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Fisioterapia e Ética
Profissional
Prof. ª Karina Lopes
Prof. ª Laura de Oliveira Carmona
Indaial – 2019
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof. ª Karina Lopes
Prof. ª Laura de Oliveira Carmona
L864f
Lopes, Karina
ISBN 978-85-515-0412-3
CDD 610
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico!
Esse livro será um divisor de águas para que você, acadêmico, enten-
da o que a Fisioterapia como Ciência possui como ferramentas para promo-
ver a saúde, prevenir agravos e reabilitar o paciente, seja na área Ortopédica,
Traumatológica, Esportiva, Gerontológica, Dermatofuncional, Neurofuncio-
nal, Respiratória, Cardiovascular, entre outras.
Mas será que foi sempre assim? Será que a Fisioterapia foi desde o
início considerada uma Ciência e Profissão regulamentada?
Esse livro está dividido em três unidades de forma a permitir que você
acadêmico, consiga entender a linha histórica da prática da Fisioterapia, desde
os primórdios até a atualidade, possibilitando compreender as trasnformações
sofridas ao longo dos anos e como atualmente econtra-se o mercado de trabalho,
necessitando que legamente o profissional esteja apto a realizar sua atividade
profissional, dentro de suas atribuições.
Agora convidamos você para iniciarmos juntos esse estudo por toda
a trajetória da profissão de Fisioterapeuta que há 50 anos vem contribuindo
para a melhoria da qualidade de vida das pessoas em diversas áreas.
Bons estudos!
Prof. ª Karina Lopes
Prof. ª Laura de Oliveira Carmona
IV
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
V
VI
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que te levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para teu estudo.
VII
Sumário
UNIDADE 1 – FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA FISIOTERAPIA...........................................1
VIII
2.2 A INSTALAÇÃO DO SERVIÇO DE FISIOTERAPIA NO HOSPITAL CENTRAL DA SANTA
CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO..............................................................................32
2.3 O SURGIMENTO DO PRIMEIRO CURSO DE FISIOTERAPIA A NÍVEL TÉCNICO
NO BRASIL NO INSTITUTO CENTRAL DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE
SÃO PAULO......................................................................................................................................34
2.4 A EVOLUÇÃO DO CURSO DE FISIOTERAPIA.........................................................................34
2.4.1 A fundação da ABBR e a iniciação do curso técnico em reabilitação...............................35
2.4.2 O curso de Fisioterapia da FMUSP........................................................................................37
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................38
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................39
IX
2.1 DEFINIÇÃO DE CNE, SUA IMPORTÂNCIA E RELAÇÃO COM CES,
MEC E DCNs.........................................................................................................................................61
2.2 O PAPEL DO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, DA CÂMARA
DE ENSINO SUPERIOR E DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
NO ENSINO SUPERIOR.................................................................................................................62
2.3 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS EM FISIOTERAPIA.........................................64
2.3.1 Princípios das diretrizes curriculares nacionais em Fisioterapia......................................64
2.3.2 Objetivos das diretrizes curriculares nacionais em Fisioterapia.......................................65
2.3.3 A formação profissional segundo as DCNS e o perfil do
formando-egresso-profissional....................................................................................................65
2.3.3.1 Competências e habilidades do egresso em Fisioterapia – competências e
habilidades gerais.....................................................................................................................65
2.3.3.2 Competências e habilidades específicas...................................................................65
2.4 CONTEÚDOS CURRICULARES...................................................................................................66
3 ESTÁGIOS E ATIVIDADES COMPLEMENTARES DO CURSO DE FISIOTERAPIA..........66
3.1 ORGANIZAÇÃO DO CURSO DE FISIOTERAPIA.....................................................................67
3.2 FATORES QUE CONTRIBUÍRAM PARA A REFORMULAÇÃO DAS DCNs........................67
4 A INFLUÊNCIA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL NAS DCNS .................................................69
4.1 COMO A LEI ORGÂNICA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Nº 8.080 DE 19/09/1990
INFLUENCIOU NA REFORMULAÇÃO DAS DCNs.................................................................69
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................72
RESUMO DO TÓPICO 5........................................................................................................................76
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................77
X
2 ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS POR ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA................95
2.1 FISIOTERAPIA EM TRAUMATO ORTOPEDIA E EM REUMATOLOGIA............................95
2.1.1 Avaliação em Traumato Ortopedia e Reumatologia...........................................................98
2.2 RECURSOS TERAPÊUTICOS UTILIZADOS EM TRAUMATO ORTOPEDIA
E REUMATOLOGIA......................................................................................................................102
2.3 FISIOTERAPIA EM NEUROLOGIA . .........................................................................................105
2.3.1 Escalas de Avaliação Neurofuncional.................................................................................108
2.3.2 Abordagens terapêuticas em Fisioterapia Neurofuncional.............................................113
2.4 FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA.................................................................................................117
2.5 FISIOTERAPIA EM UROGINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA..................................................122
2.5.1 Atuação fisioterapêutica em Urologia e Ginecologia........................................................122
2.5.2 O programa terapêutico........................................................................................................123
2.6 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL.................................................................................127
2.6.1 Avaliação em Fisioterapia Dermatofuncional....................................................................128
2.6.2 Recursos terapêuticos em Fisioterapia Dermatofuncional..............................................130
2.7 FISIOTERAPIA EM ERGONOMIA.............................................................................................132
2.7.1 Ergonomia como ciência.......................................................................................................133
2.7.2 A prática de Ginástica Laboral dentro da Saúde do Trabalhor.......................................134
2.8 FISIOTERAPIA EM SAÚDE DO IDOSO ....................................................................................135
2.9 FISIOTERAPIA AQUÁTICA.........................................................................................................139
2.10 FISIOTERAPIA ESPORTIVA......................................................................................................141
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................146
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................147
XI
2 ÓRGÃOS QUE REGULAMENTAM A PROFISSÃO...................................................................167
2.1 CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
(COFFITO).............................................................................................................................................167
2.2 CONSELHOS REGIONAIS DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
(CREFITOS)............................................................................................................................................168
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................170
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................171
TÓPICO 5 – BIOÉTICA......................................................................................................................207
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................207
2 IMPORTÂNCIA E FUNÇÕES DA BIOÉTICA....................................................................207
3 MODELOS DE DISCURSOS BIOÉTICOS....................................................................................208
4 EVOLUÇÃO HISTÓRICA.................................................................................................................209
4.1 BIOÉTICA NO BRASIL..................................................................................................................210
5 BIOÉTICA PRINCIPIALISTA...........................................................................................................210
6 PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA............................................................................................................211
7 DIRETRIZES INTERNACIONAIS PARA PESQUISA EM SERES HUMANOS...................214
7.1 PRINCIPAIS DIRETRIZES INTERNACIONAIS EM PESQUISA (CIOMS, 1993).................217
7.2 LIMITES DA PESQUISA EM SERES HUMANOS NO BRASIL..............................................221
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................225
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................232
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................233
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................234
XII
UNIDADE 1
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
DA FISIOTERAPIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer que, em cada uma dessas fases, houve visões diferentes sobre o
corpo, sobre a saúde e o autocuidado;
• perceber que depois do surgimento de doenças que até então não existiam
houve um impacto da mecanização sobre a saúde e, por fim, o surgimento
de estudos e pesquisas sobre a prática da Fisioterapia;
• verificar que em tempos remotos agentes físicos eram utilizados como tra-
tamento de algumas desordens e qual a sua analogia com a atualidade;
• saber como e quando a Fisioterapia surgiu como objeto de estudo e de tra-
balho junto à classe médica, o impacto da atuação na prática clínica fazendo
com que a mesma passasse mais tarde a ser ofertada como curso superior;
1
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
3
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA FISIOTERAPIA
4
TÓPICO 1 | AS MODIFICAÇÕES NA CONCEPÇÃO DO OBJETO DE TRABALHO
E A FISIOTERAPIA NOS DIFERENTES MOMENTOS DE SUA CONSTITUIÇÃO
6
TÓPICO 1 | AS MODIFICAÇÕES NA CONCEPÇÃO DO OBJETO DE TRABALHO
E A FISIOTERAPIA NOS DIFERENTES MOMENTOS DE SUA CONSTITUIÇÃO
7
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA FISIOTERAPIA
8
TÓPICO 1 | AS MODIFICAÇÕES NA CONCEPÇÃO DO OBJETO DE TRABALHO
E A FISIOTERAPIA NOS DIFERENTES MOMENTOS DE SUA CONSTITUIÇÃO
10
TÓPICO 1 | AS MODIFICAÇÕES NA CONCEPÇÃO DO OBJETO DE TRABALHO
E A FISIOTERAPIA NOS DIFERENTES MOMENTOS DE SUA CONSTITUIÇÃO
11
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA FISIOTERAPIA
Com toda essa organização social em camadas (cada qual com suas fun-
ções específicas e o forte papel do clero e da fé do homem) percebe-se que as
diferenças incômodas ou as desordens físicas têm correlação com o jeito de viver
dessa hierarquia. O exterior refletia o interior, ou seja, se o homem de determi-
nada classe dentro de suas atribuições “fugisse” dos padrões organizacionais, ou
mesmo se o seu lado religioso estivesse comprometido por falta de fé, sua desor-
dem física ocorria por influência demoníaca, ou seja, o que acontecia por fora era
ocasionado por aquilo que trazia por dentro.
