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Desconhecido; ©Dreamstime.com/Santos; ©P. Imagem/Pith
Fotos: ©Shutterstock/Monkey Business Images; ©Shutterstock/Fotógrafo

Na segunda unidade deste

livro, na parte coletiva, você vai
preparar um resumo sobre os problemas
enfrentados pelos consumidores ao alugar
um imóvel, escreverá uma mensagem,
destinada aos pais, sobre a importância
dos exercícios para as crianças e criará um
depoimento baseado em uma crônica de
Luis Fernando Verissimo e, por último,
produzirá uma carta de apoio a um amigo.
Na parte individual, você discutirá a
importância da leitura, falará sobre reciclagem
e a importância da gratidão em seu dia a dia.

32 | Trinta e dois
 Parte coletiva
De ouvidos abertos

Tarefa I – O novo proprietário responde por

contas do imóvel?
Imagine que você trabalha para uma organização de proteção ao consumidor, a qual disponibiliza,
em uma página na internet, vídeos com especialistas que tiram dúvidas de consumidores que estão
sofrendo com problemas em relação aos produtos e serviços que compraram.
Considerando as informações do vídeo, produza um resumo de apresentação, informando o
problema tratado pelo especialista, de quem é a responsabilidade no caso em questão e qual a melhor
forma de os consumidores se protegerem desse problema.
Você vai ver o vídeo “O novo proprietário responde por contas do imóvel?” duas vezes.
Enquanto assiste, faça anotações sobre o conteúdo no espaço a seguir.
Informe aos alunos que eles assistirão à gravação duas vezes. Eles deverão fazer anotações sobre o vídeo, procurando se concentrar
naquelas informações solicitadas no enunciado que poderão ajudá-los a produzir o texto. Em seguida, toque o vídeo (ele é
apresentado duplicado no disco, por isso não é necessário parar a reprodução e tocá-lo novamente.)
Depois de tocar o vídeo duas vezes, confira com o grupo o que foi anotado. Se as respostas estiverem de acordo com o que
foi apresentado, anote no quadro as informações apresentadas pelos alunos. Por último, assista ao vídeo mais uma vez, porém
pausadamente para tirar eventuais dúvidas.

Em relação ao vocabulário: Sugestões de informações a serem

* Imobiliária: empresa que intermedeia a compra, a venda e o aluguel de imóveis; anotadas:
* proprietário: dono; – Problema: quando uma pessoa
* direito imobiliário: conjunto de leis relativas a transações imobiliárias; compra um imóvel e ele tem dívidas
* locatário: pessoa que aluga um imóvel; antigas, quem deve ser responsabili-
* intermediar: fazer mediação entre duas partes interessadas em uma mesma questão; zado por essas dívidas?
* imóvel: propriedade, como casa, apartamento, prédio, terreno, fazenda, etc.; – Para responder à questão, foi con-
* boamente: de boa vontade; sultado um advogado especializado
* entrar com ação: disputar na justiça; em direito imobiliário.
* certidão negativa: documento que comprova que uma pessoa ou empresa não – O responsável pelo pagamento é o
tem nenhuma dívida ou problema com a justiça; antigo proprietário ou a imobiliária.
* condomínio: taxa que se paga, quando se mora em apartamento ou em con- – Quem compra um imóvel deve veri-
domínio fechado, relativa às despesas com portaria, iluminação, limpeza, etc. ficar se este não tem dívidas antigas.

Essa atividade objetiva trabalhar com os efeitos de sentido do verbo “contar” e do substantivo

Fique ligado
“conta” com base em contextos comunicacionais distintos. Assim, pretende-se ampliar a per-
cepção do aluno em relação ao uso dessas expressões.

acho que não daremos

Andre Muller. 2010. Digital

Andre Muller. 2010. Digital

conta de terminar antes ela fez de

das oito da noite. conta que não
me viu.

Trinta e três | 33
1. O substantivo “conta” e o verbo “contar” podem ter diversos significados, especialmente quando
combinados a outros verbos e/ou preposições. Leia as orações a seguir e, baseado no contexto em
que as expressões estão inseridas, relacione-as aos significados apresentados.
a. Temos muito serviço, e acho que não daremos conta de terminar antes da oito da noite!
b. Elas não faziam o trabalho direito, por isso a empresa lhes deu a conta.
c. Ela se atrasou porque estava concentrada no trabalho e quando se deu conta já eram quase sete
da noite.
d. Precisamos contar quantos itens foram vendidos para fazermos o relatório.
e. Eu vou até lá para ajudar meu irmão, afinal ele conta com todos nós.
f. Já está na hora de voltar ao trabalho. Vou pedir a conta ao garçom.
g. Ele trabalhava aqui até semana passada, mas arrumou um trabalho melhor e pediu a conta.
h. Antes de comprar as passagens, é melhor fazer as contas para saber se poderemos viajar.
i. Eu vi a Maria no cinema ontem, mas ela fez de conta que não me viu.
j. Esqueci a chave da minha casa no escritório... eu não contava com essa!

(  f ) Pedir para o garçom cobrar a refeição em um restaurante.

(  d ) Verificar a quantidade de algo.
(  e ) Esperar receber apoio.
(  h ) Calcular.
(  b ) Demitir alguém.
(  j ) Achar que algo pode acontecer.
(  a ) Ser capaz de fazer algo.
(  g ) Demitir-se de um trabalho.
(  i ) Fingir.
(  c ) Perceber.

