Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Sumário
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 7
CAPÍTULO 1 - A ECONOMIA BRASILEIRA NO IMPÉRIO, 1822-1889 ............. 8
1. População............................................................................................................... 8
2. Estimativas de produto .......................................................................................... 8
3. Atividade ............................................................................................................... 9
3.1. Agricultura e regiões ...................................................................................... 9
3.2. Indústria .......................................................................................................... 9
3.3. Mineração ....................................................................................................... 9
3.4. Serviços .......................................................................................................... 9
4. Fatores de produção: trabalho.............................................................................. 10
4.1. Imigração: trabalho assalariado .................................................................... 10
4.2. Escravidão .................................................................................................... 10
5. Fatores de produção: terra ................................................................................... 11
6. Fatores de produção: capital ................................................................................ 11
7. Comércio exterior ................................................................................................ 11
8. Regimes monetários, câmbio e sistema financeiro .............................................. 11
8.1. Regimes monetários ..................................................................................... 11
8.2. Câmbio e preços ........................................................................................... 12
8.3. Sistema financeiro ........................................................................................ 12
9. Finanças públicas ................................................................................................. 12
9.1. Receita .......................................................................................................... 12
9.2. Despesa......................................................................................................... 12
9.3. Dívida pública .............................................................................................. 13
10. Conclusões ....................................................................................................... 13
CAPÍTULO 2 - A PRIMEIRA DÉCADA REPUBLICANA .................................... 14
1. Introdução ............................................................................................................ 14
2. O Brasil e a economia internacional .................................................................... 14
3. Trabalho assalariado e a política monetária ........................................................ 14
4. Política econômica nos anos 1890 ....................................................................... 15
CAPÍTULO 3 - APOGEU E CRISE NA PRIMEIRA REPÚBLICA, 1900-1930 .. 17
1. Introdução ............................................................................................................ 17
2. Política econômica na Primeira República .......................................................... 18
Tendência ao desequilíbrio externo e o quadro institucional ............................. 18
Ciclos e crises da Primeira República................................................................. 18
A era de ouro, 1900-1913 ................................................................................... 18
O impacto da Grande Guerra, 1914-1918 ........................................................... 19
Boom e recessão do pós-guerra, 1919-1922 ....................................................... 20
Recuperação, desequilíbrio externo e ajuste recessivo: 1922-1926 ................... 20
2
O boom e a Depressão após o retorno ao padrão-ouro: 1927-1930.................... 21
3. Uma reinterpretação da historiografia tradicional ............................................... 22
4. Conclusões ........................................................................................................... 23
CAPÍTULO 4 - CRISE, CRESCIMENTO E MODERNIZAÇÃO AUTORITÁRIA,
1930-1945 ....................................................................................................................... 23
1. Superação da crise e política econômica do Governo Provisório, 1930-1934 .... 24
2. Boom econômico e interregno democrático, 1934-1937..................................... 24
3. Estado Novo e economia de guerra, 1937-1945 .................................................. 26
CAPÍTULO 5 - POLÍTICA ECONÔMICA EXTERNA E INDUSTRIALIZAÇÃO,
1946-1951 ....................................................................................................................... 27
1. Introdução ............................................................................................................ 27
2. Políticas cambial e de comércio exterior ............................................................. 28
3. Substituição de importações e crescimento industrial ......................................... 29
4. Relações internacionais e movimento de capitais ............................................... 29
5. Política econômica interna................................................................................... 30
CAPÍTULO 6 - DUAS TENTATIVAS DE ESTABILIZAÇÃO, 1951-1954 ........... 30
1. Introdução ............................................................................................................ 30
2. Rumo ao colapso cambial, 1951-1952 ................................................................ 31
A política econômica externa ............................................................................. 31
A política econômica doméstica e o desempenho da economia ......................... 31
3. A transição para o novo ministério ...................................................................... 32
Relações econômicas internacionais ................................................................... 32
Conjuntura econômica e evolução do quadro social e político .......................... 32
4. A nova tentativa de estabilização ........................................................................ 33
O programa Aranha e os resultados de 1953 ...................................................... 33
Novas dificuldades: café e salários ..................................................................... 33
5. A última crise....................................................................................................... 33
CAPÍTULO 7 - O INTERREGNO CAFÉ FILHO, 1954-1955 ................................ 34
1. Introdução ............................................................................................................ 34
2. A gestão Gudin .................................................................................................... 34
A conjuntura econômica externa ........................................................................ 34
A política de estabilização doméstica ................................................................. 35
3. A administração Whitaker ................................................................................... 35
A condução da política econômica ..................................................................... 35
A reforma cambial .............................................................................................. 36
4. Considerações gerais ........................................................................................... 36
CAPÍTULO 8 - DEMOCRACIA COM DESENVOLVIMENTO, 1956-1961 ........ 36
Introdução ....................................................................................................................... 36
1. A política cambial ................................................................................................ 37
2. As políticas de desenvolvimento ......................................................................... 37
3. O papel do setor público ...................................................................................... 37
