folhas largas, espessas e pilosas, caule extremamente
suberizado, etc. Contudo apesar de sua aparência xeromórfica, a vegetação do
cerrado situa-se em regiões com precipitação média anula de 1500 mm,
estações bem definidas, em média com 6 meses de seca, solos extremamente
ácidos, profundos, com deficiência nutricional e alto teor de alumínio.
Segundo EITEN os tipos fisionômicos do cerrado (latu sensu) se
distribuem de acordo com três aspectos do substrato onde se desenvolvem: a
fertilidade e o teor de alumínio disponível; a profundidade; e o grau de saturação
hídrica da camada superficial e subsurpeficial. Os principais tipos de vegetação
são:
Cerrado (strictu sensu) - é a vegetação característica do cerrado,
composta por exemplares arbustivo-arbóreos, de caules e galhos grossos e

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retorcidos, distribuídos de forma ligeiramente esparsa, intercalados por uma
cobertura de ervas, gramíneas e espécies semi-arbustivas.
Floresta mesofítica de interflúvio (cerradão) - este tipo de vegetação
cresce sob solos bem drenados e relativamente ricos em nutrientes, as copas
das árvores, que medem em média de 8-10 metros de altura, tocam-se o que
denota um aspecto fechado a esta vegetação.
Campo rupestre - encontrado em áreas de contato do cerrado com o
caatinga e floresta atlântica, os solos deste tipo fisionômico são quase sempre
rasos e sofrem bruscas variações em relação a profundidade, drenagem e
conteúdo nutricional. É caracteristicamente, composto por uma vegetação
arbustiva de distribuição aberta ou fechada.
Campos litossólicos miscelâneos - são caracterizados pela presença de
um substrato duro, rocha mãe, e a quase inexistência de solo macio, este quando
presente não ocupa mais que poucos centímetros de profundidade até se
deparar com a camada rochosa pela qual não passam nem umidade nem raízes.
Sua flora é caracterizada por um tapete de ervas latifoliadas ou de gramíneas
curtas, havendo em geral a ausências de exemplares arbustivos, ou a presença
de raríssimos espécimes lenhosos, neste caso enraizados em frestas da camada
rochosa.
Vegetação de afloramento de rocha maciça - representada por cactos,
liquens, musgos, bromélias, ervas e raríssimas árvores e arbustos, cresce sob
penhascos e morros rochosos.

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8 TIPOS ASSOCIADOS A CURSOS D'ÁGUA

Fonte: www.sobiologia.com.br

Mata Atlântica: A Mata Atlântica é formada por um conjunto de


formações florestais (Florestas: Ombrófila Densa, Ombrófila Mista,
Estacional Semidecidual, Estacional Decidual e Ombrófila Aberta) e
ecossistemas associados como as restingas, manguezais e campos de
altitude, que se estendiam originalmente por aproximadamente
1.300.000 km2 em 17 estados do território brasileiro. Hoje os
remanescentes de vegetação nativa estão reduzidos a cerca de 22% de
sua cobertura original e encontram-se em diferentes estágios de
regeneração. Apenas cerca de 7% estão bem conservados em
fragmentos acima de 100 hectares. Mesmo reduzida e muito
fragmentada, estima-se que na Mata Atlântica existam cerca de 20.000
espécies vegetais (cerca de 35% das espécies existentes no Brasil),
incluindo diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Essa
riqueza é maior que a de alguns continentes (17.000 espécies na
América do Norte e 12.500 na Europa) e por isso a região da Mata
Atlântica é altamente prioritária para a conservação da biodiversidade
mundial. Em relação à fauna, os levantamentos já realizados indicam
que a Mata Atlântica abriga 849 espécies de aves, 370 espécies de
anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 de mamíferos e cerca de 350
espécies de peixes.
Além de ser uma das regiões mais ricas do mundo em
biodiversidade, tem importância vital para aproximadamente 120 milhões de

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brasileiros que vivem em seu domínio, onde são gerados aproximadamente 70%
do PIB brasileiro, prestando importantíssimos serviços ambientais. Regula o
fluxo dos mananciais hídricos, assegura a fertilidade do solo, suas paisagens
oferecem belezas cênicas, controla o equilíbrio climático e protege escarpas e
encostas das serras, além de preservar um patrimônio histórico e cultural
imenso. Neste contexto, as áreas protegidas, como as Unidades de
Conservação e as Terras Indígenas, são fundamentais para a manutenção de
amostras representativas e viáveis da diversidade biológica e cultural da Mata
Atlântica.
A cobertura de áreas protegidas na Mata Atlântica avançou
expressivamente ao longo dos últimos anos, com a contribuição dos governos
federais, estaduais e mais recentemente dos governos municipais e iniciativa
privada. No entanto, a maior parte dos remanescentes de vegetação nativa ainda
permanece sem proteção. Assim, além do investimento na ampliação e
consolidação da rede de áreas protegidas, as estratégias para a conservação da
biodiversidade visam contemplar também formas inovadoras de incentivos para
a conservação e uso sustentável da biodiversidade, tais como a promoção da
recuperação de áreas degradadas e do uso sustentável da vegetação nativa,
bem como o incentivo ao pagamento pelos serviços ambientais prestados pela
Mata Atlântica. Cabe enfatizar que um importante instrumento para a
conservação e recuperação ambiental na Mata Atlântica, foi a aprovação da Lei
11.428, de 2006 e o Decreto 6.660/2008, que regulamentou a referida lei.

40
Fonte: www.sobiologia.com.br

Mata de araucária: A mata de araucária situa-se na região


subtropical, no sul do Brasil, de temperaturas mais baixas. Entre outros
tipos de árvores abriga o pinheiro-do-paraná, também conhecido como
araucária. Da sua fauna destacamos, além da ema, a maior ave das
Américas, a gralha-azul, o tatu, o quati e o gato-do-mato.

Fonte: www.sobiologia.com.br

41
9 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E RECURSOS HÍDRICOS

Fonte: www.inbec.com.br

Classificação dos resíduos sólidos (lixo): Em geral, as pessoas


consideram lixo tudo aquilo que se joga fora e que não tem mais utilidade. Mas,
se olharmos com cuidado, veremos que o lixo não é uma massa indiscriminada
de materiais. Ele é composto de vários tipos de resíduos, que precisam de
manejo diferenciado. Assim, pode ser classificado de várias maneiras.
O lixo pode ser classificado como “seco” ou “úmido”. O lixo “seco”
é composto por materiais potencialmente recicláveis (papel, vidro, lata, plástico
etc.). Entretanto, alguns materiais não são reciclados por falta de mercado, como
é o caso de vidros planos etc.... O lixo “úmido” corresponde à parte orgânica dos
resíduos, como as sobras de alimentos, cascas de frutas, restos de poda etc.,
que pode ser usada para compostagem. Essa classificação é muito usada nos
programas de coleta seletiva, por ser facilmente compreendida pela população.
O lixo também pode ser classificado de acordo com seus riscos
potenciais. De acordo com a NBR/ABNT 10.004 (2004), os resíduos dividem-se
em Classe I, que são os perigosos, e Classe II, que são os não perigosos. Estes
ainda são divididos em resíduos Classe IIA, os não inertes (que apresentam
42
características como biodegradabilidade, solubilidade ou combustibilidade,
como os restos de alimentos e o papel) e Classe IIB, os inertes (que não são
decompostos facilmente, como plásticos e borrachas). Quaisquer materiais
resultantes de atividades que contenham radionuclídeos e para os quais a
reutilização é imprópria são considerados rejeitos radioativos e devem
obedecer às exigências definidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear –
CNEN.
Existe ainda outra forma de classificação, baseada na origem dos
resíduos sólidos. Nesse caso, o lixo pode ser, por exemplo, domiciliar ou
doméstico, público, de serviços de saúde, industrial, agrícola, de construção civil
e outros. Essa é a forma de classificação usada nos cálculos de geração de lixo.
Veja a seguir as principais características dessas categorias:
• domiciliar: são os resíduos provenientes das residências. É
muito diversificado, mas contém principalmente restos de
alimentos, produtos deteriorados, embalagens em geral,
retalhos, jornais e revistas, papel higiênico, fraldas descartáveis
etc....
 Comercial: são os resíduos originados nos diversos
estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como
supermercados, bancos, lojas, bares, restaurantes etc.
 Público: são aqueles originados nos serviços de limpeza
urbana, como restos de poda e produtos da varrição das áreas
públicas, limpeza de praias e galerias pluviais, resíduos das
feiras livres e outros.
 De serviços de saúde: resíduos provenientes de hospitais,
clínicas médicas ou odontológicas, laboratórios, farmácias etc. É
potencialmente perigoso, pois pode conter materiais
contaminados com agentes biológicos ou perigosos, produtos
químicos e quimioterápicos, agulhas, seringas, lâminas,
ampolas de vidro, brocas etc.
 Industrial: são os resíduos resultantes dos processos
industriais. O tipo de lixo varia de acordo com o ramo de
43
atividade da indústria. Nessa categoria está a maior parte dos
materiais considerados perigosos ou tóxicos.
 Agrícola: resulta das atividades de agricultura e pecuária. É
constituído por embalagens de agrotóxicos, rações, adubos,
restos de colheita, dejetos da criação de animais etc.
 Entulho: restos da construção civil, reformas, demolições, solos
de escavações etc.
No Brasil, a geração de lixo per capita varia de acordo com o porte
populacional do município. Segundo dados da Pesquisa Nacional de
Saneamento Básico (PNSB), elaborada pelo IBGE em 2000, a geração per
capita de resíduos no Brasil varia entre 450 e 700 gramas para os municípios
com população inferior a 200 mil habitantes e entre 700 e 1.200 gramas em
municípios com população superior a 200 mil habitantes.

Resíduos perigosos:

Fonte: www.fragmaq.com.br

Os resíduos industriais e alguns domésticos, como restos de tintas,


solventes, aerossóis,produtos de limpeza, lâmpadas fluorescentes,

44
medicamentos vencidos, pilhas e outros, contêm significativa quantidade de
substâncias químicas nocivas ao meio ambiente.
Estima-se que existam de 70 a 100 mil produtos químicos
sintéticos, utilizados de forma comercial na agricultura, na indústria e em
produtos domésticos. Infelizmente, as suas consequências são percebidas
apenas depois de muito tempo de uso. Foi o que aconteceu com o
clorofluorcarbono, conhecido como CFC, que há bem pouco tempo era
amplamente usado em aerossóis, isopor, espumas, sistemas de ar
condicionado, refrigeradores e outros produtos, até descobrir-se que sua
liberação na atmosfera vinha causando a destruição da camada de ozônio.
Muitos desses produtos contêm metais pesados, como mercúrio,
chumbo, cádmio e níquel, que podem se acumular nos tecidos vivos, até atingir
níveis perigosos para a saúde.
Os efeitos da exposição prolongada do homem a essas substâncias ainda
não são totalmente conhecidos. No entanto, testes em animais mostraram que
os metais pesados provocam sérias alterações no organismo, como o
aparecimento de câncer, deficiência do sistema nervoso e imunológico,
distúrbios genéticos etc.
Quando não são adequadamente manejados, os resíduos
perigosos contaminam o solo, as águas e o ar. Veja a seguir alguns exemplos
de resíduos perigosos, que devem ser dispostos adequadamente para evitar
riscos ao homem e ao meio ambiente:
Pilhas: algumas pilhas de uso doméstico ainda possuem elevadas
concentrações de metais pesados. Porém, como o processo de reciclagem é
complicado e caro, não é realizado na maioria dos países. Por isso, o consumo
de pilhas que contêm altas concentrações de metais pesados e de pilhas de
origem incerta deve ser evitado. A Legislação Brasileira (Resolução CONAMA
257/99) estabelece que as pilhas alcalinas do tipo manganês e zinco-manganês,
com elevados teores de chumbo, mercúrio e cádmio, devem ser recolhidas pelo
importador ou revendedor. Para melhor informar o consumidor, esta Resolução
estabelece que as cartelas das pilhas contenham informações sobre o seu