12
TÓPICO 1 | AS MODIFICAÇÕES NA CONCEPÇÃO DO OBJETO DE TRABALHO
E A FISIOTERAPIA NOS DIFERENTES MOMENTOS DE SUA CONSTITUIÇÃO
FIGURA 12 – RENASCIMENTO
Pode-se observar que a mentalidade de cuidado com o corpo não era diri-
gida apenas ao tratamento ou cuidados com as situações já instaladas, mas havia
a preocupação com a manutenção das condições existentes em organismos sãos.
Fica claro aqui a mudança de visão do conceito de saúde: enfoque curativo x en-
foque preventivo.
14
TÓPICO 1 | AS MODIFICAÇÕES NA CONCEPÇÃO DO OBJETO DE TRABALHO
E A FISIOTERAPIA NOS DIFERENTES MOMENTOS DE SUA CONSTITUIÇÃO
As pessoas com maior poder aquisitivo eram donas das terras e o povo era
dono de sua força de trabalho. A obtenção de lucros tornou-se uma obsessão para os
que controlavam a sociedade e a população de baixa renda pagava o preço para esse
crescimento.
16
TÓPICO 1 | AS MODIFICAÇÕES NA CONCEPÇÃO DO OBJETO DE TRABALHO
E A FISIOTERAPIA NOS DIFERENTES MOMENTOS DE SUA CONSTITUIÇÃO
17
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA FISIOTERAPIA
Essa época foi muito marcada pela assistência curativa e reabilitadora, não
havia preocupação com a prevenção ou mesmo com a manutenção da saúde, até
porque, nessa época cabia essa responsabilidade ao empregador e não ao Estado e
o empregador tinha apenas visão de lucro.
18
TÓPICO 1 | AS MODIFICAÇÕES NA CONCEPÇÃO DO OBJETO DE TRABALHO
E A FISIOTERAPIA NOS DIFERENTES MOMENTOS DE SUA CONSTITUIÇÃO
19
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA FISIOTERAPIA
20
TÓPICO 1 | AS MODIFICAÇÕES NA CONCEPÇÃO DO OBJETO DE TRABALHO
E A FISIOTERAPIA NOS DIFERENTES MOMENTOS DE SUA CONSTITUIÇÃO
21
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA FISIOTERAPIA
22
TÓPICO 1 | AS MODIFICAÇÕES NA CONCEPÇÃO DO OBJETO DE TRABALHO
E A FISIOTERAPIA NOS DIFERENTES MOMENTOS DE SUA CONSTITUIÇÃO
23
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA FISIOTERAPIA
24
TÓPICO 1 | AS MODIFICAÇÕES NA CONCEPÇÃO DO OBJETO DE TRABALHO
E A FISIOTERAPIA NOS DIFERENTES MOMENTOS DE SUA CONSTITUIÇÃO
FIGURA 25 – ALBERT SABIN E JONAS SALK (ÓCULOS), OS PESQUISADORES DA VACINA ANTI PÓLIO
Parece que, conforme for entendido o que seja o objeto de trabalho da Fi-
sioterapia, serão desenvolvidos atenção, atividades, esforços e estudos
na direção das patologias (“diferenças” ou alterações incômodas nos
organismos) ou de atividades, estudos e esforços na direção de mais do
que apenas as patologias. O objeto de trabalho da Fisioterapia no Brasil,
de certa forma, não se apresenta de maneira diferente do que já pode ser
percebido até agora na história do desenvolvimento da concepção de
trabalho com a “saúde” das pessoas. Vale eliminar melhor o que pode
ser caracterizado como objeto de trabalho de estudo dessa área ou dessa
profissão no País (REBELATTO; BOTOME, 1999, p. 20).
Nos anos 30, tanto na cidade do Rio de Janeiro como em São Paulo, os
primeiros serviços ligados à fisioterapia foram idealizados por médicos. Esses
estabelecimentos não visavam apenas a estabilidade clínica do paciente, como
em hospitais por exemplo, mas sim a recuperação física permitindo o retorno à
sociedade, com funções idênticas anteriores à lesão ou mesmo semelhantes. Essa
visão dos médicos fez com que eles fossem chamados de médicos de reabilitação e
os profissionais de fisioterapia de auxiliares de médico (CARVALHO et al., 2014).
DICAS
• https://blog.inspirar.com.br/fisioterapia-na-idade-media/
• http://www.bodyworks.med.br/historia-da-fisioterapia/
• http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/CarolinaCristinadoNascimento.pdf/
26
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A Antiguidade foi marcada por diferenças incômodas e a visão era muito curativa,
não tendo enfoque preventivo.
• Cada fase da História teve uma visão e uma atuação característica sobre o conceito
de doença e de ação em saúde.
• Por fim, a Fisioterapia, no final do século XX, por ser área da saúde, sofreu as mes-
mas oscilações no decorrer da História. Desde o seu surgimento não existiu um ob-
jeto de estudo ou de intervenção pré-definido levando a profissão a caracterizar-se
ao longo de sua existência.
27
AUTOATIVIDADE
3 Citou-se recursos físicos, como o uso da luz, do sol, dos banhos e do peixe elétri-
co, como agentes terapêuticos. Analogamente, hoje são utilizadas essas formas
de tratamento, mas com denominações e classificações diferentes. Como são
chamados, atualmente, esses agentes terapêuticos?
5 Em vários momentos da história viu-se que a visão da época era apenas cura-
tiva, sem haver o enfoque preventivo. O que você, como estudante da área da
saúde, entende sobre a importância da prevenção nos aspectos sociais e econô-
micos?
28
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Toda essa trajetória fez com que a profissão de fisioterapeuta, até então não
regulamentada, começasse a ser vista como indispensável à sociedade, claro que
em um primeiro momento sem autonomia profissional e com pouca estrutura, mas
aos poucos o entendimento de que era necessário lutar pelo reconhecimento e va-
lorização da classe.
A Casa das Duchas que existe até hoje foi tombada como patrimônio his-
tórico. Localiza-se em Petropólis, no estado do Rio de Janeiro e na época de fun-
cionamento atendia cerca de cinquenta pessoas por hora, com o intituito de tratar
enfermidades pelo uso da água. Era um dos pontos mais bem frequentados da
cidade. Integrantes do Império, homens de Estado e toda a elite da época iam
muito ao local, como por exemplo D. Pedro II, Joaquim Nabuco, Visconde de
Mauá, Paulo Barbosa, entre outros. Com a queda da Monarquia o estabelecimen-
to foi decaindo havendo então o colapso total de sua frequência.
30
TÓPICO 2 | A ORIGEM E A EVOLUÇÃO DA FISIOTERAPIA
31
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
32
TÓPICO 2 | A ORIGEM E A EVOLUÇÃO DA FISIOTERAPIA
FONTE: <https://s3.amazonaws.com/s3.timetoast.com/public/uploads/photos/12176863/
historia_ rehabilitaci% C3%B3n_fisioterapia.jpg>. Acesso em: 5 de jul. 2019.
33
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
A oferta do Curso da ABBR durou até quando a Lei n° 5.029 criou, anexo
à cadeira de Ortopedia e Traumatologia da FMUSP – Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo, o Instituto de Reabilitação. O curso formou inúmeros
fisioterapeutas de 1951 até 1958. Esse Instituto de Reabilitação iniciou suas ativida-
des através do engajamento de médicos do cenário nacional, entre eles, o brasileiro
Dr. Godoy Moreira, através de acordos com algumas organizações internacionais
(MARQUES; SANCHES, 1994).
36
TÓPICO 2 | A ORIGEM E A EVOLUÇÃO DA FISIOTERAPIA
DICAS
• http://terapiadomovimento.blogspot.com/2009/05/fisioterapia-fisioterapia-e-o.html
• http://www.hcte.ufrj.br/downloads/sh/sh9/SH/trabalhos%20orais%20completos/
ATUALIZACOES-SOBRE-A-HISTORIA-DA-FISIOTERAPIA-NO-BRASIL.pdf
37
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Importantes nomes da classe médica foram responsáveis pelo início de sua atuação.