4. As políticas fiscal e monetária ............................................................................. 38
3
CAPÍTULO 9 - INFLAÇÃO, ESTAGNAÇÃO E RUPTURA, 1961-1964 .............. 39
1. A Tentativa de Estabilização sob Quadros .......................................................... 39
2. O Impasse Parlamentarista .................................................................................. 39
3. A política econômica sob o presidencialismo restaurado .................................... 40
4. Avaliação do período ........................................................................................... 40
CAPÍTULO 10 - ESTABILIZAÇÃO E REFORMA, 1964-1967 ............................. 41
1. Introdução ............................................................................................................ 41
2. Objetivos do PAEG ............................................................................................. 41
3. A política salarial no PAEG ................................................................................ 41
4. Condução das políticas monetária e fiscal ........................................................... 42
5. O impacto sobre a produção e os preços ............................................................. 42
6. Os custos da estabilização ................................................................................... 42
7. Além da ortodoxia simplista ................................................................................ 43
CAPÍTULO 11 - A RETOMADA DO CRESCIMENTO E AS DISTORÇÕES DO
“MILAGRE”, 1967-1974 ............................................................................................. 43
1. Crescimento econômico, formação de capital e inflação, 1967-1973 ................. 44
2. Políticas monetária e creditícia e desenvolvimento do sistema financeiro ......... 44
3. Política fiscal, estados e municípios e política regional, as estatais e o papel do
governo na economia ...................................................................................................... 44
4. Setor externo ........................................................................................................ 45
5. Política salarial, distribuição de renda e emprego ............................................... 45
6. Uma breve avaliação dos resultados da política econômica, 1967-1973 ............ 46
CAPÍTULO 12 - CRISE E ESPERANÇA, 1974-1980 .............................................. 46
1. Introdução ............................................................................................................ 46
2. Condicionantes externos e internos da política econômica ................................. 46
3. Opções para o ajuste de curto prazo e as causas do fracasso .............................. 47
4. A natureza do ajuste de longo prazo: o crescimento com endividamento........... 48
Crescimento com dívida ..................................................................................... 48
A política industrial ............................................................................................ 48
5. Resultados e suas consequências ......................................................................... 48
CAPÍTULO 13 - AJUSTE EXTERNO E DESEQUILÍBRIO INTERNO, 1980-1984
........................................................................................................................................ 48
1. Introdução ............................................................................................................ 48
2. Recessão sem Fundo: 1981.................................................................................. 49
3. Da Recessão ao Fundo: 1982............................................................................... 49
4. O Fundo da Recessão: 1983 ................................................................................ 49
5. Com o Fundo sem Recessão: 1984 ...................................................................... 49
6. Conclusões ........................................................................................................... 50
CAPÍTULO 14 - A ÓPERA DOS TRÊS CRUZADOS, 1985-1990 ......................... 50
1. Introdução ............................................................................................................ 50
2. Inflação inercial e conflito distributivo ............................................................... 50
3. O fracasso do gradualismo: março 1985-fevereiro 1986..................................... 51
4
4. Plano Cruzado: principais ingredientes ............................................................... 51
5. Plano Cruzado: principais resultados .................................................................. 51
6. Plano Bresser: ingredientes ................................................................................. 52
7. Plano Bresser: resultados ..................................................................................... 52
8. Plano Verão: ingredientes .................................................................................... 52
9. Plano Verão: resultados ....................................................................................... 53
10. Conclusões ....................................................................................................... 53
CAPÍTULO 15 - ESTABILIZAÇÃO, ABERTURA E PRIVATIZAÇÃO, 1990-
1994 ................................................................................................................................ 53
Fracasso do Plano Collor .................................................................................... 54
Alta inflação, corrupção e impeachment ............................................................ 54
Concepção e implementação do Plano Real ....................................................... 55
Abertura comercial e Mercosul........................................................................... 55
Privatização ......................................................................................................... 55
Dívida externa ..................................................................................................... 56
As eleições de 1994 ............................................................................................ 56
CAPÍTULO 16 - CONSOLIDAÇÃO DA ESTABILIZAÇÃO E
RECONSTRUÇÃO INSTITUCIONAL, 1995-2002 ................................................. 56
Política econômica, cisão e ambiguidade ........................................................... 56
Reformas, abertura e privatização ...................................................................... 57
O projeto da reeleição ......................................................................................... 57
Choques externos e crise cambial ....................................................................... 57
Novo arcabouço de política econômica .............................................................. 58
Círculo virtuoso e crise energética...................................................................... 58
Alternância política e desestabilização ............................................................... 58
CAPÍTULO 17 - ALTERNÂNCIA POLÍTICA, REDISTRIBUIÇÃO E
CRESCIMENTO, 2003-2010 ....................................................................................... 59
Tensões da metamorfose ..................................................................................... 59
Colheita rápida .................................................................................................... 59
A crise do mensalão e seus desdobramentos ...................................................... 60
De Palocci a Mantega ......................................................................................... 60
Redistribuição de renda ...................................................................................... 60
Opção por uma estratégia desenvolvimentista, intensiva em recursos fiscais .... 61
A crise mundial como pretexto ........................................................................... 61
Gran finale em meio à deterioração do regime fiscal ......................................... 61
5
INTRODUÇÃO
A República comemora 100 anos durante o que pode ser considerado uma das
maiores crises econômicas da história do Brasil após sua independência. Este livro trata
disso, são vários artigos os quais vão analisar a implantação de políticas econômicas no
Brasil, como ela se desenvolve e seus percalços, e ao mesmo tempo procura fornecer
incentivos para compreender a origem dos problemas enfrentados pela economia. (pg.
