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VIDA NO ENVELHECIMENTO

INTERVENÇÃO E INCLUSÃO
VIDA NO ENVELHECIMENTO
INTERVENÇÃO E INCLUSÃO

LUÍSA COSTA DE OLIVEIRA LIMA

TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO


INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

DEZEMBRO, 2017
PROFESSORES MEMBROS DA COMISSÃO DE
ACOMPANHAMENTO PERMANTE
PROF. DR. DAVID MORENO SPERLING
PROF. DR. JOUBERT JOSÉ LANCHA
PROFa. DRa. LUCIA ZANIN SHIMBO
PROFa. DRa. LUCIANA BONGIOVANNI SCHENK
BANCA EXAMINADORA

COORDENADOR DE GRUPO DE TRABALHO


PROF. DR. PAULO CESAR CASTRAL

PROF. DR. JOUBERT JOSÉ LANCHA

PROF. DR. PAULO CESAR CASTRAL

PROFa. DRa. MAÍSA FONSECA DE ALMEIDA

Conceito Final :

Data:
AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar aos meus pais e minha irmã, pelo apoio
e incentivo incondicional durante essa trajetória.
Ao Vitor pelo carinho e companhia, mesmo nas horas difíceis.
Aos meus amigos, pelas alegrias, tristezas e dores compartilhadas.
Aos professores Joubert José Lancha e Paulo Cesar Castral, pela pa-
ciência na orientação e incentivo que tornaram possível a conclusão deste tra-
balho.
À professora Luciana Schenk, obrigada por nos defender e mostrar
que vale a pena lutar pelo o que acreditamos.
E um agredecimento especial aos meus avós, por serem minha maior
inspiração.
RESUMO

O presente trabalho procura problematizar a reinserção e inclusão do


idoso na sociedade, propondo uma Instituição de Longa Permanência para Ido-
sos (ILPI) que não somente se adapte as necessidades da terceira idade, mas
também promova a socialização entre residentes e entre gerações de forma
espontânea, incentivando a independência do idoso, preservando sua dignida-
de e identidade e permitindo escolhas.

Outro tema que abordo nesse trabalho é a questão da memória e do


reuso na arquitetura ao propor uma intervenção em um antigo hotel da cidade
de Ribeirão Preto, o Umuarama Recreio Hotel, que está há mais de duas déca-
das em estado de abandono.

Assim, pretendo dar um novo uso ao antigo hotel: intervir de modo a


adequá-lo ao programa de uma Instituição de Longa Permanência para Idosos.

Palavras-chave: Inclusão; Intervenção; Convívio; Memória; Reuso


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 11
A CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO 14
O LOCAL 22
O EDIFÍCIO 26
A PROPOSTA 44
O PROGRAMA 50
BIBLIOGRAFIA 54
http://www.ynotphoto.com/uploads/1/7/6/9/17694897/3262451_orig.jpg
INTRODUÇÃO

ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO

“ É o sentido que os homens conferem à sua existência, é seu sis- O rápido crescimento no número de idosos no mundo vem se apresen-
tema global de valores que define o sentido e o valor da velhice. Inversamente: tando como um fenômeno social e biológico sem precedente histórico que, ao
através da maneira pela qual uma sociedade se comporta com seus velhos, ela
mesmo tempo, representa um dos principais êxitos da humanidade no século
desvela sem equívoco a verdade - muitas vezes mascarada - de seus princípios
e de seus fins” XXI e um dos seus principais desafios. Projeções realizadas pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) indicam que até 2025 haverá um crescimento de cerca
SIMONE DE BEAUVOIR de 380% dessa população (WHO, 2002), e que, em 2020, o Brasil será o sexto
país do mundo em número de idosos, com um contingente superior a 30 mi-
lhões de pessoas (Veras, 2009).

Segundo dados do IBGE (2008), no ano de 2000, a população brasi-


leira com até 14 anos de idade representava 30%, enquanto que a população
com mais de 65 anos representava 5%. Em 2050, essesdois grupos etários se
igualarão: cada um deles representará 18% da população.
De acordo com Patrick Burke, diretor do escritório americano Micha-
el Graves Architecture & Design, as casas, de um modo geral, “são projetadas Tendo em conta o atual panorama demográfico, torna-se fundamen-
para adultos jovens e fisicamente capacitados, mas esses projetos não são tão tal repensar os paradigmas associados ao envelhecimento, à habitação e aos
adequados para pessoas com limitações físicas, doentes ou simplesmente mais cuidados. No entanto, segundo Schussel (2012), os programas habitacionais
velhas. Com o envelhecimento dos baby boomers, estes e seus filhos estão re- voltados para a população idosa são bastante escassos, apesar de “haver um
conhecendo a necessidade de casas projetadas para todas as etapas da vida”. esforço do governo federal para reduzir o déficit habitacional do país que, em
Burke ainda prevê que nos próximos anos os arquitetos desestigmatizarão o 2008, foi estimado pelo Ministério das Cidades em aproximadamente 5,5 mi-
envelhecimento através do projeto arquitetônico, e questiona a eficácia do de- lhões de domicílios”. É importante ressaltar também que em 2011, 75% da
senho universal quando não associado com o conforto, familiaridade, dignidade população brasileira com 60 anos de idade ou mais possuiam uma renda entre
e autoidentidade. 0 e 2 salários mínimos.

