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Aula # 12 (mod)
Geada
Ocorrência, Prevenção e Contrôle
ESALQ/USP – 2012
LCE 360 - Meteorologia Agrícola Sentelhas/Angelocci
Congelamento da solução
extra-celular
Solução
Intra-cel.
Ocorre desequilíbrio do potencial
químico da água na solução intra em
relação à solução extra-celular, o que
Solução Extra-cel.
gera um fluxo contínuo da solução
intra para a extra-celular Morte da Célula
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Depende
Estado
Espécie nutricional
Temperatura do ar no
abrigo meteorológico
A diferença média entre a
temperatura do ar no abrigo
meteorológico e na relva é
em média de 4oC
Tar < Trelva
Temperatura
da relva
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Definição
Do ponto de vista meteorológico,
geada é quando há deposição de
gelo sobre as superfícies
expostas ao relento em noites de
intenso resfriamento. Neste caso,
temperatura de 0oC é o suficiente
para provocar a geada.
Tipos de Geada
Quanto à sua formação
Geada de advecção ou de vento frio
É aquela provocada pela ocorrência de
ventos fortes, constantes e com
temperatura muito baixa. O principal dano é
causado pelo vento, que resseca a parte da
planta batida por ele, levando à morte do
tecido vegetal nessa área. Ocorre danos
apenas na face da planta batida pelo vento
frio
Altura (m)
OL
Inversão Térmica
Gradiente
térmico Gradiente térmico
noturno diurno
Altura (m)
Gradiente
OL Gradiente térmico
térmico diurno
noturno
Geada mista
É mais rara, mas é observada quando os processos de geada de advecção e de
radiação ocorrem sucessivamente. Primeiro a geada de vento, com a entrada da massa
de ar frio, e posteriormente a geada de radiação, quando a alta polar passa a atuar
deixando o céu sem nuvens, sem vento e o ar frio e seco.
Geada de canela
É provocada pela ação da brisa
catabática, que sopra morro abaixo
em noites de intenso resfriamento
da superfície, promovendo o
congelamento da seiva nos vasos
condutores do caule das plantas,
próximo ao solo (canela da planta).
Isso faz com que a parte superior à
área atingida seque pois não há
mais suprimento de seiva bruta. No
caule, na parte inferior à área
atingida, há brotação das gemas Planta jovem de cafeeiro atingida pela geada de canela.
vegetativas. Nos detalhes, observa-se a brotação abaixo da área
atingida pelo ar frio da brisa catabática.
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Tipos de Geada
Quanto ao aspecto visual
Geada branca
É quando a geada de radiação ocorre e
no ar a concentração de vapor é
suficiente para que haja a condensação
do vapor d´água nas superfícies e,
posteriormente, o seu congelamento.
Nesse caso, a temperatura do ponto de
orvalho está ligeiramente acima de 0oC.
A geada branca é menos severa pois
com a condensação e o congelamento
da água há liberação de calor latente
para o ambiente, reduzindo, desse
modo, a taxa de resfriamento, o que faz
com que a temperatura mínima não seja
tão baixa.
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Tipos de Geada
Quanto ao aspecto visual
Geada Negra
É quando a geada de radiação ocorre e
no ar a concentração de vapor d´água é
muito baixa. Nessa condição, a
temperatura letal das plantas é atingida
antes que haja a condensação do vapor
d´água presente no ar (temperatura do
ponto de orvalho é menor que a
temperatura letal). Assim, ocorre a morte
do tecido vegetal sem que haja nas
superfícies a formação de gelo. Essa
geada é muito mais severa que a geada
branca, pois a temperatura atinge
valores muito baixos. Esse tipo de geada
é mais raro para as condições
brasileiras. A última geada negra no
Estado de São Paulo ocorreu em 1975.
Aspecto visual das plantas de cafeeiro
atingidas pela geada negra de 1975 no
Estado do Paraná
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Condições meteorológicas em
Piracicaba na geada negra de 1975 Redução da UR à noite
Umidade relativa
Temperatura do ar
Tmin no abrigo
= -1,8oC
Ação da massa de ar
polar: frio, baixa
Entrada da Frente Fria umidade e sem vento
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Terreno Convexo
Ar Frio (Espigão)
Terreno Plano
Meia Encosta
Ar Frio
Terreno Côncavo (baixada)
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DRENAGEM DO AR FRIO
AR FRIO, MAIS DENSO ESCOA PARA
AS PARTES MAIS BAIXAS
5 oC
Nas baixadasNOasINTERIOR
BARREIRAS temperaturas atingem
OU ABAIXO
valores inferiores que
DA LAVOURA aquelas
RETÊM ARobservadas
FRIO
na meia-encosta e nos espigões
Efeito da configuração
do terreno no acúmulo
do ar frio
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NÃO PLANTAR
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Vegetação de porte
baixo à montante Vegetação de
porte alto à
Escoamento do ar frio,
jusante
formando a brisa catabática
11
C)
10
o
9
Temperatura do bulbo úmido (
Com os dados das temperaturas do bulbo seco e do bulbo úmido ao pôr do sol (± 17h30m),
determina-se se há condições para a ocorrência de geada na madrugada seguinte. No exemplo,
em que Ts = 10oC e Tu = 4oC, é certo de que vai ocorrer geada na madrugada seguinte.