XV)
7
CAPÍTULO 1 - A ECONOMIA BRASILEIRA NO IMPÉRIO, 1822-1889
1. População
2. Estimativas de produto
8
3. Atividade
3.2. Indústria
3.3. Mineração
3.4. Serviços
9
Outros serviços, como o varejo, atacado e serviços domésticos, também faziam
parte da rotina de muitas pessoas, contudo, o emprego rural ainda era o predominante,
sendo que 2/3 da população ainda estava envolvida, fato este limitador da expansão do
setor de serviços. (pg. 08)
Entre os anos de 1822 e 1850 a imigração europeia não foi expressiva, ainda
mais quando se compara com a abundância de escravos africanos. No entanto, a partir
da metade do século o tráfico de africanos foi interrompido, gerando crescimento do da
imigração de europeus para as regiões produtoras de café. (pg. 08)
4.2. Escravidão
De 1800 até 1850 a importação dos escravos para os produtores de café era
equivalente a 2/3 das importações totais, as quais chegaram a alcançar cerca de 2
milhões de pessoas. (pg. 09)
Apenas em 1884 foi retirado o empecilho dos fazendeiros, ano em que São
Paulo legislou sobre a permissão de a própria província arcar com os preços do
transporte para os imigrantes estrangeiros. Sendo que entre 1887 e 1889 houve uma
entrada densa de imigrantes estrangeiros para a substituição dos ainda 107 mil escravos
para o trabalho assalariado. (pg. 11)
10
5. Fatores de produção: terra
“A versão extrema da hipótese afirma que ‘dos três elementos de uma estrutura
agrária em estudo – terra livre, camponeses livres e proprietários de terras inativos (ou
seja, que não trabalham na terra diretamente), dois elementos, mas nunca os três, podem
existir simultaneamente’”. (pg. 12)
7. Comércio exterior
11
“Depois da Independência, o Banco do Brasil continuou a emitir cédulas que
constituíam boa parte do meio circulante. Em 1829 não existia praticamente nenhuma
circulação metálica, a não ser de cobre”. (pg. 19)
9. Finanças públicas
9.1. Receita
Impor taxas às províncias era de suma importância, uma vez que as receitas
advindas representavam cerca de 25% das receitas totais do governo. Apesar de o
recolhimento de impostos ser ilegal, “subterfúgios nos anos 1830 abriram caminho para
a sua adoção”. (pg. 24)
9.2. Despesa
12
“O nível de despesas do governo central dependia em grande medida dos gastos
militares relacionados a operações internas e externas. O Sul e a Corte contribuíam com
dois terços da receita do governo central, em contraste com um terço do Norte e do
Nordeste. A receita do governo central em São Paulo era de 7% do total, inferior à do
Pará e à de Bahia e Pernambuco, mas a despesa era de apenas 2% do total”. (pg. 25)
Entre os anos de 1824 e 1889, o Brasil observou sua dívida externa crescer
deliberadamente, de £5,1 milhões para £33,6 milhões. “As distorções das avaliações
devem-se em parte à concentração de interesse nos empréstimos norte-americanos que
só ocorreram depois da Primeira Guerra Mundial, em parte à omissão do período
anterior a 1850 quando, em contraste com o resto da América Latina, o Brasil não
suspendeu o pagamento do serviço da dívida externa”. (pg. 26)
10. Conclusões
13
CAPÍTULO 2 - A PRIMEIRA DÉCADA REPUBLICANA
1. Introdução
Este período foi um dos mais complicados para os responsáveis pelas políticas
econômicas, posto que durante a primeira década foram observadas transformações
“estruturais” na economia brasileira, “destacadamente a súbita disseminação do trabalho
assalariado no campo e o reordenamento da inserção do país na economia
internacional”. (pg. 29)
O país, após a crise que se deu nos anos de 1891-1892, encontrou dificuldades
cambiais sérias, houve uma baixa na capacidade de importação, o preço do café entrou
em crise. “O déficit em conta corrente cresceria substancialmente, atingindo £2.295 mil
em 1895 e £5.014 mil em 1896 e inaugurando um período crítico no tocante às contas
externas”. É perfeitamente explicável que o câmbio tenha flutuado durante os anos 1890
dado que os preços do café encontravam variações significativas. (pg. 32)
14
do século XIX foi, sem lugar à dúvida, o aumento da importância relativa do setor
assalariado”. (pg. 33)
A crise monetária nos bancos foi agravada com a expansão dos trabalhos
assalariados, ainda mais nos anos próximos a abolição da escravatura. Em 1883, o
Ministro da Fazenda propôs a retomada de uma lei de 1875, a qual discorria sobre a
emissão provisória por parte do Tesouro, para auxiliar os bancos no fornecimento de
moedas. (pg. 35)
Notou-se que a reforma monetária não estava gerando resultados, então foi
proposta a retomada da ideia do padrão-ouro como articulação da política econômica,
juntamente com o estabelecimento de auxílios à lavoura (forma de compensar os
antigos donos de escravos com a concessão de créditos). (pg. 36-37)
15
Com a crise do câmbio em 1891, as finanças públicas e os bancos ficaram
frágeis. O novo ministro da Fazenda, Rodrigues Alves, estabeleceu novos planos para
tentar evitar a ruína do sistema bancário, sem, entretanto, encontrar apoio do Congresso.
