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Teoria de Voo
avançados.
Atmosfera Padrão:
Mas não há sentido estrito nisso, visto que, dependendo de condições de temperatura e
umidade, temos variações no valor desta
pressão e densidade. Com efeito,
considerando que o vapor d’agua é
composto de H2O, molécula que é mais
leve que N2 e que O2 respectivamente
(visto que o hidrogênio é um átomo simples
– um próton e um elétron, sendo muito
leve). Ou seja, em dias úmidos e chuvosos,
a atmosfera está mais leve, menos densa
e a pressão atmosférica cai. Da mesma
forma, se aquecermos qualquer gás, ele
expande e diminui sua densidade, ou seja,
em dias quentes também há uma
tendência à redução de densidade
atmosférica bem como de queda de
pressão.
Cada vez que as condições padrão não são encontradas, considera-se o desvio destas
condições, em temperatura (ISA+10, ISA-20 ex.: para 25°C ou -5°C) bem como ajustes em
pressão (QNH 1017, para ajuste de 1017mBar por exemplo).
O modelo de atmosfera padrão segue um equacionamento matemático para temperatura,
pressão e densidade, que pode ser observado na tabela a seguir.
Número de Reynolds:
Escoamentos em torno de uma nadadora, um passarinho e uma libélula (fonte: Google Images)
Podemos usar uma analogia para entender a importância
do número de Reynolds nos escoamentos. Pela forma,
superfície das penas, tamanho e velocidade de um
passarinho em voo, podemos observar, vendo as linhas de
corrente do escoamento, que a ave “sente” o ar como
sentimos a água quando nadamos. Entretanto, ao
observarmos uma libélula, vemos que, pela relação de tamanho do inseto e fluido, e dada
a velocidade, elas “sentem” o ar como se nadássemos em uma piscina de mel.
Dito isso, percebemos que o número de Reynolds é fundamental para determinação das
forças e efetividade das superfícies de comando de voo, dado que sua atuação é
aerodinâmica. Em resumo, efeitos viscosos são dimensionados pela determinação do
número de Reynolds do escoamento tratado.
Número de Mach:
As ondas de choque
podem ser sentidas no
solo pois uma onda de
alta pressão é um ruído
ou estrondo, semelhante
ao trovão. Elas são
chamadas “sonic boom”
e são mostradas na
figura ao lado:
A velocidade do som
depende do tipo de meio
(no nosso caso o meio é
fluido e é o ar), e da
temperatura deste meio,
e pode ser Sonic Boom em vôo supersônico (fonte Google images)
equacionada da seguinte forma:
𝑎= 𝛾𝑅𝑇
Mach <0.8 0.8 a 1.2 1.0 1.2 a 5.0 5.0 a 10.0 Acima de 10.0
Regimes de Escoamento segundo a compressibilidade
A formação das ondas de choque ao longo do perfil pode, em especial, afetar a efetividade
dos comandos de voo, já que em regime transônico há a perturbação e descolamento do
escoamento nas regiões do bordo de fuga, onde se encontram a maioria das superfícies de
comando de voo.
Regimes e características:
Viscosidade Compressibilidade
Analogia a um: Analogia a uma:
Característica
“adesivo ou cola” “mola ou elástico”
𝝆𝒗𝑳 𝑽
Equação
µ 𝒂
Forças aerodinâmicas dependem de Re e M
Para um experimento/cálculo válido os números de Reynolds e Mach devem se encaixar nas
condições de voo
Características Básicas de Escoamentos Aerodinâmicos
Os cálculos de são então definidos em diversos regimes que podem ser divididos conforme
as características de incompressível, invíscido, irrotacional e estacionário, até
supersônicos, viscosos rotacionais e dinâmicos. Não é intenção que a partir deste curso se
formem aerodinamicistas, especialistas em mecânica de voo ou afins, mas é importante
que os conceitos sejam apresentados para o entendimento das soluções de projeto de
acordo com os regimes de voo e peculiaridades de cada tipo de aeronave.
