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Sistema Muscular – Material de Apoio

A locomoção e a movimentação de partes do corpo, a circulação do sangue nos vasos


sanguíneos, o deslocamento do alimento no tubo digestivo, a eliminação de saliva
pelas glândulas salivares e a eliminação de urina são alguns exemplos de ações que
dependem da atividade muscular. Os músculos transformam a energia dos nutrientes
em força permitindo a movimentação do corpo, além da função de locomoção e
movimento os músculos funcionam também como reservatório proteico e como
produtores de calor.

Os músculos são constituídos basicamente por tecido muscular, cujas células são
especializadas em se contrair. No corpo humano há três tipos de tecido muscular:
estriado esquelético, estriado cardíaco e não estriado ou liso. O tecido muscular
estriado esquelético constitui a maior parte dos músculos do corpo, associados aos
ossos, os músculos esqueléticos possibilitam os movimentos e a manutenção da
postura corporal. O tecido muscular estriado cardíaco é encontrado apenas no coração,
sendo responsável pelos batimentos cardíacos. O tecido muscular liso está presente em
órgãos viscerais, como estômago, intestino etc., em diversas glândulas e paredes dos
vasos sanguíneos.

No tecido muscular estriado esquelético, as fibras musculares, ou miócitos, originam-se


pela fusão de inúmeras células precursoras embrionárias, os mioblastos. Cada fibra
muscular é multinucleada e pode medir entre 50 μm e 150 μm de diâmetro, com um
comprimento que varia de alguns milímetros a cerca de 30 cm. Os núcleos celulares
dispõem-se na periferia da fibra muscular, cuja região central é totalmente ocupada
por um conjunto organizado de filamentos de actina e miosina, as miofibrilas. É a alta
organização dessas proteínas que confere às fibras musculares esqueléticas e cardíacas
seu aspecto estriado típico.

A membrana plasmática que envolve cada


miócito recebe a denominação específica de
sarcolema (do grego sarcos, carne, e lemma,
revestimento); o citoplasma, por sua vez, é
chamado de sarcoplasma. De espaços em
espaços, o sarcolema se dobra para o interior do
sarcoplasma, formando tubos achatados, os
túbulos T, que se comunicam com o retículo
endoplasmático não granuloso (retículo
sarcoplasmático). Este, nas células musculares, é
especializado no armazenamento de íons de
cálcio (Ca21), fundamentais à contração
muscular. Muitos músculos têm cor avermelhada
devido à presença de mioglobina em suas fibras.
A mioglobina é uma proteína semelhante à
hemoglobina, mas constituída por uma única
cadeia polipeptídica ligada a um grupo heme.
Cada mioglobina é capaz de se ligar a uma molécula de oxigênio (O2 ) e, dessa forma,
armazenar esse gás no interior da célula para momentos de grande atividade muscular,
que demandam intensa respiração celular.

Contração das miofibrilas

As miofibrilas apresentam um padrão de faixas ou estrias transversais que, nos


mamíferos, se repete a cada 2,2 μm, em média. Cada unidade de repetição,
denominada miômero, ou sarcômero, é delimitada por dois discos transversais, que
aparecem ao microscópio eletrônico como duas linhas densas, denominadas linhas Z
(ou discos Z). Em cada miômero, distinguem-se três faixas (ou bandas) mais claras,
separadas por duas faixas mais escuras. As faixas escuras correspondem aos locais
onde os filamentos de actina (filamentos delgados) se sobrepõem aos de miosina
(filamentos espessos), enquanto as faixas claras correspondem às regiões onde esses
filamentos não estão sobrepostos. Nas faixas claras laterais, denominadas bandas I, não
há filamentos de miosina, ao passo que na faixa clara central, denominada zona H, não
há filamentos de actina. A porção central dos miômeros, correspondente à localização
dos filamentos de miosina, recebe a denominação de banda A. A contração da
miofibrila ocorre pelo deslizamento dos filamentos de miosina sobre os de actina, com
consequente encurtamento do miômero.

A contração de uma fibra esquelética é desencadeada pela terminação nervosa


(axônica) associada a cada fibra muscular. O estímulo nervoso se propaga para o
interior da fibra estriada e provoca a liberação de íons de Ca+ armazenados no interior
de bolsas do retículo endoplasmático. Os íons de Ca+ espalham-se pelo citosol e
entram em contato direto com as miofibrilas, provocando o deslizamento da miosina
sobre a actina e o encurtamento dos miômeros, com contração da fibra muscular.

