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O CONCEITO INTERGERACIONAL: A VIABILIDADE DE SUA APLICAÇÃO NOS

ESPAÇOS PARA CONVIVÊNCIA ENTRE IDOSOS E CRIANÇAS

Andreia Aparecida da Costa1, Izadora Cristina Corrêa Silva² , Maurício da


Costa Silvestre Júnior3.
1
Graduada em Arquitetura e Urbanismo, Facig, andreiacgarq@gmail.com
2
Mestre em Engenharia Civil, UFV - Universidade Federal de Viçosa, izadoracorrea@gmail.com
3
Graduado em Arquitetura e Urbanismo, Facig, mauricio.sillvestre@gmail.com

Resumo- Na contemporaneidade, vê-se cada vez mais o distanciamento entre gerações, resultado
de uma sociedade cada vez mais acelerada, o que intensifica maior número de pessoas
institucionalizadas, as quais são inseridas em locais com carência de acessibilidade, conforto e
segurança. Nesse contexto, o artigo apresenta como objeto de pesquisa o conceito intergeracional
como fonte de integração entre gerações, nesse caso específico, idosos e crianças. O paradigma
norteador deste estudo qualitativo e exploratório é verificar a possibilidade de inserir num mesmo
espaço, idosos e crianças, com intuito de convivência com base no comportamento intergeracional.
Sendo assim, foram desenvolvidas pesquisas bibliográficas relacionadas ao idoso e às instituições
asilares, o desenvolvimento infantil no contexto de creche e o conceito intergeracional, a fim de
caracterizar as necessidades das gerações e intensificar as qualidades da inserção da
intergeracionalidade. Ainda foram realizados estudos de caso, de forma a analisar a relação entre
gerações num mesmo espaço, destacando a importância da arquitetura pensada e projetada para
este fim. Portanto, confirmou-se que o comportamento intergeracional traz benefícios de interação,
aprendizagem e respeito, evidenciando a inclusão e melhor desenvolvimento individual e social,
sendo essencial a concepção de uma arquitetura adequada que proporcione a diversificação de usos.

Palavras-chave: Idosos; Crianças; Instituição Social; Integração Social; Conceito Intergeracional.

Área do Conhecimento: Ciências Sociais Aplicadas.

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, na maioria das cidades brasileiras, existem instituições públicas destinadas à


habitação para idosos e também instituições de assistência social a crianças carentes, porém a maior
parte dessas instituições são desenvolvidas em edifícios adaptados, poucos estão instalados em
edificações realmente pensadas para este fim, o que não atende a todas as necessidades de conforto
e acessibilidade dos usuários.
A falta de adequação espacial, física e social em ambas as tipologias refletem na qualidade
de vida e nas condições de autonomia dos indivíduos que neles habitam. De acordo com Guimarães
(1999 apud PRADO, 2003), os ambientes acessíveis atendem as necessidades dos usuários
melhorando a qualidade de vida, proporcionando autonomia e independência para que possam
usufruir dos espaços. Com relação ao meio social, Moragas (1997 apud XIMENES e CÔRTE, 2007)
aborda que pessoas institucionalizadas, muitas vezes, são excluídas da sociedade, causando o
isolamento devido à falta de convivência social com o meio externo. Daí a intenção de integrar uma
nova tipologia com novo conceito, o espaço intergeracional como fonte de integração social,
buscando verificar quais as possibilidades de implantação de um centro de habitação para o idoso e
creche com o intuito de convivência entre gerações distintas, em que a interação, a aprendizagem e
os valores ganhem relevância.
Sendo assim, levanta-se como problema a falta de adequação nas instituições sociais, que
são carentes de infraestrutura adequada com relação às reais necessidades do idoso e da criança e
que presam por acessibilidade, conforto e segurança. Discute-se, ainda, a exclusão social e o
isolamento a que pessoas institucionalizadas estão propensas, devido à falta de integração social
entre gerações e com a própria sociedade.
As edificações destinadas ao abrigo de idosos são, em sua maioria, inadequadas, o que não
atende as necessidades de forma precisa. Nessa perspectiva, Mendonça (2006 apud XIMENES e
CÔRTE, 2007) aponta que as instituições são verdadeiros “depósitos de velhos”, pois não há
infraestrutura adequada e nem profissionais qualificados para melhor atendimento. Já no caso de

