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Resumo- Na contemporaneidade, vê-se cada vez mais o distanciamento entre gerações, resultado
de uma sociedade cada vez mais acelerada, o que intensifica maior número de pessoas
institucionalizadas, as quais são inseridas em locais com carência de acessibilidade, conforto e
segurança. Nesse contexto, o artigo apresenta como objeto de pesquisa o conceito intergeracional
como fonte de integração entre gerações, nesse caso específico, idosos e crianças. O paradigma
norteador deste estudo qualitativo e exploratório é verificar a possibilidade de inserir num mesmo
espaço, idosos e crianças, com intuito de convivência com base no comportamento intergeracional.
Sendo assim, foram desenvolvidas pesquisas bibliográficas relacionadas ao idoso e às instituições
asilares, o desenvolvimento infantil no contexto de creche e o conceito intergeracional, a fim de
caracterizar as necessidades das gerações e intensificar as qualidades da inserção da
intergeracionalidade. Ainda foram realizados estudos de caso, de forma a analisar a relação entre
gerações num mesmo espaço, destacando a importância da arquitetura pensada e projetada para
este fim. Portanto, confirmou-se que o comportamento intergeracional traz benefícios de interação,
aprendizagem e respeito, evidenciando a inclusão e melhor desenvolvimento individual e social,
sendo essencial a concepção de uma arquitetura adequada que proporcione a diversificação de usos.
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Com o aumento da demanda de idosos e a busca por uma instituição pública, fizeram-se
necessárias alternativas de moradias adequadas para uma melhor qualidade de vida, surgindo os
asilos e, posteriormente, as instituições de longa permanência. Segundo Born e Boechat (2006 apud
SCHARFSTEIN, 2006), os asilos tem um caráter de assistência ao idoso, proporcionando moradia
para aqueles que não têm família, ou que foram abandonados por ela, ou ainda que sofram de
carência. Já Instituições de longa permanência são espaços referentes a um lar especializado, pois
oferecem assistência à saúde e moradia, propiciando a preservação da identidade e maior qualidade
de vida aos residentes.
Referente às instituições asilares, Born e Boechat (2002 apud WELFER e CREUTZBERG,
2010) afirmam que as instituições voltadas apenas para o abrigo de idosos surgiram no Brasil depois
da segunda metade do século XX, e essas, na maioria, eram caracterizadas como filantrópicas e
voluntárias, ou seja, abrigavam e cuidavam de pessoas carentes sem receber por isso. Anteriormente
a esta data, os idosos eram colocados juntos com pessoas órfãos, doentes mentais e mendigos,
(BRITO e RAMOS, 1996 apud WELFER e CREUTZBERG, 2010).
Com relação às instituições asilares, existem aquelas inadequadas, as quais não possuem
todos os elementos para suprir as necessidades dos residentes, e aquelas com grande qualidade,
segundo Brito e Ramos (1996 apud WELFER e CREUTZBERG, 2010) as instituições destinadas aos
idosos, em sua maioria, não apresentam condições adequadas ao atendimento e cuidado para com o
idoso, sendo administradas, muitas vezes, por profissionais desqualificados, sem conhecimentos
específicos. Poucas são as instituições qualificadas, porém, essas, em menor número, oferecem
melhor estrutura física e qualidade profissional, mas apresentam custos elevados.
A Política Nacional do Idoso, em seu decreto nº 1.948 de 1996, entende por instituições
asilares locais de moradia, saúde e convivência social para aqueles idosos sem contato familiar ou
aqueles que não apresentam condições de se cuidar, onde permanecem durante todo o tempo.
Segundo Tomé e Másculo (2006 apud LEITE, 2010), as edificações das Instituições de longa
permanência são, na maioria dos casos, resultadas de doações e vão sendo adaptadas de maneira
incorreta aos novos usuários, gerando moradias construídas de forma inadequada às necessidades
da população idosa, o que pode propiciar ou potencializar problemas de saúde ou, ainda, dificuldades
de locomoção e interação social.
