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FÍSICA

1. ONDULATÓRIA
1.1 Movimentos Periódicos
1.2 Pulsos
1.3 Classificação das Ondas
1.4 Ondas Periódicas
1.5 Fenômenos Ondulatórios
1.6 Acústica
1.6.1 Tubos Sonoros

2. ELETROSTÁTICA
2.1 Força Elétrica
2.2 Processos de Eletrização
2.3 Lei de Coulomb
2.4 Campo Elétrico
2.5 Potencial Elétrico

3. ELETRODINÂMICA
3.1 Corrente Elétrica
3.2 Elementos de Circuitos Elétricos
3.3 Resistores
3.4 Potência Elétrica
3.5 Associação de Resistores

4. ELETROMAGNETISMO
4.1 Campo Magnético
4.2 Campo Magnético criado por corrente elétrica em condutores retilíneos
1. ONDULATÓRIA

Podemos pensar que estudar ondulatória é compreender as


características das vibrações que produzem som ou mesmo estudar a natureza
das transmissões de rádio ou televisão. A característica principal das ondas é
possuírem períodos, ou seja, repetição de ciclos.

1.1 Movimentos Periódicos

Sua característica principal é a repetição de ciclos em intervalos de


tempos iguais, como por exemplo em um pêndulo simples. O intervalo de tempo
é chamado de período T e o número de vezes que o ciclo se repete é conhecido
como frequência f.

1.2 Pulsos

A perturbação causada por uma pessoa ou um objeto em uma corda,


mola ou até mesmo em um lago tranquilo é conhecido como pulso.
A composição de diversos pulsos forma uma onda. Uma onda transporta
energia, mas nunca transporta matéria.

1.3 Classificação das Ondas

Podemos classificar as ondas quanto à sua natureza, direção de


propagação e direção de vibração.

Quanto à natureza:

• Mecânicas: transportam energia e ocorrem apenas em meios materiais,


não se propagam no vácuo.
Exemplos: ondas em cordas, sonoras e ondas na água.
• Eletromagnéticas: Não necessitam de um meio material para se
propagar, podendo se propagar no vácuo.
Exemplos: Ondas de rádio, luz, raios x

Quanto à direção de propagação:

• Unidimensal: propagam-se em uma única direção, como exemplo ondas


em cordas.
• Bidimensional: Propagam-se em um plano, como exemplo ondas na
superfície da água.
• Tridimensional: Propagam-se em todas as direções, como exemplo as
ondas sonoras no ar.

Quanto à direção de vibração:


• Transversal: Possuem as vibrações perpendiculares à direção de
propagação, como exemplo as ondas em cordas
• Longitudinal: As vibrações da onda coincidem com a direção de
propagação, como exemplo as ondas sonoras.
• Mistas: As características são transversais e longitudinais, como exemplo
ondas em superfícies líquidas.

1.4 Ondas Periódicas

É o caso da onda unidimensional que se propaga com velocidade


constante.

Figura 1.1 Elementos de uma onda


A distância entre duas cristas ou entre dois vales consecutivos é chamada
de comprimento de onda. A equação fundamental da ondulatória resolve
qualquer exercício sobre ondas periódicas.

Figura 1.2 Equação Fundamental da Ondulatória

Exemplo: O som mais grave que o ouvido humano é capaz de ouvir possui
comprimento de onda igual a 17 m. Sendo assim, determine a mínima frequência
capaz de ser percebida pelo ouvido humano.

Dados: Velocidade do som no ar = 340 m/s

Resposta: A partir da equação da velocidade de uma onda, podemos


escrever que:
v=λ.f
f=v÷λ
f = 340 ÷ 17
f = 20 Hz
1.5 Fenômenos Ondulatórios

São fundamentalmente responsáveis por aplicações diversas em nosso


cotidiano como por exemplo na área da comunicação ou até mesmo na
medicina.
São subdivididos em:
• Frente de onda: É o conjunto de pontos que se localizam na crista de uma
onda, podendo assim se propagar a vários pontos do meio.
Figura 1.2 Frente de onda

• Reflexão das ondas: Usa o mesmo princípio da reflexão, visto em óptica,


que diz que o raio incidente, o refletido e a normal são coplanares. Temos
ainda que o ângulo de incidência deve ser igual ao refletido.

