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ELAB.

CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”


ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

1.
Adesão ao ............................................................................ Pág.
Movimento
1.1. Vida e obra de Baden-Powell ::::::::::::::::::::::::::::: 10
1.2. O surgimento do Escutismo em Angola ::::::::::::::: 19
1.3. Saudação e Sinais escutista :::::::::::::::::::::::::::::::::::: 21
1.4. Os símbolos escutista ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 22
1.5. Princípios fundamentais do Escutismo :::::::::::::::::::: 23
1.6. A Lei escutista :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 24
1.7. Sua explicação ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 25
1.8. A Promessa escutista ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 26
FICHA TÉCNICA
1.9. Estrutura do Movimento escutista :::::::::::::::::::::::::::: 27
Autor: Chefe Tomás Viniombo (Paupec) 1.10. Valores do Movimento escutista segundo a OMME
Direcção: A.E.A. ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 27

Cuito-Bié 2019 1ª Edição 1.11. Glossário escutista ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 29


Título: Caderno de Adesão. 3ª Secção
Email: tomassegunda78@hotmail.com
tomassegunda@gmail.com 2. ........................................................................... Pág.
Adesão a
Secção 2.1. Estrutura do Grupo Sénior :::::::::::::::::::::::::::: 37
2.2. Sistema de Patrulhas :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 37
2.3. Cargos de Patrulhas :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 38
2.4. Espírito de Patrulhas ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 40
2.5. Mística e Simbologia ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 42
2.6. Sianis e tipos de formatura :::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 45
2.7. O fogo de concelho ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 46
2.8. Pionerismo ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 51
2.9. Observação ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 56
2.10. Mensagens :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 56
2.11. Ritual de investidura (promessas) ::::::::::::::::::::::::::::: 57
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Dados Pessoais

FOTO

Nome do teu Chefe de Ag._________________________________

______________________________________________________
Nome _________________________________________________ Telemóvel _____________________________________________
______________________________________________________ Nome do teu Chefe de Unidade ____________________________
Patrulha _______________________________________________ ______________________________________________________
Teu Cargo na Patrulha ____________________________________ Telemóvel _____________________________________________
Agrupamento __________________________________________ Paróquia _______________________________________________
Data de ingresso _______________ aos _____/ ______/ _______ Pároco ________________________________________________
Data de Nasc. __________________ aos _____/ ______/ _______ Telemóvel _____________________________________________
Data da tua Promessa _______/ __________________/ ________

Telemóvel _____________________________________________

Email _________________________________________________
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1 ADESÃO
AO MOVIMENTO
Nesta parte da adesão vais aprender que, quando entras
para uma determinada organização ou movimento, a
primeira coisa é conhecer a sua história e o modo de vida
da mesma para melhor entender as suas regras, formas de
organização e principalmente quais são os seus objectivos e
o modo como funciona.
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1.1. Vida e Obra de B.P.


Robert Stephenson Smyth Baden-Powell nasceu a 22 de Fevereiro de 1857, em
Londres, Inglaterra.
Foi filho do Rev. H.G. Baden-Powell, Professor de Geometria na Universidade de
Oxford, que morreu em 1860 e de Henrietta Grace Smyth Baden-Powell filha do
almirante inglês W. T. Smyth. Seu bisavô Joseph Brewer Smyth, fora para a América
como colono de Nova Jersey, mas voltara para a Inglaterra e naufragara a caminho
da Pátria, Baden-Powell era assim descendente de um pastor, por um lado, e de um
colono aventureiro do novo mundo, por outro.
B-P tinha seis irmãos Agnes, Baden, Warrington, George
As áreas de formação escutista
1.1.1. B.P. em rapaz
A formação Escutista abrange três áreas, a saber: Generalidade, Pioneirismo e
Faleceu lhe o pai quando ele tinha apenas 3 anos de idade. A forte união da família
Observação.
em redor da mãe, em que todos se apoiavam uns aos outros, permitiu ultrapassar as
- Generalidade – é toda parte teórica da formação Escutista. dificuldades. Em 1869 B.-P. entrou para a escola da Cartuxa, em Londres, com uma
Ex. A História da Vida e aventura de BP, etc. bolsa de estudos. Baden-Powell não era um aluno brilhante, mas era um dos mais
- Pioneirismos – é toda parte prática da formação Escutista. animados. Distinguiu-se pela sua habilidade para o desenho, a música e o teatro,
fazendo rebentar de riso todos os que assistiam às suas representações.
Ex.: Nós e amarrações. Desempenhava sempre parte activa em tudo quanto se passava no recreio e
Porém há uma parte que não é propriamente teórica nem prática, a essa área depressa se tornou conhecido pela habilidade de guarda-redes do grupo de futebol
dá-se o nome de Observação. da Cartuxa. Tinha também vocação para a música, e o dom que possuía para o
Ex: Teatro, animação, contacto com a natureza e com Deus Omnipotente, desenho permitiu-lhe mais tarde ilustrar os seus próprios escritos.
Omnisciente e Omnipresente.
Com os seus irmãos mais velhos, fez muitas excursões de barco em Inglaterra,
aprendendo muito com o seu irmão mais velho, Warington, que se veio a distinguir na
marinha e contribuiu para o lançamento do Escutismo Marítimo.

1.1.2. B.P. na Índia


Aos 19 anos B.-P. terminou os estudos na Cartuxa e imediatamente aceitou a oferta
para a Índia como alferes de um regimento que formara a ala direita da cavalaria, na
célebre carga da Brigada Ligeira, na Guerra da Criméia.
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Além de prestar excelentes serviços militares, era capitão aos 26 anos de idade, A libertação de Mafeking, com a chegada de tropas britânicas, foi recebida em
alcançou os prémios de desportos mais ambiciosos em toda Índia, o da caça ao Inglaterra com grande entusiasmo. Baden-Powell, cuja perseverança, boa disposição
Javali, caça a cavalo com uma lança curta por única arma. e muitos truques ajudaram a suster o cerco, foi imediatamente promovido a Major-
General e aclamado em Inglaterra como herói nacional.
1.1.3. B.P em África Logo após o Cerco de Mafeking, e da sua promoção a Major-General com apenas 43
O primeiro contacto com África foi em 1884, mas durou pouco tempo. No ano anos, Baden-Powell foi encarregue de organizar a treinar a Polícia Sul Africana,
seguinte, o regimento regressou a Inglaterra. Baden-Powell foi chamado missão que o ocupou até 1903. Neste ano, regressou a Inglaterra para ocupar o
individualmente a prestar serviço como Ajudante de Campo na África do Sul, em cargo de Inspector-Geral de Cavalaria.
1887.
Baden-Powell passou vários anos em África, exercendo diversas funções,
1.1.5. Nasce o Escutismo
participando em campanhas e expedições contra algumas tribos indígenas: Zulus, Já em Inglaterra, B-P tomou consciência de uma juventude perdida, sem rumo, com
Ashantis e Matabeles. Nos contactos com os indígenas das tribos africanas, Baden- tendência para o vandalismo e para os vícios, fruto das condições sociais da época.
Powell trouxe algumas palavras muito conhecidas dos Escuteiros. Impisa - “o lobo que Para o seu espanto, o livro “Aids to Scouting”, que tinha publicado em 1899,
não dorme” (nome dado a B-P pelos Matabeles). M’hlala panzi - “o homem que se deita destinado ao treino do exército em pequenos grupos, através de jogos e atribuição de
para disparar” (nome dado a B-P pelos Zulus). Kantankye - “o do grande chapéu” troféus pelo progresso, estava a ser usado como livro de texto nas escolas
(nome dado a B-P pelos Ashantis). Ingoniama - cântico de guerra Zulu. masculinas.
Em 1890, foi transferido para Malta, como Secretário Militar. No ano seguinte, foi B.-P. viu nisto um chamamento especial. Compreendeu que tinha agora uma
nomeado oficial dos serviços secretos para o Mediterrâneo. Em 1893, voltou ao seu excelente ocasião para ajudar os rapazes da sua Pátria a converterem-se em jovens
regimento, em Inglaterra. Em 1895 regressa a África, sendo provido a Tenente- fortes. Se um livro sobre exploração destinado a homens havia atraído tanto os
Coronel, com 38 anos. Em 1897, de novo em Inglaterra, já como Coronel, é nomeado rapazes, quanto mais os atrairia um livro escrito para eles.
Comandante de Esquadrão do 13 de Hussardos. Neste mesmo ano, é-lhe atribuído o
A preocupação com os jovens ingleses e a sua formação, levou Baden-Powell a
comando do 5º Regimento dos Dragoon Guards, na Índia.
debruçar-se sobre o assunto. Procurou livros e movimentos relacionados com a
1.1.4. O Cerco de Mafeking educação dos jovens e começou a planear a sua solução para ajudar a dar um rumo
à juventude do seu país. Teria que ser algo atractivo e que, ao mesmo tempo,
O primeiro grande “salto” na vida de B-P foi o Cerco de Mafeking. Durante 217 dias, conseguisse moldar o carácter dos jovens e prepará-los para serem cidadãos válidos.
entre 13 de Outubro de 1899 a 18 Maio de 1900, o Coronel Baden-Powell comandou
a defesa do cerco que as tropas Boeres fizeram à pequena cidade de Mafeking, na Pôs mãos à obra, aproveitando as suas experiências na Índia e na África, entre os
África do Sul. zulus e outras tribos selvagens. Reuniu uma biblioteca especial de livros, que leu, a
respeito da educação dos rapazes através dos tempos - desde os espartanos,
As condições de vida em Mafeking deterioravam-se a cada semana. A falta de antigos bretões, peles vermelhas, até nossos dias.
comida levou ao abatimento de cavalos para comer a carne.
Havendo poucos soldados em Mafeking, um dos oficiais de B-P decidiu criar um 1.1.6. Ilha de Brownsea
Corpo de Cadetes, constituído por rapazes a partir dos 9 anos, com tarefas que não Lenta e cuidadosamente B.-P. foi desenvolvendo a ideia do escutismo. Para ter a
envolvessem combates. Deslocavam-se pela cidade de bicicleta, transportando certeza de que daria resultado, no verão de 1907 levou consigo um grupo de vinte
mensagens ou fazendo vigilância, enfrentando o perigo. A prestação destes rapazes rapazes para a ilha de Brownsea, no Canal Inglês, para realizar o primeiro
impressionou B-P, que se recordou deles ao fundar os Escuteiros. acampamento Escutista de todos os tempos.
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De 31 de Julho a 9 de Agosto de 1907, B-P levou 20 rapazes para a ilha de Soldados.


