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Concepções Educacionais e Curriculo
Concepções Educacionais e Curriculo
AUTORIA:
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A PRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
Sou a tutora de cada um e de cada uma de vocês. Vamos ler, refletir e considerar
proposições sobre um currículo vivo, real e capaz de promover mudanças significativas na
mente, no coração e no espaço educacional onde atuam.
Pensar em uma profissão significativa é esboçar um projeto de vida. Agora, mais do que
descobrir a vocação, é fazer dela um instrumento de construção e intervenção no mundo.
É adaptar-se ao mundo de maneira crítica, é saber que a educação não é a solução para
tudo, mas é a porta para caminhos infinitos.
Temos que ter a consciência que sonhos não devolvem o que há mais de 500 anos vem
sendo tirado da gente, mas temos a certeza de que a dignidade, ética, igualdade não devem
apenas ser escritas em versos e sonhos, mas devem ser realidades concretas, construídas
com sangue e suor.
Ser educador é acima de tudo acreditar, é lutar para fazer acontecer. Vamos construir uma
educação melhor, conhecendo o que é um currículo, sua organização, seu funcionamento e
adotando ações práticas e viabilizadoras de mudanças positivas.
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O BJETIVOS
E MENTA
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S UMÁRIO
UNIDADE 1 ........................................................................................................... 8
Analisar As Tendências Atuais Dos Estudos Sobre O Currículo. .................... 8
UNIDADE 2 ......................................................................................................... 12
Analisar As Tendências Atuais Sobre Os Estudos Sobre O Currículo. .......... 12
UNIDADE 3 ......................................................................................................... 15
Analisar As Tendências Atuais Sobre Os Estudos Sobre O Currículo. .......... 15
UNIDADE 4 ......................................................................................................... 19
Trajetória Dos Estudos Sobre O Currículo ...................................................... 19
UNIDADE 5 ......................................................................................................... 23
O Currículo Segundo Dewey E Tyler ............................................................... 23
UNIDADE 6 ......................................................................................................... 31
Discutindo a Pedagogia do Oprimido versus a Pedagogia dos Conteúdos,
segundo Tomaz Tadeu Da Silva. ..................................................................... 31
UNIDADE 7 ......................................................................................................... 36
Discutindo a Pedagogia do Oprimido versus a Pedagogia dos Conteúdos,
segundo Tomaz Tadeu Da Silva. ..................................................................... 36
UNIDADE 8 ......................................................................................................... 40
Diferenciar o Currículo Oculto, como Ação do Cotidiano da Escola, do
Currículo Proposto no Planejamento Curricular Estabelecido
Institucionalmente. ........................................................................................... 40
UNIDADE 9 ......................................................................................................... 44
O Currículo Multiculturalista e a Educação ...................................................... 44
UNIDADE10 ........................................................................................................ 47
Currículo Científico ........................................................................................... 47
UNIDADE 11 ....................................................................................................... 51
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Currículo Científico ........................................................................................... 51
UNIDADE 12 ....................................................................................................... 55
Breve Biografia Do Educador Paulo Freire ...................................................... 55
UNIDADE 13 ....................................................................................................... 59
Algumas Reflexões Sobre A Educação, segundo Paulo Freire. ..................... 59
UNIDADE 14 ....................................................................................................... 66
Algumas Reflexões sobre a Educação, segundo Paulo Freire. ...................... 66
UNIDADE 15 ....................................................................................................... 71
As Concepções Educacionais e suas Implicações na Relação Pedagógica .. 71
UNIDADE 16 ....................................................................................................... 75
Os Pilares da Educação, Segundo Declaração da UNESCO De 2002. ......... 75
UNIDADE 17 ....................................................................................................... 80
As Concepções Educacionais e suas implicações na Relação Pedagógicas.80
UNIDADE18 ........................................................................................................ 85
As Concepções Educacionais e suas implicações na Relação Pedagógica .. 85
UNIDADE 19 ....................................................................................................... 90
As Concepções Educacionais e suas Implicações na Relação Pedagógica .. 90
UNIDADE 20 ....................................................................................................... 95
Reflexão sobre as Concepções de Educação: Crítica e Ingênua. .................. 95
UNIDADE 21 ....................................................................................................... 99
Reflexão Sobre as Concepções de Educação: Crítica E Ingênua. ................. 99
UNIDADE 22 ..................................................................................................... 104
Conhecimentos Necessários ao Educador do Futuro ................................... 104
UNIDADE 23 ..................................................................................................... 110
Conhecimentos Necessários ao Educador do Futuro ................................... 110
UNIDADE 24 ..................................................................................................... 116
UNIDADE 25 ..................................................................................................... 122
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Avaliação e Multidimensionalidade do Olhar. ................................................ 122
UNIDADE 26 ..................................................................................................... 129
Reflexões sobre Avaliação no Espaço Escolar ............................................. 129
UNIDADE 27 ..................................................................................................... 134
Usar a Avaliação de Forma Democrática de Forma a Contribuir para o
Sucesso do Aluno e da Prática do Professor. ............................................... 134
UNIDADE 28 ..................................................................................................... 137
A Avaliação na Construção de uma Proposta Curricular .............................. 137
UNIDADE 29 ..................................................................................................... 140
O Livro Didático .............................................................................................. 140
UNIDADE 30 ..................................................................................................... 146
Identificar o Conceito e Utilização do Portfólio como mais um Instrumento de
Avaliação Desmistificada. .............................................................................. 146
GLOSSÁRIO ..................................................................................................... 151
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 152
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U NIDADE 1
Objetivo: Conceituar currículo numa perspectiva teórica crítica.
“O professor deve se sentir parte de um coletivo docente, capacitar-se, ir além das suas
limitações e ajudar a construir um currículo ativo, crítico e transformador”.( Marizinha
Coqueiro Borges).
O currículo há muito tempo deixou de ser apenas uma área meramente técnica, voltada
para questões relativas a procedimentos, técnicas, métodos. Já se pode falar agora em uma
tradição crítica do currículo, guiada por questões sociológicas, políticas, epistemológicas.
Embora questões relativas ao "como" do currículo continuem importantes, elas só adquirem
sentido dentro de uma perspectiva que as considere em sua relação com questões que
perguntem pelo "por que" das formas de organização do conhecimento escolar.
Nessa perspectiva, o currículo é considerado um artefato social e cultural. Isso significa que
ele é colocado na moldura mais ampla de suas determinações sociais, de sua história, de
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sua produção contextual. O currículo não é um elemento inocente e neutro de transmissão
desinteressada do conhecimento social. O currículo está implicado em relações de poder, o
currículo transmite visões sociais particulares e interessadas, o currículo produz identidades
individuais e sociais particulares. O currículo não é um elemento transcendente e atemporal -
ele tem uma história, vinculada às formas específicas e contingentes de organização da
sociedade e da educação.
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atividades pedagógicas e controlá-Ias de modo a evitar que o comportamento e o
pensamento do aluno se desviassem de metas e padrões pré-definidos.
Após a Guerra Civil, a economia americana passou a ser dominada pelo capital industrial,
sendo o sistema de competição livre, então prevalente, substituído pelos monopólios. Para a
produção em larga escala foi necessário aumentar as instalações e o número de
empregados. O processo de produção tornou-se socializado e mais complexo, enquanto
procedimentos administrativos sofisticaram-se e assumiram um cunho “científico”.
As primeiras tendências
O campo do currículo tem sido associado, tanto em suas origens como em seu posterior
desenvolvimento, às categorias de controle social e eficiência social, consideradas úteis para
desvelar os interesses subjacentes à teoria e à prática emergentes. Todavia, não se deve
entender o novo campo como monolítico, já que outras intenções e outros interesses podem
ser identificados, tanto em suas manifestações iniciais como nos estágios subsequentes.
