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A Formação Contínua dos Gestores Escolares na Província da Zambézia: o Papel da


Universidade Licungo, cidade de Quelimane: Caso em estudo, o Curso de
Administração e Gestão da Educação
Licenciatura em Administração e Gestão da Educação

1º Ano

Universidade Licungo
Quelimane
2019
1

A Formação Contínua dos Gestores Escolares na Província da Zambézia: o Papel da


Universidade Licungo, cidade de Quelimane: Caso em estudo, o Curso de
Administração e Gestão da Educação

Curso de Administração e Gestão da Educação

Projecto de Pesquisa Científica a ser


apresentado ao Departamento de
Ciências de Educação e Psicologia, na
cadeira de Metodologia de Investigaçao
Científica, recomendado pela docente.
Drª:

Universidade Licungo
Quelimane
2019

Índice
2

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO...................................................................................................4
1.1.Tema:........................................................................................................................................6
1.2.Delimitação do Tema:..............................................................................................................6
1.3.Problematização e Problema..................................................................................................6
1.4.Justificativa..............................................................................................................................8
1.5.Objectivos.................................................................................................................................9
1.5.1.Objectivo Geral.....................................................................................................................9
1.5.2.Objectivos Específicos..........................................................................................................9
1.6.Questões de Pesquisa:..............................................................................................................9
1.7.Metodologia de Pesquisa.......................................................................................................10
1.7.1.Tipo de Pesquisa.................................................................................................................10
1.7.1.1.Pesquisa Quanto à Abordagem......................................................................................10
1.8.Métodos Científicos...............................................................................................................10
1.8.1.Método indutivo..................................................................................................................10
1.9.População/Universo e Amostra............................................................................................11
1.9.1.População/Universo............................................................................................................11
1.9.2.Selecção da Amostra...........................................................................................................11
1.9.3.Instrumentos de Colecta de Dados....................................................................................11
CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................12
2.1.Conceitos Básicos...................................................................................................................12
2.1.1.Etimologia do Conceito de Formação...............................................................................12
2.1.2. Formação Contínua...........................................................................................................13
2.1.3.Formação de Professores em Moçambique......................................................................15
2.2. Etimologia e Conceito de Gestão.........................................................................................16
2.2.1.Gestor...................................................................................................................................17
2.3.Universidade (Breve Historial).............................................................................................18
2.4.Conceito de Universidade......................................................................................................20
2.5.Historial da Universidade Pedagógica.................................................................................22
2.6.Faculdade de Ciências da Educação e Psicologia...............................................................25
2.6.1.Curso de Administração e Gestão da Educação..............................................................25
2.6.2.Duração do Curso de AGE................................................................................................26
2.6.3.Objectivos Gerais do curso de AGE..................................................................................26
2.7.As Funções da Universidade.................................................................................................26
2.8.Historial da Universidade Pedagógica – Delegação De Quelimane..................................28
3

2.9.O Papel da Universidade Pedagógica de Quelimane..........................................................30


3. Recolha e Análise de Dados....................................................................................................33
4.Cronograma..............................................................................................................................34
5.Orçamento.................................................................................................................................34
Bibliografia...................................................................................................................................35
Apêndices......................................................................................................................................37

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
4

Quando se fala de Formação de Professores e Gestores Escolares estamos perante um assunto


que tem provocado grande nas diversas camadas sociais, e especialmente, nos sistemas de
ensino e instituições formadoras.
Parte-se do pressuposto no qual a qualidade de ensino está esteitamente ligada com a
qualidade da formação recebida pelos futuros professores e gestores das escolas das redes
públicas e privada de ensino. É nesta senda que as universidades e os institutos de formação
de profissionais de educação desempenham um papel preponderante na sociedade.
Portanto, o interesse pela gestão no campo educacional tem sido crescente nos últimos anos,
reflectindo-se tanto no incremento do número de publicações a respeito do tema, quanto na
oferta de cursos das mais diversas matizes orientadas para a formação daqueles que, de uma
forma ou de outra, estão estreitamente ligados à direcção de escolas.
Porém, o conceito de Gestão Escolar, relativamente recente, é de extrema importância para
que se tenha uma escola que atenda às actuais exigências da vida social: formar cidadãos e
oferecer, ainda, a possibilidade de apreensão de competências e habilidades necessárias e
facilitadoras da inserção social.
Contudo, a presente pesquisa pretende contribuir para este debate, reflectindo sobre o Papel
da Universidade Licungo, cidade de Quelimane: Caso em estudo, o Curso de
Administração e Gestão da Educação. Em qualquer campo de actuação, a gestão é actividade
preponderante cuja existência articula-se a uma actividade de muita responsabilidade. No caso
dos sistemas educativos, reporta-se sempre a iniciativas voltadas para o ensinar e o aprender
em espaços escolares. Compreender suas faces e interfaces é uma forma de situar a escola em
relação a limites, possibilidades e desafios que lhe são postos.
Assim, a Universidade Licungo, atraves do seu curso Administração e Gestão da Educação,
acrescenta mais um papel preponderante, além do seu papel geral de formar indivíduos
capazes de resolver os diversos problemas da vida na sociedade, assim contribuindo para o
desenvolvimento do país. Por outro lado, o papel de formar profissionais de educação em
geral, ela tem o papel de formar gestores escolares qualificados através do curso de AGE em
parceria com o seu departamento.
Este trabalho é composto pelas seguintes partes: CAPÍTULO I – introdução (tema e sua
delimitação, justificativa, a problematização, e os objectivos). CAPÍTULO II -
Fundamentação, apresentaçao de conceitos relacionados à formação contínua dos gestores
escolares na cidade de Quelimane, bem como o papel das universidades, em particular da
Universidade Pedagógica de Quelimane. CAPÍTULO III – Metodologia de Pesquisa.
1.1.Tema:
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 A Formação Contínua dos Gestores Escolares na Cidade de Quelimane

1.2.Delimitação do Tema:
 A Formação Contínua dos Gestores Escolares na Cidade de Quelimane: o Papel da
Universidade Pedagógica, Curso de Administração e Gestão Escolar, na Delegação
de Quelimane
1.3.Problematização e Problema
Vários estudos indicam que a formação docente deve ser pensada como um aprendizado
profissional ao longo da vida, envolvendo profissionalmente os docentes, pois, ao se conhecer
melhor e compreender o seu trabalho possibilita a descoberta de caminhos eficazes para
alcançar o ensino de qualidade e reverter numa aprendizagem significativa para os alunos,
conforme (Luck, 2009:45). A presença do professor representa o elo entre a escola e a
sociedade, destacando-se assim, a importância do papel deste profissional como propulsor
para responder a procura de novas concepções de educação.

