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Piloto Comercial
Este material foi confeccionado pelo instrutor Rhuan Christian dos Santos e fornecido para uso
didático de todos os instrutores da MR Top Fly Escola de Aviação Civil.
O intuito deste material é pegar os tópicos mais importantes coletados em materiais didáticos de
aviação.
Revisões
A maioria dos acidentes ocorridos com jatos que voavam em alta velocidades acontecia por causa
do problema de compressibilidade que iremos estudar nesta matéria!
Compressibilidade Teoria de voo – Alta Velocidade
No voo de baixa velocidade, o avião desloca as partículas de ar que estão a sua frente.
Quando o avião voa na velocidade do som, as ondas de pressão não conseguem se afastar do
avião, pois o mesmo está tão veloz quanto as ondas.
As consequências ocorrem pelo acumulo de onda de pressão que ficam acumuladas no nariz do
avião, formando uma fina parede de ar chamada de Onda de Choque
Compressibilidade Teoria de voo – Alta Velocidade
Vamos considerar um avião voando a 91 MPH, ao nível do mar, pressão 1013,2 hPa e densidade
de 1,225 Kg/m3.
Todos os filetes de ar, acima e abaixo do ponto A possuem velocidades maiores que zero e
pressões menores que A.
Compressibilidade Teoria de voo – Alta Velocidade
Agora vamos considerar o mesmo avião nas mesmas condições, só que voando a 380 MPH.
➢ Neste caso, as variações são muito grandes e não podem ser mais ignoradas. Nas grandes
velocidades o ar deve ser considerado Compressível.
Compressibilidade Teoria de voo – Alta Velocidade
Som: É uma série de impulsos de pressão que atingem o ouvido numa frequência que pode ser
ouvida.
O som não tem nada a ver com a compressibilidade, pois o que importa é a velocidade com que se
propaga os impulsos de pressão.
✓ 340 m/s
✓ 1224 km/h
Compressibilidade Teoria de voo – Alta Velocidade
Impulsos de pressão: Quando um avião voa, provoca mudanças de pressão e velocidades que
afetam o ar que o envolve.
Como estão voltados para cima, por causa do ângulo de ataque, são chamados de Upwash,
quando estão voltados para baixo, são chamados de Downwash.
Compressibilidade Teoria de voo – Alta Velocidade
Um avião que voa mais rápido que a velocidade do som, não consegue “avisar” o ar sobre a sua
chegada, sendo necessário um ajuste instantâneo, provocando um “distúrbio” chamado de Onda de
Choque.
Compressibilidade Teoria de voo – Alta Velocidade
Onda de proa: São camadas de ar achatadas na onda de choque. Esta onda é denominada de
Onda de Choque normal, perpendicular a direção do voo.
Compressibilidade Teoria de voo – Alta Velocidade
✓ Velocidade
✓ Pressão
✓ Temperatura
✓ Densidade
Essas mudanças são necessárias para permitir que o ar escoe tangente às partes do avião.
Compressibilidade Teoria de voo – Alta Velocidade
Cone de Mach: No voo supersônico a onda de proa deixa de ser normal e passa a ser oblíqua
formando um cone imaginário.
Numero Mach: As velocidades supersônicas são indicadas por este valor, que nada mais é que a
razão da velocidade verdadeira do avião e a velocidade do som no mesmo nível de voo.
➢ A rigor, não existe uma fronteira nítida entre ar compressível e incompressível, mas os valores
mais usados são: 250 kt ou M <0,4.
Compressibilidade Teoria de voo – Alta Velocidade
Compressibilidade Teoria de voo – Alta Velocidade
Compressibilidade Teoria de voo – Alta Velocidade
• Voo subsônico: Todos os filetes de ar em contato com a aeronave estão com velocidade inferior
a do som.
• Voo transônico: A aeronave se encontra abaixo da velocidade do som, porém alguma parte da
aeronave (extradorso) se encontra com mach igual ou superior a 1.0.
• Voo supersônico: Todos os filetes em contato com a aeronave estão com uma velocidade
superior a do som.