O ambiente familiar é o mais indicado para uma velhice ativa e saudável, as instituições
asilares são consideradas as últimas alternativas para habitação e cuidado, pois existem outras
possibilidades comunitárias de integração que trazem benefícios, sem mantê-los presos e excluídos
da sociedade. A Política Nacional do Idoso (1996) aborda em sua diretriz a possibilidade de locais de
convívio e integração entre gerações, em que os participantes possam realizar juntos diversas
atividades durante determinado período. Tais alternativas comunitárias são de modalidades não-
asilar de atendimento, que podem ser centros de convivência em que são realizadas diversas
atividades, físicas e recreativas, oficinas de trabalhos, além de cuidados, onde os idosos
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permaneçam apenas um período do dia.
De acordo com o Estatuto do Idoso (2003), as instituições são obrigadas a manter padrões de
moradias compatíveis com as necessidades dos idosos, eliminando barreiras arquitetônicas e
urbanísticas, garantindo acessibilidade. Ainda segundo o Estatuto do Idoso (2003) com a
implementação da Política Nacional do Idoso, aponta-se que as habitações devem incluir melhores
condições de habitabilidade e adaptação de moradias para dar assistência ao usuário, levando em
conta o estado físico da edificação e a independência do usuário quanto à locomoção.
A respeito do conceito de habitabilidade, este é de extrema importância e deve ser inserido no
contexto das instituições. De acordo com Lucini (2003), o espaço com habitabilidade é aquele com
possibilidades de adaptação, ou seja, o usuário tem a possibilidade de adaptar o espaço as suas
necessidades sem agredir a arquitetura.
Para Barnes (2002 apud PAIVA e SANTOS, 2012), os lares de idosos devem apresentar
projetos de arquitetura e design, a fim de exercer influência direta na qualidade de vida e cuidados
aos usuários, proporcionando ambientes acolhedores, para promoção de autonomia, independência e
privacidade dos idosos.
De forma a evidenciar ainda mais a importância dos espaços destinados aos idosos, Perracini
(2006 apud PAIVA e SANTOS, 2012) aponta a preocupação em adequar os espaços desses
ambientes ao design universal, sendo a funcionalidade mais importante que a forma estética.
As características arquitetônicas com relação à funcionalidade, quando construídas de
maneira adequada, atende as necessidades do processo de envelhecimento, contribuindo para a
preservação de uma vida saudável com mais autonomia (TOMASINI, 2008 apud LEITE, 2010).
Os espaços arquitetônicos destinados aos idosos devem possuir necessidades físicas,
informativas e sociais, a fim de melhor atendê-los, de acordo com Hunt (1991 apud LEITE, 2010),
referente às necessidades físicas, os edifícios devem ser dotados de acessibilidade, conforto e
integração dos espaços internos e externos, a fim de trazer maior qualidade de vida. Com relação às
necessidades informativas, os ambientes devem possuir cores, texturas, formas e sinalizações
diferentes, de forma a destacar os espaços para melhor ajudar na localização e orientação do
residente. Já as necessidades sociais estão relacionadas à localização do edifício e suas
características, que devem ser pensadas e adequadas para promover privacidade e ao mesmo tempo
sociabilidade aos usuários.
Viver em espaços destinados aos idosos de forma permanente traz mudanças na forma de
viver, sendo possíveis consequências físicas e, principalmente, psicológicas. Fernandes (2010) relata
que as instituições devem elaborar planos de atividades, culturais e recreativas, dentro e fora da
instituição, para que os residentes também tenham contatos externos à edificação, o que leva os
idosos a inclusão na sociedade, combatendo o isolamento e a solidão.
Os espaços externos a moradia ou jardins são importantes ao proporcionar locais de
descanso e lazer, Stoneham e Thoday (1994 apud TOMASINI et al. 2002), relatam que espaços
abertos bem projetados contribuem para uma melhor qualidade de vida dos idosos ao aumentar as
oportunidades de atividades e interesses, ampliando os contatos sociais e reduzindo sentimentos de
isolamento para com o mundo exterior. Aborda ainda que os espaços externos proporcionam aos
idosos, contato com a natureza, podendo estes sentar ao ar livre, ou ainda, exercer atividades de
lazer, o que transmite tranquilidade e paz sobre as pessoas que ali habitam.