Portanto, a falta de preparo dos professores é apontada em vários documentos como uma das
causas que mais contribui para o insucesso escolar dos alunos. Assim, não existirá ensino de
qualidade, reforma educativa e inovação pedagógica, sem antes melhorar a formação de
professores. Aspectos esses que se fazem sentir em Moçambique através da Política Nacional
de Educação – Resolução nº 8/95, de 22 de Agosto, que estabelece alguns princípios básicos
em que se deve basear a formação, quer inicial e/ou em serviço dos professores. E neste caso
de gestores destaca-se a necessidade de trazer para dentro das instituições de ensino o
conceito de educação ao longo da vida que vise criar uma mudança de atitude dos
profissionais da educação, na sua actuação.

Aliás, já dissemos que a qualidade da educação está intimamente ligada à qualidade de


formação dos professores e do seu desenvolvimento profissional ao longo da carreira. É nesta
perspectiva que a formação continuada dos professores deve fazer parte integrante do sistema
de ensino e não pode reduzir-se a cursos periódicos de reciclagem ou participação em eventos
promovidos pela Direcção Distrital de Educação. A formação dos professores é um processo
contínuo, começando com a formação inicial e se estendendo ao longo da vida profissional,
como base essencial para a promoção de mudança educativa visando a eficácia e qualidade de
ensino aprendizagem buscando-se ir além da formação continuada dos professores, acredita-
se também que a melhoria da qualidade da educação compreende e envolve a competência
profissional dos diretores escolares e sua capacidade de organizar, orientar e liderar as ações e
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processos promovidos na escola; processos esses voltados para a promoção da aprendizagem,


formação dos alunos e desenvolvimento de competências profissionais dos gestores que lhes
permitam assumir de forma efetiva o acervo de responsabilidades inerentes às suas funções,
(LUCK, 2009:78).

Entretanto, tanto os professores como os gestores escolares devem receber uma formação,
apoio institucional e um acompanhamento adequado para construir novas competências que
serão pertinentes nos ciclos de aprendizagem.

Este cenário é importante uma vez que com a formação contínua em Moçambique vários
profissionais da educação, como professores por exemplo, ficam parados no tempo,
continuando com aquelas metodologias e conhecimentos antigos que precisam ser
actualizados, uma vez que o tempo passa e as coisas mudam. Por isso a necessidade dos
próprios gestores, neste caso os directores seriam devidamente acompanhados com formações
continuadas, para cada vez mais obterem conhecimentos necessários com vista a melhorar a
sua forma de gestão da educação. Nesse contexto, a formação profissional deve ser contínua,
seus saberes e aptidões, sua capacidade de discernir e agir, contemplando a reflexão sobre os
valores de educação, vivência interdisciplinar, trabalho em equipe, pesquisa e construção de
competências devem ser actualizadas, de acordo com a época ou o tempo em que estamos.
Porém, estas diversas situações têm acontecido em instituições de ensino, sobretudo na cidade
de Quelimane acontecem num momento em que existe uma Universidade Pedagógica, uma
instituição vocacionada para a formação de profissionais e/ou gestores da educação,
especialmente com um curso especializado para tal, curso de Administração e Gestão da
Educação.

Com a formação contínua é possível reconhecer que a qualidade da educação baseia-se nas
competências dos seus profissionais e que, consequentemente, oferecem aos seus alunos e à
sociedade em geral experiências educacionais formativas, capazes de promover o
desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes, factores esses necessários para
enfrentar os desafios vivenciados em um mundo globalizado, tecnológico, orientado por um
acervo cada vez maior e complexo de informações e pela procura de qualidade em todas as
áreas de actuação, como afirma (LUCK, 2009:89). No entanto, diante das evidências acima e
outras situações que se fazem sentir nas escolas moçambicanas, sobretudo algures da cidade
de Quelimane, levantou-se a seguinte questão de pesquisa:
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 Qual é o Papel da Universidade Licungo na Formação Contínua de Gestores


Escolares na Cidade de Quelimane, sobretudo no curso de Administração e Gestão
da Educação?

1.4.Justificativa
Parte-se do pressuposto de que a gestão escolar engloba as incumbências que as unidades
escolares possuem como elaborar e executar a proposta pedagógica, administrar o pessoal e os
recursos materiais e financeiros. Ela é responsável, através de seu gestor, por garantir a
organização e desenvolvimento da gestão da escola, materializando planos e projectos
elaborados pela mesma. Neste sentido, o gestor escolar é o responsável pela instituição
escolar, pelas acções e pelos profissionais da mesma.
Nesta senda, não nos podemos esquecer de que a qualidade da educação é de interesse tanto
da equipe escolar como dos pais por isso faz-se necessário uma relação mais próxima entre a
escola e as famílias. Quando o gestor e sua equipe pergunta, regista e divulga as necessidades
e aspirações da comunidade escolar existe uma maior possibilidade de se atingir o principal
objectivo da educação: formar cidadãos não apenas com conteúdos teóricos, mas também
críticos e com capacidade de fazer escolhas conscientes. E pela observância de
incompetências por parte da gestão da educação, bem como a falta de gestores formados.
Onde os profissionais não demonstram o seu trabalho como educadores, surge em mim um
interesse em investigar esta área.

Primeiro, por tratar-se de um tema de interesse social, e que afecta directamente a sociedade,
pois a formação contínua de profissionais de educação pode contribuir para a qualidade de
ensino em Moçambique, visto que tem-se avançado que há fraca qualidade na educação
moçambicana. É cenário surge por vários factores, desde a formação dos próprios
profissionais de educação, o interesse dos próprios alunos, o desenho curricular, bem como os
programas de ensino.