45
descarte. Assim, ao comprar pilhas, verifique na embalagem as informações
sobre os metais que a compõem e como descartá-las.
Baterias: as baterias de automóveis, industriais, de telefones celulares e
outras também contêm metais pesados em concentração elevada. Por isso,
devem ser descartadas de acordo com as normas estabelecidas para proteção
do meio ambiente e da saúde. O descarte das baterias de carro, que contêm
chumbo, e de telefones celulares, que contêm cádmio, chumbo, mercúrio e
outros metais pesados, deve ser feito somente nos postos de coleta mantidos
por revendedores, assistências técnicas, fabricantes e importadores – é deles a
responsabilidade de recolher e encaminhar esses produtos para destinação final
ambientalmente adequada. O mesmo vale para qualquer outro tipo de bateria,
devendo o usuário criar o hábito de ler as instruções de descarte presente nos
rótulos ou embalagem dos produtos.
Lâmpadas fluorescentes: mais econômicas, as lâmpadas fluorescentes se
tornaram muito populares no Brasil, principalmente em função da necessidade
de economizar energia durante o período de racionamento de energia elétrica,
ocorrido em 2001. Isso, no entanto, criou um problema, uma vez que as
lâmpadas fluorescentes contêm mercúrio, um metal pesado altamente prejudicial
ao meio ambiente e à saúde. Como ainda não há dispositivos legais específicos
que regulem o descarte nem o interesse dos fabricantes em proporcionar
soluções tecnológicas e sistemas de destinação adequados para esse tipo de
material, toda essa quantidade de lâmpadas fluorescentes vem sendo
descartada junto com o lixo domiciliar. Caso o lixo seja encaminhado para um
lixão ou aterro controlado, o mercúrio poderá contaminar o ambiente, colocando
a saúde da população em risco. O consumidor pode usar seu poder de escolha
e de pressão sobre as autoridades e as empresas, exigindo o estabelecimento
de medidas adequadas e seguras para o descarte desse tipo de lâmpada e de
outros resíduos perigosos.
Resíduos indesejáveis: Os pneus usados são classificados como inertes,
sendo considerados resíduos indesejáveis do ponto de vista ambiental. A grande
quantidade de pneus descartados tornou-se um sério problema ambiental.
Segundo a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, o Brasil descarta,
46
anualmente, cerca de 21 milhões de pneus de todos os tipos: de trator,
caminhão, automóvel, carroça, moto, avião e bicicleta, entre outros. Quando
descartados inadequadamente, por exemplo, em lixões, propiciam o acúmulo de
água em seu interior e podem contribuir para a proliferação de mosquitos
transmissores da dengue e do cólera. Quando descartados em rios e lagos
podem contribuir para o assoreamento e enchentes. Quando são queimados,
produzem emissões extremamente tóxicas, devido à presença de substâncias
que contêm cloro (dioxinas e furanos).
Por esse motivo, o Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA) proibiu o descarte e a queima de pneus a céu aberto e
responsabilizou fabricantes e importadores pela destinação final ambientalmente
adequada daqueles que não tiverem mais condições de uso. De acordo com a
Resolução CONAMA nº 258/1999, a partir de 2004, para cada pneu novo
fabricado, o fabricante deve recolher um em desuso (inservível) e, a partir de
2005, para cada quatro pneus novos, a empresa deverá recolher cinco pneus
inservíveis.
Existem várias formas de reutilizar os pneus, como por exemplo,
fazendo a recauchutagem. Ainda, a partir dos pneus, pode-se produzir um pó de
borracha que serve para fabricar tapetes, solados de sapatos, pneus e outros
artefatos.

47
No Brasil e em muitos outros países, os pneus inservíveis já têm sido
utilizados na pavimentação de estradas, misturando-se a borracha ao asfalto.
Para obter mais informações sobre o que vem sendo feito com os pneus usados,
você pode contatar as associações de classe, como a Associação Nacional da
Indústria de Pneumáticos (ANIP) ou a Associação Brasileira da Indústria de
Pneus Remoldados (ABIP).

Fonte: meioambiente.culturamix.com

10 COMO RESOLVER O PROBLEMA DO LIXO?

Um caminho para a solução dos problemas relacionados com o lixo


é apontado pelo Princípio dos Três Erres (3R’s) – reduzir, reutilizar e reciclar.
Fatores associados com estes princípios devem ser considerados, como o ideal
de prevenção e não-geração de resíduos, somados à adoção de padrões de
consumo sustentável, visando poupar os recursos naturais e conter o
desperdício.
Reduzir significa consumir menos produtos e preferir aqueles que
ofereçam menor potencial de geração de resíduos e tenham maior durabilidade.

48
• Reutilizar é, por exemplo, usar novamente as
embalagens. Exemplo: os potes plásticos de sorvetes servem
para guardar alimentos ou outros materiais.
• Reciclar envolve a transformação dos materiais, por
exemplo fabricar um produto a partir de um material usado.
Podemos produzir papel reciclando papéis usados. Papelão,
latas, vidros e plásticos também podem ser reciclados. Para
facilitar o trabalho de encaminhar material pós-consumo para
reciclagem, é importante fazer a separação no lugar de origem
– a casa, o escritório, a fábrica, o hospital, a escola etc. A
separação também é necessária para o descarte adequado de
resíduos perigosos.

10.1 Reciclagem: a indústria do presente

Fonte: g1.globo.com

A reciclagem é uma das alternativas de tratamento de resíduos sólidos


mais vantajosas, tanto do ponto de vista ambiental como do social. Ela reduz o
49
consumo de recursos naturais, poupa energia e água e ainda diminui o volume
de lixo e a poluição. Além disso, quando há um sistema de coleta seletiva bem
estruturado, a reciclagem pode ser uma atividade econômica rentável. Pode
gerar emprego e renda para as famílias de catadores de materiais recicláveis,
que devem ser os parceiros prioritários na coleta seletiva. Em algumas cidades
do país, como por exemplo, São Paulo e Belo Horizonte, foi implementada a
Coleta Seletiva Solidária, fruto da parceria entre o Governo local e as
associações ou cooperativas de catadores.
Para atrair mais investimentos para o setor, é preciso uma união de
esforços entre o governo, o segmento privado e a sociedade no sentido de
desenvolver políticas adequadas e desfazer preconceitos em torno dos aspectos
econômicos e da confiabilidade dos produtos reciclados.
Os materiais normalmente encaminhados para a reciclagem são o
vidro (garrafas, frascos, potes etc.), o plástico (garrafas, baldes, copos, frascos,
sacolas, canos etc.), papel e papelão de todos os tipos e metais (latas de
alimentos, refrigerantes etc.). Por questões de tecnologia ou de mercado, alguns
materiais ainda não são reciclados.

50
10.2 Para onde vai o lixo?

Fonte: diariomanha5i.blogspot.com.br

Segundo a pesquisa do IBGE, em 64% dos municípios brasileiros o lixo é


depositado de forma inadequada, em locais sem nenhum controle ambiental ou
sanitário. São os conhecidos lixões ou vazadouros, terrenos onde se acumulam
enormes montanhas de lixo a céu aberto, sem nenhum critério técnico ou
tratamento prévio do solo, com a simples descarga do lixo sobre o solo. Além de
degradar a paisagem e produzir mau cheiro, os lixões colocam em risco o meio
ambiente e a saúde pública.
Como oferecem alimentação abundante e facilidade de abrigo, os
lixões atraem insetos, cachorros, cavalos, aves, ratos e outros animais, que,
podem disseminar, direta ou indiretamente, várias doenças (veja o quadro O lixo
e as doenças). Do ponto de vista imobiliário, os lixões também se tornaram um
transtorno, pois depreciam os imóveis vizinhos. Em relação, à questão social o
problema ainda é mais grave: os lixões se tornaram um meio de vida para alguns
segmentos excluídos da população brasileira. Atualmente, apesar do empenho
do governo e das organizações sociais em promover ações e campanhas contra
51
esta forma degradante de trabalho, muitas famílias brasileiras ainda tiram seu
sustento da catação do lixo, trabalhando em condições indignas e totalmente
insalubres. (Veja questão de sobrevivência, na página 129).
Como resultado da degradação dos resíduos sólidos e da água de
chuva é gerado um líquido de coloração escura, com odor desagradável,
altamente tóxico, com elevado poder de contaminação que pode se infiltrar no
solo, contaminando-o e podendo até mesmo contaminar as águas subterrâneas
e superficiais. Esse líquido, chamado líquido percolado, lixiviado ou chorume,
pode ter um potencial de contaminação até 200 vezes superior ao esgoto
doméstico.
Além da formação do chorume, os resíduos sólidos, ao serem
decompostos, geram gases, principalmente o metano (CH4), que é tóxico e
altamente inflamável, e o dióxido de carbono (CO2) que, juntamente com o
metano e outros gases presentes na atmosfera, contribui para o aquecimento
global da Terra, já que são gases de efeito estufa. (Veja mais informações sobre
as mudanças climáticas e o efeito estufa no capítulo Transportes.)
Existe uma técnica ambientalmente segura para dispor os
resíduos, denominada aterro sanitário. Esta técnica surgiu na década de 1930 e
vem se aperfeiçoando com o tempo. O aterro sanitário pode ser entendido como
a disposição final de resíduos sólidos no solo, fundamentado em princípios de
engenharia e normas operacionais específicas, com o objetivo de confinar o lixo
no menor espaço e volume possíveis, isolando-o de modo seguro para não criar
danos ambientais e para a saúde pública. Os resíduos dispostos em aterros
estão isolados do meio ambiente externo por meio da impermeabilização do solo,
da cobertura das camadas de lixo e da drenagem de gases.
Tratamento e disposição final do lixo: Existem algumas formas
possíveis para o tratamento do lixo e sua disposição final na natureza. No Brasil,
o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos é de responsabilidade das
Prefeituras Municipais. Ainda é bastante reduzido o número de municípios que
possuem um bom gerenciamento de resíduos sólidos, com sistemas adequados
de coleta, tratamento e disposição final dos resíduos. Segundo dados da
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realizada pelo IBGE em 2000, 64%
52
dos municípios brasileiros depositam seus resíduos em lixões. Apenas 14%
possuem aterros sanitários e 18% possuem aterros controlados. Existe, ainda, a
necessidade de se promover a universalização da limpeza pública (coleta,
varrição, tratamento, destinação final etc.) para toda a população brasileira, já
que cerca de 30 % do total de resíduos gerados não é coletado no país
(IPT/Cempre 2000).

Fonte: www2.maringa.pr.gov.br

O conjunto de ações que objetivam a minimização da geração de


lixo e a diminuição da sua periculosidade constitui a fase de tratamento dos
resíduos, que representa uma forma de torná-los menos agressivos para a
disposição final, diminuindo o seu volume, quando possível. Os processos de
tratamento dos resíduos são os seguintes:
Compostagem: É um processo no qual a matéria orgânica putrescível
(restos de alimentos, aparas e podas de jardins etc.) é degradada
biologicamente, obtendo-se um produto que pode ser utilizado como adubo. A
compostagem permite aproveitar os resíduos orgânicos, que constituem mais da
metade do lixo domiciliar. A compostagem pode ser feita em casa ou em
unidades de compostagem.
53
Incineração: É a transformação da maior parte dos resíduos em gases,
através da queima em altas temperaturas (acima de 900º C), em um ambiente
rico em oxigênio, por um período pré-determinado, transformando os resíduos
em material inerte e diminuindo sua massa e volume. Não se deve confundir a
incineração com a simples queima dos resíduos. No primeiro caso, os
incineradores geralmente são dotados de filtros, evitando que gases tóxicos
sejam lançados na atmosfera.
De qualquer forma, devido a aspectos técnicos, a incineração não é o
tratamento mais indicado para a maioria dos resíduos gerados e não é adequado
à realidade das cidades brasileiras. Algumas unidades de incineração estão
sendo desativadas no país por operarem precariamente, sem sistemas de
tratamento adequado dos gases emitidos. A incineração é um sistema complexo,
que envolve milhares de interações físicas e reações químicas. Além do dióxido
de carbono e do vapor de água, outros gases são produzidos, incluindo diversas
substâncias tóxicas, como metais pesados e outras.
Entre elas, destacam-se as dioxinas e os furanos, classificados como
poluentes orgânicos persistentes – POPs, que são tóxicos, cancerígenos,
resistentes à degradação e acumulam-se em tecidos gordurosos (humanos e
animais). Esses poluentes são transportados pelo ar, água e pelas espécies
migratórias, sendo depositados distante do local de sua emissão, onde se
acumulam em ecossistemas terrestres e aquáticos. Em decorrência dessas
características, em setembro de 1998 a Environmental Protection Agency (EPA),
a agência de proteção ambiental americana, anunciou que não existe um nível
“aceitável” de exposição às dioxinas.