Regime Mach
Subsônico Inferior a 0.75
Transônico Entre 0.75 e 1.20
Supersônico Entre 1.20 e 5.00
Hipersônico Acima de 5.00
Compressibilidade Teoria de voo – Alta Velocidade
Mach Crítico: É a velocidade em que se o avião atingi-la, algum ponto do aerofólio atinge Mach
1.0.
Isso acontece devido a aceleração do fluxo no extradorso da asa por conta da curvatura.
Um voo a 800 km/h a uma altitude onde a velocidade do som seja 1.000 km/h. Logo, Mach 0,8.
Se a velocidade for excedida, aparecerá uma onda de choque que poderá fazer a asa entrar
parcialmente em estol.
Camada limite: Fina camada de ar de baixa velocidade, aderente a superfície externa do avião,
que mantem os filetes superiores do ar escoando suavemente acompanhando o perfil aerodinâmico
do avião.
Separação da camada limite: As elevadas pressões dificultam o avanço da camada limite devido
ao surgimento das ondas de choque no extradorso da asa.
Aumentar o Mach Crítico: Essa medida será tomada na construção da asa, cujo esta deverá ser
feita de forma que a onda de choque apareça o mais tarde possível.
Compressibilidade Teoria de voo – Alta Velocidade
Vmo e Mmo: São velocidades máximas que não devem ser excedidas pela aeronave, conhecidas
como Vne (Velocidade nunca exceder).
• Vmo (Velocidade máxima operacional): Nos voos de baixa velocidade conhecíamos como a
Vmo, que é mais utilizada nos voos em baixa altitude e está associada aos fatores de carga
impostos à aeronave.
• Mmo (Mach máximo operacional): Nos voos de alta altitude a Mmo é o limite de velocidade
utilizado, e esta está associada aos efeitos da compressibilidade.
Em resumo, voos a baixas altitudes é mais provável que se atinja a Vmo, e se este valor for
ultrapassado poderá ocorrer danos a estrutura da aeronave. Em voos a altas altitudes a Mmo é a
velocidade que será atingida primeiro, e se esta velocidade for ultrapassada a aeronave irá
começar a sentir os efeitos da compressibilidade, uma vez que algumas superfícies da aeronave
terão ultrapassado valores críticos de um numero Mach.
Compressibilidade Teoria de voo – Alta Velocidade
Asa Enflechada: Uma das medidas para retardar o Mach Crítico é o uso de asas enflechadas.
Nesse tipo de asa, a componente do vento relativo no sentido perpendicular à asa possui menor
velocidade do que o próprio vento relativo. Sendo assim, este tipo de asa a velocidade Mach 1
surgirá mais tardiamente numa asa enflechada.
Compressibilidade Teoria de voo – Alta Velocidade
Geradores de vórtice
A camada limite é “empurrada” para baixo pela turbulência gerada pelos turbuladores, o que acaba
energizando a camada limite.
Compressibilidade Teoria de voo – Alta Velocidade
Geradores de Vortex
Compressibilidade Teoria de voo – Alta Velocidade
• A direção dos filetes de ar não é modificada ao passar por essa onda de choque.
• Provoca uma grande redução de energia dos filetes de ar. A soma das pressões estática e
dinâmica é diminuída.
Onda de choque Teoria de voo – Alta Velocidade
O estol de um aerofólio ocorre porque os filetes de ar, na camada limite, perdem energia cinética
devido à viscosidade.
A onda de choque interage com a camada limite aumentando muito sua espessura ao passar pela
onda de choque.
Quando a onda de choque atinge uma intensidade muito grande, afeta a sustentação e o arrasto.
O surgimento da onda de choque num aerofólio surge quando o ar passa de um fluxo supersônico
para um fluxo subsônico.
Onda de choque Teoria de voo – Alta Velocidade
Onda de choque Teoria de voo – Alta Velocidade
Aumento do Arrasto
Estes dois efeitos produzem uma nova parcela de Arrasto denominado Arrasto de onda ou de
compressibilidade.
Onda de choque Teoria de voo – Alta Velocidade
Sendo assim, necessário os motores empregarem maior tração para vencer o arrasto.