2. Complete as frases a seguir utilizando as expressões com o verbo “contar” e o substantivo “conta”.
Observe que em algumas frases será necessário conjugar o verbo adequadamente.
a. Semana passada, aluguei um filme e, quando ele começou     me dei conta    que já tinha
assistido a ele.
b. Eu vou     pedir a conta    da empresa onde trabalho, pois recebi uma proposta melhor.
c. Eles não vão viajar porque     fizeram as contas    e viram que vai faltar dinheiro.
d. Maria teve trigêmeos e não    dá conta    de cuidar dos três bebês.
e. Estamos     contando com    a ajuda dos nossos amigos em nossa mudança.
f. O Luciano falou tudo novamente, mas ela     fez de conta    que não sabia de nada.
g. O chefe dela lhe     deu a conta    porque ela se atrasava todos os dias.
h. Antes de     pedir a conta    , vou tomar um cafezinho.
i. Ela não     contava com    os gastos inesperados que teve com o carro.
j. Ela     contou    o número de convidados que estavam na festa: havia 97 pessoas!

34 | Trinta e quatro
 Peça aos alunos para preencherem o boxe com as informações pedidas. Este é
Mãos à obra um treinamento para que eles reflitam sobre a tarefa que eles terão de cumprir.

Releia o enunciado da Tarefa I e preencha o quadro a seguir com as informações pedidas.

Compreensão da Tarefa I
a. Gênero textual a ser produzido: resumo
b. Função do texto: apresentar informações sobre o vídeo dentro do site da agência
c. Público-alvo: internautas em geral
d. Registro do texto:  ( X ) formal ( ) informal

As informações inseridas no resumo a seguir são sugestões de infor-

mações relevantes para o cumprimento da tarefa.
Existem, segundo Van Dijk & Kintsch, basicamente 3 técnicas que podem ser úteis
Tintim por tintim ao escrevermos um resumo: o apagamento, a generalização e a construção.

Características do gênero resumo:

‹‹ Trata-se da apresentação concisa e seletiva de pontos relevantes de um texto e/ou documento.
‹‹ Apresenta as principais informações do texto de origem, de forma lógica e organizada, por meio
de frases que se inter-relacionam e mantêm uma unidade de sentido.
‹‹ Quanto à estruturação do texto, vale ressaltar a importância do uso de recursos coesivos para dar
sentido e fluidez ao texto, garantindo que as informações não fiquem isoladas umas das outras.

O novo proprietário responde por contas do imóvel ?

a. Apagamento: consiste em apagar, em cortar as partes que são desnecessárias. Geralmente essas partes são os adjetivos e os advérbios
ou frases equivalentes a eles.
b. Generalização: é uma estratégia que consiste em reduzir os elementos da frase pelo critério semântico, ou seja, pelo significado.
c. Construção: trata-se de substituir uma sequência de fatos ou proposições por uma única, que possa ser presumida a partir delas, tam-
bém baseando-se no significado.
Explique também ao grupo que, para a realização de um resumo, é necessário que antes sejam identificadas as principais informações e ideias
no texto de origem. Depois disso, é necessário que essas informações sejam articuladas de maneira que permitam ao leitor encontrar o tema,
objetivos e principais informações do texto a ser resumido. Para isso, é importante construir um texto novo e utilizar, quando necessário, conec-
tivos e relatores. Lembre-os de que produzir um bom resumo é um processo de reconstrução do sentido do texto que o origina.

Sugestão de texto a ser apresentado:

No vídeo a seguir, são apresentadas informações sobre quem deve ser responsabilizado quando uma pessoa compra um imóvel e
este tem dívidas antigas. Para responder à questão, foi consultado um advogado especializado em direito imobiliário, que afirma que o
responsável pelo pagamento é o antigo proprietário ou a imobiliária. No entanto, quem compra um imóvel deve verificar se este tem
dívidas antigas.

O que esperar do texto produzido para avaliar a produção dos alunos, observe se cumpre os seguintes requisitos:
1. pertencer ao gênero resumo, observando as características de seu formato (concisão, apresentação das informações mais
importantes sem repetições ou dados desnecessários);
2. apresentação de registro formal;
3. utilização das informações da reportagem para apresentar as informações que são mostradas no vídeo.

Trinta e cinco | 35
 Como já visto na unidade anterior, a segunda tarefa consiste de um áudio,
que é ouvido duas vezes. É importante, neste momento, usar a habilidade de
De ouvidos abertos compreensão auditiva para tomar notas sobre o conteúdo da gravação.

Tarefa II – A prática do esporte na infância

Celpe-Bras Leia o enunciado da questão com o grupo e ajude-os a tirar suas dúvidas. Explique que, nesse momento, o
mais importante é compreender bem o texto que lhes servirá de base para o desenvolvimento da tarefa. O
Faixa 5 do CD.
cumprimento da tarefa propriamente dita será trabalhado em um segundo momento.
Você vai ouvir duas vezes uma reportagem do programa Saúde em Foco (Rádio
CBN, agosto de 2007), podendo fazer anotações enquanto ouve.

Como presidente da associação de pais de uma escola, preocupado com a saúde das
crianças, escreva uma mensagem destinada aos associados com base na matéria que você
ouviu. Em seu texto, dê destaque às implicações da prática esportiva na infância.