54
Fonte: radaramazonico.com.br

Pirólise: Diferentemente da incineração, na pirólise a queima acontece


em ambiente fechado e com ausência de oxigênio.
Digestão Anaeróbica: É um processo baseado na degradação biológica,
com ausência de oxigênio e ambiente redutor. Neste processo há a formação de
gases e líquidos. Este princípio é bastante utilizado em todo o mundo em aterros
sanitários.
Reuso ou Reciclagem? Já implantados em vários municípios brasileiros,
estes processos baseiam-se no reaproveitamento dos componentes presentes
nos resíduos de forma a resguardar as fontes naturais e conservar o meio
ambiente. Como todo processo de tratamento produz um rejeito, isto é, um
material que não pode ser utilizado, a disposição final em aterros acaba sendo
imprescindível para todo tipo de tratamento.
Aterro sanitário: É um método de aterramento dos resíduos em terreno
preparado para a colocação do lixo, de maneira a causar o menor impacto
ambiental possível. Veja a seguir algumas das medidas técnicas empregadas
para proteger o meio ambiente:
• o solo é protegido por uma manta isolante (chamada de
geomembrana) ou por uma camada espessa de argila

55
compactada, impedindo que os líquidos poluentes, lixiviados ou
chorume, se infiltrem e atinjam as águas subterrâneas;
• são colocados dutos captadores de gases (drenos de
gases) para impedir explosões e combustões espontâneas,
causadas pela decomposição da matéria orgânica. Os gases
podem ser queimados para evitar sua dispersão na atmosfera;
• é implantado um sistema de captação do chorume, para
que ele seja encaminhado a um sistema de tratamento;

Fonte: cgcconcessoes.com.br

• as camadas de lixo são compactadas com trator de


esteira, umas sobre as outras, para diminuir o volume, e são
recobertas com solo diariamente, impedindo a exalação de
odores e a atração de animais, como roedores e insetos;
• o acesso ao local deve ser controlado com portão,
guarita e cerca, para evitar a entrada de animais, de pessoas e
a disposição de resíduos não autorizados.
Aterro controlado: O aterro controlado não é considerado
uma forma adequada de disposição de resíduos porque os problemas
ambientais de contaminação da água, do ar e do solo não são evitados,
já que não são utilizados todos os recursos de engenharia e saneamento
56
que evitariam a contaminação do ambiente. No entanto, representa uma
alternativa melhor do que os lixões, e se diferenciam destes por
possuírem a cobertura diária dos resíduos com solo e o controle de
entrada e saída de pessoas.
Unidades de segregação e/ou de compostagem: Essa forma de
tratamento prevê a instalação de um galpão para a separação (triagem) manual
dos resíduos, usualmente realizada em esteiras rolantes. Quando o município
realiza a coleta seletiva, os resíduos já chegam separados, isto é, materiais
recicláveis separados dos resíduos orgânicos.
Entretanto, quando não existe esta separação nas residências, comércios
etc., os sacos de lixo coletados na coleta convencional são encaminhados para
a triagem, onde os resíduos recicláveis são separados dos orgânicos. Neste
último caso, a separação é muito mais difícil porque os resíduos estão
misturados, dificultando a segregação e comprometendo a qualidade do
composto orgânico produzido.
No Brasil, o sistema de reciclagem e compostagem desvinculado da
coleta seletiva tem-se mostrado oneroso, pois além de exigir gastos elevados
com muitos funcionários e equipamentos, a separação do material orgânico do
reciclável é muito baixa. Por esta razão, a melhor alternativa é integrar as
centrais de triagem e de compostagem a um sistema de coleta seletiva,
promovendo a separação dos materiais recicláveis e compostáveis na origem e
a participação comunitária. Para que a coleta seletiva seja realmente eficiente é
necessária a mudança de hábito na disposição e acondicionamento do lixo já na
fonte geradora. Além dos benefícios ambientais promovidos pela coleta seletiva
e consequente destinação dos resíduos para reciclagem e compostagem,
podemos considerar também os benefícios de inclusão social dos catadores,
caso eles sejam os parceiros preferenciais na coleta seletiva.

57
Fonte: www.meioambienteonline.com

11 EMBALAGEM: QUANTO MAIS SIMPLES, MELHOR

Você já prestou atenção na quantidade e variedade de embalagens que


acompanham os produtos que consumimos? Será que precisamos de todas
elas? É certo que as embalagens são muito úteis: protegem os produtos contra
sujeira e o ataque de insetos e roedores, conservam os produtos por mais tempo
e os deixam mais atraentes, facilitam o transporte e trazem informações
importantes para o consumidor. O problema é que, depois de cumprir sua
função, elas acabam indo para o lixo.
O pior é que as embalagens estão ficando cada vez mais sofisticadas e,
complexas. Com o aperfeiçoamento das técnicas de conservação de produtos,
novos materiais foram agregados às embalagens para torná-las mais eficientes.
Essas misturas, no entanto, dificultam tanto a sua degradação natural como a
sua reciclagem.
Por esse motivo, o setor de embalagens poderá contribuir de forma
substancial para o consumo sustentável se encarar o desafio de atender à
demanda e ao mesmo tempo eliminar os resíduos pós consumo que
comprometam o futuro. Isso implica desenvolver tecnologias mais limpas e que
privilegiem a redução da geração de resíduos, utilizar materiais menos

58
agressivos ao meio ambiente, reduzir o uso de materiais desnecessários,
promover a reutilização e a reciclagem.

A responsabilidade é de quem produz


Vários países europeus como Alemanha, Holanda, Áustria,
Espanha e Suécia, entre outros, introduziram nos últimos anos leis para reduzir
a geração de resíduos, como vasilhames e embalagens.
Na Suécia, por exemplo, as empresas são responsáveis pelo
recolhimento de seus vasilhames de alumínio, papel, papelão, papel corrugado,
plásticos, aço e vidro. O mesmo ocorre com jornais, folhetos publicitários,
revistas e catálogos, além de pneus. Para racionalizar esse processo e tornar
mais econômico o manejo da coleta e reciclagem, os produtores uniram esforços
e se organizaram.
A medida resultou numa redução significativa dos volumes de vasilhames
e embalagens encaminhadas aos aterros sanitários, demonstrando a eficiência
das leis que determinam a busca de soluções pelas empresas.

O lixo e o consumo
A geração de lixo cresce no mesmo ritmo em que aumenta o
consumo. Quanto mais mercadorias adquirimos, mais recursos naturais
consumimos e mais lixo geramos.
A situação é mais grave nos países desenvolvidos – eles são os
que mais geram lixo, proporcionalmente ao número de habitantes. Porém, nos
países em desenvolvimento o quadro também é preocupante.
O crescimento demográfico, a concentração da população nas grandes
cidades e, em muitas regiões, a adoção de estilo de vida semelhante ao dos
países ricos, fizeram aumentar o consumo e a consequente geração de lixo.
Hoje já sabemos que, se os países em desenvolvimento passarem a
consumir matérias-primas no mesmo ritmo dos países desenvolvidos,
poderemos chegar, em um curto espaço de tempo, a um esgotamento dos
recursos naturais e a níveis altíssimos de contaminação e geração de resíduos.
A situação tem sido amplamente debatida nos fóruns internacionais, nos quais
59
especialistas de todo o mundo apontam uma saída: para que os países pobres
do mundo possam aumentar seu consumo de maneira sustentável, o consumo
dos países desenvolvidos precisará diminuir. O desafio, de qualquer maneira,
impõe-se a todos: consumir de forma sustentável implica poupar os recursos
naturais, conter o desperdício, diminuir a geração, reutilizar e reciclar a maior
quantidade possível de resíduos. Só assim conseguiremos prolongar o tempo de
vida dos recursos naturais do planeta.

12 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS – LEI 12.305/2010

Fonte:www.ecodebate.com.

O que muda com a Lei 12.305/2010?

 Lixões a céu aberto e aterros controlados ficam proibidos.


A Lei, determina que todas as administrações públicas
municipais, indistintamente do seu porte e localização, devem
construir aterros sanitários e encerrarem as atividades dos lixões
e aterros controlados, no prazo máximo de 4 (quatro) anos,
substituindo-os por aterros sanitários ou industriais, onde só
poderão ser depositados resíduos sem qualquer

60
possibilidade de reciclagem e reaproveitamento, obrigando
também a compostagem dos resíduos orgânicos.
 Fabricantes, distribuidores e comerciantes, organizados em
acordos setoriais, ficam obrigados a recolher e destinar para a
reciclagem as embalagens de plástico, papel, papelão, de vidro
e as metálicas usadas. As embalagens de Agrotóxicos, pilhas e
baterias, pneus, óleos lubrificantes e suas embalagens, todos os
tipos de lâmpadas e de equipamentos eletroeletrônicos
descartados pelos consumidores, fazem parte da “logística
reversa”, que deverá também retornar estes resíduos à sua
cadeia de origem para reciclagem.
 O setor de construção civil fica obrigado a dar destinação final
ambientalmente adequada aos resíduos de construção e
demolição (RCD), não podendo mais encaminhá-los aos aterros.
 A responsabilidade pelo lixo passa a ser compartilhada, com
obrigações que envolvem os cidadãos, as empresas, as
prefeituras e os governos estaduais e federal.
 As administrações municipais, no prazo máximo de 2(dois)
anos, devem desenvolver um Plano de Gestão Integrada de
Resíduos. Caso descumpram essa obrigação ficam proibidas
de receber recursos de fontes federais, destinadas ao
gerenciamento de resíduos, inclusive empréstimos (CEF,
BNDES, etc.).
 As empresas e demais instituições públicas e privadas devem
desenvolver um “Plano de Gerenciamento de Resíduos”,
integrado ao Plano Municipal (independentemente da sua
existência).
 Os municípios terão de implantar um sistema de coleta seletiva.
 As cooperativas de catadores terão prioridade na coleta seletiva,
sendo dispensada a licitação.

61
 Para a elaboração, implementação, operacionalização e
monitoramento de todas as etapas do plano de gerenciamento
de resíduos sólidos, nelas incluído o controle da disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos, será designado
responsável técnico devidamente habilitado.

Quem obedece deve obedecer à nova Lei?

Em princípio todas as empresas, as administrações públicas (federais,


estaduais e municipais) e os cidadãos, conforme o Art. 1º. § 1o “Estão sujeitas à
observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou
privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos
e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao
gerenciamento de resíduos sólidos”.
Essa obrigação é mais especificada no Capítulo III da lei, onde se
estabelecem as responsabilidades dos geradores de resíduos e do poder
público:
Art. 25. O poder público, o setor empresarial e a coletividade são
responsáveis pela efetividade das ações voltadas para assegurar a observância
da Política Nacional de Resíduos Sólidos e das diretrizes e demais
determinações estabelecidas nesta Lei e em seu regulamento.
Por força desse princípio da Lei, as empresas envolvidas na produção,
importação, distribuição e comercialização de determinados produtos, estão
obrigadas também a estruturarem e implementarem sistemas de logísticas
reversa, mediante retorno dos produtos e embalagens após o uso, de forma
independente do serviço público de limpeza urbana.

A Lei obriga à logística reversa:

I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como


outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo
perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos
62
perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa,
ou em normas técnicas;
II - pilhas e baterias;
III - pneus;
IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e
mercúrio e de luz mista;
VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
§ 1o Na forma do disposto em regulamento ou em
acordos setoriais e termos de compromisso firmados entre o
poder público e o setor empresarial, os sistemas previstos no
caput serão estendidos a produtos comercializados em
embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais
produtos e embalagens, considerando, prioritariamente, o grau
e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente
dos resíduos gerados.

De quem é a responsabilidade da coleta?

Em princípio, a responsabilidade sobre os serviços de manejo de resíduos


sólidos é da administração municipal, porém somente no que concerne aos
resíduos domiciliares e os provenientes da limpeza urbana. No que tange às
atividades industriais, comerciais e de serviços privados, esta responsabilidade
é do próprio gerador do resíduo.
Art. 27. As pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 são
responsáveis pela implementação e operacionalização integral do plano de
gerenciamento de resíduos sólidos aprovado pelo órgão competente na forma
do art. 24.
§ 1º. A contratação de serviços de coleta, armazenamento, transporte,
transbordo, tratamento ou destinação final de resíduos sólidos, ou de disposição
final de rejeitos, não isenta as pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 da
63
responsabilidade por danos que vierem a ser provocados pelo gerenciamento
inadequado dos respectivos resíduos ou rejeitos.
Quando o recolhimento dos resíduos (inclusive os assemelhados aos
resíduos domiciliares) for executado pelo serviço municipal de limpeza urbana,
devemos observar que, conforme a Lei 12.305/2010, esta prática deve cessar,
sendo ilegal a continuidade dessas ações por parte das administrações
municipais sem remuneração, conforme dispõe o § 7º do Art.33:
§ 7º. Se o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos, por acordo setorial ou termo de compromisso firmado com o
setor empresarial, encarregar-se de atividades de responsabilidade dos
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes nos sistemas de
logística reversa dos produtos e embalagens a que se refere este artigo, as
ações do poder público serão devidamente remuneradas, na forma previamente
acordada entre as partes.
Esse dispositivo da Lei tem reforço no Inciso IV do Art. 36.
Art. 36. No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida
dos produtos, cabe ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de
manejo de resíduos sólidos, observado, se houver, o plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos:
IV - realizar as atividades definidas por acordo setorial ou termo de
compromisso na forma do § 7o do art. 33, mediante a devida remuneração pelo
setor empresarial;
E mais ainda, quando a Lei trata dos Planos de Gerenciamento de Resíduos:
Art. 27. As pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 são responsáveis
pela implementação e operacionalização integral do plano de gerenciamento de
resíduos sólidos aprovado pelo órgão competente na forma do art. 24. (...)
§ 2º. Nos casos abrangidos pelo art. 20, as etapas sob responsabilidade
do gerador que forem realizadas pelo poder público serão devidamente
remuneradas pelas pessoas físicas ou jurídicas responsáveis, observado o
disposto no § 5º. do art. 19.
(art. 19. § 5o “Na definição de responsabilidades na forma do inciso VIII
do caput deste artigo, é vedado atribuir ao serviço público de limpeza urbana e
64
de manejo de resíduos sólidos a realização de etapas do gerenciamento dos
resíduos a que se refere o art. 20 em desacordo com a respectiva licença
ambiental ou com normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e, se couber,
do SNVS”.)

