Você está na página 1de 28

Efeitos da Geada no

Milho Safrinha
Denis Piazzoli
TDR Maringá-PR
Ocorrência de Geadas no Brasil
Alta frequência de geadas
Em média 20 geadas por ano

Média frequência de geadas


xxx Mais de 5 geadas por ano

Paralelo 24
Baixa frequência de geadas
Menos de 5 geadas por ano

Frequência ocasionais de geadas

Sem frequência de geadas

Fonte: Adaptado Schöffel, E. R.


Geada
Definições
Meteorológico: É a passagem da temperatura
abaixo de 0o C, ocorrendo a formação de
cristais de gelo nas superfícies expostas à
perda de calor.

Agronômico: É um fenômeno atmosférico


que provoca a morte das plantas ou de suas
partes, devido à ocorrência de baixas
temperaturas que acarretam o congelamento
dos tecidos vegetais, havendo ou não a
formação de gelo sobre as plantas.
Geada
Fatores de ocorrência
Latitude: No Brasil as geadas ocorrem nas latitudes maiores que 18ºS
(RS, SC, PR, SP e parte de MG, RJ, GO e MS).

Altitude: Maior frequência e intensidade nas áreas de maior altitude.

Continentalidade: As geadas são mais severas e frequentes no interior dos


continentes do que no litoral.

Massas de ar polar: Regiões onde atuam, as geadas são mais frequentes e


intensas.

Exposição do terreno: Face voltada para o sul são menos expostas à radiação
solar durante o inverno no hemisfério sul, geadas mais frequentes e intensas.

Configuração do terreno: Onde o ar frio fica estagnado, como nas baixadas.


Geada
Fatores de ocorrência-Topoclimáticos

Face sul
< sol

Ar Frio

Fonte: Adaptado Schöffel, E. R.


Geada
Tipos de Formação
Climáticas: É aquela provocada pela ocorrência de ventos fortes, constantes e com
temperatura muito baixa. Neste caso, as massas de ar frio atingem a lavoura, com
temperaturas letais para aquela cultura. Esta forma de geada tem ocorrência mais frequente
em latitudes mais elevadas.

Irradiação: É a forma mais comum. São geadas de formação local, provocada pelo
resfriamento intenso da superfície, noites de inverno que se iniciam com baixas
temperaturas e que seguem sem vento, sem nuvens e com baixa umidade, o que favorece a
emissão efetiva de irradiação de ondas longas pelas superfícies, permitindo que a
temperatura do ar resfrie rapidamente.

Geada mista: Mais rara, mas observada quando os processos de geada climática e de
irradiação ocorrem sucessivamente.
Geada
Tipos de Formação- Irradiação

Formação de geada

Noite fria mas com nebulosidade, sem condições Noite com condições para geada de irradiação
para geada de irradiação
Geada
Tipos de Formação- Irradiação
Geada branca: É a queda de temperatura associada
ao congelamento do orvalho formado, resultando na
formação de cristais de gelo.

Fonte: Sformi, M.2011.

Geada negra: A concentração de vapor d´água é


muito baixa. Nessa condição, a temperatura letal das
plantas é atingida antes que haja a condensação do
vapor d´água presente no ar. Assim, ocorre a morte do
tecido vegetal sem que haja nas superfícies a formação
Fonte:, Schneider, A. 2011.
de gelo.
Danos da geada
Morte Celular
Morte do Tecido
Consequência de um processo
1° Congelamento extra celular
Físico-Química originado:

Temperatura Letal

Congelamento da solução
Extra celular

Desequilíbrio do potencial químico


da água na solução intra-celular em
2° Congelamento relação à solução extra-celular, o
intra celular que gera um fluxo contínuo da
solução intra-celular para a extra-
celular
Morte da célula
Fonte: Adaptado Schöffel, E. R.
Danos da geada

Fonte: Szinvelski, E. 2011.


Danos da geada

Fonte: Schneider, A. 2011.


Danos da geada

Fonte: Piazzoli, D. 2009.


Danos da geada
Espiga

Fonte: Piazzoli, D. 2009.


Danos da geada

A planta pode morrer quando as temperaturas estão perto


de -1oC por algumas horas, ou quando as temperaturas estão
próximas -2oC por alguns minutos (Carter e Hesterman, 1990).
Danos da geada
Temperatura Letal

Fonte: Adaptado Schöffel, E. R.