38
AUTOATIVIDADE
39
40
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
No terceiro tópico desta unidade, abordaremos a retrospectiva histórica
da regulamentação da profissão, bem como a oferta de cursos de Fisioterapia
em nosso país com base nas diretrizes da Câmara de Ensino Superior. De forma
correlacionada faremos apontamentos sobre a expansão do ensino e se nesse pro-
cesso houve planejamento adequado.
41
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
42
TÓPICO 3 | ASPECTOS HISTÓRICOS DA TENTATIVA DE REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO E DA OFERTA DE CURSOS DE
FISIOTERAPIA COM BASE NA CÂMARA DE ENSINO SUPERIOR (CES)
43
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
44
TÓPICO 3 | ASPECTOS HISTÓRICOS DA TENTATIVA DE REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO E DA OFERTA DE CURSOS DE
FISIOTERAPIA COM BASE NA CÂMARA DE ENSINO SUPERIOR (CES)
Nos períodos de 1960 e 1970, durante o regime militar, a ABF por meio
de estratégia política conseguiu uma das maiores conquistas da profis-
são. No ano de 1969, os Ministros da Marinha de Guerra, do Exército
e da Aeronáutica assinaram o Decreto Lei n.938 de 13 de outubro de
1969 que reconhecia o fisioterapeuta e os cursos superiores de Fisiote-
rapia, reservando aos graduados nestes cursos o direito exclusivo da
profissão (GAVA, 1994, p. 34).
45
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
46
TÓPICO 3 | ASPECTOS HISTÓRICOS DA TENTATIVA DE REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO E DA OFERTA DE CURSOS DE
FISIOTERAPIA COM BASE NA CÂMARA DE ENSINO SUPERIOR (CES)
Os cursos, até então, não eram padronizados nos seus currículos e nem sua
carga horária. Entretanto, o Conselho Federal de Educação resolveu, através do pa-
recer CES 388, de 10/12/1962, fixar os currículos mínimos e considerá-los análogos
aos dos Enfermeiros, e denominar seus formandos como Técnicos em Fisioterapia, e
não mais auxiliares médicos. Prevalecia a idéia de formação de intermediários para
atuarem sob a tutela médica, com competência apenas para as tarefas de caráter te-
rapêutico. O futuro técnico não adquiriria conhecimento sobre o ser humano, sua
constituição, interação de suas partes, seu desenvolvimento ontogênico e filogênico,
os principais agentes e mecanismos das patologias. Como poderia tratar o ser hu-
mano, sem nada entender sobre ele, a não ser a técnica de ligar, aplicar e desligar os
equipamentos fisioterapêuticos, mecanicamente, e tendo que confiar cegamente no
diagnóstico, prognóstico e prescrição do médico. Como se não bastasse, este curso
superior era totalmente desprovido da investigação científica e, portanto, não havia
condições de desenvolver consciência crítica da realidade nem perspectivas de evo-
lução (KURBAN, 2005).
47
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
O Decreto Lei 938/69, em todo o seu instrumento legal, diz que as profis-
sões de Fisioterapeuta e de Terapeuta Ocupacional são tratadas em conjunto e
que isso na época foi uma estratégia adotada com a finalidade de unir forças e ter
poder nas negociações (GAVA, 2004).
A junta militar que governava o país na época assinou o Decreto Lei e re-
gulamentou as profissões de Fisioterapeuta e de Terapeuta Ocupacional, ambas
profissões sendo reconhecidas como de nível superior (CARVALHO et al., 2014).
48
TÓPICO 3 | ASPECTOS HISTÓRICOS DA TENTATIVA DE REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO E DA OFERTA DE CURSOS DE
FISIOTERAPIA COM BASE NA CÂMARA DE ENSINO SUPERIOR (CES)
fisioterapia durante o seu período de convalescência. Esse episódio fez com que
a junta militar da época, que sucedeu o governo de Costa e Silva, reconhecesse o
profissional fisioterapeuta, através do Decreto Lei 938/69 (KURBAN, 2005).
DICAS
49
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Essa expansão ocorreu de forma não tão planejada, tendo em vista a distribuição
de cursos por região, bem como a sua relação com a distribuição populacional.
50
AUTOATIVIDADE
2 Além do Decreto Lei 938/69 ter sido responsável pela regulamentação da pro-
fissão, também contribuiu para a expansão do ensino no Brasil. Qual a correla-
ção entre a permissão do exercício da profissão e a oferta de curso na área?
51
52
UNIDADE 1
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior vimos que a regulamentação da profissão pelo Decreto
Lei 938, assinado em 13 de outubro de 1969, contribuiu para a definição da prática
clínica em Fisioterapia e exerceu influência direta na oferta de cursos permitindo a
expansão do ensino no país.
Este tópico, será responsável por trazer informações específicas sobre o que
é permitido ao fisioterapeuta executar em sua prática clínica e qual é o papel de
órgãos regulamentadores da profissão como COFFITO e CREFITO.
Boa leitura!
53
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
Por outro lado, o da Fisiatria, seria um retrocesso para a classe médica, pois,
as clínicas que eram de propriedade médica e que utilizassem mão de obra não
qualificada para exercer a função do agora profissional Fisioterapeuta, e que pa-
gavam baixos salários, ficariam em perigo: ou não ofertariam mais o serviço ou
precisariam se adequar para a nova realidade.
54
TÓPICO 4 | ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL FISIOTERAPEUTA APÓS A ASSINATURA DO DECRETO LEI 938/69
Desde a sua criação, até 1995, o COFFITO atuava junto ao Ministério do Tra-
balho e através da Lei nº 9.098 se desvinculou. A partir do momento em que foi san-
cionada a Lei nº 6.316 e criou-se essa autarquia federal, entende-se que o papel do
COFFITO a nível nacional é:
O COFFITO tem em seu histórico uma árdua luta em prol dos interesses da
saúde e do bem-estar da população brasileira e, desde a regulamentação profissional,
observa-se um crescente reconhecimento por parte da população, bem como das po-
líticas de saúde pública e privada de nosso país.
Além disso, a Lei serviu para que os “conflitos” de interesse profissional en-
tre a Medicina Física de Reabilitação e a Fisioterapia fossem revistos e solucionados
(GAVA, 2004).
55
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
2.4 OS CREFITOs
Na sequência estão listados os dezoito CREFITOs:
56
TÓPICO 4 | ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL FISIOTERAPEUTA APÓS A ASSINATURA DO DECRETO LEI 938/69
DICAS
57
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• O Decreto Lei 938 de 13 de outubro de 1969 permitiu que houvesse uma determi-
nação legal acerca das atribuições profissionais do fisioterapeuta.
58
AUTOATIVIDADE
59
60
UNIDADE 1
TÓPICO 5
1 INTRODUÇÃO
O último tópico da Unidade 1, será finalizado com a explanação do tema
Parecer CNE/CES e sua relação com as DCNs como forma de manter a qualidade
do ensino em Fisioterapia, levando em consideração o papel do MEC, definição das
diretrizes curriculares, quais os objetivos na formação acadêmica do futuro profis-
sional, as habilidades e as competências.
Vamos começar?
61
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
63
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
• Permitir diálogo com todos os sistemas de ensino (em nível federal, estadual e
municipal), em compromisso com a Política Nacional de Educação, em regime de
colaboração e de cooperação.
64
TÓPICO 5 | O PARECER CNE/CES 1210/2001 COMO DETERMINANTE NO CREDENCIAMENTO DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO
SUPERIOR QUE OFERTAM A GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA E SUA RELAÇÃO COM AS DCNs (DIRETRIZES CURRICULARES
NACIONAIS)
65
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
66
TÓPICO 5 | O PARECER CNE/CES 1210/2001 COMO DETERMINANTE NO CREDENCIAMENTO DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO
SUPERIOR QUE OFERTAM A GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA E SUA RELAÇÃO COM AS DCNs (DIRETRIZES CURRICULARES
NACIONAIS)
• Perfil do formando-egresso-profissional.
• Competências e habilidades.
• Conteúdos curriculares.
• Estágios e atividades complementares.
• Organização do curso.
• Acompanhamento e avaliação.
Após ter sido feita a análise das propostas, a Comissão adotou o formato preco-
nizado pelo Parecer CNE/CES 583/2001 para as áreas de conhecimento que integram a
saúde, traçando o perfil do egresso, as competências e habilidades, o estágio e as ativi-
dades complementares, a organização do curso e acompanhamento/avaliação.