De seguida, pretendo fazer um estudo nesta área para servir de uma reflexão e um guião na
formação de gestores escolares, visto que eu como estudante do curso de licenciatura em
administração e gestão da educação não me conformo em ouvir debates sobre a fraca
qualidade de ensino em Moçambique, enquanto a Universidade Pedagógica, sobretudo a
delegação de Quelimane possui um curso vocacionado na formação de gestores da educação,
refiro-me ao curso de AGE.
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1.5.Objectivos
1.5.1.Objectivo Geral
 Analisar o papel da UL, sobretudo o curso de AGE na formação contínua dos gestores
escolares, para dar espaço de reflexão salientando a importância da UP e sua práticas
no desenvolvimento de educação para todos, por um lado e por outro para o
desenvolvimento da ciência.
1.5.2.Objectivos Específicos
 Apresentar as práticas e os desafios da Universidade Licungo na formação contínua
dos gestores escolares;
 Identificar o Papel da Universidade Licungo na formação contínua dos gestores
escolares;
 Distinguir as políticas de formação contínua de gestores escolares na Universidade
Licungo actualmente.

1.6.Questões de Pesquisa:
 Quais são as políticas de formação contínua de gestores escolares na Universidade
Licungo, na actualidade?
 Que Práticas e Desafios tem a Universidade Licungo, na Formação contínua dos
Gestores Escolares, frente aos novos desafios do século XXI?
 Que Requisitos a Universidade Licungo Recomenda aos Gestores escolares, durante
a sua formação?
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CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


Neste capítulo serão apresentadas as contribuições teóricas de certos autores sobre o tema em
questão.
2.1.Conceitos Básicos
2.1.1.Etimologia do Conceito de Formação
Na Grécia clássica a idéia de formação do indivíduo estava contida no conceito de Paidéia,
que se configurava na formação de um elevado tipo de Homem de acordo com sua verdadeira
forma, seu autêntico ser: “a mais alta obra de arte que seu anelo se propôs foi a criação do
Homem vivo, os gregos viram pela primeira vez que a educação tem que ser também um
processo de construção consciente” (Jaeger, 1989:9). Ainda SEVERINO (2006:621) afirma
que “o ideal da Paidéia reaparece mais tarde na história, sempre que abandonamos a ideia de
um mero adestramento com fins determinados e passamos a reflectir sobre a essência do
processo educativo, concepção presente também no conceito iluminista de Bildung.”
De acordo com FERREIRA, (1986:800), formação pode significar, entre outras coisas, “acto,
efeito ou modo de formar; constituição, caráter; maneira por que se constituiu uma
mentalidade, um caráter ou um conhecimento profissional”, dessa maneira, formado é aquele
que “recebeu forma, foi modelado” ou que “concluiu formatura numa faculdade ou em
estabelecimento de nível médio ou outros níveis”. Para SEVERINO (2006:621):
formação é um processo de dever humano, mediante o qual o indivíduo
natural advém um ser cultural, uma pessoa – é bom lembrar que o
sentido dessa categoria envolve um complexo conjunto de dimensões
que o verbo formar tenta expressar: constituir, compor, ordenar, fundar,
criar, instruir-se, colocar-se ao lado de, desenvolver-se, dar-se um ser. É
relevante observar que seu sentido mais rico é aquele do verbo
reflexivo, como que indicando que é uma ação cujo agente só pode ser
o próprio sujeito. Nessa linha, afasta-se de alguns de seus cognatos, por
incompletude, como informar, reformar e repudia outros por total
incompatibilidade, como conformar, deformar.

Muito embora os dados aqui discutidos digam respeito à dimensão profissional, consideramos
adequadas essas reflexões mais amplas sobre o conceito, uma vez que em Moçambique,
actualmente, utilizamos mais a expressão “formação de professores”, que as constituídas por
outros substantivos como educação, treinamento, etc.
A busca de superação da instrumentalização da formação, especialmente no caso dos
professores, tem gerado uma literatura crítica que busca situá-la em contextos concretos, não
apenas como aquisição de destrezas, mas também como constituição do sujeito, de tal maneira
10

que “o conceito de formação é tomado não só como uma actividade de aprendizagem situada
em tempos e espaços específicos, mas também como acção vital de construção de si próprio”
(MOITA, 2000:114).
Assim, por vezes interpretada como socialização, por outras, como construção da
personalidade autônoma, a formação plena é por nós entendida como síntese superadora
desses pólos, buscando a constituição daquele que, como indivíduo, participa conscientemente
da construção do mundo em conjunto com os demais. Estas distintas compreensões embasam
diferentes tradições com relação à formação de professores (CARR & KEMMIS, 1988), no
entanto, duras críticas têm sido formuladas aos modelos formativos, que se constituem apenas
como processos de socialização, os quais deveriam ser excedidos por outros que levassem em
conta a capacidade crítica, reflexiva, criadora e transformadora dos professores
(CONTRERAS, 2002:78).

2.1.2. Formação Contínua


Quando se refere à formação contínua são enfatizados os seguintes aspectos do profissional: a
formação, a profissão, a avaliação e as competências que cabem ao profissional.
O educador que está sempre em busca de uma formação contínua, bem como a evolução de
suas competências tende a ampliar o seu campo de trabalho.
Neste sentido, formar-se na perspectiva de ASSMANN (1998:35), é um processo de toda a
vida; enquanto seres humanos, temos a possibilidade de aprender e, portanto, nos
humanizamos permanentemente, mediante as relações e interações que acontecem nos
diversos ambientes culturais nos quais temos relações. Deste modo, aprender é mais do que
receber ou obter informações e conhecê-las ou compreendê-las é tornar o aprendizado parte
do ser, implicando desenvolver-se com ele. Formar-se é um processo de aprendizagem que se
realiza desenvolvendo-se individual e coletivamente dentro da cultura, incorporando-a,
criando e recriando-a.
Assim, a complexidade de fatores que permeiam a questão da formação continuada é bastante
abrangente e está ligada ao desenvolvimento da escola, do ensino, do currículo e da profissão
docente. Para além da aprendizagem da matéria a ser dada em sala de aula, a formação de
professores traz consigo aspectos relevantes que constituem o ser professor.
Nesta perspectiva DI GIORGI (2010:15), afirma que a formação contínua pode ser definida
como “um processo constante do aprender a profissão de professor, não como mero resultado
de uma aquisição acumulativa de informação, mas como um trabalho de seleção, organização
e interpretação da informação”.
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Como diz ASSMANN (1998:35-36), “vida é, essencialmente, aprender... e estar vivo é um