Segundo Kliebard (1974), duas grandes tendências podem ser observadas nos primeiros
estudos e propostas: uma volta-se para a elaboração de um currículo que valorizasse os
interesses do aluno e a outra, para a construção científica de um currículo que
desenvolvesse os aspectos da personalidade adulta. então considerada "desejável". A
primeira delas é representada pelos trabalhos de Dewey j e Kilpatrick e a segunda pelo
pensamento de Bobbitt. A primeira contribuiu para o desenvolvimento do que no Brasil se
chamou de escolanovismo e a segunda constituiu a semente do que aqui se denominou de
tecnicismo.
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Pode-se dizer que as duas, em seus momentos iniciais, representaram diferentes respostas
às transformações sociais, políticas e econômicas por que passava o país e que, ainda que
de formas diversas, procuraram adaptar a escola e o currículo à ordem capitalista que se
consolidava. As duas tendências, juntamente com vestígios e revalorizações de uma
perspectiva mais tradicional de escola e de currículo, dominaram o pensamento curricular
dos anos vinte ao final da década de sessenta e início da década seguinte.
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U NIDADE 2
Objetivo: Conceituar currículo numa perspectiva teórica crítica.
Currículo E Ideologia
Desde o início da teorização crítica em educação, "ideologia" tem sido um dos conceitos
centrais a orientar a análise da escolarização, em geral, e a do currículo, em particular. O
ensaio de Louis Althusser (1983), "A Ideologia e os Aparelhos Ideológicos de Estado" marca,
naturalmente, o início da preocupação com a questão da ideologia em educação. Aquele
ensaio rompia com a noção liberal e tradicional da educação como desinteressadamente
envolvida com a transmissão de conhecimento e lançava as bases para toda a teorização
que se seguiria.
Essa transmissão diferencial seria garantida pelo fato de que as crianças das diferentes
classes sociais saem da escola em diferentes pontos da carreira escolar: os que saem antes
"aprenderiam" as atitudes e valores próprios das classes subalternas, os que fossem até o
fim seriam socializados no modo de ver o mundo próprio das classes dominantes. Além
disso, Althusser era explícito a respeito dos mecanismos pelos quais essas diferenciadas
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visões de mundo eram transmitidas. De forma geral, essa transmissão da ideologia estaria
centralmente a cargo daquelas matérias escolares mais propícias ao "ensino" de ideias
sociais e políticas: História, Educação Moral, Estudos Sociais, mas estariam presentes,
também, embora de forma mais sutil, em matérias aparentemente menos sujeitas à
contaminação ideológica, como Matemática e Ciências.
Embora tenha sido um marco importante e continue sendo uma referência central na
teorização crítica em educação, o ensaio de Althusser e seus pressupostos foram objeto de
crítica e refinamento nos anos que se seguiram à sua publicação. Por um lado, houve uma -
série de contestações conceituais à própria noção de ideologia formulada por Althusser. Por
outro, inúmeros estudos empíricos sobre o funcionamento da escola e da sala de aula
ajudaram a aumentar consideravelmente a nossa compreensão do papel da ideologia no
processo educacional, uma compreensão que nos levou bastante além do esboço de
Althusser.
Essa perspectiva permite que escapemos aos impasses colocados pelo equacionamento de
ideologia como conhecimento falso e não ideologia como conhecimento verdadeiro,
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permitindo também que nos afastemos da noção representacional de conhecimento e
linguagem implícita naquele equacionamento.
A ideologia é essencial na luta desses grupos pela manutenção das vantagens que Ihe
advêm dessa posição privilegiada. É menos importante saber se as ideias envolvidas na
ideologia são falsas ou verdadeiras e, é mais importante saber que vantagens relativas e que
relações de poder elas justificam ou legitimam.
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U NIDADE 3
Objetivo: Conceituar currículo numa perspectiva teórica crítica.
Currículo E Cultura
Se ideologia e currículo não podem ser vistos separados na teorização educacional crítica,
cultura e currículo constituem um par inseparável já na teoria educacional tradicional. Nessa
visão, que é a educação e, em particular, o currículo, senão uma forma institucionalizada de
transmitir a cultura de uma sociedade.
A teorização crítica, de certa forma, continua essa tradição. A educação e o currículo são
vistos como profundamente envolvidos com o processo cultural. Entretanto, há diferenças
importantes a serem enfatizadas. De forma geral, a educação e o currículo estão, sim,
envolvidos com esse processo, mas ele é visto, ao contrário do pensamento convencional,
como fundamentalmente político.
Na tradição crítica, a cultura não é vista como um conjunto inerte e estático de valores e
conhecimentos a serem transmitidos de forma não problemática a uma nova geração, nem
ela existe de forma unitária e homogênea. Em vez disso, o currículo e a educação estão
profundamente envolvidos em uma política cultural, o que significa que são tanto campos de
produção ativa de cultura quanto campos contestados.
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educação e o currículo não atuam, nessa visão, apenas como correias transmissoras de uma
cultura produzida em outro local, por outros agentes, mas são partes integrantes e ativas de
um processo de produção e criação de sentidos, de significações, de sujeitos.
O currículo pode ser movimentado por intenções oficiais de transmissão de uma cultura oficial,
mas o resultado nunca será o intencionado porque, precisamente, essa transmissão se dá
em um contexto cultural de significação ativa dos materiais recebidos. A cultura e o cultural,
nesse sentido, não estão tanto naquilo que se transmite quanto naquilo que se faz com o que
se transmite.
O currículo educacional, por sua vez, é o terreno privilegiado de manifestação desse conflito.
O currículo, então, não é visto, tal como na visão tradicional, como um local de transmissão
de uma cultura incontestada e unitária, mas como um campo em que se tentará impor tanto a
definição particular de cultura da classe ou grupo dominante quanto o conteúdo dessa cultura
(BOURDIEU, 1979). Aquilo que na visão tradicional é visto como o processo de continuidade
cultural da sociedade como um todo, é visto aqui como processo de reprodução cultural e
social das divisões dessa sociedade.
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Essa perspectiva da cultura como um campo contestado e ativo tem implicações importantes
para a teoria curricular crítica. Se combinarmos essa visão com aquela que questiona a
linguagem e o conhecimento como representação e reflexo da "realidade", somos obrigados
a rejeitar a visão convencional do currículo que o vê como um veículo de transmissão do
conhecimento como uma "coisa", como um conjunto de informações e materiais inertes.
Currículo e poder
Para não entrar em longas e intermináveis discussões conceituais sobre o poder, é suficiente
afirmar aqui que o poder se manifesta em relações de poder, isto é, em relações sociais em
que certos indivíduos ou grupos estão submetidos à vontade e ao arbítrio de outros.
Na visão crítica, o poder se manifesta através das linhas divisórias que separam os
diferentes grupos sociais em termos de classe, etnia, gênero etc. Essas divisões constituem
tanto a origem quanto o resultado de relações de poder.
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Por um lado, o currículo, enquanto definição "oficial" daquilo que conta como conhecimento
válido e importante, expressa os interesses dos grupos e classes colocados em vantagem
em relações de poder. Desta forma, o currículo é expressão das relações sociais de poder.
Por outro lado, apesar de seu aspecto contestado, o currículo, ao expressar essas relações
de poder, ao se apresentar, no seu aspecto "oficial" como representação dos interesses do
poder, constitui identidades individuais e sociais que ajudam a reforçar as relações de poder
existentes, fazendo com que os grupos subjugados continuem subjugados. O currículo está,
assim, no centro de relações de poder. Seu aspecto contestado não é demonstração de que
o poder não existe, mas apenas de que o poder não se realiza exatamente conforme suas
intenções.
Reconhecer que o currículo está atravessado por relações de poder não significa ter
identificado essas relações. Grande parte da tarefa da análise educacional crítica consiste
precisamente em efetuar essa identificação. É exatamente porque o poder não se manifesta
de forma tão cristalina e identificável que essa análise é importante. No caso do currículo,
cabe perguntar: que forças fazem com que o currículo oficial seja hegemônico e que forças
fazem com que esse currículo aja para produzir identidades sociais que ajudam a prolongar
as relações de poder existentes?