Onda de choque Teoria de voo – Alta Velocidade
As ondas de choque provocam variação no centro de pressão dos aerofólios para trás.
Onda de choque Teoria de voo – Alta Velocidade
Redução do Downwash
Com velocidades superiores ao Mach crítico, a onda de choque reduz o Downwash da asa, e como
consequência, o ângulo de ataque da superfície horizontal torna-se menos negativo, reduzindo
assim o valor da resultante.
Onda de choque Teoria
Teoria de voo de voo
– Alta Velocidade
• Deslocamento do CP para trás: CP fica atrás do CG, gerando uma tendência de picar por conta
do desequilíbrio.
• Redução do Downwash: Com o CP indo para trás a distância “a” é aumentada. A força “F”
diminui, causando um desequilíbrio.
Onda de choque Teoria de voo – Alta Velocidade
Rolloff
Se o piloto aplicar o pedal próximo ao Mach crítico a asa que fará a curva para fora poderá
ultrapassar ao Mach crítico, enquanto a outra não, e terá seu coeficiente de sustentação reduzido,
fazendo o rolamento ocorrer para o lado oposto ao esperado.
Causadas pelo deslocamento dos filetes provocados pela onda de choque, ocasionando a perda de
energia dos filetes ao passar pela onde de choque.
O Mach Buffet produz uma vibração que poderá até causar danos estruturais na aeronave. Para
evitar tal fenômeno, o piloto deverá voar dentro da margem de segurança estipulada pelo
fabricante.
Onda de choque Teoria de voo – Alta Velocidade
Fatores que tem influência direta no Mach Buffet. A maior parte destes fatores estão ligados ao
ângulo de ataque.
• Altitude pressão: Quanto maior a altitude maior o ângulo de ataque necessário para manter a
sustentação em voo nivelado.
• Ângulo de ataque: Quanto maior o ângulo de ataque maior a velocidade dos filetes de ar no
extradorso do aerofólio, o que poderá resultar no Mach Buffet.
• Número Mach: Quanto maior o número Mach, fica mais suscetível a ocorrer o Mach Buffet.
• Peso da aeronave: Quanto maior o peso, maior a sustentação necessária para manter o voo
reto nivelado e consequentemente, maior será o ângulo de ataque.
• Fator carga: O aumento de fator carga tem o mesmo efeito do aumento do peso da aeronave, o
fator carga é causado pela realização de curvas, movimentos bruscos nos controles de voo ou
turbulência.
• Posição do CG: Quanto mais dianteira a posição do CG maior será a velocidade de stall e
também maior será o ângulo de ataque.
Onda de choque Teoria de voo – Alta Velocidade
Comandos inoperantes
Problema de mergulho
Alguns aviões tinham problemas nos mergulhos em grandes altitudes que desapareciam nas baixas
altitudes.
Vantagem
Desvantagem
O preço a ser pago é a redução do coeficiente de sustentação máximo e do volume par armazenar
combustível e trens principais nas asas.
Voos Transônicos Teoria de voo – Alta Velocidade
Regra da área (área rule): A área rule constata que o menor arrasto no regime transônico e
supersônico é obtido quando as áreas das sessões retas do avião ao longo do eixo longitudinal
formam uma curva contínua, sem mudanças bruscas ao longo do seu comprimento.
Voos Transônicos Teoria de voo – Alta Velocidade
Geradores de vórtice (vortex generators): O gerador de vórtice é um dispositivo feito de uma asa
de pequeno alongamento colocado num local que se beneficiará com os vórtices por ele
produzidos. Estes dispositivos variam em dimensões e combinações, e podem ser montados em
várias partes do avião.
Voos Transônicos Teoria de voo – Alta Velocidade
a) Os vórtices captam o ar fora da camada limite, e mistura com o ar da camada limite, que está
"cansado". Assim a camada é energizada e o gerador de vórtice pode adiar, controlar ou prevenir o
descolamento da camada limite.
b) Geradores de vórtice são posicionados para redirecionar os filetes de ar, agindo como defletores
de ar.
