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Resumo: Este trabalho apresenta a caracterização experimental do aerofólio Selig 1223 em um túnel de vento
subsônico. O objetivo do trabalho é a obtenção das curvas aerodinâmicas de sustentação, arrasto e momento de
arfagem do aerofólio em função do ângulo de ataque. Os túneis de vento são equipamentos utilizados para gerar
escoamentos de ar em condições pré-determinadas, com a finalidade de permitir estudos aerodinâmicos e termos-
aerodinâmicos sobre formas geométricas específicas. O túnel de vento utilizado é do tipo horizontal, com comprimento
total de 7.5m e seção de teste de 1m de comprimento, no qual o escoamento é impulsionado através de um soprador de
ar do tipo fan axial. A seção de teste retangular possui 45cm de largura e 45cm de altura. A seção de admissão de ar
do túnel possui razão de contração de 4.5:1. O aerofólio Selig 1223 estudado é do tipo retangular, sem afilamento,
com 42cm de envergadura e 13cm de corda. O método de ensaio consiste na obtenção das curvas do coeficiente de
sustentação, coeficiente de arrasto e coeficiente de momento em função do ângulo de ataque do aerofólio. Nos ensaios
no túnel de vento é utilizado um sistema de aquisição baseado em uma balança de força de três componentes, modelo
AFA3 da TQ Instruments. Os resultados apresentam as curvas dos coeficientes aerodinâmicos para uma dada
velocidade do escoamento no túnel de vento em função do ângulo de ataque. A curva do coeficiente de sustentação
obtida experimentalmente é comparada com dados disponibilizados em um biblioteca eletrônica de perfis, indicando
desvios médios da ordem dos 8%.
1. INTRODUÇÃO
Os túneis de vento são equipamentos utilizados para gerar escoamentos de ar em condições pré-determinadas, com
a finalidade de permitir estudos aerodinâmicos e termos-aerodinâmicos sobre formas geométricas específicas. Os túneis
de vento subsônicos são projetados para captar e acelerar o ar atmosférico até regimes de velocidade subsônica em uma
seção de teste de geometria conhecida. A função da seção de teste é estabilizar o escoamento de ar, permitindo que
sejam realizadas medições de velocidade e de forças aerodinâmicas de forma adequada (Barlow, 1999).
O movimento do escoamento de ar dentro do túnel de vento é realizado por um soprador de ar. O soprador de ar
comumente consiste de um grande rotor, na forma de ventilador invertido, acionado por um motor elétrico. O motor
elétrico gira o rotor e esse rotor impulsiona o escoamento de ar dentro do túnel. Comumente o rotor é montado na saída
do túnel de vento, a qual possui geometria divergente para desaceleração do escoamento, através de um difusor de ar. A
aceleração do escoamento de ar, em relação à condição estática atmosférica, é realizada através de um bocal
convergente. Basicamente, o principio de funcionamento dos túneis de vento subsônicos é baseado na sucção do ar
atmosférico, inicialmente em repouso, aceleração do ar no bocal convergente, estabilização do escoamento na seção de
teste e desaceleração no difusor de saída (Barlow, 1999).
Em aplicações aeronáuticas, os túneis de vento comumente são utilizados para estudar formas aerodinâmicas cuja
finalidade é a geração de força aerodinâmica para o vôo de uma aeronave. Essas formas aerodinâmicas são
denominadas de aerofólios, na aeronave representada pela asa.
VII Congresso Nacional de Engenharia Mecânica, 31 de julho a 03 de Agosto 2012, São Luis - Maranhão
A asa das aeronaves são aerofólios destinados a geração de uma força vertical para sustentação da aeronave em
vôo. A força de sustentação na asa aparece devido à diferença de pressão entre o extradorso (parte superior) e o
intradorso (parte inferior) do aerofólio. O escoamento que flui no extradorso da asa é acelerado em relação ao
escoamento que flui no intradorso da asa, de acordo com a Lei da Continuidade de Bernoulli (Fox e McDonald, 1998).