11
INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS

Por muito tempo foi utilizado o termo asilo para designar os estabele- Essas instituições são consideradas como espaços alternativos para
cimentos ou instituições “abrigados em edifícios com tipologia hospitalar, e que os idosos que não podem ser mantidos em suas residências por vários moti-
representavam o único destino aos idosos sem auxílio familiar ou sem renda vos de ordem médico-sociais, além de oferecer cuidados àqueles idosos mais
compatível com uma vida independente”, carregado com o tacha de abandono frágeis e muito dependentes para realizar suas tarefas básicas da vida diária
e solidão. De acordo com Bestetti, as antigas instituições asilares “passam a (PORTO, 2015).
considerar a terceira idade não como um fim de vida, mas sim como uma nova
etapa, estimulando também diferentes soluções de habitação destinada a pes- Fatores de conforto ambiental também influenciam as relações so-
soas com mais de 60 anos. ciais e a integração dos usuários neste tipo de ambiente, tendo como consequ-
ências a irritabilidade, stress e depressão. A relação de conforto está associada
As ILPIs são definidas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância aos agentes influentes como cores, iluminação, acústica, ventilação e distribui-
Sanitária) como “instituições governamentais ou não governamentais, de cará- ção de móveis no espaço. Além da influência desses fatores, os ambientes de-
ter residencial, destinadas a domicilio coletivo de pessoas com idade igual ou vem ser tratados com materiais que transmitam uma sensação permanente de
superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade e bem-estar, segurança e limpeza (MAIOR, ZUTIRA e BEZERRA, 2007).
dignidade e cidadania” (RDC nº283/05).
O estudo “Condições de funcionamento e infraestrutura das institui-
A RDC no. 283/05 também categorizou e definiu os graus de depen- ções de longa permanência para idosos no Brasil”, do Instituto de Pesquisa Eco-
dência dos idosos, sendo: nômica Aplicada (IPEA), verificou a existência de 3.548 instituições de longa
permanência no território brasileiro no ano de 2010, com um total de 83.870
- Grau de Dependência I: para idosos independentes, mes- idosos (apenas 0,5% da população idosa na época), sendo que 65,2% delas
mo que requeiram uso de equipamentos de autoajuda; um cuidador eram filantrópicas. A pesquisa também aponta que um dos principais motivos
para cada 20 idosos, ou fração, com carga horária de 8 horas/dia. pela busca de uma instituição desse tipo é a carência financeira e a falta de
- Grau de Dependência II: idosos com dependência em até moradia.
três atividades de autocuidado para a vida diária, tais como: alimen-
tação, mobilidade, higiene; sem comprometimento cognitivo ou com Assim, o foco desse trabalho é a implantação de uma ILPI que promo-
essa alteração controlada; um cuidador para 20 idosos, ou fração, por va a independência de idosos, considerando suas necessidades, e que também
turno. propicie a inclusão dessa parcela da população a todas as áreas da vida comu-
- Grau de Dependência III: idosos com dependência que re- nitária em seu entorno.
queiram assistência em todas as atividades de autocuidado para vida
diária ou com comprometimento cognitivo; um cuidador para cada
seis idosos, ou fração, por turno.
12
MEMÓRIA E REUSO

Outro tema que abordo nesse trabalho é a questão da memória e do


reuso na arquitetura ao propor uma intervenção em um antigo hotel da cidade
de Ribeirão Preto, atualmente em estado de abandono. Porém, tal edifício não
é tombado, apesar de estar carregado de memórias tanto minhas quanto dos
moradores da cidade e, principalmente, do bairro.

“ Já é bem ruim jogar fora garrafas plásticas – imaginemos então


descartar uma edificação inteira quando ela não tiver mais utilidade! Se dermos
nova destinação ao nosso passado, seremos capazes de criar um novo futuro
para as construções que já estão aí ”. Essa citação do arquiteto americano Mark
Kushner me intrigou. Por que construir algo do zero se há tantos edícios desabi-
tados e negligenciados? Por que derrubar edificios para construir-se novos? Por
que não reutilizá-los?

Violet-le-Duc afirma que a melhor forma de preservar um edifício é


encontrando um uso para ele.
Assim, pretendo dar um novo uso ao antigo hotel: intervir de modo a
adequá-lo ao programa de uma Instituição de Longa Permanência para Idosos.

https://www.slrlounge.com/tony-luciani-creates-rehabilitative-portraits-of-elderly-mother/
13
Esse trabalho está localizado na cidade de Ribeirão Preto, onde cresci
e passei toda a minha infância e juventude. Assim, a escolhi pela afetividade
que possuo para com ela, esta sendo a protagonista de minhas memórias.

A cidade de Ribeirão Preto está localizada no interior do estado de São


Paulo, à noroeste da capital. É referência enquanto centro de saúde, educação,
agronegócio e turismo de negócios.

Área: 650,916 km²


Área Urbana: 127,309 km²
População: 674.405 hab. (IBGE/2016)
Densidade: 1.036,09 hab./km²

área de intervenção

14
A CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO

Como podemos observar no mapa ao lado, houve um intenso


crescimento da área urbanizada em direção ao sul do município, cresci-
mento este determinado e influenciado por novos loteamentos e empre-
endimentos mobiliários e previsto no Plano Diretor do Município de 2005.

Contudo, há de se notar o imenso vazio urbano existe no setor


oeste da cidade, área classisficada pelo Plano Diretor como Zona de Urba-
nização Preferencial, mas mesmo assim esquecida pelos empreendedores.

É exatamente rodeada por vazios urbanos que a área de interven-


ção desse trabalho está localizada.
Macrozoneamento Urbanístico

ZUP zona de urbanização preferencial

ZUC zona de urbanização controlada

ZUR zona de urbanização restrita

área de intervenção

15
Nas figuras a seguir podemos observar a relação entre os principais Dados do IBGE mostram que a proporção de idosos na cidade cresceu
hospitais da cidade e os cursos de nível superior na área da saúde. quase três vezes mais que a população total, dando um de salto de 78% em 15
anos, crescimento maior que o do Estado.
A área de intervenção está localizada nas proximidades do Hospital
das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Em 2000, havia na cidade 51.117 pessoas com 60 anos ou mais. Em
Paulo (FMRP-USP), esta, assim como outros cursos da área da saúde, também 2015, a população nessa faixa etária subiu para 91.376 pessoas, aproxima-
situada a menos de 1km da área de intervenção. damente 15% da população total. Enquanto isso, o número de moradores de
Ribeirão cresceu 28,5% no período.