Desse modo, é possível entender as necessidades arquitetônicas das edificações asilares
para melhor atender as pessoas idosas. As edificações, quando dotadas de habitabilidade,
adequando-se no quesito funcionalidade e integração com o meio externo, proporcionam qualidade
de vida e dignidade, promovendo assim autonomia, independência e interação social aos residentes.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (2005) aborda que a criança tem direito a educação,
visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparando para o exercício da cidadania.
Apresenta ainda que o Estado tem o dever de assegurar as crianças de zero a seis anos de idade
atendimento em creches e pré-escolas.
O aumento do índice da mulher no mercado de trabalho e a falta de pessoas disponíveis para
cuidar das crianças, forçaram as sociedades a criar e a manter instituições, onde as crianças de zero
a seis anos poderiam passar o dia, (LORDELO et al. 2007).
De acordo com Barros (2007), creches ou jardins de infância podem ser públicas ou
pertencentes à rede privada, e o Ministério da Educação é responsável por fiscalizar assegurando a
qualidade destes espaços, tanto fisicamente quanto aos ensinos aplicados.
A preocupação com a organização das creches relaciona-se com o desenvolvimento infantil e
com a socialização das crianças, considerado como um processo aberto, contínuo e dinâmico de
múltiplos usos e tarefas. Em instituições como creches são muito importantes o espaço físico e as
atividades adotadas, como as aulas ministradas, os recursos disponíveis, as interações em grupo e a
rotina, as quais devem ser adequadas e pensadas de acordo com a faixa etária de cada criança
(LORDELO, 2002 apud LIMA e BHERING, 2006).
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Segundo Carvalho et al. (2006), as relações afetivas são essenciais ao desenvolvimento da
criança, pois constrói sua identidade ao longo da vida através de um processo de desenvolvimento,
no qual desenvolve a autonomia e adquire novas formas de aprendizagens e habilidades, o que
diminui a dependência com relação aos adultos; porém, o desenvolvimento depende da interação
social, o que não acaba por completo a relação com o outro.
Gonzalez-Mena e Eyer (2014) apresentam a creche como “um espaço verdadeiramente
educativo”, em que é valorizada a brincadeira e a exploração de materiais e ambientes, juntamente
com educação de qualidade, local em que bebês e crianças pequenas se interajam e se
desenvolvam, apresentando uma grande bagagem de aprendizagem. As autoras salientam a
importância da presença do adulto na educação e necessidades das crianças, os quais as apoiam,
incentivando explorações, descobertas, construções de relações sociais e resoluções de problemas.
Sendo assim, o adulto tem como função facilitar o aprendizado e o desenvolvimento da criança, a fim
de atender as suas necessidades.
Ainda de acordo com Gonzalez-Mena e Eyer (2014), o relacionamento baseado no respeito é
de grande importância no cuidado e na educação de bebês e crianças; quando a interação entre
adulto e crianças é positiva vem à reciprocidade, ou seja, a criança responde de maneira adequada e
respeitosa, apresentando-se como forma essencial para o desenvolvimento. As autoras ainda
argumentam que uma relação próxima e contínua são elementos principais nos primeiros anos de
vida da criança.
As creches, quando bem organizadas e estruturadas, promovem o desenvolvimento do
conhecimento e o desenvolvimento social, para Clarke-Stewart (1992 apud LORDELO et al. 2007);
quando a creche possui qualidade, traz benefícios, principalmente para crianças entre dois e quatro
anos, no quesito desenvolvimento cognitivo e competência social. Ou seja, os espaços, quando
dotados de qualidade, trazem desenvolvimento positivo para a vida.