Leitura de : SILVA, Tomaz Tadeu da. Documento de identidade – uma introdução às teorias
do currículo. 2. ed.. Belo Horizonte: Autêntica, 2001
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U NIDADE 4
Objetivo: Identificar o processo de construção dos estudos do currículo, a partir das
discussões sobre as teorias pedagógicas.
Segundo Tomaz Tadeu da Silva (2005), a existência de teorias sobre o currículo está
identificada com a emergência do campo do currículo como um campo profissional
especializado, de estudos e pesquisas sobre o currículo. As professoras e os professores de
todas as épocas e lugares sempre estiveram envolvidos, de uma forma ou outra, com o
currículo, antes mesmo que o surgimento de uma palavra especializada como "currículo"
pudesse designar aquela parte de suas atividades que hoje conhecemos como "currículo".
De certa forma, todas as teorias pedagógicas e educacionais são também teorias sobre o
currículo. As diferentes filosofias educacionais e as diferentes pedagogias, em diferentes
épocas, bem antes da institucionalização do estudo do currículo como campo especializado,
não deixaram de fazer especulações sobre o currículo, mesmo que não utilizassem o termo.
Mas as teorias educacionais e pedagógicas não são, estritamente falando, teorias sobre o
currículo. Há antecedentes, na História da Educação ocidental moderna, institucionalizada,
de preocupações com a organização da atividade educacional e até mesmo de uma atenção
consciente à questão do que ensinar.
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A Didactica Magna, de João Amós Comenius, é um desses exemplos. A própria
emergência da palavra currículum, no sentido que modernamente atribuímos ao termo, está
ligada a preocupações de organização e método, como ressaltam as pesquisas de David
Hamilton. O termo currículum, entretanto, no sentido que hoje lhe damos, só passou a ser
utilizada em países europeus como França, Alemanha, Espanha, Portugal muito
recentemente, sob influência da literatura educacional americana.
É precisamente nessa literatura que o termo surge para designar um campo especializado de
estudos. Foram talvez as condições associadas com a institucionalização da educação de
massas que permitiram que o campo de estudos do currículo surgisse nos Estados Unidos,
como um campo profissional especializado.
Estão entre essas condições: a formação de uma burocracia estatal encarregada dos
negócios ligados à educação; o estabelecimento da educação como um objeto próprio de
estudo científico; a extensão da educação escolarizada em níveis cada vez mais altos a
segmentos cada vez maiores da população; as preocupações com a manutenção de uma
identidade nacional, como resultado das sucessivas ondas de imigração; o processo de
crescente industrialização e urbanização.
É nesse contexto que Bobbitt escreve, em 1918, o livro que iria ser considerado o marco no
estabelecimento do currículo como um campo especializado de estudos: The currículum. O
livro de Bobbitt é escrito num momento crucial da história da educação estadunidense, num
momento em que diferentes forças econômicas, políticas e culturais procuravam moldar os
objetivos e as formas da educação de massas de acordo com suas diferentes e particulares
visões. É nesse momento que se busca responder questões cruciais sobre as finalidades e os
contornos da escolarização de massas.
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O que se deve ensinar: as habilidades básicas de escrever, ler e contar; as disciplinas
acadêmicas humanísticas; as disciplinas científicas; as habilidades práticas necessárias para
as ocupações profissionais? Quais as fontes principais do conhecimento a ser ensinado: o
conhecimento acadêmico; as disciplinas científicas; os saberes profissionais do mundo
ocupacional adulto?
Tal como uma indústria, Bobbit queria que o sistema educacional fosse capaz de especificar
precisamente que resultados pretendiam obter, que pudesse estabelecer métodos para obtê-
Ios de forma precisa e formas de mensuração que permitissem saber com precisão se eles
foram realmente alcançados.
O sistema educacional deveria começar por estabelecer de forma precisa quais são seus
objetivos. Esses objetivos, por sua vez, deveriam se basear num exame daquelas
habilidades necessárias para exercer com eficiência as ocupações profissionais da vida
adulta. O modelo de Bobbitt estava claramente voltado para a economia.
Sua palavra-chave era "eficiência". O sistema educacional deveria ser tão eficiente quanto
qualquer outra empresa econômica. Bobbitt queria transferir para a escola o modelo de
organização proposto por Frederick Taylor. Na proposta de Bobbitt, a educação deveria
funcionar de acordo com os princípios da administração científica propostos por Taylor.
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SACRISTÁN, J. Gimeno. O currículo. Uma reflexão sobre a prática. 3ª ed., Porto Alegre:
Artmed, 2000.
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U NIDADE 5
Objetivo: Traçar a linha de estudos do currículo e os teóricos responsáveis pelos estudos.
Buscando ampliar a discussão sobre o currículo, vamos incluir as ideias de Dewey, bem
como a relação entre as duas vertentes debatidas na época: a vertente estadunidense e a
vertente progressista.
A orientação dada por Bobbitt iria constituir uma das vertentes dominantes da educação
estadunidense no restante do século XX. Mas ela iria concorrer com vertentes consideradas
mais progressistas como a liderada por John Dewey.
Não é por acaso que o conceito central, nessa perspectiva, é "desenvolvimento curricular", um
conceito que iria dominar a literatura estadunidense sobre currículo até os anos 80. Numa
perspectiva que considera que as finalidades da educação estão dadas pelas exigências
profissionais da vida adulta, o currículo se resume a uma questão de desenvolvimento, a uma
questão técnica.
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Tal como na indústria, é fundamental, na educação, de acordo com Bobbitt, que se estabeleçam
padrões. O estabelecimento de padrões é tão importante na educação quanto, digamos,
numa usina de fabricação de aços, pois, de acordo com Bobbitt, "a educação, tal como a
usina de fabricação de aço, é um processo de moldagem".
O exemplo dado pelo próprio Bobbitt é esclarecedor. Numa oitava série, ilustra ele, algumas
crianças realizam adições "a um ritmo de 35 combinações por minuto", enquanto outras, "ao
lado, adicionam a um ritmo médio de 105 combinações por minuto". Para Bobbitt, o
estabelecimento de um padrão permitiria acabar com essa variação.
Nas últimas décadas, diz ele, os educadores vieram a "perceber que é possível estabelecer
padrões definitivos para os vários produtos educacionais. A capacidade para adicionar a uma
velocidade de 65 combinações por minuto (...) é uma especificação tão definida quanto a que
se pode estabelecer para qualquer aspecto do trabalho da fábrica de aços”.
É interessante observar que tanto os modelos mais tecnocráticos, como os de Bobbitt e Tyler,
quanto os modelos mais progressistas de currículo, como o de Dewey, que emergiram no
início do século XX, nos Estados Unidos, constituíam, de certa forma, uma reação ao
currículo clássico, humanista, que havia dominado a educação secundária desde sua
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institucionalização. Como se sabe, esse currículo era herdeiro do currículo das chamadas
"artes liberais" que, vindo da Antiguidade Clássica, se estabelecera na educação
universitária da Idade Média e do Renascimento, na forma dos chamados trivium (gramática,
retórica, dialética) e quadrivium (astronomia, geometria, música, aritmética).
Não se aceitava, aqui, nem mesmo os argumentos que no século XIX tinham sido
desenvolvidos pela perspectiva do "exercício mental", segundo a qual a aprendizagem de
matérias como o latim, por exemplo, servia para exercitar os "músculos mentais", de uma
forma que podiam se aplicar a outros conteúdos.
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clássico humanista. O currículo clássico só pôde sobreviver no contexto de uma
escolarização secundária de acesso restrito à classe dominante. A democratização da
escolarização secundária significou também o fim do currículo humanista clássico.