sinônimo de estar agindo como aprendente.”
Dentro dessa perspectiva, a formação contínua, entendida como parte do desenvolvimento
profissional que acontece ao longo da atuação docente, pode possibilitar um novo sentido à
prática pedagógica, contextualizar novas circunstâncias e ressignificar a actuação do
professor. Trazer novas questões da prática e buscar compreendê-las sob o enfoque da teoria e
na própria prática permite articular novos saberes na construção da docência, dialogando com
os envolvidos no processo que envolve a formação (FELDMANN, 2009:34).
A formação contínua assim entendida como perspectiva de mudança das práticas no âmbito
dos docentes e da escola possibilita a experimentação do novo, do diferente a partir das
experiências profissionais que ocorrem neste espaço e tempo orientando um processo
constante de mudança e intervenção na realidade em que se insere e predomina esta formação.
Ela contribui de forma significativa para o desenvolvimento do conhecimento profissional do
professor, cujo objetivo entre outros, é facilitar as capacidades reflexivas sobre a própria
prática docente elevando-a a uma consciência coletiva.
A partir dessa perspectiva, a formação contínua conquista espaço privilegiado por permitir a
aproximação entre os processos de mudança que se deseja fomentar no contexto da escola e a
reflexão intencional sobre as consequências destas mudanças.
Considerando como aspecto importante da formação continuada, a mudança segundo
HARGREAVES (2002) diz-nos que ela é um processo que envolve aprendizado,
planejamento e reflexão. Envolve valores, propósitos e conceitos associados ao que está sendo
modificado.
Há dessa forma, a necessidade de se fazer parte constituinte dessas mudanças e as elaborando
dentro de um contexto mais amplo de reflexão. Desta forma:

Os professores não alteram e não devem alterar suas práticas apenas porque
uma directriz lhes é apresentada, e eles se sentem forçados a cumpri-las. Eles
não podem evocar novas práticas a partir de nada ou transpô-las de imediato
do livro didático para a sala de aula. Os profissionais necessitam de chances
para experimentar a observação, a modelagem, o treinamento, a instrução
individual, a prática e o feedback, a fim de que tenham a possibilidade de
desenvolver novas habilidades e de torná-las uma parte integrante de suas
rotinas de sala de aula. (HARGREAVES, 2002:114).

Ainda este autor realça que “Uma inovação bem-sucedida implica mais do que aperfeiçoar
habilidades técnicas. Ela também estimula a capacidade de compreensão dos professores em
relação às mudanças que estão enfrentando”.
12

Portanto, um projeto de formação necessita contemplar os significados e às interpretações que


os docentes atribuem à mudança e de como ela os afeta e os confronta em suas crenças e
práticas.
É importante ressaltar que a prática a qual nos referimos, embora seja um termo polissêmico,
está ligada diretamente a ação orientada e dotada de sentido em que o sujeito possui uma
função imprescindível como agente numa estrutura social.

2.1.3.Formação de Professores em Moçambique


A responsabilidade pela administração dos serviços de educação e a gestão dos recursos
humanos, materiais e financeiros é cada vez mais descentralizada até ao nível das escolas e
das instituições com crescente autoridade financeira e poder de decisão, (MINED, 2012:14).
O ministério de educação é o responsável pela elaboração das políticas nacionais e pelo seu
acompanhamento e minoritário assegurando a coerência contínua com as grandes prioridades
e os objectivos do Governo.
No entanto, de acordo com o artigo 33 da Agenda do Professor, a formação de professores
para os ensinos geral, técnico-profissional, especial e vocacional realiza-se em instituições
especializadas e visa:
 Assegurar a formação integral dos docentes capacitando os jovens e adultos;
 Conferir no professor uma sólida formação científica, psicopedagógica e
metodológica;
 Permitir ao professor uma elevação constante do seu nível de formação científica,
técnica e psicopedagógica, (MINEDH, 2007:33-34).
Porém, no estudos realizados sobre a formação de professores e a sua articulação com a
escola (…) é apontada com maior frequência a desvinculação entre a teoria e a prática,
obstáculo na concretização de uma prática pedagógica, vista não como repetidora de modelos
e padrões cristalizados, mas como uma prática que traga em si a possibilidade de uma acção
dialógica e emancipadora de mundo e das pessoas, (FELDMANN, 2009:75).
Assim, as recentes investigações nacionais e internacionais sobre a formação de professores
apontam a necessidade de se tornar prática pedagógica como fonte de estudo e construção de
conhecimento sobre os problemas educacionais, ao mesmo tempo que se evidencia a
inadequação do modelo racionalista-instrumentalista em dar respostas às dificuldades e
angústias vividas pelos professores no quotidiano escolar, embora seja paradigmas presentes
nas nossas escolas.
13

Contudo, o processo de formação de professores caminha junto com a produção da escola em


construção por meio de acções colectivas, desde a gestão, as práticas curriculares e as
condições concretas de trabalho vivenciadas.
Ainda FELDMANN (2009:78), o ofício docente tem sido compreendido, muitas vezes,
apenas por sua dimensão técnica, esquecendo-se que o professor não pode ser entendido a
margem de sua condição humana. Para ele, o professor não se pode discutir a acção do
professor na escola apenas pelo seu carácter instrumentar, desconsiderando-se a importância
da sua identidade pessoal e profissional no processo educativo.

2.2. Etimologia e Conceito de Gestão


O termo gestão deriva do latim gestione e significa gerir, gerência, administração.
Administrar é planejar, organizar, dirigir e controlar recursos, visando atingir determinado
objectivo. Gerir é fazer as coisas acontecerem e conduzir a organização para seus objectivos.
Portanto, gestão é o ato de conduzir para a obtenção dos resultados desejados, (OLIVEIRA et
al, 2002:136). Administração e gestão não são sinónimos, porém são processos
complementares pois processos de gestão bem-sucedidos estão intimamente ligados a bons
procedimentos de administração. A administração constitui um conceito e conjunto de acções
fundamentais para o bom funcionamento de organizações, por estabelecer as condições
estruturais básicas para o seu funcionamento. Daí ser incorporada pela gestão em seu escopo,
como gestão administrativa.
A partir das ideias acima, pode-se perceber que o termo gestão relaciona-se com
administração, ou seja, administrar uma organização conduzindo-a para a concretização de
objectivos. Segundo MAXIMIANO (2007), administrar “é um trabalho em que as pessoas
buscam realizar seus objectivos próprios ou de terceiros com a finalidade de alcançar as metas
traçadas.” Dessas metas fazem parte as decisões que formam a base do ato de administrar e
que são as mais necessárias. Na mesma linha de pensamento, (MAXIMIANO, 2007:79), o
planeamento, a organização, a liderança, a execução e o controle são consideradas decisões e
funções, sem as quais o ato de administrar estaria incompleto. A administração é uma das
formas de gestão, pois define metas e quais recursos serão necessários para alcançá-las
envolvendo e organizando os colaboradores para o alcance destas metas, além de a realização
das actividades corrigindo-as quando necessário.