Brownsea, no sul de Inglaterra, para realizar um acampamento experimental. Por isso abandonou o exército, onde atingira o grau de tenente-general, e embarcou
Os rapazes foram divididos em 4 patrulhas. A formação técnica era praticada e na sua segunda vida, como ele lhe chamava - vida de serviço para o mundo por meio
testada sempre com jogos. O progresso pessoal era certificado com insígnias. À do escutismo. A sua recompensa teve-a na expansão do escutismo e no amor e no
noite, ao redor da fogueira, cantavam e ouviam B-P contar histórias. A aventura e o respeito dos rapazes de todo o mundo.
divertimento sempre presentes.
O acampamento experimental de Brownsea foi um êxito, mostrando que o método
1.1.9. Fraternidade mundial
idealizado e experimentado por B-P tinha futuro. A ideia estava aprovada e podia Em 1912 empreendeu uma viagem á volta do mundo para visitar os escuteiros de
começar a divulgá-la ao país, o qual estaria atento ao que o herói nacional tinha a muitos países. Foi este o primeiro começo da fraternidade mundial escutista. A
propor. primeira Grande Guerra estalou e entravou a obra por algum tempo; esta, porém,
recomeçou no fim das hostilidades, e em 1920 reuniram-se em Londres, onde
Durante o resto do ano de 1907, Baden-Powell estruturou melhor a sua ideia,
participaram cerca de 8 000 escuteiros vindos de 34 países diferentes, para
compilando-a num manual e criando os fundamentos de um método de “instrução
formarem a primeira reunião internacional escutista - o primeiro jamboree mundial.
de boa cidadania”.
Na última noite desse jamboree, em 6 de Agosto, B.-P., foi proclamado Escuteiro
1.1.7. Escutismo para Rapazes Chefe Mundial, pela multidão de rapazes que o aclamavam.
A 15 de Janeiro de 1908, publicou-se o primeiro de seis fascículos quinzenais, O movimento Escutista continuou a desenvolver-se. No dia em que fez 21 anos e
intitulados “Scouting for Boys”, o manual com o método idealizado por B-P. Os jovens atingiu a maioridade, contava mais de dois milhões de membros em, praticamente,
que aderissem, seriam chamados “Boy Scouts”. todos os países civilizados da Terra. Nessa ocasião B.-P. recebeu do seu rei, Jorge
V, a honra do baronato com o nome de Lord Baden-Powell of Gilwell. Todavia para
O manual foi um êxito tremendo. Por altura do 5º fascículo, havia já mais de meio os escuteiros ele será sempre: «B.-P. Escuteiro chefe Mundial».
milhão de jovens ingleses interessados no Escutismo. O manual foi, pouco depois,
publicado em livro, sofrendo diversas actualizações ao longo dos anos. O primeiro jamboree mundial foi seguido de outros - em 1924 na Dinamarca, em
1929 na Inglaterra, em 1933 na Hungria, em 1937 na Holanda. Em cada um destes
Logo após o seu lançamento, em 1908, o Escutismo expandiu-se de forma jamborees Baden-Powell foi a figura principal, sempre saudado ruidosamente pelos
impressionante, tanto na sua organização, como a nível geográfico, chegando a seus rapazes, onde quer que aparecesse.
quase todos os cantos do mundo. Tomou tais proporções, que foi necessário formar
associações em cada país e criar uma estrutura a nível mundial. Mas os jamborees foram apenas parte do seu esforço para constituir a fraternidade
mundial do escutismo. B.-P. viajou muito em prol do escutismo, correspondia-se com
O método, mantendo a sua base, ramificou-se: surgiram os Lobitos, os Caminheiros, os dirigentes escutistas de muitos países e continuava a escrever sobre assuntos
os Escuteiros Marítimos, os Escuteiros Aéreos e as Guias. Surgiram dezenas de escutistas, ilustrando os seus livros e artigos com os seus próprios desenhos.
livros de apoio ao Movimento, fundaram-se revistas e investiu-se na formação dos
Dirigentes. 1.1.10. Últimos Anos de B.P.
1.1.8. A Segunda Vida de B.P. Outubro de 1939. Baden-Power estava em viagem para África do Sul. De repente
faltaram-lhe as forças. São obrigados a desembarcá-lo em um porto do Quênia.
A obra cresceu cada vez mais e em 1910 tomara já tais proporções, que B.-P. Naquele país, em uma casa situada aos pés do Monte Quênia, coberto de neves
compreendeu que o escutismo ia ser a obra da sua vida. Teve a visão e a fé de eternas, morava, havia já alguns anos, seu filho Peter.
reconhecer que poderia fazer mais em prol do seu país, educando as novas gerações
para serem bons cidadãos do que instruindo alguns homens para serem bons
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Entre o verde intenso da floresta e o respiro profundo do vento, Baden-Powell


transcorreu os últimos meses da sua vida já em declínio. Lá longe o rádio lhe levou,
na primavera de 1939, a tristíssima notícia do início da Segunda Guerra Mundial.
Aos “seus” escuteiros, aqueles mesmos que ele tinha ouvido cantar e visto rir
despreocupadamente nos Jamboree, era ordenado outra vez de empunhar o fuzil Última mensagem de B.P.
para matar-se entre si.
Morreu em Janeiro de 1941, na véspera do seu 84.º aniversário. A última mensagem Caros escuteiros:
que enviou lá daquela região longínqua da África aos escuteiros do mundo inteiro, Se já vistes a peça Peter Pan, haveis de recordar-vos de como o chefe dos
piratas estava sempre a fazer o seu discurso de despedida, porque receava
enquanto as nações estavam ainda envolvidas pela fúria guerreira, ainda foi uma
que, quando lhe chegasse a hora de morrer, talvez não tivesse tempo para o
palavra de esperança: “Minha vida transcorreu muito feliz, portanto só posso desejar fazer. Acontece-me coisa muito parecida e por isso, embora não esteja
a cada um de vocês uma vida igualmente feliz. Procurem deixar o mundo um pouco precisamente a morrer, morrerei qualquer dia e quero mandar-vos uma
melhor de como o encontraram. E quando chegar a hora de vocês, poderão morrer palavra de despedida.
serenamente, com a certeza de terem feito tudo o que podiam. ” Lembrai-vos de que é a última palavra que vos dirijo, por isso meditai-a.
Passei uma vida felicíssima e desejo que cada um de vós seja igualmente feliz.
Creio que Deus nos colocou neste mundo encantador para sermos felizes e
apreciarmos a vida. A felicidade não vem da riqueza, nem simplesmente do
êxito de uma carreira, nem dos prazeres. Um passo para a felicidade é serdes
saudáveis e fortes enquanto sois rapazes, para poderdes ser úteis e gozar a
vida quando fordes homens.
O estudo da natureza mostrar-vos-á as coisas belas e maravilhosas de que
Deus encheu o mundo para vosso deleite. Contentai-vos com o que tendes e
tirai dele o maior proveito que puderdes. Vede sempre o lado melhor das
coisas e não o pior.
Mas o melhor meio para alcançar a felicidade é contribuir para a felicidade
dos outros. Procurai deixar o mundo um pouco melhor de que o encontrastes e
quando vos chegar a vez de morrer, podeis morrer felizes sentindo que ao
menos não desperdiçastes o tempo e fizestes todo o possível por praticar o
bem.
Estai preparados desta maneira para viver e morrer felizes - apegai-vos
sempre à vossa promessa escutista - mesmo depois de já não serdes rapazes e
Deus vos ajude a proceder assim.
O Vosso Amigo
Baden-Powell