(pg. 40)
Esta opção não teria sido a melhor, o que levou a demissão deste ministro, e o
seu sucessor, Serzedelo Correia, entendeu por bem retomar a ideia de Ruy Barbosa,
antigo ministro da Fazenda, “por um grande estabelecimento bancário líder – destinado
a sanear a praça dos “excessos da especulação” –, formado a partir de grandes bancos
existentes em má situação” e também incentivar o apoio da “solidificação de empresas
industriais tidas como viáveis, ainda que constituídas no âmago do Encilhamento”. (pg.
41)
16
CAPÍTULO 3 - APOGEU E CRISE NA PRIMEIRA REPÚBLICA, 1900-1930
Winston Fritsch
Introdução
Esse período foi responsável por uma série de crises econômicas que
destrincharam a política, possibilitando uma reorganização das políticas econômicas
com a consequente recomposição do Estado apenas após 1930. (pg. 45)
17
5. Política econômica na Primeira República
Este período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial marcou “um ciclo de
crescimento que, em termos de duração e extensão do progresso material, não teve
paralelo na memória daqueles que o testemunharam”. (pg. 50)
Dois grandes problemas foram enfrentados durantes esses primeiros anos, um foi
o aumento da receita líquida de divisas o qual ocasionou uma considerável apreciação
cambial, fazendo com que fosse reiniciado a discussão sobre reforma monetária. Outra
18
questão foi a piora do mercado cafeeiro com o desequilíbrio deste em razão da
supersafra ocorrida em São Paulo no ano de 1906. (pg. 50-51)
Entre altos e baixos, o ano de 1913 chega como marco inicial de um momento
duradouro “crise de liquidez gerada pela operação do padrão-ouro após a reversão da
posição do balanço de pagamentos, que se estenderia até a eclosão da Guerra Mundial”.
Ainda assim, o padrão-ouro foi mantido pelo governo, o que gerou dificuldade na
política monetária e fez a economia entrar em recessão antes mesmo das oposições
Europeias. (pg. 53)
19
novamente passou a se desgastar e estavam previstos a volta dos pagamentos dos juros
relativos à dívida pública externa no ano seguinte. (pg. 55)
Esse boom não durou muito tempo, pois as políticas monetárias as quais foram
adotadas em razão das pressões inflacionárias ao final da guerra levaram a uma intensa
recessão no Reino Unido e nos Estados Unidos a partir de 1920. (pg. 57)
20
Neste período de quatro anos, o país passaria por uma recuperação econômica,
durante o governo de Epitácio Pessoa. No ano de 1922, o preço do café voltou a subir,
as exportações estavam aumentando e o déficit comercial se revertendo. (pg. 60)
21
Em 1926 iniciou-se uma tendência a investimentos estrangeiros, vinha
concomitantemente com a solidificação financeira da valorização paulistana e com uma
nova política cambial e monetária. “A exuberante recuperação de 1927-1928
sustentava-se, entretanto, em bases frágeis, já que dependia crucialmente da manutenção
das condições econômicas internacionais extremamente favoráveis verificadas desde
1926”. (pg. 66)
22
Além do mais, afirmar que o padrão-ouro foi adotado ocasionalmente com a simples
intenção de vantagens dos setores da cafeicultura é igualmente equivocada. (pg. 74)
7. Conclusões
A última conclusão seria no que diz respeito à política econômica e o estilo das
políticas econômicas que teve início a partir de 1930, com uma intervenção do governo
maior nos acordos internacionais. (pg. 76)
23
1. Superação da crise e política econômica do Governo Provisório, 1930-1934
Dos anos 1930 a 1936 o Brasil passou por algumas dificuldades, grande parte
delas relacionadas a economia internacional e também à crise cambial experimentada
pelo país. Durante esse período houve redução de capital de algumas empresas, outras
chegaram a falir, algumas foram nacionalizadas e até mesmo transferidas dos europeus
para os norte-americanos. (pg. 82)
Em 1933 houve um reajuste econômico o que fez com que a situação financeira
do café melhorasse, inclusive as dívidas dos produtores tiveram redução de 50% e
renegociadas por um prazo de 10 anos. (pg. 84)
24
O câmbio não teve melhora, nem com a atenuação do balanço de pagamentos
relacionado com o “descongelamento de atrasados cambiais”. Em 1934 as pressões dos
norte-americanos ficaram mais fortes a fim de que o país realizasse uma mudança no
regime cambial. (pg. 86-87)
Neste ano ainda o Brasil enfrentava dificuldades com o preço do café, que teve
diminuição, inclusive em razão da queda nas exportações com os Estados Unidos,
entretanto, as exportações para a Alemanha e Reino Unido continuaram a crescer e até
para o Japão ganhou importância. (pg. 92)
25
3. Estado Novo e economia de guerra, 1937-1945
26
A relação brasileira com os britânicos durante o período da Segunda Guerra se
baseou principalmente no fato de ambos estarem preocupados em: “minimizar o custo
imediato das importações necessárias ao esforço de guerra numa conjuntura de notável
escassez de reservas de moeda conversíveis, especialmente dólares”. (pg. 98)
A dívida pública foi negociada por duas vezes durante o período da guerra. A
primeira vez no ano de 1940 e a segunda, de forma definitiva no ano de 1943. (pg.100-
101)
1. Introdução
27
econômica. Primeiramente, houve uma mudança na “política de comércio exterior, com
o fim do mercado livre de câmbio e a adoção do sistema de contingenciamento às
importações”. O segundo marco foi a saída de Correa e Castro, ministro da Fazenda, na
metade de 1949, “indicando a passagem de uma política econômica contracionista e