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25
com uma freqüência muito grande,
20
desde abril até novembro, sendo o
15 período crítico aquele que vai de maio a
10 agosto, quando ocorrem em média mais
5 de 15 geadas a cada 10 anos. No
0
próximo slide é apresentado o número
A M J J A S O N de geadas a cada 10 anos em outras
localidades do Estado do Paraná
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Estado de São
Paulo
90
80
70
50
Freqüência de geadas (%) 40
em algumas regiões do 30
Estado de SP 20
10
0
Mai Jun Jul Ago Set
Probabilidade (%) de
ocorrência de Tmin<2oC
no Estado de SP
Probabilidade (%) de
ocorrência de Tmin<2oC
no Estado do MS
S
0<Tmin<1oC
M
1<Tmin<2oC
1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
45 Florescimento e início do
enchimento dos grãos
40
35 Enchimento dos grãos
30
25 Maturação
20
Em função da freqüência de geadas na
15 região, as semeaduras do trigo devem ser
10 no início de março (trigo de inverno) ou no
início de junho (trigo de primavera), de
5
modo a se evitar que o florescimento e o
0 início do enchimento dos grãos coincida
com os meses de maior probabilidade de
Nov
Fev
Jan
Jun
Jul
Abr
Mar
Ago
Mai
Out
Set
Dez
geadas.
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Vegetação densa e de
Cultura anual de
porte alto
porte baixo Cultura perene
Mata ciliar
raleada
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Saco Plástico
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Bambu
PVC
Palha
Terra
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35
Saquinho Papel
30
Saquinho Plástico
25
Enterrio Total
20 Enterrio Parcial
Estado do Paraná
ºC
10 Sem proteção
-5
-10
11:20
12:00
22:40
4:00
5:20
17:20
18:40
19:20
20:40
6:40
2:40
10:00
10:40
16:40
18:00
20:00
21:20
22:00
23:20
4:40
8:00
8:40
9:20
0:00
2:00
3:20
6:00
7:20
0:40
1:20
Hora 30
Bambu inteiro
25
Plástico Bolha
Observa-se nas figuras acima e ao 20
Palha de feijão
10
palhas de feijão, a palha de arroz e o
solo (enterrio das mudas). O uso de 5
Cobertura de plantas
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Café x Bananeira
Café x Grevillea
Café x Bracatinga
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30
25
Guandu
Sem proteção
20
15
ºC
Resultados experimentais 10
na geada de 2000 5
-5
0
0
0
0
0
0
:4
:5
:1
:2
:5
:1
:3
:4
:2
:2
:3
:4
:5
:0
:1
:4
:0
:2
:5
:1
:0
:3
:0
14
15
18
02
05
08
10
11
16
19
20
21
22
00
01
04
07
09
12
15
17
03
14
Hora
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Café x Grevillea
Espaçamento das Árvores / ha Produtividade de café
árvores (m) beneficiado (kg/ha)
20
18
16
Altura (m)
14
12
10
4
2
0
-8 -6 -4 -2 0 2 4 -8 -6 -4 -2 0 2 4 -8 -6 -4 -2 0 2 4 -8 -6 -4 -2 0 2 4
Temperatura (oC)
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No caso de haver garantia de que a geada vai ocorrer na madrugada seguinte, inicia-se o
acompanhamento da temperatura do ar na área a ser protegida pela neblina. Se às 19h Ts =
9oC e às 24h Ts = 4oC, isso indica que a taxa de resfriamento é de 1oC/hora, o que mostra que
a temperatura de 2oC será atingida às 2h da madrugada.
10
C)
9 Exemplo
o
8
Temperatura a 50cm no cafezal (
7
6 Base
5
4
3
Início da
2
1 Nebulização
0
-1
-2
-3
-4
-5
19 20 21 22 23 00 01 02 03 04 05 06 07 08
Horas
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Não nebulizar
Se a temperatura atingir 2oC entre 3 e 5h
Acender metade dos
nebulizadores
Se a temperatura atingir 2oC antes das 3h
Acender todos os
nebulizadores
Neblina Artificial
Aplica-se em bacias de garganta estreita e em áreas
planas
Não funciona em dias de vento moderado
Exige planejamento detalhado e treinamento da mão de
obra
Uma bateria para cada 50h, sendo que cada bateria
deve conter 10 tambores de 100L
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Aquecimento
Utilização de aquecedores a gás, óleo
ou carvão.
Ventilação
Mistura as camadas de ar, diminuindo a
inversão térmica.
Irrigação
Consiste em se aplicar água por aspersão durante a noite
da geada a uma taxa de 2 a 6 mm/hora quanto menor a
temperatura no abrigo maior a taxa de aplicação de água).
A água ao se congelar libera calor latente, reduzindo o
resfriamento, mantendo a temperatura por volta de 0oC
Início da irrigação
Posição de instalação dos aspersores
para proteção contra geadas - sobre as
plantas de modo a molhar toda a copa.
Conclusões
Minimização dos
efeitos da geada