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O Surgimento do
Escutismo em Angola
1.2- O surgimento do Escutismo em Angola
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A história do escutismo em território angolano remonta no ano 1924 em que Angola Bengo ainda não é uma região, mas caminha na formação da 18ª região escutista em
era uma colónia portuguesa, em que a AEP Associação dos Escuteiros de Portugal Angola.
instalou o seu primeiro grupo em Angola. Seguiu-se 1932 (28 Nov.) ano que se criou A AEA afirma-se como efectivo movimento da sociedade civil, onde podem professar
o primeiro grupo do CNE Corpo Nacional de Escutas. qualquer religião reconhecida pelo estado angolano nos termos da lei.
Funcionou paralelamente com a organização em Portugal, já que Angola era na A AEA não se identifica com qualquer ideologia político partidária nem se integra
altura, uma província ultramarina de Portugal. Mas foi nos anos 40 a meados dos em qualquer organização que subordine a sua acção a tal ideologia.
anos 70 que o escutismo atinge o seu auge, principalmente em MALANJE,
LUANDA, BENGUELA, Namibe, Uige, Lubango e Huambo. Quando Angola De igual forma e sem prejuízo das obrigações decorrentes da Constituição, a AEA
alcança a independência em 1975 e o país se torna marxista-leninista o escutismo não depende dos órgãos de Soberania do Estado angolano, embora pela
paralisou a sua vivência fruto da política adoptada pelo Estado na altura. Promessa Escutista, Lei e Princípios do Escuta se vincule a colaborar com eles, e
outros órgãos da Sociedade, sempre que, não contrarie os seus princípios e suas
Foi em 22 de Fevereiro de 1991 que se recomeça oficialmente o movimento escutista finalidades.
com o surgimento da A.N.E. Associação Nacional de Escuta (não Católicos) e em
1992 a A.E.C.A. Associação de Escuteiros Católicos de Angola cuja base 1.2.1. Escutismo no Bié
alicerçou-se a partir dos antigos escuteiros impulsionados por D. Óscar Braga (Bispo O escutismo na região do Bié surge no ano de 1997 por intermédio da irmã Albertina
Emérito de Benguela) e Frei Agostinho (Frei Capuchinho em Luanda e Uige) que Pelajo. Comovida com os ensinamentos do movimento, saio da Província de
mostraram-se disponíveis e congregando antigos Escuteiros da AEP e do CNE Benguela e implementou o escutismo no Bié sendo as primeiras promessas
desejosos de continuar a perpetuar a semente que B.P. lançara a terra, ressuscitou- realizadas a 08 de Março de 1997 na Paróquia de São Lourenço, Sé-Catedral do
se o escutismo. E foi com a visita de S. Santidade Papa João Paulo II em Angola, Cuito.
que o Escutismo faz sua aparição oficial ao público em Luanda.
Portanto o Agrupamento 40 é o primeiro a existir a nível regional depois o 110. Estes
Em 1994 as duas associações existentes no país, a Associação de Escuteiros dois deram origem a outros Agrupamentos (evangélicos e católicos) existentes na
Católicos de Angola AECA e a Associação Nacional dos Escuteiros ANE, fundiram- região.
se e formaram uma única associação nacional, a A.E.A. Associação dos Escuteiros
de Angola que é uma Associação de Juventude, destinada à formação integral de
jovens, com base no método criado por Baden-Powell e nas directivas gerais e
específicas da Organização Mundial do Movimento Escutista - OMME.
Associação de Escuteiros de Angola (AEA) a qual nos orgulhamos fazer parte, foi
fundada em 1994 dia 3 de Dezembro, tendo como seu primeiro chefe Nacional o
Dirigente Rui Falcão Pinto de Andrade. A AEA, foi admitida como uma Organização
membro de pleno direito da Organização Mundial do Movimento de Escutista
(OMME) em 1999.
Em 2011 o censo apontava para a existência de cerca de 20 000 escuteiros filiados à
associação, espalhados por 190 agrupamentos numerados e alguns em formação,
divididos em (17) dezessete Regiões Escutistas: Bié, Benguela, Cabinda, Cunene,
Huambo, Huila, Kwando Kubango, Kwanza-Sul, Kwanza-Norte, Luanda, Lunda-
Norte, Lunda-Sul, Malanje, Moxico, Namibe, Uige e Zaire apenas a Província do
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2.3- Saudação e Sinais Escutista
Divisa O aperto de mão com a mão esquerda demonstra algo ainda mais nobre, o desejo
dos homens acreditarem uns nos outros!
Lobitos: “da melhor vontade”; Exploradores Juniores e Seniores: “Alerta”; Escuteiros
marítimos: “Mais além”; Escuteiros do ar: “Mais alto”; Caminheiros: “Servir”; Dirigentes: Os escuteiros cumprimentam-se apertando a mão esquerda, entrelaçando os dedos
“Sempre Alerta para Servir”. mindinhos.
 O sinal da saudação
 Saudação Escutista
O sinal da saudação Escutista é feito com a mão direita levantada para
De cabeça coberta: cima em direção ao ombro simbolizando a paz. Os três dedos (médio,
Faz-se quando uniformizado está na posição de sentido, elevando a indicador e anelar) unidos, simbolizam os três pilares da Promessa
mão direita até tocar a testa (o dedo indicador), ao mesmo tempo, que (Deus, Pátria e o Próximo), e o polegar se sobrepondo ao mindinho,
esta mão faz o sinal da saudação. indicando a proteção do mais novo pelo mais velho. (o mais forte
protege o mais fraco). Para os Lobitos os 2 dedos em forma de V
recordam-lhes a Lei da Alcateia.
De cabeça descoberta:
Os escuteiros devem sempre fazer a saudação em sinal de respeito, quando se
Faz-se com a mão direita fazendo o sinal Escutista e a altura do ombro, hasteia a Bandeira Nacional, a entidades oficiais, sempre que se entoe o Hino
o cotovelo ligeiramente encostado ao corpo e o braço esquerdo Nacional ou da A.E.A.
descaído ao longo do corpo.
Os escuteiros devem-se saudar uns aos outros com o cumprimento escutista. Sendo
Saudação com avara: o primeiro escuteiro a ver o outro, o que saúda, independentemente da categoria,
Quando um escuteiro está fardado (ou não) e transporta a vara, a cargo ou posição.
saudação não é executada com a mão direita; mas sim levando
rapidamente o braço esquerdo à posição horizontal, tocando com os
2.4- Os Símbolos Escutista
dedos e formar o sinal Escutista, na vara. A este tipo de saudação dá-se A flor-de-lis:
o nome de saudação à vara. Este símbolo mostra o caminho do cumprimento do dever e da ajuda ao
O aperto de mão Escutista: próximo. Suas três folhas, lembram também os princípios do escutismo
e os três itens da promessa. Assim, a flor-de-lis como símbolo de todos
Diferente do habitual aperto com a mão direita, os escuteiros se os escuteiros do mundo é uma recordação da promessa escutista e do
cumprimentam com a mão esquerda, devido a uma passagem compromisso com a lei do escuta.
vivida por Baden-Powell, aonde o chefe de uma tribo indígena
estende a mão esquerda, com o argumento de que para tal ele tem A insígnia:
de largar o escudo, depositando toda sua confiança no outro, mesmo que este seja A insígnia da A.E.A é lilás e é constituída pela Flor-de-lis. Tem na parte
seu adversário. superior da folha central o mapa de Angola em branco; na parte interior
A mão esquerda também era a mão que segurava no escudo e quando um guerreiro de cada uma das folhas laterais, uma estrela em branco; a circundar
toda a Flor-de-lis, um laço terminado em nó direito, com as pontas para
cumprimentava com a mão esquerda tinha que afastar o escudo, ficando, portanto,
desprotegido. Este também era um sinal de confiança e de lealdade para com a baixo; entre a parte inferior da Flor-de-lis e o nó direito, as iniciais A.E.A.
pessoa que se estava a cumprimentar. O hino:

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O hino da A.E.A denomina-se «Vem Comigo». É de conhecimento e uso obrigatório Os Princípios Fundamentais, são o ponto de partida para o estabelecimento das
para todos os associados efectivos da A.E.A. O seu Autor chama-se António Alves Finalidades Educativas, que devem servir de referência ao desenvolvimento de cada
Sardinha. jovem segundo diversas dimensões.
A bandeira: Na AEA, estes princípios são expressos da seguinte forma:
A bandeira tem o fundo branco, debruado amarelo, tendo no centro da  O Escuta orgulha-se da sua fé e por ela orienta toda a sua vida.
insígnia e logo a baixo, a escrita por extenso, Associação de (crença e vivência de uma fé, independentemente de qual seja);
Escuteiros de Angola.
 O Escuta é filho de Angola e bom cidadão.
O uniforme:
(participação na sociedade, boa ação, serviço a pátria e ao próximo);
Adoptado pela Associação de Escuteiros de Angola para os seus associados é
composto por calça/calção e saia azul-escuro, meias escuras, jarreteiras, camisa  O dever do Escuta começa em casa.
creme e calçado de cor castanho ou preto. (crescimento saudável e auto desenvolvimento; obedecer aos pais).
Os Dirigentes do movimento têm um distintivo próprio. Os da A.E.A usam o lenço de
cor verde e jarreteiras da mesma cor.
2.5.1. A Lei Escutista:
Conceitos inerentes à Lei Escutista:
2.5- Princípios Fundamentais do Escutismo Honra, integridade, lealdade, presteza, amizade, cortesia, respeito e proteção da
natureza, responsabilidade, disciplina, coragem, ânimo, bom – senso, respeito pela
O Escutismo é um movimento destinado à formação integral da juventude, baseado propriedade e auto – confiança.
no desenvolvimento dos valores positivos que existem em cada homem, criança e
Quando Baden-Powell idealizou a Lei Escutista, decidiu não estabelecer leis
jovem dando-lhes uma fé viva, incutindo-lhes o gosto do saber, tornando-os
proibitivas, mas conceitos para formação de pessoas benévolas, para que,
caridosos, gentis, úteis, construtores duma sociedade renovada onde reine a paz a
desta forma, o jovem escuteiro tivesse onde se espelhar e pudesse se orientar;
alegria a justiça, isto é, onde cada homem a plenitude da realização da dignidade
criou uma lei com 10 artigos que, são:
humana.
1.º A honra do Escuta inspira confiança.
“O Escutismo abre novos horizontes a juventude e ao mundo”.
2.º O Escuta é leal.
 Dever para com Deus.
3.º O Escuta é útil e pratica diariamente uma Boa Acção.
O dever de cada um de buscar um significado maior para a Vida e de fazer seus, no
dia-a-dia, os valores espirituais nele contidos. 4.º O Escuta é amigo de todos e irmão de todos os outros escutas.
 Dever para com os outros 5.º O Escuta é delicado e respeitador.
O dever de cada um de reconhecer e respeitar os outros e o mundo sabendo que 6.º O Escuta protege as plantas e os animais.
deve viver em interacção constante com eles e contribuir activamente para o seu 7.º O Escuta é obediente.
bem. 8.º O Escuta tem sempre boa disposição de espírito.
 Dever para consigo próprio 9.º O Escuta é sóbrio, econômico e respeitador do bem alheio.
O dever de cada um de desenvolver a sua própria autonomia e assumir a 10.º O Escuta é puro nos pensamentos, nas palavras e nas acções.
responsabilidade por si mesmo.
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Sua Explicação ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

A honra do Escuta inspira confiança. mesmo com aqueles que estão contra você. Aqueles que têm razão, não precisam
“A Honra para um Escuteiro é ser digno de toda confiança. Como um Escuteiro, perder a calma; aqueles que não têm razão, não podem se dar ao luxo de perdê-la.”
nenhuma tentação, por maior que seja, e embora seja secreta, irá persuadi-lo a Baden-Powell.
praticar uma ação desonesta ou escusa, mesmo muito pequena. Você não voltará O Escuta protege as plantas e os animais.
atrás a uma promessa, uma vez feita. A palavra de um Escuteiro equivale a um “Você reconhecerá como companheiras as outras criaturas de Deus, postas, como
contrato. Para um Escuteiro, a verdade, e nada mais que a verdade”. Baden-Powell. você, neste mundo, durante certo tempo, para gozar suas existências. Maltratar um
O Escuta é leal. animal é, portanto, um desserviço ao Criador. Um Escuteiro deve ter um grande
“O Escuteiro é leal à Pátria, à Igreja, às autoridades do governo, aos seus pais, seus coração”. Baden-Powell.
chefes, seus patrões e aos que trabalham como seus subordinados. Como um bom O Escuta é obediente.
cidadão, você é de uma equipa, 'jogando o jogo' honestamente, para o bem do “O escuteiro obedece, de boa vontade, sem vacilar, às ordens de seus pais,
conjunto. Você merece a confiança do governo de sua pátria, do Movimento Monitores e Chefes. Como escuteiro, você se disciplina e põe-se, profunda e
Escutista, dos seus amigos e companheiros de Patrulha, de seus patrões ou de seus voluntariamente, às ordens das autoridades constituídas, para o bem geral. A
empregados, que esperam que você seja correto, fazendo o melhor possível, em comunidade mais feliz é a comunidade mais disciplinada; a disciplina, porém, deve vir
benefício deles, ainda quando eles não correspondem sempre bem ao que você do íntimo, e nunca ser imposta de fora. Por isso, tem um grande valor o exemplo que
espera deles. Além disso, você é leal também a si mesmo; você não quer diminuir você der aos demais nesse sentido”. Baden-Powell.
seu respeito a si mesmo jogando mal de propósito; nem vai querer decepcionar ou O Escuta tem sempre uma boa disposição de espírito.
ficar em falta com outro homem, nem tão pouco, com outra mulher”. Baden-Powell.
“Como Escuteiro você será visto como o homem que não perde a cabeça e que
O Escuta é útil e pratica diariamente uma boa ação; aguenta qualquer crise com ânimo alegre, coragem e otimismo”. Baden-Powell.
“O dever do Escuteiro é ser útil e ajudar a todos. Como Escoteiro, seu mais alto O Escuta é econômico e respeitador do bem alheio.
objetivo é servir. Você deve merecer a confiança de que, em qualquer ocasião, estará
“Como Escuteiro, você olhará para o futuro e não irá dissipar tempo e dinheiro com
pronto a sacrificar tempo, trabalho, ou, se necessário, a própria vida pelos demais. O
prazeres do momento, mas, ao contrário, fará uso das oportunidades do momento
sacrifício é o sal do serviço”. Baden-Powell.
tendo em vista o futuro sucesso. Você fará isso com a ideia de não ser um ônus, mas
O Escuta é amigo de todos e irmão de todos outros escutas. uma ajuda para os demais”. Baden-Powell.
“É amigo ou irmão, não importando a que país, classe ou credo o outro possa O Escuta é puro nos pensamentos, nas palavras e nas ações.
pertencer. Como Escuteiro, você reconhece as demais pessoas como sendo, com
“O Escuteiro é limpo em pensamento, palavra e ação. Como Escuteiro, espera-se
você, filhos do mesmo Pai, e não faz caso de suas diferenças de opinião, casta,
que você tenha não só uma mente limpa, como também uma vontade limpa; seja
credo ou país, quaisquer que elas sejam. Você domina os próprios preconceitos e
capaz de controlar quaisquer tendências intemperadas do sexo; dê um exemplo aos
procura encontrar as boas qualidades que tenham; o defeito de qualquer um pode
demais sendo puro, franco, honesto em tudo que pensa, diz ou faz”. Baden-Powell.
criticar. Se você põe em prática esse amor pelas pessoas de outros países e ajuda a
fazer surgir a paz e a boa vontade internacional, isto será o Reino de Deus na terra. 2.5.2. A Promessa Escutista
“O mundo inteiro é uma fraternidade”. Baden-Powell.
Prometo, pela minha honra e com a graça de deus, fazer todo o possível por:
O Escuta é delicado e respeitador.
 Cumprir os meus deveres para com deus, a igreja e a pátria;
“Como os antigos cavaleiros, você, sendo um Escuteiro, é, sem dúvida, polido e
atencioso com as mulheres, velhos e crianças. Mas, além disso, você é polido  Auxiliar os meus semelhantes em todas as circunstâncias;
 Obedecer à lei do escuta.
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ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