Figura 1.3 Reflexão das ondas

• Refração das ondas: Sabemos que uma onda ao se propagar em um


meio homogêneo, terá sempre a mesma velocidade, frequência e
comprimento de onda. Com isso, ao mudar de meio de propagação, a
onda passa a ter novas características de velocidade.
Figura 1.4 Refração das ondas

• Difração: Quando as ondas conseguem contornar obstáculos ou até


mesmo ultrapassar bordas, temos o fenômeno da difração que, portanto,
seria o encurvamento das ondas.

Figura 1.5 difração de ondas

• Polarização: Polarizar uma onda é sempre orientar sua vibração em uma


única direção. Quase sempre a polarização é feita por polarizadores, uma
espécie de dispositivo ou máquina.
Figura 1.6 Polarização da onda

• Interferência de ondas: São perturbações na onda ao mesmo tempo com


a mesma frequência que se encontram em muitos pontos. O encontro nas
cristas ou nos vales é conhecido como interferência construtiva. Já
quando o encontro ocorre na crista de uma onda e no vale de outra onda,
temos a interferência destrutiva.

Figura 1.7 Interferência de ondas

• Ressonância: É o fenômeno que altera a frequência natural de vibração


dos objetos ou corpos, sendo assim um processor de transferência de
energia entre uma fonte e um sistema receptor.
Figura 1.8 Ressonância

Exemplos:

1-Para que um corpo vibre em ressonância com um outro é preciso que:


a) seja feito do mesmo material que o outro;
b) vibre com a maior amplitude possível;
c) tenha uma frequência natural igual a uma das frequências naturais do outro;
d) vibre com a maior frequência possível;
e) vibre com a menor frequência.

Resposta: Para que o fenômeno da ressonância entre dois corpos ocorra, eles
devem possuir frequências naturais iguais.
Alternativa c

2-Os óculos de sol são usados para diminuir a intensidade da luz solar que chega
aos olhos. Para tanto, as lentes de alguns óculos possuem filtros que impedem
a propagação de parte da luz incidente, permitindo apenas que os raios que
vibram em determinada direção os atravessem.
O fenômeno citado no texto e mostrado na figura, exclusivo de ondas
transversais, é denominado de:
a) dispersão
b) difração
c) refração
d) reflexão
e) polarização

Resposta: A figura mostra claramente um esquema de polarização da luz.


Alternativa e

1.6 Acústica

É o estudo do som e dos fenômenos sonoros, como por exemplo


apresentações musicais que exigem boas condições acústicas ou até mesmo
as ondas sonoras que acompanham os batimentos cardíacos que como
sabemos são vibrações do coração.
O som é uma onda, ou seja, transmite energia sem transportar matéria.
Outra informação importante é a que as ondas sonoras não se propagam no
vácuo. Temos os valores da velocidade de propagação do som em alguns
materiais:

Figura 1.9 Velocidade do som em alguns meios


Para facilitar nossos cálculos, adotamos o valor da velocidade do som no
ar como v = 340 m/s.
As pessoas, os objetos ou até mesmo os instrumentos musicais emitem
sons próprios. Podemos classificar os sons de acordo com algumas
características, como:
• Altura: Está diretamente relacionado com a frequência de vibração.
Podemos ter sons com altura grave, que possui valor menor para a
frequência ou sons de altura aguda, com frequências maiores.
• Intensidade: Está diretamente relacionado com o volume do som.
Podemos ter intensidades sonoras fortes com volume alto e intensidades
sonoras fracas, com volume baixo.
• Timbre: Está relacionado diretamente com a qualidade fisiológica do som,
ou seja, através do timbre podemos diferenciar dois instrumentos
musicais com a mesma nota.

1.6.1 Tubos Sonoros

São instrumentos musicais que funcionam segundo a vibração


longitudinal da coluna de ar no seu interior. Os tubos sonoros possuem podem
ser de dois tipos:

• Tubo sonoro aberto: Possui as duas extremidades abertas, como


exemplo temos a flauta doce, o trompete ou o clarinete.