No caso do total descumprimento do que determina a Lei, o que a


prefeitura pode fazer?

a) - Caso os resíduos estejam acondicionados, armazenados ou


destinados em condições não condizentes com a Lei e com as normas
Conama/Anvisa, significando dano ou ameaça ao meio ambiente e à saúde
pública, a prefeitura deve proceder ao seu recolhimento, acondicionamento,
armazenagem e destinação, respeitando as normas de saúde e segurança
ocupacional e com licença ambiental específica, cobrando dos responsáveis
todas os custos e despesas envolvidas:
Art. 29. Cabe ao poder público atuar, subsidiariamente, com vistas a
minimizar ou cessar o dano, logo que tome conhecimento de evento lesivo ao
meio ambiente ou à saúde pública relacionado ao gerenciamento de resíduos
sólidos.
Parágrafo único. Os responsáveis pelo dano ressarcirão integralmente o
poder público pelos gastos decorrentes das ações empreendidas na forma do
caput.
- Em casos extermos, o órgão de fiscalização ambiental pode até valer-se
de medidas mais drásticas:
Art. 51. Sem prejuízo da obrigação de, independentemente da existência
de culpa, reparar os danos causados, a ação ou omissão das pessoas físicas ou
jurídicas que importe inobservância aos preceitos desta Lei ou de seu
regulamento sujeita os infratores às sanções previstas em lei, em especial às
fixadas na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que “dispõe sobre as
sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao
meio ambiente, e dá outras providências”, e em seu regulamento.

65
Lei no 9.605 Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar,
comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar
produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio
ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus
regulamentos:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem
I - abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza
em desacordo com as normas ambientais ou de segurança;
II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla
ou dá destinação final a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida em
lei ou regulamento.
§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é
aumentada de um sexto a um terço.
§ 3º Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

RESULTADOS E CONSEQUÊNCIAS

As diferenças estabelecidas entre o conceito de resíduos e rejeitos, sendo


o primeiro considerado pela Lei como “ um bem econômico e de valor social,
gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania” e a forte carga que a Lei
faz na proibição da disposição de resíduos aproveitáveis em aterros sanitários,
aliados à obrigatoriedade da compostagem dos rejeitos orgânicos, eliminará
paulatinamente a existência de grandes aterros sanitários, propiciando a
expansão da sua vida útil, tendo como consequências esperadas em médio
prazo:
- A readequação das atividades industriais de destinação
final de resíduos sólidos;
- O crescimento das atividades industriais de reciclagem;
e

66
- A inclusão socioeconômica dos catadores de resíduos,
organizados em cooperativas.
- Capacidade de articulação entre indústrias,
distribuidores, comércio operadores logísticos, associação de
catadores e prefeituras;
- Existência de indústrias de reciclagem, a jusante da
cadeia, com capacidade instalada para absorver o grande
volume de entrada de matéria-prima, proveniente dos fluxos
reversos estabelecidos.
- Disponibilidade de tecnologias nacionais, adequadas
para processamento de recicláveis, principalmente os
constantes da obrigatoriedade de logística reversa.
- Viabilidade dos mercados demandantes de itens
recicláveis.

Recursos Hídricos

A água doce é um dos recursos naturais mais escassos e


importantes, se não o mais importante, de todos os que constituem a vida sobre
o planeta. Está relacionada tanto com a própria sobrevivência humana, animal e
vegetal, quanto com a realização de atividades e serviços que vão atender os
seres vivos em suas necessidades, desde as mais básicas, como consumo
próprio e produção de alimentos, até as mais subjetivas (porém não menos
necessárias e valorizadas), como o lazer (Leal, 1998).
O uso eficiente da água nos rios do Brasil significa a possibilidade
de suprir as necessidades humanas básicas, sem destruir o meio ambiente, a
qualidade da água, garantir o crescimento econômico e social com proteção
ambiental (Rebouças, 2004).
Para entender como funciona a gestão desses recursos, torna-se
necessário compreender como funcionam os mecanismos básicos que
envolvem o ciclo da água na natureza. É nesse ponto que os conceitos de
Hidrologia, que serão abordados a seguir, tornam-se tão importantes.
67
Ciclo hidrológico
Apesar de a maior parte da superfície do nosso planeta ser formada por
água, 97% desse recurso encontram-se nos mares e oceanos. O que
efetivamente sobra para o consumo e o desenvolvimento de atividades como
agricultura é uma quantidade muito inferior e se encontra mal distribuída no globo
terrestre.
Além das desigualdades naturalmente envolvidas nessa distribuição da
água através das diversas regiões da Terra, determinadas ações antrópicas
podem agravar ainda mais essa má distribuição. Isso se deve principalmente às
alterações causadas ao meio ambiente e, consequentemente, ao ciclo da água.

Fonte: obshistoricogeo.blogspot.com.br
Então, o que é o ciclo da água ou ciclo hidrológico? O movimento
realizado pela água entre os continentes, oceanos e a atmosfera é chamado de
ciclo hidrológico. O Ciclo hidrológico é um fenômeno global de circulação
fechada da água que é impulsionada fundamentalmente pela energia solar
associada à gravidade e à rotação do planeta.
A ciência que estuda o ciclo hidrológico é a Hidrologia. Os principais
profissionais envolvidos nesses estudos são os hidrólogos ou os engenheiros
hidrólogos.
A compreensão desse sistema possibilita que os gestores tomem
decisões acertadas sobre como utilizar os recursos causando os menores danos

68
possíveis ao conjunto. Os tópicos principais que fazem parte do ciclo hidrológico
são abordados na sequência.

Precipitação
Em hidrologia, considera-se como precipitação toda a água
proveniente da atmosfera (Figura 1.3) e que atinge a superfície terrestre,
podendo variar segundo o estado da água, em: neblina, chuva, granizo, orvalho,
geada e neve.
A variabilidade temporal e espacial da precipitação influencia a
disponibilidade hídrica de uma bacia hidrográfica, porque a precipitação é a
variável mais importante do sistema e representa a sua alimentação. Mas o que
é uma bacia hidrográfica?
Pode-se definir uma bacia hidrográfica como sendo uma área de captação
natural da água da precipitação, que faz convergir os escoamentos para um
único ponto de saída, o seu exutório ou foz. É uma área geográfica natural
delimitada pelos pontos mais altos do seu relevo.
A disponibilidade, ao longo do ano, de dados de quantificação e
distribuição da precipitação em uma bacia hidrográfica possibilita determinar ou
estimar a necessidade de irrigação de culturas, o abastecimento doméstico e
industrial, estudos para controle e prevenção de enchentes, planejamento de
drenagens urbanas, além de permitir a gestão do uso do solo e um melhor
controle de erosões.

Evaporação e evapotranspiração

A evaporação e a evapotranspiração são a conversão da água do seu


estado líquido para vapor de água, estado no qual a água é transferida para a
atmosfera. Esses processos necessitam do ingresso de energia no sistema, que
pode ser proveniente do sol, da atmosfera ou de ambas as fontes, e serão
controladas pela taxa de energia disponível.

69
Essas taxas se constituem em informações quantitativas de extrema
importância dentro do processo do ciclo hidrológico, pois são utilizadas na
resolução de diferentes problemas e planejamentos. Pode-se citar estudos para
áreas agrícolas de sequeiro ou irrigadas, previsão de cheias e enchentes,
construção e operação de reservatórios, entre outros.

Água subterrânea
A escassez de água doce, que há muito tempo vem sendo prevista, tem
se tornado, cada vez mais, uma grande ameaça ao desenvolvimento
socioeconômico e à própria vida do planeta.
Entre uma das soluções para esse problema, está o completo
conhecimento do ciclo hidrológico, de forma a possibilitar uma correta avaliação
da disponibilidade dos recursos hídricos de cada região. Uma das partes mais
importantes é entender o que acontece com as águas subterrâneas que é uma
das fases menos conhecidas desse ciclo.
Água subterrânea pode ser considerada toda a água que ocupa os vazios
de uma formação geológica (Figura 1.5). Mas o sistema natural formado pelas
águas subterrâneas pode ser modificado pela interferência do homem. Entre as
principais ações está a alteração do ambiente natural com a construção de
barragens, canalização de rios, perfuração de poços e irrigação.
Esses sistemas hidrogeológicos podem ser classificados em Aquíferos,
Aqüiclude e Aqüitardo. Quanto à umidade, pode-se dividir em duas zonas: Zona
de Saturação e Zona de Aeração.

Escoamento superficial
A origem do escoamento superficial é, fundamentalmente, nas
precipitações ou eventos de chuva.
Quando a chuva chega ao solo, parte da água se infiltra, parte é
retida nas depressões da superfície e parte se escoa.
Na primeira fase a água se infiltra, mas tão logo a intensidade da
chuva exceda a capacidade de infiltração do solo, a água passa a ser coletada
pelas pequenas depressões existentes. Quando os níveis das águas que estão
70
sendo retidas se elevam e começa a ocorrer a transposição desses obstáculos,
o fluxo ou escoamento superficial se inicia, seguindo a tendência da maior para
a menor depressão. Esse escoamento vai se somar a outros escoamentos que,
juntos, formam sucessivamente as enxurradas, os córregos, os ribeirões, os rios,
os reservatórios e os lagos.
O escoamento superficial, entre as outras partes do ciclo hidrológico, é a
fase de maior importância para a compreensão e o estudo dos recursos hídricos.
Isso porque a maior parte dos estudos hidrológicos está ligada ao
aproveitamento da água superficial, a sua previsão e aos efeitos da sua
transposição.
Assim, a vazão de um corpo d’água em uma bacia hidrográfica é o
resultado da interação de todos os componentes do ciclo hidrológico, entre eles
a precipitação, a infiltração e o escoamento superficial.
Nos mais diversos estudos e levantamentos estudos hidrológicos utiliza-
se um gráfico denominado hidrograma, que é a relação entre a vazão e o tempo,
para avaliar e separar esses componentes. A forma e o comportamento do
hidrograma pode variar, conforme Figura 1.6, dependendo de um grande número
de fatores, tais como: relevo, cobertura da bacia, solo, modificações artificiais no
rio e distribuição da precipitação, além da sua intensidade e duração.

Gestão de Bacias Hidrográficas


A gestão dos recursos hídricos se realiza mediante procedimentos
integrados de planejamento e de administração. Esse planejamento deverá visar
à avaliação prospectiva das demandas e das disponibilidades desses recursos,
além da sua alocação entre os usos múltiplos para que se obtenha os máximos
benefícios econômicos e sociais, mas com a mínima degradação ambiental.
Para tanto é necessário que ocorra a redução das fontes potenciais de
poluição, se implementem políticas de uso e manejo adequados do solo e se
viabilize a ocorrência de possíveis impactos sociais positivos para a região a ser
gerenciada.
Assim, o gerenciamento dos recursos hídricos é composto por ações do
poder público que procuram adequar os usos, o controle e a proteção das águas
71
às necessidades sociais e ambientais. Entre as principais ações, pode-se citar:
o gerenciamento dos usos setoriais da água; o gerenciamento interinstitucional;
o gerenciamento das intervenções para compatibilização e integração dos
planejamentos; o gerenciamento da oferta de água; e o gerenciamento ambiental
que engloba o monitoramento da área, licenciamento de projetos, fiscalização e
medidas administrativas e legais.

Hidrografia
Hidrografia é a área que estuda as águas do planeta ou de uma região,
abrangendo, portanto, rios, mares, oceanos, lagos, geleiras, água do subsolo e
da atmosfera. Na Figura 2.1, pode-se observar o mapa hidrográfico da Bacia do
rio São Francisco.
O estudo da hidrografia é fundamental para a identificação dos
componentes naturais e antropogênicos envolvidos no fluxo hidráulico. Este
estudo permite quantificar cada um dos componentes envolvidos na dinâmica da
bacia, identificando suas magnitudes, frequências e durações, sempre
considerando sua importância geográfica e ecológica e a determinação do
volume mínimo requerido para um pré-determinado estado de conservação
(Zuccari, 2005).

