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Universidade Federal do Ceará - UFC

Centro de Humanidades – CH
Curso de Ciências Sociais
Disciplina: Relações Étnico-Raciais e Africanidades
Professor: Rilda Aguirre
Aluna: Caiala Mariana Quixadá Monteiro
Fichamento MUNANGA, Kabengele e GOMES, Nilma Lino. Para entender o
negro no Brasil de hoje: história, realidades, problemas e caminhos. São Paulo:
Global/Ação Educativa Assessoria, Pesquisa e Informação, 2006. 2a. Ed. Revisada e
atualizada – (Coleção Viver, Aprender).

“Também podemos caracterizar o Brasil como um país de grandes contrastes


sociais e desigualdades, por causa da má distribuição de renda.” (p.11)

“No meio urbano, não é diferente, nas grandes metrópoles encontramos vastos
bolsões de pobreza e a concentração de riquezas em uma pequena parcela da
população” (p.11)

“Ainda podemos definir o Brasil por suas características socioculturais, como


um país com grande diversidade cultural em termos religiosos, artísticos, musicais,
culinários, entre tantos outros aspectos.” (p.11)

“Aprender e conhecer sobre o Brasil e sobre o povo brasileiro é aprender a


conhecer a história e a cultura de vários povos que aqui se encontraram e contribuiram
com suas bagagens e memórias na construção deste país e na produção de identidade
brasileria.” (p.11)

“Essa história, na verssão de alguns, teve inicio com os aventureiros e


navegadores portugueses que chegaram a uma terra da qual se consideraram
descobridores. Embora essa terra já estivesse ocupada e tivesse seus donos, os
portugueses anunciaram o seu descobrimento e dela tomaram posse, estendendo para
além da Europa seus domínios.” (p.11)

“Havia só uma caminho para provar que os índios eram seres humanos: provar
que eles também eram filhos de Deus, ou seja, descendestes de Adão.” (p.13)

“Mesmo tendo reconhecido a natureza humana dos índios, outro problema se


colocava: eram humanos, mas diferentes do europeus.(...) Somadas todas essas
diferenças, eles foram considerados como inferiores com relação aos europeus. (p.13)
“Além dessas diferenças que podemos resumir como diferenças culturais (...)
havia uma outra diferença importante inscrita no corpo. A cor da pele e os traços
morfológicos ( nariz, lábios, formato da cabeça, queixo, textura do cabelo, etc.)
diferenciavam fisicamente índios e portugueses. Todas essas diferenças, fisicas e
culturais, constituíram, na visão dos “descobridores portugueses”, as características
fundamentais dos recém-descobertos, coletivamente denominados índios.” (p. 13-14)

“ A dominação política foi realizada pela ocupação do território pelos


estrangeiros portugueses. Faziam incursões em terras indígenas, instalando capitanias
(pequenas províncias) e outras formas de ocupação comuns na época às regiões
invadidas.” (p. 14-15)

“Para conseguir a mão de obra necessária, os colonizadores recorreram a um


procedimento chamado escravidão, destituindo populações indígenas de todos os seus
direitos sobre a terra de seus ancestrais e de seus direitos humanos e transformando-os
em força animal de trabalho.” (p.15)

“ A resistencia dos povos indígenas ao processo de escravização teve duas


consequencias notáveis: a sua massiva exterminação e a busca dos africanos que aqui
foram deportados para cumprir o que os índios não puderam fazer.” (p.15)

“(...) Assim, abriu-se caminho ao tráfico negreiro que trouxe ao Brasil milhões
de africanos que aqui foram escravizados para fornecer a força de trabalho necessária ao
desenvolvimento da colônia.” (p.15)

“Seres livres em suas terras de origem, qui foram despojados de sua


humanidade através de um estatuto que fez deles apenas força anima de trabalho, coisas,
mercadorias ou objetos que podiam ser comprados e vendidos; fontes de riqueza para os
traficantes (vendedores) e investimentos em “maquinas animais” de trabalho para os
compradores ( senhores de engenhos).” (p. 15-16)

“ A escravidão foi o meio que os portugueses encontraram para tirar maior


lucro do Brasil. Além do tráfico e do comércio de algumas essências naturais, em
especial o pau-brasil (que deu origem ao nome do país), eles recorreram também à
agricultura de açicar, na época um produto raro, comercializado pelos árabes e vendido
em gramas a preço de ouro, como se vendem hoje os remédios nas farmácias.” (p. 16)
“ De modo geral, o atual povo brasileiro é oriundo de quatro continentes:
América, Europa, África e Ásia. Quando os primeiros portugueses pisaram nesta terra,
em 1500, eles encontraram no local um mosaico de centenas de nações ou grupos
nativos a quem denomiaram indistintamente índios.” (p.16)