Estrutura e Organização do mundo melhor, onde todos se sintam realizados como pessoas e desempenhem um
papel construtivo na edificação da sociedade.
Movimento Escutista Visão:
Órgãos Directivos Mundial O Movimento Escutista, é um movimento global que produz uma real contribuição na
criação de um mundo melhor.
A Organização Mundial do Movimento Escutista (OMME) é uma organização não-
governamental composta por três órgãos principais: Causa:
 Conferência Mundial do Escutismo A causa do Escutismo é “EDUCAÇÃO PARA A VIDA”.
 Comité Mundial do Escutismo Fraternidade Escutista
 Bureau Mundial Uniformes:
Associação de Escuteiros de Angola O uniforme adoptado pela Associação de Escuteiros de Angola para os seus
associados é composto por calça/calção e saia azul-escuro, meias escuras,
A A.E.A. está organizada em 4 níveis: jarreteiras, camisa creme e calçado de cor castanho ou preto. Os lenços para Lobitos
 Nível nacional; é amarelo debruado a branco, para Exploradores “juniores” verde debruado a branco,
 Nível regional; para “seniores” azul debruado a branco e para “caminheiros” vermelho também
 Nível de núcleo; debruado a branco.
 Nível local (agrupamento, incluindo as unidades). Os Dirigentes do movimento têm um distintivo próprio. Os da A.E.A usam o lenço de
cor verde e jarreteiras da mesma cor.
As Regiões Escutistas
 Região Árabe
 Região Africana
 Região Inter-Americana
 Região Europeia
 Região Ásia-Pacífica
Valores do Movimento Escutista,
Segundo a OMME
Missão:
A missão do Escutismo é contribuir para a educação de jovens, através de um
sistema de valores, baseado na Lei e Promessa Escutista. Ajudar construir um

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ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

O significado da Flor- de-lis Fogo de Conselho: Reunião em torno de uma fogueira. Feito, geralmente, na última
noite de acampamento; Se reúnem os escuteiros e seus convidados, quando for uma
ocasião festiva.
Indaba: acampamento de chefes Escuteiros.
Jamboree: palavra africana que significa «reunião de tribos». É um acampamento
mundial de escoteiros realizado a cada quatro anos.
Abertura: é o início de uma atividade. Hasteamento da Bandeira, oração e
informação. Na programação, esses itens são conhecidos como BOI. - (Bandeira
Oração e Informação).
Alerta: divisa dos escuteiros; grita-se para chamar a atenção de outro escuteiro.
Àquela: Chefe dos Lobitos.
Aspirante: jovem que ainda não fez a Promessa, mas está em fase de formação
para a mesma.
B.A. - Boa Ação.
ARP: Acampamento Regional de Patrulhas.
ELO: Escoteiros Locais em Ação.
Flor-de-lis: é o distintivo escutista. Representa a pureza e a nobreza de sentimentos
e atitudes. Baden-Powell utilizou a flor-de-lis dourada sobre uma bandeira verde no
acampamento da Ilha de Brownsea. Suas três pétalas representam o ideal escutista:
Deus, Pátria e Próximo.
Pata-tenra: escuteiro novato, inexperiente, que em campo dá mostras de não se
Glossário Escutista saber desenrascar nem de trabalhar em equipa.
Acampamento: atividade planejada em todos seus aspetos e realizada dentro da Pórtico: construção de campo por onde os escuteiros entram para o seu campo de
programação anual por patrulhas, Secções, agrupamento etc. patrulha.
Acantonamento: o mesmo que acampamento, sendo que os alojamentos não são Promessa: cerimônia em que o jovem aspirante passa a ser escuteiro.
Tendas nem barracas improvisadas, mas sim, casas, escolas ou outro local comum. Raid: atividade em que se andam grandes distâncias a pé, normalmente de mais de
Bivaque: é uma actividade/acampamento que se desenvolve geralmente durante um 24h.
final de semana, de 2 a 3 dias. Noviço: escuteiro que passou de secção, mas que ainda não renovou a sua
Excursão: São actividades de passeios que tem por objectivos a recreação, Promessa na nova secção.
confraternização, formação, pesquisa entre outros. Totem: conjunto da vara, bandeirola e escalpos da patrulha, usada apenas pelo guia
Adestramento: é o tipo de informação dada ao escuteiro sobre técnicas e teorias, ou seu substituto.
para que possa praticá-las individualmente ou em conjunto. Sede: local onde se realizam as reuniões.
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ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

Algumas datas históricas do Escutismo


Surgi pela 1ª vez o escutismo em angola, por intermédio de padres
22 de Fevereiro nasce o fundador do escutismo Robert Smith Baden
1857 1961 capuchinho na província de Bengo, com a designação de “Mocidade
Powell.
Portuguesa”
1907 1º Acampamento Escutista, na Ilha de Brownsea
1975 Angola torna-se um país marxista e abane o escutismo.
1908 Publicação do livro "Escutismo Para Rapazes
1976 Morre Lady Olave Baden Powell.
1909 Concentração de 11000 Escuteiros no Crystal Palace – Londres-Inglaterra
O escutismo ressurge em angola, por intermédio de Don Óscar Braga
Apedido do Rei Eduardo VII, B-P deixa o exército para se dedicar 1991
1910 “Bispo emérito de Benguela”
completamente ao Escutismo (o que chamou de sua 2º vida).
1994 Funda-se a A.E.A. (Associação de Escuteiros de Angola).
1912 B.P. passa viajar pelo mundo divulgando e unindo escutismo.
Funda-se o Escutismo na região do Bié a 08 de Março por (Irmã Albertina
1912 É publicado o1º manual das guias escrito por Agnes Baden Powell. 1997
Pelajo).
Início oficial do Lobitismo. Aparece o livro "Manual do Lobito” Escrito por 1999 Angola integra na OMME (Organização Mundial do Movimento escutista).
1916
Agnes Baden Powell.
É publicada estatísticas que apontavam o escutismo presente em mais de
É constituído o 1º conselho internacional da associação de guias de 2005
1917 216 países e territórios em mais de 28 milhões de afilhados.
Inglaterra.
2007 É comemorado o centenário Escutista em todo mundo.
1918 Início oficial do Caminheirismo.
1919 Abertura do Campo Escola Internacional de Dirigentes, em Gilwell Park
Primeiro Jamboree “Acampamento Mundial Escutista”, em Olímpia,
1920 Londres. Baden-Powell é aclamado Chefe Mundial. É fundado o
Secretariado Mundial.
B-P recebe o título de Lord Baden-Powell of Gilwell. Jamboree de Arrowe
1929
Park.
1930 Lady Olave Baden Powell é clamada guia chefe mundial
1937 Última presença em público de B.P.
1938 B.P. Fixa sua morada no Quénia – Nairobi.
1941 08 de Janeiro morre o B.P. no Quénia pouco antes de completar 84 anos.

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ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

Hino da A.E.A
Se quiseres ser melhor então não queiras ser maior
Estende a mão ao pequenino como fez chefe Divino (bis). Canção do adeus
vem vem comigo, vem vem comigo Chegou a hora do adeus irmão Vamos partir
Vem vem comigo, vem comigo (bis)
Num abraço dando em Deus irmão Vamos nos despedir.
Canta canta vem comigo há um caminho a seguir
Tens no escuta da AEA um companheiro irmão e amigo (bis) Refrão
vem vem comigo, vem vem comigo Partimos com a esperança irmão de um dia aqui voltar
Vem vem comigo, vem comigo (bis) Com fé e confiança irmão partimos a cantar.
Há obstáculos a vencer mas nosso guia é BP Adeus que fez bela amizade e nós vamos pedir
E por isso ao impossível pum pum um pontapé (bis). Que nos guarde em unidade e nos torne a reunir.
vem vem comigo, vem vem comigo Refrão
Vem vem comigo, vem comigo (bis) Partimos com a esperança irmão de um dia aqui voltar
Sempre alerta e a cantar com vontade de servir Com fé e confiança irmão partimos a cantar.
Angola Pátria minha comigo podes contar (bis). Adeus irmão tenhamos fé no nosso belo ideal
Por nós será melhor a juventude angolana.
Canção da Promessa
Minha promessa atende/ Meu Deus Deus meu,
E sobre mim estende /O manto teu.
Eu te amo e quero amar/ Cada vez mais,
Não deixes de escutar/ Senhor meus as.
Juro seguir teus passos/ Como um cristão,
E depor em teus braços/ Meu coração.
Eu te amo e quero amar/ Cada vez mais,
Não deixes de escutar/ Senhor meus as.
Minha alma toda cega/ De fé e de amor,
Hoje e sempre se entrega/ A vós senhor.
Eu te amo e quero amar/ Cada vez mais,
Não deixes de escutar/ Senhor meus as.
Defende-me do mal/ Jesus meu Rei,
Que em prol de Angola/ Batalharei.