Débora Barreiros
Onde não houver adicção, haverá paixão. Onde o melhor que há nos seres humanos não estiver
totalmente anestesiado, ali estará um professor. E um aluno. E ali germinará entre ambos um
processo educativo que encontrará sua fonte na paixão pela vida, na fé que responde ao
desvelamento dos mistérios do conhecimento com reverência e zelo
Todos nós, professores, ouvimos o quanto é essencial uma sólida formação inicial e
continuada, almejamos melhores condições de trabalho e lutamos por um plano de carreira
com melhor remuneração. Quantos de nós conseguimos? Se não conseguimos, deixamos
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de trabalhar? Claro que não! O compromisso com a aprendizagem não nos deixa
abandonar o barco, que mesmo quase submerso ganha força a cada conquista de nossos
alunos. Os estímulos e a valorização podem ser escassos, mas o comprometimento com a
prática pedagógica nos faz articular novos saberes, novas exigências e todos os aspectos
legais da área.
Então, o que significa ser professor? Ser professor significa ser capaz de ressignificar o
seu conhecimento e a sua experiência em cada contexto pedagógico em que se insere.
Em outras palavras, implica abertura e reflexão sobre as ações educativas, o que envolve
a elaboração de novos processos de formação, pois estabelece novas habilidades e
saberes para esse novo profissional. E que formação é exigida desse novo profissional?
Este estudo tem como objetivo analisar alguns aspectos da formação inicial e continuada
de professores no Brasil. Por se tratar de uma área ampla e complexa, será dividida em
quatro momentos: 1) Formação de professores pós-LDB; 2) Competências e habilidades
do professor: o que dizem as Diretrizes curriculares para a formação inicial de professores
para a educação básica; 3) Educação a Distância: uma estratégia de formação docente; e
4) Educação inclusiva e a formação de professores.
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formação dos docentes da educação básica. Outro marco é o Parecer CNE/CEB nº
03/2003, que aponta uma contradição na LDB e dispõe que os professores da educação
infantil e da primeira etapa do fundamental precisam apenas do curso normal em nível de
ensino médio para exercer o magistério. O diploma, porém, continua sendo exigido para os
que dão aulas para alunos da 5ª à 8ª série e para o ensino médio.
Apesar de toda mudança ocorrida nos últimos anos no que se referem à formação dos
professores, alguns dados divulgados recentemente pela Agência Brasil apontam para
uma questão crucial sobre a área, principalmente nas escolas das áreas rurais (que são
quase metade das mais de 200 mil escolas públicas brasileiras), cujo percentual de
professores sem a formação exigida pela lei é ainda alarmante: “apenas 21% dos
profissionais que dão aula de 1ª a 4ª série nas escolas rurais têm graduação, enquanto na
cidade esse número aumenta para 56,4%” (Agência Brasil, 2007, p. 1). Os dados do
Censo 2006 também ajudam a pensar em que ponto está a formação de professores
exigida no país.
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Essa reestruturação influencia diretamente as escolas, a sociedade e os professores;
todos passam a recriar alternativas de ação político-pedagógica, da educação infantil ao
ensino médio.
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com a oferta de cursos de formação continuada para professores nas áreas de Química,
Física, Biologia, Matemática, História, Geografia e Língua Portuguesa e Língua Espanhola.
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U NIDADE 6
Objetivo: Analisar as concepções de currículo na perspectiva problematizadora de Paulo
Freire e os modelos tradicionais de currículos.
Vamos discutir as ideias de Paulo Freire, mas quando adentramos na teoria do currículo, faz-
se necessário rever o tema na perspectiva do Tomaz Tadeu da Silva, que em seu livro
“Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo”, discutindo alguns
autores sobre este tema, busca em Paulo Freire uma análise comparativa dos currículos.
Daí, trazer para o estudo trechos do texto “Pedagogia do Oprimido versus Pedagogia dos
Conteúdos” (2005 p. 57-63).
Parece evidente que Paulo Freire não desenvolveu uma teorização especifica sobre
currículo. Em sua obra, entretanto, como ocorre com outras teorias pedagógicas, ele discute
questões que estão relacionadas com aquelas que comumente estão associadas com teorias
mais propriamente curriculares.
Pode-se dizer que seu esforço de teorização consiste, ao menos em parte, em responder à
questão curricular fundamental: "o que ensinar?". Em sua preocupação com a questão
epistemológica fundamental ("o que significa conhecer?"), Paulo Freire desenvolveu uma
obra que tem implicações importantes para a teorização sobre o currículo. Além disso, é
conhecida sua influência sobre as teorizações de autores e autoras mais diretamente ligados
ao desenvolvimento de perspectivas mais propriamente curriculares.
Nesse texto, Silva (2005) se volta para os dois livros de Paulo Freire: Educação como prática
da liberdade (1967) e Pedagogia do Oprimido (1970). Na verdade, é o livro Pedagogia do Oprimido,
que ele considera como melhor representante do pensamento, pelo qual ele iria se tornar
internacionalmente conhecido e reconhecido, Educação como prática da liberdade está ainda
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muito ligado ao pensamento da chamada "ideologia do desenvolvimento" que caracterizava o
pensamento de esquerda da época.
Pedagogia do Oprimido, por outro lado, difere, em aspectos fundamentais, das outras
teorizações que iriam constituir as bases de uma teoria educacional crítica (Althusser,
Bourdieu e Passeron, Bowles e Gintis). Em primeiro lugar, diferentemente daquelas
teorizações, sua análise deve muito mais à filosofia do que à sociologia e à economia
política.
É verdade que a análise que Freire faz da formação social brasileira na primeira parte de
Educação como prática da liberdade é profundamente histórica e sociológica. Já a análise que
Freire faz do processo de dominação em Pedagogia do Oprimido está baseada numa dialética
hegeliana das relações entre senhor e servo, ampliada e modificada pela leitura do "primeiro
Marx", do marxismo humanista de Erich Fromm, da fenomenologia existencialista e cristã e
de críticos do processo de dominação colonial (Memmi, Fanon). O foco está, aqui, muito
menos na dominação como um reflexo das relações econômicas e muito mais na dinâmica
própria do processo de dominação.
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em sua análise estão claramente ausentes de análises mais estruturalistas da educação.
Não se pode imaginar Althusser ou Bourdieu e Passeron falando, como faz Freire em
Pedagogia do Oprimido e em livros posteriores, de "amor", "fé nos homens", "esperança" ou
"humildade".
Essas diferenças refletem-se inclusive nos títulos dos respectivos livros: enquanto o de
Freire ressalta o termo "pedagogia", o livro de Bowles e Gintis, por exemplo, sugere uma
análise da escola na sociedade capitalista estadunidense, e o de Baudelot e Establet propõe-
se, claramente, a analisar a "escola capitalista na França".
Na sua ênfase excessiva num verbalismo vazio, oco, o conhecimento expresso no currículo
tradicional está profundamente desligado da situação existencial das pessoas envolvidas no
ato de conhecer. Na concepção bancária da educação, o educador exerce sempre um papel
ativo, enquanto o educando está limitado a uma recepção passiva.
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Através do conceito de "educação problematizadora", Freire busca desenvolver uma
concepção que possa se constituir numa alternativa à concepção bancária que ele critica. Na
base dessa "educação problematizadora" está uma compreensão radicalmente diferente do
que significa "conhecer". Aqui, a perspectiva de Freire é claramente fenomenológica.
Para ele, conhecimento é sempre conhecimento de alguma coisa. Isso significa que não
existe uma separação entre o ato de conhecer e aquilo que se conhece. Utilizando o conceito
fenomenológico de “intenção”, o conhecimento, para Freire, é sempre “intencionado”, isto é,
está sempre dirigido para alguma coisa. Conhecer envolve intercomunicação,
intersubjetividade. É essa intersubjetividade do conhecimento que permite a Freire conceber
o ato pedagógico como um ato dialógico.
É sobre essas bases que Freire vai desenvolver seu famoso "método". Ele não se limita a
criticar o currículo implícito no conceito de "educação bancária". Freire fornece, já em
Pedagogia do Oprimido, instruções detalhadas de como desenvolver um currículo que seja a
expressão de sua concepção de "educação problematizadora".
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É curioso observar que Freire utiliza, neste livro, expressões e conceitos bastante
tradicionais, tais como "conteúdos" e "conteúdos programáticos", para falar sobre currículo.