Relembre o grupo de que A palavra do pediatra

a gravação será tocada
duas vezes, e que deverão
fazer notas sobre o que
ouvirão, procurando focar-
-se no que pode ajudá-los
a produzir o texto pedido
Segundo a Dra. Maria Cristina Senna Duarte, o importante é respeitar a vontade
das crianças. A pediatra, ressaltou que devem observadas [sic], por conta das
diferenças entre as faixas etárias, cuidados especiais. Até os dois anos de idade,
as crianças não param quietas, cansando os pais até a exaustão. Após o primei-
ro aniversário, a criança já pode iniciar o seu aprendizado de natação, esporte
ideal nesta fase.

no enunciado. Em segu-
ida, toque o áudio (ele é
apresentado duplicado
no próprio DVD, por isso
não é necessário pará-lo e
tocá-lo novamente).
Sobre o vocabulário:
Pediatra – médico
especialista em tratar de
crianças;
Faixa etária – idade;
Modalidade (esportiva) –
tipo de esporte;
Lúdicas – referentes ou
com características de
jogos e brincadeiras;
Obesidade – sobrepeso
acima de 15% do peso
ideal;
Infantil – relativo à infância
ou a crianças.
Fotos: ©Getty Images/J. Clarke ; ©LatinStock/Corbis/LWA-Dann Tardif ; ©Shutterstock/Albert Cheng ; ©Shutterstock/Jaimie Duplass
A partir dos 3 anos, a médica tem a mesma opinião do especialista em Medi-
cina Esportiva brasileiro, que indica a apresentação de várias modalidades aos
pequenos. Outro aspecto importante ressaltado pelos dois é que as atividades
devem ser lúdicas e garantir que as crianças se divirtam. Mas o mais importante
é que as associações internacionais de pediatria reforçam a indicação de que as
crianças devem praticar exercícios, pois essa é a mais eficiente ferramenta para
prevenção da obesidade infantil e das doenças cardiovasculares no futuro. E
anote aí: mande suas dúvidas e sugestões para saudeemfoco@globo.com.br.
Eu sou Luis Fernando Correa para o Saúde em Foco.
Sugestões de informações para o aluno anotar:
– Segundo a Dra. Maria Cristina Senna Duarte, é importante respeitar a von-
tade das crianças.
– Devem ser observados, por conta das diferenças entre as faixas etárias, cui-
dados especiais.
– Até os dois anos de idade, as crianças não param quietas.
– Após o primeiro aniversário, a criança já pode aprender natação, esporte
ideal nesta fase.
– A partir dos 3 anos, a médica indica a apresentação de várias modalidades
às crianças.
– Os médicos dizem que as atividades devem ser lúdicas e divertidas.
– O mais importante: as associações internacionais de pediatria reforçam que
as crianças devem praticar exercícios, pois é a forma mais eficiente de preven-
ção da obesidade infantil e das doenças cardiovasculares no futuro.
– Dúvidas e sugestões: saudeemfoco@globo.com.br.

36 | Trinta e seis
 Tintim por tintim

Observe neste fragmento da gravação o uso das palavras em destaque:

“Até os dois anos de idade, as crianças não param quietas, cansando os pais até a exaustão. Após o primeiro
aniversário, a criança já pode iniciar o seu aprendizado de natação, esporte ideal nesta fase.
A partir dos 3 anos, a médica tem a mesma opinião do especialista em Medicina Esportiva brasileiro [...]”

As palavras em destaque possuem que característica em comum?

(  ) Introduzem ideias que se opõem em relação ao sentido expresso.
(  ) Marcam os fatos que ocorrem no passado.
(  x ) Indicam ideia de tempo.

1. Complete as frases a seguir com os relatores de tempo. Relembre aos alunos que
relatores de tempo são
a. Eu morei com os meus pais        
até os 20 anos. expressões utilizadas para
até apresentar noção temporal,

após b.        
Após o filme, fomos tomar um café. como estas que seguem.

a partir de c. A loja abre        

a partir de segunda.
desde d. Se você        
já tem mais de 18 anos, pode obter Carteira de Habilitação.
antes e. Ela sempre chega        
antes das 8 da amanhã.
já Andre Muller. 2010. Digital.
f. Eles moram nesta rua        
desde o ano passado.
está anoitecendo...
2. Utilize os relatores de tempo para relacionar os fragmentos a seguir.
a. Ela trabalha aqui        
desde que a empresa veio para a cidade.
b. Eu pretendo começar a fazer regime       
a partir de semana que vem!
c. Vou sair de casa cedo para chegar       
antes da hora do almoço.
d. Está anoitecendo,        
já é hora de irmos embora!
e. Você pretende ficar vendo televisão       
até que horas?

Mãos à obra
Peça aos alunos para preencherem o boxe com as informações pedidas. Este é
um treinamento para que eles reflitam sobre a tarefa que terão de cumprir.
Releia o enunciado da Tarefa II para preencher o quadro a seguir
com as informações sobre o texto a ser produzido.

Compreensão da Tarefa II
a. Gênero textual a ser produzido: mensagem institucional
b. Objetivo do texto: informar as implicações (efeitos) da prática esportiva na infância
c. Público-alvo: pais de alunos da escola
d. Registro do texto:  ( X ) formal ( ) informal

Trinta e sete | 37
 Podemos entender o gênero mensagem também como uma espécie de carta
direcionada aos membros da associação de pais de alunos da escola. Dessa forma,
Tintim por tintim podemos utilizar algumas das características do outro gênero.

Características do gênero mensagem institucional:

‹‹ Vocativo: informa a quem é destinada, que são os mesmos que utilizamos no gênero carta;
‹‹ Introdução, informando o assunto tratado, e a justificativa do envio.
‹‹ Apresentação das informações e argumentos persuasivos, a fim de convencer o interlocutor da
importância do que está sendo afirmado;
‹‹ Saudação de despedida;
‹‹ Local, data; As informações inseridas na carta são apenas sugestões de infor-
mações relevantes para o cumprimento da tarefa.
‹‹ Assinatura com nome, cargo e instituição.