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ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

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2 Adesão
A Secção
É muito importante dominar como funciona a tua secção uma vez
que até completares 18 anos esta vai ser a tua comunidade, através
da qual o programa de seniores da AEA será implementado. Nesta
parte de adesão, vais habilitar-te também em algumas técnicas
Escutistas que te vão ajudar na interacção com algumas actividades
típicas dentro da tua unidade.
ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

No sistema de Patrulhas é preciso atribuir ao Guia verdadeira e ampla


2.1. Estrutura do Grupo responsabilidade para se alcançarem melhores resultados. Se lhe atribuírem apenas
uma responsabilidade parcial, não obterão senão resultados parciais.
Sénior
Denomina-se Grupo, a Unidade formada por Patrulhas de Exploradores seniores e
pela sua equipa de animação. Os Exploradores organizam-se em Patrulhas de 4 a 8 O objectivo, porém, do sistema de Patrulhas não é tanto poupar trabalho ao Chefe,
elementos, dos 14 aos 17 anos de idade. mas atribuir responsabilidade ao Guia.
Cada Grupo de Exploradores é constituído no mínimo por duas Patrulhas e no O sistema de Patrulhas é único método para o escutismo de rapazes ou raparigas. É
máximo cinco, sendo de quatro o número ideal. Sempre que o Conselho de Guias aconselhável, portanto, que haja pequenos agrupamentos permanentes, cada um
julgar conveniente, pode ser nomeado um Guia de Grupo. deles a cargo de um rapaz/rapariga responsável, e que estes agrupamentos se
organizem em Patrulhas de Escuteiros.
A Patrulha:
As patrulhas são, sempre que possível formadas com base nos interesses e nas
Patrulhas são pequenos agrupamentos fixos de Escuteiros sob direcção de um Guia motivações dos rapazes/raparigas. Cada Patrulha é dirigida por um Guia de Patrulha
ou Sub-Guia. escolhido pelos seus membros, consultando o Chefe de Grupo.
A Equipa de Animação: Forte amizade
A orientação pedagógica da Unidade está a cargo da Equipa de Animação, Deve ter uma forte amizade, isto é, sentimento forte de rapazes e raparigas que se
constituída pelo Chefe de Unidade, Chefe de Unidade Adjunto e os Instrutores em manifestam no serviço conjunto e na aventura de vida.
serviço na Unidade.
Tradições
O Conselho de Guias:
Como comunidade humana que é, a Patrulha tem tradições da sua própria vida.
O Conselho de Guias é composto pela Equipa de Animação, Guia de Grupo e pelos Todos os elementos as respeitam e procuram que elas cheguem aos novos
Guias e Sub-Guias de Patrulha. E reúne pelo menos uma vez por mês. elementos: o orgulho de terem um hino, grito, lema, bandeirola, cerimônias especiais,
O Conselho de Empreendimento: etc. são motivos que fomentam esse clima.
O Conselho de Empreendimento é composto pelos Guias de Patrulha, pelos
responsáveis das comissões técnicas e pela Equipa de Animação.
2.1.2. Cargos de Patrulhas
O Conselho de Grupo: Guia e Sub-Guia de Patrulha:
O conselho de Grupo é composto por todos os elementos que constituem a Unidade Quando um dia perguntaram a BP que grau escolheria no escutismo se não fosse
e pela Equipa de Animação. Chefe Mundial, ele respondeu prontamente: se me permitisse escolher um grau no
escutismo, escolheria o de “Guia de Patrulha”.
O Conselho de Honra:
Vemos a importância que o próprio BP atribuía a este cargo.
O conselho de Honra é composto pelo Chefe de Grupo, Assistente de Agrupamento e
pelos Guias de Patrulha. Cada patrulha escolhe um rapaz para guia de patrulha. Tem de ser um escuteiro
capaz para o lugar de chefia, capaz não quer dizer que seja mais inteligente ou
2.1.1. Sistema de Patrulhas superior aos outros, mas que tenha certas qualidades naturais, que desenvolvidas
possam transformá-lo num bom Guia de Patrulha.
É algo especial que faz vibrar e respirar quando depois de uma actividade o guia
ergue a sua bandeirola, consciente da sua victória e do dever cumprido, quando O Sub-Guia é um rapaz/rapariga escolhido pelo Guia para seu ajudante e para
ajuda o outro irmão ou outra patrulha nos seus trabalhos. assumir a direcção da Patrulha na sua ausência. É essencial à boa organização da
Patrulha que o Guia e o Sub-Guia trabalhem em íntima colaboração.
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ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

Financeiro/Tesoureiro: gere e controla as finanças da Patrulha. Elabora o  Exercer as competências que o Chefe do Grupo lhe delegar.
orçamento da Patrulha, ouvidos todos os seus membros. Matem atualizada a Este cargo deve, tanto quanto possível, ser rotativo, isto é, um explorador não o deve
contabilidade e a conta corrente da Patrulha. ocupar por mais de 18 meses. A nomeação, bem como a exoneração do Guia de
Responsável do material: zela pela conservação e manutenção de todo o material Grupo, é publicada em ordem de serviço do Agrupamento.
existente e guarda-o em local adequado.
Controla e coordena as saídas e entradas do material e é responsável por requisitar o
2.1.3. O Espírito de Patrulhas
material necessário para as actividades. O espírito de Patrulha quer dizer que cada um dos membros da Patrulha sente que é
par essencial de um modo completo e uno. Um corpo em cada membro cumpre
Repórter/Secretário: é o correspondente da Patrulha na redação do Jornal do
executar o seu papel individual com o fim de se atingir a perfeição e plenitude do
Grupo, ou noutros que porventura necessitem da sua participação ou colaboração.
conjunto.
Regista o que de importante se passa nas reuniões e Conselhos em que participa
Quando um rapaz se torna Escuteiro fazendo a Promessa, é apresentado ao Chefe
com a Patrulha. É o responsável pelos meios de comunicação da Patrulha, jornal,
pelo seu futuro Guia. Em seguida entra na Patrulha como seu membro efectivo.
placard, cartazes, audiovisuais, etc.
Chefe de cozinha: elabora as emendas das refeições para a sua Patrulha, de acordo
com os princípios dêiticos.
Distribui tarefas na preparação e confecção das refeições. Orienta a equipa de
cozinha na confecção das refeições.
Animador: é o responsável pela animação dos fogos de conselho, convívios,
veladas, celebrações e outras festas. Mantém atualizado o repertório cênico da
Patrulha, bem como o guarda-roupa necessário à sua execução. É o encenador e
ensaiador da Patrulha.
Socorrista: é o técnico de saúde da Patrulha. Cuida da farmácia da Patrulha, trata
pequenos ferimentos dos elementos da Patrulha quando em actividade e zela pela
segurança física dos elementos da Patrulha.
Relações públicas: estabelece o relacionamento e contactos com proprietários,
entidades, etc.
Assegura a devida autorização de terrenos para as actividades da Patrulha. Orienta a
instalação e montagem de campo da Patrulha, de forma a que haja sintonia entre o
ambiente natural e o imaginário que enfoca a actividade.
Guia de Grupo: pode ser qualquer explorador escolhido pelo Conselho de Guias,
com as seguintes atribuições: Totem de Patrulha: cada Patrulha dentro da sua unidade escolhe o nome dum
 Presidir ao Conselho de Guias; animal, que passa a ser o animal totem da Patrulha, o seu emprego contribuiu para
 Coordenar a acção dos Guias; um esforço da unidade do grupo e por consequência da Patrulha. Deve-se ter certa
 Auxiliar a Equipa de Animação na administração do Grupo; atenção na escolha dos totens, de modo que eles tenham um sentido positivo. É
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ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

