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GERAÇÃO EÓLICA
1. Introdução.
Os aerofólios usados nas pás das primeiras TEs modernas foram desenvolvidos para
aviões e não eram otimizados para os muito maiores ângulos de ataque empregados por
uma TE.
Embora os aerofólios antigos (NACA 63-4XX) fossem usados nas primeiras pás, os
fabricantes de pás têm empregado aerofólios otimizados especificamente para TEs.
Bordo de ataque
A linha de arqueamento média (linha de camber média) corresponde à linha que define o ponto médio entre todos
os pontos que formam as superfícies superior e inferior do perfil (curvatura média).
A linha de corda corresponde à linha reta que une os bordos de ataque e fuga, ou seja, os pontos inicial e final da
linha de arqueamento (camber).
A espessura representa a altura do perfil medida perpendicularmente à linha de corda.
A razão entre a máxima espessura do perfil e o comprimento da corda é denominado de espessura do perfil.
O arqueamento (camber) representa a máxima distância que existe entre a linha de arqueamento média e a linha de
corda do perfil.
Os “aerofólios NACA” são formas de aerofólios para asas de aviões desenvolvidos pelo
National Advisory Committee for Aeronautics (NACA). A forma dos perfis
aerodinâmicos NACA é descrito através de uma série de dígitos após a palavra "NACA."
Os parâmetros do código numérico pode ser inserido em equações para gerar
precisamente a secção transversal da superfície de sustentação e calcular as suas
propriedades.
Série de 4 dígitos:
O aerofólio NACA 2412 tem uma curvatura O aerofólio NACA 0015 é simétrica, o que
máxima de 2%, localizado a 40% (0,4 corda) a indica 00 que não tem nenhuma curvatura. O
partir do bordo de ataque com uma espessura 15 indica que o aerofólio tem uma espessura de
máxima de 12% da corda. Aerofólios de série 15% em relação ao comprimento da corda.
quatro dígitos padrão tem uma espessura máxima
de 30% da corda (0,3 corda) a partir do bordo.
O ângulo de incidência () pode ser definido como o ângulo formado entre a linha de
corda do perfil e um eixo horizontal de referência.
Em geral as asas são montadas na fuselagem para que formem um pequeno ângulo
de incidência positivo.
Ângulos de incidência em torno de 5° são muito comuns na maioria das aeronaves,
mas é importante citar que o ângulo de incidência ideal é aquele que proporciona a
maior eficiência aerodinâmica para a asa.
Esse conhecimento permite entender por que os aviões conseguem voar. Na parte
superior da asa a velocidade do ar é maior (as partículas percorrem uma distância maior
no mesmo intervalo de tempo quando comparadas à superfície inferior da asa). Logo, a
pressão estática na superfície superior é menor do que na superfície inferior, o que
acaba por criar uma força de sustentação de baixo para cima.
O Princípio de Bernoulli pode ser matematicamente expresso pela equação a seguir:
Onde, “pe” representa a pressão estática que o ar exerce sobre a superfície da asa, “”
é a densidade do ar e “v” a velocidade do escoamento.
Tecnicamente, o Princípio de Bernoulli prediz que a energia total de uma partícula
deve ser constante em todos os pontos de um escoamento.
Assim, na seção 2 o
escoamento possui
velocidade v2 > v1 e
pressão estática pe2 < pe1.
Para a secão 3 o
escoamento novamente
volta a possuir uma
velocidade v3 = v1 e uma
pressão estática pe3 = pe1 .
Escoamento em um tubo fechado.
Da análise, percebe-se que a pressão estática tende a se reduzir conforme a velocidade
do escoamento aumenta, pois um aumento da velocidade das partículas de ar do
escoamento que passam sobre o perfil (extradorso), provoca um aumento na pressão
dinâmica e uma consequente redução da pressão estática.
Logo, a diferença de pressão Variação de velocidade sobre as superfícies superior e inferior de um perfil.
estática existente entre as
superfícies superior e inferior A diferença de pressão criada entre as superfície do
será responsável pela criação da extradorso e do intradorso, em geral, é muito pequena.
Porém, essa pequena diferença pode propiciar a força de
força de sustentação, conforme
sustentação necessária ao voo de um avião.
figura ao lado:
A força exercida no objeto na direção perpendicular ao vento incidente é chamada
de Forças de Sustentação - Lift (L).
Como visto, ela se deve à diferença de pressões entre as partes superior e inferior do
fluxo pelo objeto. As pressões embaixo são aumentadas (p > 0) e na parte superior são
muito reduzidas (p < 0), o que aumenta a contribuição para a força de Lift (L).
L
CL
1 2
V A
2
Força do vento
não perturbado
O Coeficiente de Sustentação (ou Coeficiente de Lift) de um perfil aerodinâmico é
determinado a partir de ensaios em túnel de vento ou por meio de softwares
dedicados que simulam um túnel de vento e representa a eficiência do perfil para
gerar a força de sustentação.
Perfis com alto valores de coeficiente de sustentação são considerados eficientes para
a geração de sustentação. O coeficiente de sustentação é função do modelo do
perfil, do Número de Reynolds e do ângulo de ataque ().
Fobjeto (V∞, , A, forma do objeto)
A força exercida no objeto na direção do vento incidente é chamada de Força de Arrasto
- Drag (D). Se o ar não for completamente parado e continuar a escoar ao redor e atrás
do corpo, esta força será menor.
