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Oftalmologia - Vol. 33: pp.

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Midríase Fixa na Intoxicação pela


Trombeteira e Implicações Toxicológicas
– Uma nova tendência?
Luís Figueira 1,3, Manuel Falcão 1, Luís Mendonça 1, Olinda Faria 1, Madalena Pinto 2, Daniel Moura 3,
F. Falcão-Reis 1,3
1 – Serviço de Oftalmologia do Hospital de S. João
2 – Serviço de Neurologia do Hospital de S. João
3 – Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

RESUMO
Introdução: A midríase constitui um sinal semiológico frequente na ingestão de extractos
vegetais dotados de alcalóides anticolinérgicos. São exemplos diversas plantas da família
das Solanáceas como a Atropa belladona, a Scopolia carniolica, a Hyosciamus níger,
a Datura stramonium e a Brugmansia arborea, muitas das quais abundam em regiões
diversas de Portugal, onde são sobejamente conhecidas e de acesso fácil. Métodos:
Os autores apresentam uma doente de 17 anos, sexo feminino, internada por midríase
bilateral não reactiva e hiperactividade central com quadro alucinatório visual, no contexto
de intoxicação intencional com infusão de trombeteira de jardim (“Angel’s trumpet”,
Brugmansia arborea). Os autores desenvolvem, a propósito deste caso, uma revisão
sistematizada sobre a toxicidade anticolinérgica associada à ingestão de extractos vegetais
e respectivos padrões de consumo na actualidade. Resultados: A terapêutica sintomática
dos sintomas anticolinérgicos associada à vigilância do estado clínico permitiram
uma melhoria das queixas e sinais semiológicos, explicável pela eliminação do tóxico
anticolinérgico pelo organismo. Conclusão: O oftalmologista, no conhecimento pleno das
manifestações oftalmológicas da toxicidade de plantas, pode ter um papel preponderante
no diagnóstico diferencial e vigilância da midríase não reactiva, nomeadamente da
midríase originada por fármacos, facilitando deste modo a detecção atempada de uma
situação de intoxicação acidental ou voluntária e permitindo a introdução precoce de
medidas que visem proteger o doente e recuperar o seu estado funcional.

Introdução náceas como a Atropa belladona, a Scopolia


carniolica, a Hyosciamus níger, a Datura stra-

A midríase constitui um sinal semiológico


frequente na ingestão de extractos vege-
tais dotados de alcalóides anticolinérgicos 1. São
monium e a Brugmansia arborea, muitas das
quais abundam em regiões diversas de Portugal,
onde são sobejamente conhecidas e de acesso
exemplos diversas plantas da família das Sola- fácil.
VOL. 33, ABRIL - JUNHO, 2009 79
Luís Figueira, Manuel Falcão, Luís Mendonça, Olinda Faria, Madalena Pinto, Daniel Moura, F. Falcão-Reis

Os metabolitos secundários das plantas da ções, taquicardia e desorientação 4. A maioria