68
TÓPICO 5 | O PARECER CNE/CES 1210/2001 COMO DETERMINANTE NO CREDENCIAMENTO DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO
SUPERIOR QUE OFERTAM A GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA E SUA RELAÇÃO COM AS DCNs (DIRETRIZES CURRICULARES
NACIONAIS)
país, cujo objetivo maior era nortear as novas perspectivas profissionais, em conjunto
com COFFITO, CREFITOs e ABENFISIO.
Já o Artigo 196 garante que “[...] a saúde é direito de todos e dever do Es-
tado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (BRASIL, 1988, s.p.).
69
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
70
TÓPICO 5 | O PARECER CNE/CES 1210/2001 COMO DETERMINANTE NO CREDENCIAMENTO DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO
SUPERIOR QUE OFERTAM A GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA E SUA RELAÇÃO COM AS DCNs (DIRETRIZES CURRICULARES
NACIONAIS)
FIGURA 40 – PRINCÍPIOS DO SUS
DICAS
71
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
LEITURA COMPLEMENTAR
Cristine Brandenburg
Aline Barbosa Teixeira Martins
Introdução
Definição
72
TÓPICO 5 | O PARECER CNE/CES 1210/2001 COMO DETERMINANTE NO CREDENCIAMENTO DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO
SUPERIOR QUE OFERTAM A GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA E SUA RELAÇÃO COM AS DCNs (DIRETRIZES CURRICULARES
NACIONAIS)
A Fisioterapia no Brasil
73
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
rapeuta que, refletindo o movimento da saúde então vigente, definiu como atos
desse profissional, “[...] planejar, programar, ordenar, coordenar, executar e su-
pervisionar métodos e técnicas fisioterápicos que visem à saúde nos níveis de
prevenção primária, secundária e terciária” (BRASIL, 1978).
Em relação ao Decreto-Lei nº 938/69, a Resolução COFITTO nº 08/78 am-
pliou consideravelmente o campo de atuação do fisioterapeuta, tanto em relação
aos níveis de assistência (prevenção primária, secundária e terciária) quanto ao
foco da atenção, passando a apreender a saúde do indivíduo como um todo e não
mais apenas no que diz respeito à sua capacidade física.
74
TÓPICO 5 | O PARECER CNE/CES 1210/2001 COMO DETERMINANTE NO CREDENCIAMENTO DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO
SUPERIOR QUE OFERTAM A GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA E SUA RELAÇÃO COM AS DCNs (DIRETRIZES CURRICULARES
NACIONAIS)
75
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu que:
DICAS
76
AUTOATIVIDADE
77
78
UNIDADE 2
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
79
80
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Apesar de a Fisioterapia ter sido considerada, em sua gênese, uma profissão
reabilitadora, os recentes avanços rompem esse paradigma e buscam sua redefini-
ção como profissão de saúde em um contexto mais amplo e de atenção em todos
os níveis das condições de saúde, manutenção e prevenção da doença, em busca da
qualidade de vida das pessoas.
DICAS
81
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
82
TÓPICO 1 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES DA FISIOTERAPIA
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UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
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TÓPICO 1 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES DA FISIOTERAPIA
DICAS
DICAS
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UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
2.6 GERONTOLOGIA
O Plenário do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, CO-
FFITO, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, em sua 272ª Reunião
Plenária Ordinária, realizada no dia 20 de dezembro de 2016, em sua subsede, reco-
nhece e disciplina a especialidade profissional de Fisioterapia em Gerontologia e dá
outras providências, através da Resolução 476, de 20 de dezembro de 2016.
87
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
2.7 TRABALHO
O Plenário do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, CO-
FFITO, no exercício de suas atribuições legais e regimentais e cumprindo o delibe-
rado em sua 265ª Reunião Plenária Ordinária, realizada nos dias 20 e 21 de maio de
2016, em sua subsede reconhece e disciplina a especialidade profissional de Fisiote-
rapia do Trabalho e dá outras providências.
88
TÓPICO 1 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES DA FISIOTERAPIA
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UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
3 ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS
Carvalho et al. (2014), lista algumas das áreas da Fisioterapia e cita algumas
atribuições profissionais:
90
TÓPICO 1 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES DA FISIOTERAPIA
DICAS
91
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Apesar de a Fisioterapia ter sido considerada, em sua gênese, uma profissão rea-
bilitadora, os recentes avanços rompem esse paradigma e buscam sua redefinição
como profissão de saúde em um contexto mais amplo e de atenção em todos os
níveis das condições de saúde, manutenção e prevenção da doença, em busca da
qualidade de vida das pessoas.
92
AUTOATIVIDADE
93
3 O Ministério Público Federal (MPF) em Uberlândia (MG) recomendou ao
Conselho Federal de Medicina (CFM) e ao Conselho Regional de Medici-
na em Minas Gerais (CRM/MG) que se abstenham de afirmações públicas,
quer por meio da imprensa, quer nas publicações em seus portais, no sen-
tido de que a acupuntura no Brasil deve ser exercida exclusivamente por
médicos. Em abril deste ano, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) chegou a
divulgar nota desmentindo tal exclusividade e afirmando que “a acupuntu-
ra é praticada no Brasil de forma multiprofissional há mais de 100 anos em
todos os níveis de atenção à saúde e que informações contrárias à difusão
desta prática não condizem com a verdade”.
a) ( ) A hidroterapia.
b) ( ) O método Watsu.
c) ( ) O método Bad Ragaz.
d) ( ) O método Halliwick.
e) ( ) A natação.
94
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A seguir serão trabalhadas algumas das quase quinze especialidades fisio-
terapêuticas reconhecidas e regulamentadas pelo COFFITO. Para cada especialida-
de, será dada ênfase na atuação fisioterapêutica, nas patologias mais comumente
atendidas, na avaliação fisioterapêutica e nos recursos terapêuticos disponíveis.
Quando for possível citar alguma associação científica correlacionada à área de
atuação, assim será feito.
Vamos começar?
Acredita-se que esse seja um dos muitos fatores que levam, na fase de
conclusão do curso de graduação, os graduados a escolherem essa área de atuação.
96
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
Durante oito anos de existência a SULBRAFITO, cujo objetivo maior era tor-
nar a especialidade de Fisioterapia Traumato Ortopédica cada vez mais científica
e com qualidade, realizou muitos eventos, entre eles quatro a nível sul brasileiro e
outros como jornadas, palestras e manhãs científicas.
Essa trajetória levou à sociedade a ser ainda mais reconhecida, fazendo com
que houvesse uma motivação ainda maior para criar-se uma associação nacional,
hoje a ABRAFITO.
DICAS
• Fraturas e luxações.
• Rupturas ligamentares e meniscais.
• Lesões nervosas advindas de traumas ortopédicos, como as de plexo braquial
(lesões dos nervos que passam pelos membros superiores, ao nível da clavícula,
região axilar, região de cotovelo e punho), levando a interrupção do estímulo
nervoso, inativação muscular, alterações circulatórias e incapacidade funcional
de todo a parte do membro superior afetado.
97
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
A avaliação é fundamental, uma vez que é a partir dos dados coletados que
se pode pensar no tratamento fisioterapêutico. A avaliação pode ser dividida em três
partes: a coleta de dados do paciente, que incluem a queixa principal, história da
doença, antecedentes pessoais e familiares, utilização ou não de medicação, órteses e
próteses e o nível de dor; exame físico, composto por inspeção, palpação, perimetria,
goniometria e testes específicos; e os exames complementares (CARVALHO et al.,
2014).
98
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
Ainda de acordo com as citações de Carvalho et al. (2014), qualquer que seja
o distúrbio, seja ele ortopédico, traumatológico ou reumático, haverá alteração da
postura do corpo no espaço. Isso ocorre devido ao quadro de hipotrofia muscular,
levando à diminuição da força, o que gera por consequência, uma postura débil, com
sobrecarga mecânica. Nesse sentido, faz-se necessário o diagnóstico cinético funcio-
nal, verificando-se:
99
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
FONTE: <https://docplayer.com.br/88108796-Livro-eletronico-aula-00-fisioterapia-respiratoria-e-
uti-p-pm-mg-fisioterapia.html>. Acesso em: 30 de ago. 2019.
100
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
FIGURA 7 – PERIMETRIA
FONTE: <https://docplayer.com.br/11635003-Aula-3-perimetria-dobras-cutaneas-e-protocolos.
html>. Acesso em: 30 ago. 2019.
101
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
102
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
GAVA (2014), nos traz a informação de que nas doenças ortopédicas, o trata-
mento fisioterapêutico pode incluir utilização de recursos eletrotermofototerápicos,
os quais promovem reações físicas, biológicas e químicas nos tecidos. Essas reações
levam a uma diminuição do quadro álgico e do processo inflamatório. Sendo assim,
dentre os recursos terapêuticos mais utilizados na Fisioterapia em Ortopedia e Trau-
matologia, destacam-se:
a) TENS
“TENS é uma corrente que produz pulsos elétricos com frequência de até 200
Hz capaz de influenciar processos de neurocondução da dor e seu mecanismo fisio-
lógico de analgesia depende da modulação da corrente aplicada à região afetada”
(RUSHTON, 2002 apud MACIEL et al. 2014, p. 250).