(Vocativo: informe aos alunos sobre a necessidade de inserir dois-pontos – aceitam maiúsculas ou minúsculas após eles – após
o vocativo)
Senhores pais:/Prezados pais:/Caros pais:

(Primeiro parágrafo: introdução ao assunto)

Sabemos da importância da saúde de nossos filhos. Por essa razão, a associação de pais desta escola gostaria de divulgar
algumas informações acerca da importância da prática de esportes desde a infância.

(Parágrafo(s) para desenvolvimento das ideias)

Segundo pediatras, o esporte é a melhor forma de prevenir problemas, como a obesidade infantil e doenças cardiovas-
culares no futuro. Mas, antes de impor as atividades aos nossos filhos, devemos saber que é importante respeitar a vontade das
crianças e observar que cada faixa etária precisa de cuidados especiais.
A natação, por exemplo, é o esporte ideal para crianças após o seu primeiro aniversário. A partir dos 3 anos, pode-se
apresentar outras modalidades às crianças, mas os médicos afirmam que as atividades devem ser lúdicas e divertidas.

(Parágrafo de conclusão)
Nós, da associação, esperamos que essas informações possam ajudar a decidir como encaminhar os filhos quanto a
praticar atividades esportivas.

(Saudação de despedida)
Cordialmente,/Atenciosamente,/Um abraço,

(Local e data)
Florianópolis, 30 de agosto de 2010.

(Seu nome/Cargo/Instituição)
nome
Presidente da Associação de Pais da Escola

O que esperar do texto produzido: para avaliar a produção dos alunos, observe se esta cumpre os seguintes requisitos:
1. pertencer ao gênero mensagem/carta, observando as características de seu formato (vocativo, introdução, desenvolvimento,
conclusão, saudação final, local, data e assinatura);
2. apresentar registro formal;
3. utilizar as informações da gravação para apresentar as informações e argumentos para que os pais se preocupem com a
prática de esportes por seus filhos, observando os cuidados apresentados pelos pediatras consultados para o texto em áudio.

38 | Trinta e oito
 Tire de letra
Tarefa III – Mais histórias de verão
Celpe-Bras
Imagine que você seja um dos personagens da crônica a seguir, publicada no caderno Donna do
jornal Zero Hora. Escreva outro texto para ser publicado no mesmo caderno, narrando a sua versão dos
acontecimentos e posicionando-se a respeito deles.
Não era um casamento. Nada, na verdade, iria mudar. Assinariam um papel, só isso. Seria um contrato como qualquer outro.
Mais histórias de verão
Já estavam vivendo juntos há alguns anos e de-
cidiram regularizar, de alguma maneira, a situação.
Uma formalidade, apenas. Um amigo advogado, um
tabelião, duas assinaturas e pronto. Se ela quisesse, po-
deriam ter algum tipo de cerimônia. Parentes, champa-
nha, talvez uns canapés? Não, que bobagem. Não era
um casamento. Nada, na verdade, iria mudar. Assina-
riam um papel, só isso. Seria um contrato como qual-
quer outro, como um contrato para dedetizar a casa.
Para que sua união significasse um pouco mais do que
apenas viverem juntos.
Mas no caminho do escritório do advogado ela
confessou que estava nervosa. Por que nervosa?
– Sei lá – disse ela.
E disse:
– Isto está ficando muito sério.
Ele parou o carro e disse:
– Se você não quer, a gente não faz. Esquece a
ideia.
– Não, não. É que... – diz ela.
Ela não sabia o que era. Saiu do carro. Ele também
saiu e a abraçou. Estavam na beira de um terreno vazio.
Um areal. Ele disse:
– Seria apenas uma formalidade. Mas se você não
Sobre o vocabulário do texto:
quer... Tabelião – oficial público que registra e autentica
Ela: documentos. canapés – pequena fatia de pão
– Você acha que precisa? sobre a qual se põe diferentes
coberturas, servida como
– Claro que não precisa! aperitivo.
contrato – documento que oficializa um acordo.
dedetizar – aplicar inseticida.
areal – local coberto de areia; lugar de onde se extrai areia.
solenidade – cerimônia.
olhos arregalados – olhos bem abertos.
As tarefas III e IV da parte coletiva têm como
elementos disparadores textos escritos.
Como nas tarefas anteriores, a função do
primeiro momento é fazer exercícios de
compreensão do texto provocador, para
em seguida trabalhar a realização da tarefa
propriamente dita.
Luis Fernando Verissimo
Ele olhou em volta. A poucos passos deles, um
cano enferrujado com uma torneira em cima saía de
dentro da terra. O chão em torno do cano estava seco.
– Vamos fazer o seguinte – disse ele.
– Vamos ver se sai água dessa torneira. Se sair...
– Milagre. Saía água da torneira. Ele propôs que
os dois molhassem as mãos na água, depois juntassem
suas mãos molhadas e jurassem que se amariam para
sempre. Pra que advogado, tabelião, contrato?
Sua união não precisaria de mais significado do
que aquilo. Estaria abençoada por aquela água mila-
grosa vinda ninguém sabia de onde, por aquela soleni-
dade secreta que os dois nunca esqueceriam.
– Venha – disse ele – molhe as suas mãos.
Mas ela estava de olhos arregalados, paralisada.
Aquela água jorrando daquele cano esquisito, vinda
ninguém sabia de onde. Aquele areal no meio da ci-
dade. Por que tinham parado logo ali? E era impres-
são dela ou todo o ruído do trânsito em volta cessara,
como se o mundo inteiro esperasse para ouvir seu ju-
ramento? Fosse qual fosse o significado de tudo aquilo,
era significado demais.
– Eu, hein? – disse ela.
E depois:
– Agora é que ficou sério!
Não adiantou ele insistir. Ela pediu um tempo
sozinha para pensar na relação e não tem atendido o
telefone.
ZERO HORA, 9 jan. 2005.
Trinta e nove | 39
1. De que o texto trata?
O texto trata de um casal que está a caminho do escritório do advogado para assinar o contrato de casamento para oficializar a sua

união. No entanto, a mulher fica indecisa e eles não o assinam.