Relação entre hospitais e cursos de nível superior da


área da saúde

hospitais conveniados ao SUS

hospitais não conveniados ao SUS

cursos superiores de medicina

cursos superiores de outras áreas da saúde

área de intervenção

16
Contudo, o número de ILPIs na cidade não acompanhou o crescimen-
to dessa população, especialmente as de cunho filantrópico. Atualmente, exis-
tem aproximadamente 28 instituições de longa permanência espalhadas pela
cidade, porém, de acordo com a Vigilãncia Sanitária, somente 15 atuam regu-
larmente.

Há 8 instituições filantrópicas, mas somente 6 são conveniadas com


a Prefeitura, das quais, juntas oferecem 243 vagas.

Levantamento de Instituições de Longa Permanência


para Idosos

ILPIs filantrópicas

ILPIs particulares

área de intervenção

17
Segundo o estudo “Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevi-
dade”, realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com o Instituto
Mongeral Aegon, Ribeirão Preto foi avaliada como a sexta melhor cidade entre
os 150 maiores municípios do Brasil. Os resultados identificam o grau de bem-
-estar oferecido por cada cidade aos adultos com mais de 60 anos.

Esse resultado pode ser explicado pela infraestrutura em saúde e pes-


quisa na área da saúde, que é muito avançada quando comparada a outras
cidades brasileiras, principalmente pela presença de quatro cursos de medicina,
sendo um deles da Universidade de São Paulo, a mais conceituada do país.

Apesar dessa classificação, há ainda muito a avançar, principalmente


no quesito habitação.

18
Sinopse do Censo 2010 - Pessoas Residentes com
60 anos ou mais

0 - 38

39 - 77

78 - 116

117 - 156

157 - 258

área de intervenção
Fonte: IBGE, SINOPSE POR SETORES, CENSO 2010;

19
0 500 1000 2000m

Fluxos das Vias Principais

fluxo de veículo leve

fluxo de veículo moderado

fluxo de veículo intenso

área central

20 área de intervenção
0 500 1000 2000m

A intervenção proposta nesse trabalho será realizada no bairro Jardim O único modo de se entrar no bairro é pela Avenida das Seringueiras,
Recreio, mais especificamente no antigo Umuarama Recreio Hotel, atualmente conecta à alça de acesso da Avenida Bandeirantes sentido Ribeirão Preto - Ser-
em estado de abandono. tãozinho.

O bairro, localizado no extremo oeste do município, está a uma dis- A Avenida do Café é a área comercial e de serviços mais próxima do
tância de aproximadamente 5km do Centro da cidade e a 100m do Campus bairro.
Universitário da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto.
21
22 Vista aérea do bairro Jardim Recreio e Campus da Universidade de São Paulo
Fonte: SAJAR - Associação dos Moradores do Jardim Recreio
O LOCAL

O bairro residencial Jardim Recreio teve origem no ano de 1952, no


loteamento da Fazenda Porongaba, então propriedade de Cândido de Souza Pe-
reira Lima. Este, contratou o engenheiro civil Hélio Foz Jordão, seu genro, para a
concepção urbanística do loteamento. A área de 790.130m² foi dividida em 904
lotes, sendo que 77.100m² foram destinados a praças.

Os nomes das vias públicas e das praças reportam-se a árvores e flo-


res brasileiras, exceções feitas à Avenida Cândido Pereira Lima, homenagem ao
pai do loteador; à Avenida Abade Constantino, superior da Ordem das Monjas
Beneditinas e à Praça Mário de Andrade, antiga Praça dos Cafeeiros, onde está
situado o antigo Umuarama Recreio Hotel, objeto de intervenção desse trabalho.

Os referenciais do loteamento eram o Colégio Vita et Pax (também


inaugurado em 1952), o Umuarama Recreio Hotel, e também a então recém-
-criada Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

Originalmente, o acesso ao bairro era feito por pista única, sendo a


entrada em frente ao portão da Faculdade de Medicina, dando diretamente na
Praça Mário de Andrade, tanto vindo do centro da cidade quanto da estrada de
Sertãozinho.

A partir dos anos 80, o bairro foi palco de um crescimento muito in-
tenso. Enquanto que nos primeiros 25 anos de existência haviam apenas cerca
de 30 residências, nos trinta anos seguintes esse número chegou a 530 residên-
cias (SAJAR - Associação dos Moradores do Jardim Recreio).

23
0 100 200 500m

24
A - Portaria Campus USP Av. Bandeirantes
B - Portaria Campus USP Av. do Café
C - Portaria Hospital das Clínicas
D - Entrada Jardim Recreio

1 - Antigo Umuarama Recreio Hotel


2 - Colégio Vita et Pax
3 - Paróquia Santa Tereza D’Avila
4 - Creche Carochinha
5 - Hospital das Clínicas
6 - Faculdade de Medicina - FMRP
7 - Fisioterapia e Terapia Ocupacional
8 - Escola de Enfermagem - EERP
9 - Faculdade de Odontologia - FORP
10 - Faculdade de Ciências Farmacêuticas - FCFRP
11 - Curso de Psicologia - FFCLRP
12 - Escola de Educação Física e Esporte - EEFERP
13 - Centro de Educação Física, Esportes e Recreação - CEFER
14 - Museu do Café
15 - Biblioteca Central
16 - Espaço Cultural
17 - Sala de Concertos da Tulha
pontos de ônibus
18 - Vendinha de Verduras
área de intervenção
25
26 Vista aérea do Umuarama Recreio Hotel
Fonte: MENDES PEIXOTO, A. L. Hotéis Umuarama: O Resgate da História de Uma Época. Ribeirão Preto, 2007.
O EDIFÍCIO