Músculos e movimentação corporal

As extremidades dos músculos estriados esqueléticos são geralmente afiladas e


terminam em cordões fibrosos altamente resistentes de tecido conjuntivo, os tendões,
que ligam os músculos aos ossos. Ao se contrair, um músculo estriado esquelético puxa
os ossos aos quais ele está ligado; entretanto, ao relaxar, o músculo não consegue
empurrar os ossos. Por isso, os músculos esqueléticos atuam realmente em duplas,
com movimentos antagônicos. Uma dupla de músculos de nosso braço, o bíceps e o
tríceps, exemplifica esse antagonismo muscular. O bíceps está ligado aos ossos do
ombro e ao osso rádio; ao se contrair, ele puxa o antebraço para cima. O tríceps
prende-se aos ossos do ombro e ao osso ulna; sua contração produz a extensão do
antebraço.

A contração de uma fibra muscular esquelética segue a “lei do tudo ou nada”, ou seja,
ou a fibra se contrai totalmente ou não se contrai. Assim, se o estímulo nervoso for
suficientemente intenso para estimular a fibra muscular, ela se contrairá com o máximo
de sua capacidade. O grau de contração de um músculo depende da quantidade de
fibras estimuladas. Quando o estímulo nervoso é fraco, só algumas fibras são
estimuladas, e o resultado é uma contração fraca do músculo. No caso de uma
estimulação forte, muitas fibras musculares são estimuladas simultaneamente, e a
contração do músculo é intensa. Uma fibra muscular estriada consegue se manter
contraída por pouco tempo, algo em torno de alguns milésimos de segundos.
Entretanto, o músculo inteiro pode se manter contraído por longo tempo, o que
ocorre, por exemplo, quando seguramos um objeto pesado. A manutenção de um
músculo em estado de contração é possível porque, enquanto durar a estimulação
nervosa, haverá alternância entre as fibras musculares contraídas e as relaxadas.

Fibras musculares lentas e fibras musculares rápidas

Recentes pesquisas sobre a fisiologia muscular mostraram que há dois tipos de


moléculas de miosina (denominados tipo I, ou miosina lenta, e tipo II, ou miosina
rápida), relacionados às diferentes velocidades de contração das fibras musculares.
Fibras musculares portadoras de miosina do tipo II (rápida) contraem-se cerca de 10
vezes mais depressa que as fibras portadoras de miosina do tipo I (lenta). Fibras
musculares com miosina do tipo I, lentas, têm mais mitocôndrias, maior irrigação
sanguínea e maior quantidade de mioglobina que fibras de miosina do tipo II. As fibras
lentas são mais eficientes na realização de esforço moderado e prolongado, como o
necessário em corridas de longa distância, ciclismo e natação. Fibras musculares com
miosina tipo II, rápidas, têm pouca mioglobina, menor quantidade de mitocôndrias e
são mais eficientes para realizar esforços intensos de curta duração, como corridas de
velocidade ou levantamento de peso. A quantidade de fibras lentas e de fibras rápidas
é mais ou menos equivalente na maioria dos adultos saudáveis e ativos. Algumas
pessoas, porém, têm maior porcentagem de fibras de um tipo ou de outro. E é
exatamente isso que qualifica certas pessoas para atividades atléticas como a
maratona, que exige maior quantidade de fibras lentas, e outras para corridas de 100
metros rasos, que exigem maior quantidade de fibras rápidas.

Tônus muscular

Em condições normais, os músculos esqueléticos sempre apresentam poucas fibras


estimuladas a se contrair. Quando essas fibras relaxam, outras se contraem em seu
lugar, de modo que todo músculo apresenta um estado permanente de atividade ou
tensão muscular, conhecido por tônus muscular, responsável pela firmeza dos
músculos e importante na manutenção da postura do corpo. O tônus muscular
depende da inervação por neurônios motores e, além de manter os músculos
preparados para a contração, é fundamental para a manutenção da atividade vital das
células musculares. Pessoas com lesões da medula espinal, ou portadoras de certas
doenças neurológicas, em que há falta de estimulação nervosa dos músculos, podem
perder o tônus e sofrer degeneração do tecido muscular, com consequente atrofia da
musculatura.

Classificação dos Músculos

Existem diversas classificações que ajudam no estudo dos músculos estriado


esqueléticos, cada uma depende de um fator e objetivo que se pretende estudar. Mas
para compreender as classificações é preciso entender alguns conceitos.

Componentes anatômicos dos músculos estriado esqueléticos:

1 – Ventre muscular: porção media, carnosa e contrátil

2- Tendões: extremidades em forma de fita ou cilindro, atua na afixação dos músculos

3 – Aponeuroses: Extremidades laminares, atua na fixação dos músculos.

Tendão

Ventre Aponeurose

Classificação do musculo estriado esquelético

1 –Origem
Ponto proximal ou cranial de fixação do músculo.
Bíceps: dois pontos de fixação;
Tríceps: três pontos de fixação;
Quadríceps: quatro pontos de fixação.
2 – Inserção
Ponto distal ou caudal de fixação do músculo.
Bicaudado: dois pontos de fixação terminal;
Policaudado: mais de dois pontos de fixação terminal.

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