tipicamente ortodoxa para outra, com maior flexibilidade nas metas fiscais e
monetárias”. (pg.105)
Os Estados Unidos foram a única nação que saiu bem financeiramente da última
guerra e era o único em condições de fornecer os suprimentos e bens que o restante do
mundo necessitava. Como resultado, o mundo sofreu um desequilíbrio no que concerne
ao dólar e ao ouro, passando inclusive por um período de escassez do primeiro. (pg.106)
Em 1950 foi criada a União Europeia de Pagamentos, a qual existiu apenas até o
ano de 1958, após inúmeras discriminações que os Estados Unidos vinham sofrendo
sem responder com retaliação. (pg.107)
28
“As importações permaneceram sob o sistema de controle e extremamente
comprimidas. Há indicações de que, em 1949, começou a surgir novo posicionamento
frente à questão das importações: o sistema de licenças prévias passava a ser encarado
conscientemente como instrumento de promoção de substituição de importações, como
se discutirá adiante”. (pg.112)
Foi definida então uma política em 1948, estabelecendo no que o Brasil deveria
se preocupar para poder atrair capitais internacionais, consistindo em três situações: “a
29
reorientação dos capitais formados internamente, o aumento médio de produtividade e o
afluxo de capitais estrangeiros”. (pg.115)
Foi então que em 1949, com o discurso do novo presidente dos Estados Unidos,
que uma ponta de esperança apareceu, ao dizer que o país passaria a se comprometer em
levar conhecimento para as partes menos desenvolvidas do mundo, ato conhecido como
“Act of lnternational Development”. (pg.116)
1. Introdução
30
permitir a adoção de uma política monetária restritiva, e dessa forma, acabar com a
inflação”, em seguida viriam “empreendimentos e realizações”. (pg.121)
Em 1952 o país enfrentou uma crise cambial que teve início com a falta de
controle do comércio internacional em razão da discrepância presente entre “a
concessão de licenças e a efetivação das importações”. (pg.125)
A economia teve um bom desempenho, o PIB aumentou de 4,9% para 7,3% nos
anos de 1951 e 1952. O setor que mais cresceu foi o de serviços, muito em razão da
31
impulsão ocasionada pelas importações. Os dados mais importantes deste período estão
relacionados com os investimentos realizados por causa das importações com taxa de
câmbio sobrestimada. (pg.127)
Ao entrar no ano de 1953, o país sofria com uma crise cambial posto que o
retardamento comercial estava avaliado em cerca de 600 milhões de dólares e a inflação
ainda não tinha sido reduzida. O projeto de reorganizar o cenário econômico-financeiro
para iniciar o momento de empreender não estava dando certo. (pg.127)
As crises sofridas pelo Brasil por volta dos anos de 1952 ocasionaram grandes
atrasos comerciais, os quais levaram o Banco Mundial a resolver intervir na situação
promovendo opções. O Brasil então sofreu de duas formas: primeiramente, o país
permitiu que o Banco Mundial intervisse coercitivamente para que o Eximbank
praticasse exigências rígidas no tocante ao empréstimo de dólares. Seguinte a isso, foi
determinada a extinção da CMBEU e como consequência o encerramento dos
financiamentos para os projetos apresentados. (pg.129)
No ano de 1953, entra como destaque o empréstimo que o Brasil realizou com o
Eximbank, no valor de 300 milhões de reais, com prazo para amortização de apenas três
anos e com taxa anual de juros de 3,5%. (pg.130)
Neste mesmo ano foi promulgada a Lei do Mercado Livre, Lei nº 1.807, a qual
tinha como um dos principais objetivos o aumento nas exportações, sendo que o mesmo
não fora atingido, pois teve seu percentual diminuído em 11% com relação ao ano
anterior. (pg.131)
O país ainda passava por inúmeros problemas internos, como, por exemplo,
quando eclodiu a greve geral dos trabalhadores. O atual presidente, Vargas, havia
realizado um acordo de melhorar a distribuição de renda e a qualidade de vida, mas
como não ocorreu a greve emergiu. Além disso, Jânio Quadros vencia as eleições como
prefeito de São Paulo o que debilitava a base aliada do governo presidencial. (pg.132)
32
4. A nova tentativa de estabilização
5. A última crise
33
A crise de 1954 que antecedeu o golpe, o qual derrubou Vargas, foi um dos
motivos de enfraquecimento do governo o que possibilitou o presidente se isolar
politicamente e criou os requisitos para o golpe ser promissor. (pg.141)
1. Introdução
2. A gestão Gudin
O Brasil passava por uma crise com os preços do café e a diminuição nas
exportações até o meio do ano de 1954. Em razão disto, Gudin fez tratativas com o
Fundo Monetário Internacional para renovar o empréstimo realizado por Aranha.
(pg.144)
Em 1955 foi promulgada a Instrução 113 da SUMOC, sendo que a partir daquele
momento a Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil (CACEX) tinha
autorização para licenças para importar sem cobertura cambial “equipamentos
destinados à complementação dos conjuntos já existentes no país e classificados nas três
primeiras categorias de importação”. (pg.146)
34
Essas atitudes tinham como objetivos principais a reforma financeira e
econômica interna, mas pode-se dizer que não existiu “qualquer “ruptura”, no que tange
ao tratamento concedido ao capital estrangeiro, que tenha sido introduzida pela
instrução, já que o governo Vargas, apesar da retórica nacionalista, vinha
progressivamente liberalizando a legislação aplicável aos fluxos de capitais privados”.