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creches, vários são os princípios de qualidade para o melhor desenvolvimento infantil, Campos e
Rosemberg (1995 apud LIMA e BHERING, 2006) abordam os direitos da criança, em que as
instituições devem ser adequadas a fim de proporcionar brincadeiras e atividades para promoção da
integração social, com espaços que possibilitem o contato com a natureza, atendam as necessidades
das crianças com relação à comunicação, questões fisiológicas como saúde, alimentação e higiene,
promova a atenção individualizada, visto que cada um possui sua própria necessidade na busca por
desenvolver a identidade e ampliar conhecimentos.
Neste contexto, observam-se semelhantes características relacionadas com a segregação em
ambas as instituições, podem-se notar em cidades contemporâneas cada vez mais o distanciamento
entre as gerações. Sendo assim, aborda-se o conceito intergeracional que significa convivência e
troca de experiências entre gerações, o que possibilita o enriquecimento dos envolvidos. Com esse
novo conceito inserido as necessidades de um espaço, vê-se a importância da integração social entre
o idoso e a criança, buscando uma sociedade mais incluída e possibilitando a minimização de
preconceitos e o aumento de conhecimento de ambos os lados. Esse conceito intergeracional
ressalta a busca por uma sociedade incluída. Como marco teórico, têm-se as ideias sustentadas por
Medeiros (2008 apud EMERENCIANO, 2014) que o defende bem, afirmando que os espaços
intergeracionais vão além da edificação, cabendo a esses valorizar a integração social, possibilitando
que as gerações possam conviver em família e em sociedade, buscando assim eliminar os
preconceitos e combater o isolamento.
Em face do universo discutido, tem-se por objetivo verificar a viabilidade da utilização conjunta
dos espaços de habitação asilar para idosos e creches para crianças com base nos conceitos de
comportamento intergeracional.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Com o aumento da demanda de idosos e a busca por uma instituição pública, fizeram-se
necessárias alternativas de moradias adequadas para uma melhor qualidade de vida, surgindo os
asilos e, posteriormente, as instituições de longa permanência. Segundo Born e Boechat (2006 apud
SCHARFSTEIN, 2006), os asilos tem um caráter de assistência ao idoso, proporcionando moradia
para aqueles que não têm família, ou que foram abandonados por ela, ou ainda que sofram de
carência. Já Instituições de longa permanência são espaços referentes a um lar especializado, pois
oferecem assistência à saúde e moradia, propiciando a preservação da identidade e maior qualidade
de vida aos residentes.
Referente às instituições asilares, Born e Boechat (2002 apud WELFER e CREUTZBERG,
2010) afirmam que as instituições voltadas apenas para o abrigo de idosos surgiram no Brasil depois
da segunda metade do século XX, e essas, na maioria, eram caracterizadas como filantrópicas e
voluntárias, ou seja, abrigavam e cuidavam de pessoas carentes sem receber por isso. Anteriormente
a esta data, os idosos eram colocados juntos com pessoas órfãos, doentes mentais e mendigos,
(BRITO e RAMOS, 1996 apud WELFER e CREUTZBERG, 2010).
Com relação às instituições asilares, existem aquelas inadequadas, as quais não possuem
todos os elementos para suprir as necessidades dos residentes, e aquelas com grande qualidade,
segundo Brito e Ramos (1996 apud WELFER e CREUTZBERG, 2010) as instituições destinadas aos
idosos, em sua maioria, não apresentam condições adequadas ao atendimento e cuidado para com o
idoso, sendo administradas, muitas vezes, por profissionais desqualificados, sem conhecimentos
específicos. Poucas são as instituições qualificadas, porém, essas, em menor número, oferecem
melhor estrutura física e qualidade profissional, mas apresentam custos elevados.
A Política Nacional do Idoso, em seu decreto nº 1.948 de 1996, entende por instituições
asilares locais de moradia, saúde e convivência social para aqueles idosos sem contato familiar ou
aqueles que não apresentam condições de se cuidar, onde permanecem durante todo o tempo.
Segundo Tomé e Másculo (2006 apud LEITE, 2010), as edificações das Instituições de longa
permanência são, na maioria dos casos, resultadas de doações e vão sendo adaptadas de maneira
incorreta aos novos usuários, gerando moradias construídas de forma inadequada às necessidades
da população idosa, o que pode propiciar ou potencializar problemas de saúde ou, ainda, dificuldades
de locomoção e interação social.
O ambiente familiar é o mais indicado para uma velhice ativa e saudável, as instituições
asilares são consideradas as últimas alternativas para habitação e cuidado, pois existem outras
possibilidades comunitárias de integração que trazem benefícios, sem mantê-los presos e excluídos
da sociedade. A Política Nacional do Idoso (1996) aborda em sua diretriz a possibilidade de locais de
convívio e integração entre gerações, em que os participantes possam realizar juntos diversas
atividades durante determinado período. Tais alternativas comunitárias são de modalidades não-
asilar de atendimento, que podem ser centros de convivência em que são realizadas diversas
atividades, físicas e recreativas, oficinas de trabalhos, além de cuidados, onde os idosos