Ele está bem consciente, entretanto, da necessidade do desenvolvimento de um currículo
que esteja de acordo com sua concepção de educação e pedagogia. A diferença
relativamente às perspectivas tradicionais de currículo está na forma como se constroem
esses "conteúdos programáticos".
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U NIDADE 7
Objetivo: Analisar as concepções de currículo na perspectiva problematizadora de Paulo
Freire e os modelos tradicionais de currículos.
Vamos nesta unidade continuar com as reflexões sobre a percepção de Tomaz Tadeu da
Silva sobre currículo.
Pode-se comparar, nesse aspecto, o método sugerido por Paulo Freire, com os métodos
seguidos por modelos mais tradicionais, como o de Tyler, por exemplo. Tyler sugeria estudos
sobre os aprendizes e sobre a vida ocupacional adulta bem como a opinião dos especialistas
das diferentes disciplinas como fontes para o desenvolvimento de objetivos educacionais,
tudo isso filtrado pela filosofia e pela psicologia educacionais.
Numa operação visivelmente curricular, ele fala em escolha do "conteúdo programático", que
deve ser feita em conjunto pelo educador e pelos educandos. Esse conteúdo programático
deve ser buscado, conjuntamente, naquela realidade, naquele mundo que, segundo Freire,
constitui o objeto do conhecimento intersubjetivo.
Na concepção de cultura, como criação e produção humana, não se faz uma distinção entre
cultura erudita e cultura popular, entre “alta” e “baixa” cultura. Ela não é definida por qualquer
critério estético ou filosófico. A cultura é simplesmente o resultado de qualquer trabalho
humano.
Mesmo que implicitamente, essa crítica do conceito de cultura permite a Paulo Freire
desenvolver uma perspectiva curricular que, antecipando-se à influência posterior dos
Estudos Culturais, apaga as fronteiras entre cultura erudita e cultura popular. Essa ampliação
do que constitui cultura permite que se veja a chamada "cultura popular" como um
conhecimento que legitimamente deve fazer parte do currículo.
Se Paulo Freire se antecipou, de certa forma, à definição cultural do currículo que iria
caracterizar depois a influência dos estudos culturais sobre os estudos curriculares, pode-se
dizer também que ele inicia o que se poderia chamar no presente contexto, de uma
pedagogia pós-colonialista ou, quem sabe, de uma perspectiva pós-colonialista sobre
currículo.
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Como se sabe, a perspectiva pós-colonialista, desenvolvida, sobretudo nos estudos literários,
busca problematizar as relações de poder entre os países que, na situação anterior, eram
colonizadores e aqueles que eram colonizados. Essa perspectiva procura privilegiar a
perspectiva epistemológica dos povos dominados, sobretudo da forma como se manifesta
em sua literatura.
Numa era em que o tema do "multiculturalismo" ganha tanta centralidade, essa dimensão da
obra de Paulo Freire pode talvez servir de inspiração para o desenvolvimento de um currículo
pós-colonialista que responda às novas condições de dominação que caracterizam a "nova
ordem mundial".
Em oposição a Paulo Freire, Saviani faz uma nítida separação entre educação e política.
Para ele, uma prática educacional que não consiga se distinguir da política perde sua
especificidade. A educação torna-se política apenas na medida em que ela permite que as
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classes subordinadas se apropriem do conhecimento que ela transmite como um instrumento
cultural que será utilizado na luta política mais ampla. Assim, para Saviani, a tarefa de uma
pedagogia crítica consiste em transmitir aqueles conhecimentos universais que são
considerados como patrimônio da humanidade e não dos grupos sociais que deles se
apropriaram. Saviani critica tanto as pedagogias ativas mais liberais quanto a pedagogia
libertadora freireana por enfatizarem não a aquisição do conhecimento, mas os métodos de
sua aquisição.
Há, na teorização de Saviani, uma evidente ligação entre conhecimento e poder. Essa
ligação limita-se, entretanto, a enfatizar o papel do conhecimento do poder das classes
subordinadas. Nesse sentido a pedagogia de Saviani aparece como a única, dentre as
pedagogias críticas, a deixar de ver qualquer conexão intrínseca entre conhecimento e
poder.
2- O que fez os alunos começarem a buscar a paz e não mais a violência? Por quê?
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U NIDADE 8
Objetivo: Identificar o currículo oculto nas práticas pedagógicas dos profissionais da
educação..
Currículo Oculto
Caros alunos!
Discutir concepção de currículo passa pela questão de “ler e ver” nas entrelinhas, daí ser
preciso revisitar o conceito e as teorias sobre o currículo oculto. Vale perguntar, como forma
de desocultar o currículo oculto:
Currículo oculto
“O currículo oculto é constituído por todos aqueles aspectos do ambiente escolar que, sem
fazer parte do currículo oficial, explícito, contribuem, de forma implícita para aprendizagens
sociais relevantes (...) o que se aprende no currículo oculto são fundamentalmente atitudes,
comportamentos, valores e orientações..." (SILVA, 2001, p 78).
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A primeira pessoa a utilizar a expressão “currículo oculto”, foi Philip Jackson, um educador
americano, em seu livro Life in Classrroms (1968) para referir-se às “características
estruturais da sala de aula que contribuíam para o processo de socialização”. Mas, a origem
da noção de currículo oculto, é anterior, pois temos em 1938 John Dewey referindo-se a uma
“aprendizagem colateral” de atitudes que ocorre de modo simultâneo ao currículo explícito.
Logo a ideia é de que o currículo escolar é concretizado de duas maneiras, a explícita e
formal, e a implícita e informal.
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O currículo oculto é geralmente associado às mensagens de natureza afetiva, como atitudes
e valores, porém não é possível separar os efeitos destas mensagens das de natureza
cognitiva.
Assim, o currículo oculto está junto com as normas de comportamento social como as de
concepções de conhecimentos, que são ligadas às experiências didáticas. Ele está oculto
para o estudante, no qual há uma intenção oculta, que é conhecida por quem a ocultou (o
professor, o sistema, etc.). Isto é, o currículo oculto pode estar sendo utilizado na relação
pedagógica sem que o professor perceba. Ele utiliza a sua experiência para transmitir o
conteúdo da disciplina e esta experiência é uma forma de currículo oculto.
É sabido que embora não constitua propriamente uma teoria, a noção de "currículo oculto"
exerceu uma forte e estranha atração em quase todas as perspectivas críticas iniciais sobre
currículo.
A noção de currículo oculto estava implícita, por exemplo, na análise que Bowles e Gintis
fizeram da escola capitalista americana. Aqui, através do "principio da correspondência",
eram as relações sociais na escola, mais do que seu conteúdo explícito, que eram
responsáveis pela socialização de crianças e jovens nas normas e atitudes necessárias para
uma boa adaptação às exigências do trabalho capitalista.
Mesmo que não diretamente relacionada à escola, a noção de ideologia desenvolvida por
Althusser na segunda parte de seu famoso ensaio, A ideologia e os aparelhos ideológicos de
estado, apontavam de certa forma, para uma noção que tinha características similares às que
eram atribuídas ao "currículo oculto".
Como lembramos, Althusser fornecia uma definição de ideologia que destacava sua
dimensão prática e material. A ideologia, nessa definição expressava-se mais através de
rituais, gestos e práticas corporais do que através de manifestações verbais. "Aprendia-se" a
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ideologia através dessas práticas: uma definição que se aproxima bastante da definição de
currículo oculto.
Mas, o importante desse estudo é saber o que fazer com um currículo oculto quando o
encontramos. A teorização crítica, conhecer, discutir e analisar o currículo oculto implica na
possibilidade de termos consciência de algo que está oculto e desocultá-lo, tornando-o mais
eficaz e com possibilidade de mudanças.
Consultar; http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070514064926AAvRosq.
Atividade Dissertativa
O currículo apresenta no seu escopo ideologias e crenças. De que forma ele é possível de
ser aplicado dentro de sala de aula? Apresente por escrito , em no máximo 25 linhas o perfil
do educador com proposta demistificadora do currículo.