Conforme DAFT (2010:112), administração “é o atingimento das metas organizacionais de


modo eficiente e eficaz por meio do planeamento, organização, liderança e controle dos
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recursos organizacionais.” Gestão é o acto de gerir, ou seja, realizar acções que conduzam à
realização dos objectivos e metas propostas.

Já LUCK (2007:109-110), afirma que “a administração geralmente está ligada a processos


burocráticos e a gestão relaciona-se com uma proximidade maior entre líderes e liderados,
uma maior cooperação nas decisões e resultados, porém administração e gestão devem
caminhar juntas, complementando-as mutuamente.”

2.2.1.Gestor
O gestor é o indivíduo que exerce, dentro da instituição, a liderança no desenvolvimento e
controle das actividades, coordenando os demais funcionários para atingir os objectivos
propostos, (LERNER, 2002:40). Além de ser responsável pela organização do ambiente de
trabalho, o gestor também precisa ser o agente de mudança, ou seja, motivar a equipe para o
desenvolvimento da capacidade de renovação de cada um. O gestor precisa estar atento às
necessidades da instituição assim como às necessidades de seus colaboradores, fazendo desta
forma adequações sempre que necessário, devido à mudança constante das necessidades e
aspirações da realidade.
Questões sociais, económicas, tecnológicas, políticas e governamentais podem provocar
mudanças rápidas nos gestores, tanto no ambiente interno como externo, que influenciarão as
habilidades e necessidades organizacionais. Tudo pode ficar obsoleto em pouco tempo, o que
justifica também o retreinamento de funcionários (LERNER, 2002:42). Deste modo, o
planeamento e a organização das acções que ocorrem na instituição é de responsabilidade do
gestor.
De acordo com (LERNER, 2002:56), planejar adequadamente é essencial para melhores
resultados em qualquer actividade. No planeamento o gestor fixa as metas a serem alcançadas
e quais acções serão necessárias. Durante a realização destas acções precisa manter a sinergia
entre toda a equipe, sendo este um factor fundamental para o alcance dos objectivos
propostos.

Planeamento é a mais básica de todas as funções gerenciais, e a habilidade com que esta
função está sendo desempenhada determina o sucesso de todas as operações. Planeamento
pode ser definido como processo de reflexão que precede a acção e é dirigido para a tomada
de decisão agora com vistas no futuro, (CATELLI, 2002:43).
15

Por isso, o gestor deve ser um líder que acredita no potencial da equipe incentivando o
espírito de cooperatividade. Ele não é um chefe que apenas manda para ser obedecido e sim
aquele que propõe desafios encorajando a inovação e a participação de todos.

Enfim, de acordo com DAVI & NEWSTROM (1992), liderança é o processo de encorajar os
outros a trabalharem entusiasticamente na direcção dos objectivos. É o factor humano que
ajuda um grupo identificar para onde ele está indo e assim motivar-se em direcção aos
objectivos. Ainda de acordo com DAVIS & NEWSTROM (1992:45), líder participativo é
aquele que informa seus liderados sobre as condições do trabalho que os fazem sentir-se
encorajados a expressar as próprias ideias. Através de uma liderança participativa, o gestor
permite que todos se envolvam no processo e se sintam verdadeiramente motivados na busca
do alcance das metas propostas pelo grupo.

Historial da Universidade Licungo, Antiga Universidade Pedagógica


A Universidade Pedagógica (UP) é uma instituição pública de ensino superior, mantida pelo
governo de Moçambique. Como universidade, foi a primeira e é a única pública totalmente
vocacionada para a formação de professores no país, (PORTAL UP apud LOPES, 2007:28).
Este realça que a UP tem a sua sede e campus principal em Maputo e delegações em todas
províncias do país.
A Universidade Pedagógica (UP) foi fundada em 1985 como Instituto Superior Pedagógico
(ISP), por diploma ministerial no 73/85, de 4 de Dezembro, como uma instituição
vocacionada para a formação de professores para todos os níveis do Sistema Nacional de
Educação (SNE) e de quadros da educação, (PORTAL UP apud LOPES, 2007:29).
A criação do ISP em 1985 resultou de uma visão estratégica assente na necessidade de melhor
coordenar a formação de quadros para o sector da educação.
LOPES (2007:20), afirma que aquando da sua criação, a instituição começou a funcionar em
instalações da então Escola Preparatória General Joaquim José Machado. Estas instalações,
com cerca de quinze salas e poucos gabinetes de trabalho, foram concebidas para uma escola
secundária de então e não, propriamente, para uma universidade. Mas, o rápido crescimento
da UP ditou a procura de novos espaços.
O ISP, em 1986, começou com apenas três Faculdades, nomeadamente: a Faculdade de
Matemática e Física, a oferecer a Licenciatura em Ensino de Matemática e Física; a Faculdade
de História e Geografia, a disponibilizar, igualmente, um único Curso, a Licenciatura em
Ensino de História e Geografia; e, a Faculdade de Pedagogia e Psicologia, responsável pela
Licenciatura nessas duas áreas.
16

Em 1987, entra em funcionamento Faculdade de Línguas com, apenas, a Licenciatura em