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permaneçam apenas um período do dia.
De acordo com o Estatuto do Idoso (2003), as instituições são obrigadas a manter padrões de
moradias compatíveis com as necessidades dos idosos, eliminando barreiras arquitetônicas e
urbanísticas, garantindo acessibilidade. Ainda segundo o Estatuto do Idoso (2003) com a
implementação da Política Nacional do Idoso, aponta-se que as habitações devem incluir melhores
condições de habitabilidade e adaptação de moradias para dar assistência ao usuário, levando em
conta o estado físico da edificação e a independência do usuário quanto à locomoção.
A respeito do conceito de habitabilidade, este é de extrema importância e deve ser inserido no
contexto das instituições. De acordo com Lucini (2003), o espaço com habitabilidade é aquele com
possibilidades de adaptação, ou seja, o usuário tem a possibilidade de adaptar o espaço as suas
necessidades sem agredir a arquitetura.
Para Barnes (2002 apud PAIVA e SANTOS, 2012), os lares de idosos devem apresentar
projetos de arquitetura e design, a fim de exercer influência direta na qualidade de vida e cuidados
aos usuários, proporcionando ambientes acolhedores, para promoção de autonomia, independência e
privacidade dos idosos.
De forma a evidenciar ainda mais a importância dos espaços destinados aos idosos, Perracini
(2006 apud PAIVA e SANTOS, 2012) aponta a preocupação em adequar os espaços desses
ambientes ao design universal, sendo a funcionalidade mais importante que a forma estética.
As características arquitetônicas com relação à funcionalidade, quando construídas de
maneira adequada, atende as necessidades do processo de envelhecimento, contribuindo para a
preservação de uma vida saudável com mais autonomia (TOMASINI, 2008 apud LEITE, 2010).
Os espaços arquitetônicos destinados aos idosos devem possuir necessidades físicas,
informativas e sociais, a fim de melhor atendê-los, de acordo com Hunt (1991 apud LEITE, 2010),
referente às necessidades físicas, os edifícios devem ser dotados de acessibilidade, conforto e
integração dos espaços internos e externos, a fim de trazer maior qualidade de vida. Com relação às
necessidades informativas, os ambientes devem possuir cores, texturas, formas e sinalizações
diferentes, de forma a destacar os espaços para melhor ajudar na localização e orientação do
residente. Já as necessidades sociais estão relacionadas à localização do edifício e suas
características, que devem ser pensadas e adequadas para promover privacidade e ao mesmo tempo
sociabilidade aos usuários.
Viver em espaços destinados aos idosos de forma permanente traz mudanças na forma de
viver, sendo possíveis consequências físicas e, principalmente, psicológicas. Fernandes (2010) relata
que as instituições devem elaborar planos de atividades, culturais e recreativas, dentro e fora da
instituição, para que os residentes também tenham contatos externos à edificação, o que leva os
idosos a inclusão na sociedade, combatendo o isolamento e a solidão.
Os espaços externos a moradia ou jardins são importantes ao proporcionar locais de
descanso e lazer, Stoneham e Thoday (1994 apud TOMASINI et al. 2002), relatam que espaços
abertos bem projetados contribuem para uma melhor qualidade de vida dos idosos ao aumentar as
oportunidades de atividades e interesses, ampliando os contatos sociais e reduzindo sentimentos de
isolamento para com o mundo exterior. Aborda ainda que os espaços externos proporcionam aos
idosos, contato com a natureza, podendo estes sentar ao ar livre, ou ainda, exercer atividades de
lazer, o que transmite tranquilidade e paz sobre as pessoas que ali habitam.
Desse modo, é possível entender as necessidades arquitetônicas das edificações asilares
para melhor atender as pessoas idosas. As edificações, quando dotadas de habitabilidade,
adequando-se no quesito funcionalidade e integração com o meio externo, proporcionam qualidade
de vida e dignidade, promovendo assim autonomia, independência e interação social aos residentes.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (2005) aborda que a criança tem direito a educação,
visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparando para o exercício da cidadania.
Apresenta ainda que o Estado tem o dever de assegurar as crianças de zero a seis anos de idade
atendimento em creches e pré-escolas.
O aumento do índice da mulher no mercado de trabalho e a falta de pessoas disponíveis para
cuidar das crianças, forçaram as sociedades a criar e a manter instituições, onde as crianças de zero
a seis anos poderiam passar o dia, (LORDELO et al. 2007).
De acordo com Barros (2007), creches ou jardins de infância podem ser públicas ou
pertencentes à rede privada, e o Ministério da Educação é responsável por fiscalizar assegurando a
qualidade destes espaços, tanto fisicamente quanto aos ensinos aplicados.
A preocupação com a organização das creches relaciona-se com o desenvolvimento infantil e
com a socialização das crianças, considerado como um processo aberto, contínuo e dinâmico de
múltiplos usos e tarefas. Em instituições como creches são muito importantes o espaço físico e as
atividades adotadas, como as aulas ministradas, os recursos disponíveis, as interações em grupo e a