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U NIDADE 9
Objetivo: Analisar a concepção de currículo multiculturalista
No mundo atual, deparamo-nos com uma nova ordem mundial - rapidez nas comunicações
devido à sofisticação da tecnologia acessa a informações, etc. O público escolar mudou. As
necessidades sociais e culturais são outras. A globalização ocupou o espaço do bairro, da
cidade, da região, do país, da nação.
Utilizamos o texto e imagem de Fernandes & Mota (2007) para refletir sobre as ideias do
currículo multicultural, quando eles perguntam:
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"Que coisa estranha, brincar de matar índio, de matar gente”.
Santos (2004) nos conta que um currículo multiculturalista implica em questões como
diferença e identidade. Todavia, sua essência é visceralmente ambígua: de um lado, o
multiculturalismo tem como origem as reivindicações dos grupos dominados e por outro lado,
é visto como uma solução para os “problemas” colocados à sociedade dominante.
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legadas ao descaso. E, repetindo Santos (2004, p. 90), “o multiculturalismo nos faz lembrar
que a igualdade não pode ser obtida simplesmente através da igualdade de acesso ao
currículo hegemônico”, é imprescindível alterar o cânon curricular, para refletir sobre “as
formas pelas quais a diferença é produzida por relações sociais de assimetria”.
Neste sentido, o discurso sobre o multiculturalismo crítico, entende que a diversidade não
pode ser um fim em si mesma: ela deve estar entrelaçada à justiça social. Neste caso, o
multiculturalismo se apóia em uma ideologia que entende a diversidade numa perspectiva de
mobilização política.
(consultar em http://www.ichs.ufop.br/perspectivas/anais/GT0507.htm),
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U NIDADE 10
Objetivo: Analisar o currículo numa perspectiva pós-moderna.
Currículo Científico
“Pós-modernismo significa coisas diferentes para pessoas diferentes” afirma Willian Doll, e
nem todos concordam com essa descrição. Existe um contraste fundamental entre os
sistemas abertos e fechados da estrutura pós-moderna emergente.
Doll apresenta sua visão de uma utopia de currículo “em que ninguém é dono da verdade e
todos têm o direito de ser compreendidos”. Caracteriza o currículo imaginado de quatro Rs:
Rico, Recursivo, Relacional e Rigoroso de caráter aberto e experimental.
Como povo, temos a Ciência como uma das obsessões dominantes. O paradigma moderno
foi construído sobre o pensamento intelectual, social e educacional norte-americano durante
sete ou oito décadas deste século.
Tornou a América-do-norte uma região líder entre as áreas industriais do mundo, realizou
sonhos de uma vida mais folgada substituindo o trabalho pesado por máquinas, seus
métodos na área intelectual dominaram – áreas da Filosofia, Psicologia e teoria educacional.
A Ciência spenceriana – é uma adaptação do empirismo de Isaac Newton e do racionalismo
de René Descartes- tornou-se para as Ciências Sociais, então, para a educação e o
currículo, um paradigma.
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O paradigma sobre o currículo e seus métodos é histórico _ produto de uma mentalidade
específica ocidental, orientada segundo o Iluminismo_ desenvolvido nos últimos 300 ou 400
anos (Toulmin, 1990).
MODERNISMO E PÓS-MODERNISMO.
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Planejar um currículo que tanto acomode quanto estenda é um dos desafios educacionais do
modo pós-moderno.
Durante os séculos XVI e XVII, esta cosmologia chegou ao fim, esta foi lentamente
substituída por uma nova cosmologia matemática e mecanicista, Newton desenvolveu no
final do século XVII esta nova cosmologia.
Visionários sociais do século XVIII, como Pierre Laplace, Augusto Comte e outros viram
nascer uma nova era – uma era industrial, tecnocrática. Eles acreditavam que a riqueza
agora seria criada não pela guerra, e sim pela produção industrial.
Em certo nível este paradigma moderno representava uma visão aberta não uma visão
fechada. A contínua melhoria material das vidas de todas as pessoas era vistos nas visões
do iluminismo e Industrial como objetivo alcançáveis. A parte mais importante desta visão, o
determinismo causa efeito matematicamente mensurado, dependia de um universo fechado,
liberalmente desenvolvido.
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COLL, César; POZO, Juan Ignácio et al. Os conteúdos na Reforma: Ensino e aprendizagem
de conceitos, procedimentos e atitudes. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
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U NIDADE 11
Objetivo: Analisar o currículo numa perspectiva pós-moderna.
Currículo Científico
Não obstante, a virada do século realmente mostrou uma mudança de ênfase - do professor
(epitomizado na América rural do século XIX por Mark Hopkins sentado na extremidade de
um tronco de árvore para o currículo, especialmente o currículo “cientifico”).
O currículo tornou-se uma “preocupação nacional” (Kliebard, 1986, página 2), poderíamos
inclusive dizer uma obsessão nacional; e o currículo cientifico estava baseado na eficiência e
na padronização.
Franklin Bobbitt (1918) via o currículo como centrando-se nos déficits ou nas “deficiências
dos indivíduos” (página 45) - que culturais, quer pessoais , quer sociais. Uma vez que nem
sempre era possível chegar a um acordo sobre quais eram “as características” do “melhor”
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trabalho, ou “sobre o que constituí a eficiência social” (1918 página 51), Bobbitt considerou
importante ir ao próprio local de trabalho e medir isso em termos científicos.
Ao retratar o currículo escolar como envolto no manto da ciência modernista, não estou
negando a observação de Hebert Kliebard (1986) de que o currículo norte-americano,
eclético em natureza, originou-se de um “compromisso não muito metódico” entre ideologias
opostas (página 29). Pelo contrário, estou dizendo que essas ideologias tiveram um efeito
maior no nível da retórica e do discurso do que no nível da atividade de sala de aula, e que
mesmo nessas ideologias concorrentes havia uma obediência geral aos princípios da ciência
modernista.
A predeterminação dos objetos, a seleção e organização das experiências para refletir esses
objetivos, seguidas por avaliações para determinar se os objetos foram atingidos, parecem
enfatizar primeiramente a escolha dos objetivos. Tyler fala sobre “uma filosofia educacional
aceitável” (página 13), que deve agir como uma peneira na seleção de objetivos, para que
não sejam escolhidos objetivos inadequados.
AS IDEIAS MODERNISTAS.
Sobre currículo adotaram a versão fechada que significa através do foco o conhecimento é
transmitido, transferido. A transmissão estrutura o nosso processo de ensino-aprendizagem.
Nós definimos o bom ensino que resulta numa boa aprendizagem.
A qualidade humana não é modelada ao igualarmos os sistemas vivos aos sistemas abertos
ser humano significa ir além das estruturas biológicas e termodinâmicas. A intencionalidade
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segundo o autor é uma parte importante do ser humano e parte da intencionalidade é o
desejo e a ação relativos ao fechamento, resoluções definições.
Portanto, a abertura humana contém seu próprio paradoxo. É a interação complexa entre
abertura e fechamento em vários níveis. (consciente, biológico, molecular) essenciais para
haver transformações. Neste caso só há transformação se houver interação do indivíduo com
o meio ou o objeto de transformação.
Segundo o autor o discurso passado e recente sobre o currículo não prestou atenção à
complexidade do pensamento humano e adotou o paradigma comportamentalista que J.B
Watson (1913) colocou “Não reconhece nenhuma linha divisória entre o homem e o animal”.
(pág 158)
Entretanto, ela depende em parte de nós e nossas ações, somos responsáveis pelo futuro
dos outros e nosso, portanto devemos adotar uma visão aberta para termos uma perspectiva
cosmológica e ecológica.
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Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse
sua sala de aula, no site da ESAB, e faça a Atividade 1, no link “Atividades”.
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U NIDADE 12
Objetivo: Conhecer o educador Paulo Freire e suas contribuições para a educação.
