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RESENHA

Hendricks, Howard G. e Hendricks, William D., Vivendo na palavra: A arte e


a ciência da leitura da bíblia, Editora Batista regular, 2017.

Nessa gloriosa obra que uniu pai e filho, Chuck Swindoll no prefacio vai
corretamente declarar que os métodos de estudo do livro de Hendricks permite que
a Bíblia torne-se “amiga do usuário”, abrindo a porta para a compreensão bíblica
através do estudo bíblico indutivo. Apesar da bíblia ser um livro longo e sem
ilustrações, segundo Swindoll, sua leitura pode ser aperfeiçoada com os métodos
ensinados neste livro através da pratica. O objetivo é mover o leitor há hábitos
pessoais de estudo da Bíblia, removendo todo o pensamento de erudição para a
leitura bíblica, sem mistérios, com praticidade, de fácil leitura e excelente aplicação.
Depois de mais de quatro décadas ensinando essas verdades em sala de aula,
Hendricks faz um excelente trabalho apresentando o passo-a-passo desses
métodos com muita praticidade.

Os quatro primeiros capítulos do livro, Hendricks estabelece bases eficaz


para o aprendizado pessoal do estudo bíblico. Ele faz isso explicando primeiro
porque as pessoas não estudam o Bíblia, ilustrando experiências com perguntas e
respostas sobre os assuntos, o autor vai dizer que alguns precisam de um plano que
funcione ou não sabem como estudar, Outros consideram-se apenas um leigo,
Muitos não têm tempo, alguns têm dúvidas sobre a Bíblia, enquanto outros
simplesmente não veem o estudo da Bíblia interessante. Uma vez que o autor tenha
descoberto a fraqueza do leitor, ele continua desenvolvendo o caso para mostrar a
necessidade de estudar a Bíblia. Hendricks enfatiza três benefícios essenciais para
o estudo da Bíblia: crescimento, maturidade espiritual e eficácia espiritual. Com essa
ideias o autor começa a descrever como o seu livro pode ajudar, fornecendo um
processo simples e comprovado.

A todo momento o leitor é encorajado com o senso de autoconfiança no


manuseio das Escrituras, trazendo motivação para experimentar a alegria da
descoberta pessoal. E finalmente, o benefício do leitor em ter um relacionamento
profundo com DEUS. Hendricks, no entanto, revela que existem alguns custos
envolvidos, como tempo e esforço, mas que no final vai valer a pena. Ele fecha o
capítulo 4 com uma visão geral do processo descrevendo sua abordagem em três
passos: observação, interpretação e aplicação. Estas três etapas formam a base
para o restante do livro.

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O capitulo cinco começa com o primeiro passo do estudo bíblico que é a
observação, tendo como principal pergunta e resposta: “O que eu vejo?”. O autor vai
dar um maior valor para a observação, chegando a afirmar que o que faz de uma
pessoa ser melhor estudante da bíblia que outra é simplesmente a capacidade de
ver mais (p. 50). Dentro Capítulo 6, Hendricks começa a envolver o leitor através do
trabalho de apenas um verso real de Escritura, mostrando a importância da definição
de termos, identificando os aspectos gramaticais ou literários, estrutura da
passagem, observando as relações de causa-efeito e relacionando o verso com o
livro todo. O capítulo 7 é gasto para provar ao leitor que ele deve aprender a ler. O
autor recomenda dois recursos valiosos para ajudar o leitor: A arte de ler livro de
Mortimer J. Adler e Charles Van Doren.

