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Cogumelos

Curso Superior de Tecnologia de Alimentos


Disciplina: Toxicologia de Alimentos
Profa. Da. Carolina Médici Veronezi
Tópicos abordados
 Introdução
 Tipos
Introdução
 Os cogumelos são uma iguaria para muitas pessoas em
todo o mundo
 Algumas espécies são cultivadas comercialmente nos
Estados Unidos e consumidas em grandes quantidades
 No entanto, os coletores de cogumelos selvagens que não
são especialistas na identificação das variedades
relativamente seguras podem manifestar problemas de
saúde
 Sabe-se que das mais de 800 espécies identificadas,
apenas 50 produzem efeitos tóxicos nas pessoas
 Para algumas das espécies potencialmente tóxicas,
desenvolveram-se processos de cozimento especiais para
Introdução

torna-las comestíveis
 Em alguns casos, a toxicidade não é eliminada pelo
cozimento, e os efeitos persistem por muitos anos após o
cogumelo ter sido digerido ou ter sido removido do trato
gastrintestinal
 Em 1998, a Associação Americana de controle de
envenenamentos identificou 9839 exposições a toxinas de
cogumelos, sendo que 50% dos casos ocorreram na faixa
etária pediátrica
Introdução
Tipos
 Amanita phalloides
o Representa 90% dos casos de intoxicação em todo o
mundo
o É grande, não tem odor característico, tem capa seca e
coloração amarela esverdeada central
o Esta espécie de cogumelo contém vários peptídeos
cíclicos complexos que são responsáveis pela
toxicidade do cogumelo
o Há dois tipos de substâncias, as faloidinas e as
amanitinas
o Ambas são complexos de peptídeos cíclicos que
contém sete ou oito aminoácidos
Tipos
 Amanita phalloides
o São combinados a componentes polissacarídicos,
formando complexos de alto peso molecular
denominados de miriamaninas
o A faloidinas são hepatotoxinas potentes tanto para
hepatócitos cultivados, quanto para os do corpo após
injeção intravenosa, contudo são pouco absorvidas no
trato gastrointestinal e exibem toxicidade fraca
quando administrada via oral
o A faloidina liga-se aos filamentos de actina
estabilizando-os e perturba o funcionamento normal
do citoesqueleto
o A toxina faloide produz sintomas semelhantes àqueles
da gastroenterite aguda e o quadro se inicia dentro de
Tipos

6 a 12 horas após exposição


 Amanita phalloides
o As amanitinas são consideravelmente mais tóxicas que
as faloidinas
o A DL50 da α-amanitina em roedores é de apenas 0,1
mg/kg, quando essa substância é administrada por via
intravenosa ou oral
o O cogumelo fresco contém de 0,2-0,3 mg de α-
amanitina/g, o que implica que a ingestão de 50 g de
cogumelo fornece uma dose letal de α-amanitina para
um adulto
o Ela é responsável por lesão hepática, renal e pelos
efeitos encefalopáticos
Tipos
 Amanita phalloides
o O mecanismo de ação é explicado pela inibição da
RNA- polimerase II, interferindo portanto na
transcrição do RNA e DNA, afetando a síntese protéica
de uma série de tecidos, principalmente no fígado,
rins, cérebro, pâncreas e testículos
o A intoxicação por Amanita phalloides é uma doença
grave de prognóstico reservado e cuja mortalidade
chega a 51% em menores de 10 anos
o Essa intoxicação ocorre em diferentes estágios
o No estágio I, ocorrem os sintomas de náuseas,
vômitos, diarreia, dor abdominal, podendo surgir
hipotensão, desidratação e distúrbios
hidroeletrolíticos
Tipos
 Amanita phalloides
o No estágio II, iniciam-se as lesões renais e hepáticas,
com achados de hepatomegalia e elevação de
transaminases, bilirrubinas e em casos mais
avançados, há alteração no tempo de protrombina, o
que piora o prognóstico
o A hematúria microscópica, a oligúria e a anúria se
estabelecem
o Os níveis de amilase e lipase podem estar alterados,
quando existe também lesão pancreática
o O estágio III ocorre dentro de 2 a 6 dias após a
exposição e se caracteriza por uma coagulopatia
intensa, com insuficiência renal e encefalopatia
hepática
Tipos
 Amanita phalloides
o Por se tratar de uma intoxicação alimentar grave, o
diagnóstico diferencial é feito com as hepatites
agudas, gastroenterites agudas, toxicidade por
acetominofen e por ferro
o O diagnóstico específico desta intoxicação pode ser
feito através de técnicas de radioimunoensaio,
cromatografia de camada fina e cromatrografia líquida
de alta resolução
o As alterações histológicas identificadas principalmente
em tecido hepático,refletem necrose maciça
centrolobular
Tipos
 Amanita phalloides
o O tratamento consiste em oferecer medidas de
suporte, com manutenção da permeabilidade das vias
aéreas, oferta adequada de aporte metabólico e
nutricional e correção dos distúrbios hidroeletrolíticos
o Se o paciente ingeriu o cogumelo até 1 hora antes da
admissão hospitalar, poderá ser feito o esvaziamento
gástrico com lavagem
o Nos pacientes assintomáticos cuja ingestão não se
pode precisar quando ocorreu, pode-se tentar o uso
do carvão ativado na dose de 1g/kg via oral ou através
de sonda nasogástrica, e observar a evolução durante
6 a 12 horas
O transplante hepático pode ser necessário nos casos
Tipos