“[...] a corrente elétrica ativa as fibras nervosas Aβ aferentes, que são mielini-
zadas, de grosso calibre e de condução rápida, inibindo na medula a passagem dos
estímulos dolorosos conduzidos pelas fibras Aδ e C, ambas de pequenos diâmetros,
não mielinizadas e de condução lenta” (MELZACK; WALL, 1965 apud MACIEL et al.
2014, p. 250).
b) Ultrassom
103
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
c) Laser
“A sigla LASER possui sua origem na língua inglesa, abreviando light am-
plification by stimulated emission of radiation” (SALCIDO, 2007 apud ANDRADE;
CLARCK; FERREIRA, 2014, p.129, grifo nosso).
d) Crioterapia
104
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
105
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
Girolami et al. (1996 apud CARVALHO et al., 2014) cita que o Sistema Ner-
voso exerce funções únicas, as quais produzem respostas às lesões e que as doenças
neurológicas têm diversas causas, podendo ocorrer em qualquer momento da vida
do paciente, seja durante a gestação, no parto, na infância e mesmo de forma tardia.
107
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
QUADRO 2 – CIF
109
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
110
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
111
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
112
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
113
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
114
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
c) Mobilização neural
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TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
FIGURA 19 – TESTE DE TENSÃO BÁSICA EM MOBILIZAÇÃO NEURAL PARA NERVO MEDIANO (A)
E PARA NERVO RADIAL (B)
117
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
FIGURA 20 – RESPIRON
FIGURA 21 – VOLDYNE
118
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
FIGURA 22 – EPAP
b) a CPAP, que seria a utilização de um mesmo nível de pressão positiva nas duas
fases do ciclo ventilatório: inspiração e expiração, através de sistemas geradores
de fluxo.
FIGURA 23 – CPAP
a) Huff: é a simulação do mecanismo reflexo de tosse, sendo feita com a glote aberta
e para tal execução, sugere-se o uso de um bocal para facilitar o entendimento do
paciente na correta realização da ténica.
b) ETGOL: expiração lenta e total com a glote aberta em infralateral, é uma técnica
ativa assistida em que o paciente é colocado em posição de decúbito lateral, rea-
lizando expirações lentas com a glote aberta. A cada expiração do paciente, o fi-
sioterapeuta realiza uma pressão abdominal infra lateral e apóia a região inferior
do hemitorax contralateral.
119
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
120
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
FIGURA 26 – THRESHOLD
FIGURA 27 – MANOVACUOMETRO
121
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
122
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
Leite e Poças (2015 apud RIBEIRO et al., 2016) descrevem que a fisioterapia
uroginecológica é de extrema importância na prevenção de disfunções do assoa-
lho pélvico.
a) Eletroestimulação
DICAS
Carvalho et al. (2014), cita o ginecologista americano Dr. Arnold Kegel como
o inventor do método que leva o seu nome, no fortalecimento muscular. O ginecolo-
gista em questão, observou em sua prática clínica de consultório, que suas pacientes
após a gestação apresentavam incontinência urinária. Além de criar esse método de
exercícios do MAP, o ginecologista também inventou o perineomêtro, precussor do
biofeedback.
124
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
c) Biofeedback
125
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
FIGURA 31 – BIOFEEDBACK
d) Cones vaginais
Carvalho et al. (2014), comenta que a paciente introduz o cone vaginal com
sua porção cônica repousando sobre a superfície perineal, tentando segurar a contra-
ção por cerca de 15 minutos. A manutenção da contração para reter o cone vaginal
aumenta a força dos MAP. O peso do cone fornece um feedback proprioceptivo para
a contração muscular.
126
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
127
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
128
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
FIGURA 34 – ADIPÔMETRO
b) Luz de Wood: através do uso de lâmpada com luz ultravioleta (UV), com com-
primento de luz próximo a 365 nm é possível enxergar discromias (alterações
de cor). Diversos modelos estão disponíveis no mercado atualmente, seja atra-
vés de um equipamento manual portátil (lupa de mão), seja por uma cabine de
mesa em que diversas condições dermo epidérmicas podem ser observadas,
entre elas, desidratação cutânea, presença de células mortas, alterações melâni-
cas, entre outras. Para cada cor percebida, é posssível que se tenha uma causa
correlacionada. A seguir, o significado das possíveis alterações:
a) Eletrolifiting
b) Dermoabrasão
130
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
c) Vacuoterapia
d) Ultrassom
e) Radiofrequência
f) Corrente russa
131
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
h) Laser
i) Terapia manual
132
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
DICAS
133
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
134
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
136
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
137
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
139
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
140
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
141
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
DICAS
142
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
143
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
144
TÓPICO 2 | ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE FISIOTERAPÊUTICA
DICAS
145
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
146
AUTOATIVIDADE
FONTE: <https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes/19814146-2b>.
Acesso em: 2 set. 2019.
FONTE: <https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/482802>.
Acesso em: 2 set. 2019.
a) ( ) Entorse de tornozelo.
b) ( ) Síndrome de Raynaud.
c) ( ) Contusões por trauma.
d) ( ) Traumatismos agudos.
147
c) ( ) O diagnóstico, como parte da avaliação do fisioterapeuta, auxilia no es-
tabelecimento do prognóstico do idoso e determina a medicação a ser usa-
da.
d) ( ) Após a avaliação fisioterapêutica, a equipe de saúde estabelece os obje-
tivos para o fisioterapeuta tratar o idoso.
e) ( ) A anamnese de pacientes idosos requer um tempo maior e o foco do
exame é o estado sensorial.
FONTE: <http://www.nc.ufpr.br/concursos_externos/guaratuba2008/provas/015_
Fisioterapeuta.pdf>. Acesso em: 2 set. 2019.
148
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste último tópico da Unidade 2, será apresentado ao leitor, algumas parti-
cularidades relacionadas ao registro de especialidade profissional, à necessidade de
realizar o exame nacional para a concessão de títulos de especialista profissional, o
que representa o Referencial Nacional de Procedimentos Fisioterapêuticos e qual a
jornada de trabalho permitida.
150
TÓPICO 3 | O REGISTRO DE TÍTULOS DE ESPECIALISTA PROFISSIONAL E A PRÁTICA CLÍNICA EM FISIOTERAPIA
conhecidos pelo COFFITO, por meio de atos normativos próprios, exarados pelos
diferentes órgãos da Autarquia. De forma concomitante, o profissional somente será
dispensado do exame se iniciou os cursos, com reconhecimento pretérito, antes da
vigência das Resoluções nº 377 e 378, ambas publicadas no dia 14 de julho de 2010
(DOU nº 133, Seção 1, páginas 921-923 e 923-924, respectivamente), bem como cum-
prido os termos das resoluções específicas que regulavam as especialidades já reco-
nhecidas.
151
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
153
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
154
TÓPICO 3 | O REGISTRO DE TÍTULOS DE ESPECIALISTA PROFISSIONAL E A PRÁTICA CLÍNICA EM FISIOTERAPIA
155
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
Para cada área de atuação, haverá valores expressos em reais, sendo di-
ferenciados para atendimentos em nível ambulatorial, hospitalar e domiciliar. O
mesmo ocorre para atendimentos como:
156
TÓPICO 3 | O REGISTRO DE TÍTULOS DE ESPECIALISTA PROFISSIONAL E A PRÁTICA CLÍNICA EM FISIOTERAPIA
Art. 14. Os valores poderão ter redução de até 20% (vinte por cento), con-
siderando-se as características regionais.
Art. 15. Os procedimentos fisioterapêuticos terão precificação acrescida
de 50% (cinquenta por cento) nos atendimentos de urgência e emergência
realizados no período das 19h às 7h do dia seguinte, e 100% (cem por
cento) em qualquer horário de domingos e feriados, conforme previsto na
legislação trabalhista e nos Acordos Coletivos de Trabalho.
Art. 16. Os procedimentos fisioterapêuticos terão precificação acrescida
de 20% (vinte por cento) nos atendimentos realizados por especialistas
profissionais na área de atuação, com certificação chancelada pela asso-
ciação científica respectiva e registrada pelo COFFITO.
DICAS
Materiais de apoio:
o https://www.coffito.gov.br/nsite/?page_id=6988.