Processos erosivos
Nos últimos anos, tem se reconhecido a necessidade de se incluir
estratégias de controle de sedimentos dentro de projetos de gerenciamento de
bacias hidrográficas, isso porque as fontes de produção de sedimentos estão
relacionadas com os tipos de processos erosivos que ocorrem em uma bacia
hidrográfica. Assim, as informações sobre as fontes de sedimentos
transportados por um determinado rio são dados importantes para as estratégias
de controle efetivo do aporte de sedimentos nos corpos d’água e, portanto, para
controlar ou diminuir o seu assoreamento.
Os tipos de erosão que ocorrem em uma bacia hidrográfica são
basicamente a erosão hídrica, a erosão fluvial, a erosão eólica e a remoção em
massa.
72
Os processos que compõem a dinâmica da produção de sedimentos em
uma área hidrográfica estão o transporte e a deposição de sedimentos que
poderão gerar o assoreamento dos corpos d’água e lagos. Esses processos
possuem similaridades com o que ocorre em uma bacia urbana.
Mas, além dos problemas de assoreamento dos corpos d’água, os
problemas erosivos podem comprometer todo o ecossistema aquático e o meio
ambiente do entorno.
Segundo Almeida Filho (2008), esse tipo de processo erosivo atinge
grandes dimensões, gerando vários impactos ambientais na sua área de ação e
na drenagem a jusante, tornando-se um complicador para o uso do solo nessas
áreas. Formadas pelo aprofundamento das ravinas e interceptação do lençol
freático, onde se pode observar grande complexidade de processos do meio
físico (piping, liquefação de areia, escorregamentos laterais, erosão superficial)
devido à ação concomitante das águas superficiais e subsuperficiais (Rodrigues,
1982; 1984).

Assoreamento de corpos d’água


Grande parte dos sedimentos transportados em bacias hidrográficas
ocorre durante os eventos de chuva. Por isso, a avaliação temporal da
concentração de sedimentos deve ser realizada por meio de um programa de
monitoramento capaz de coletar amostras durante os eventos de cheia.
Entretanto, podem ocorrer diversas dificuldades ao se executar um
programa de monitoramento. Por exemplo, um grande problema enfrentado em
pequenas bacias urbanas é que os eventos ocorrem em poucas horas e algumas
vezes durante a noite, o que normalmente dificulta qualquer tipo de avaliação.
Muitas vezes tenta-se utilizar amostradores automáticos para facilitar a obtenção
de amostras, mas algumas bacias hidrográficas possuem altas concentrações
de resíduos sólidos e matéria orgânica, fazendo com que normalmente os
aparelhos sejam danificados, ou simplesmente, obstruídos.
Os sedimentos podem ser definidos como fragmentos de rochas e de solo
desagregados que são transportados por um fluido. Além das partículas

73
minerais, as partículas orgânicas transportadas por um determinado fluido,
também são denominadas de sedimentos.
Em ambientes fluviais encontram-se três tipos de sedimentos: grosseiros,
finos e orgânicos. A proporção de cada um dependerá de vários fatores como a
geologia, o relevo, o uso do solo, o clima, a localização da calha fluvial e a ação
antrópica de lançamento ou não de efluentes.
Em geral, em regiões próximas às nascentes, a calha fluvial terá uma
proporção grande de sedimentos grosseiros compostos por fragmentos de
rochas, enquanto que nos trechos inferiores da bacia é mais comum encontrar-
se sedimentos originados da erosão do solo que são compostos basicamente
por partículas que variam de tamanho entre areia e argila.
Um dos problemas físicos gerados pelos sedimentos é o assoreamento
dos corpos d’água. Mas um dos fatores mais importantes nos estudos
sedimentológicos é a existência de uma estreita relação entre a qualidade da
água e os sedimentos fluviais. A simples presença dos sedimentos na água afeta
as condições de potabilidade através do aumento da sua turbidez. Além desse
aspecto, os sedimentos fluviais representam um potencial poluidor para a água
devido a sua natureza geoquímica que possibilita a transferência de poluentes
da bacia vertente para calha fluvial.

Gestão de bacias urbanas


O desenvolvimento urbano, além das alterações causadas ao
ecossistema terrestre, traz profundas alterações ao ecossistema aquático. Entre
as muitas ações antrópicas que poderão provocar desde pequenas alterações
ou até mesmo a completa degradação dos sistemas aquáticos, estão a
substituição da vegetação original por áreas impermeáveis, a concentração e o
lançamento de grandes cargas de esgoto in natura e a adição de contaminantes
químicos através das mais diversas fontes.
As alterações antrópicas na bacia hidrográfica, principalmente a
urbanização, geram alterações severas ao hidrograma que em parte explicam
os problemas de inundações urbanas, atualmente enfrentados.

74
A permeabilidade do solo é substituída por superfícies impermeáveis tal
como ruas, telhados, estacionamentos e calçadas, que acumulam pouca água,
reduzem a infiltração de água no solo e aceleram o escoamento superficial em
redes e canais de drenagem. Uma alta porcentagem de área impermeabilizada,
onde os eventos de chuva tendem a ter um tempo de concentração menor e
picos de vazão maiores, se reflete em alterações nos hidrogramas.
Assim, para que os efeitos da urbanização sejam minimizados, o gestor
deverá procurar alternativas para equilibrar o sistema novamente. Entre as
possibilidades encontradas para melhorar a infiltração das águas da chuva no
solo e reduzir o escoamento superficial, estão:
- a construção de pavimentos permeáveis e/ou semipermeáveis e
- a adoção do sistema conhecido como “Bairro Ecológico”.
Em ambos os casos, vários experimentos e estudos foram realizados e
os resultados foram tecnicamente muito bons.

Cobrança pelo uso da água


A expectativa que apenas os órgãos governamentais seriam suficientes
para gerenciar os recursos hídricos foi uma das principais falhas ocorridas nesse
setor. Esse desempenho insatisfatório levou muitos países a repensarem suas
estruturas organizacionais e buscarem uma maior eficiência com a aplicação de
tarifas e o apoio com incentivos.
De um modo geral, a tarifação e os incentivos procuram motivar os
consumidores a adotarem práticas eficientes de uso da água, que pode ser maior
ou menor de acordo com o valor relativo da água.
Em muitas regiões do mundo, a subtarifação causou e ainda tem causado
sérios problemas de abusos e desperdícios com relação ao uso da água. Um
exemplo disso é quando a região possui abundância de água de boa qualidade,
o que a torna barata e, portanto, pode inviabilizar o investimento em projetos de
monitoramento e de tarifação de alto custo. Entretanto, torna-se viável medir,
monitorar e tarifar a água à medida que esta vai se tornando um recurso mais
escasso.

75
Alguns autores defendem a possibilidade de ajuste de tarifas de acordo
com a demanda. Para Howe (1998), poder-se-ia adotar preços variáveis,
aumentando as tarifas em períodos secos, para forçar a redução do consumo.
Ainda, o mesmo poderia ser empregado em horários diários de picos de
consumo.
Uma forma indireta de cobrança para usuários de larga escala, segundo
Winpenny (1994), que reproduz resultados similares, é a taxação através do
volume de efluentes. Essa é uma forma interessante de incentivar as indústrias
na busca por métodos e equipamentos que desperdicem ou utilizem uma menor
quantidade de água.
Por outro lado, um dos maiores consumidores de água é a irrigação para
a agricultura, entretanto, segundo Easter, Beeken e Tsur (1997), é o setor que
menos pode pagar e acaba sendo subsidiado pelos governos. Como
consequência, esses consumidores acabam sendo incentivados, pelas baixas
tarifas, a consumir cada vez mais água durante o processo.
Dentro deste contexto, e para viabilizar um uso equilibrado e consciente
da água, deve-se destacar as seguintes medidas para melhorar o gerenciamento
dos recursos hídricos:
- adotar-se valores diferentes para os usos urbanos e rurais;
- realizar estudos de realocação de água;
- implementar preços diferenciados para os usos
industriais;
- criar tarifas diferenciadas para a irrigação;
- buscar a conservação dos recursos hídricos; e
- privatizar parte dos recursos e incentivar a participação
dos usuários nos programas de descentralização.

Controle de enchentes
Durante o processo de urbanização ocorre a retirada da cobertura vegetal
para dar espaço a novas áreas quase totalmente impermeabilizadas. Mas a
cobertura vegetal, além do seu aspecto ecológico, tem como efeito a
interceptação de parte da precipitação, ou seja, a redução do escoamento
76
superficial e a proteção natural do solo contra a erosão. Assim, a perda dessa
cobertura vegetal terá como uma das principais consequências o aumento da
frequência de inundações devido à falta de interceptação das precipitações,
consequentemente a ocorrência de uma redução na taxa de infiltração, e o
aumento do escoamento dos rios.

Medidas para controle de inundações


As medidas para o controle de inundações podem ser de dois tipos:
estruturais e não-estruturais. Quando o sistema fluvial é modificado para se
evitar os prejuízos causados pelas enchentes, denominam-se de alterações
provenientes de medidas estruturais. As medidas não-estruturais procuram
adequar o meio de forma natural ou alternativa, com estudos e projetos que
possam recuperar em parte as características originais da área (taxas de
retenção e infiltração das precipitações).
Entre as medidas estruturais podem-se destacar a construção de
reservatórios, diques e barragens, a melhoria do canal ou das canalizações e
mudança do canal – retificação. Quanto às medidas não-estruturais, pode-se
citar regulação do uso do solo e construções à prova de enchentes.

Zoneamento de áreas de inundações


Um dos principais aspectos relacionados com a proteção ambiental e a
drenagem urbana se refere à faixa marginal dos arroios urbanos. O Código
Florestal prevê a distância de trinta metros da margem dos arroios, definida pela
seção transversal de leito menor. No desenvolvimento da grande maioria das
cidades brasileiras este limite não é obedecido, o que dificulta o controle da
infraestrutura. Assim, o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental
deve prever o correto zoneamento dessas áreas, para evitar a sua ocupação, e
os consequentes riscos de inundação.
A aplicação de um zoneamento local das áreas inundáveis engloba
etapas como a determinação do risco de enchentes, o mapeamento das áreas
sujeitas à inundação e o seu zoneamento. A utilização e o desenvolvimento

77
dessa ferramenta possibilita um maior planejamento da bacia hidrográfica e
permite a criação de mapas de alerta.

Uso Racional dos Recursos Hídricos


O uso racional dos recursos hídricos tem como objetivo assegurar que a
água, um recurso natural essencial à vida, cumpra o seu papel no
desenvolvimento econômico e no bem-estar social das comunidades, e seja
suficiente para continuar como um fator de equilíbrio dos ecossistemas. Para
possibilitar esse desenvolvimento, metas e planejamentos estruturados e com
rigorosos estudos científicos devem ser realizados a fim de propiciar o controle
e a utilização da água em padrões de qualidade satisfatórios, por seus usuários
atuais e pelas gerações futuras.
Para atingir esse nível de desenvolvimento, tornam-se necessários
profundos conhecimentos dos riscos e danos em diferentes áreas e grupos, para
entender, planejar e evitar possíveis danos ao ecossistema local. Em um período
em que uma grande ênfase está sendo dada a projetos que viabilizem o uso dos
recursos hídricos, faz-se uma abordagem mais aprofundada nos itens a seguir.

Navegação e aproveitamento hidrelétrico


Uma das formas mais antigas de aproveitamento dos recursos
hídricos é a navegação. Além de um sistema eficiente, é um dos mais baratos.
No Brasil ainda tem muito por fazer nessa área, seja pela falta de infraestrutura
ou mesmo pela ausência de incentivos ao seu desenvolvimento e
aproveitamento mais eficiente.
Por outro lado, o aproveitamento hidrelétrico brasileiro é exemplo
internacional. Nessa área o Brasil exporta tecnologia para diversos países do
mundo.
Mas é importante ressaltar que um sistema pode interferir no outro.
Um exemplo disso, são as hidrelétricas que não possuem sistemas de eclusas
para a transposição deste “obstáculo” para que os rios sejam completamente
navegáveis. Assim, faz-se de suma importância um perfeito planejamento e
viabilização de obras futuras, bem como a adequação de plantas já existentes.
78
Outros fatores que se deve levar em consideração, ao se construir
uma hidrelétrica, são as alterações que poderão ser ocasionadas na região pelo
lago formado. Alguns dos efeitos que podem ocorrer, vão desde alterações no
microclima e destruição de espécies de peixes nativos, até o assoreamento do
corpo d’água devido à criação de um novo sistema de águas lênticas.

Abastecimento
A utilização da água como fonte de abastecimento residencial é
uma das mais nobres dos recursos hídricos. A sua efetivação pode ocorrer tanto
pelo aproveitamento de recursos superficiais, quanto subterrâneos ou de ambos.
Apesar de possuirmos grande abundância de água no Brasil, várias
regiões já sofrem com a sua escassez e chegam a buscá-la a quilômetros de
distância do local de consumo.
Assim, cada vez mais torna-se necessário que sejam estabelecidas
metas de redução de consumo e sistemas de reaproveitamento da água como
forma de uso racional.
Outras medidas podem ser adotadas, como por exemplo, o
incentivo da captação e reserva da água das chuvas para usos menos nobres,
além de projetos hidráulicos residenciais e industriais mais eficientes.