(pg.147)
3. A administração Whitaker
35
só era inteligível à luz dos objetivos maiores, encarnados pela reforma cambial com a
qual visava restituir à cafeicultura o que o governo apropriava-se por meio do chamado
‘confisco’”. (pg.151)
A reforma cambial
Foi então que o presidente estabeleceu os termos de uma reforma, tendo como
principais condições as seguintes: “a consolidação a longo prazo dos vultosos
compromissos externos de curto prazo; a obtenção de um stand by credit, a ser utilizado
para evitar flutuações demasiado violentas no mercado livre; e, finalmente, a
reformulação do sistema tarifário brasileiro para garantir relativa proteção às indústrias
após a eliminação dos ágios cambiais”. (pg.152)
4. Considerações gerais
O governo de Café Filho foi pequeno e não há muitos dados para se analisar.
Mas pode-se dizer que o PIB e a indústria tiveram crescimentos, apesar de ter sido
evidenciada uma constrição dos investimentos no ano de 1955. “No quadro político do
pós-guerra, o governo Café Filho pode ser considerado um efêmero triunfo do
“golpismo” udenista. Mais do que um ensaio, tratava-se de um anúncio de 1964”.
(pg.154-156)
Introdução
36
No período em que Kubitschek governou, o setor público teve bastante apoio
com políticas evidentes de desenvolvimento. As vantagens foram alcançadas tanto para
o setor privado quando para o público. “A economia cresceu a taxas aceleradas, com
razoável estabilidade de preços e em um ambiente político aberto e democrático”.
(pg.157)
1. A política cambial
A movimentação dos capitais autônomos teve alta a partir do ano de 1955, logo
após ter passado por uma crise e atingido seu mínimo no ano anterior. A reforma que
estava sendo aplicada fez com que reduzisse as categorias de tarifas apenas para a
Especial e a Geral. (pg.159)
No ano de 1957 houve outra reforma, esta, por sua vez, aprofundou a
modificação do processo de importação, pois a indústria estava alcançando cada vez
mais etapas avançadas. (pg.160)
2. As políticas de desenvolvimento
No final do ano de 1956 foi instituído o Plano de Metas, este tinha metas para
cinco anos e seus objetivos priorizavam as seguintes áreas: alimentação, indústria de
base, energia, educação e transporte. Além de construir uma nova capital para o país.
(pg.162)
37
Os planos que foram implementados estavam passando a responsabilidade de
coordenar as obras de infraestrutura para o setor público de forma a anular os
impedimentos aos processos de industrialização. (pg.166)
No ano de 1958 houve uma movimentação política a fim de que fosse aprovado
o Programa de Estabilização Monetária (PEM), o qual deveria se aprimorar em duas
fases. (pg.174)
38
estabilidade nos preços internos e reequilíbrio no balanço de pagamentos (PEM, 1958,
p. 11-12)”. (pg.174)
No final das contas, Kubitschek entendeu por continuar seu governo de forma a
procurar o desenvolvimento sem desprezar as políticas de controle monetário. Seu
governo foi marcado por características contensivas e nos últimos anos passou a ser
bastante instável, o que provocou repercussões na política econômica brasileira.
(pg.177)
2. O Impasse Parlamentarista
39
A renúncia de Jânio fez com que fosse adotado o regime parlamentarista, posto
que os militares vetaram a posse do Vice, João Goulart. O programa de governo que foi
sugerido pelo primeiro-ministro possuía bons objetivos e intenções, era ousado e
extensivo. (pg.183)
Ainda em março deste ano foi implementado um plano para conter as despesas
da União em conjunto com as políticas restritivas da SUMOC. Porém, no mês de maio o
plano passou a ser deixado de lado, até porque foi estabelecido um reajuste do
funcionalismo. (pg.190)
4. Avaliação do período
40
Em resumo, o período de 1961 a 1964 se caracterizou pela recessão de 1963, o
crescimento do PIB foi o mais baixo desde o fim da Segunda Guerra, a restrição de
liquidez influenciou o desempenho da indústria. (pg.194)
1. Introdução
2. Objetivos do PAEG
41
Os efeitos desta política sobre o salário mínimo foram importantes, uma vez que
este sofreu diminuição de 4,5% em 1965 e continuou a cair nos anos que seguiram. (pg.
201)
Em 1965 a inflação começou a tender por uma redução. “Os dados anuais
evidenciam que a queda no ritmo de crescimento industrial deu-se em 1963, a queda na
tendência inflacionária em 1965 e a queda nas taxas de expansão monetária em 1966”.
(pg. 203)
6. Os custos da estabilização
42
de falências e concordatas requeridas mais do que triplicou entre 1964 e 1966”. (pg.
205-206)
43
A economia vinha sendo estimulada por meio de políticas monetárias, fiscais e
creditícias mais versáteis, o que fizeram os anos posteriores serem expansionistas. (pg.