157
UNIDADE 2 | APRESENTAÇÃO DAS ESPECIALIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
Na mesma data, firmou outro termo aditivo para trabalhar como monitora de
reabilitação, com jornada estipulada em 10 horas semanais. Ao analisar as provas, a
juíza substituta Juliana Campos Ferro Lage, em exercício na 11ª Vara do Trabalho de
Belo Horizonte, verificou que as atividades desenvolvidas pela trabalhadora nunca
se alteraram. E chegou à conclusão de que o desmembramento do contrato foi mera-
mente formal, visando apenas a fraudar a legislação trabalhista.
Diante dessa realidade, a magistrada não teve dúvidas de que a jornada espe-
cial de 30 horas semanais foi descumprida. "Ora, se o legislador ordinário estabeleceu
jornada reduzida para os profissionais fisioterapeutas, em função da especificidade
de seu mister, tal disposição deve ser observada pelo empregador", registrou a julga-
dora.
FONTE: https://trt-3.jusbrasil.com.br/noticias/100032264/fisioterapeuta-tem-direito-a-jornada-
semanal-de-30-horas. Acesso em: 15 nov. 2019.
159
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os demais profissionais que não iniciaram quaisquer dos cursos reconhecidos an-
tes da vigência das normas acima referenciadas, ou seja, antes do dia 14 de julho
de 2010, a concessão e o registro do Título de Especialista nas áreas da Fisioterapia
e da Terapia Ocupacional requerem a submissão ao Exame para Concessão de Tí-
tulo de Especialista Profissional, promovido pelo COFFITO em parceria com as
associações de especialidades.
• O RNPF é definido como o valor mínimo que deve ser praticado ao ser realizado
o serviço fisioterapêutico, em suas diversas áreas de atuação, modalidade, circusn-
tância e ambiente.
• O RNPF tem como princípio elencar o rol de procedimentos cuja remuneração
profissional deve ser de acordo com o exercício fisioterapêutico adequado, na
promoção de saúde, prevenção e recuperação da funcionalidade e incapacidades
apresentadas em cada caso.
160
• O COFFITO, Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, determina
que deverá ser repeitada a prestação máxima de 30 horas semanais de trabalho,
aos profissionais fisioterapeutas, sendo essa jornada de trabalho estabelecida em
1º de março de 1994, no governo do então Presidente da República Itamar Franco.
DICAS
161
AUTOATIVIDADE
FONTE: <https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes/4e2d9fde-28>.
Acesso em: 2 set. 2019.
FONTE: <https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/disciplinas/fisioterapia-
fisioterapia/codigo-de-etica/questoes?page=4>. Acesso em: 2 set. 2019.
a) ( ) O salário-base de enfermeiros.
a) ( ) O piso salarial da FENAFITO.
a) ( ) O salário-mínimo nacional.
a) ( ) O salário-base de profissionais de saúde.
a) ( ) A referência nacional de procedimentos fisioterapêuticos.
162
3 Com base no que foi visto no Tópico 3 da Unidade 2, em relação ao RNPF e
ao CHF (valor 2019: R$ 0,60), analise a tabela a seguir e preencha os valores
expressos em reais (última coluna da tabela), dos serviços fisioterapêuticos
representados por:
163
164
UNIDADE 3
REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA
PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 5 – BIOÉTICA
CHAMADA
165
166
UNIDADE 3
TÓPICO 1
REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA
PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Dando continuidade ao conteúdo deste Livro Didático, che-
gamos à Unidade 3, que abordará questões referentes a regulamentação da profissão
de Fisioterapia e Ética Profissional.
167
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
• Normatização.
• Controle ético.
• Controle científico.
• Controle social.
168
TÓPICO 1 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA
NOTA
169
RESUMO DO TÓPICO 1
170
AUTOATIVIDADE
171
172
UNIDADE 3
TÓPICO 2
CÓDIGO DE ÉTICA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, chegamos agora em um ponto crucial, em que abordaremos a
importância e o papel da ética no âmbito profissional. Começaremos observando
cada capítulo do nosso código de ética e como podemos relacioná-los com o exercício
profissional de forma prática.
173
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
Veremos a seguir, com mais aprofundamento, cada uma das partes que com-
põe o código de ética da Fisioterapia, para que você, acadêmico e futuro Fisiotera-
peuta, seja capaz de compreender como cada uma delas se relacionará com o seu
cotidiano profissional.
174
TÓPICO 2 | Código de ética
175
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
176
TÓPICO 2 | Código de ética
Desde a sua criação e por muitos anos, a Fisioterapia era vista como uma pro-
fissão que atuava no âmbito de reabilitação. Mas a partir da reformulação do curso
de Fisioterapia em 1983, de acordo com Gava (2004), este caráter cura-reabilitação co-
meça a ser transformado para dar espaço também ao caráter preventivo da profissão,
que possibilitou sua inserção como um verdadeiro agente de saúde na sociedade.
177
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
DICAS
178
TÓPICO 2 | Código de ética
179
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
Tal crescimento na utilização das mídias sociais traz consigo uma neces-
sidade de nos atentarmos para a utilização delas para fins profissionais. Ainda
existem muitas lacunas em relação à divulgação dos serviços de Fisioterapia via
internet. Um exemplo disso é a publicação dos famosos “antes e depois” dos tra-
tamentos em redes sociais, como Facebook e Instagram (BATTISTI, 2006).
DICAS
180
TÓPICO 2 | Código de ética
181
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
VII- Permitir que trabalho que executou seja assinado por outro profis-
sional, bem como assinar trabalho que não executou, ou do qual não tenha par-
ticipado;
VIII- Angariar ou captar serviço ou cliente/paciente/usuário, com ou sem
a intervenção de terceiro, utilizando recurso incompatível com a dignidade da
profissão ou que implique em concorrência desleal;
IX- Desviar de forma antiética, para outro serviço, cliente/paciente/usuá-
rio que esteja em atendimento fisioterapêutico em instituição;
X- Desviar de forma antiética para si ou para outrem, cliente/paciente/
usuário de colega;
XI- Atender a cliente/paciente/usuário que saiba estar em tratamento com
colega, ressalvadas as seguintes hipóteses:
a) A pedido do colega;
b) Em caso de indubitável urgência;
c) Quando procurado espontaneamente pelo cliente/paciente/usuário.
FONTE: <https://www.coffito.gov.br/nsite/?page_id=2346>. Acesso em: 29 nov. 2019.
Manter uma relação saudável, seja entre membros de uma mesma profissão,
ou até mesmo de forma interdisciplinar, é uma das chaves para evolução da profis-
são como um todo.
Nesse caso a conduta adequada seria se manter neutro e explicar que, por
questões éticas, você não pode criticar a conduta do colega. Agir baseado no código
de ética da profissão é sempre a melhor saída.
182
TÓPICO 2 | Código de ética
183
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
Assim como em todas as partes do código de ética, este trecho é muito impor-
tante. Sobretudo no que diz respeito à utilização de equipamentos e tecnologias. Com
a evolução tecnológica, muitas técnicas e equipamentos são divulgados e oferecidos
nas diversas especialidades da Fisioterapia. O fisioterapeuta deve estar atento para
não cair nas armadilhas dos “modismos”, sobretudo na área da Fisioterapia Derma-
tofuncional, a qual possui um forte apelo da indústria para adquirir cada vez mais
tecnologias recém-criadas, mas que em muitos casos não possuem comprovação
científica de sua eficácia e segurança e/ou não possuem funcionamento compatível
com as bases fisiológicas do corpo humano (FORTES, 1998).
184
TÓPICO 2 | Código de ética
DICAS
NOTA
FONTE: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/
sigilo/. Acesso em: 28 nov. 2019.
185
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
Caso não atenda aos requisitos formais, a denúncia deverá ser arqui-
vada. Não é possível a manutenção do sigilo em relação à sua autoria em
virtude do que dispõe o artigo 5º da Constituição, inciso LV: aos litigantes,
em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
186
TÓPICO 2 | Código de ética
187
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
Caro futuro colega, como já foi mencionado, o nosso código de ética tem por
objetivo nortear as ações profissionais pautadas na ética a fim de ajudar na valoriza-
ção da profissão.
2.7 HONORÁRIOS
Art. 36. O fisioterapeuta tem direito a justa remuneração por seus ser-
viços profissionais.
Art. 37. O fisioterapeuta, na fixação de seus honorários, deve considerar
como parâmetro básico o Referencial Nacional de Procedimentos Fisioterapêu-
ticos.
Art. 38. O fisioterapeuta pode deixar de cobrar honorários por assistên-
cia prestada a:
I- Ascendente, descendente, colateral, afim ou pessoa que viva sob sua
dependência econômica;
II- Colega ou pessoa que viva sob a dependência econômica deste, res-
salvado o recebimento do valor do material porventura despendido na presta-
ção da assistência;
III- Pessoa reconhecidamente hipossuficiente de recursos econômicos.