Ensino de Português e só mais tarde introduziu outras duas Licenciaturas, em Ensino de
Inglês e em Ensino de Francês. Os Cursos de Línguas sempre tiveram um carácter
monovalente, contrariamente às restantes. Actualmente, esta Faculdade passou a designar-se
Faculdade de Ciências da Linguagem, Comunicação e Artes,
(https://www.up.ac.mz/universidade/breve-historial-da-up, acesso em 20.08.2018).
Em 2001, é criada a Delegação da UP em Quelimane, que instalou os seus serviços
administrativos num apartamento tipo 4, no centro da capital provincial. As aulas realizavam-
se em salas e outros espaços cedidos pelo Instituto Médio Pedagógico (IMP),
(https://www.up.ac.mz/universidade, acesso em 20.09.2018).
Na mesma ordem de ideias, LOPES (2007:29) a estrutura orgânica da UP é composta por
faculdades e escolas superiores, sendo estas:
 Faculdade de Linguagem, Comunicação e Arte
 Faculdade de Ciências Sociais
 Faculdade de Ciências da Educação e Psicologia
 Faculdade de Educação Física e Desporto
 Faculdade de Ciências Naturais e Matemática
 Faculdade de Ciências de Saúde
 Escola Superior Técnica
 Escola Superior de Contabilidade e Gestão

2.6.Faculdade de Ciências da Educação e Psicologia


2.6.1.Curso de Administração e Gestão da Educação
O curso de Licenciatura em Gestão e Administração da Educação rege-se pela Lei nº 27/2009,
de 29 de Setembro, sobre o Ensino Superior, publicada no Boletim da República I Série,
Número 38; pelos Estatutos da Universidade e pelo Regulamento em vigor na Faculdade de
Educação e Comunicação, (https://www.up.ac.mz/universidade, acesso em 20.09.2018).
De acordo com o site acima, o curso visa formar profissionais na área da Educação
habilitados a actuar em diversos domínios da Educação, de forma a darem o seu contributo na
formação de quadros de qualidade, que possam dar resposta aos desafios da Educação actual.
O curso foi concebido de forma a satisfazer as necessidades formativas e de apoio aos
diversos intervenientes, na gestão pedagógica e administrativa dos estabelecimentos de
Educação e Ensino, antes e durante o desempenho das suas funções,
(https://www.up.ac.mz/universidade, acesso em 20.09.2018).
17

O gestor educacional comprometido com os valores da gestão democrática, lidera processos


de Administração Escolar que pressupõem o envolvimento dos actores escolares e da
comunidade, utilizando metodologias participativas.
O curso foi reestruturado de forma a dotar os estudantes de ferramentas que os possibilitem
inserir-se no mercado de trabalho, por via do ensino da Filosofia, dada a escassez de
profissionais qualificados nesta área, (https://www.up.ac.mz/universidade, acesso em
20.09.2018). Assim, o curso visa formar profissionais em Gestão e Administração
Educacional capazes, também, de dar aulas na área das Ciências Sociais, com destaque para a
Filosofia.
A adequação do curso procurou ter em conta a actualização dos currículos mais recentes das
universidades, a nível nacional e internacional.

2.6.2.Duração do Curso de AGE


A Duração do curso de licenciatura em Administração e Gestão da Educação é de 4 anos
correspondentes a 240 creditos-bolonha. Inclui-se nestes 4 anos uma área complementar
“minor” equivalente a 25% dos creditos. Ao “major” atribui-se os restantes 75%,
(https://www.up.ac.mz/universidade, acesso em 20.09.2018).

2.6.3.Objectivos Gerais do curso de AGE


Segundo o site da UP, (https://www.up.ac.mz/universidade, acesso em 20.09.2018), o curso
de Licenciatura em Administração e Gestão da Educação, com Habilitação em Educação e
Desenvolvimento Comunitário e Psicologia das Organizações tem os seguintes objectivos
gerais:
 Formar técnicos de Educação e professores com nível superior do MEC, DPEC,
SDEJT a diferentes níveis;
 Dotar de conhecimentos científicos teóricos e práticos profundos relacionados com a
Administração e Gestão da Educação;
 Formar técnicos e quadros de educação que possam trabalhar na administração,
gestão, liderança das instituições de ensino a nível secundário e médio.
 Formar técnicos de Educação com conhecimentos científicos teóricos e práticos
relacionados com a educação e desenvolvimento comunitário e Psicologia das
Organizações;
 Criar e gerir programas de desenvolvimento comunitário no âmbito da educação e
 Fazer um acompanhamento e avaliação das organizações de educação.
18

O Papel da Universidade Pedagógica de Quelimane, Actual Universidade Licungo


Na perspectiva de LOPES (2007:29) a Universidade Pedagógica, de uma forma geral, para
melhorar a qualidade de ensino, assim como pesquisa e de extensão, iniciou em 2008 cursos
de Pós-Graduação, em cursos de mestrado, qua abarcam diferentes área do saber e que
procuram adaptar-se ao mercado do trabalho, principalmente na área da educação/ensino.
Na mesma linha de abordagem, a universidade, especialmente a pedagógica de Quelimane
existe para produzir conhecimento, gerar pensamento crítico, organizar e articular os saberes,
formar cidadãos, profissionais e lideranças intelectuais. O desempenho dessas nobres e
decisivas funções, porém, não é algo que se resolva no plano abstrato, (http://www.up.ac.mz)
acessado em 22 de junho de 2018. Este site acrescenta ainda que do mesmo modo que as
demais instituições, a universidade está sempre historicamente determinada. Pode funcionar
bem ou mal, cumprir com maior ou menor efetividade suas atribuições, ser mais ou menos
admirada e respeitada. Ela não é perfeita nem inquestionável. Não está acima da sociedade
nem desconectada dela.
Na perspectiva de PIMENTA (2002:34), a educação actualmente, é o retrato e a reprodução
da sociedade e, ao mesmo tempo se projeta a sociedade que se deseja. A Universidade
Pedagógica não é um ensino descontextualizado, mas busca os anseios da sociedade, visando
responder aos questionamentos mais pertinentes, às dúvidas que mais surge às necessidades
de trabalho que necessitam ser sanadas. É nesse sentido que se observa a projeção para o
futuro, partindo deste princípio de pergunta e resposta. O ensino superior enxerga a
importância e a urgência de se buscar a actualização, de olhar para os acadêmicos como
futuros profissionais actuantes na sociedade.
Por sua vez MINED (Guião do Professor, 2017:33), no artigo21 são objectivos do ensino
superior os seguintes:
 Formar nas diferentes áreas do conhecimento, profissionais, técnicos e cientistas com
alto grau de qualificação;
 Incentivar a investigação científica e tenológica como meio de formação dos
estudantes, de solução dos problemas com relevância para a sociedade e de apoio ao
desenvolvimento do país;
 Assegurar a ligação ao trabalho em todos os sectores e ramos de actividade económica
e social, como meio de formação técnica e profissional dos estudantes;
 Difundir actividades de extensão, principalmente através de difusão de intercâmbio o
conhecimento técnico-científico;
19