O Umuarama Recreio Hotel exprime grande importância na história de Segundo o depoimento de Andréa Miloná, antigo sócio-proprietário do
Ribeirão Preto e, como dito anteriormente, nas minhas memórias de infância. hotel, o novo empreendimento, “ao contrário do hotel do centro, foi direcionado
para um público que buscava o isolamento urbano, o lazer com a família, a par-
A história deste edifício começa em 1947, com a construção do pri- ticipação de convenções e congressos e, principalmente, para turistas” (Peixoto,
meiro hotel da rede, o Hotel Umuarama, bem localizado na parte central da cida- 2007, pg. 56).
de, na Rua São Sebastião. Inaugurado em 1951, foi o primeiro edifício de doze
pavimentos em Ribeirão Preto, marcando o início da verticalização da cidade na O hotel foi, durante 32 anos, referência turística de Ribeirão Preto,
década de 50 (PEIXOTO, 2007). Teve suas atividades encerradas em 1969 por tornando-se um marco para a história e arquitetura da cidade, seja pela loca-
desavenças entre sócios, mas, depois de um ano fechado, o hotel foi incorpora- lização, inovadora na época, ou pelo projeto de cunho moderno, realizado pelo
do por outra rede de hotéis e modernizado por diversas reformas, estando em engenheiro civil Hélio Foz Jordão. Nele hospedavam-se autoridades, artistas e
pleno funcionamento até os dias atuais como o Monreale Hotel. os grandes clubes de futebol, tais como a Seleção Brasileira e o Santos Futebol
Clube, que passavam na cidade em época de campeonatos.
Em 1957 começou a construção do segundo hotel da rede no bairro
Jardim Recreio, este localizado a extremo oeste, afastado do centro da cidade. Contudo, em novembro de 1994, o Umuarama Recreio Hotel teve
suas atividades encerradas por desavenças entre sócios.
Inaugurado em 1962, o Umuarama Recreio Hotel gozou de ampla co-
bertura da imprensa local, além da presença de Carvalho Pinto, então governa- Atualmente, diferentemente do primeiro hotel da rede, o edifício se
dor do Estado de São Paulo. encontra em um estado deplorável de abandono e esquecimento. Por não exer-
cer ou receber uso algum, tornou-se vulnerável à ação do tempo e ao desres-
Um dos fundadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, o peito dos cidadãos. Sem qualquer tipo de manutenção ou tentativa de tomba-
professor Zeferino Vaz, hóspede do Hotel Umuarama do centro, foi um dos gran- mento, torna-se uma perda de valor histórico e arquitetônico para a cidade de
des entusiastas da construção do hotel nas redondezas do Campus da Universi- Ribeirão Preto.
dade de São Paulo, o que permitiria a hospedagem de professores estrangeiros
em suas acomodações enquanto suas residências estavam em construção.

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Saguão do Umuarama Recreio Hotel. Saguão do Umuarama Recreio Hotel.
Fonte: MENDES PEIXOTO, A. L. Hotéis Umuarama: O Resgate da História de Uma Época. Ribeirão Preto, 2007. Fonte: MENDES PEIXOTO, A. L. Hotéis Umuarama: O Resgate da História de Uma Época. Ribeirão Preto, 2007.

28 Restaurante do Umuarama Recreio Hotel.


Fonte: MENDES PEIXOTO, A. L. Hotéis Umuarama: O Resgate da História de
Salão de convenções do Umuarama Recreio Hotel.
Fonte: MENDES PEIXOTO, A. L. Hotéis Umuarama: O Resgate da História de Uma Época. Ribeirão Preto, 2007.
Uma Época. Ribeirão Preto, 2007.
Cozinha do Umuarama Recreio Hotel Corredor de acesso às suítes.
Fonte: MENDES PEIXOTO, A. L. Hotéis Umuarama: O Resgate da História de Uma Época.
Fonte: MENDES PEIXOTO, A. L. Hotéis Umuarama: O Resgate da História de Uma Época. Ribeirão Preto, 2007. Ribeirão Preto, 2007.

Área de lazer do Umuarama Recreio Hotel.


Fonte: MENDES PEIXOTO, A. L. Hotéis Umuarama: O Resgate da História de Uma Época. Ribeirão Preto, 2007.
29
Vista do edifício e do estacionamento sob pilotis
30 Fonte: Acervo pessoal do autora, fevereiro de 2017.
O projeto é um edifício retilíneo e horizontal, que se adequa a topogra- O estacionamento do hotel foi projetado em conformidade com o de-
fia do terreno que possui 7 metros de desnível. Houve também a preocupação clive natural do terreno, estando localizado sob pilotis, embaixo de quase todo o
em “projetar o prédio de forma a receber a menor projeção possível de raios bloco esquerdo do edifício.
solares nas áreas dos cinquentas apartamentos iniciais, utilizando-se ainda ele-
mentos vazados nas varandas das suítes para a captação de correntes de ar e Em 1974, houve uma ampliação do hotel com a intenção de construir
proporcionando também maior privacidade” (PEIXOTO, 2007, p. 50). O pé-direito um salão de jogos, além do acréscimo de 22 apartamentos no edifício. O salão
de três metros, as paredes com espessuras especiais e o revestimento de tacos nunca chegou a ser utilizado para lazer, tendo seu uso alterado para receber
de madeira foram soluções encontradas para o problema do clima quente da um congresso da Universidade de São Paulo, tornando-o permanentemente um
cidade, já que o ar condicionado era um produto muito caro. centro de eventos, recebendo vários simpósios, convenções e congressos da Uni-
versidade.
Além de proporcionar o isolamento térmico, essas soluções também
isolavam o prédio acusticamente, algo importante quando observada a localiza-
ção do hotel às da Avenida Bandeirantes, esta que possui caráter de rodovia e é
trafegada sobretudo por caminhões.