Voos Transônicos Teoria de voo – Alta Velocidade
Estabilizador horizontal com incidência variável: Para tornar mais efetivo o comando de
arfagem nas grandes velocidades, bem como para reduzir o arrasto produzido pela deflexão do
profundor, os aviões de transporte atuais empregam estabilizadores horizontais móveis.
Voos Transônicos Teoria de voo – Alta Velocidade
Mach trimmer: Números Mach elevados tendem a afetar a estabilidade longitudinal da aeronave, e
a função do Mach Trim é anular esta tendência, efetuando correções através dos comandos
enviados ao estabilizador de incidência variável ou ao profundor.
✓ Até certo ponto o aumento da velocidade resulta na tendência do avião elevar o nariz, obrigando
a empurrar o manche para manter o voo nivelado.
✓ Após uma determinada velocidade, devido aos efeitos da compressibilidade, o avião inverte esta
tendência, passando “querer” baixar o nariz (tuck under), sendo necessário puxar o manche para
manter o voo nivelado
Enflechamento Teoria de voo – Alta Velocidade
Redução da sustentação
Para compensar, um avião com asa enflechada precisa aumentar o ângulo de ataque
Em aproximações
Desvantagens
Para evitar o estol de ponta de asa, utiliza-se o Wing Fence que reduz o fluxo transversal dos filetes
de ar.
Enflechamento Teoria de voo – Alta Velocidade
Tendência de Pitch Up
Dutch Roll
• Avião de asa reta: Quando sofre uma guinada para direita a asa esquerda levanta porque
adquire maior velocidade e sustentação
• Avião com asa enflechada: A tendência da asa subir será maior pois além do efeito descrito, a
asa esquerda terá seu enflechamento diminuído enquanto a esquerda será aumentado. Isto
acabará provocando um rolamento
Enflechamento Teoria de voo – Alta Velocidade
Como o enflechamento da asa aumenta muito mais a estabilidade lateral que a direcional, ele tem o
efeito equivalente a um aumento do ângulo diedro, de forma que os aviões com este tipo de asa
estão sujeitos ao Dutch Roll.
Yaw Damper: Este dispositivo aumenta o efeito da deriva sem aumentar o peso ou arrasto. É um
dispositivo giroscópico sensível a mudanças de ângulo de guinada. Ao mandar um sinal ao leme de
direção, faz com que ele seja aplicado em oposição a guinada.
Estando esse inoperante, o piloto poderá amortecer um eventual D.R, não usando o leme de
direção, pois se usar este, irá aumentar mais ainda a instabilidade.
Logo, para corrigir um possível D.R, o mesmo deverá empregar os ailerons para abaixar a asa que
está subindo.
Enflechamento Teoria de voo – Alta Velocidade
Efeitos Aeroelásticos Teoria de voo – Alta Velocidade
✓ Inversão de Ailerons
Efeitos Aeroelásticos Teoria de voo – Alta Velocidade
Inversão de Ailerons
Ao mesmo tempo o aileron é submetido à pressão dinâmica que provoca uma torção na asa. A
estrutura da asa deverá resistir a essa torção.
Efeitos Aeroelásticos Teoria de voo – Alta Velocidade
A rotação da asa vai diminuindo a eficiência dos ailerons até a perda completa. Isso acontece na
Velocidade de Inversão do Aileron.
• Construir a asa muito resistente à torção dos ailerons nas maiores velocidades sem grande
rotação.
➢ O crítico é o externo pois as seções da asa no local possuem menor área e estão mais
afastadas da fuselagem.
• Utilização apenas dos ailerons internos em altas velocidades, devido a baixa resistência na
ponta das asas.
Efeitos Aeroelásticos Teoria de voo – Alta Velocidade
Efeitos Aeroelásticos Teoria de voo – Alta Velocidade
Spoiler
Como o aileron externo é o mais eficiente para o comando lateral, devido ao maior braço de
alavanca, é necessário uma complementação, que é feito pelo spoiler.
Esta superfície auxilia a descida da asa desejada, quebrando a sua sustentação e acelerando a
movimentação de descer a asa.
Efeitos Aeroelásticos Teoria de voo – Alta Velocidade
Voo supersônico Teoria de voo – Alta Velocidade
A frente da onda de choque sempre existirá uma zona de silêncio e atrás uma zona de ação.