Danos da geada
Temperatura Letal
Temperaturas letais em diferentes fases do desenvolvimento (ROSENBERG, 1983)
Resistência Cultura Germinação Floração Frutificação
Trigo -9 -1 -2
Muito Alta
Aveia -8 -1 -2
Feijão -5 -2 -3
Alta Beterraba -6 -2
Girassol -5 -2 -3
Soja -3 -2 -2
Média
Couve -5 -2 -6
Milho -2 -2 -3
Baixa Batata -2 -1 -1
Sorgo -2 -2 -3
Algodão -1 -2 -3
Melão -0,5 -0,5 -1
Muito Baixa Tomate 0 0 0
Amendoim -0,5 -0,5
Arroz -0,5 -1 -1
Danos da geada
Diferenças entre Híbridos

Híbrido Híbrido
A B

Floresta 09/06/2009
Fonte: Piazzoli, D. 2009.
Danos da geada
Híbrido
Diferenças entre híbridos Híbrido
A B

Fonte: Piazzoli, D. 2009. Fonte: Piazzoli, D. 2009.


Efeito do Frio
Dados climáticos 2012
Cascavel-PR Rolândia-PR
35 35
30 30
25 25
20 20
15 15
10 10

5 5

0 0
1471013161922258258111417202326291471011361922528147101131629252831369121518221243703691215182124273 025811141720232629 1 8 152229 7 142128 4 111825 2 9 162330 6 132027 4 111825 1 8 152229
2.FEV 3.MAR 4.ABR 5.MAI 6.JUN 7.JUL 8.AGO 2.FEV 3.MAR 4.ABR 5.MAI 6.JUN 7.JUL 8.AGO
Average of TMAX Average of TMIN
Average of Temp.MIN. Average of Temp.MAX.
Fonte: Coopavel
Fonte: Monsanto
Efeito do Frio

Hofstra e Nelson (1969) observaram que o movimento de


carboidratos era mais de 50% reduzido quando a temperatura
baixava de 26ºC para 6ºC.
De acordo com Brown (1977), quando a temperatura
noturna cai abaixo de 5 ºC, a planta necessita de 48 horas para
recuperar o nível da taxa de fixação de C02.
Efeito do Frio
Diferenças entre híbridos
PCM4 Bela Vista do Paraíso-PR Pcm3 Santa Terezinha Itaipu-PR

Fonte: Piazzoli, D. 2012. Fonte: Peralta, A. 2012.


Probabilidade de Geadas
Histórico de 34 anos
Geadas
Ano MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
1978 3 2
1979 1 2 1 1
1980 2
1981 2 2 1 1
1982
1983 2
1984 1 1 2 1 3
1985 3 2 1
1986
1987 3
1988 4 1 2 1
1989 2
1990 1 2 1 1 1 1
1991
1992 1 2 1 1
1993 1 2 1 1
1994 3 2 1
1995
1996 1 2 2
1997
1998
1999
2000 3 6 2
2001 2 1 2 2 3
2002 3
2003 1 1 1 2
2004 3 2
2005 1 2
2006
2007 2 2
2008 3 1 2
2009 2
2010
2011 2 1
2012
Geadas 0 0 4 10 15 10 17 30 16 6 3 4 8 4 0
Anos c/ geadas 0 0 3 4 6 5 10 15 12 6 2 2 3 3 0
Probabili/ Ocorr 0 0 9 12 18 15 31 47 38 19 6 6 9 9 0

Fonte: COAMO Campo Mourão-PR


Sistema Agronômico
Soja-Milho Safrinha
Mai Jun Jul Ago

35

30

25

20
°C

15

10

0
Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago

Soja Verão Milho Safrinha


Fonte: Dados Climáticos COAMO Média 23 anos
A Escolha dos Híbridos:
Resultados de Florescimento
GDU, florescimento masculino e feminino dos híbridos na safrinha 13

Fonte: Sasso, M.; Romanha, R.; Piazzoli,D. 2013.


A Escolha dos Híbridos:
Avaliação de Desenvolvimento da Espiga
Cascavel
Campo Mourão
Floresta

Fonte: Sasso, M.; Costa, J.; Romanha, R.; Piazzoli,D. 2013.


A Escolha dos Híbridos:
Avaliação da Linha do Leite
107 DAS

AG9010PRO BM7702 BM7925 DKB390PRO

BM8037 BM8226 BM8452 BM8453

Fonte: Piazzoli.D, 2013.


A Escolha dos Híbridos:

O ciclo dos híbridos na safrinha, é uma das características mais importante,


principalmente em áreas onde há presença de geadas e temperaturas baixas no final do
desenvolvimento da cultura.

Temos avançado e estamos estudando híbridos com ciclos rápidos para a safrinha, o
conhecimento detalhado do ciclo dos híbridos, aliado a probabilidade histórica de geadas,
resultará em um dos fatores determinantes para uma recomendação de segurança para o
agricultor.
Tour de ciclo safrinha 2013

Luís Doldan, Emerson Reis, Rodrigo Romanha, Porfirio Vilalba, Marcio Saran, Atermio Romero , André Figueiredo, Saulo Tocchetto
Marcio Sasso, Silvio Carreira, Denis Piazzoli

Você também pode gostar