lógico escolher Totens de animais da região que se conheçam e se possível se


possam observar, conhecendo a fundo a sua vida, costumes, região onde vive. Só os membros da Patrulha têm o privilégio de ter e ver o livro, de resto deve
Grito de Patrulha: o grito de Patrulha representa o do animal Totem. Grito esse que encontrar-se devidamente guardado.
é exclusivo da Patrulha e mais ninguém pode imitá-lo. É utilizado para marcar a Desenvolver o espírito de Patrulha: é desenvolver a unidade do funcionamento na
presença da Patrulha, para chamar os elementos da Patrulha, para qualquer outra tropa. Todos na patrulha são ouvidos, a colaboração de cada um é importante, o grito
manifestação da Patrulha. de guerra é vibrante e tem alma o cuidado com o desenvolvimento individual é
Divisa ou lema de Patrulha: conjunto de palavras que traduz um sentimento e uma contínuo estimular a liderança é fundamental.
atitude bem diferenciada aproveitado se possível duma das qualidades do animal Cultivar amor ao canto de Patrulha: a melhor forma é cultivando através da
Totem, dando-lhe um sentido moral e humano. exposição das conquistas; exposição de fotos das actividades de Patrulha;
Bandeirola de Patrulha: cada patrulha deve ter uma bandeirola onde esteja coordenação adequada; identificação de Patrulha; melhorias contínuas. Um bom
representado o animal Totem com as respectivas cores da patrulha e o seu Lema. parâmetro é ter orgulho de receber visitas.
Códigos de Patrulhas: a patrulha deve possuir uma linguagem própria para ser 2.1.4. Mística e Simbologia da 3ª Secção
utilizada sem que ninguém a perceba. Por meio de sinal, linguagem codificada, etc. ...
Poderemos interrogarmo-nos sobre a utilização disto? Tudo isto faz parte e contribui O Ideal do Sénior: é a «Descoberta de Novos Horizontes»
para o reforço do Espírito de Patrulha, as coisas próprias e especiais da Patrulha. O Padroeiro: S. Francisco Xavier
Sem que a gente se aperceba elas contribuem para um reforço duma melhor união Francisco Jasso D`Aspilcueta y Javier nasceu na localidade de Castiilo Xavier, no
em torno de cada um e torna-os mais forte entre os outros. Reino de Navarra, na Espanha, no dia 7 de Abril de 1506, no Castelo Solar da
Insígnia de patrulha: é constituída por um triangulo arredondado das cores oficiais família Aguarês e Javier. Dom Juan de Jasso y Javier e Maria D`Aspilcueta eram os
seus pais. Dom João vivia pouco no castelo, porque era um dos homens mais
da patrulha. Deve ser usada na manga da camisa do lado esquerdo junto da costura
importante no reino de Navarra e de muita confiança do Rei. Tinha que se dedicar
do ombro. às actividades políticas em Pamplona e as diplomáticas em Castilla e na França.
Livro de ouro da Patrulha: é um documento de grande valor que toda patrulha deve Nobre conceituado exerceu inclusive o cargo de embaixador extraordinário junto aos
fazer questão de o possuir. Neste livro ficará registado todo o historial da própria Reis Católicos da Espanha, Fernando e Isabel. Sua família era rica de bens
Patrulha, como: materiais e em títulos honoríficos, gozava de elevada estima e distinção junto ao
povo, graças à sua generosidade e demonstrações de sincera amizade,
 Histórias da Patrulha com os seus feitos, mais importantes;
principalmente com aquelas pessoas menos favorecidas. Francisco cresceu junto
 Memória ilustrada das suas actividades; aos Pirenéus, num ambiente de riqueza e tradição. Desde cedo mostrou uma
 Os códigos secretos da patrulha; aguçada inteligência e um crescente interesse em querer estudar e conhecer.
 Os costumes da patrulha; O Castelo de seus pais tinha uma Capela onde Xavier rezava diante da imagem de
 Assinaturas dos visitantes de relevo, ao seu canto de Patrulha; um grande crucifixo, que segundo afirmam os seus hagiógrafos, aquele CRISTO
 As características do animal Totem; suou sangue quando ele agonizava e morreu. A imagem foi esculpida em madeira e
 Actas mais importantes de reuniões e conselhos; é um pouco maior que o tamanho natural de um homem, mostrando um suave
 Lista dos componentes da Patrulha com fotografias e outros dados; sorriso na face.
 A Boa acção da Patrulha; Em Sanguesa e em Pamplona, na Espanha, Xavier tinha recebido do Capelão as
 Hino da Patrulha. primeiras lições de gramática e latim. Deste modo estava preparado para entrar na
Universidade. Sonhava ser um homem sábio, ganhar muito dinheiro e reabilitar a
Em fim trata-se duma pequena grande história da Patrulha, elaborada dia a dia pelo
sua família. Nesta época, com 19 anos de idade, tinha boa estatura e excelente
Secretário ou relator da Patrulha. conformação física, seu rosto sempre alegre e jovial, irradiava simpatia e inocência.
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ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

Um dia do mês de Outubro de 1525, acompanhado por servente, atravessou os


Pirenéus a cavalo a caminho de Paris, para estudar na Sorbona. Era uma célebre
A Rosa dos Ventos
Universidade onde estavam cerca de 4 mil alunos de todas as partes do mundo, Representa a busca constante do Sénior. É a sua vontade
inclusive árabes e persas. constante de percorrer novos rumos, experimentar novas
No dia 15 de Agosto de 1534, Festa da Assunção de Nossa Senhora aos Céus, S. sensações na procura do caminho para a sua vida, aquele
Francisco Xavier fez votos de pobreza e castidade; fazendo também voto de, que o pode tornar feliz.
juntamente com os seus colegas, irem à Terra Santa e, diante do Santo Sepulcro,
colocarem as suas vidas consagradas ao serviço da salvação dos homens. Fez A Rosa-dos-ventos é constituída por 4 Pontos Cardeais, 4
parte dos primeiros jesuítas, fundadores da Companhia de Jesus. Pontos Colaterais e 24 Pontos Sub-colaterais.
O Santo Apóstolo das Índias e do Japão tinha 46 anos de idade e havia percorrido
mais de 120.000 quilómetros, pelos caminhos mais difíceis e perigosos, O Machado
conquistando corações para o Senhor, quando veio a falecer, na madrugada de Simboliza o gosto de construir, de transformar, de deixar obra. A
sábado dia 3 de Dezembro de 1552, ficando a olhar fixamente o crucifixo que construção de um novo mundo e, simultaneamente, da sua
apertava com as mãos. própria personalidade. É o agir soltando toda a sua força interior

Simbologia
Todo Escuteiro deve saber orientar-se no campo.
A gota de Água
Simboliza a pureza e a sensibilidade que caracterizam o
O primeiro passo para o domínio das técnicas de orientação é o conhecimento da
verdadeiro Sénior, que o abre para a descoberta do mundo, dos
Rosa-dos-ventos.
outros e de si próprio. Descobrindo os outros, o Sénior percebe
quem são os companheiros ideais para o ajudar a transformar o
mundo que vai descobrindo. E aí compreende a força que uma
torrente pode ter.

As três áreas de identificação dos Seniores concretizam-se em três realidades que


simbolizam essa aproximação: A Rosa-dos-Ventos, a Gota de Água e o Machado.

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ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

2.1.5. Sinais e Tipos de Formatura


Todos os sinais escutistas devem ser obedecidos imediatamente. Os escuteiros
deverão deixar de fazer o que estiverem a fazer e atender o sinal com rapidez e Círculo: Os Escuteiros se colocam em círculo, por
eficácia. Patrulhas, ao redor do chefe.

Alerta/Atenção: É o sinal mais usado. Isto significa


silêncio e todos devem deixar de conversar ou
desocupar-se no que estiverem a fazer. Poderá ser um Em Linha: As Patrulhas se formam em uma
sinal prévio para que os escuteiros formem em círculo, só linha deixando um espaço de alguns passos
ferradura etc. entre si.

Fila Indiana: Esta formação se utiliza em Por Patrulha: O chefe faz o sinal com os dois
caminhadas para levar os escuteiros de um lugar a braços estendidos para frente. As Patrulhas
outro de maneira ordenada. deverão formar em colunas, com os monitores em
direcção ao chefe.