A diferença de pressão aplicada sobre toda a área da asa gera uma força perpendicular ao plano da asa, a sustentação, de
acordo com a Lei de Pascal. A intensidade da diferença de pressão na asa, e consequentemente da sustentação, esta
relacionada com a curvatura do extradorso e do intradorso do aerofólio.
Matematicamente, a força de sustentação gerada por um aerofólio aerodinâmico é expressa por: (Anderson, 1998)
1
L= ρ S CL V0 2 (1)
2
Onde L é a força de sustentação gerada pelo aerofólio em N, ρ é a massa específica do fluido que atravessa do
aerofólio em kg/m3, S é a área de referência do aerofólio, CL é o coeficiente adimensional de sustentação do aerofólio e
V0 é a velocidade relativa do aerofólio ao escoamento incidente em m/s.
O coeficiente de sustentação de um aerofólio corresponde a um parâmetro aerodinâmico adimensional que
correlaciona a sustentação gerada pelo aerofólio com o ângulo de ataque, denotado por α. O ângulo de ataque de um
aerofólio corresponde ao ângulo formado entre a linha central da curvatura, também chamada de corda do aerofólio,
com o sentido do vento relativo (ou escoamento livre) incidente sobre o aerofólio.
Cada aerofólio, com perfil de curvatura característico, possui uma curva que correlaciona o coeficiente de
sustentação em função do ângulo de ataque, para um dado regime de escoamento de número de Reynolds. Comumente,
o coeficiente de sustentação tende a aumentar linearmente na medida em que se aumenta o ângulo de ataque do
aerofólio. O coeficiente de sustentação aumenta até um ponto de sustentação máxima, a partir do qual o coeficiente
decai abruptamente, fenômeno denominado stall, no qual o aerofólio deixa de gerar sustentação (Anderson, 1998).
Entretanto, o movimento do aerofólio no escoamento gera também uma força resistiva ao movimento, denominada
arrasto aerodinâmico, o qual aparece devido à força de fricção gerada pela estrutura do aerofólio (meio sólido) no
escoamento externo (meio gasoso). De forma análoga a sustentação, o arrasto aerodinâmico do aerofólio é expresso por:
(Anderson, 1998)
1
D= ρ S C D V0 2 (2)
2
Onde D é a força resistiva de arrasto gerada pelo aerofólio em N, ρ é a massa específica do fluido que atravessa do
aerofólio em kg/m3, S é a área de referência do aerofólio, CD é o coeficiente adimensional de arrasto do aerofólio e V0 é
a velocidade relativa do aerofólio ao escoamento incidente em m/s.
O coeficiente de arrasto de um aerofólio corresponde a um parâmetro aerodinâmico adimensional que correlaciona
o a força resistiva de arrasto com o ângulo de ataque do aerofólio. O coeficiente de arrasto tende a aumentar
quadraticamente, de forma contínua, na medida em que se aumenta o ângulo de ataque devido a maior área projetada na
direção incidente no aerofólio (Roskam, 1973).
As forças aerodinâmicas de sustentação e arrasto atuantes no aerofólio tendem a gerar um momento de rotação no
aerofólio, denominado momento de arfagem, podendo ser esse momento no sentido de aumentar o ângulo de ataque ou
no sentido de reduzir o ângulo de ataque do aerofólio. No caso de momento de arfagem positivo, as forças
aerodinâmicas tendem a aumentar o ângulo de ataque do aerofólio. No caso de momento de arfagem negativo, as forças
aerodinâmicas tendem a reduzir o ângulo de ataque. O momento de arfagem é expresso por: (Anderson, 1998):
1
M= ρ S C M c V0 2 (3)
2
Onde M é o momento de arfagem gerado pelas forças aerodinâmicas atuantes no aerofólio em N.m, ρ é a massa
específica do fluido que atravessa do aerofólio em kg/m3, S é a área de referência do aerofólio, CM é o coeficiente
adimensional de momento do aerofólio, c é acorda do aerofólio em m e V0 é a velocidade relativa do aerofólio ao
escoamento incidente em m/s.