família das Solanáceas, partilhando um esque- dos casos foi moderada em severidade, reque-
leto de tropano como característica molecular rendo apenas sedação, e a intoxicação grave foi
comum, são divididos em duas classes: derivados rara 4.
da tropina e ecgonina. O primeiro grupo, repre- Dada a escassez de publicações sobre o
sentado pelos bem conhecidos alcalóides atro- assunto na literatura científica portuguesa, os
pina e escopolamina, considerados fármacos anti- autores decidem partilhar a sua experiência e
colinérgicos padrão, continua a inspirar a pro- fazer uma revisão sistematizada sobre o tema.
cura de antagonistas muscarínicos mais selec-
tivos. A segunda classe inclui uma das princi-
pais drogas de abuso, a cocaína 2. Caso clínico
A indústria farmacêutica contemporânea pro-
duz mais de vinte princípios activos contendo a Descrevemos de seguida o caso clínico de
estrutura molecular do tropano, sendo utilizados uma paciente de 17 anos, caucasiana, sexo femi-
como midriáticos, anti-eméticos, anti-espasmódi- nino, internada para estudo de midríase bilateral
cos, adjuvantes anestésicos e broncodilatadores. não reactiva.
As moléculas actuais são produzidas com base A doente, estudante de um curso comercial do
num de dois processos: produtos naturais iso- ensino profissional, previamente saudável, apre-
lados de plantas transgénicas cultivadas (sobre- sentava antecedentes, desde há mais de 1 ano,
tudo escopolamina e atropina obtidas da Duboi- de cefaleia intensa tipo pulsátil bifrontal, asso-
sia australiana) e síntese química baseada num ciada a fonofotofobia, náuseas e vómitos, de
composto intermediário comum, a tropinona 2. frequência semanal e pior em alturas de stress
Em Oftalmologia merecem destaque, como (como testes na escola), sem relação com o ciclo
antimuscarínicos utilizados como midriáticos, a menstrual e com resposta parcial ao paraceta-
tropicamida, o ciclopentolato e a atropina 3. mol. Tais cefaleias diminuíram de frequência
De uma forma geral, a intoxicação por alca- após correcção de miopia com óculos (mantendo
lóides das Solanáceas caracteriza-se por um todavia uma crise por semana).
síndrome dose-dependente e substância-depen- Em Julho de 2008, a doente encontrava-se
dente com sintomas e sinais centrais e perifé- em casa quando descreveu o início súbito da
ricos específicos. Por exemplo, entre os relatos cefaleia habitual associada contudo a tonturas,
mais frequentes na literatura contam-se os epi- náuseas, dificuldade na mobilidade dos dedos e
sódios de ingestão de plantas do género Datura, desequilíbrio, com duração de cerca de 15 minu-
das quais pode resultar em toxicidade grave 4. tos, associados a xerostomia e disfagia. A mãe
Cada planta varia na concentração dos alca- da doente referiu alteração do comportamento e
lóides 4. A atropina e a escopolamina, os alca- discurso incoerente, nomeadamente não conse-
lóides mais frequentes, produzem um bloqueio guir vestir-se sozinha, referir-se a pessoas não
central e periférico dos receptores muscarínicos presentes como se estivessem no local, não
da acetilcolina 5. reconhecer de objectos familiares (o carro dos
Têm sido reportados com frequência cres- pais – «de quem é este carro?»), falar de aconte-
cente na literatura casos de intoxicação inten- cimentos não reais como se tivessem ocorrido,
cional, habitualmente para fins lúdicos, com pelo que recorreu ao médico assistente, o qual
extractos contendo substâncias anticolinérgicas, acabaria por enviar a doente ao Serviço de
habitualmente fumados ou na forma de infusões Urgência do Hospital de S. João.
para ingestão 6, 7, 8. Midríase e delirium foram À admissão, estava consciente e orientada no
os sinais semiológicos mais frequentes, tendo o tempo e espaço, com discurso às vezes incoe-
segundo implicações mais prementes em termos rente. À observação geral, apresentava-se corada
de atitude terapêutica. Outros sinais e sintomas e hidratada, anictérica, eucianótica, eupneica,
que ocorrem frequentemente incluem alucina- sem sinais de dificuldade respiratória. Era evi-
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dente a presença de midríase bilateral, pouco nico, nomeadamente pelas queixas de visão
reactiva à luz. turva e disfagia, recomendando vigilância e
A doente negou consumo de qualquer subs- terapêutica sintomática.
tância (farmacológica ou outra). Não foram Foi ainda pedido um parecer da especiali-
encontrados antecedentes pessoais ou familiares dade de Psiquiatria, que após interrogatório deta-
relevantes. lhado revelou a ingestão pela doente de “chá
A medição dos parâmetros vitais revelou tem- de cidreira” pouco antes do início da sintoma-
peratura auricular de 36,9ºC, pressão arterial de tologia, levantando ainda a suspeita de episódio
130/71 mmHg, frequência cardíaca de 109 bpm alucinatório visual como explicação das altera-
e frequência respiratória de 14 cpm. ções comportamentais e do discurso incoerente,
Não apresentava alterações à auscultação car- sem valorizar outras alterações.
díaca e pulmonar, nem ao exame abdominal. Em face dos dados obtidos, concluiu-se que
Foi solicitada observação pela especialidade a associação de alterações transitórias do com-
de Neurologia, que confirmou a presença de portamento a midríase bilateral e eventualmente
midríase bilateral e simétrica, pouco reactiva à luz, a actividade alucinatória visual configurava com
sendo todo o restante exame neurológico normal. maior probabilidade um quadro clínico suges-
A doente realizou TC cerebral, o qual não tivo de consumo de tóxicos. No entanto, a
revelou evidência de lesões intra ou extra-axiais, doente negava tal acto e a pesquisa de subs-
nomeadamente de natureza vascular, hemorrá- tâncias de abuso doseáveis foi negativa. Desta
gica ou expansiva, encontrando-se os espaços de forma, foi decidido o internamento no Serviço
circulação de líquido cefalorraquidiano patentes de Neurologia com o diagnóstico provisório
e com aspecto normal para a idade. de alterações transitórias do comportamento e
No estudo analítico sérico e urinário não se midríase bilateral para estudo.
encontraram alterações hematológicas ou bio-
químicas, sendo a pesquisa de drogas de abuso
negativa. Resultados
Foi solicitado um parecer da especialidade
de Oftalmologia, que comprovou a existência de A insistência no interrogatório da doente
movimentos oculares normais, sem dor ou diplo- levou a que esta confessasse uma tentativa de
pia. suicídio com chá preparado a partir da folha, flor
e caule de uma planta que existia no quintal de
Acuidade visual ODE – 20/ 20 com correc- um vizinho.
ção; A tia da doente trouxe uma flor da planta,
Biomicroscopia ODE – pouco reactiva à luz e a qual foi posteriormente submetida ao Jardim
com perda da acomodação; Botânico do Porto, permitindo a identificação do
género e espécie.
Fundoscopia ODE – papilas coradas de bor- Foi feito o diagnóstico de intoxicação anti-
dos bem definidos; sem outras alterações do seg- colinérgica intencional por alcalóides tropanos
mento posterior. contidos em extractos da planta Brugmansia
arborea.
Quando interrogada, a doente negou aplica- Desenvolveu-se um pouco mais o interro-
ção de colírios, tendo contudo referido a inges- gatório no sentido de clarificar de que modo a
tão de presunto caseiro. Devido às queixas de paciente adquirira o conhecimento necessário à
disfagia e astenia com evolução simultânea, foi identificação da planta e seus efeitos, bem como
levantada a suspeita de intoxicação por toxina da preparação de uma infusão a partir da mesma,
botulínica e pedida observação pela especiali- ao que a doente referiu ter obtido tais informa-
dade de Infecciologia, a qual não excluiu o ções na Internet, recusando associar tal prática a
botulismo alimentar como causa do quadro clí- grupo de amigos ou pares.
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Luís Figueira, Manuel Falcão, Luís Mendonça, Olinda Faria, Madalena Pinto, Daniel Moura, F. Falcão-Reis