rotina, as quais devem ser adequadas e pensadas de acordo com a faixa etária de cada criança
(LORDELO, 2002 apud LIMA e BHERING, 2006).
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Segundo Carvalho et al. (2006), as relações afetivas são essenciais ao desenvolvimento da
criança, pois constrói sua identidade ao longo da vida através de um processo de desenvolvimento,
no qual desenvolve a autonomia e adquire novas formas de aprendizagens e habilidades, o que
diminui a dependência com relação aos adultos; porém, o desenvolvimento depende da interação
social, o que não acaba por completo a relação com o outro.
Gonzalez-Mena e Eyer (2014) apresentam a creche como “um espaço verdadeiramente
educativo”, em que é valorizada a brincadeira e a exploração de materiais e ambientes, juntamente
com educação de qualidade, local em que bebês e crianças pequenas se interajam e se
desenvolvam, apresentando uma grande bagagem de aprendizagem. As autoras salientam a
importância da presença do adulto na educação e necessidades das crianças, os quais as apoiam,
incentivando explorações, descobertas, construções de relações sociais e resoluções de problemas.
Sendo assim, o adulto tem como função facilitar o aprendizado e o desenvolvimento da criança, a fim
de atender as suas necessidades.
Ainda de acordo com Gonzalez-Mena e Eyer (2014), o relacionamento baseado no respeito é
de grande importância no cuidado e na educação de bebês e crianças; quando a interação entre
adulto e crianças é positiva vem à reciprocidade, ou seja, a criança responde de maneira adequada e
respeitosa, apresentando-se como forma essencial para o desenvolvimento. As autoras ainda
argumentam que uma relação próxima e contínua são elementos principais nos primeiros anos de
vida da criança.
As creches, quando bem organizadas e estruturadas, promovem o desenvolvimento do
conhecimento e o desenvolvimento social, para Clarke-Stewart (1992 apud LORDELO et al. 2007);
quando a creche possui qualidade, traz benefícios, principalmente para crianças entre dois e quatro
anos, no quesito desenvolvimento cognitivo e competência social. Ou seja, os espaços, quando
dotados de qualidade, trazem desenvolvimento positivo para a vida.
Com relação à qualidade da educação e os cuidados para com as crianças, têm-se duas
dimensões: qualidade de processo e qualidade estrutural. Referente à qualidade de processo, fala-se
nas experiências que acontecem nos ambientes que oferecem cuidados, incluindo a convivência
entre as crianças e os cuidadores e também sua participação em diversas atividades, (VANDEL e
WOLFE, 2000 apud BARROS, 2007). Já no que se refere à qualidade estrutural, têm-se os aspectos
de estruturas dos ambientes, o espaço por cada usuário e medidas adequadas das instalações,
incluindo no mesmo espaço a interação entre a criança e o adulto, a quantidade de crianças e a
qualidade do profissional, (COST, QUALITY e CHILD OUTCOMES STUDY TEAM, 1995 apud
BARROS, 2007).
De acordo com Clarke-Stewart (1992 apud LORDELO et al. 2007), devem ser considerados
quatro fatores quando o assunto é qualidade: o ambiente físico, o comportamento do cuidador e o
currículo. De acordo com o ambiente físico, o importante é que o edifício possa promover diversidade
de espaços, internos e externos, de forma a possibilitar diferentes tipos de usos e atividades. Com
relação ao comportamento do cuidador, esses são indispensáveis e proporciona desenvolvimento
positivo a criança quando há maior envolvimento do adulto, sendo mais amigos e carinhosos. Por fim,
de acordo com o currículo do adulto, a especialização traz qualidade; porém, quanto mais formação
tem o cuidador, mais enfatizará a atividade acadêmica, esquecendo-se do desenvolvimento social
que é mais importante nessa faixa etária, o que pode trazer consequências negativas para o melhor
desenvolvimento da criança.
Outro ponto que influencia na qualidade do cuidado e aprendizagem infantil em creches é o
número de crianças envolvidas. Lordelo et al. (2007) relata que um maior número, acarreta mais
crianças por adulto, o que dificulta a atenção e o cuidado individual, porém, ajuda no desenvolvimento
social.
Nesse contexto, observa-se a importância do espaço físico destinado a crianças, os quais
devem proporcionar diversidade de usos e diferentes atividades, e, principalmente, o quão é
indispensável à convivência com adultos para seu melhor desenvolvimento. Estar conectados com os
mais velhos traz maior sensibilidade ao mundo infantil, à interação de crianças com adultos facilita no
atendimento às suas necessidades, ao mesmo tempo em que colaboram para o enriquecimento da
aprendizagem de habilidades, conhecimentos, relações afetivas e respeito às gerações mais velhas.
O mundo contemporâneo tem-se colaborado para a segregação social, uma vez que há um
distanciamento entre as gerações; de acordo com Ferrigno (2011), tal distanciamento está ligado ao
capitalismo, que é caracterizado pelo consumismo desenfreado, o desenvolvimento tecnológico, à
comercialização das relações sociais, o modo de vida dos jovens e o desapego pelas tradições
culturais.
Ainda de acordo com o Ferrigno (2011), existe também o distanciamento causado pelos
“espaços exclusivos”, em que as próprias instituições reforçam a segregação entre as gerações, uma