2. A que se refere a frase “Uma formali­dade, apenas.”?

À assinatura do contrato de casamento, pois eles já viviam juntos e apenas o tornariam oficial.

3. Classifique as informações a seguir conforme o personagem ao qual elas são relacionadas.

( A ) homem a. indecisão (B)
( B ) mulher b. compreensão ( A )
c. nervosismo (B)
d. recusa (B)
e. insistência (A)
f. ruptura (B)

4. O texto “Mais histórias de verão”, de Luis Fernando Verissimo, é uma crônica. Com base na leitura e em
seus conhecimentos a respeito desse gênero, marque verdadeiro (V) ou falso (F)
(  F ) Dificilmente seria encontrado em um jornal.
(  F ) Trata-se de um texto jornalístico.
(  V ) É um texto que narra um fato pitoresco do dia a dia.
(  V ) Pode oferecer uma reflexão acerca dos fatos narrados.
(  F ) Possui linguagem extremamente difícil.

Peça aos alunos para preencherem o boxe com as informações pedidas. Este é um treina-
Mãos à obra mento para que eles reflitam sobre a tarefa que terão de cumprir.

Releia o enunciado da Tarefa III para preencher o quadro a seguir com as informações sobre o texto
a ser produzido.

Compreensão da Tarefa III

a. Gênero textual a ser produzido: depoimento
b. Objetivo do texto: narrar a versão de um dos personagens do texto sobre os fatos, em primeira pessoa.
c. Público-alvo: leitores do jornal
d. Registro do texto:  ( X ) formal ( ) informal

40 | Quarenta
 Tintim por tintim

Características do gênero depoimento:

‹‹ o depoimento é um gênero no qual se narra ou apresenta um acontecimento com base no ponto
de vista do próprio depoente – ou seja, é escrito em 1.a pessoa.
‹‹ pode tratar tanto da narração de fatos reais quanto de fictícios;
‹‹ geralmente os fatos são ordenados cronologicamente, mas pode haver variações;
‹‹ por apresentar fatos que já aconteceram, no depoimento predominam verbos nos pretéritos per-
feito e imperfeito;
‹‹ seu registro e forma podem variar bastante, dependendo sempre do contexto de enunciação.

O que esperar do texto produzido:

Para avaliar a produção dos alunos, observe se esta cumpre os seguintes requisitos:
1. pertencer ao gênero depoimento, observando as características de seu formato: uso de 1.a pessoa, apresentando uma versão dos
acontecimentos e, como pede o enunciado, apresentando um posicionamento sobre eles;
2. apresentação de registro formal ou informal, desde que seja observado o público-alvo;
3. utilização das informações do texto para apresentar os acontecimentos.
Sugestões:
– Se o aluno optar por narrar do ponto de vista masculino, apresentar perplexidade diante do comportamento da companheira,
abraçando-a em seguida, demonstrando compreensão ao entender que, se ela não desejar assinar o documento, isso não é
necessário, apresentar que encontrou a torneira em um lugar inusitado e que teve a ideia de celebrar sua união com a água da
torneira e, por fim, contar que ela decidiu romper o relacionamento e que não responde a telefonemas. Em algum momento do texto,
poderão surgir pistas do posicionamento do narrador, ao expressar ideias como “não compreendo o que aconteceu”, ou “o que fiz de
errado, se soubesse não teria tido a ideia de oficializar nosso casamento”.
– Se a opção for escolher o ponto de vista da mulher, deve contar que se sentiu insegura diante da proximidade da assinatura do
documento, que o companheiro parou o carro, abraçou-a e foi compreensivo, que encontraram a torneira naquele lugar inusitado, da
ideia dele sobre a celebração com a água, a negativa e a intensificação da sensação de angústia e insegurança e, por fim, a interrupção
do relacionamento para pensar, além do fato de não atender mais a telefonemas.

Quarenta e um | 41
 Tire de letra

Tarefa IV – Há males que vêm para o bem

Celpe-Bras
Leia o relato apresentado no texto “Há males que vêm para o bem” (Revista Bons Fluidos, julho de 2007).

Suponha que você tenha um amigo que está descontente com o emprego e com a vida. Para
encorajá-lo, escreva-lhe uma carta, utilizando a história de Francisco como exemplo de sucesso.