Voo supersônico Teoria de voo – Alta Velocidade
✓ Oblíquas
✓ Normal
✓ Expansão
Voo supersônico Teoria de voo – Alta Velocidade
Voo supersônico Teoria de voo – Alta Velocidade
Concorde
✓ Aquecimento da estrutura;
✓ Arrasto de onda que acarreta redução de L/D;
✓ Estabilidade e controle longitudinal advindos do deslocamento para trás do CP;
✓ Deterioração de todos os tipos de estabilidade devido a redução do coeficiente de sustentação e
da inclinação da curva deste com o ângulo de ataque devido ao aumento do Número Mach;
✓ Estrondo sônico;
✓ Elevado ruído dos motores na decolagem;
✓ Problemas de decolagem e pouso no regime subsônico.
Voo supersônico Teoria de voo – Alta Velocidade
Fuselagem
O Concorde tem uma fuselagem longa e fina pois o arrasto de uma fuselagem em voo supersônico
é inversamente proporcional ao quadrado da relação comprimento/diâmetro.
A forma que produz o menor arrasto para determinado comprimento e diâmetro é denominada
Relação de Sears-Heack.
Voo supersônico Teoria de voo – Alta Velocidade
Decolagem e Aterragem
Como o Concorde efetua esses procedimentos com ângulo de ataque superior ao dos aviões
transônicos ele tem um nariz móvel.
Voo supersônico Teoria de voo – Alta Velocidade
Voo supersônico Teoria de voo – Alta Velocidade
Asa
O Concorde tem uma asa fina, de duplo delta, projetada para reduzir, ao máximo, o inevitável
deslocamento do Centro de Pressão para traz nas velocidades supersônicas
Voo supersônico Teoria de voo – Alta Velocidade
Superfície de comando
Como o Concorde não possui empenagem ele utiliza “elevões” na asa que fazem o papel de
ailerons e profundores.
Voo supersônico Teoria de voo – Alta Velocidade
Motores
✓ Equipado com 4 Turbojatos Rolls Royce / Snacma Olympicus 593 Mark 610
✓ Empuxo de 38.050 libras na decolagem
Voo supersônico Teoria de voo – Alta Velocidade
Aquecimento da Estrutura
Se o cruzeiro fosse de Mach3 o revestimento deveria ser de titânio ou aço inoxidável, aumentando
assim o custo do avião.
Voo supersônico Teoria de voo – Alta Velocidade
Para reduzir o arrasto, a fuselagem tem uma pequena razão diâmetro/comprimento e a asa uma
pequena espessura aerodinâmica.
Voo supersônico Teoria de voo – Alta Velocidade
Estrondo Sônico
Ao atingir o solo as duas ondas produzem dois estampilhos que são conhecidos por estrondo
sônico (sonic boom).
Voo supersônico Teoria de voo – Alta Velocidade
Pesos Teoria de voo – Alta Velocidade
Pesos
Em resumo, peso e balanceamento é extremamente simples. Ela é a teoria da alavanca que está
em equilíbrio ou balanceada quando está em repouso sobre o fulcro, em posição nivelada.
Pesos Teoria de voo – Alta Velocidade
Pesos Estruturais
• Peso máximo estrutural de decolagem – PMED (MTOGW): É o peso fixo máximo em que a
aeronave pode decolar e realizar um eventual pouso de emergência, possibilitando um retorno
imediato. Um pouso com este peso é classificado como Hard Land (Após o pouso, o avião
deverá passar por uma inspeção para identificar os danos.)
• Peso máximo estrutural de pouso – PMEP (MLGW): É um peso fixo que determina o maior
peso em que a aeronave poderá pousar, levando em consideração a estrutura da aeronave.
• Peso máximo de taxi – PMT (MTW): É o peso máximo previsto para o taxi do avião.
• Peso máximo zero combustível – PMZC (MZFW): É o peso máximo de um avião totalmente
carregado, faltando apenas o combustível nas asas.
Pesos Teoria de voo – Alta Velocidade
Abastecimento de combustível
• Combustível de decolagem (take off fuel): É o peso de combustível contido nos tanques,
quando o avião está na cabeceira da pista, pronto para decolar.