Em termos de adimensionais, os coeficientes de sustentação, de arrasto e de momento de arfagem podem ser
expressos manipulando-se as Eqs. (1) a (3), respectivamente, isolando os coeficientes nas respectivas equações.
3. APARATO EXPERIMENTAL
O túnel de vento utilizado no estudo aerodinâmico do aerofólio Selig 1223 pertence ao laboratório de Engenharia
Aeronáutica da Universidade de Taubaté e é mostrada na Fig. 3. O túnel é composto de uma estrutura de fibra de vidro,
fabricada pela empresa brasileira Aero Álcool. A seção transversal de teste do túnel de vento é do tipo quadrada, com
46cm de altura e 46cm de largura. O comprimento da seção de teste é de 120cm de comprimento. Na seção de teste são
empregadas duas janelas de visualização, uma posicionada na parte superior e outra na lateral esquerda. O sentido de
visualização do escoamento de ar na seção de teste é da esquerda para a direita. O bocal de admissão convergente do
túnel de vento possui razão de contração de 4,5:1. Para movimentação do fluxo de ar através do túnel é utilizado um
motor elétrico WEG, mostrado na Fig 4, com potência nominal de 7,5kW.
Para as medições de velocidade na seção de teste do túnel de vento é utilizado um tubo pitot. O pitot é montado em
um dispositivo de movimentação ajustável, mostrado na Fig. 5, para permitir que seja alterada a posição da tomada de
pressão, obtendo valores de velocidades em posições diferentes na seção de teste. A pressão dinâmica do escoamento é
obtida a partir de um sensor eletrônico de pressão diferencial, modelo MPXV-5004DP, da Freescale Semiconductor.
Para as medições das forças aerodinâmicas de sustentação e de arrasto geradas pelo aerofólio é utilizado sistema
baseado em uma balança de forças de três componentes, modelo AFA3 da empresa TQ Intruments, mostrado na Fig. 6.
Em cada componente de medição, a força é obtida a partir de células de carga de tração, as quais convertem a grandeza
física de força em um sinal elétrico para um sistema eletrônico de controle, modelo VDAS 3-component, da empresa
TQ Instruments, mostrado na Fig. 7.
Com relação às três componentes de força, duas células de carga são utilizadas para determinar a força de
sustentação e uma célula para determinar o arrasto no aerofólio. Através da diferença entre as leituras nas células de
carga da sustentação determina-se o momento de arfagem no aerofólio. O sistema de controle é interligado a um
computador através de interface USB. Para a leitura dos valores de forças é utilizado o software comercial VDAS da
mesma empresa TQ Intruments.
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Figura 4. Motor Elétrico e Rotor do Túnel de Vento Figura 5. Tubo de Pitot Montado na Seção de Teste
Com relação às três componentes de força, duas células de carga são utilizadas para determinar a força de
sustentação e uma célula para determinar o arrasto no aerofólio. Através da diferença entre as leituras nas células de
carga da sustentação determina-se o momento de arfagem no aerofólio. O sistema de controle é interligado a um
computador através de interface USB. Para a leitura dos valores de forças é utilizado o software comercial VDAS da
mesma empresa TQ Intruments.
Para os ensaios no túnel de vento foi selecionado um aerofólio retangular, com envergadura de 42cm e corda de
13cm, com afilamento unitário, sem diedro e sem torção aerodinâmica, cuja curvatura aerodinâmica corresponde ao
perfil Selig 1223. Esse perfil aerodinâmico comumente é utilizado em aeronaves leves rádio-controladas da competição
SAE Aerodesign. O aerofólio montado no túnel de vento é apresentado na Fig. 8. Devido ao posicionamento vertical
das células de carga da sustentação na balança de força, o aerofólio é montado no túnel de vento de cabeça para baixo.