Volta por cima Há males que vêm para o bem

Esse adágio popular faz todo o sentido para o administrador Francisco Antônio Nilber Santiago
Barroso, 46 anos. Um puxão de tapete o fez sair de um emprego burocrático e descobrir na condução de
uma pousada seu verdadeiro talento.
Nasci em Canindé, uma cidade de 170 mil habitantes e
muito conhecida pelo turismo religioso a 110 km da capital
cearense. Meu pai, já falecido, era fazendeiro, e minha mãe,
professora aposentada. Ela sempre achou importante minha
educação. Por isso, fui para Fortaleza terminar o Ensino Mé-
dio e fazer faculdade. Fiz duas: Administração de Empresas
e Ciências Contábeis. Estudei inglês, alemão e francês. Em
1986, mudei para o interior do Maranhão por causa de uma
oportunidade de trabalho no Banco do Brasil. Anos depois, fui
transferido para Natal, onde sofri uma depressão profunda, e
em 1995 retornei a Fortaleza. Nesse regresso, passei pelo pri-
meiro revés da vida adulta. Fui indicado para substituir meu
chefe, que estava de férias. E tive um baque quando, no mesmo
dia em que ia assumir o posto, sentar na cadeira dele e tudo o
mais, ele reapareceu. Uma colega fez com que ele retornasse
de férias justamente nesse dia. Foi clara a intenção de puxar
meu tapete com o consentimento dele. Me senti tão péssimo
que, no mesmo dia, entrei num plano de demissão voluntária.
De imediato, não me desesperei. O dinheiro da rescisão
deu para montar uma locadora e consegui levar o negócio
por meses. Mas fracassou. Depois veio a fase difícil, pois era
casado e já tinha dois filhos. Saber que o dia 20 não era mais
a data de pagamento me dava uma insegurança constante.
Ainda tentei trabalhar como contador com minha mulher,
mas estava profundamente infeliz. Até que em 1999 decidi
abandonar a contabilidade e me separar. Nessa época, minha
mãe adoeceu e, ao visitá-la, percebi que o motivo era a pou-
sada fundada por ela.
O casal que tomava conta do hotel e recebia 10% do
faturamento estava pedindo mais: queria 50% dos lucros.
Isso a deixou debilitada e, ao mesmo tempo, pareceu a
oportunidade de que eu precisava. Não me importei de
deixar a cidade grande e voltar para a pequena. Era o
mês de março, de baixa temporada para o turismo. Mas
fui levando um dia de cada vez, sem muita expectativa,
adicionando aos poucos um diferencial de higiene e con-
forto aos quartos. Fiz empréstimos e todo dinheiro que
ganhava reaplicava na pousada. Aos poucos a clientela
aumentou e passamos das quatro suítes e dos seis quar-
tos comuns para 17 suítes, dois quartos simples, cafeteria,
área de lazer, cozinha comunitária e uma biblioteca. Re-
cebo turistas brasileiros e estrangeiros e, para alguém que
era tímido e introvertido – a ponto de ter sofrido de fobia
social –, me considero hoje em dia um falante. Sentar
na calçada e ouvir um bom-dia de quem passa na rua
é, para mim, um abraço que recebo. E desde que retor-
nei para Canindé, esse gesto simples só tem cimentado
a certeza de que fiz a coisa certa. Meus filhos, hoje com
16 e 11 anos, vieram morar comigo e aumentaram essa
alegria. Por tudo isso, agradeço à colega que, embora
tentando me prejudicar, foi a responsável por uma mu-
dança maravilhosa em minha vida. Há males que vêm
para o bem. Não tenho a menor dúvida de que o dia em
que tive mais coragem na vida foi quando saí do banco.
E o de maior sorte foi aquele em que resolvi voltar para
casa.

42 | Quarenta e dois
1. Com base no texto “Há males que vêm para o bem”, relacione as expressões a seguir às definições.
a. ser transferido            (  c ) parar de trabalhar em uma empresa por vontade própria rece-
bendo para isso uma compensação financeira.
b. assumir o posto
(  b ) começar a exercer uma posição no trabalho.
c. demissão voluntária
(  d ) término do contrato de trabalho, ou dinheiro resultante deste
d. rescisão
processo.
(  a ) ir trabalhar na mesma empresa, mas em cidade diferente.
2. De que trata o texto?
O texto é o depoimento do administrador Francisco, que conta ter passado por várias dificuldades em sua vida, mas que, ao voltar para a

pequena cidade onde vivia sua mãe para administrar uma pequena pousada, reencontrou a sua felicidade.

3. Que dificuldades o administrador Francisco conta ter passado em seu depoimento?

Ele sofreu uma depressão quando foi transferido para Natal; em Fortaleza, uma colega “puxou o tapete” dele e ele pediu demissão; com o

dinheiro da rescisão, ele montou uma locadora, que fracassou. Em 1999, ele abandonou a contabilidade e se separou de sua mulher.

4. De acordo com o texto, o que significa a expressão “puxar o tapete?”

“Puxar o tapete” significa fazer algo para prejudicar outra pessoa.

5. Conforme o texto, o que Francisco quer dizer com a frase “tive um baque”?
Ele quer dizer que teve um choque, que a situação criada pela sua colega o fez se sentir muito mal, sem acreditar no que acontecia.

6. De que maneira a frase “Há males que vêm para o bem” se aplica aos fatos narrados no texto?
Quando a colega de trabalho de Francisco o prejudicou, ela involuntariamente fez com que ele mudasse de vida. Depois de vários mo-

mentos difíceis, ele começou a cuidar da pousada de sua mãe no interior e ali ele se tornou uma pessoa mais feliz.

Neste momento, o foco principal é cumprir a tarefa pedida, ou seja, a produção do texto
a partir das informações retiradas do vídeo. Converse com os alunos sobre a importância

Mãos à obra de ler atentamente os enunciados das questões, para que saibam exatamente o que está
sendo pedido.