Com relação à qualidade da educação e os cuidados para com as crianças, têm-se duas
dimensões: qualidade de processo e qualidade estrutural. Referente à qualidade de processo, fala-se
nas experiências que acontecem nos ambientes que oferecem cuidados, incluindo a convivência
entre as crianças e os cuidadores e também sua participação em diversas atividades, (VANDEL e
WOLFE, 2000 apud BARROS, 2007). Já no que se refere à qualidade estrutural, têm-se os aspectos
de estruturas dos ambientes, o espaço por cada usuário e medidas adequadas das instalações,
incluindo no mesmo espaço a interação entre a criança e o adulto, a quantidade de crianças e a
qualidade do profissional, (COST, QUALITY e CHILD OUTCOMES STUDY TEAM, 1995 apud
BARROS, 2007).
De acordo com Clarke-Stewart (1992 apud LORDELO et al. 2007), devem ser considerados
quatro fatores quando o assunto é qualidade: o ambiente físico, o comportamento do cuidador e o
currículo. De acordo com o ambiente físico, o importante é que o edifício possa promover diversidade
de espaços, internos e externos, de forma a possibilitar diferentes tipos de usos e atividades. Com
relação ao comportamento do cuidador, esses são indispensáveis e proporciona desenvolvimento
positivo a criança quando há maior envolvimento do adulto, sendo mais amigos e carinhosos. Por fim,
de acordo com o currículo do adulto, a especialização traz qualidade; porém, quanto mais formação
tem o cuidador, mais enfatizará a atividade acadêmica, esquecendo-se do desenvolvimento social
que é mais importante nessa faixa etária, o que pode trazer consequências negativas para o melhor
desenvolvimento da criança.
Outro ponto que influencia na qualidade do cuidado e aprendizagem infantil em creches é o
número de crianças envolvidas. Lordelo et al. (2007) relata que um maior número, acarreta mais
crianças por adulto, o que dificulta a atenção e o cuidado individual, porém, ajuda no desenvolvimento
social.
Nesse contexto, observa-se a importância do espaço físico destinado a crianças, os quais
devem proporcionar diversidade de usos e diferentes atividades, e, principalmente, o quão é
indispensável à convivência com adultos para seu melhor desenvolvimento. Estar conectados com os
mais velhos traz maior sensibilidade ao mundo infantil, à interação de crianças com adultos facilita no
atendimento às suas necessidades, ao mesmo tempo em que colaboram para o enriquecimento da
aprendizagem de habilidades, conhecimentos, relações afetivas e respeito às gerações mais velhas.
O mundo contemporâneo tem-se colaborado para a segregação social, uma vez que há um
distanciamento entre as gerações; de acordo com Ferrigno (2011), tal distanciamento está ligado ao
capitalismo, que é caracterizado pelo consumismo desenfreado, o desenvolvimento tecnológico, à
comercialização das relações sociais, o modo de vida dos jovens e o desapego pelas tradições
culturais.
Ainda de acordo com o Ferrigno (2011), existe também o distanciamento causado pelos
“espaços exclusivos”, em que as próprias instituições reforçam a segregação entre as gerações, uma
3 METODOLOGIA
A pesquisa caracterizou-se como estudo de abordagem qualitativa, uma vez que teve como
preocupação identificar, analisar e explicar fatores de maneira subjetiva, e de cunho exploratório e
descritivo, pois buscou desenvolver, esclarecer e descrever conceitos e ideias, com base em
levantamentos bibliográficos e estudos de caso, a fim de abordar teorias a respeito da habitação para
idosos, aprendizagem e desenvolvimento da criança e integração social para os usuários.
Ainda com relação às pesquisas, utilizou-se a de natureza aplicada, pois apresentou
conhecimentos gerais com relação ao idoso e à criança, principalmente no conceito de intergeração,
ou seja, foram avaliadas teorias existentes para posteriormente ver a possibilidade de aplicação na
prática.
Para melhor compreensão, foram desenvolvidas pesquisas bibliográficas, através de leituras de
livros e artigos pertinentes ao assunto, como o idoso e as instituições asilares, desenvolvimento
infantil no contexto de creche e o conceito intergeracional, a fim de caracterizar melhor o tema.