 Realizar acções de actualização dos profissionais graduados pelo ensino superior;


 Formar os docentes e cientistas necessários ao funcionamento e desenvolvimento do
ensino e da investigação.
Ainda para PIMENTA (2002:97) a Universidade Pedagógica constitui um processo de busca,
de construção científica e de crítica ao conhecimento produzido, ou seja, sua relevância para a
sociedade.
“à universidade cabe tratar o conhecimento/ ciência,
transformando-o em saber escolar, fazendo com que a síntese
apresentada nas disciplinas em ação interdisciplinar seja
traduzida ao nível de apreensão dos alunos e efetivada em
praticas pedagógicas que garantam a aprendizagem. Para isso,
impõe-se uma mudança nas formas de organização de seus
currículos... (PIMENTA, 2002:97)
Pimenta explicita que em sala de aula, o aprender e o ensinar caminham lado a lado, mediante
o conhecimento o professor e o estudante são elementos primordiais, no entanto se faz
necessário que ambos tenham consciência de que todo ato de ensinar na sala de aula ocorre o
aprender para que tenha valido a pena aquele momento.
GENGHINI (2006:47) argumenta a posição do ensino à luz da possibilidade do
desenvolvimento de Moçambique, e sendo, mais precisamente o Ensino Superior o
responsável por este fenômeno, pois não é capaz de gerar e ao mesmo tempo aprimorar a
qualificação profissional e tecnológica. É neste sector educacional que se encontram as
possibilidades de mudança nos níveis básicos da educação, uma vez que as formações dos
educadores actuantes naquele nível perpassam pelas universidades, sobretudo a Universidade
Pedagógica de Quelimane.
É esperada do Ensino Superior uma formação de profissionais mais qualificados, no entanto
estes devem ser flexíveis, ou seja, capazes de se adaptarem às novas tendências
mercadológicas.
Esta autora GENGHINI (2006:56) considera quatro factores que interferem
significativamente no rendimento escolar a luz das dificuldades de aprendizagem. O primeiro
se faz importante no âmbito pessoal, ao passo que a carência de serviços de apoio ao
estudante universitário, deixando-o vulnerável às pressões inerentes ao Ensino Superior, o que
os deixam incapacitados de vencer as dificuldades encontradas. No segundo momento as
instituições são encaradas como contribuintes para o agravamento deste quadro, já que muitas
vezes, as aulas recaem em uma rotina, gerando desmotivação parte do corpo discente.
20

CAPÍTULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA


3.1.Tipo de Pesquisa
 Pesquisa Quanto à Abordagem
No concernente à abordagem, optar-se-á pela pesquisa qualitativa que segundo
RICHARDSON (1989:109):

o estudo de abordagem qualitativa, descreve a complexidade de um


determinado problema, analisa interacção de certas variáveis, procura
compreender e classificar os processos dinâmicos vividos por grupos
sociais e possibilita em grande medida o entendimento das
particularidades do comportamento dos indivíduos dentro de um
regulado.”

Parte-se do pressuposto de que a pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica
entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a
subjectividade do sujeito que não pode ser traduzido em números.
No entanto, esta abordagem será usada no âmbito da interpretação dos fenómenos e a
atribuição de significados dos dados que serão recolhidos no campo de estudo. Assim, depois
da colecta de dados através da entrevista, far-se-á uma interpretação e atribuição de
significados aos dados colectados, com vista a atingir o objectivo do estudo, sobretudo a
responder as questões de pesquisa sem a interferência do pesquisador. A abordagem
qualitativa por outro lado, será usada também na obtenção da conclusão do trabalho a partir
de casos particulares para generalizações, pois a pesquisa qualitativa usa o método indutivo.

 Pesquisa Quanto aos Objectivos

No que respeita aos seus objectivos trata-se de uma pesquisa descritiva. Visto que com esta
pesquisa pretende-se a partir das técnicas padronizadas de colecta de dados, como
questionário e entrevista fazer a colecta de informações inerente ao tema em estudo.

3.2.Métodos Científicos
3.2.1.Método indutivo
Para elaboração deste trabalho, usar-se-á o método indutivo, que segundo GIL (1999) apud
SILVA (2004: 26), no raciocínio indutivo a generalização deriva de observações de casos da
realidade concreta. As constatações particulares levam à elaboração de generalizações.
21

Neste método, o conhecimento será baseado na experiência que se tiverem lá no âmbito da


pesquisa, não levando, no entanto, em conta princípios pré-estabelecidos. O que significa que,
a generalização vai derivar de observações de casos da realidade concreta na Universidade
Licungo, na cidade de Quelimane.

Este método, irá facilitar a vivenciar casos e/ou situações concretas na Universidade Licungo,
a fim colher informações necessárias e tratá-las a partir do raciocínio indutivo. Ou seja, a
partir de casos particulares, chegar á conclusões gerais.

3.3.População/Universo e Amostra
3.3.1.População/Universo
Falar de universo é referir-se da totalidade de indivíduos que possuem as mesmas
características definidas para um determinado estudo. Entretanto, constituirá a população ou
universo da presente pesquisa, os docentes do Departamento de Ciências de Educação e
Psicologia.

3.3.2.Selecção da Amostra
Falar-se-á com apenas o director do curso. Será escolhido de forma intencional com vista a
conseguir melhores resultados, isto é, trata-se de amostras intencionais, cuja seleção será
baseada no conhecimento sobre a população e o propósito do estudo.

3.3.3.Instrumentos de Colecta de Dados


 Entrevista

No âmbito da colecta de dados usar-se-á a Entrevista padronizada ou estruturada, na qual


existirá rigidez de roteiro. Ou seja, não poder-se-á explorar mais amplamente algumas
questões, apenas as que estarão plasmadas no guião de entrevista, e que têm a ver com a
pesquisa.