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vez que tem crianças nas escolas, jovens em grupos fechados, adultos nos trabalhos e idosos em
instituições asilares, o autor ainda aborda que até na família, mesmo estando no mesmo espaço,
filhos, pais e avós não apresentam diálogo, prevalecendo o distanciamento afetivo.
O termo intergeracional refere-se à convivência e à interação entre pessoas de diferentes
gerações, para Teiga (2012), o conceito está ligado às relações sociais, e não se restringe a idosos e
a crianças, podem acontecer em qualquer lugar que tenha pessoas de diferentes gerações, como no
trabalho, na família, entre mãe, filho e avó, num lar de idosos, onde pode haver pessoas de 60, 70 e
90 anos.
Estudos e pesquisas das relações intergeracionais começaram nos EUA e adquiriram grande
importância, Ferrigno (2011) discorre que os Estados Unidos são pioneiros no campo intergeracional;
desde os anos de 1970, desenvolvem projetos e programas em diversos locais, em que inserem a
relação social entre gerações, envolvendo crianças, jovens, adultos e idosos. Newman (2011) aborda
que os estudos surgiram da necessidade de junção entre os mais jovens e os mais velhos, com a
intenção de resgatar na história a coesão que existe entre eles, os quais possuem diferentes
necessidades, características e habilidades, proporcionando através do compartilhamento de
conhecimentos e experiências o crescimento social e o aprendizado em ambos os lados, na busca de
propósitos comuns, melhorando a qualidade de vida da comunidade.
Os EUA contam com diversos locais em que foram implantados os programas
intergeracionais, Newman (2011) acrescenta que em muitas instituições, como escolas, bibliotecas,
creches, casas de repouso, centros comunitários, entre outros, tem adaptado seus ambientes para
receber crianças, jovens e idosos com o intuito de combater questões sociais de evasão escolar,
alfabetização, pobreza, drogas, falta de moradia, meio ambiente, solidão, isolamento, etc, a que
essas pessoas estão sujeitas, a fim de proporcionar uma sociedade para todos.
Ainda segundo o autor, no Brasil e também em países europeus e latino-americanos, os
programas que inserem o conceito de intergeração são recentes, tendo sua primeira manifestação no
ano de 1990. E tais programas são poucos e descontínuos, devido à carência das redes para
proporcionar a interação e a falta de atenção por parte do poder público para com o assunto.
Evandro e Deber (1989; 2001 apud TEIGA, 2012) questionam a criação de instituições
intergeracionais, segundo os autores edifícios multigeracionais não podem ser entendidos como
garantia de melhor qualidade de vida para os idosos, e sim a qualidade das relações sociais entre as
gerações, que devem ser solidárias, possibilitando trocas de experiências e de valores.
Os programas intergeracionais de acordo com Newman (2011), envolvem conceitos sociais
importantes entre as gerações, com atividades constantes que intensificam a convivência e o
aprendizado.
Para Tavares (2010), os programas intergeracionais vieram com o intuito de recuperar a
interação e o contato social entre as gerações, colaborando assim no resgaste das tradições
culturais.
As atividades intergeracionais trazem uma variedade de pontos positivos de crescimento e
desenvolvimento social, englobando vários níveis, para Martínez (2011) é certo que as atividades
entre gerações proporcionam individualmente, crescimento e desenvolvimento, autoestima e
acrescentam valores sociais de respeito e cuidado para com uns aos outros. Com relação ao nível
comunitário, a interação de gerações contribui para a inclusão de jovens e idosos na sociedade e
também ajudam para que governos locais tenham interesse em investir nas necessidades das
pessoas. Já em nível macrossocial, as atividades intergeracionais colaboram na construção de
sociedades mais incluídas, nas quais valores, diferentes idades, raças e grupos étnicos são
respeitados.
Para propiciar um ambiente intergeracional, de acordo com Vanderbeck e Worth (2015),
esses devem estar estrategicamente localizados, a fim de projetar espaços de atividades e lazer,
objetivando encorajar a presença e a interação de jovens e idosos. Os autores ainda acrescentam
que os espaços intergeracionais devem abranger o planejamento da cidade, implantando espaços
públicos para todas as gerações.
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Sendo assim, é possível notar a grande necessidade de criação de espaços intergeracionais
com qualidade, nas quais conceitos como habitabilidade e acessibilidade ganham relevância, em que
crianças e idosos possam compartilhar atividades, saberes, experiências e valores, buscando melhor
qualidade de vida aos envolvidos e, principalmente, uma sociedade mais incluída e solidária. A
junção num mesmo espaço de habitação para idosos e creches para crianças tem como propósito a
convivência social de gerações, de forma a promover um maior engajamento entre a sociedade, ao
mesmo tempo em que resgata as tradições culturais que foram perdidas na contemporaneidade.