Irrigação e vazão ecológica


A irrigação é uma forma de aproveitamento dos recursos hídricos
que possui uma importância estratégica para o País. Além de melhorar o
abastecimento interno, tem sido uma excelente fonte de riquezas ampliando as
exportações de alimentos de excelente qualidade e competitividade.
Mas nem tudo é tão perfeito assim. Se a irrigação, como qualquer
outro uso que se faz da água, perde o controle ou ultrapassa os limites
ambientais da região, pode causar danos ambientais ao ecossistema e conflitos
regionais na defesa de interesses econômicos locais.
Deve-se lembrar que existem limites ambientalmente suportáveis
para a retirada de água de um sistema ou ambiente. O excesso de exploração

79
pode levar a um colapso desse sistema, afetando inicialmente o ecossistema
aquático e posteriormente toda a fauna e flora local.
Mas muitas dúvidas e perguntas sobre esse tema ainda estão sendo
discutidas e estudadas. De uma maneira geral, todo excesso cometido causa
algum tipo de desequilíbrio e deve ser evitado através da fiscalização e cobrança
por usos mais eficientes.

Transposição de corpos d’água


Com o objetivo de aumentar a capacidade e quantidade de água
de um determinado corpo d’água, a transposição é uma ferramenta que pode
ser utilizada. Essa transferência de água de um local para outro vem sendo
utilizada há muito tempo e para os mais diversos fins (irrigação, abastecimento,
regularização, etc.).
Mas, assim como em outras atividades, a transposição deve ter
critérios rígidos quanto ao controle de danos ambientais que possam ser
ocasionados e ao estabelecimento de limites de volume e parâmetros que serão
adotados.
Tudo deve seguir rigorosos conceitos hidráulicos e ecológicos para
que a solução de uns não se torne problema para todos!

80
13 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Fonte: rodrigodelmasso.com.br

A legislação ambiental no Brasil é uma das mais completas e


avançadas do mundo. Criada com o intuito de proteger o meio ambiente
e reduzir ao mínimo as consequências de ações devastadoras, seu
cumprimento diz respeito tanto às pessoas físicas quanto às jurídicas.
Essas leis ambientais definem normas e infrações e devem ser
conhecidas, entendidas e praticadas. Afinal, há um processo de
mudança de comportamento na sociedade civil e no mundo empresarial,
que não está associado apenas às eventuais penalidades legais, mas à
adoção de uma postura de responsabilidade compartilhada entre todos
para vencer os desafios ambientais, que já vivenciamos.

Duas leis podem ser consideradas marcos nas questões relativas ao


meio ambiente
. Lei 9.605/1998 - Lei dos Crimes Ambientais - Reordena a legislação
ambiental quanto às infrações e punições. Concede à sociedade, aos órgãos

81
ambientais e ao Ministério Público mecanismo para punir os infratores do meio
ambiente. Destaca-se, por exemplo, a possibilidade de penalização das pessoas
jurídicas no caso de ocorrência de crimes ambientais.
. Lei 12.305/2010 - Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS) e altera a Lei 9.605/1998 - Estabelece diretrizes à gestão integrada e ao
gerenciamento ambiental adequado dos resíduos sólidos. Propõe regras para o
cumprimento de seus objetivos em amplitude nacional e interpreta a
responsabilidade como compartilhada entre governo, empresas e sociedade. Na
prática, define que todo resíduo deverá ser processado apropriadamente antes
da destinação final e que o infrator está sujeito a penas passivas, inclusive, de
prisão.

Outras importantes leis a serem citadas são:


. Lei 11.445/2007 - Estabelece a Política Nacional de Saneamento
Básico - Versa sobre todos os setores do saneamento (drenagem urbana,
abastecimento de água, esgotamento sanitário e resíduos sólidos).
. Lei 9.985/2000 - Institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza – Entre seus objetivos estão a conservação de
variedades de espécies biológicas e dos recursos genéticos, a preservação e
restauração da diversidade de ecossistemas naturais e a promoção do
desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais.
. Lei 6.766/1979 - Lei do Parcelamento do Solo Urbano – Estabelece
regras para loteamentos urbanos, proibidos em áreas de preservação
ecológicas, naquelas onde a poluição representa perigo à saúde e em terrenos
alagadiços.
. Lei 6.938/1981 - Institui a Política e o Sistema Nacional do Meio
Ambiente - Estipula e define, por exemplo, que o poluidor é obrigado a indenizar
danos ambientais que causar, independente da culpa, e que o Ministério Público
pode propor ações de responsabilidade civil por danos ao meio ambiente, como
a obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos causados.
. Lei 7.347/1985 - Lei da Ação Civil Pública – Trata da ação civil pública
de responsabilidades por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor e
82
ao patrimônio artístico, turístico ou paisagístico, de responsabilidade do
Ministério Público Brasileiro.
. Lei 9.433/1997- Lei de Recursos Hídricos – Institui a Política e o Sistema
Nacional de Recursos Hídricos - Define a água como recurso natural limitado,
dotado de valor econômico. Prevê também a criação do Sistema Nacional para
a coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre
recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.
. Lei nº 11284/2006 - Lei de Gestão de Florestas Públicas - Normatiza o
sistema de gestão florestal em áreas públicas e com a criação do órgão
regulador (Serviço Florestal Brasileiro) e do Fundo de Desenvolvimento
Florestal.
. Lei 12.651/2012 - Novo Código Florestal Brasileiro – Revoga o Código
Florestal Brasileiro de 1965 e define que a proteção do meio ambiente natural é
obrigação do proprietário mediante a manutenção de espaços protegidos de
propriedade privada, divididos entre Área de Preservação Permanente (APP) e
Reserva Legal (RL).
É importante lembrar que as leis enumeradas são apenas parte do Direito
Ambiental do País, que ainda possui inúmeras outras matérias, como decretos,
resoluções e atos normativos.
Há também regulamentações de órgãos comprometidos para que as leis
sejam cumpridas, como é o caso do Conselho Nacional de Meio Ambiente
(Conama) e do Ministério do Meio Ambiente.
Também é preciso ter conhecimento da legislação específica de cada
Estado e, ao seguir as normas estabelecidas pela legislação federal ou estadual,
sempre é aconselhável optar pelas mais restritivas para não correr o risco de
sofrer punições.

14 POLÍTICA AMBIENTAL

83
Fonte: emasjr.com.br

Política Ambiental é um conjunto de ações ordenadas e práticas tomadas


por empresas e governos com o propósito de preservar o meio ambiente e
garantir o desenvolvimento sustentável do planeta. Esta política ambiental deve
ser norteada por princípios e valores ambientais que levem em consideração a
sustentabilidade.

Importância
Atualmente, quase todos os governos e grandes empresas
possuem políticas ambientais. Além de mostrar para os cidadãos e
consumidores quais são os princípios ambientais seguidos, as políticas
ambientais servem para minimizar os impactos ambientais gerados pelo
crescimento econômico e urbano.
Estas políticas são, portanto, importantes instrumentos para a
garantia de um futuro com desenvolvimento e preservação ambiental. São
também fundamentais para o combate ao aquecimento global do planeta
(verificado nas últimas décadas), redução significativa da poluição ambiental (ar,
rios, solo e oceanos) e melhoria na qualidade de vida das pessoas
(principalmente dos grandes centros urbanos).

Ações práticas de uma política ambiental (exemplos):

84
- Adoção de processos de reciclagem.
- Ações que visem à redução do consumo de energia.
- Ações práticas para evitar o desperdício de água,
incentivando o seu consumo racional.
- Planejamento urbano adequado por parte dos governos.
Nestas ações são importantes a preservação de áreas verdes e
projetos de arborização urbana.
- Uso, sempre que possível, de fontes de energia limpa
como, por exemplo, eólica e solar.
- As empresas que geram qualquer tipo de poluição em
seu processo produtivo devem adotar medidas eficazes para
que estes poluentes não sejam despejados no meio ambiente
(ar, rios, lagos, oceanos e solo).
- As empresas devem criar produtos com baixo consumo
de energia e, sempre que possível, usar materiais recicláveis.
- Criação de projetos governamentais voltados para a
educação ambiental, principalmente em escolas.
- Implantação das normas do ISO 14000 e obtenção do
certificado.

Dica importante:
Acessando o site de grandes empresas é possível conhecer suas
políticas ambientais. Esta ação é importante, pois o consumidor poderá saber de
que forma a empresa trata o meio ambiente. Serve, portanto, de mais uma
informação voltada para a definição do consumo consciente.

85
15 DIREITO AMBIENTAL

Fonte: www.guairanews.com

15.1 Princípios Próprios do Direito Ambiental

O Direito Ambiental é referido como um dos chamados "direitos de terceira


geração", juntamente com o direito ao desenvolvimento, o direito à paz, o direito
de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e o direito de
comunicação.
O Direito Ambiental é referido como um dos chamados "direitos de terceira
geração", juntamente com o direito ao desenvolvimento, o direito à paz, o direito
de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e o direito de
comunicação.
Os princípios do Direito Ambiental estão voltados para a finalidade básica
de proteger a vida em quaisquer das formas em que está se apresente e, para
garantir um padrão de existência digno para os seres humanos, desta e das
futuras gerações.
O Direito Ambiental tem ainda o propósito de conciliar a pretensão da
sociedade de evoluir tecnologicamente e socialmente, com a necessidade de
garantir a preservação do equilíbrio ambiental, situação referida na doutrina e na
própria legislação ambiental como sustentabilidade.

86
Os princípios jurídicos ambientais podem ser implícitos e explícitos.
Explícitos são aqueles que estão claramente escritos nos textos legais e,
fundamentalmente, na Constituição da República. Implícitos serão aqueles que
decorrem do sistema normativo, em que pese não se encontrem escritos.
Isso equivale a dizer que, no ordenamento jurídico brasileiro, deve-se
buscar os princípios ambientais, primeiro, em nossa Carta Constitucional, sem
prejuízo de alcançá-los nas normas infraconstitucionais e nos fundamentos
éticos e valorativos que, antes de tudo, devem nortear as relações entre o
homem e as demais formas de vida ou de manifestação da natureza.
Destarte as considerações iniciais, passemos à análise de alguns
princípios a que demos destaque, dada a relevância que têm alcançado na
doutrina e na jurisprudência e, principalmente, em provas de concursos públicos.
O Princípio do Direito Humano ao Meio Ambiente Sadio tem berço no art.
225, caput da Constituição da República. Este princípio busca garantir a
utilização continuidade dos recursos naturais, que apesar de poderem ser
utilizados, carecem de 4 proteção, para que também possam ser dispostos pelas
futuras gerações. Para tanto é necessário que as atuais gerações tenham o
direito de não serem postas em situações de total desarmonia ambiental.
Temos o direito de viver em um ambiente sadio e livre de poluição sobre
qualquer das formas, sem que sejamos postos diante de situações que
acarretem prejuízos à qualidade de vida, em razão de posturas contrárias aos
dogmas de preservação do meio ambiente.
Trata-se de um dos mais importantes princípios do Direito Ambiental,
tanto no âmbito nacional, como no internacional. Tanto é que a Declaração de
Estocolmo de 1972 trouxe como direito fundamental do ser humano, a garantia
de condições de vida adequadas, em um meio ambiente de qualidade, suficiente
para assegurar o bem-estar.
Na Conferência do Rio, realizada em 1992 da Cidade do Rio de Janeiro,
o Princípio do Direito Humano ao Meio Ambiente Sadio foi reconhecido como o
direito dos seres humanos a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com
a natureza.

87
Este princípio, que reputamos ser o mais importante a sustentar o Direito
Ambiental, deve ser lido como um alerta ao aplicador das normas ambientais.
Isto porque além de representar uma garantia ao ser humano, representa
também a exigência de que o administrador público destine especial atenção à
preservação do meio ambiente nas mais diversas formas apresentadas pela
legislação ambiental.
Neste sentido e, por sua topografia no texto constitucional, o Princípio do
Direito Humano Fundamental ao Meio Ambiente Sadio deve ser interpretado
como a necessidade de o Estado focar suas ações em medidas de preservação,
apenas acolhendo subsidiariamente outras medidas de repressão ou de
recomposição dos prejuízos ambientais.

15.2 Lei de Política Nacional do Meio Ambiente

A Lei nº 6.938/81, recepcionada pela Constituição da República de


1988, cuida da Política Nacional do Meio Ambiente. Esta lei aponta uma séria de
medidas de ordem administrativa e civil, que à época de sua edição foram tidas
como necessárias à tutela do meio ambiente.
Decerto, como veremos adiante, hoje, outras medidas foram
apontadas pelo legislador como complementares às já adotadas pela Lei nº
6.938/81, no sentido de aprimorar a tutela do meio ambiente.