Escolher-se-á entrevista pois esta técnica permitirá a observação da conduta dos entrevistados,
a flexibilidade das respectivas respostas, a possibilidade de abertura, interacção e o contacto
directo entre o entrevistador e os entrevistados. Pois as técnicas de entrevistas também têm a
vantagem de reduzir os aspectos negativos tais como: a incapacidade do entrevistado para
responder adequadamente como resultado de falta de percepção devido aos vocábulos usados.

Nesta perspectiva, usar-se-á apenas um guião de entrevista dirigido ao Director do Curso, com
vista a tornar o processo eficiente e eficaz. (Vide o anexo)
22

3.4.Recolha e Análise de Dados


Tal como se fez referência nas metodologias, além da pesquisa bibliográfica que se fez para a
fundamentação teórica, a colecta de dados será feita por meio de entrevista ao director do
curso, com vista a obter informações que respondem aos objectivos e questões deste estudo.
Haverá uma supervisão de toda informação colectada, para que não se colectem dados
errados, ou desnecessários para a pesquisa realizada, e os mesmos dados colectados deverão
ser observados.
Após a colecta de dado, faz-se necessário a análise dos mesmos. Quanto à análise de dados
usar-se-ão categorias analíticas, que vão derivar da fundamentação teórica, isto é, de teorias
que já foram previamente aceites e que impeçam, o mínimo possível, julgamentos, opiniões
do senso comum, preconceitos. No entanto, a fundamentação teórica vai permitir ao
pesquisador traçar um paralelo entre os resultados obtidos empiricamente e as teorias já
existentes.
23

4.Cronograma
MARCONI & LAKATOS (2009:228), afirmam que: cronograma responde a pergunta quando? A
pesquisa deve ser dividida em partes, fazendo-se a previsão do tempo necessário para passar de uma
fase para a outra.
Meses

Junho Julho Agosto


Descrição da etapa
Semanas Semanas Semanas

1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª
Consulta de dados bibliográficos

Colecta de dados
Análise de dados

Questionário

Reforma
Realização do Projecto
Entrega do Trabalho final

5.Orçamento
Ainda MARCONI & LAKATOS (2009:228), afirmam que orçamento responde a questão
com quanto? O orçamento distribui os gastos por vários itens, que devem necessariamente
serem separados.
Material Quantidade Valor/cada Valor/Total
Resma 1 350.00mt 350.00mt
Lápis 3 10.00mt 30.00mt
Borracha 2 10.00mt 20.00mt
Caneta 4 15.00mt 45.00mt
Transporte --------- 30.00mt 600.00mt
Cópia 75 2.00mt 150.00mt
Impressão 30 2.00mt 60.00mt
Encadernação ---- 35.00mt 200.00mt
Fichas 30 6.00mt 180.00mt
Total ----------- -------------------------- 2.295,00mt

Bibliografia
24

ALVES-M., Alda J; GEWANDSZNAJDER, F. O Método nas Ciências Naturais e Sociais:


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CATANI, A. M. et al. Gestão da educação: impasses, perspectivas e compromissos. São
Paulo: Cortez, 2009.
CONTRERAS, José. A autonomia de professores. São Paulo: Cortez, 2002
DI GIORGI, Cristiano Amaral Garboggini et. all. Necessidades formativas de professores de
redes municipais: contribuições para a formação de professores critico-reflexivos. São Paulo:
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DIAS SOBRINHO, José. Avaliação da educação superior. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.
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cursos  de formação inicial para os Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino
Médio. In: LEITE,Denise; FERNANDES, Cleoni Barboza Fernandes. Qualidade da
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EDIPUCRS, 2012. 
FREIRE, Paulo. Educação como prática da Liberdade. 14ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
2011.
FREITAG, B. O indivíduo em formação.3ª ed. São Paulo:Cortez, 2001.
GENGHINI, E. B.O Ensino Superior no Brasil: Fatores que interferem norendimento escolar
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JAEGER, W. W. Paidéia: a formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
LUCK, H. Acção integrada: Administração, Supervisão e Orientação Educacional. 22ª Ed.
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MARCONI Maria de Andrade & LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do Trabalho
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PARO, V. H. Administração escolar: introdução crítica. 14 ed. São Paulo: Cortez, 2006.
PIMENTA, Selma Garrido, (org.). Formação de Professores: identidade e saberes da
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Dinâmicas para a Responsabilidade Social. Tradução de Vera Muller. Porto Alegre:
EDIPUCRS, 2009.
SCHMITZ, Egídio F. Caminhos da universidade brasileira: filosofia do ensino superior. Porto
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press, inc.1993.
UNESCO. Home to the oldest university in the world. Consultado em 18 de Agosto de 2018.
26

Apêndices

Guião de Entrevista
27

A Formação Contínua dos Gestores Escolares na Cidade de Quelimane: o Papel da


Universidade Pedagógica, Delegação de Quelimane: Caso do Curso de Administração e
Gestão da Educação

O presente guião de entrevista destina-se à colecta de dados inerentes à Formação Contínua de


Gestores Escolares, sobretudo o Papel da Universidade Licungo.
Garante-se o uso destas informações fornecidas apenas para fins académicos, e manter-se-á tudo em
anonimato para manter a ética.

O curso de Administração e Gestão da Educação visa formar quadros qualificados da


educação, sobretudo que saibam gerir as escolas.
1. Fale docurso de administração e gestão da educação.
2. Para além da formação Inicial, tem havido formação em exercício?
3. Que perspectivas de formação de gestores escolares a Universidade Pedagógica de
Quelimane, sobretudo o curso de Administração e Gestão da Educação privilegia?
4. Que orientações o curso de Administração e Gestão da Educação dá para a actuação dos
gestores no campo?
5. Que desafios no que diz respeito à formação contínua de gestores escolares, o Curso de
Administração e Gestão da educaçao encontra?
6. O que é que o curso de administração e gestão da educação, tem feito para a formação de
gestores?
7. Existem práticas de formação contínua de professores na Universidade Pedagógica? Em
que curso existem essas práticas?
8. Gostaria de saber sobre a formação de gestores em exercícios pelo curso de Administração
e Gestão da educação.
9. Em que consiste a formação de gestores pelo curso de Administração e gestão da
educação?
10. Gostaria de dar alguma contribuição em relação à formação? Faça favor.

Obrigado pela Colaboração!

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