3 METODOLOGIA

A pesquisa caracterizou-se como estudo de abordagem qualitativa, uma vez que teve como
preocupação identificar, analisar e explicar fatores de maneira subjetiva, e de cunho exploratório e
descritivo, pois buscou desenvolver, esclarecer e descrever conceitos e ideias, com base em
levantamentos bibliográficos e estudos de caso, a fim de abordar teorias a respeito da habitação para
idosos, aprendizagem e desenvolvimento da criança e integração social para os usuários.
Ainda com relação às pesquisas, utilizou-se a de natureza aplicada, pois apresentou
conhecimentos gerais com relação ao idoso e à criança, principalmente no conceito de intergeração,
ou seja, foram avaliadas teorias existentes para posteriormente ver a possibilidade de aplicação na
prática.
Para melhor compreensão, foram desenvolvidas pesquisas bibliográficas, através de leituras de
livros e artigos pertinentes ao assunto, como o idoso e as instituições asilares, desenvolvimento
infantil no contexto de creche e o conceito intergeracional, a fim de caracterizar melhor o tema.
Foram desenvolvidos ainda dois estudos de caso: a Seniors' Residence + Nursery e a casa de
repouso Providence Mount St. Vincent, ambas são instituições particulares, com a intenção de buscar
referências positivas de arquitetura e de espaços de sociabilidade, de maneira a explorar e descrever
situações do contexto real de investigação, além de explicar de forma aprofundada para caracterizar
os espaços com base no comportamento intergeracional. De acordo com Gil (2012), o estudo de caso
é o instrumento mais eficaz de estudo e caracterização de um determinado objeto, permitindo assim,
seu conhecimento amplo e minucioso.
Os estudos de caso são exemplos de instituições internacionais, pelo fato de no Brasil os
programas que inserem o conceito de intergeração ser relativamente novo, havendo poucas e
descontinuas aplicações em instituições públicas e/ ou privadas, e particulares, por não encontrar
exemplos de instituições públicas que implantaram o conceito de intergeracionalidade.
Como método de análise de dados, tem-se a análise qualitativa que, segundo Gil (2012),
apresenta três etapas de análise, como: redução, exibição e conclusão/verificação, com o objetivo de
organizar, simplificar os dados de investigação, sintetizando os pontos principais para que sejam
permitidas conclusões defensáveis a respeito do assunto.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. ARQUITETURA E ESPAÇO FÍSICO: SENIORS' RESIDENCE + NURSERY – FRANÇA

A Seniors’ Residence + Nursery é uma instituição particular, com proposta de espaço de


integração e convivência entre crianças e idosos, com o intuito de proporcionar melhores condições
de vida aos usuários e inseri-los numa sociedade mais incluída.
Em seu programa, em uma edificação vertical e uma área equivalente a 5000.0m², apresenta
espaço privado, destinado à creche e a residência para a terceira idade, um restaurante e três níveis
de estacionamento subterrâneo, de entrada livre da população, e o acesso a estes locais são
acessíveis, podendo ser feito por escadas e elevadores. Apresenta também espaços abertos
alternados com jardins para criação de áreas de lazer e convívio, tornando o espaço mais confortável,
confirmando as palavras de Stoneham e Thoday (1994 apud TOMASINI et al., 2002) de que uma
instituição destinada a idosos necessita de espaços abertos ou jardins para proporcionar o contato
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das pessoas com o ambiente externo e reduzir o isolamento.
O projeto foi inspirado nas edificações vizinhas, conectando-se com o entorno, respeitando
alinhamento, gabarito e ritmo, ao mesmo tempo, destaca-se devido sua volumetria moderna (Figura
1), a qual proporciona profundidade e transparência, diferenciando das demais edificações existentes,
que são mais fechadas.
Figura 1: Volumetria moderna.