graves, quando ocorre hepatite fulminante


 Amanita muscaria
o Outra espécie de cogumelo que causa intoxicação
alimentar é o Amanita muscarea, cuja intoxicação na
faixa etária pediátrica é rara, sendo mais comum em
catadores de cogumelos e em seus familiares, quando
confundem as espécies com outras que são
comestíveis
o Tem a capa vermelha escarlate, com papilas e haste
brancas
o A sua toxina estimula os receptores muscarínicos da
acetilcolina
Tipos
 Amanita muscaria
o Uma vez ingerido o cogumelo, os sintomas se iniciam
dentro de 30 a 90 minutos, com sonolência, confusão,
ataxia, vertigem e euforia, podendo evoluir em alguns
casos para coma
o Os sintomas gastrointestinais não são frequentes e em
crianças, crises convulsivas podem ocorrer
o Esses sintomas duram cerca de 2 dias e os casos fatais
são raros, mas podem acontecer
o Os pacientes intoxicados apresentam salivação
excessiva, lacrimejamento, incontinência urinária e
fecal, cólicas abdominais, vômitos, broncoespasmo e
bradicardia
Tipos
 Amanita muscaria
o No diagnóstico diferencial desta intoxicação estão a
insuficiência cardíaca congestiva, a hipoglicemia, a
doença do soro e a intoxicação por organofosforados
ou carbamatos
o Outros aspectos clínicos das intoxicações por
cogumelos são encontrados quando existe a produção
de ácido ibotêmico, este que também é produzido
pela espécie Amanita muscarea
o O tratamento é feito com uso de medidas de suporte
e sintomáticos
o A administração de atropina é empregada na dose de
0,05 mg/kg, intravenosa, repetida a cada 10 a 20
minutos, para atenuar os sintomas colinérgicos
Tipos
 Psilocybe
o São consumidos por seu efeito psicotrópicos em
cerimônias religiosas de certas tribos de nativos
americanos, uma prática que data da era pré
colombiana
o Os efeitos neurológicos são causados pela psilocibina
e psilocina
o O início dos sintomas normalmente é rápido e os
efeitos geralmente diminuem dentro de 2 horas
o O envenenamento por esses cogumelos raras vezes é
fatal
Tipos
 Psilocybe
o Os casos mais graves ocorreram com crianças nas
quais doses grandes podem causar alucinações
acompanhadas de febre, convulsões, como e morte
o A psilocibina é rapidamente desfosforilada no corpo,
formando psilocina, que por sua vez age como
agonista nos receptores da 5-HT2A do encéfalo, onde
ela imita os efeitos da serotonina
Tipos
Dúvida?

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