• Combustível para táxi (taxi fuel): É o combustível previsto para ser consumido pelo avião
durante o taxi até a cabeceira da pista.
• Abastecimento de combustível (block fuel / total fuel): É o peso total do combustível nos
tanques do avião, antes da partida dos motores.
• Combustível para etapa (trip fuel): É o peso estimado do combustível a ser consumido na
viagem, da decolagem ao pouso, sem margem de segurança.
Pesos Teoria de voo – Alta Velocidade
Pesos Operacionais
• Peso básico – PB (BW): É o avião vazio, incluindo fluido hidráulico, óleo, combustível não
drenável, poltronas na versão passageiro e os equipamentos fixos.
• Peso básico operacional – PBO (BOW): É o peso do avião vazio acrescido de tripulação,
bagagem e copa (bebidas, refeições, jornais, revistas, etc).
• Carga paga: É a soma do peso dos passageiros (considerando 75kg por passageiro e bagagem
de mão)+bagagens (entregues no check-in)+carga (incluindo no manifesto de cargas)+correio.
➢ Carga Paga=PMZC-PBO
• Peso zero combustível – PAZC (AZFW): É o peso básico operacional acrescido da carga paga,
faltando apenas o combustível.
➢ PBO+Carga paga
Pesos Teoria de voo – Alta Velocidade
• Carga paga máxima estrutural: É a carga paga máxima limitada pela estrutura.
• Peso de pouso – PAP (LW): é o Peso atual de decolagem menos combustível consumido na
etapa (trip fuel)
➢ PAP=PAD-Trip Fuel
Pesos Teoria de voo – Alta Velocidade
• Peso máximo de pouso – PMP (MLW): É o peso máximo de acordo com as condições da pista
e meteorológicas do aeroporto de destino, e não pode ser maior que o Peso máximo estrutural
de pouso PMEP.
Pesos Teoria de voo – Alta Velocidade
Na prática, nada mais é do que a disponibilização dos pesos no interior de uma aeronave de forma
que ela se comporte como desejado pelo operador.
Linha Datum: É uma linha vertical imaginária utilizada para determinar a posição (estação) dos
pesos presentes na aeronave.
Braço: É a distância da força a alguma referência qualquer. Quando a referencia é a linha Datum o
braço é chamado de estação
Centroide = staf+stai/2
Balanceamento Teoria de voo – Alta Velocidade
Centro de gravidade (CG): É o ponto da aeronave onde se aplica a resultante de peso, estando a
aeronave vazia, levando em conta apenas seu peso estrutural composto por motores, fuselagem,
asa e demais sistemas ou além disso, acrescido o peso de passageiro e combustível.
Corda Média Aerodinâmica (CMA): A sustentação em uma asa (aerofólio) tem o ponto de
aplicação no CP (Centro de pressão). A posição do CP é visualizada em percentual do tamanho da
asa, considerando do bordo de ataque para o bordo de fuga.
Porém, no caso das asas enflechadas, um determinado segmento representativo, por possuir as
médias de tamanho e espessura, será a CMA e não estará, obrigatoriamente no meio das asas.
Envelope de aeronave: Dizer que uma aeronave está em seu envelope, é dizer que a posição do
CG e o peso total da aeronave em conjunto, estão dentro dos limites máximos determinados pelo
fabricante.
Balanceamento Teoria de voo – Alta Velocidade
• Devido a inércia, tanto parado como durante a aceleração ou frenagem, o avião tem tendências
a se manter em equilíbrio.
• Precisamos atuar na inércia para fazer o avião levantar o nariz. Fazemos isso através do
profundor. Como temos pouca velocidade ainda nesta etapa, a posição do CG é fundamental
para permitir que isso ocorra.
Balanceamento Teoria de voo – Alta Velocidade
Somente o CG podemos ajustar em solo para que ele auxilie na rotação da aeronave. O CG é configurado com
as bagagens, carga, combustível e configuração da aeronave.