Fonte: ARCHDAILY, 2013

Utilizou-se de tecnologias ambientais para permitir a redução da luz natural e, ao mesmo


tempo, possibilitar privacidade aos residentes. A fachada sul (Figura 2), também principal da
edificação possui parede cortina dupla com uso de cabos verticais para escalada de vegetação. Já na
fachada oeste, os arquitetos tiveram a ideia de colocar jardineiras suspensas, estratégia utilizada
para proporcionar vista verde, ao invés de visualizar somente o amontoado de concreto da cidade. A
utilização de jardins e vegetação nas fachadas tem como objetivo criar e enfatizar um vínculo
terapêutico entre os idosos e os ambientes externos e naturais.

Figura 2: Fachada Sul.

Fonte: ARCHDAILY, 2013

Com relação ao espaço interno, para melhor ajudar os idosos a se localizarem, o corredor
apresentado na figura 3 abaixo possui cores fortes e diferentes como o verde e o vermelho para
destacar os espaços, como apresentado por Hunt (1991 apud LEITE, 2010), de que o ambiente deve
favorecer a percepção da informação para agir na orientação de idosos que possuem limitações,
podendo ser feitas através de cores, texturas e formas.
Os espaços destinados às crianças são amplos e flexíveis (Figura 4), com móveis e janelas
adequados, o que contribui para a independência e melhor desenvolvimento infantil, como
apresentado por Lordelo (2002 apud LIMA e BHERING, 2006), que, em sua concepção, o espaço
físico deve ser adequado de acordo com a faixa etária de cada criança.

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Figura 3: Corredor (Espaço interno dos idosos). Figura 4: Espaço interno das crianças.

Fonte: ARCHDAILY, 2013 Fonte: ARCHDAILY, 2013

Pode-se observar que a arquitetura e os espaços físicos foram pensados e construídos para
os usuários, com adequação e acessibilidade dos ambientes, tendo como particularidade permitir o
contato com o verde, através do uso de vegetações nas fachadas. Porém, percebe-se a falta de uma
arquitetura mais humanizada e aconchegante, devido ao uso de cores neutras, criando espaços frios,
como é percebido nas imagens, tendo a aparência de um ambiente hospitalar.

4.2. COMPORTAMENTO INTERGERACIONAL: CASA DE REPOUSO PROVIDENCE MOUNT ST.


VINCENT E O PROGRAMA INTERGENERATIONAL LEARNING CENTER – SEATTLE – EUA

De acordo com Providence (s.d), a casa de repouso Providence Mount St. Vincent (Figura 5)
é uma instituição privada fundada em janeiro de 1924, com o intuito de proporcionar aos idosos
cuidados e habitação adequada, há quase 25 anos foi inserida no mesmo local uma creche, onde
circulam todos os dias mais de 100 crianças de recém-nascidos até seis anos de idade, com o
objetivo de buscar a interação social entre idosos e crianças para o melhor desenvolvimento de
habilidades cognitivas e desenvolvimento físico. O diferencial desse espaço é a inserção do conceito
intergeracional, com o programa chamado Intergenerational Learning Center.
A concepção do programa Intergenerational Learning Center atende a dois objetivos
específicos, como a transformação na vida dos idosos, trazendo mais alegria e autoestima, tornando-
se pessoas fisicamente e mentalmente ativas e socialmente engajadas. E as crianças passam a
entender o processo de envelhecimento como normal, a aceitar as pessoas com deficiência, reduz-se
o medo de pessoas mais velhas, passam a ser mais sensíveis, e aprendem a receber e dar mais
amor, respeito e atenção. A necessidade de junção entre gerações é apresentada por Newman
(2011) como uma maneira de resgatar, na história, o convívio que existia entre gerações e que foi
perdido no tempo.
Figura 5: Casa de repouso.