4. METODOLOGIA
O método experimental para obtenção das forças aerodinâmicas no aerofólio Selig 1223 consiste inicialmente de
preparar o túnel de vento para os ensaios. As leituras de forças são verificadas aplicando-se um peso padrão conhecido
sobre as células de carga, gerando uma força padrão na balança de força. Em seguida, o aerofólio é fixado a balança de
força utilizando um eixo, cujas extremidades são fixadas no aerofólio e no mecanismo da balança. Com o aerofólio
fixado ao sistema de medição é realizado o alinhamento da linha da corda do aerofólio com eixo longitudinal do túnel
de vento, para um ângulo de controle nulo, garantindo que o ângulo de ataque inicial do aerofólio seja nulo. Através do
sistema de controle ajusta-se a leitura da sustentação para um valor nulo, desconsiderando-se assim o peso do aerofólio.
Com o soprador de ar do túnel de vento em funcionamento, ajusta-se a velocidade de rotação do rotor de ar para a
velocidade no túnel de vento desejada. Com a estabilização de todas as leituras de forças, velocidade e momento de
arfagem realiza-se a aquisição de dados. As aquisições foram realizadas considerando-se uma taxa de aquisição de 10
amostras por segundo, com um tempo total de aquisição de 10 segundos. Em seguida, varia-se o ângulo de ataque do
aerofólio através do sistema de controle da balança, repetindo-se a etapa anterior. As variações do ângulo de ataque
foram realizadas em passos de 2º, no sentido positivo (aumento do ângulo de ataque) até que se atingisse uma queda
abrupta da sustentação, identificando o fenômeno de stall. Após o ângulo máximo, reduz-se o ângulo de ataque em
passos de 2º até o valor de ângulo negativo equivalente ao ângulo máximo positivo. Realizando-se as aquisições de
forma crescente e decrescente no ângulo de ataque é possível avaliar a intensidade da histerese das células de carga.
Os valores dos coeficientes de sustentação, coeficientes de arrasto e coeficiente de momento foram calculados a
partir das Eqs. (1) a (3), respectivamente. Para os cálculos são utilizados os valores médios de sustentação, arrasto e
momento em cada ângulo de ataque. No cálculo dos coeficientes aerodinâmicos são utilizados os valores de massa
especifica do ar ambiente, obtido com base na pressão atmosférica e temperatura ambiente, e de área da asa, obtida a
partir do produto da envergadura pela corda do aerofólio.
Os valores da curva do coeficiente de sustentação obtidos experimentalmente são comparados com dados
disponibilizados em uma biblioteca eletrônica de perfis aerodinâmicos, a qual apresenta diversas curvas de sustentação,
arrasto e momento de perfis aerodinâmicos comerciais (UIUC, 2011).
5. RESULTADOS
2,2
coeficiente de sustentação (CL)
2,0
1,8
1,6
1,4
1,2
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
-24 -20 -16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24
-0,2
-0,4 α)
ângulo de ataque (α
0,40
0,35
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
-24 -20 -16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24
α)
ângulo de ataque (α
Figura 10. Coeficiente de Arrasto do Aerofólio Selig 1223 em função do Ângulo de Ataque
0,14
0,12
momento (CM)
0,10
coeficiente de
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
-24 -20 -16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24
-0,02
-0,04
α)
ângulo de ataque (α
-0,06
-0,08
-0,10
-0,12
Figura 11. Coeficiente de Momento de Arfagem do Aerofólio Selig 1223 em função do Ângulo de Ataque
2,2
2,0
1,6
1,4
1,2
1,0
0,8 experimental
0,6
biblioteca
0,4
0,2
0,0
-24 -20 -16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24
-0,2
α)
ângulo de ataque (α
-0,4
Figura 12. Coeficiente de Sustentação do Aerofólio Selig 1223 em função do Ângulo de Ataque
Com relação à qualidade dos resultados experimentais, os valores aerodinâmicos apresentam imprecisões devido ao
fato de que a geometria do aerofólio não ocupa toda a largura do túnel de vento (envergadura de 42cm e largura da
seção de teste de 45cm), gerando fuga do escoamento pelas laterais do aerofólio. Do ponto de vista construtivo, a
estrutura do aerofólio não é completamente rígida, gerando pequenas oscilações sobre as leituras nas células de carga.