Foram desenvolvidos ainda dois estudos de caso: a Seniors' Residence + Nursery e a casa de
repouso Providence Mount St. Vincent, ambas são instituições particulares, com a intenção de buscar
referências positivas de arquitetura e de espaços de sociabilidade, de maneira a explorar e descrever
situações do contexto real de investigação, além de explicar de forma aprofundada para caracterizar
os espaços com base no comportamento intergeracional. De acordo com Gil (2012), o estudo de caso
é o instrumento mais eficaz de estudo e caracterização de um determinado objeto, permitindo assim,
seu conhecimento amplo e minucioso.
Os estudos de caso são exemplos de instituições internacionais, pelo fato de no Brasil os
programas que inserem o conceito de intergeração ser relativamente novo, havendo poucas e
descontinuas aplicações em instituições públicas e/ ou privadas, e particulares, por não encontrar
exemplos de instituições públicas que implantaram o conceito de intergeracionalidade.
Como método de análise de dados, tem-se a análise qualitativa que, segundo Gil (2012),
apresenta três etapas de análise, como: redução, exibição e conclusão/verificação, com o objetivo de
organizar, simplificar os dados de investigação, sintetizando os pontos principais para que sejam
permitidas conclusões defensáveis a respeito do assunto.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com relação ao espaço interno, para melhor ajudar os idosos a se localizarem, o corredor
apresentado na figura 3 abaixo possui cores fortes e diferentes como o verde e o vermelho para
destacar os espaços, como apresentado por Hunt (1991 apud LEITE, 2010), de que o ambiente deve
favorecer a percepção da informação para agir na orientação de idosos que possuem limitações,
podendo ser feitas através de cores, texturas e formas.
Os espaços destinados às crianças são amplos e flexíveis (Figura 4), com móveis e janelas
adequados, o que contribui para a independência e melhor desenvolvimento infantil, como
apresentado por Lordelo (2002 apud LIMA e BHERING, 2006), que, em sua concepção, o espaço
físico deve ser adequado de acordo com a faixa etária de cada criança.
Pode-se observar que a arquitetura e os espaços físicos foram pensados e construídos para
os usuários, com adequação e acessibilidade dos ambientes, tendo como particularidade permitir o
contato com o verde, através do uso de vegetações nas fachadas. Porém, percebe-se a falta de uma
arquitetura mais humanizada e aconchegante, devido ao uso de cores neutras, criando espaços frios,
como é percebido nas imagens, tendo a aparência de um ambiente hospitalar.
De acordo com Providence (s.d), a casa de repouso Providence Mount St. Vincent (Figura 5)
é uma instituição privada fundada em janeiro de 1924, com o intuito de proporcionar aos idosos
cuidados e habitação adequada, há quase 25 anos foi inserida no mesmo local uma creche, onde
circulam todos os dias mais de 100 crianças de recém-nascidos até seis anos de idade, com o
objetivo de buscar a interação social entre idosos e crianças para o melhor desenvolvimento de
habilidades cognitivas e desenvolvimento físico. O diferencial desse espaço é a inserção do conceito
intergeracional, com o programa chamado Intergenerational Learning Center.
A concepção do programa Intergenerational Learning Center atende a dois objetivos
específicos, como a transformação na vida dos idosos, trazendo mais alegria e autoestima, tornando-
se pessoas fisicamente e mentalmente ativas e socialmente engajadas. E as crianças passam a
entender o processo de envelhecimento como normal, a aceitar as pessoas com deficiência, reduz-se
o medo de pessoas mais velhas, passam a ser mais sensíveis, e aprendem a receber e dar mais
amor, respeito e atenção. A necessidade de junção entre gerações é apresentada por Newman
(2011) como uma maneira de resgatar, na história, o convívio que existia entre gerações e que foi
perdido no tempo.
Figura 5: Casa de repouso.
Fonte: PROVIDENCE HEALTH E SERVICES, [S.D] Fonte: PROVIDENCE HEALTH E SERVICES, [S.D]
5 CONCLUSÃO
6 REFERÊNCIAS
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