2.1.6. O Fogo de Concelho


Ferradura: Os escuteiros, depois de estarem O Fogo de Conselho é uma reunião à noite, ao redor da fogueira.
formados por Patrulha, correm em círculo até formar a  Serve como pausa de reflexão para quem viveu um dia de
ferradura. actividades em conjunto;
 Convívio agradável com vista a procurar o equilíbrio entre as
actividades do dia e o descanso;
 Momento de encontro com Deus.
Debandar: O Chefe faz este movimento três vezes e os Duração
escoteiros respondem com o lema «Sempre Alerta!»,  De 1h a 1h30.
antes de debandar.
Tipos de Fogo de Concelho
Comunitário
 Para descanso e reflexão (após um dia de intensas actividades);
 Sentados, tomando uma bebida quente e debatendo um tema.
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ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

Formal  Números cómicos


 Para queimar energias;  Música instrumental
 Animação e jovialidade;  Anedotas e poesias
 Fortalecer laços de amizade e irmandade.  Canções escutistas e populares
Organização do Fogo de Concelho  Aplausos fortes
Escolha do Animador Parte Muito Rápida
 Conhecer as canções e os aplausos;  15 a 25 min;
 Capacidade de organização, fazer cumprir um programa, estimular a  Partidas e participações das patrulhas;
participação de todos e manter a disciplina;  Musica muito animada;
 Ter voz afinada e audível.  Números cómicos e rápidos.
Auxiliares do Animador (2 escolhidos por ele) Máximo/Clímax
 Alimentar o fogo;  5 a 10 min;
 Avisar aos grupos/patrulhas quando chega a sua vez;  A fogueira está no seu máximo;
 Substituir o animador.  Fase para homenagens, oferecer lembranças;
Preparação do Fogo  Aqui já não se alimenta mais a fogueira.
 Definir o tipo de fogo; Parte Rápida e Moderada
 Preparar a lenha;  15 a 20 min;
 Fazer um levantamento das apresentações;  Música instrumental;
 Fazer um programa.  Poesias cómicas;
Obs.: É importante não improvisar.  Canções escutistas e populares;
Desenvolvimento do Fogo  Aplausos.
Abertura. Parte Lenta e Suave
 7 a 15 min.  15 a 20 min;
 Acender do fogo.  Poesias dramáticas;
 Canções de abertura  Canções escutistas e populares;
 Palavra do chefe da actividade/campo
 Aplausos.
Parte Rápida e Muito Alegre.
 10 a 20 min. 48
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ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

Parte Muito Lenta/Fogueira em Brasio Pirâmide


 7 a 15 min. Utilização: Grandes Fogos de Conselho
 Canções escutistas e populares. Características: Não necessita de grande
manutenção fornece bastante luz e calor
 Oração da noite.
Descrição: A base é um quadrado de 1 a 1,2m
Disposição dos elementos num Fogo de Conselho de lado, com troncos muito grossos, indo o
diâmetro diminuindo em altura até 1 a 1,2m do
solo. O bloco central é constituído por, acendalha
e lenha fina.

Polinésia
Utilização: Fogo de conselho comunitários, em
que os escutas se reúnem para conversar,
cantar.
Características: Longa duração e manutenção
simples, Dá pouca luz.
Descrição: Abre-se um buraco quadrado de 40
cm de largura outros tantos de profundidade.
Coloca-se no fundo uma Pedras para suporte
dos troncos que são dispostos a toda a volta
Tipos de Fogueiras sobressaindo um pouco do buraco.
Cone
Utilização: para Fogos de Conselho até 80 Estrela
escuteiros. Utilização: Fogos de Conselho de patrulha ou
Características: dá bastante calor e as chamas equipa.
sobem como um fio dando muita iluminação; Características: Fogueira de grande duração,
como os troncos são consumidos rapidamente, Dá pouco calor e luz.
necessita de maior manutenção. Descrição: Traçam-se no chão 4 a 6 canais nos
Descrição: a base é um quadrado com 1 a 1,2m quais se colocam os troncos. No centro faz-se
de lado, dispondo-se dentro dele numerosos uma pequena fogueira em cone, que incendiará
troncos colocados em cone. O bloco central é os troncos dispostos em estrela.
constituído por, acendalha e lenha fina.

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ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

Canadiana
Nó de Gilwell ou Nó Cabeça de Turco: é um
nó decorativo de formato circular e trançado.
É usado por dirigentes Escuteiros que já
Utilização: Fogos de Conselho de patrulha. terminaram o modulo básico de formação
Características: Fogueira reflectora para para prender o lenço.
aquecimento.

2.2. Pioneirismo
Todo o escuteiro deve saber fazer nós.
Nó Borboleta: serve para criar uma alça que
Fazer um nó parece coisa simples e, não obstante, há maneiras de os fazer bem e de não corre no meio de uma corda.
os fazer mal, e os escuteiros devem saber fazê-los bem. Da perfeição com que o nó
está feito pode depender uma vida. Baden-Powell

Nó Simples: serve para amarrar na ponta de


uma espia para que não se desfie.
Nó de correr ou Corrediço: seu uso
principal é amarrar objectos que devem ficar
mais firmes quando for exercida uma força
sobre eles.

Nó de Barqueiro: serve para se fixar uma


corda em um mastro. É muito usado por Lais de Guia ou Nó de Salvamento: é um
iatistas para atracar um barco com nó que cria uma alça que não corre sua
segurança. Para o escuteiro serve também utilização é variadíssima, exactamente por
para começar uma amarração. ser prático.

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ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

Mastros e Mesas

Botão em cruz: serve para unir duas


varas.

Botão em esquadria: serve para unir duas


varas.

Construções
Altares

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ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

Pórticos 2.3. Observação


Início de Pista Fim de Pista Caminho a Seguir

Virar à Direita Virar à Esquerda Caminho a Evitar

Separação de Elementos Separação de Patrulhas

Torres de vigia Transpôr Obstáculo Mensagem na direcção indicada

2.4. Mensagens
O Código de Patrulha

A B C D E F G H I J K L M

Z Y X W V U T S R Q P O N

Exemplo: ALERTA ZOVIGZ

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ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

O Código em Número Actividades características da III Secção


A B C D E F G H I J K L M  Actividades na Sede
 Empreendimentos – Projectos e Pesquisas
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13  Competições e grandes jogos
 Actividades Externas (Sociais…)
Z Y X W V U T S R Q P O N
 Campismo e pioneirismo
14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26  Expedições – Hikes
 Actividades de Resistência – caminhadas
 Orientação – Comunicação
Exemplo: ALERTA 1,12,5,22,20,1
Formaturas e Evoluções
 Ordem Unida
 Marchas
 Formaturas
 Sinais (de apitos e de mãos) de Formaturas
Cerimónias na III Secção
 Velada
 Promessa
 Investiduras (da secção, de guias…)
 Passagem para IV Secção.

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ELAB. CHEFE TOMÁS VINIOMBO “PAUPEC”

Ritual de Investidura Chefe: E por quanto tempo?


Asp.: Sempre que Deus há-de ajudar-me.
Chefe: O que desejais?
Chefe: E qual é a Divisa que escolheis?
Asp.: Ser escuta da Associação de Escuteiros de Angola.
Asp.: Sempre Alerta.
Chefe: Para que?
Chefe: Confiando na vossa lealdade podeis fazer a promessa.
Asp.: Para melhor servir a Deus, a Igreja e a Pátria.
Asp.: Prometo, pela minha honra e com a graça de Deus, fazer todo o possível por:
Chefe: Vinde com intenção em alguma recompensa?
Asp.: Nenhuma.  Cumprir os meus deveres para com Deus, a Igreja e a Pátria;
Chefe: Conheceis bem os Princípios do escuta segundo os quais quereis  Auxiliar os meus semelhantes em todas as circunstâncias;
viver?  Obedecer à Lei do escuta.
Asp.: Sim Chefe.
 O Escuta orgulha-se da sua fé e por ela orienta toda a sua vida.
 O Escuta é filho de Angola e bom cidadão.
 O dever do Escuta começa em casa.
Chefe: Conheceis bem a Lei do escuta a qual voluntariamente vos quereis
obrigar?
Asp.: Sim Chefe.
1.º A honra do Escuta inspira confiança.
2.º O Escuta é leal.
3.º O Escuta é útil e pratica diariamente uma Boa Acção.
4.º O Escuta é amigo de todos e irmão de todos os outros escutas.
5.º O Escuta é delicado e respeitador.
6.º O Escuta protege as plantas e os animais.
7.º O Escuta é obediente.
8.º O Escuta tem sempre boa disposição de espírito.
9.º O Escuta é sóbrio, econômico e respeitador do bem alheio.
10.º O Escuta é puro nos pensamentos, nas palavras e nas acções.
Chefe: Prometeis observar sempre com fidelidade os Princípios e a Lei bem
como todo o Regulamento a A.E.A.?
Asp.: Sim Chefe, com a graça de Deus.

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