215)
44
As estatísticas apresentadas demonstram que a receita apurada desde o ano de
1968 foram a manifestação da diminuição do desequilíbrio das contas estaduais e
distritais entre os anos de 1964 a 1967. (pg. 225)
4. Setor externo
45
“Assim, são inegáveis os progressos em várias frentes, durante o período de
crescimento de 1967 a 1973. Porém, os dados de salários e de distribuição de renda
indicam que os benefícios do crescimento não foram distribuídos de forma equitativa
entre a população e que essa situação decorreu, em parte, de políticas implementadas
pelo governo naquele período”. (pg. 237)
1. Introdução
46
inicialmente feitas acerca das políticas econômicas adotadas tanto em resposta às
dificuldades imediatas quanto para o restante da década. A segunda é que a abundância
de liquidez internacional permitiu que os déficits em conta corrente faltosos que
resultaram das mesmas políticas fossem financiados sem que houvesse percepção mais
dramática do novo quadro de restrições externas ao iniciar-se o novo governo”. (pg.
244)
O petróleo vinha tendo grande importância no Brasil, mas nos anos de 1973 o
preço chegou a ser quatro vezes maior o que atrapalhou de forma bastante significativa
as importações deste. (pg. 245)
“Diante deste quadro, havia basicamente duas opções para o governo brasileiro:
a primeira seria desvalorizar o câmbio e mudar rapidamente os preços relativos a fim de
sinalizar de imediato os novos custos dos produtos importados e a alteração do valor
social das exportações. (...) A segunda seria comprar tempo para ajustar a oferta com
crescimento mais rápido do que na alternativa anterior, realizando de forma mais
gradual e calibrada o ajuste de preços relativos enquanto houvesse financiamento
externo abundante”. (pg. 245)
O ano de 1973 foi impressionantemente expansivo, o que não era para ter sido,
uma vez que estava previsto uma reversão monetária para neutralizar o exagero do
governo passado. (pg. 248)
“Em 1975, três fatos marcaram os rumos da política de curto prazo: a crise
financeira, a queda do crescimento das exportações e aprovação do II PND”. (pg. 250)
47
4. A natureza do ajuste de longo prazo: o crescimento com endividamento
“A dívida externa brasileira cresceu US$18 bilhões entre 1974 e 1977, outros
US$18 bilhões nos dois anos seguintes. No início do governo Geisel, o país pagava
anualmente US$600 milhões de juros, em 1978 a conta de juros líquidos subira para
US$2,7 bilhões que a alta das taxas de juros internacionais elevaria para US$4,2 bilhões
no primeiro ano do governo Figueiredo”. (pg. 256)
A política industrial
Introdução
48
processo de ajuste da oferta doméstica iniciado na segunda metade da década anterior”.
O presente capítulo tem como escopo a análise da transição no começo do governo de
Figueiredo. (pg. 263-264)
A política econômica nos anos de 1981 e 1982 foram dirigidas para a diminuição
dos anseios de divisas estrangeiras por meio do controle de absorção interna. (pg. 264)
A economia do Brasil estava sofrendo uma depressão enorme, a qual fez com
que o produto industrial reduzisse cerca de 10% no ano de 1981, inclusive, o PIB caiu
pela primeira vez após a Segunda Guerra. O capital estrangeiro vinha se tornando cada
vez mais insuficiente e isso gerava crescimento das reservas internacionais. (pg. 266)
Após muito lutar contra, o governo do Brasil resolveu aceitar ajuda do FMI e
resolveu apresentar sua primeira carta de intenções. (pg. 270)
“As incertezas quanto aos efeitos líquidos da negociação prolongada com o FMI
acerca da medida apropriada para o déficit público, aliado ao conhecimento geral de que
a economia operava com reservas cambiais negativas, estimularam a demanda de ativos
denominados em dólar durante o ano”. (pg. 273)
49
No ano de 1984 os Estados Unidos passaram a se estabilizar economicamente, o
que melhorou a economia brasileira externa, ficando mais relaxada e favorecendo seu
desempenho. (pg. 275)
10. Conclusões
1. Introdução
50
brasileira era predominantemente inercial. A inércia inflacionária resultaria dos
mecanismos de indexação, para a correção monetária dos preços, salários, taxa de
câmbio e ativos financeiros, que tenderiam a propagar a inflação passada para o futuro”.
(pg. 281)
Logo após ser anunciada a política econômica a ser seguida, a inflação teve uma
queda muito importante, chegando ao percentual de 7,2. (pg. 286)
51
demanda na economia. O segundo período, que vai de julho a outubro de 1986, pode ser
identificado pela total imobilidade do governo ante o agravamento da escassez de
produtos e à deterioração das contas externas. Finalmente, o terceiro período, que vai de
novembro de 1986 a junho de 1987, ratificou o fracasso do Plano Cruzado, com o
retorno das altas taxas de inflação”. (pg. 293)
52
O referido plano instituiu uma nova reforma monetária, estabelecendo como
moeda nacional o cruzado novo. Esse ato também foi entendido como um projeto de
estabilização complexo. (pg. 304-305)
O dólar se manteve estável nos primeiros meses do plano verão. Mas a principal
conquista deste plano foi manter a inflação estável, sem qualquer aumento desenfreado.
Neste período o PIB chegou a crescer 3,2% e contrariou as expectativas negativas. (pg.