“(...)Todos: Indígenas, estrangeiros (oriundos de outros países) e africanos


deportados eram representantes de diferentes culturas e civilizações. Ele trouxeram em
suas bagagens e memórias coletivas elementos representativos dessas culturas.” (p. 16-
17)

“ Em relação à matriz africana, na maioria dos livros didáticos que


conhecemos, o ensino sobre a África é geralmente ausente ou é apresentado de modo
distorcido ou de forma esteriotipada.” (p.17)

“(...) Por isso, a lei n° 10.639, promulgada pelo Presidente da República


Federativa do Brasil em 2003, depois de 115 anos da abolição da escravidão, veio
justamente reparar essa injustiça feita não apenas aos negros mas a todos os brasileiros,
pois essa história esquecida ou deformada pertence a todos, sem discriminação de cor,
idade, sexo, gênero, etinia e religião.” (p.17)

“ Todos os africanos levados para o Brasil o foram através da rota


transatlântica, envolvendo povos de três regiões geográficas” (p.18)

“ No plano econômico, os negros serviram como força de trabalho, fornecendo


a mão de obra necessária às lavouras de cana-de-açucar, algodão, café e â mineração.”
(p.19)

“ No plano demográfico, os africanos ajudaram no povomento do Brasil, tão


grande era o tráfico negreiro.” (p.19)

“No plano cultural, destacaram-se notáveis contribuições dos negros africanos


na língua portuguesa do Brasil, no campo da religiosidade, na arte visual, na dança, na
musica, na arquitetura etc.” (p.20)

“No plano da língua, os africanos introduziram um vocabulário desconhecido


no português original e que faz hoje parte do falar brasileiro” (p. 20)
“ Acarajé, afoxé, agogô, angu, axé, bagunça, balangandã, bamba, banzo,
berimbau, bobó, bumba, bunda, caçamba,caçula (...)orixá, Oxalá, quenga, quiabo,
quitanda, sacana, samba, senzala, soba, sunga, tanga, umbanda, vatapá, vodum, xereca,
xoxota, zabumba, zonzo, zumbi etc.” (p. 20)

“ No que diz respeito à religiosidade, os africanos legaram ao Brasil algumas


de suas religiões populares, tais como o Candomblé, Umbanda e Macumba, que fazem
parte do patrimonio religioso brasileiro.” (p.20)

“ Na arte, eles deixaram suas marcas nas figas de madeira, nos objetos de ferro,
nos instrumentos musicais como os tambores, a cuíca, o berimbau.” (p.20)

“ Na musica e dança, eles introduziram os congados, coco, jongo, maculelê,


amracatu, bumba-meu-boi, destancando-se o samba, um dos gêneros musicais populares
mais conhecidos e que constitui uma das facetas da identidade cultura brasileira.” (p.21)

“ (...) Os brancos, de modo geral, querem se libertar de suas culpas e das


lembranças das atrocidades cometidas no passado ao transferir esta responsabilidade aos
reis e aos príncipes africanos implicados no tráfico e no comércio negreiro” (p.22)

“Na Africa tradicional, o conceito de escravo designava todos aqueles que


estão ou estiveram em uma relação de sujeição ou subalternidade leiga ou religiosa com
um parente mais velho, um soberano, um protetor, um líder, etc.” (p.22-23)

“Todas as categorias acima descritas existiram nas sociedades africanas


tradicionais, mas, nem por isso, devemos ver nelas a existência de um certo tráfico
negreiro entre os povos africanos, anterior ao tráfico transatlânticco, pois a relação
comercial que caracteriza o tráfico refere-se ao enriquecimento e acumulação de riqueza
por seus responsáveis.” (p. 23)

“(...) A escravidão como modo de exploração só pode existir se se constituir


uma classe distinda de indivíduos com o mesmo estatuto social.” (p.24)

“Nenhuma dessas formas de organizar a escravidão existiu na África antes do


tráfico organizado, porque muitas dessas características chocavam-se com as práticas
culturais dos povos que lá viviam. Assim, não era possível e nem necessario a formação
de uma população escravizada ( a classe dos senhores e dos escravizados) por meio da
reprodução.” (p. 24)
“Foram milhões de homens e mulheres arrancados de suas raizes que morreram
nas guerras de captura na própria África, nas longas caminhadas para os litorais de
embarque, nas condições de confinamento, falta de comida e higiene nos armazéns
humanos construídos nos portos de embarque da carga humana, na travessia, enfim nas
condições de trabalho e de vida reservadas a eles nos países de destino que ajudaram a
construir e desenvolver.” (p. 25).

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