Os capítulos 8 a 17 continuam no processo de observação. O escritor


baseia-se na necessidade de aprender a ler, dando ao leitor dez estratégias para a
leitura de primeira ordem. Estão inclusas aprender a ler com atenção,
repetidamente, pacientemente, seletivamente, em oração, de forma imaginativa,
meditativa, com propósito, aquisitiva e telescopicamente. Estes capítulos são repleto
de dicas úteis, despertando uma curiosidade a cada pista para a leitura da Bíblia.
Dentro dos capítulos, são expostos perguntas de esclarecimento da leitura,
incentivando o leitor a fazer perguntas ao texto como: Quem? O que? Onde?
Quando? Por quê? Por quê? Hendricks instrui o leitor a Mergulhar no texto. O
estudante da Bíblia deve prestar muita atenção ao contexto do que ele está lendo.

No capítulo 18 o autor instrui a trabalhar com um parágrafo olhando apenas


para o versículo observando seis coisas. Lembrando que a chave para a observação
é entender o que você vê, o leitor é encorajado a assumir o papel de um detetive
bíblico. As pistas para seguir estão nos capítulos 19 a 23 que são: enfatizadas,
repetidas, semelhantes, diferentes e verdadeiras para a vida real como o autor
descreve. Este capitulo instrui o leitor a observar as especificações, considerando
sempre o quadro geral, questões e respostas, causa e efeito, símiles, metáforas, o
uso do termo “mas” e ironia. Em capítulos 24-26, Hendricks encoraja o leitor a obter
uma visão geral, resumir observações e Compreender o significado dos fatos.

Com a primeira etapa da observação concluída, o leitor é instruído a passar


para a segunda etapa que é a interpretação. Nesse passo o autor vai responder a
pergunta: "O que quer dizer?" Hendricks nesse passo tem o cuidado especial em
explicar o objetivo da interpretação. O leitor é encorajado a tentar se posicionar no
lugar do autor bíblico e recriar sua experiência – pensando como ele pensava, sentir
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como ele se sentia e decidir como ele decidia. Estamos perguntando: o que isso
significa para ele? antes de perguntarmos o que significa para nós. Para enfatizar
este ponto, o autor passa os capítulos 27 a 29 explicando cuidadosamente o valor
da interpretação, a necessidade de lidar com cuidado as Escrituras e a necessidade
de prestar atenção ao gênero bíblico.

Em seguida, o leitor recebe cinco chaves para interpretação, que auxiliar na


abertura do texto bíblico. Essas chaves incluem conteúdo, contexto, comparação,
cultura e consulta. O foco no contexto ensina o leitor a ter consciência daquilo que
precede a sua passagem e o que se segue. O autor vai declarar que existem vários
tipos diferentes de contexto, incluindo literário, histórico, cultural, geográfica e
teológica. A chave de comparação é dada para ensinar o leitor a comparar as
escrituras com a própria escritura. Nesta etapa, Hendricks mostra o valor de uma
boa concordância. A cultura também tem muito a ver com a interpretação correta da
Bíblia. O autor demonstra o cuidado de entender cada passagem de acordo com a
cultura de cada época. Finalmente, o leitor é instruído a consultar outras versões
bíblicas como ferramenta de estudo. Essas ferramentas incluem concordâncias,
dicionários bíblicos, manuais bíblicos, Bíblia comentada e outros recursos adicionais.
A ordem é sempre a mesma: primeiro a Palavra de Deus; depois fontes secundarias.
Capítulos 35 a 38 conclui o segundo passo.

Finalmente, o que torna este livro tão agradável é a forma como Hendricks
motiva o leitor a prosseguir na leitura e ao mesmo tempo trazendo desafios para a
aplicação diária. O autor afirma que “o objetivo deste livro é ajudá-lo a perguntar
perguntas observando sempre o texto bíblico. Para o pastoreio, este livro é um alerta
para o envolvimento do estudo real do texto. A tentação existe para tornar fontes
secundárias primárias, porém a palavra de Deus será sempre lâmpada para nossos
pés. Serve muito bem para pregadores que tudo alegorizam e esquecem de olhar
para o texto. Vivendo a palavra é um livro para se ter na sua biblioteca, igreja e
principalmente ser aplicada na vida de cada homem e mulher de Deus.

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