Aula 3 – Conceitos Básicos
Distribuição de Pressões
Esta variação da
Variação do posição do Centro de Pressão com Alfa distribuição de
(fonte Google images)
pressões ao longo da
corda do perfil
Carregamento Aerodinâmico ao longo do perfil e sua aerodinâmico de
variação com o ângulo de ataque
(fonte Google images) acordo com o ângulo
de ataque será um fator fundamental para a estabilidade do
escoamento em torno do perfil, sendo determinante para o
ponto de descolamento do escoamento. Como sabemos,
dependendo do ângulo de ataque, o ponto do centro de
pressão muda, assim como mudam as características do carregamento aerodinâmico do
perfil, podendo este apresentar variações mais suaves ou mais abruptas, sendo, portanto,
mais ou menos estável, respectivamente.
Sustentação e Arrasto
Podemos perceber, com toda esta análise, que um determinado perfil terá uma geometria
adequada, que irá gerar um carregamento aerodinâmico que poderá ser otimizado para
determinado ângulo de ataque, onde terá a máxima razão entre sustentação e arrasto.
Nesta condição procura-se definir o cruzeiro da aeronave. Para manutenção do equilíbrio
de forças, haverá uma determinada velocidade para o voo em cruzeiro, que deseja-se, seja
a mais veloz possível, ou seja a um ângulo de ataque baixo.
Quando há necessidade de
manutenção do voo a velocidades
mais baixas, por exemplo em
pousos e decolagens, aumenta-se
o ângulo de ataque, para se
garantir o equilíbrio de forças, mas
isso altera o carregamento
aerodinâmico, deslocando-se o
centro de pressão para frente e
tornando o escoamento mais
instável e propenso ao
Relação entre Sustentação, Arrasto e ângulo de ataque descolamento, em uma situação
(fonte Google images)
conhecida como estol (stall).
Nesta condição o descolamento provoca uma súbita redução de sustentação e aumento de
arrasto, e a perda de eficiência aerodinâmica leva ao desequilíbrio das forças e a perda de
sustentabilidade do voo. O ângulo de ataque no qual se dá o estol é chamado de alfa crítico,
e o processo pode ser revertido pela redução do ângulo de ataque.
Aula 4 - Asas
Distribuição de Pressões
Vórtices de Ponta
Adicionalmente,
como a pressão no
extradorso é menor Efeitos de tridimensionalidade no
que a do intradorso, carregamento e escoamento
(fonte Google images)
o escoamento
tende a passar da
“parte de baixo para a parte de cima” nas pontas das asas.
Vorticidade de ponta de asa e sidewash
(fonte Google images) Isto gera um vórtice de ponta de asa e um escoamento
lateral (sidewash) ao longo da envergadura.
Todos esses efeitos provocam perdas de
eficiência, e consequentemente o
rendimento de uma asa tridimensional é um
pouco pior que o do caso bidimensional (asa
infinita) teórico.
Winglets
A fim de se
reduzir as perdas
resultantes desta
vorticidade de
ponta de asa,
Comparação entre asa infinita e finita ou seja
escoamento bidimensional e tridimensional algumas soluções
(fonte Google images) são usuais tais
como o uso de Winglets,
nas mais diversas
geometrias
Enflechamento
Winglets são a solução mais usual para reduzir as
perdas por vorticidade nas pontas de asas
Aeronaves que voam a (fonte Google images)
velocidades transônicas
frequentemente utilizam o Enflechamento das asas como solução para atrasar a passagem
para o regime supersônico.
Efeitos do Enflechamento
(fonte Google images)
Torção
A ideia é a mesma: atrasar o estol na ponta de asa, mantendo a eficiência dos ailerons e a
autoridade de rolamento. Assim sedo, esta torção é do tipo “wash out” que é a redução do
alfa crítico nas pontas de asa (o contrário seria o “wash in” e não tem aplicação prática).
Stall ou Estol
O Stall ou Estol, é, portanto, um fenômeno com o qual temos que conviver e preparar a
aeronave para apresentar características benignas nesta condição (há vários requisitos de
certificação para garantir isto).
Esta diferença é
claramente observada
quando comparamos as
características de estol
de aeronaves comerciais
com os motores sob as Motores sob a asa e na cauda
Efeito da linha de tração
(fonte Google images) asas (tração cabradora) (fonte Google images)
ou na cauda (picadora).