Fonte: ARCHDAILY, 2013

A estrutura do asilo-creche comporta um programa de necessidades rico, diversificado,


amigável e intergeracional, com salas de estar, salas de jantar, cafeteria, áreas de lazer e
apartamentos com banheiros independentes, todos os ambientes decorados de modo a assemelhar-
se a uma casa, em que os residentes se sintam em família e possam receber hóspedes, visto que o
local é aberto a visitantes.
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Para melhor cuidado com os idosos, tem-se como equipamentos oferecidos, um centro de
enfermagem, acupuntura, academia, sala de odontologia, centro de reabilitação (física, ocupacional e
de fala), cozinha para terapia e terapia em horticultura, para que os idosos sejam ativos na realização
de tarefas, desenvolvendo suas capacidades físicas, propiciando mais independência, dignidade e
interação social.
Há ainda espaços destinados a melhorar a autoestima dos residentes, como salão de beleza,
barbearia e SPA. E muitos outros programas, como biblioteca, lojas, aviário, capela e estacionamento
amplo.
Tem como particularidade as salas de aulas (Figura 6) referentes à creche, espaço de
aprendizagem e brincadeiras para as crianças, em que os idosos tem acesso livre, podendo visitá-los
a qualquer hora do dia. Em geral, as salas são amplas e alegres, com uso de cores diversas, tanto
nas paredes quanto nos móveis, tornando o espaço mais convidativo, agradável e aconchegante.
Os idosos desfrutam de diferentes atividades de apoio e terapias, seja entre eles ou
individualmente. E em certos períodos do dia, realizam atividades com as crianças, planejados e
espontâneas, os quais ocorrem todos os dias da semana, crianças e idosos se juntam para prática de
atividades como música, dança, artesanato, canto, culinárias, conto de histórias, almoçar, ou
simplesmente uma visita, como é mostrado na figura 7, um momento de integração através de
brincadeiras de roda.

Figura 6: Sala de aula. Figura 7: Integração entre gerações.

Fonte: PROVIDENCE HEALTH E SERVICES, [S.D] Fonte: PROVIDENCE HEALTH E SERVICES, [S.D]

É possível notar a dimensão do programa de necessidades, em que os residentes tem a


oportunidade de usufruir dos espaços de diversas maneiras, pois o local oferece conforto e
privacidade através das salas e quartos individuais, oferece cuidados médicos e também de beleza, e
tem a particularidade de oferecer espaços de convívio e interação intergeracional, mostrando que a
qualidade de vida está diretamente ligada ao espaço físico, o que confirma as palavras de
VILLAROUCO (2008 apud PAIVA; SANTOS, 2012).

5 CONCLUSÃO

Com base nas gerações, priorizando a importância da convivência e troca de experiências e


aprendizagem, evidenciando a inclusão na sociedade e melhor desenvolvimento individual e social,
observou-se através de pesquisas bibliográficas a tendência de isolamento, preconceitos e
distanciamento da sociedade que a geração idosa está propícia em um mundo contemporâneo,
conciliado com a carência de habitação adequada, no quesito acessibilidade, habitabilidade, conforto,
segurança e bem-estar. O estudo apresentou a necessidade de creches bem estruturadas, tanto no
quesito espaço físico, o que deve proporcionar diversidade de atividades, quanto na importância da
presença do adulto, no que diz respeito ao comportamento, para o melhor desenvolvimento da
criança. Ainda pôde-se observar a grande necessidade de interação social entre as gerações e,
principalmente, entre aqueles que possuem mobilidade reduzida, afirmando que é possível resgatar o
convívio que existia entre eles, buscando melhor qualidade de vida as pessoas e juntamente inseri-
las numa sociedade mais inclusa.
Observou-se ainda a abordagem do conceito intergeracional como forma de aprendizagem e
integração social, que é ainda pouco utilizada no Brasil, apresentando poucos e descontínuos
programas de intergeração, devido à carência e a falta de atenção por parte do poder público, já

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afirmado por Newman (2011).
Pôde-se notar a partir de estudos de caso que é possível criar uma arquitetura adequada,
funcional e esteticamente agradável que envolva idosos e crianças, e que a dinâmica e o contato com
o exterior possa ser feita em qualquer espaço, seja em ambientes amplos ou, até mesmo, em
pequenos locais. Ainda foi possível observar que a junção entre gerações num mesmo espaço traz
benefícios para toda vida, resultando numa população idosa mais ativa e, consequentemente, numa
geração crescente mais educada.
Observou-se portanto que a convivência entre gerações vem confirmar todos os aspectos
levantados, pois a simples interação entre os idosos e crianças em determinados períodos, possibilita
expectativas de melhor qualidade de vida para as gerações futuras dentro do contexto social, seja no
fim da vida ou no início dela.
Por fim, conclui-se que os objetivos propostos de concepção de uma nova tipologia
arquitetônica, planejada para inserir num mesmo espaço habitação asilar e creches são aplicáveis,
tanto em instituições públicas como privadas de forma a abranger populações de todas as classes
sociais e que podem ser inseridas em qualquer cidade, baseada nos conceitos de comportamento
intergeracional, o qual traz mudanças significativas na vida das pessoas.

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