Figura 1.10 Exemplo de Tubo aberto


A frequência de vibração do som em um tubo aberto, pode ser calculada
da seguinte forma:

V = velocidade
L = comprimento do tubo
F = frequência

Figura 1.11 tubo aberto

• Tubo sonoro fechado: Possui uma das extremidades do tubo fechada,


como exemplo teremos a flauta de pã.

Figura 1.12 Exemplo de tubo fechado


A frequência de vibração do som em um tubo fechado, pode ser calculada
da seguinte forma:

V = velocidade
L = comprimento do tubo
F = frequência

Figura 1.13 Tubo fechado

2. ELETROSTÁTICA

Em eletrostática iremos estudar as propriedades e o comportamento de


cargas elétricas em repouso e os fenômenos que estão relacionados a ela.

2.1 Força Elétrica

Para o início de nosso estudo em eletrostática, devemos primeiramente


conhecer a carga elétrica.
Carga elétrica é uma propriedade do próton e do elétron e foi estabelecido
que a carga do próton é positiva e a do elétron é negativa.
Quando um corpo está eletrizado, sua quantidade de carga elétrica Q,
será dada por:

Onde:
Q = carga elétrica
n = número de elétrons ou prótons
e = carga elementar = 1,6 x 10-19 C

Exemplo:
Deseja-se eletrizar um objeto metálico, inicialmente neutro, pelos
processos de eletrização conhecidos, e obter uma quantidade de carga negativa
de 3,2 μC. Sabendo-se que a carga elementar vale 1,6 x 10–19 C, para se
conseguir a eletrização desejada, será preciso?
Para que o corpo se torne negativamente eletrizado, o número de elétrons
deve ser superior ao de prótons. Portanto, será preciso acrescentar determinada
quantidade de cargas ao objeto. A quantidade de cargas é determinada a partir
da definição de carga elétrica.

2.2 Processos de Eletrização


Um objeto pode ser eletrizado de diversas maneiras. Devemos saber que
cargas elétricas de mesmo sinal se repelem e cargas elétricas de sinais
contrários se atraem.

Figura 2.1 Atração e Repulsão

Outra informação muito importante está relacionada com os condutores


e isolantes. Condutores são os materiais que permitem a transferência de
elétrons com maior facilidade, como por exemplo os metais, o carbono ou até
mesmo a água mineral. Já os isolantes são os materiais que não permitem a
transferência de elétrons de forma adequada, como por exemplo a borracha, a
madeira ou o plástico.

Figura 2.2 Condutores e Isolantes

Agora, podemos aprender de forma mais detalhada os processos de


eletrização:
• Atrito: A eletrização por atrito ocorre quando dois corpos diferentes são
atritados, e após essa interação temos a transferência de elétrons de um
corpo para o outro.
O corpo que perde elétrons, fica carregado positivamente e o corpo que
ganha elétrons, fica carregado positivamente.

Figura 2.3 Eletrização por atrito

• Contato: A eletrização por contato ocorre quando um corpo inicialmente


com carga negativa ou positiva entra em contato com um outro corpo que
inicialmente estava neutro.
Após o contato, a carga final em cada corpo será proporcional à dimensão
de cada um.

Figura 2.4 Eletrização por contato

• Indução: A eletrização por indução ocorre quando um corpo neutro (sem


qualquer carga elétrica) é apenas aproximado de um outro corpo
carregado sem que haja o contato e após essa aproximação o corpo que
estava neutro continuará neutro, mas com a mesma quantidade de
prótons e elétrons e com isso conseguirá atrair o outro corpo que estava
carregado.
Figura 2.5 Eletrização por indução

Exemplo 1
Marque a alternativa que melhor representa os processos pelos quais um corpo
qualquer pode ser eletrizado. Eletrização por:
a) atrito, contato e aterramento
b) indução, aterramento e eletroscópio
c) atrito, contato e indução
d) contato, aquecimento e indução
e) aquecimento, aterramento e carregamento

Resposta: No nível da estrutura da matéria, eletrizar um corpo (ou objeto) é


fazer que, no conjunto, seus átomos tenham um número de elétrons diferente
do número de prótons. Portanto, eletrizar um corpo é desequilibrá-lo
eletricamente. Para isso existe a eletrização por atrito, contato e indução.
Alternativa correta C