Art. 39. É proibido ao fisioterapeuta prestar assistência profissional gra-
tuita ou a preço ínfimo, ressalvado o disposto no artigo 38, entendendo-se por
preço ínfimo, valor inferior ao Referencial Nacional de Procedimentos Fisiote-
rapêuticos.
Art. 40. É proibido ao fisioterapeuta:
I- Afixar valor de honorários fora do local da assistência fisioterapêu-
tica, ou promover sua divulgação de forma incompatível com a dignidade da
profissão ou que implique em concorrência desleal.
II- Cobrar honorários de cliente/paciente/usuário em instituição que se
destina à prestação de serviços públicos, ou receber remuneração de cliente/
paciente/usuário como complemento de salários ou de honorários;
III- Obter vantagem pelo encaminhamento de procedimentos, pela co-
mercialização de órteses ou produtos de qualquer natureza, cuja compra decor-
ra da influência direta em virtude de sua atividade profissional.
FONTE: <https://www.coffito.gov.br/nsite/?page_id=2346>. Acesso em: 29 nov. 2019.
188
TÓPICO 2 | Código de ética
Este trecho traz à tona uma questão extremamente polêmica, por se tratar de
uma prática muito comum em todo território nacional e que tem por objetivo “cha-
mar” os pacientes: a famosa avaliação gratuita.
189
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
190
TÓPICO 2 | Código de ética
Dois pontos que merecem destaque: o primeiro deles é sobre não utilizar ma-
terial de outros colegas sem sua devida autorização ou ocultar sua autoria. Sempre
que for utilizar qualquer tipo de material criado por outros colegas, é dever do fisio-
terapeuta dar-lhe crédito e pedir sua autorização para que o material seja utilizado.
Outro ponto que merece destaque é a questão da publicação de dados manipulados
em pesquisas. O fisioterapeuta pesquisador deve agir de acordo com o código de
ética e mesmo que os dados obtidos em sua pesquisa não sejam exatamente os resul-
tados esperados, estes não devem ser jamais adulterados (JARDILINO, 1998).
191
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
É vedado ao fisiotera-
Material de
peuta divulgar
Folder divulgação do
anúncio por meio de
trabalho.
volantes.
Não está previsto (mas
Correspondência
devem ser
dirigida ao
aplicados os princípios
Mala-direta endereço do
do Código
público.
de Ética).
Apenas uma É vedado o uso de sím-
Apresentação placa externa bolo, logotipo, fotogra-
da clínica ou em seu con- fia, desenho ou expres-
Fachada consultório sultório e/ou são vulgar ou aviltante,
em frente ao residência, per- que possa comprometer
estabelecimento. mitido o uso de o prestígio e o conceito
luz contínua. da profissão.
192
TÓPICO 2 | Código de ética
193
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
Nome comple-
to, categoria e
número de
Ferramenta de
inscrição do A divulgação de e-mail
apresentação
Cartão de visitas profissional no não estáprevista.
pessoal.
CREFITO; en-
dereço e telefo-
ne; e especiali-
dade exercida.
FONTE: Adaptado de Schnaider; Júnior; Lima (2009).
Para evitar tais punições, o profissional deverá conhecer a fundo este có-
digo e pautar sua conduta e ações, ainda que discorde, por algum motivo, do que
é permitido segundo o Código de Ética.
194
TÓPICO 2 | Código de ética
DICAS
Para ler a Resolução nº 26/1982 na íntegra e ficar por dentro dos critérios para a aplicação
de penalidades, acesse: https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=2783#more-2783.
195
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
TUROS
ESTUDOS FU
196
RESUMO DO TÓPICO 2
197
AUTOATIVIDADE
198
UNIDADE 3
TÓPICO 3
DEONTOLOGIA PROFISSIONAL
1 INTRODUÇÃO
Conforme Kochanowski (2009), a palavra “deontologia” é originada das
palavras gregas deón e déontos que significam dever e logos, e, que de forma
resumida, significa estudo.
Fortes (1998) explica que podemos encará-la como uma direção a seguir, e
um modelo de como agir. E mesmo que seja uma forma de uniformização, ela não é
por si só arbitrária, mas representa a expressão máxima de um conjunto de valores
pré-definidos pelas profissões, incluindo a Fisioterapia.
199
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
200
RESUMO DO TÓPICO 3
201
AUTOATIVIDADE
202
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
De acordo com Koerich, Machado e Costa (2005, p. 107):
ética é uma palavra de origem grega “éthos” que significa caráter e que
foi traduzida para o latim como “mos”, ou seja, costume, daí a utilização
atual da ética como a “ciência da moral” ou “filosofia da moral” e enten-
dida como conjunto de princípios morais que regem os direitos e deveres
de cada um de nós, e que são estabelecidos e aceitos numa época por
determinada comunidade humana. A ética se ocupa com o ser humano e
pretende a sua perfeição por meio do estudo dos conflitos entre o bem e
o mal, que se refletem sobre o agir humano e suas finalidades.
O Dicionário Houaiss (2001), por exemplo, traz como uma das definições
de moral “conjunto de regras, preceitos etc. característicos de um determinado
grupo social que os estabelece e defende” (p. 1958). Para a ética, o referido dicio-
nário define como o “conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral
de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade” (HOUAISS, p. 1270).
203
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
[...]
FONTE: LA TAILLE, Y. Moral e ética: uma leitura psicológica. Psicologia: teoria e pesquisa,
Brasília, v. 26, n. especial, p. 105-114, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ptp/
v26nspe/a09v26ns.pdf. Acesso em: 29 nov. 2019.
204
RESUMO DO TÓPICO 4
• A ética se ocupa com o ser humano e pretende a sua perfeição por meio do estudo
dos conflitos entre o bem e o mal, que se refletem sobre o agir humano e suas fina-
lidades.
• A moral ordena que o sujeito moral se sinta intimamente obrigado a agir segundo
determinadas regras.
205
AUTOATIVIDADE
1 Após a leitura deste tópico, que trata das definições de moral e ética, disserte se
é correto ou errado usar esses dois termos como sinônimos no mundo acadê-
mico.
2 De acordo com La Taille (2010), há como diferenciar ética de moral. Qual seria
esse método?
206
TÓPICO 4 | BIOÉTICA
UNIDADE 3
TÓPICO 5
BIOÉTICA
1 INTRODUÇÃO
Bioética é uma palavra relativamente nova, empregada pela primeira vez
na década de 1970 por um pesquisador nova-iorquino chamado Van Ressenlaer
Potter. Durante suas pesquisas acerca da cura do câncer na Universidade de Wis-
consin, Potter criou este neologismo, pois percebeu a necessidade de ampliar o
campo da ética de forma que esta passasse e englobar a defesa e respeito da vida
humana, a fim de garantir a sobrevivência da espécie e melhorar cada vez mais
sua qualidade de vida.
• Função normativa
ᵒ Propriamente prática.
ᵒ Nem sempre é efetiva no sentido de oferecer soluções concretas para um
conflito, pois as normas podem ser respeitadas ou não, e porque existem situ-
207
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
ações concretas de conflito (conhecidas como dilemas morais) que não podem
ser resolvidas com os meios tradicionais da racionalidade normativa.
• Nível protetor
ᵒ Não é propriamente uma 3ª função e sim um nível básico.
ᵒ Surge devido às dificuldades de articulação entre as funções analítica e
normativa.
• Modelo doutrinal
ᵒ Enfatiza verdades indiscutíveis, pois é um discurso de regras que pro-
vêm de autoridade superior, não passíveis de qualquer discussão ou deliberação.
ᵒ Suas bases conceituais provêm da cultura judaico-cristã (Dogmas de Ver-
dade).
ᵒ É um modelo claramente unidirecional, assimétrico e heterônomo.
• Modelo liberal
ᵒ Provém do liberalismo, em que as pessoas são consideradas sujeitos morais,
livres, autônomos e iguais.
ᵒ O conceito de razão se concentra no sujeito isolado.
ᵒ O Estado deve estar presente somente para proteger os interesses dos cida-
dãos.
ᵒ O discurso liberal considera que não cabe debater valores, porque eles são
sempre relativos.
ᵒ Se limita a expor as diferentes posturas morais, mas sem valorizá-las.
• Modelo hipercrítico
ᵒ Vem do desconstrutivismo, ou seja, pratica uma filosofia mais crítica.
ᵒ Considera ser muito controversa à ideia de que se construa uma sociedade
conformada por acordos harmônicos entre os homens.
208
TÓPICO 4 | BIOÉTICA
4 EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A bioética, assim como toda ciência, evoluiu e continua seu processo de
evolução ao longo da história. Vejamos um resumo deste percurso e seus marcos
principais em cada estágio, ainda de acordo com Silva (2009).