88
Fonte: www.dimex.com.br

A fim de traçar um marco eficaz de atuação da Administração Pública e


dos particulares na proteção do meio ambiente, a Lei nº 6.938/81, além de
apontar a estrutura de alguns órgãos públicos, trouxe ainda os denominados
instrumentos de política ambiental.
O art. 9º da Lei nº 6.938/81 aponta os instrumentos de política
ambiental, são eles: padrões de qualidade ambiental, zoneamento ambiental,
avaliação dos impactos ambientais, licenciamento ambiental, incentivos às
tecnologias voltadas para a proteção do meio ambiente, criação de espaços
territoriais protegidos, sistema nacional de informações ambientais, cadastro
técnico federal, penalidades disciplinares e compensatórias, concessão florestal
e servidão florestal (Lei nº 11.284/06).
O art. 6º da Lei nº 6938/81 traz o Sistema Nacional do Meio
Ambiente – SISNAMA, assim tido, em síntese, como a congregação dos órgãos
e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem
como as fundações públicas responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade
ambiental.
O art. 8º da Lei nº 6.938/198 e o art. 4º do Decreto nº 99274/1990,
trazem a composição do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA,
órgão integrante do SISNAMA e que tem várias competências em matéria
ambiental.
89
Dentre suas competências, damos destaque a duas, que vêm
sendo objeto de questionamento pelos examinadores, são elas:
a) a competência de editar normas e critérios de licenciamento
ambiental (arts. 8º, I da Lei nº 6.938/1981 e 7º, I do Decreto nº 99.274/1990) e a;
b) de decidir, como última instância administrativa, sobre as penalidades
aplicadas pelo IBAMA (arts. 8º, III da Lei nº 6.938/1981 e 7º, III do Decreto nº
99.274/1990).

15.3 Licenciamento ambiental:

Fonte: www.novoeste.com

A norma ambiental é bem clara ao apresentar as atividades e


empreendimentos que se submetem ao prévio licenciamento ambiental. Neste
sentido, temos o art. 10 da Lei nº 6.938/81, cuja redação adiante é apontada:
“A construção, instalação, ampliação e funcionamento de
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados
efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma,
de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão
estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente -
SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais

90
Renováveis - IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças
exigíveis”.
Na mesma linha, temos o art. 2º da Resolução CONAMA n° 237/1997,
cujo texto abaixo transcrevemos:
“Art. 2º- A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e
operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os
empreendimentos capazes, sob 18 qualquer forma, de causar degradação
ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente,
sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.”
Em resumo, submetem-se ao prévio licenciamento ambiental qualquer
atividade ou empreendimento passível de causar poluição, independentemente
de quem as desempenhe.

16 DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL

Fonte: www.vejadireito.com

Desde o seu surgimento, o Direito Ambiental vem ganhando força


na legislação brasileira com o intuito de se garantir o meio ambiente

91
ecologicamente equilibrado. Este fato se deve ao desenvolvimento econômico
que vem ocorrendo no país desde a época da colonização, com a exploração da
riqueza natural existente em solos brasileiros de forma rudimentar e predatória
com o lema de que “para crescer é necessário destruir”. (NUNES, 2005, p. 26).
A má utilização dos recursos naturais e o uso inadequado das
atividades humanas juntamente com o avanço tecnológico têm contribuído para
o aumento de danos ao meio ambiente, em escala cada vez maior, ocasionando
assim um comprometimento à saúde e à qualidade de vida tanto das presentes
como das futuras gerações.
Os problemas ambientais brasileiros, vividos mais gravemente de meados
do século XX até os dias atuais, são sobras da visão equivocada de
desenvolvimento perpetrada pelas gerações passadas e que, talvez, não
dispunham de mecanismos para dimensionar a situação hoje suportada pelas
presentes gerações. (NUNES, 2005, p27).
O grande caos vivido pela sociedade nos dias de hoje é resultado da falta
de conhecimento dos povos de antigamente. A mentalidade de uma sociedade
focada somente na ideia de que é necessário se desenvolver e que para isso
acontecer não importam as consequências de suas atitudes fizeram com que as
gerações de hoje, e consequentemente as futuras enfrentem problemas
gravíssimos na luta pela sobrevivência e na luta pelo seu bem-estar.
Uma sociedade que buscou apenas os próprios interesses na luta pelo
crescimento ocasionou os problemas que a nossa geração tem vivido e para isso
foram necessárias medidas para que esses problemas não se tornassem
catastróficos.
Como resultado dessas medidas o sistema jurídico brasileiro passou a ser
composto por normas jurídicas infraconstitucionais que visam à preservação do
meio natural, entre elas a Lei nº 4.771/65 (Código Florestal) que estabelece que
as florestas e demais vegetações que existem no território nacional são bens de
interesse comum da sociedade e que o direito de propriedade deve ser exercido
observando-a; a Lei nº 6.902/81 (Estações Ecológicas e Áreas de Proteção
Ambiental) que dispõe sobre a criação pelo governo federal, pelos estados e
municípios, de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e as
92
permissões para a exploração desses solos; a Lei nº 9.433/97 (Lei dos Recursos
Hídricos) que criou o Sistema Nacional de Recursos Hídricos e instituiu a Política
Nacional de Recursos Hídricos, e a Lei nº 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais)
que para as condutas lesivas ao meio ambiente estabelece sanções penais e
administrativas e dá outras providências aos crimes ambientais.
Uma lei importante e que merece destaque é a Lei nº 6.938 de 31 de
agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus
fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do
Meio Ambiente, cria o Conselho Nacional do Meio Ambiente e institui o Cadastro
Técnico Federal de Atividades e instrumentos de Defesa Ambiental. A respeito
desta Lei o autor Gleucio Santos Nunes (2005, p. 31) assim conclui:

Suas virtudes podem ser sintetizadas na definição do conceito de


poluição e poluidor, bem como no estabelecimento de diretrizes a
serem implementadas pelo Poder Público e pela sociedade, a fim de
minimizarem-se os efeitos da exploração predatória dos recursos
naturais.

Porém somente a partir de 5 de outubro de 1988, com a promulgação da


Constituição Federal brasileira, que “o meio ambiente passou a ser formalmente
considerado um bem jurídico.” (NUNES,p. 33). Os artigos 1º a 4º da Constituição
Federal estabelecem princípios fundamentais a serem observados pelo Estado
Democrático de Direito, dentre eles:

Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se
em Estado Democrático de Direito e tem como fundamento:
I – a soberania
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.

93
De acordo com Celso Antonio Pacheco Fiorillo e Renata Marques Ferreira
(2005, p. 4 e 5) é necessário que esses fundamentos elencados no art. 1º da
Carta Magna sejam obedecidos a fim de existir um direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado. Para eles, “a pessoa humana é verdadeira razão de
ser do direito ambiental brasileiro.”
O fundamento da soberania, primeiro inciso do artigo citado pressupõe
que “O direito ambiental está situado dentro de nosso poder de fazer e anular
leis de forma exclusiva em nosso território, organizando nossa racionalização
jurídica.”
O segundo fundamento é o da cidadania, que pressupõe a dignidade
social a todos os brasileiros e estrangeiros no país, “independentemente da
inserção econômica, social, cultural e política.”
A dignidade da pessoa humana é o terceiro inciso do artigo 1º da
Constituição e assegura que “O direito ambiental brasileiro é construído a partir
da dignidade da pessoa humana.”
O quarto fundamento constitucional dos valores do trabalho e da livre
iniciativa garante que:

A economia capitalista que visa à obtenção do lucro estará


sempre presente nas relações jurídicas ambientais, balizada pelos
valores maiores e superiores da dignidade da pessoa humana, o que
significa harmonizar a ordem econômica com a defesa do meio
ambiente. (art. 170, VI, da Constituição Federal). (FIORILLO, e
FERREIRA, 2005, p. 4).

E por último temos o quinto fundamento que é o pluralismo político


que “depende das formas de controle ligadas as estruturas de poder dentro do
Estado Democrático de Direito.”
Além desses fundamentos a serem observados na aplicação de
normas ambientais dispostas nos primeiros artigos da Carta Magna, podemos
nos direcionar especificamente ao estudo do artigo 225 da Constituição Federal
de 1988, em seu título VIII, que tratou de cuidar especialmente em seu Capítulo
VI da matéria Do meio ambiente:
94
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º -
Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o


manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País
e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material
genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo
prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e
o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou
submetam os animais à crueldade (...).
Com o decorrer dos anos é possível perceber que a defesa e proteção ao
Meio Ambiente têm recebido especial destaque no território brasileiro, por
intermédio da criação de leis, projetos de leis e decretos. São decisões que
consagram a sua preservação de modo cada vez mais minucioso, dando poder
não a um ente da federação apenas, mas atribuindo à União, Estados,

95
Municípios e Distrito Federal competência para legislarem sobre a matéria
ambiental. São normas e diretrizes estabelecidas para que a qualidade de vida
em nosso território seja garantida de forma igualitária a todas as pessoas que
habitam e desfrutam de todos os elementos que constituem o meio ambiente
que os cercam.

17 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO AMBIENTAL BRASILEIRO

Fonte: usnatura.com.br

Com relação aos princípios inerentes ao Direto Ambiental


presentes no art. 225 da Carta Magna, uma breve análise será feita. Esses
princípios são fundamentos de sistemas de governo e têm sido adotados
internacionalmente diante da necessidade de se preservar a natureza, com o
objetivo de se garantir uma melhoria na qualidade de vida planetária. É também
com a finalidade principal de se alcançar um meio ecologicamente equilibrado
que os Estados os têm colocado em prática.
A seguir, o entendimento de Celso Antônio Pacheco Fiorillo em sua
obra Curso de Direito Ambiental Brasileiro de 2001:

Aludidos princípios constituem pedras basilares dos sistemas político


jurídicos dos Estados civilizados, sendo adotado internacionalmente

96
como fruto da necessidade de uma ecologia equilibrada e indicativos
do caminho adequado para a proteção ambiental, em conformidade
com a realidade social e os valores culturais de cada Estado.
(FIORILLO, 2001, ps. 22 e 23).

Os princípios do direito ambiental na Constituição Federal podem ser


tratados como princípios da Política Global do Meio Ambiente, conforme Fiorrilo,
pois se tratam de “princípios genéricos e diretores aplicáveis à proteção do meio
ambiente.” (FIORILLO, 2001, pág. 23).

18 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Fonte: www.mgamineracao.com.br

18.1 Áreas degradadas: formas e exemplos de degradação

Em termos gerais, qualquer alteração causada pelo Homem no ambiente


gera, em última análise, algum tipo de degradação ambiental. Na pesquisa para
elaboração deste material, constatamos que as definições de área degradada e
degradação ambiental variam muito de acordo com o referencial. O Guia de
Recuperação de Áreas Degradadas, publicado pela SABESP, (2003, p. 4) define
degradação ambiental, como sendo “as modificações impostas pela sociedade
97
aos ecossistemas naturais, alterando (degradando) as suas características
físicas, químicas e biológicas, comprometendo, assim, a qualidade de vida dos
seres humanos.”
Em “Meio Ambiente: Aplicando a Lei”, Neves e Tostes (1992, p. 20)
colocam a seguinte definição para o ato de degradar: “Degradar é deteriorar,
estragar. É o processo de transformação do meio ambiente que leva à perda de
suas características positivas e até à sua extinção”. Os autores lembram que, ao
longo do tempo, tanto aqueles que exercem atividades econômicas, quanto o
Poder Público, têm provocado degradação ambiental. Com relação ao Estado
são citadas as seguintes fontes de degradação: as estatais poluidoras, más
gestões de saneamento, e incentivos fiscais a atividades degradantes (como foi
observado com o incentivo à pecuária na região amazônica).
Já Luís Enrique Sánchez (Desengenharia, 2001, p.82) define a
degradação do solo, como um termo mais amplo do que poluição (do solo),
englobando: “(I) a perda de matéria devido à erosão ou a movimentos de massa,
(II) o acúmulo de matéria alóctone (de fora do local) recobrindo o solo, (III) a
alteração negativa de suas propriedades físicas, tais como sua estrutura ou grau
de compacidade, (IV) a alteração das características químicas, (V) a morte ou
alteração das comunidades de organismos vivos do solo”. Todos estes tipos de
degradação, levantados por Sánchez, podem ser intensificados no caso de
desflorestamento das áreas de preservação permanente, o que já justificaria a
importância de recuperar, o mais rápido possível, a vegetação original dessas
áreas.