Vista da entrada principal do Umuarama Recreio Hotel Vista da entrada de serviços do Umuarama Recreio Hotel
Fonte: Acervo pessoal da autora, fevereiro de 2017 Fonte: Acervo pessoal da autora, fevereiro de 2017 31
32
565m

566m

567m

568m

569m

570m

A
571m
B
A

572m
C

C
D

D
17

16
573m 15
14

13
12
11
10

9
8
7
17 6
x 0,176 5
= 4
3

3,000
2
1

= 1,500
16 x 0,094

574m
F

575m
10
20
IMPLANTAÇÃO
40m

576m

577m
33
GALPÃO

ENTRADA
DE SERVIÇOS

ESTACIONAMENTO DORMITÓRIO DORMITÓRIO

DEPÓSITO ALMOXARIFADO OFICINA DEPÓSITO

BANHO BANHO

BANHO BANHO
VESTIÁRIO
VESTIÁRIO

DORMITÓRIO DORMITÓRIO DEPÓSITO DEPÓSITO DEPÓSITO DEPÓSITO DEPÓSITO

DEPÓSITO

CHAVE DE
ENERGIA

SERVIÇOS
TÉRREO
HÓSPEDES
CIRCULAÇÃO

SERVIÇOS

HÓSPEDES
VISITANTES
VISITANTES

34
0 5 10 20m
A

ENTRADA
DE SERVIÇOS

TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO W.C. W.C. W.C. W.C.
TERRAÇO

+3,00m

DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO SALA DE REUNIÕES

SALÃO DE CONVENÇÕES +3,00m


BANHO BANHO BANHO BANHO BANHO BANHO BANHO BANHO BANHO BANHO BANHO BANHO BANHO BANHO
SALA W.C. W.C.

+3,00m +3,00m

SALA
F BANHO BANHO BANHO BANHO BANHO BANHO BANHO BANHO BANHO BANHO
SERVIÇO
1

2
3

BANHO
2
3
4
5
6

VESTIÁRIO
7
8

DORMITÓRIO DORMITÓRIO SALA DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO SERVIÇO
TERRAÇO

TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO +3,00m
1

4
5 1

6 2

7 3

8 4

9 5

7
8

E E
A

SERVIÇOS
PRIMEIRO PAVIMENTO

CIRCULAÇÃO
HÓSPEDES
SERVIÇOS

HÓSPEDES VISITANTES
VISITANTES

0 5 10 20m

35
DEPÓSITO

W.C.
CHURRASQUEIRA

REFEITÓRIO

W.C.

WC
COZINHA ÁREA DE LAZER / PISCINAS
VESTIÁRIO

TEL.

TEL.

RESTAURANTE

RECEPÇÃO SALÃO DE FESTAS


m
70
+5

SANITÁRIO

ENTRADA PRINCIPAL
SANITÁRIO
C
A

D
B

+3,00m

+3,00m
+4,65m

+3,00m +3,00m

DEPÓSITO
F F

W.C.
CHURRASQUEIRA

REFEITÓRIO
+3,00m
COZINHA
W.C.

WC +4,50m
ÁREA DE LAZER / PISCINAS
VESTIÁRIO

+4,50m

TEL.

TEL.

RESTAURANTE

RECEPÇÃO SALÃO DE FESTAS


E E

+4,50m

+4,50m

SANITÁRIO

SANITÁRIO

m
76
ENTRADA
PRINCIPAL

+5
B

D
A

C
m
71

SEGUNDO PAVIMENTO
+5

SERVIÇOS 0 5 10 20m
m

m
TÉRREO
72

73

74

75
+5

+5

+5

+5
CIRCULAÇÃO
HÓSPEDES
SERVIÇOS

HÓSPEDES

VISITANTES
VISITANTES

36
0 5 10 20m
TERRAÇO

TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO
TERRAÇO

DORMITÓRIO

DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO SALA DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO

SALA

COZINHA
SALA

DEPÓSITO

SALA

SERVIÇO

ROUPARIA

DORMITÓRIO DORMITÓRIO SALA DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO COPA
TERRAÇO

PADARIA

TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO

SALA

ADMINISTRAÇÃO

SALA DE CONVENÇÕES

TERRAÇO

TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO
TERRAÇO

DORMITÓRIO

DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO SALA DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO

SALA

COZINHA
SALA

DEPÓSITO

SALA

SERVIÇO

ROUPARIA

DORMITÓRIO DORMITÓRIO SALA DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO COPA
TERRAÇO

PADARIA

TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO

SALA

ADMINISTRAÇÃO

SALA DE CONVENÇÕES

TERCEIRO PAVIMENTO E MEZANINO

0 5 10 20m
SERVIÇOS
TERCEIRO PAVIMENTO E MEZANINO

CIRCULAÇÃO HÓSPEDES
SERVIÇOS

HÓSPEDES VISITANTES
VISITANTES

37
0 5 10 20m
TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO

TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO

DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO


DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO

SALA

+9,00m DEPÓSITO

F
TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO
1
2

LAVANDERIA
3
4
5

TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO


6
7
8
9
10
11
12

DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO


13
14
15
16

DORMITÓRIO
17
DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO

+9,00m

SALA

+9,00m DEPÓSITO

1
2

LAVANDERIA
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17

E E

+9,00m

E E

TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO

TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO

DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO


DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO

SALA

TERRAÇO +9,00m
TERRAÇO TERRAÇO
DEPÓSITO

TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO


F

DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO


1
2

LAVANDERIA
3
4

DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO


5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
SALA
17

+9,00m

+9,00m DEPÓSITO

1
2

LAVANDERIA
3
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5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17