Releia com atenção o enunciado da Tarefa IV e, em seguida, complete o quadro com as informações
para ajudá-lo a entender o que deve ser feito. Peça-lhes para relerem o enunciado da Tarefa IV e, com base nessa
leitura, eles deverão preencher o boxe a seguir. Depois de um
minuto, peça para o grupo apresentar as suas respostas. Anote as
Compreensão da Tarefa IV respostas certas no quadro para que todos possam copiar.

a. Gênero textual a ser produzido: carta

b. Objetivo do texto: encorajar um amigo que está infeliz com o emprego e a vida
c. Público-alvo: amigo
d. Registro do texto:  ( ) formal ( X ) informal

Quarenta e três | 43
 Tintim por tintim

Características do gênero carta informal:

‹‹ possui um cabeçalho com local e data em que a carta é produzida;
‹‹ apresenta uma saudação ao leitor, como “Querido...”, “Meu amigo...”, etc.
‹‹ no parágrafo inicial, há uma introdução ao assunto a ser tratado ou, ainda, o motivo de se estar
escrevendo a carta;
‹‹ nos parágrafos seguintes, são mostradas as informações mais importantes: sugestões, problemas,
informações;
‹‹ no último parágrafo, deve ser apresentada uma conclusão;
‹‹ ao final da carta, há uma despedida; para cartas informais é comum utilizar “Abraços”, “Beijos”, “Com
carinho”, etc., seguido do nome e assinatura do autor da carta;
‹‹ a respeito de cartas informais, elas podem apresentar uma estrutura muito mais flexível, sem ne-
cessariamente ter de obedecer a uma ordenação específica de seu conteúdo.
As informações inseridas na carta são apenas sugestões de informações relevantes para o cumprimento da tarefa.

Belo Horizonte, 17 de agosto de 2010.

Querido amigo:

Sei que você está vivendo um período difícil. Você não se sente mais tão feliz com seu trabalho e acontece o mesmo
com sua vida pessoal. Eu gostaria muito de poder ajudar, por isso resolvi lhe escrever.
Recentemente li o depoimento de um homem que vive no Ceará, e que passou por uma situação parecida com a sua.
Na carta ele conta as dificuldades que viveu: [...].
No entanto, um dia ele foi visitar sua mãe que estava doente, em Canindé, sua cidade Natal. Sua mãe tinha uma pousada
[...] e ele começou a administrá-la.
Hoje ele diz que se não fosse a maldade que sua colega lhe fez no passado, não estaria vivendo um momento tão bom
em sua vida. [...]
Por isso, eu gostaria de lhe dizer que esse momento vai passar, e que coisas melhores virão para você [...]

Um grande abraço,
Nome do aluno

O que esperar do texto produzido:

Para avaliar a produção dos alunos, observe se cumpre os seguintes requisitos:
1. pertencer ao gênero carta, observando as características de seu formato (possuindo, inclusive, abertura e fechamento);
2. apresentar registro informal e adequado à situação proposta;
3. utilizar as informações do texto como argumentos para encorajar o amigo com base no exemplo dado no texto “Há males
que vem para o bem”.

44 | Quarenta e quatro
 Parte individual
Relembre aos alunos de como a parte individual da prova funciona (explicações detalhadas na
introdução do livro). Para fornecer aos alunos um diagnóstico adequado sobre sua produção oral,
consulte, no Manual do Professor, a grade de correção da parte individual (interação face a face).
Na ponta da língua
A situação ideal para o trabalho de preparação da parte individual
seria realizar a entrevista da maneira como ela de fato ocorre (em 20
minutos, dividida em 4 partes, individualmente). No entanto, como

Elemento provocador 1 alternativa a isso, peça à turma para observar o primeiro elemento
provocador por um minuto. Em seguida, faça a primeira pergunta.
Anote no quadro as ideias que surgem e chegue a um consenso
com os alunos sobre a melhor maneira de responder a ela.
Leia e observe este material por 1 minuto e responda às questões. Faça então as perguntas seguintes para
realizar uma grande discussão sobre o
tema, ajudando os alunos a perceberem
possibilidades para as respostas.

Sobre o vocabulário do elemento provocador:

8 MOTIVOS para incentivar a leitura. Nova Escola, n. 229. p. 75.
Repertório – quantidade de conhecimentos, assuntos, músicas, etc.
“Liga o senso crítico na tomada” – “ligar na tomada” significa “ativar”.

1. Dentre os motivos apresentados na propaganda para incentivar a leitura, quais você considera mais
importantes? Por quê? Ele deverá escolher pelo menos dois para apresentar como mais importantes e explicar a razão de suas
escolhas.
2. Em sua opinião, por que são feitas propagandas como essa?
O aluno deve sugerir motivos, por exemplo: para as pessoas ficarem mais informadas, conhecerem mais sobre o mundo
ao seu redor, que nem todas as pessoas gostam de ler, que o hábito da leitura é pouco comum entre os jovens, etc.
Quarenta e cinco | 45
 Resposta pessoal do aluno. Se o aluno disser que não gosta de ler, pergunte-lhe quando ele lê alguma
coisa. Se, por exemplo, ele disser que lê notícias na internet ou sobre algum assunto específico, tente
3. O que você gosta de ler? explorar essa possibilidade, perguntando-lhe por que tem interesse por essa área, se vai à procura de
material impresso sobre o tema, etc.
4. Para você, o que faz uma pessoa gostar ou não de ler?
O aluno pode discorrer sobre experiências pessoais com relação à leitura, relatar algum caso ocorrido com amigos.
5. Você acha que o hábito da leitura faz com que uma pessoa se torne mais inteligente? Comente.
Peça para o aluno justificar a resposta.
6. Você acha que a internet está fazendo com que as pessoas percam o hábito de ler materiais
impressos? Comente a respeito.
A resposta mais natural é “sim”, pois muitas revistas e jornais disponibilizam seu conteúdo em seus websites. No entanto, como não são
todas as pessoas que têm acesso à tecnologia, muitas ainda preferem o formato impresso.

Elemento provocador 2

Celpe-Bras
http://veja.abril.com.br/230909/quantas-anda-reciclagem-brasileira-p-134.shtml

A quantas anda a reciclagem brasileira

A expressão “a quantas anda” significa o mesmo que “como está?”
23/09/2009 | Veja.abril
Em catorze anos, o Brasil avançou na coleta seletiva que dá início ao reprocessamento dos dejetos. Passou de 81 muni-
cípios com esse sistema implantado em 1994 para 405 em 2008. Ainda é pouco – o número representa apenas 7% das
cidades brasileiras. Mesmo assim, nos itens abaixo, o país figura bem no cenário mundial.