✓ CG muito dianteiro
✓ CG dentro do envelope
✓ CG muito traseiro
Balanceamento Teoria de voo – Alta Velocidade
CG muito dianteiro
Nesse caso, existe a dificuldade de projetar o nariz do avião (pitch) para a trajetória de decolagem,
o que, dependendo da situação pode inclusive causar uma saída de pista em caso de
ultrapassagem a V1 e a falha da aeronave sobre a pista.
Teremos:
✓ Comandos pesados
✓ Controlabilidade reduzida
✓ Maior arrasto
✓ Maior consumo de combustível
Balanceamento Teoria de voo – Alta Velocidade
CG dentro do envelope
Nesse caso, quando a aeronave atinge a VR, ocorre a rotação do avião e o trem de pouso frontal
descola da pista.
Balanceamento Teoria de voo – Alta Velocidade
CG muito traseiro
Nesse caso, a aeronave rota com muita facilidade. Existem condições favoráveis para a ocorrência
de tail strike (colisão da porção inferior do cone de cauda contra o solo).
O lift off pode ocorrer abaixo da velocidade correta (Vlof) o que gera uma situação de extrema
instabilidade, podendo provocar um acidente.
Teremos:
✓ Comandos leves
✓ Deterioração da estabilidade longitudinal do avião
✓ Aumento da controlabilidade
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
Clearway (Zona livre de obstáculos): Área retangular sobre solo ou água, sob controle de
autoridade competente e selecionada ou preparada como área disponível sobre a qual uma ACFT
possa efetuar parte de sua subida inicial até uma altura especificada.
Stopway (Zona de parada): Área retangular, definida no terreno situado no prolongamento do eixo
no sentido da decolagem, destinado e preparado como zona adequada a parada de aeronaves.
TORA (Take off Run Avaliable): Distância disponível e adequada para corrida de decolagem
incluindo a cabeceira deslocada inicial e não incluindo a Zona de Parada (Stopway)
ASDA (Accelerate Stop Distance Avaliable): Comprimento da TORA somado a Zona de Parada
(Stopway)
TODA (Take off Distance Avaliable): TORA mais a Zona livre de Obstáculos (Clearway) oposta, a
qual inclui a Zona de Parada (Stopway).
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
Pista Balanceada: É definida como pista balanceada aquela que possui ASDA igual a TODA.
Pista Desbalanceada: É definida como pista desbalanceada aquela que possui ASDA diferente da
TODA.
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
Uma maneira simples de entendermos “Pista Balanceada” é dizermos que será a pista que
comporta a distância requerida para uma aceleração até V1 e – ato contínuo - início de uma
frenagem para uma parada segura próximo à cabeceira (Figura 1) ou, se a decisão for decolar em
condições "monomotor", for possível atingir a velocidade V2 a 35 ft de altura sobre a cabeceira
oposta (Figura 2).
Na prática, o conceito nos mostra que, caso nosso peso de decolagem não comporte uma ou outra
ação, isso significa que teremos que diminuir nosso abastecimento/carregamento de modo a
garantir ambos: a parada após aceleração ou a decolagem, equilibrando essas duas distâncias
para que “caibam” na pista.
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
Gradiente de pista: É definido como pela razão entre a diferença da altura da cabeceira oposta e a
cabeceira em uso pelo comprimento da pista.
Exemplo: Se uma pista mede 4.000 pés e tem um gradiente de 2%, a diferença entre suas
cabeceiras é:
Comprimentos de pista
• Físico: É o comprimento real da pista, compreendido entre a distancia de uma cabeceira até a
outra.
Vmcg (Velocidade de menor controle no solo): É a menor velocidade em que um avião pode ser
controlado no solo utilizando apenas os comandos aerodinâmicos (Leme de direção) para controlar
o torque assimétrico causado pela falha do motor.
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
Vef (Velocidade de falha de motor crítico): É definida como a velocidade na qual assume-se a
falha do motor crítico na decolagem e o piloto consegue controlar o avião, ou seja, durante a
decolagem, se o motor crítico falhar após a Vef, o piloto conseguirá controlar a aeronave.