310)
10. Conclusões
53
Em 1990 foi a vez de Fernando Collor assumir como presidente, o país
experimentava índices da inflação em 80% ao mês, o que obrigou ao novo presidente a
instituir seu programa de estabilização no primeiro dia. “Mas seu programa econômico
incluiu também reformas estruturais centradas na abertura comercial, na redução do
papel do Estado como produtor de bens e serviços e na reorganização da administração
pública federal”. (pg. 313)
Quase em meados do ano de 1991, grande parcela da equipe que Collor escolheu
inicialmente para tratar da economia havia deixado o governo. O problema da inflação
estava bastante delicado, o panorama fiscal estava em ampla degeneração, a economia
demonstrava alta instabilidade. (pg. 317)
54
descobertas evidências da ligação do presidente com atos de corrupção, sendo este
afastado do cargo em outubro e em dezembro veio a renunciar. (pg. 318-319)
Pode-se dizer que esta abertura ocorreu em três momentos, o primeiro foi em
1988 a 1989 ao extinguir as abundâncias, segundo foi de 1990 a 1993, momento no qual
foram reduzidas as barreiras não tarifárias e a exclusão dos impedimentos na
importação. Por fim, foram realizados pactos tarifários para determinar sujeição mais
severa aos preços internos. (pg. 324-325)
Privatização
O governo Collor teve alguns momentos desastrosos, mas quando diz respeito ao
programa de privatização tomou-se muito cuidado para não gerar um recuo inoportuno.
(pg. 327)
55
As privatizações antes do ano de 1989 foram basicamente em pequenas
empresas que estavam falindo. A partir de Collor iniciaram-se a privatização de
empresas maiores e mais importantes, o que gerou uma receita boa para o país. (pg.
328)
Dívida externa
As eleições de 1994
Rogério L. F. Werneck
56
esforços no objetivo maior de pôr fim ao processo de alta inflação. Uma extensa gama
de novas questões passou a exigir atenção. Ao mesmo tempo, ainda faltava muito para
que o novo regime de baixa inflação pudesse ser considerado consolidado. E a melhor
forma de assegurar essa consolidação logo mostrou ser questão altamente controvertida
dentro do novo governo”. (pg. 334)
A crise mexicana abriu os olhos dos economistas para possíveis cautelas a serem
observadas, pois em razão da “necessidade de financiamento externo da economia teria
que ser mantida em níveis bem mais moderados do que se imaginava possível,
encurtara-se o tempo disponível para levar à frente as reformas econômicas requeridas
para viabilizar o ajuste estrutural do setor público que se fazia necessário”. (pg. 339)
O projeto da reeleição
57
“Em gritante contraste com que o governo contemplava, o abandono do crawling
peg deflagrou um processo descontrolado de desvalorização, com efeitos de
desestabilização devastadores que perduraram pela maior parte do primeiro bimestre de
1999. Os danos acabaram sendo amplificados por dois fatores. De um lado, como a
mudança da política cambial implicava sério rompimento do acordo que acabara de ser
firmado com FMI, o país perdeu o apoio das instituições multilaterais e do G-7. De
outro, o Banco Central permaneceu precariamente tripulado durante a pior parte da
crise, exatamente quando sua atuação se fazia mais necessária”. (pg. 349)
“No início de 2000 a economia parecia bem mais sólida do que um ano antes. A
turbulência deflagrada pela desvalorização havia sido superada. A inflação estava sob
controle. E havia um programa impressionante de consolidação fiscal em andamento. O
ano 2000 estava fadado a ser o melhor ano do segundo mandato de FHC”. (pg. 351)
58
“O término do segundo mandato de FHC testemunhou outra mudança da maior
importância. Não havia dúvida de que o país tinha feito uma travessia muito difícil em
2002. Mas ao fim e ao cabo dessa travessia, uma mudança política crucial tinha
ocorrido. Depois de ter sido derrotado três vezes, o PT tinha finalmente vencido a
eleição presidencial. Mas o vencedor teve de se desfazer de boa parte de suas velhas e
arraigadas crenças e deixar de lado o discurso radical, para se deslocar rapidamente para
o centro do espectro político e adotar como sua a política macroeconômica do governo
que chegara ao fim. Não foi uma mudança menor. O que parecia ser um abismo
intransponível entre governo e oposição tinha dado lugar a um amplo conjunto de ideias
sensatas compartilhadas por governo e oposição”. (pg. 356)
Rogério L. F. Werneck
Tensões da metamorfose
Colheita rápida
59
“A reconstrução da confiança foi facilitada pela rápida melhora da balança
comercial, na esteira da prolongada depreciação cambial e do aumento da demanda
mundial pelas exportações brasileiras. Contas externas mais sólidas e rápida redução da
incerteza logo deram lugar a vigorosa apreciação cambial e forte queda nos indicadores
de risco-país ao longo do primeiro semestre de 2003”. (pg. 363)
De Palocci a Mantega
Redistribuição de renda
60
2006, e chegou a 12,8 milhões, em 2010, ao final do segundo mandato do Presidente
Lula”. (pg. 369)
“As mudanças no regime fiscal ensejadas pela crise deram lugar a rápida
deterioração das contas públicas, vertiginosa expansão do crédito estatal, bancada por
emissão de dívida pelo Tesouro, e montagem de dispendiosa bateria de programas “pró-
negócios”, em Brasília e no Rio de Janeiro, movidos a dinheiro público e envolvendo
farta distribuição de favores do Estado”. (pg. 376)
61
dura realidade das contas públicas e pautada por prioridades de investimento
equivocadas”. (pg. 379)
62