Exemplo 2
Tem-se três esferas condutoras, A, B e C. A esfera A (positiva) e a esfera B
(negativa) são eletrizadas com cargas de mesmo módulo, Q, e a esfera C está
inicialmente neutra. São realizadas as seguintes operações:
1) toca-se C em B, com A mantida a distância, e em seguida separa-se C de B.
2) toca-se C em A, com B mantida a distância, e em seguida separa-se C de A.
3) toca-se A em B, com C mantida a distância, e em seguida separa-se A de B.
Qual a carga final da esfera A? Dê sua resposta em função de Q.
a) Q/10
b) –Q/4
c) Q/4
d) –Q/8
e) –Q/2
Resposta: 1º contato: C com B:

2º contato: C com A:

3º contato: A com B:
A esfera A, após os sucessivos contatos com as esferas B e C, como descrito
no enunciado, tem carga elétrica final igual a –Q/8.
Alternativa correta D

2.3 Lei de Coulomb

A Lei de Coulomb, determinada por Charles Augustin de Coulomb, tenta


demonstrar através de experimentos e cálculos a força eletrostática que está
envolvida nos processos de atração, repulsão e eletrização entre as cargas.
Usamos para a determinação escalar a seguinte equação:

Onde:

F = força elétrica de atração ou repulsão


K = constante eletrostática 9 x 109 Nm2/C2
Q 1 e Q 2 = cargas elétricas
d2 = distância entre as cargas

Exemplo: Calcule a intensidade da força elétrica de repulsão entre duas cargas


puntiformes 3.10-5 e 5.10-6 que se encontram no vácuo, separadas por uma
distância de 15 cm.
Resposta:

2.4 Campo Elétrico

O campo elétrico é uma região não material que existe ao redor de todo
corpo eletrizado. Ao ser eletrizado, o corpo tem ao seu redor todo o espaço
preenchido pelo campo elétrico.
Podemos dizer que o campo elétrico é o responsável pelas forças de
atração e repulsão entre as cargas e ainda fica responsável pelo armazenamento
da energia produzida na interação para uso posterior.

Figura 2.6 Campo Elétrico


O campo elétrico pode ser calculado pela expressão:

Onde:

E = Campo Elétrico
F = Força Elétrica
Q = Carga Elétrica

Exemplo: Uma partícula puntiforme, de carga elétrica igual a 2,0.10 -6 C, é


deixada em uma região de campo elétrico igual a 100 V/m. Calcule o módulo da
força elétrica produzida sobre essa carga.
Resposta: Para relacionarmos campo elétrico e força elétrica, podemos utilizar
a seguinte fórmula:

Dessa forma, temos que:

2.5 Potencial Elétrico

Podemos definir Potencial Elétrico como sendo a energia potencial


elétrica armazenada entre cargas durante seu movimento. O potencial elétrico
está diretamente associado ao campo elétrico e ao trabalho realizado pela força
elétrica para deslocar a carga de um ponto a outro.
Pode-se calcular o potencial da seguinte maneira:

Onde:

V = Potencial Elétrico
Epe = Energia potencial elétrica
Q = Carga Elétrica

Exemplo:

Em um campo elétrico com carga elétrica puntiforme igual a 4μC, a mesma é


transportada de um ponto P até um ponto muito distante, tendo as forças
elétricas realizado um trabalho de 8 J. Determine:
a) a energia potencial elétrica de q em P.
b) o potencial elétrico do ponto P.

Resposta:
3. ELETRODINÂMICA

Define-se eletrodinâmica como o ramo da física que estuda as cargas


elétricas em movimento, assim como as forças originadas pelos campos elétricos
e magnéticos e suas interações.

Figura 3.1 Eletrodinâmica

3.1 Corrente Elétrica

Corrente Elétrica é definida como sendo o movimento de cargas de uma


região para outra, podendo ser em circuitos abertos ou fechados. Quando o
deslocamento acontece em circuitos fechados podemos dizer que a trajetória é
um circuito elétrico. Elétrons livres são os responsáveis pela formação da
corrente elétrica.
Figura 3.2 Corrente Elétrica

Sempre que estudamos o movimento da corrente elétrica, devemos


adotar o seu sentido convencional, ou seja, o mesmo do campo elétrico no
interior do condutor.