As cidades brasileiras que mais oferecem População

recipientes e transporte públicos para coleta Cidade
atendida (%)
seletiva (o que não significa que o lixo seja
Curitiba (PR) 100
realmente separado e reciclado)
Itabira (MG) 100
Porto Alegre (RS) 100
Santos (SP) 100
Santo André (SP) 99,8
São José dos Campos (SP) 90
Londrina (PR) 85
Florianópolis (SC) 84
Belo Horizonte (MG) 80
Campinas (SP) 75

EMBALAGENS DE ALUMÍNIO GARRAFAS PET EMBALAGENS DE VIDRO

O Brasil é o campeão, com 94% O país recicla 51%. Os japoneses, Os brasileiros superam os
de reciclagem, à frente de Japão e que estão em primeiro lugar, americanos, por 46% a 40%
Argentina (ambos com 90%) exibem um índice de 62%
Disponível em: <http://veja.abril.com.br/230909/quantas-anda-reciclagem-brasileira-p-134.shtml>. Veja, 23 set. 2009. p. 134.

1. O que você conhece sobre o processo de reciclagem de materiais?

Com base na leitura do elemento provocador, ele pode citar que plásticos, papel e metais – principalmente – podem ser reciclados.
2. No seu país, são comuns a coleta seletiva de lixo e a reciclagem de materiais? Fale sobre isso.

46 | Quarenta e seis
3. No caso do Brasil, quais são os principais materiais reciclados? E no seu país? Segundo o texto, o Brasil é o país que
mais recicla embalagens de alumínio, garrafas de PET e embalagens de vidro. Há cidades que têm políticas públicas de coleta seletiva e transporte.
4. Qual a sua opinião sobre os números da reciclagem no Brasil?

5. Você costuma fazer a coleta seletiva de lixo? Por quê? Como?

Para essa resposta, o aluno pode falar sobre seus hábitos com relação ao destino que ele dá ao lixo.
6. Em sua opinião, como a sociedade pode melhorar o aproveitamento dos dejetos?
O aluno pode dizer que menos materiais poderiam ser retirados da natureza ou que menos poluição seria gerada pela produção de materiais
novos. Sobre o vocabulário, “dejetos” é o mesmo que lixo.

Elemento provocador 3

©Dreamstime.com/David Dominguez
A gratidão de
cada dia
A gratidão, ligada à gentileza, é uma das coisas que
nos fazem humanos e conectam às outras pessoas.
Você consegue se lembrar da última vez em que se
sentiu – e demonstrou-se – grato?

Perguntamos às pessoas quando foi a última vez que se sentiram gratos ou que deixaram
alguém muito agradecido por algo que fizeram.

“Estou muito agradecida à minha
amiga Ercília, pois, desemprega-
da como eu, conseguiu um tra-
balho para mim. Agradeço pela
nossa amizade de 44 anos. Se
Deus quiser ela arruma um em-
prego também, como auxiliar de
odontologia.”
Maria Alice Queiroz, 44 anos,
empregada doméstica.
“Passei dez anos trabalhando em
um lugar sem receber reconhe-
cimento pelo meu esforço. Mas
hoje recebi uma proposta de
trabalho com um horário mais
flexível e muito mais benefícios.
Estou muito agradecida por isso.”
Terezinha Janzura, 47 anos,
comerciante.
“Eu não via minha irmã há mais
de dez anos. Quando soube
que ela estava doente, resolvi ir
a Santa Catarina e visitá-la. Foi
um sacrifício para mim fazer essa
viagem, mas ela ficou muito fe-
liz e mal conseguia parar de me
agradecer.”
Agostinho Medeiros, 64 anos,
eletricista aposentado.

CELUZNIAK, Adriana. A gratidão de cada dia. Gazeta do Povo, Curitiba, domingo, 11 abr. 2010. Caderno Viver Bem, p. 9.

1. Você já viveu uma situação parecida com alguma das apresentadas no texto?
O aluno deve estabelecer um paralelo com uma das situações do material ou justificar que nunca viveu nada parecido.
2. Qual foi a última vez que você sentiu agradecido(a) a alguém?
O aluno deve descrever uma ou mais situações. Observe o uso dos verbos no passado na descrição dos eventos.
3. Quando foi a última vez que alguém se sentiu grato a você?
O aluno deve descrever uma ou mais situações. Observe o uso dos verbos no passado na descrição dos eventos.
4. O material fala que “a gratidão, ligada à gentileza, é uma das coisas que nos fazem humanos”. Comente
essa frase. Uma alternativa para o aluno seria ele explicar que a gratidão e a gentileza são sentimentos humanos e que a gentileza de
um é geradora do sentimento de gratidão no outro.

5. Você acha que na sociedade de hoje há espaço para a gratidão e a gentileza? Fale a respeito disso.
O aluno pode argumentar, oferecendo exemplos de seu dia a dia, para dizer que ainda há espaço para a gentileza ou ainda contar que as
pessoas mal se cumprimentam, ou não fazem favores, ou são mal educadas.
6. Como é em seu país? As pessoas cultivam a gratidão em seu dia a dia? Explique.
Se o curso ocorrer no Brasil ou com alunos que já estiveram no país, pedir para o aluno comparar o com-
portamento dos brasileiros e de seus conterrâneos quanto ao assunto.
Quarenta e sete | 47