+9,00m

E E

QUARTO PAVIMENTO

E E

0 5 10 20m

SERVIÇOS
QUARTO PAVIMENTO

CIRCULAÇÃO
HÓSPEDES
SERVIÇOS

HÓSPEDES
QUARTO PAVIMENTO
VISITANTES
QUARTO PAVIMENTO
VISITANTES

CIRCULAÇÃO 0 5 10 20m

38
SERVIÇOS
0 5 10 20m

HÓSPEDES

VISITANTES

0 5 10 20m
F

+12,00m

+12,00m

E E

TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO

TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO TERRAÇO

DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO


DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO DORMITÓRIO

SALA

+9,00m DEPÓSITO

1
2

LAVANDERIA
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17

+9,00m

+12,00m

E E

E E
QUINTO PAVIMENTO

0 5 10 20m

SERVIÇOS
QUARTO PAVIMENTO

CIRCULAÇÃO
HÓSPEDES
SERVIÇOS

HÓSPEDES
QUINTO PAVIMENTO
VISITANTES VISITANTES
QUINTO PAVIMENTO
0 5 10 20m
CIRCULAÇÃO

39
0 5 10
SERVIÇOS 20m

HÓSPEDES

VISITANTES

0 5 10 20m
FACHADA NORDESTE

CORTE EE’ 0 5 10 20
ELEVAÇÃO SUDESTE 1:200 ELEVAÇÃO NOROESTE 1:200

0 5 10 20

40
ELEVAÇÃO SUDESTE 1:200 ELEVAÇÃO NOROESTE 1:200

FACHADA SUDOESTE
1:200

CORTE FF’

0 5 10 20

41
FACHADA NOROESTE

ELEVAÇÃO NOROESTE 1:200

CORTE AA’

1:200

CORTE CC’

0 5 10 20

42
FACHADA SUDESTE

ELEVAÇÃO SUDESTE 1:200

CORTE BB’

CORTE DD’

0 5 10 20

43
Após o estudo e levantamento do edifício existente, foram defi-
nidas quatro ações projetuais principais como forma de intervir. Essas são:
SUBTRAÇÃO, DESOBSTRUÇÃO, ADIÇÃO E INVERSÃO.

SUBTRAÇÃO do bloco central de serviços, resultando assim em um


pátio interno, ao redor do qual os espaços que compõem a ILPI são organizados,
possibilitando uma maior visibilidade do todo ao usuário, além de garantir a
entrada de luz natural e ventilação a todo o edifício.

DESOBSTRUÇÃO do corredor central de distribuição dos quartos, ga-


rantindo luz natural e gerando um novo estar para os usuários de sociabilidade.
Isso foi possível a partir da retirada dos quartos do lado nordeste do edifício.

44
A PROPOSTA

ADIÇÃO de um novo eixo perpendicular ao edifício, estruturando uma


intervenção subterrânea a ele composta pelas áreas de serviço e de atendimen-
to da ILPI.

INVERSÃO da entrada principal do edifício, promovendo assim um


maior movimento para a Rua dos Ipês.

45
EDIFÍCIO EXISTENTE

MANTER

SUBTRAIR

ADICIONAR

EDIFÍCIO MODIFICADO
COM INTERVNÇÃO PROPOSTA

46
EDIFÍCIO EXISTENTE

MANTER

SUBTRAIR

ADICIONAR

EDIFÍCIO MODIFICADO
COM INTERVNÇÃO PROPOSTA

47
EDIFÍCIO EXISTENTE

MANTER

SUBTRAIR

ADICIONAR

EDIFÍCIO MODIFICADO
COM INTERVNÇÃO PROPOSTA

48
EDIFÍCIO EXISTENTE

MANTER

SUBTRAIR

ADICIONAR

EDIFÍCIO MODIFICADO
COM INTERVNÇÃO PROPOSTA

49
O programa proposto para a Instituição de Longa Permanência para
Idosos segue o Regulamento Técnico para o Funcionamento das Instituições
de Longa Permanência para Idosos (RDC nº 283/05) da ANVISA e os estudos
realizados por Maria Luiza Bestetti em sua tese “Habitação para idosos”.
Ao buscar incluir o idoso da vida do bairro, é necessário que a ILPI
não o segregue; ao contrário, convide a comunidade ao redor a participar
também.
A proximidade da área de intervenção com a Universidade de São
Paulo contribui imensamente para a implantação do projeto, pois há a possibi-
lidade dos alunos e professores frequentarem, podendo assim ser conveniado
com os diversos cursos da saúde e dando suporte ao ensino prático.
A proximidade também com o Colégio Vita et Pax e a Creche Carochi-
nha também permite que as crianças e professores frequentem a instituição,
de modo a gerar uma convivência entre essas duas gerações que só trará
benefícios.
Outro ponto de conexão entre os residentes e os habitantes e fre-
quentadores das região é o restaurante proposto, que agregaria também os
alunos, professores e funcionários da USP.
Proponho também a implantação de uma área pública com bibliote-
ca, auditório, café e salão de beleza que tanto os residentes quanto os morado-
res possam usufruir.

50
O PROGRAMA
Setor administrativo com Recep-
ção, Secretaria, Gerência, Tesoura-
ria, e RH - Restaurante

- Cozinha e despensa - Salão multiuso


- Café
- Salão de Beleza
- Lavanderia e rouparia - Sala de leitura
- Jardins
- Depósitos - Sala de Terapia Ocupacional
- Horta
- Almoxarifado - Sala de TV
- Academia ao ar livre
- Vestiário e banheiro para funcio- - Sala de convivência
- Áreas de convivívio externo
nários
- Área de descanso para funcioná-
rios
- Sala de Fisioterapia
- Piscina interna de hidroginástica - Dormitórios individuais com área
mínima de 7,50m² + banheiro pri-
vativo de 3,60m² no mínimo
- Central de enfermagem - Dormitórios de 2 pessoas com
- Ambulatório área mínima de 11m² + banheiro
- Farmácia privativo de 3,60m² no mínimo
- Salas de consulta

área de convívio público


área de convívio dos residentes
área privativa
área de atendimento
área restrita (permitido somente para funcionários autorizados)
51
52
53
54 https://www.slrlounge.com/wp-content/uploads/2015/08/Internal-Reflection.jpg
BIBLIOGRAFIA

BESTETTI, Maria Luisa Trindade. Habitação para Idosos. O trabalho do arquiteto, arquitetura e cidade. Tese de doutorado, FAU USP, São Paulo, 2006.