209
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
5 BIOÉTICA PRINCIPIALISTA
A Bioética Principialista baseia-se num conjunto de princípios que não são
excludentes entre si, e visam ao delineamento de um convívio humano que obedeça
a um mínimo de regulamentações e atinja um máximo de preservação das crenças e
dos valores individuais (DINIZ; GUILHEM, 2005).
• 1932-1970 (Caso Tuskegee) – 400 negros com sífilis foram recrutados para
participarem de uma pesquisa de história natural da doença e foram deixados
sem tratamento.
• 1963 – Injetaram células cancerosas em 22 idosos doentes, sem consentimento.
• 1950-1970 – Injetaram o vírus da hepatite em crianças com deficiência mental.
210
TÓPICO 4 | BIOÉTICA
6 PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA
Acadêmico, vejamos a seguir os quatro princípios da bioética.
• Autonomia
No entanto, para que uma pessoa possa exercer esta autonomia, são funda-
mentais a capacidade de agir intencionalmente, que está condicionada a compreen-
der, avaliar e deliberar para escolher coerentemente entre as alternativas que lhe são
211
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
• Beneficência
Este princípio vem do latim bonum facere, que significa “fazer o bem”, no sen-
tido de maximizar os benefícios e minimizar os possíveis riscos.
Não deve ser encarada como a ideia clássica de caridade e considera esta
como uma obrigação. Este princípio encontrou, ao longo dos séculos, respaldo em
diversas tradições, da ética cristã ao conceito marxista de solidariedade.
• Justiça
• Não-maleficência
Do juramento hipocrático primum non nocere (antes de tudo, não causar da-
nos). Orienta o indivíduo a não causar danos intencionais e encerra uma obrigação
de não fazer.
212
TÓPICO 4 | BIOÉTICA
Aqui todas as proibições negativas são sempre obrigatórias, como, por exem-
plo, “não matar”, “não roubar” etc. (DINIZ; GUILHEM, 2005).
• Redbioética
• Objetivos da Redbioética
• Propostas da Redbioética
ᵒ Respeito ao pluralismo moral constatado nas sociedades laicas de um
mundo secularizado e pós-moderno.
213
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
214
TÓPICO 4 | BIOÉTICA
A pesquisa deve ser importante para o local em que será realizada, ou seja,
deve tratar de questão relevante para a realidade da saúde local, pois quanto menor
for a relevância ou utilidade de uma pesquisa, maior será a dificuldade em justifi-
ca-la e realiza-la sob o ponto de vista ético.
Diniz e Guilem (2005) afirmam que todo projeto deve estar fundamentado
em experimentação prévia, pois, pesquisas que não estejam embasadas em litera-
tura científica sólida e atualizadas irão expor os indivíduos participantes a riscos
desnecessários e colidir no princípio da não-maleficência.
215
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
Silva (2009) cita alguns dos projetos que devem ser apresentados ao Co-
mitê de Ética em Pesquisa — CEP:
• Concisão e objetividade.
• Linguagem adequada ao nível sociocultural dos sujeitos da pesquisa.
• Descrição suficiente dos procedimentos.
• Identificação dos riscos e desconfortos esperados.
• Explicitação das garantias referidas anteriormente.
216
TÓPICO 4 | BIOÉTICA
217
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
• A questão do placebo
ᵒ Precedentes
- É bem conhecida a proporção de efeito placebo em torno de
35%.
- Mais recentemente, estudos meta-analíticos com braço-
controle placebo demonstraram pouca evidência de efeitos
clínicos significativos (SILVA, 2009).
ᵒ Decisões
218
TÓPICO 4 | BIOÉTICA
219
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
países hospedeiros.
Consequências:
• O pesquisador pode tornar-se um criminoso.
• Não é necessário que tenha havido dano ao sujeito da pesquisa.
221
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
Fraude em pesquisa
Criação de dados
222
TÓPICO 4 | BIOÉTICA
• Pode não ser intencional, pois pode ser atribuída ao pouco conhecimento do
pesquisador em técnicas estatísticas.
• Isto não caracteriza uma fraude, mas sim uma falta de responsabilidade do
pesquisador ao lidar com a produção do conhecimento.
• A facilidade dos atuais sistemas informatizados de avaliação de dados tem a
possibilidade de gerar situações de incorreções, associações indevidas, dife-
renças inexistentes e, assim, conclusões impróprias (isso também não é frau-
de; pode ser imperícia ou imprudência por parte do pesquisador) (EASTER-
BROOK, 2001).
Plágio de dados
223
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
Lembre-se que para a consolidação deste conteúdo você deve retomar sua
leitura sempre que houverem dúvidas e dispor do atendimento da tutoria interna
e externa do curso! Bons estudos!
224
TÓPICO 4 | BIOÉTICA
LEITURA COMPLEMENTAR
O marco inicial da Bioética foi a obra de Van R. Potter, uma ponte para
o futuro, de 1971, precedida por publicação de artigo em 1970. O uso do termo
“Bioética” para designar uma nova área de atuação também foi instituído por
André Hellegers, em 1971, no The Kennedy Institute of Ethics. A importância da
proposta inovadora de Potter estava na constituição de uma ética aplicada às situ-
ações de vida como caminho para a sobrevivência da espécie humana; esse autor
atribuía um sentido marcadamente ecológico ao termo “Bioética”, que designaria
a “ciência da sobrevivência”, enquanto para Hellegers a Bioética se restringia a
uma “ética das ciências da vida” particularmente em nível humano7 , com foco
no indivíduo – modelo que se tornou conhecido como Bioética clínica.
225
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
METODOLOGIA
RESULTADOS
228
TÓPICO 4 | BIOÉTICA
229
UNIDADE 3 | REGULAMENTAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL DA FISIOTERAPIA
DISCUSSÃO
230
TÓPICO 4 | BIOÉTICA
CONCLUSÃO
231
RESUMO DO TÓPICO 5
• A bioética passou por muitas etapas e estágios de evolução até se configurar como
é na atualidade.
DICAS
232
AUTOATIVIDADE
R.:
• O tema dos direitos humanos e da cidadania.
• A questão da priorização na alocação de recursos sanitários escassos.
• A preservação da biodiversidade.
• A finitude dos recursos naturais do planeta.
• O equilíbrio do ecossistema.
Os alimentos transgênicos.
O racismo e outras formas de discriminação.
233
REFERÊNCIAS
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DERMATOFUNCIONAL. São Paulo: Uptodate eventos, c2012. Disponível em: http://
www.abrafidef.org.br/. Acesso em: 5 nov. 2019.
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Gov.br, Brasília, DF, c2019a. Disponível em: https://www.gov.br/pt-br/constituicao-
30-anos/textos/breve-historia-das-constituicoes-o-caminho-percorrido-pelo-brasil-
ate-1988. Acesso em: 30 set. 2019.
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ministério da Educação, c2018. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/conselho-
nacional-de-educacao. Acesso em: 30 set. 2019.
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COFFITO. Resolução nº 482, de 1º de abril de 2017. Fixa e estabelece o Referencial
Nacional de Procedimentos Fisioterapêuticos e dá outras providências. Brasília, DF:
COFFITO, 2017. Disponível em: https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=6857. Acesso
em: 27 nov. 2019.
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COFFITO - CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA
OCUPACIONAL. Resolução nº 207, de 17 de agosto de 2000a. Dispõe sobre o
reconhecimento de Certificados, Diplomas e Títulos conferidos a Fisioterapeuta e dá
outras providências. Brasília, DF: COFFITO, 2000b. Disponível em: https://www.
coffito.gov.br/nsite/?p=2965. Acesso em: 5 nov. 2019.
DINIZ, D.; GUILHEM, D. O que é bioética? São Paulo: Brasiliense. 2. ed., 2005.
Coleção Primeiros Passos.
KOERICH, M. S.; MACHADO, R. R.; COSTA, E. Ética e bioética: para dar início à
reflexão. Texto e Contexto – Enfermagem, Florianópolis, v. 14, n. 1, p. 106-110, 2005.
Disponível em: http://bit.ly/3608z46. Acesso em: 29 nov. 2019.
240
KURBAN, E. Teoria, prática e formação do fisioterapeuta: situação e perspectivas.
Blumenau: EdiFurb, 2005.
241
RIBEIRO, S. C. et al. Recursos fisioterapêuticos utilizados no tratamento de
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Verde, Três Corações, v. 14, n. 1, p. 63-71, jan./jul. 2016. Disponível em http://bit.
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SILVA, J. V. Bioética: meio ambiente, saúde e pesquisa. São Paulo: Iátria, 2009.
242