O meio urbano degradado


No meio urbano, o simples fato da maior parte das áreas serem
desflorestadas já constitui um sério problema ambiental. No entanto, as cidades
acumulam inúmeros outros problemas ambientais. Os veículos movidos a
combustíveis fósseis lançam no ar toneladas de partículas poluentes, que
prejudicam o funcionamento de todos os ambientes próximos, além de serem a
causa de diversos problemas de saúde para o ser humano. Outro consequência
do uso de combustíveis fósseis é a formação de ácidos, a partir dos óxidos de
98
carbono e enxofre, que resultam nas chuvas ácidas. Esse fenômeno altera de
forma negativa os ecossistemas aquáticos, prejudicando a agricultura e as
florestas.
Especialistas na matéria há tempo têm advertido o poder público e a
sociedade sobre a necessidade imediata de um replanejamento do destino de
todos os resíduos sólidos. O modo de vida nas cidades tem gerado sérios
problemas em decorrência do excesso de produção de lixo, que inutilizam e
poluem grandes áreas. A questão dos LIXÕES e o esgotamento dos Aterros
Sanitários é um sério problema para todos os municípios. A preocupação com o
destino desses resíduos vem crescendo: ao invés de causar prejuízos sociais e
ambientais o lixo pode gerar lucro. A criação de cooperativas de “catadores de
lixo”, é um exemplo de solução que associa o sustento econômico de muitas
famílias à preservação ambiental.
Outro sério problema nos centros urbanos é o lançamento de esgotos
domésticos e industriais considerados a principal forma de poluição das águas.
A advertência dos ecólogos sobre a necessidade de tratamento adequado
também não é recente. Porém, mesmo nos países ricos, a recuperação de rios
começou a acontecer nos últimos anos, sendo que ainda há muito que se fazer.
O Rio Tietê em São Paulo talvez seja o exemplo mais gritante nessa questão,
onde bilhões de dólares estão sendo investidos para recuperar o estrago
causado pela atividade humana.

Planejamento Urbano Influindo na degradação ambiental


A falta de planejamento nas grandes cidades leva a uma mudança brusca
no ciclo natural das águas, gerando uma série de problemas ambientais. O mais
comum deles são as inundações. A falta de áreas verdes, a impermeabilização
do solo e canalização dos rios e córregos, são apontados como os principais
causadores das inundações. Além disso, o acúmulo de resíduos lançados pelo
Homem nos cursos d’água provoca o assoreamento do leito, intensificando o
problema das inundações e diminuindo as chances de vida de inúmeras
espécies. Portanto, projetos de despoluição e reflorestamento (não só à beira

99
dos rios) nas cidades são fundamentais para o equilíbrio ambiental e para o bem
estar social, proporcionando um regime de águas mais próximo ao natural.

Resíduos industriais
As indústrias lançam nas águas, diariamente, toneladas de substâncias
que não podem ser decompostas por processos naturais, e que
consequentemente acumulam-se nos seres vivos. Os chamados metais
pesados. Os resíduos industriais podem ainda se acumular no solo, tornando
extensas áreas impróprias para a maior parte das atividades humanas. A recente
contaminação do solo no condomínio de chácaras no município de Paulínia, é
apenas um exemplo das consequências desse tipo de degradação: quando o
problema foi detectado, dezenas de pessoas já haviam sido contaminadas de
forma irreversível ao se alimentaram de frutas e verduras produzidas em solo
contaminado.

O Modelo Agrícola
Há muito tem se discutido os impactos negativos das atividades agrícolas
resultantes da chamada Revolução Verde. Nesse modelo agrícola, o uso de
adubos industriais, herbicidas e inseticidas tem poluído o ambiente, além de
contaminar os alimentos com substâncias tóxicas. A monocultura, adotada
nesse modelo, além de ser dependente de constantes intervenções geradoras
de poluição e erosão do solo, provoca a redução da biodiversidade local e em
muitos casos comprometem o patrimônio genético da agricultura.
Para se ter uma noção da influência da expansão das fronteiras agrícolas
na degradação ambiental, segundo informações do Ministério do Meio Ambiente,
33% da vegetação do cerrado das nascentes do Rio Xingu e de seus afluentes
já foram destruídas. A bacia do Rio Xingu atravessa dois importantes biomas
brasileiros, o Cerrado e a Floresta Amazônica, com um território de 2,6 mil
hectares e o principal vetor deste ritmo de degradação é o modelo de atividade
agropecuária, implantado a partir da década de 60.

100
Várias alternativas vêm sendo desenvolvidas no intuito de gerar formas
de produção de alimentos mais saudáveis e menos impactantes para o meio
ambiente. A permacultura, sistemas agroflorestais, agricultura biodinâmica e
controle biológico de pragas são algumas das principais formas de produção
agrícola – chamadas genericamente de agricultura orgânica ou agroecológica –
que respeitam o ambiente e a saúde humana. No entanto, o estabelecimento e
viabilidade da agroecologia sofrem fortes resistências dos céticos e,
principalmente, de grandes grupos econômicos que se beneficiam de todo o
conjunto de produtos industriais (tratores, sementes, fertilizantes e defensivos)
que acompanham o modelo da Revolução Verde. Ainda são necessários
investimentos em pesquisas e divulgação dos benefícios e modos de produção
orgânica, para efetivamente diminuir os impactos desastrosos que a atividade
agrícola convencional vem promovendo. Deve-se agregar ainda o fato de que
20% da safra de soja 2004/2005 ter sido plantada com sementes transgênicas.

A erosão
O problema da erosão – quase sempre resultante de algum tipo de
degradação ambiental – pode gerar mais degradação na medida em que se
desenvolve, como, por exemplo, o assoreamento de rios e perda de área
agrícola. Práticas agrícolas incorretas e desmatamento indiscriminado podem
ser apontados como os principais responsáveis pelos processos erosivos.
Nesses casos, o reflorestamento e as mudanças nos sistemas de cultivo
poderiam atenuar de maneira significativa o problema; em áreas rurais, vários
fatores interagem para determinar a intensidade desse processo erosivo. Entre
eles, podemos destacar:
 Índice pluviométrico
 Características do solo (textura e estrutura)
 Tamanho e declividade da encosta
 Tipos de uso e manejo do solo
 Práticas conservacionistas adotadas (conjunto de práticas no
sentido de diminuir a erosão).

101
No ambiente urbano a erosão pode ser ainda mais
desastrosa: deslizamentos de terra nas encostas dos morros,
resultam em milhares de vítimas e desabrigados, provocam o
assoreamento dos rios e, além de gerar prejuízos, transmitem
doenças contagiosas. Para atenuar esses problemas, o
reflorestamento, pelo menos de áreas críticas e de preservação
permanente, se faz urgente.

19 CONCEITOS BÁSICOS DE RECUPERAÇÃO, REABILITAÇÃO E


RESTAURAÇÃO

Restauração – o conceito de restauração remete ao objetivo de


reproduzir as condições originais exatas do local, tais como eram antes de serem
alteradas pela intervenção. Um exemplo de restauração é o plantio misto de
espécies nativas para regeneração da vegetação original, de acordo com as
normas do Código Florestal.
Recuperação – o conceito de recuperação está associado à ideia de que
o local alterado deverá ter qualidades próximas às anteriores, devolvendo o
equilíbrio dos processos ambientais. Os Sistemas Agroflorestais (SAF)
regenerativos, que consistem em sistemas produtivos diversificados e com
estrutura semelhante à vegetação original, têm sido usado com êxito na região
norte do país para recuperar áreas degradadas por pastagens.
Reabilitação – a reabilitação é um recurso utilizado quando a melhor (ou
talvez a única viável) solução for o desenvolvimento de uma atividade alternativa
adequada ao uso humano e não aquela de reconstituir a vegetação original, mas
desde que seja planejada de modo a não causar impactos negativos no
ambiente. A conversão de sistemas agrícolas convencionais para o sistema
agroecológico é uma forma importante de reabilitação, que vem melhorando a
qualidade ambiental e a dos alimentos produzidos.

102
20 A IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR

A quantidade de água em contato com o solo é um dos fatores


determinantes no processo de erosão; as margens dos rios são, portanto,
extremamente vulneráveis a ela, o que pode causar danos gravíssimos, como
assoreamento e perdas de solo para agricultura. Na natureza, ao longo dos anos,
a instalação de uma vegetação nas margens dos rios foi fundamental para a
estabilização e existência dos leitos: as Matas Ciliares, assim denominadas pela
similaridade da ação exercida pelos cílios na proteção dos olhos.
As Matas Ciliares também atuam como um filtro natural para
eventuais resíduos de produtos químicos, fertilizantes e agrotóxicos, e o próprio
processo erosivo. Os cursos d’água que apresentam sua mata ciliar íntegra são
menos impactados por estes agentes. Formam longos corredores de vegetação
ao longo dos rios contribuindo para a manutenção da biodiversidade e o
equilíbrio dos ecossistemas.

20.1 Formas de recuperação da mata ciliar

O processo de instalação lento e gradual de organismos em um


determinado local é chamado de sucessão ecológica. No caso desse processo
ocorrer em uma área até então desabitada, diz-se que ocorre sucessão primária;
no caso de instalação de organismos em uma área que já se constituía como um
ecossistema, como, por exemplo, uma área de mata desmatada ou queimada,
dizemos que ocorre sucessão secundária.
A sucessão primária pode ocorrer em rochas inabitadas, em áreas
cobertas por lava vulcânica resfriada ou ainda em telhados antigos. A ausência
de nutrientes orgânicos não permite a sobrevivência de organismos heterótrofos
(que não produzem o próprio alimento), e a escassez de nutrientes inorgânicos
dificulta a sobrevivência de autótrofos (que produzem o seu alimento) de grande
porte. Devido à capacidade de síntese de matéria orgânica e ao pequeno porte
os primeiros organismos a se desenvolverem nessas condições são os liquens,
as cianobactérias e os musgos, que são chamados de organismos pioneiros e
103
constituem, juntamente com os consumidores e decompositores desses seres,
as comunidades pioneiras.
Com o passar do tempo, a decomposição de fezes, tecidos e organismos
mortos produz nutrientes inorgânicos, como os nitratos e o fosfatos, permitindo
a sobrevivência de gramíneas, herbáceas, e animais invertebrados e
vertebrados de pequeno porte. Esses organismos constituem as chamadas
comunidades intermediárias ou seres.
As comunidades intermediárias ou seres, propiciam o desenvolvimento
das árvores da vegetação “adulta” (geralmente de ciclo de vida longo), que
formam as comunidades clímax.
Já o processo de sucessão secundária ocorre em locais anteriormente
povoados, cujas comunidades saíram do estágio de clímax por modificações
climáticas, pela intervenção humana (como em um terreno desmatado ou
queimado), ou pela queda de uma árvore na mata abrindo uma clareira na
floresta. Nesses casos, a sucessão se dá a partir das comunidades
intermediárias (seres), e na ausência de perturbações ambientais – como por
exemplo, queimadas, poluição do ar e do solo, agrotóxicos e novos
desmatamentos – a comunidade pode se desenvolver até atingir o clímax, como
descrito para a sucessão primária. No entanto, quase sempre os fatores de
perturbação ambiental ocorrem, dificultando e, às vezes, até impedindo o
processo de sucessão natural. O tempo para esse processo acontecer é muito
longo, podendo ultrapassar 60 anos, para alguns tipos de ambientes, mesmo na
ausência total de problemas ambientais. O estudo dos detalhes do processo de
sucessão ecológica é, portanto, fundamental para que possamos auxiliar, de
maneira positiva, o processo de dinâmica do desenvolvimento da vegetação,
seja aumentando a velocidade da recomposição da vegetação ou contornando
as perturbações ambientais. Um fator importante que deve ser sempre levado
em consideração é que as espécies arbóreas têm diferentes necessidades e
resistências com relação à luz solar.
Algumas espécies só se desenvolvem com radiação solar direta, durante
todo o ciclo de vida – são as árvores pioneiras. Essas plantas são interessantes
para iniciar o processo de recuperação, gerando sombra para aquelas árvores
104
que necessitam de menos luz. As árvores predominantes na vegetação adulta
(clímax) – chamadas de climácicas – têm pouquíssima tolerância à luz durante
seu desenvolvimento. Um terceiro grupo – o das secundárias – que necessitam
de mais luz que as climácicas, porém, não suportam tão bem o excesso de luz
quanto as pioneiras. As árvores secundárias, em alguns casos, são subdivididas
em grupos, de acordo com sua tolerância à luz (que pode ser maior ou menor).
Maiores detalhes com relação a essas características serão abordadas no
capítulo seguinte: o reflorestamento.

21 PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA O SUCESSO DO


REFLORESTAMENTO

21.1 Seleção de Espécies:

Para a recomposição da mata nativa devem ser usadas somente espécies


originais do próprio local, pois, além de reconstituir com mais fidelidade o
ambiente original, as plantas nativas têm muito mais chances de se adaptarem
ao ambiente. Quando se trata da recuperação da mata ciliar, devem ser tomados
alguns cuidados especiais, tais como:
• Condições do solo,
• Elevação do nível do rio,
• Escolha das espécies mais adequadas e o seu ciclo de
vida.
Muitas vezes, as áreas na beira dos rios estão sujeitas a alagamentos
temporários, portanto, não basta escolher espécies nativas da região, elas têm
que se adaptar às condições específicas deste ambiente.
Outro fator a ser levado em conta, são as raízes das plantas. Muitas delas
atingem o lençol freático, portanto as espécies escolhidas devem se desenvolver
bem nessas situações.

105
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