A terapêutica sintomática dos sintomas anti- morte, convulsões ou arritmias (excepto taqui-
colinérgicos, nomeadamente a hidratação e cardia). Um paciente teve hipotensão e dois
sedação, associada à vigilância do estado clí- sofreram lesões traumáticas acidentais. Relati-
nico permitiu uma melhoria das queixas e sinais vamente à terapêutica, 19 doentes necessitaram
semiológicos, explicável pela eliminação do de sedação, realizada sobretudo com benzodia-
tóxico anticolinérgico pelo organismo. Os sinais zepinas. A fisostigmina, inibidor das enzimas
e sintomas de hiperactividade central extingui- colinesterases, foi utilizada com fins diagnósti-
ram-se ao fim de 24 horas, tendo a midríase per- cos em 8 casos 9. Na nossa doente, a midríase
sistido por cerca de três dias, altura em que se fixa e a taquicardia foram os sinais semiológicos
verificou reversão total da mesma e recuperação mais importantes.
do reflexo pupilar à luz. Conforme referido, a intoxicação por alca-
A doente obteve alta referenciada para a con- lóides das Solanáceas caracteriza-se por um sín-
sulta de Pedopsiquiatria do Hospital Maria Pia, drome dose-dependente e substância-dependente
no Porto. com sintomas e sinais centrais e periféricos espe-
cíficos. Efectivamente, a atropina e a escopola-
mina produzem um bloqueio central e periférico
Discussão dos receptores muscarínicos da acetilcolina 5.
É também sabido que a atropina e a escopo-
O caso clínico apresentado despertou a aten- lamina são conhecidas e utilizadas por diver-
ção dos autores pelo facto de constituir mais um sas civilizações no passado, tanto quanto são uti-
caso, aparentemente sem ligações entre si, de lizadas hoje 5. Não será demais recordar, pelo
intoxicação intencional por alcalóides anticoli- seu interesse em farmacognosia, que a planta
nérgicos de plantas da família das Solanáceas. Atropa belladona obteve o seu nome do facto da
Diversos trabalhos demonstraram que o con- midríase que provoca ter sido muito apreciada
sumo de plantas anticolinérgicas é de natureza no passado, por motivos estéticos, sobretudo em
esporádica, na medida em que a maior parte das senhoras (“bela dona”).
exposições é acidental, moderada em severi- Relativamente a exposições não acidentais
dade e auto-limitada 9,10. Em contraste, no caso a alcalóides tropanos, o fenómeno tem raí-
clínico supracitado, foi revelada uma exposição zes históricas, importando citar o exemplo da
intencional. Colômbia (América do Sul), em que nas últi-
Num estudo de 33 casos em que se presumiu mas décadas a administração da escopolamina,
a ingestão de extractos de Brugmansia baseado extraída de plantas pertencentes aos géneros
na descrição da planta, a idade média dos doentes Datura ou Brugmansia, tornou-se um impor-
foi de 18 anos (todos entre 16 e 20 anos); 82% tante fenómeno neurológico e toxicológico. Es-
eram do sexo masculino. Trinta e um ingeriram ses extractos eram conhecidos popularmente
uma infusão ou partes da planta (flor). Trinta e como “Burundanga”. Características químicas
um fizeram-no com fins recreativos. O sinal clí- e clínicas das intoxicações incluíam amnésia
nico mais frequente foi a midríase (100%), com anterógrada e comportamento de submissão.
uma duração média de 29 horas (desvio-padrão A intoxicação por “Burundanga” está relacio-
13 horas) e o delirium (88%) com uma duração nada com outros fenómenos tóxicos encontra-
média de 18 horas (desvio-padrão 12 horas). dos em diferentes países e encontram-se associa-
Taquicardia ocorreu apenas em 11 dos 33 pacien- dos a episódios de amnésia global transitória 7.
tes (33%). Em 24 doentes para os quais se havia Os sintomas psiquiátricos mais frequentes
determinado com precisão o momento da inges- incluem inquietação, euforia, alucinações, deso-
tão, 7 dos 8 (88%) que se apresentaram nas pri- rientação, obnubilação, coma e depressão res-
meiras 5 horas tinham taquicardia, contrastando piratória 5. Psicoses devido a intoxicações por
com apenas 5 dos 16 (31%) que se apresentaram atropina ou escopolamina têm sido descritas
após 5 horas da ingestão. Não houve casos de raramente na literatura 5. Na nossa doente, veri-
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ficou-se efectivamente um quadro de hiperexci- inaladas foi característico do sexo masculino,