Sabemos que não é possível falar de educação sem ter em mente as ideias do grande
educador brasileiro, e mundialmente aclamado, Paulo Freire. Portanto, faz-se necessário
conhecer um pouquinho de sua trajetória histórica: quem foi e o que fez.
Paulo Reglus Neves Freire educador brasileiro que se destacou por seu trabalho na área
da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da
consciência. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia
mundial, tendo influenciado o movimento chamado Pedagogia Crítica.
Nascido em 19 de setembro de 1921 de pais de classe média no Recife, Brasil, Paulo Freire
conheceu a pobreza e a fome durante a depressão de 1929, uma experiência que o levaria a
se preocupar com os pobres e o ajudaria a construir seu método particular de ensino .
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Freire entrou para a Universidade do Recife em 1943, para cursar a Faculdade de Direito,
mas também se dedicou aos estudos de filosofia da linguagem. Apesar disso, ele nunca
exerceu a profissão e preferiu trabalhar como professor, numa escola do antigo segundo
grau ensinando a língua portuguesa. Em 1944, ele se casou com Elza Maia Costa de
Oliveira, uma colega de trabalho. Os dois trabalharam juntos pelo resto de suas vidas e
tiveram cinco filhos.
Em 1964, o golpe militar extinguiu este esforço. Freire foi encarcerado como traidor por 70
dias. Em seguida ele passou por um breve exílio na Bolívia, trabalhou no Chile por cinco
anos para o Movimento de Reforma Agrária da Democracia Cristã e para a Organização de
Agricultura e Alimentos da Organização das Nações Unidas. Em 1967, Freire publicou seu
primeiro livro, Educação como prática da liberdade.
O livro foi bem recebido, e Freire foi convidado a ser professor visitante da Universidade de
Harvard em 1969. No ano anterior, ele escrevera seu mais famoso livro, Pedagogia do
Oprimido, o qual foi traduzido para vários idomas como o espanhol, o inglês em 1970, e até o
Hebraico em 1981. Por ocasião da crise política entre a ditadura militar que governava o
Brasil e o socialista-cristão Paulo Freire, o livro não foi publicado no Brasil até 1974, quando
o General Geisel tomou o controle do Brasil e iniciou um processo de liberalização cultural.
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Depois de um ano em Cambridge, Freire se mudou para Geneva, Suíça, para trabalhar como
consultor educacional para o Conselho Mundial de Igrejas. Durante este tempo Freire atuou
como consultor em reforma educacional em colônias portuguesas na África, particularmente
Guinea Bissau e Moçambique.
Em 1979, ele já podia retornar ao Brasil, mas só voltou em 1980. Freire se filiou ao Partido
dos Trabalhadores na cidade de São Paulo e atuou como supervisor para o programa do
partido para alfabetização de adultos de 1980 até 1986. Quando o PT foi bem sucedido nas
eleições municipais de 1988, Freire foi indicado Secretário de Educação para São Paulo.
Em 1986, sua esposa Elza morreu e Freire casou com Maria Araújo Freire, que também
seguiu seu programa educacional.
Em 1991, o Instituto Paulo Freire foi fundado em São Paulo para estender e elaborar suas
teorias sobre educação popular. O instituto mantém os arquivos de Paulo Freire.
Freire morreu de ataque cardíaco em 2 de maio de 1997 às 6h53 no Hospital Albert Einstein,
em São Paulo, devido a complicações na operação de desobstrução de artérias.
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Paulo Freire
http://www.youtube.com/watch?v=fBXFV4Jx6Y8&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=YzURD6CgVs4
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U NIDADE 13
Objetivo: Discutir as concepções de educação a partir dos saberes necessários ao
educador, na perspectiva de Paulo Freire.
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. E cabe ao professor continuar
pesquisando para que seu ensino seja propício ao debate e a novos questionamentos. A
pesquisa se faz importante também, pois nela se cria o estímulo e o respeito à capacidade
criadora do educando. Assim, o professor de jovens e adultos, muito mais que de outras
modalidades, tem necessidade de buscar sempre novas e melhores formas de educar.
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O livro é uma obra que apresenta propostas de práticas pedagógicas necessárias à
educação como forma de construir a autonomia dos educandos, valorizando e respeitando
sua cultura e seu acervo de conhecimentos empíricos junto à sua individualidade.
Como eixo norteador de sua prática pedagógica, Freire defende que "formar" é muito mais
que formar o ser humano em suas destrezas, atentando para a necessidade de formação
ética dos educadores, conscientizando-os sobre a importância de estimular os educandos a
uma reflexão crítica da realidade em que está inserido.
Enfatiza alguns aspectos primordiais, porém nem sempre adotados pela sociedade atual,
como: simplicidade, humanismo, bom senso (ética em geral) e esperança, já que na sua
visão o capitalismo leva a sociedade a um consumismo exacerbado e a uma alienação
coletiva, através, principalmente, dos veículos de comunicação de massa.
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Paulo Freire enfatiza a necessidade de uma reflexão crítica sobre a prática educativa, sem a
qual a teoria pode se tornar apenas discurso e a prática uma reprodução alienada, sem
questionamentos. Defende ainda que a teoria deva ser adequada à prática cotidiana do
professor, que passa a ser um modelo influenciador de seus educandos, ressaltando que na
verdadeira formação docente devem estar presentes a prática da criticidade ao lado da
valorização das emoções.
O autor afirma que o professor deverá também ensinar a pensar certo, sendo a prática
educativa em si um testemunho rigoroso de decência e pureza. Para Freire, faz parte do
pensar certo a "disponibilidade ao risco, a aceitação do novo e a utilização de um critério
para a recusa do velho", estando presente a rejeição a qualquer tipo de discriminação.
Segundo o autor, essa linha de raciocínio existe por sermos seres humanos e, dessa
maneira, temos consciência de que somos inacabados, e esta consciência é que nos instiga
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a pesquisar, perceber criticamente e modificar o que está condicionado, mas não
determinado, passando então a sermos sujeitos e não apenas objetos da nossa história.
O bom senso requer que sejamos coerentes, diminuindo a distância entre o discurso e a
prática, julgando se a sua autoridade na sala de aula é ou não autoritária, pois ensinar exige
humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educandos e exige também a
compreensão da realidade.
Ensinar requer a plena convicção de que a transformação é possível porque a história deve
ser encarada como uma possibilidade e não como um determinismo moldado, pronto e
inalterável. O educador não pode ver a prática educativa como algo sem importância, sendo
preciso lutar e insistir em revoluções e mudanças.
O educador deve exercer sua autoridade e sua liberdade. Liberdade esta que deve ser vivida
em sua totalidade com a autoridade em uma relação dialética, centrada em experiências
estimuladoras de decisão e responsabilidade.
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Freire salienta que a educação tem a política como uma característica inerente à sua
natureza pedagógica, e alerta para a necessidade de nos precavermos dos discursos
ideológicos, dos quais a educação também faz parte, pois ameaçam confundir a curiosidade,
além de distorcer a leitura e interpretação dos fatos e acontecimentos.
O educador como um ser histórico, político, pensante, crítico e emotivo não pode apresentar
postura neutra. Deve procurar mostrar o que pensa, indicando diferentes caminhos sem
conclusões acabadas e prontas, para que o educando construa assim a sua autonomia. O
educador deve saber escutar, pois é somente escutando crítica e pacientemente que se é
capaz de falar com as pessoas e consequentemente com os alunos.
Para Freire, ensinar exige querer bem aos educandos, expressando a afetividade. A
atividade docente é uma atividade também de caráter afetivo, porém de uma formação
científica séria, juntamente com o esclarecimento político dos educadores.
O propósito de resgatar as ideias de Freire, neste livro, tem como objetivo refletir um pouco
mais sobre as concepções educacionais, uma vez que o mesmo por si só já direciona o
educador para a prática educativa amorosa e portanto, buscando a qualidade, isto é, mostra
que o prazer e o amor são os primeiros ingredientes para a transformação da sociedade,
tendo na educação um instrumento de libertação.