BRASIL. (2003). Lei 10.741 de 1º de outubro de 2003: Estatuto do Idoso. Brasília (DF): Senado Federal.

BRASIL. (2011). Déficit habitacional no Brasil 2008/ Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação. Brasília (DF): Ministério das Cidades.

MAIOR, M.M.S.; ZURITA, A.M.; BEZERRA, A. T. P. B. Psicologia Ambiental: Estudo de caso em ambiente asilar. Tecnologia & Desenvolvimento Sustentável, Ano 1, Março/2007. João Pessoa-PB.

MENDES PEIXOTO, A. L. Hotéis Umuarama: O Resgate da História de Uma Época. Ribeirão Preto, 2007.

PORTO, Nara Raquel Silva. Estudo comparativo entre instituições de longa permanência para idosos na cidade do Recife sob foco da ergonomia do ambiente construído. Recife: O Autor, 2015.

SCHUSSEL, Z.das G.L. (2012, dezembro). Os idosos e a habitação. Revista Kairós Gerontologia,15(8), pp.53-66. Online ISSN 2176-901X. Print ISSN 1516-2567. São Paulo (SP), Brasil: FACHS/NEPE/PEPGG/
PUC-SP.

VERAS, R. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações. Rev Saúde Pública. 2009; 43(3):548-54.
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ZEPPELLINI JR., J. C.O mal-estar no envelhescimento: sujeitos, pathos e as quatro estações. Latin-American Journal Of Fundamental Psychopathologyonlineano V, n. 1, nov/2005.

http://idl.institutomongeralaegon.org/ribeirao-preto

https://www.acidadeon.com/ribeiraopreto/cotidiano/cidades/NOT,2,2,1173386,Ribeirao+Preto+ganha+uma+populacao+de+40+mil+idosos+em+15+anos.aspx

https://www.acidadeon.com/ribeiraopreto/cotidiano/cidades/NOT,2,2,1245615,Ribeirao+Preto+ocupa+o+6o+lugar+no+ranking+das+150+maiores+do+Pais.aspx

http://www.archdaily.com.br/br/764641/5-ideias-que-vao-moldar-o-futuro-da-arquitetura

http://www.fmrp.usp.br/a-faculdade/historia/

http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=8571

http://www.sajar.com.br/bairro/jardim-recreio

55
RUA DOS IPÊS

+3,00

+3,00

+0,00

+4,50

+0,00

+0,00

+0,00

+4,50

-2,00
570m

AV. DAS SERINGUEIRAS

575m
AV. BANDEIRANTES

INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


IMPLANTAÇÃO
TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO LUÍSA COSTA DE OLIVEIRA LIMA

VIDA NO ENVELHECIMENTO: INTERVENÇÃO E INCLUSÃO

07 DE DEZEMBRO 2017
ESCALA:

1: 400
1 /9
2 4

1
+0,00
3 5 6

15 15 7 8 9
14
16 16 11

10

19 20
18 24

17 17 17
+0,00
32
16 16 23
21 22 12

+0,00

13
24

25
+0,00

26

+0,00

27

16

28

28

16
33

30

1 - ENTRADA DE SERVIÇOS E AMBULÂNCIA


2 - ESTACIONAMENTO FUNCIONÁRIOS
3 - ÁREA DE CARGA E DESCARGA
4 - VAGA COBERTA PARA VAN COLETIVA
5 - DEPÓSITO DE MATERIAIS DE LIMPEZA -2,00

6 - DEPÓSITO GERAL
29
7 - ALMOXARIFADO DE ALIMENTOS NÃO-PERECÍVEIS
8 - LAVANDERIA
9 - ROUPARIA
10 - CORREDOR DE SERVIÇOS -1,00
11 - ELEVADOR DE SERVIÇOS
12 - ELEVADOR TRANSPORTE COMIDA E
31
ELEVADOR TRANSPORTE LIXO
13 - CAFÉ
14 - SALA DE DESCANSO E REFEITÓRIO FUNCIONÁRIOS
15 - VESTIÁRIO FUNCIONÁRIOS
16 - SANITÁRIO PNE
17 - SALA DE CONSULTA
18 - ALMOXARIFADO
19 - SALA DE ESTERILIZAÇÃO
20 - CENTRAL DE ENFERMAGEM
568m

21 - AMBULATÓRIO
22 - FARMÁCIA
23 - SALA DE ESPERA
24 - DECK DE MADEIRA
569m

25 - ACADEMIA
26 - CABELEREIRO/BARBEARIA
27 - SALA DE FISIOTERAPIA
570m

28 - VESTIÁRIO
29 - PISCINA DE HIDROGINÁSTICA
INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
PLANTA PAVIMENTO
30 - ACADEMIA AO AR LIVRE TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO LUÍSA COSTA DE OLIVEIRA LIMA
TÉRREO
31 - HORTA
571m

32 - ESPAÇO EXPOSITIVO VIDA NO ENVELHECIMENTO: INTERVENÇÃO E INCLUSÃO


2 /9
572m

33 - PONTO DE ÔNIBUS ESCALA:

07 DE DEZEMBRO 2017 1: 200


2 1

+3,00

5 4 3
20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 7 7

7 8
6 6 6
21 +3,00

18
+3,00

+3,00

17 16 15
19
13.2
14 13.3

13.1

13.4
13.5
7 7
13
13.5
14 13.6 6 6 6 6
+4,50

12

10

23

11

+4,20

1 - ENTRADA PRINCIPAL
+4,20
2 - ESTACIONAMENTO VISITANTE
3 - SAGUÃO DE ENTRADA
+4,50
4 - RECEPÇÃO
5 - ADMINISTRAÇÃO
6 - BANHEIRO PNE
7 - SANITÁRIOS
8 - SALA DE TERAPIA OCUPACIONAL
9 - SALA DE LEITURA
10 - SALÃO MULTIUSO
11 - VARANDA
12 - RESTAURANTE
13 - COZINHA
13.1 - COCÇÃO 22 24
13.2 - PREPARAÇÃO
13.3 - ÁREA AUXILIAR
13.4 - ÁREA DE LAVAGEM DE LOUÇA
13.5 - CÂMARA FRIA
13.6 - LIXO
14 - CORREDOR DE SERVIÇOS +4,50
15 - ÁREA DE TELEVISÃO
16 - ÁREA DE CONVÍVIO DOS MORADORES
17 - COPA
18 - BANHEIRO DE TRATAMENTO
19 - ENFERMARIA
20 - SUÍTE INDIVIDUAL INSTITUTO
INSTITUTO DE ARQUITETURA
DE ARQUITETURA E URBANISMO
E URBANISMO - UNIVERSIDADE
- UNIVERSIDADE DE SÃO
DE SÃO PAULO
PAULO PLANTA PRIMEIRO
PLANTA E
PRIMEIRO E
21 - SUÍTE DUPLA
22 - BELVEDERE / VISÃO DA ENTRADA DO CAMPUS USP -
TRABALHO
TRABALHO DE GRADUAÇÃO
DE GRADUAÇÃO INTEGRADO LUÍSA
INTEGRADO LUÍSA COSTA
COSTA DE OLIVEIRA
DE OLIVEIRA LIMALIMA SEGUNDO PAVIMENTO
SEGUNDO PAVIMENTOS
RIBEIRÃO PRETO

33//2
23 - ÁREA DE LAZER
VIDA NO ENVELHECIMENTO: INTERVENÇÃO E INCLUSÃO
VIDA NO ENVELHECIMENTO: INTERVENÇÃO E INCLUSÃO ESCALA:
ESCALA:
24 - CANTEIROS DE FLORES
07 DE DEZEMBRO 2017 1: 200
07 DE DEZEMBRO 2017
1: 200 9
7
1
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 4
5
2

+6,00

3
4

+6,70
8

1 - SALA DE TELEVISÃO
2 - BANHEIRO PNE
3 - COPA
4 - ENFERMARIA INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
PLANTA TERCEIRO
5 - BANHEIRO DE TRATAMENTO
6 - SUÍTE INDIVIDUAL
TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO LUÍSA COSTA DE OLIVEIRA LIMA
PAVIMENTO E MEZANINO
7 - SUÍTE DUPLA
VIDA NO ENVELHECIMENTO: INTERVENÇÃO E INCLUSÃO
4 /9
8 - MEZANINO
ESCALA:
9 - SALA NUTRICIONISTA
07 DE DEZEMBRO 2017 1: 200
1 1 1 1 1 1 1

2 3

+9,00

INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


PLANTA QUARTO
TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO LUÍSA COSTA DE OLIVEIRA LIMA
PAVIMENTO
1 - SUÍTE INDIVIDUAL
VIDA NO ENVELHECIMENTO: INTERVENÇÃO E INCLUSÃO
5 /9
2 - BANHEIRO DE TRATAMENTO
ESCALA:
3 - ENFERMARIA
07 DE DEZEMBRO 2017 1: 200
ELEVAÇÃO SUDOESTE

+15,00
+14,00

+12,00
+11,00

+9,00

+6,70
+6,00

+4,50

+3,00

+0,00

CORTE EE ’

+15,00
+14,00

+12,00
+11,00

+9,00

+6,70
+6,00

+4,50

+3,00

+0,00

CORTE FF ’

INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ELEVAÇÕES E CORTES


TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO LUÍSA COSTA DE OLIVEIRA LIMA

VIDA NO ENVELHECIMENTO: INTERVENÇÃO E INCLUSÃO

07 DE DEZEMBRO 2017
ESCALA:

1: 200
6 /9
ELEVAÇÃO SUDESTE

+15,00
+14,00

+12,00
+11,00

+9,00

+6,70
+6,00

+4,50

+3,00

+0,00
-1,00

CORTE CC ’

+15,00
+14,00

+12,00
+11,00

+9,00

+6,70
+6,00

+4,50

+3,00

+0,00

CORTE EE ’

INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ELEVAÇÕES E CORTES


TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO LUÍSA COSTA DE OLIVEIRA LIMA

VIDA NO ENVELHECIMENTO: INTERVENÇÃO E INCLUSÃO

07 DE DEZEMBRO 2017
ESCALA:

1: 200
7 /9
ELEVAÇÃO NOROESTE

+15,00
+14,00

+12,00
+11,00

+9,00

+6,70
+6,00

+4,50

+3,00

+0,00

CORTE DD ’

+15,00
+14,00

+12,00
+11,00

+9,00

+6,70
+6,00

+4,50

+3,00

+0,00

CORTE BB ’

INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ELEVAÇÕES E CORTES


TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO LUÍSA COSTA DE OLIVEIRA LIMA

VIDA NO ENVELHECIMENTO: INTERVENÇÃO E INCLUSÃO

07 DE DEZEMBRO 2017
ESCALA:

1: 200
8 /9
ELEVAÇÃO NORDESTE

+15,00 +15,00
+14,00 +14,00

+12,00 +12,00
+11,00 +11,00

+9,00 +9,00

+6,00 +6,00

+4,50 +4,50

+3,00 +3,00

+0,00 +0,00
-1,00

CORTE AA ’ CORTE HH ’

INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ELEVAÇÕES E CORTES


TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO LUÍSA COSTA DE OLIVEIRA LIMA

VIDA NO ENVELHECIMENTO: INTERVENÇÃO E INCLUSÃO

07 DE DEZEMBRO 2017
ESCALA:

1: 200
9 /9

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