tabilidade central com agitação psicomotora e e sobretudo associado ao consumo de álcool e
alucinações visuais outras drogas 6. A difusão da epidemia das subs-
Para efeitos de diagnóstico diferencial, deve tâncias inaladas parece estar numa fase inicial
ser enfatizado que a simples instilação ocular entre as mulheres, enquanto que para os homens
acidental de seiva da “Angel’s trumpet” deve parece ter já atingido um nível de maturidade 6.
ser reconhecida como uma causa de início sú- A nossa doente não possuía aparentemente hábi-
bito de midríase e de outros sinais como taqui- tos tabágicos, tendo escolhido para a intoxicação
cardia em doentes previamente saudáveis 10. Por a via oral.
outro lado, a exposição tópica simples à flor da Os autores questionam-se se o caso descrito,
“Angel’s trumpet”, sem instilação de seiva da no seguimento de relatos recentes similares na
planta no olho, pode produzir midríase unilateral comunicação social, se enquadrarão numa nova
auto-limitada 11. Nesta conjectura, afiguram-se “epidemia” de toxicofilia aos alcalóides antico-
como fundamentais a história e exame objec- linérgicos naturais, na medida em que as impli-
tivo meticulosos para o diagnóstico de midríase cações sociais e recreativas deste fenómeno,
farmacológica causada por exposição ocular à associadas à fácil difusão pelos meios de comuni-
“Angel’s Trumpet” 12. Desta forma, os pacien- cação (Internet), podem fomentar o consumo em
tes e respectiva família podem ser poupados a meios e períodos mais susceptíveis (meios rurais,
meios auxiliares de diagnóstico dispendiosos e adolescência), como foi o caso da paciente apre-
complexos (ex. ressonância magnética nuclear) sentada.
ou referenciação adicional a outras especiali- Relatos de casos novos e futuros estudos que
dades 12. procurem estabelecer implicações comuns são
Em relatos de casos similares na literatura, o necessários para melhor elucidar esta situação e
tratamento foi sintomático e de suporte, tendo a prever tendências de comportamento da popula-
anisocoria revertido cerca de 48 horas a 3 dias ção, facilitando a prevenção e detecção precoce
após a exposição 11, 12. A nossa doente teve uma da toxicidade associada ao consumo de alcalói-
evolução clínica semelhante, com terapêutica des anticolinérgicos vegetais.
apenas de suporte.
Por todas as razões, torna-se muito impor-
tante a educação da população sobre a toxici-
dade e riscos associados ao uso recreativo destas
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