Figura 3.3 Sentido convencional da corrente

Para calcularmos a intensidade da corrente elétrica em um circuito


fechado, devemos estabelecer a relação entre a quantidade de carga que
atravessa o circuito e o intervalo de tempo decorrente do movimento:
Exemplo:

Pela secção reta de um condutor de eletricidade passam 12,0 C a cada minuto.


Nesse condutor, a intensidade da corrente elétrica, em ampères, é igual a:
a) 0,08
b) 0,20
c) 5,00
d) 7,20
e) 120

Resposta:
i =Δq
Δt
i = 12
60
i = 0,2 A

3.2 Elementos de Circuitos Elétricos

Denominamos circuito elétrico como o conjunto de diferentes maneiras


de passagem para a corrente elétrica, no qual podem aparecer alguns
dispositivos elétricos ligados ao gerador.
Os circuitos podem ser simples, quando o caminho da corrente é único,
ou podemos encontrar circuitos complexos, onde a corrente possui a
disponibilidade de ramos para seu deslocamento.

Figura 3.4 Circuito Elétrico


A seguir teremos alguns dos elementos mais importantes que podem
ser encontrados em circuitos elétricos:

• Gerador Elétrico: Dispositivo capaz de transformar algum tipo de energia


em energia elétrica. Por exemplo a pilha ou a bateria.

Figura 3.5 Esquema de um Gerador no Circuito

• Receptor Elétrico: Dispositivo que consegue transformar a energia


elétrica em qualquer outro tipo de energia.

Figura 3.6 Esquema de um Receptor no Circuito

• Resistor: Dispositivo específico que transforma sempre a energia elétrica


em energia térmica, como por exemplo em ferros de passar ou chuveiros.

Figura 3.7 Resistor


• Dispositivos de Manobra: São os elementos que podem ligar ou desligar
um circuito elétrico, como por exemplo os interruptores.

Figura 3.8 Dispositivos de Manobra

• Dispositivo de Segurança: Como o próprio nome diz, possui a função de


segurança de um circuito, ou seja, interrompem a passagem de corrente
elétrica quando esta ultrapassa um certo limite, como por exemplo os
fusíveis ou disjuntores.

Figura 3.9 Dispositivo de Segurança

3.3 Resistores

Condutores oferecem resistência ao movimento das cargas, e


experimentalmente George Simon Ohm concluiu que essa resistência é
resultado da relação proporcional entre a diferença de potencial (U) e a corrente
elétrica (i), com isso Ohm definiu sua primeira lei:
Onde:

R = Resistência Elétrica
V ou U = Tensão, Diferença de Potencial (DDP) ou Voltagem
I = Corrente Elétrica
Um circuito elétrico pode ser ôhmico ou não ôhmico, dependendo sempre se a
resistência é constante (ôhmico) ou variável (não ôhmico).

Exemplo:

Os valores nominais de uma lâmpada incandescente, usada em uma lanterna,


são: 6,0 V; 20 mA. Isso significa que a resistência elétrica do seu filamento é de:
a) 150 Ω, sempre, com a lâmpada acesa ou apagada.
b) 300 Ω, sempre, com a lâmpada acesa ou apagada.
c) 300 Ω com a lâmpada acesa e tem um valor bem maior quando apagada.
d) 300 Ω com a lâmpada acesa e tem um valor bem menor quando apagada.
e) 600 Ω com a lâmpada acesa e tem um valor bem maior quando apagada.

Resposta:
Aplicando a relação U = R . i, temos:

6 = R . 20 x 10 – 3
R = 6 ÷ 20 x 10 – 3
R = 300 Ω

A resistência é variável com o aumento de temperatura. Sendo assim,


como a temperatura do filamento é bem menor quando a lâmpada está apagada,
a resistência também é menor.
Ohm verificou também que a resistência elétrica é dependente do material
que constitui o resistor, das suas dimensões e sua temperatura e a partir dessas
constatações definiu sua 2ª lei:

Onde:

ρ = resistividade elétrica
L = comprimento do material
A = área do material

Exemplo:
Calcule a resistividade de um condutor com ddp 100 V, intensidade de 10 A,
comprimento 80 m e área de secção de 0,5 mm2.