Como o sistema de aquisição apresenta o valor médio das medições, não foi possível avaliar as incertezas a partir das
oscilações de leitura.
6. CONCLUSÕES
O método experimental adotado nos ensaios no túnel de vento mostrou-se adequado para a caracterização do
aerofólio retangular Selig 1223. Os comportamentos das curvas de sustentação, de arrasto e de momento de arfagem,
em função do ângulo de ataque, estão de acordo com comportamento aerodinâmico esperado para um aerofólio
aerodinâmico.
Através da comparação dos dados experimentais com dados disponibilizados na literatura, verifica-se que
comportamento da curva do coeficiente de sustentação corresponde ao comportamento da curva de referência. Mesmo
com desvio médio da ordem dos 8%, a curva experimental de sustentação apresenta mesmo ângulo de ataque de
coeficiente de sustentação máximo.
Uma das grandes vantagens da utilização de túneis de vento para estudos aerodinâmicos é a possibilidade de
controlar todos os parâmetros aerodinâmicos do aerofólio, como ângulo de ataque e a velocidade do escoamento,
permitindo analisar os efeitos combinados de número de Reynolds no coeficiente de sustentação.
7. AGRADECIMENTOS
8. REFERÊNCIAS
Anderson, J. D. “Fundamentals of Aerodynamics”, 2nd ed. New York: McGraw-Hill Company. 1998.
Barlow, J. B., Rae, W. H., Pope. A. “Low-Speed Wind Tunnel Testing”. New York: Wiley-Interscience. 1999.
Fox, R. W., Mcdonald, A. T. “Introdução à Mecânica dos Fluídos”, 5ª ed. Rio de Janeiro: LTC Livros Técnicos e
Científicos. 1998.
Roskam, J. “Methods for Estimation Drag Polars of Subsonic Airplanes”. Lawrence, Kansas: DAR Corporation. 1973.
UIUC. “Aerodynamic Database for Airfoils Tested”. University of Illinois at Urbana-Champaign. Disponível On-line
em <http://www.ae.illinois.edu/m-selig/uiuc_lsat_airfoilsTested.html>. Acessado em dezembro de 2011. Base de
dados para o aerofólio Selig 1223.
VII Congresso Nacional de Engenharia Mecânica, 31 de julho a 03 de Agosto 2012, São Luis - Maranhão
9. DIREITOS AUTORAIS
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Abstract: This paper presents the experimental characterization of Selig 1223 airfoil in a subsonic wind tunnel. The
objective is to obtain the airfoil curves for aerodynamic lift, drag and pitching moment of airfoil as function of angle of
attack. The wind tunnels are devices used to generate airflow in predetermined conditions, allowing aerodynamic
studies over a specific geometric shape. The wind tunnel used is a horizontal type, with 7.5m total length and 1m long
test section, driven by an axial air blower. A rectangular test section has 45cm width and 45cm height. The tunnel air
intake section has a contraction ratio of 4.5:1. The Selig 1223 airfoil studied is rectangular type, not tapered, with a
42cm of wingspan and 13cm of chord. The experimental method consists in obtaining the curves for lift coefficient,
drag coefficient and pitching moment coefficient as function of angle of attack. In wind tunnel acquisition system is
based on TQ Instruments AFA3 three-component balance force. The results show the curves for aerodynamic
coefficients for a given wind tunnel airflow velocity according to the angle of attack. The experimental data for lift
coefficient is compared with numerical data available at an on-line airfoil library, indicating a average deviation for
lift coefficient of 8%.