Força do vento
D não perturbado
CD (pressão)
Essa força é normalmente expressa em termos de 1
uma quantidade adimensional chamada de V 2 A
coeficiente de Drag (CD): 2
Da mesma forma que o Coeficiente de Sustentação, o Coeficiente de Arrasto
(ou Coeficiente de Drag) de um perfil aerodinâmico é, usualmente,
determinado a partir de ensaios em túnel de vento, ou por meio de softwares
dedicados, e representa a eficiência do perfil para gerar a força de
arrasto.
1 1
L .V 2 . A.CL D .V 2 . A.CD
2 2
Onde “” representa a densidade do ar, “v” a velocidade do escoamento não perturbado,
“A” a área de seção transversal do aerofólio e “CL” e “CD” são os coeficientes de
Sustentação e de Arrasto, respectivamente.
Os valores dos Coeficientes Aerodinâmicos (CL e CD) são obtidos a partir da leitura da
curva característica:
Coeficiente de Sustentação (CL) versus ângulo de Ataque ().
Coeficiente de Arrasto (CD) versus ângulo de Ataque ().
Para a curva do perfil NACA 6212,
ao lado, nota-se que existe um
valor finito de CL quando o ângulo
de ataque é = 0°.
Nota-se, também que para se obter
um coeficiente de sustentação nulo
para esse perfil é necessário
inclinar o perfil para um ângulo de
ataque negativo ( < 0).
Esse ângulo de ataque é conhecido
por CL = 0°. Característica
importante na teoria dos perfis é Curvas características do coeficiente de
sustentação, do coeficiente de arrasto e
que todo o perfil com arqueamento da eficiência aerodinâmica, em função do
ângulo de ataque para um perfil
(camber) positivo (perfil aerodinâmico operando com número de
Reynolds igual a 3,85.106.
assimétrico), o ângulo de ataque
para sustentação nula é obtido com
um ângulo negativo (CL=0 < 0°).
Para o caso de perfis simétricos o
ângulo de ataque para sustentação
nula é igual a zero, ou seja, CL=0 =
0°.
Na curva CL x , em uma condição
de elevados ângulos de ataque, a
variação do coeficiente de
sustentação torna-se não linear,
atingindo seu valor máximo (CLMÁX),
e então, repentinamente decai
rapidamente, conforme o ângulo de
ataque aumenta.
Curvas características do coeficiente de
A razão dessa redução a partir do sustentação, do coeficiente de arrasto e
da eficiência aerodinâmica, em função do
valor de CLMÁX decorre da separação ângulo de ataque para u m perfil
aerodinâmico operando com Número de
do escoamento que ocorre na Reynolds igual a 3,85.106.
Condição normal
Condição de Stall
Se adicionalmente há uma velocidade de vento V∞ na direção perpendicular ao do
movimento do aerofólio, então o aerofólio “verá” uma velocidade de vento relativa (W)
composta das duas componentes U e V.
Quando a pá de uma turbina se move, cada setor da pá se moverá com uma velocidade
relativa ao ar (Ωr) onde Ω é a velocidade angular do rotor e r a distância do setor a partir
do eixo do rotor.
Entretanto, isto não ocorre assim. Quanto mais energia é removida do vento mais a
direção e sua magnitude, vista do rotor, irão se alterar. Essas alterações são expressas na
forma dos dois fatores de indução.
Vista de Topo
Corda
Ut
Plano do
β rotor
α β – Ângulo de pá “pitch”
φ=α+β
α – Ângulo de ataque
U∞
φ - Ângulo de escoamento
W U∞ - Velocidade absoluta do vento
Ut – Velocidade do ar deslocado
pelo movimento da pá
W – Velocidade relativa (aparente)
Upwind ω – Velocidade angular do rotor
F – Resultante Aerodinâmica
L – Lift (Sustentação)
D – Drag (Arrasto)
F
Vista de Topo L
Diagrama de forças na
pá do rotor
D
Plano do rotor
β
α
W
Desvio pela grade
Distribuição de pressões
Eixo do rotor
Vista de Topo
ω
Projeção das forças F
componentes no L
plano do rotor
φ
D
φ
L sinφ N D cosφ Plano do rotor
φ
W N = L sinφ - D cosφ
(Força propulsora)
Em grandes ângulos de ataque (α geralmente maiores que 15º), o escoamento pode se
separar completamente da superfície superior de um aerofólio, reduzindo a sustentação
drasticamente e fazendo o aerofólio entrar em regime de estol.
Vista de Topo
Eixo do rotor
F
T
Diagrama de forças L
L cosφ
D
D sinφ φ
Plano do rotor
W
T = L cosφ + D sinφ
( Thrust – Empuxo)
Conforme já estudado, a figura apresenta um perfil orientado em um certo ângulo de
ataque e mostra as forças aerodinâmicas produzidas no perfil.
A velocidade do escoamento não perturbado é definida por “v” e está alinhada à direção
do vento relativo.
A força resultante R é inclinada para trás em relação ao eixo vertical e normalmente essa
força não é perpendicular à linha de corda.
Por definição, a componente de R perpendicular à direção do vento relativo é denominada
“Força de Sustentação (Lift)”, e a componente de R paralela à direção do vento relativo é
denominada de “Força de Arrasto (Drag)”.
A determinação da distribuição de pressão sobre a superfície de um perfil é geralmente
obtida a partir de ensaios em túnel de vento ou com a solução analítica de modelos
matemáticos fundamentados na geometria do perfil em estudo.
Deflexão do Profundor.
LEME DE DIREÇÃO