Resposta:
L = 80 m
A = 0,5 mm2
U = 100 V
I = 10 A
A = 0,5 · (10⁻³ m)²
A = 0,5 · 10⁻⁶ m²
A = 5 · 10⁻⁷ m²

Para calcular a resistência do fio utiliza-se a fórmula da Primeira Lei de


Ohm:
R = U/I
R = 100/10
R = 10 Ω

Por conseguinte, através da Segunda Lei de Ohm podemos obter a


resistividade do condutor:

R = ρL/A
ρ = R . A/L
ρ = (10 Ω . 5 · 10⁻⁷ m²) / 80m
ρ = 10 . 5 · 10⁻⁷ / 80
ρ = 50 · 10⁻⁷ / 80
ρ = 6,25 · 10⁻8 Ω.m

Logo, a resistividade do condutor é de 6,25 · 10⁻8 Ω.m.

3.4 Potência Elétrica

Potência Elétrica pode ser definida como a rapidez com que um


determinado trabalho é realizado, ou que a energia é transformada. Em circuitos
elétricos a potência pode ser calculada pelo produto da tensão elétrica pela
corrente elétrica.

Ao combinar a 1ª lei de ohm com a equação de potência elétrica,


podemos obter duas equações adicionais para os circuitos elétricos:
Exemplo:

Uma lâmpada incandescente (de filamento) apresenta em seu rótulo as


seguintes especificações: 60 W e 120V. Determine:

a) a corrente elétrica i que deverá circular pela lâmpada, se ela for conectada a
uma fonte de 120V.
Resposta:
P = 60 W
U = 120V

Para encontrar a corrente elétrica com estes dados utilizamos a equação da


potência elétrica em um resistor.

P = U.i

i=P/U
i = 60 / 120
i = 0,5 A

b) a resistência elétrica R apresentada pela lâmpada, supondo que ela esteja


funcionando de acordo com as especificações.
Resposta:
U = R.i
R=U/i
R = 120 / 0,5
R = 240Ω

3.5 Associação de Resistores

Em alguns circuitos elétricos, podemos ter a necessidade do uso de uma


maior ou menor resistência do que a fornecida por um resistor. Para resolver
esse problema, devemos realizar uma associação de resistores em série,
paralelo ou mista. A associação de resistores será representada por um único
resistor e é chamada de resistência equivalente.
• Associação em série: É um circuito elétrico com resistores associados um
em seguida do outro, oferecendo um único caminho para a passagem da
corrente.

Figura 3.10 Resistores em Série

Uma associação em série, possui como características ter a mesma


corrente em todos os resistores, e a d.d.p. é igual a soma das d.d.p. em cada
resistor. Para encontrar a resistência equivalente, teremos:
Req = R1 + R2 + R3 +.....

• Associação em paralelo: É um tipo de associação onde os resistores


estão ligados por dois pontos em comum, tendo a mesma diferença de
potencial.
Figura 3.11 Resistores em paralelo

Uma associação em paralelo, possui como características ter a mesma


diferença de potencial em todos os resistores e a corrente elétrica é igual à soma
das intensidades de corrente em cada resistor. Calculamos a resistência
equivalente através da equação:

Exemplo:

Calcule a resistência equivalente do circuito a seguir:

Resposta:
Para encontrar o valor da resistência equivalente, utilizamos a equação:
1 = 1 + 1 + 1
Req R1 R2 R3

Substituindo os valores das três resistências, temos:

1 = 1 + 1 + 1
Req 4 6 12

O MMC entre 4, 6 e 12 é 12:


1 = 3+2+1
Req 12
1 = 6
Req 12
6.Req = 12
Req = 12
6
Req = 2 Ω

4. ELETROMAGNETISMO

Eletromagnetismo é um conjunto de fenômenos que dizem respeito à


interação entre campos elétricos e magnéticos. O eletromagnetismo consegue
estudar a relação entre as forças da eletricidade e do magnetismo como um
fenômeno único.