Vmbe (Velocidade máxima de energia do freio): É a maior velocidade em que pode se iniciar a
frenagem da aeronave, tendo em vista que durante a frenagem a energia cinética se transformará
em energia térmica podendo fazer com que as pastilhas peguem fogo se tornando inoperante.
Vmca (Velocidade de menor controle no ar) : É a menor velocidade em que uma aeronave pode
manter ou recuperar seu controle direcional após uma falha do motor crítico. O piloto necessita
empregar uma inclinação de 5 graus para o lado do motor operante.
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
Vmu: É definida como a menor velocidade que a aeronave deixa o solo com segurança e
prosseguir na decolagem. A Vmu tende a ser determinadas em ensaios realizados pelo fabricante.
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
Vlof (Velocidade de despegue): É definida como a velocidade em que a aeronave deixa de ter
qualquer contato com o solo. É importante destacar que a Vlof não pode ser maior que a velocidade
máxima dos pneus Vmax Tire, o pneu precisa tolerar velocidades maiores que a Vlof.
V2 (Velocidade de subida): É definida como velocidade que deve ser atingida a 35 pés sobre a
pista, e deve ser igual ou maior que 120% da velocidade de estol na configuração de decolagem e
110% acima da Velocidade Mínima de Controle no ar.
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
• Altitude pressão: Quanto maior a altitude pressão, menos tração, densidade, sustentação, etc.
A V1, Vr e V2, aumenta conforme a altitude pressão aumenta.
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
• Temperatura: Quanto maior fora temperatura, menor será a tração, sustentação e o peso
máximo de decolagem.
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
• Condições da pista: Pistas contaminadas por gelo, água, slush, barro, etc, diminuem o peso
máximo de decolagem. É recomendado a suspensão das operações quando a contaminação
possuir espessura superior a 13mm.
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
• Gradiente de pista: Uma pista em declive, fará com que a aeronave acelere mais rápido, mas
também que a mesma freie mais devagar, caso haja necessidade de rejeitar a decolagem.
• Ângulo de ataque: Quanto maior o ângulo de ataque possível na hora da decolagem, maior o
peso máximo de decolagem.
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
• Flap: Quanto maior o uso do flap, maior será o peso máximo de decolagem pela pista e menor
pelos segmentos de decolagem.
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
• Gelo: A presença do gelo diminui o peso máximo de decolagem, pois afeta diretamente a
sustentação e no peso da aeronave devido ao acumulo de gelo.
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
• Vento: Vento de proa aumenta o peso máximo de decolagem. Para cálculo de influencia, é
considerado quando de proa e 150% quando de cauda.
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
• Peso da aeronave: Quanto mais pesada for a aeronave, mais tempo ela levará para romper o
estado de repouso e acelerar na decolagem. Uma aeronave mais pesada, terá maior dificuldade
para frear.
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
Começa quando a aeronave atinge 35 pés e só termina quando atinge 1.500 pés de altura sobre a
pista.
• Primeiro segmento: Se inicia aos 35 pés de altura e termina quando o trem de pouso forem
recolhidos.
• Segundo segmento: Se inicia logo após o recolhimento do trem de pouso e termina no mínimo
a 400 pés. Neste segmento a aeronave ganha altura mais rapidamente.
• Terceiro segmento: Se inicia o recolhimento do flap e uma Vlo 25x a velocidade de estol. Neste
segmento, se houver uma falha no motor, a aeronave deverá desenvolver um voo reto nivelado.
• Quarto segmento: Se inicia a 400 pés acima da pista e termina a 1.500 pés
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
Obstacle Limit
Em caso de obstáculo na trajetória de decolagem, deverá ser calculada a Net Flight Path, baseada
no Gros Flight Path, para a ultrapassagem dos obstáculos com margens de segurança maiores.
Tipos de subida
• Operação de voo: O mais simples de ser operado com menor operação do comandante
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
• Pouso de pista: É o pouso em que a aeronave toca o solo primeiramente com os trens de
pouso principais.
Pouso e Decolagem Teoria de voo – Alta Velocidade
• Pouso três pontos: É o tipo de pouso em que a aeronave de trem de pouso convencional drena
o máximo da sua velocidade e toca o solo com os três trem de pouso ao mesmo tempo.