4.1 Campo Magnético

O início do estudo do campo magnético deve priorizar o entendimento


dos imãs.
Imãs são corpos que podem atrair ferro ou aço e são constituídos de ferro,
cobalto e níquel ou de ligas que contêm alguns desses elementos.
Um imã possui 2 polos magnéticos, e para determinação de sua
polaridade devemos suspendê-lo por um fio amarrado ao seu centro de
gravidade e aguardar que entre em equilíbrio. Quando isso acontecer o imã
ficará disposto na direção norte-sul geográfica.

Figura 4.1 polaridade do imã

Ainda temos a questão do princípio da atração e repulsão magnética,


onde polos magnéticos de mesma polaridade se repelem, e polos magnéticos
de polaridade contrárias se atraem.

Figura 4.2 Princípio da atração e repulsão magnética

Podemos citar agora a questão da inseparabilidade dos polos


magnéticos, ou seja, não existe imã com apenas um polo. Um único polo
magnético não pode existir isoladamente, a estrutura mais simples é bipolar.
Figura 4.3 Inseparabilidade magnética

Exemplo:
Um professor de Física mostra aos seus alunos 3 barras de metal AB, CD e EF
que podem ou não estar magnetizadas. Com elas, faz três experiências que
consistem em aproximá-las e observar o efeito de atração e/ou repulsão,
registrando-o na tabela a seguir.

Após o experimento e admitindo que cada letra pode corresponder a um único


polo magnético, seus alunos concluíram que:
a) somente a barra CD é ímã.
b) somente as barras CD e EF são ímãs.
c) somente as barras AB e EF são ímãs.
d) somente as barras AB e CD são ímãs.
e) AB, CD e EF são ímãs.
Resposta:

Mesmo depois da inversão dos pontos C e D, a atração entre as barras persistiu;


portanto, uma das barras não é um ímã. Na última imagem, vê-se que houve
repulsão entre as barras CD e EF. Assim sendo, essas barras são ímãs e os
polos representados por D e E são iguais.
Alternativa b

4.2 Campo Magnético criado por corrente elétrica em


condutores retilíneos

Hans Christian Oersted descobriu a relação entre magnetismo e


eletricidade e logo em seguida, André Marie Ampére realizou experiências com
o intuito de determinar as características do campo magnético. O experimento
utilizado e usado para comprovar a existência da corrente elétrica no fio foi bem
simples. Ampére depositou limalha de ferro sobre um pedaço de papel cartão,
atravessado perpendicularmente por um fio metálico.

Figura 4.4 campo magnético no fio retilíneo

Para calcular a intensidade do campo magnético criado no fio, usamos:

μo = 4π.10-7T.m/A
Exemplo:

Um fio retilíneo conduz corrente elétrica de 2 A. Marque a alternativa correta a


repeito dos valores e características dos campos magnéticos criados em pontos
próximos ao fio.
a) A uma distância de 5 cm do fio, o campo magnético possui intensidade de 6
μT.
b) O campo magnético gerado por um fio possui a mesma direção e o mesmo
sentido do deslocamento das cargas elétricas.
c) O campo magnético gerado pelo fio possui formato circular e vale 8 μT a uma
distância de 15 cm do fio.
d) O campo magnético gerado pelo fio possui formato circular e vale 8,5 μT a
uma distância de 10 cm do fio.
e) Todas as afirmações anteriores estão incorretas.

Resposta:

a) Errada. Aplicando a equação do campo magnético gerado pelo fio retilíneo, a


intensidade do campo magnético nas circunstâncias propostas seria de 8 μT.
b) Errada. O campo magnético tem formato circular.
c) Errada. O campo de 8 μT será gerado a 5 cm do fio.
d) Errada. A 10 cm do fio, o campo magnético será de 8 μT.
e) Correta.
REFERÊNCIAS

BONJORNO, Jóse Roberto. Física. São Paulo. FTD, 2016, 3 ed


Brasil Escola, acesso em 14 de novembro 2019
Livro didático Positivo, 2019 vol 10
RAMOS, Clinton Marcico. Física. São Paulo FTD, 2016, 3 ed

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