A reflexão sobre as palavras do texto, no livro, demonstra que Paulo Freire escreve e
discursa, acima de tudo, com amor pelo que faz. O autor vai lentamente introduzindo
conceitos que se misturam e se complementam às vezes de maneira sutil, e em outras
ocasiões de maneira objetiva e absolutamente sincera. Uma das principais mensagens que o
autor deixa nesta obra, a nosso ver, é o significado do ensinar. É com a mais brilhante
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vocação que o autor nos mostra em simples palavras que ensinar é todo um processo de
troca entre aluno e professor, onde ambos aprendem ambos adquirem e sanam dúvidas,
ambos crescem como seres humanos. É a mensagem de que para ensinar precisamos,
antes de qualquer coisa, ter a consciência da importância e da beleza desta tarefa, da
importância de se poder fazer a diferença no sistema social, no-econômico e no político com
certezas às vezes tão opressoras e cruéis àqueles que não dispõem de meios financeiros
para obter cultura e informação. Enfim, o professor Paulo Freire nos dá uma aula de ensinar,
e nos fornece com um pensamento livre e despojado uma grande inspiração: de que ensinar
vale à pena.
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Sabe-se que as contribuições de Paulo Freire sofreram
inadequações quanto suas interpretações. Dentre as mais comuns,
temos: “na sala de aula todos são iguais”, ‘troca: o professor
aprende com o aluno... ”e “partir dos conhecimentos dos
educandos... ir além”. Qual desses equívocos se identifica com a
premissa “educandos e educadores são diferentes e é bom que
o sejam, mas não são desiguais”. Justifique sua escolha.
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U NIDADE 14
Objetivo: Discutir as concepções de educação a partir dos saberes necessários ao
educador, na perspectiva de Paulo Freire.
PEDAGOGIA DIALÓGICA
Sua concepção de educação parte sempre de um contexto concreto para responder a esse
contexto.
Diálogo crítico;
Conscientização;
Movimento de massas;
Consciência articulada com a práxis.
Essa primeira virtude do diálogo consiste no respeito aos educandos, não somente enquanto
indivíduos, mas também enquanto expressão de uma prática social.
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Para Freire, educação é um processo de humanização.
Humanismo: Doutrina filosófica que tem no homem o valor supremo, definindo-se a partir
dessa perspectiva as exigências psicológicas, históricas, econômicas e sociais que
condicionam a vida humana.
A educação torna-se um ato de depositar (como nos bancos); o “saber” é uma doação, dos
que se julgam sábios, aos que nada sabem.
A educação bancária tem por finalidade manter a divisão entre os que sabem e os que não
sabem, entre oprimidos e opressores.
NA CONCEPÇÃO PROBLEMATIZADORA:
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Paulo Freire refere-se à categoria diálogo não apenas como método, mas como estratégia
para respeitar o saber do aluno que chega à escola.
Freire acha que é muito mais cômodo, para um educador, ser autoritário, porque a
prepotência não exige competência ou respeito e dispensa explicações.
Nessa nova teoria de conhecimento, o saber mais importante, mais necessário para a
libertação do oprimido, é a tomada de consciência de sua própria situação de oprimido,
expressa pela dominação política e pela exploração econômica a que é submetido.
Respeitar o aluno não significa deixá-lo na ingenuidade. Significa assumir sua ingenuidade
com ele, para ultrapassá-la. O educador revolucionário, afirmou ele, não pode manipular os
alunos, mas também não pode abandoná-lo à própria sorte.
Essa diretividade não é uma posição de quem comanda para fazer uma coisa ou outra, mas
uma postura de quem deve dirigir os trabalhados e um estudo sério.
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Paulo Freire no contexto do pensamento pedagógico contemporâneo
Freire não defendia o princípio da não diretividade como Rogers, mas existem pontos em
comum como:
A educação deve ter uma visão do aluno como pessoa inteira, com sentimentos e emoções.
O método de Paulo Freire procura aproximar a figura do professor, que no ensino tradicional
encontra-se distante do aluno.
Educação é vida!
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Vygotsky e os educadores revolucionários soviéticos
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U NIDADE 15
Objetivo: Identificar as concepções que permeiam e permearam as práticas pedagógicas (o
trabalho do professor), buscando superá-las.
A aceitação por uma determinada abordagem pedagógica também será baliza para a forma
como praticamos a avaliação e o olhar sobre o erro, como possibilidade ou não de
reconstrução do conhecimento.
O quadro síntese que lhes é apresentado anuncia de forma clara e com propriedade sobre a
Visão Tradicional e Novo Paradigma na Educação. A nomenclatura sobre estas duas
concepções pode sofrer variação, mas devemos ter como embasamento o seu núcleo de
abordagem e de pensar sobre a educação.
Parafraseando Paulo Freire, digo que não é o uso de recursos educacionais que me faz um
educador transformador, possibilitador de novas atitudes paradigmáticas, mas a relação que
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estabeleço do conhecimento com o meu aluno, quando me percebo ensinante a aprendente.
Quando sou aquela que ensina e aprende com seu aluno, numa relação dialógica do saber.
Quadro-Síntese
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CONTEÚDOS CONTEÚDOS
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DA PRÁTICA INSTRUCIONAL À PRÁXIS EDUCACIONAL
teoria cognitivista
teoria humanista
teoria sóciocrítica.
o pensar crítico;
o pensar criativo;
a aplicação dos conhecimentos.
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U NIDADE 16
Objetivo: Identificar as concepções que permeiam e permearam as práticas pedagógicas (o
trabalho do professor), buscando superá-las.
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(Pedro Demo, 1993)
Pensar crítico:
comparação;
análise;
classificação;
argumentação.
Pensar criativo:
tempestade de ideias;
paradoxos;
metáforas;
interrogações divergentes;
solução criativa de problemas;
imaginação;
pensar próprio, original.
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Enfoque reflexivo / Criador: atividade intelectual problema avaliado, discutido
alternativas.
APRENDER A FAZER
Está ligada (para-sai) à questão da formação profissional. Como ensinar o aluno a pôr em
prática os seus conhecimentos? …desenvolvendo uma educação permanente que permita
uma "construção contínua do ser humano, de seu saber e de suas aptidões, como também
de sua faculdade de julgar e de agir" (Delors, 1996:8).
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DIMENSÃO APRENDER A SER / APRENDER A CONVIVER
APRENDER A CONVIVER
POSTMAN (1996:45) chama a atenção para o fato de só poder existir uma comunidade
democrática e civilizada, se as pessoas que aí vivem, fazem-no de forma disciplinada como
participantes de um grupo e que, portanto, precisam aprender a viver em grupo, onde as
necessidades individuais estão subordinadas aos interesses do grupo... (Cortelazzo, 2000)
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Indicadores do processo de desenvolvimento da dimensão ser / conviver:
PENSAR CRIATIVO
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U NIDADE 17
Objetivo: Identificar as concepções que permeiam e permearam as práticas pedagógicas (o
trabalho do professor), buscando superá-las.
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Genética. Piaget afirma que a criança passa por três períodos de
desenvolvimento mental, o primeiro período se dá dos 2 aos 7 anos
de idade, onde as habilidades como a linguagem e o desenho são
desenvolvidos. O segundo período se dá dos 7 aos 11 anos, a criança
Piaget
começa a pensar logicamente. O terceiro período de dá dos 11 aos 15
anos, quando a criança começa a lidar com as abstrações e raciocinar
com realismo. Piaget critica severamente à escola tradicional,
afirmando que as mesmas objetivam acomodar a criança, impede a
formação de inteligências inventivas, críticas e pensadoras, de acordo
com Piaget o indivíduo é o principal na construção do seu próprio
conhecimento.
Nascido em 1902 e falecido em 1987, psicólogo norte-americano,
formou-se na Universidade de Colúmbia, onde se especializou em
problemas infantis, lecionou na Universidade de Rochester, onde
passou a ser diretor. Em 1945, foi professor de Psicologia na
Universidade de Chicago e secretário executivo do Centro de
Aconselhamento Terapêutico, elaborou e definiu seu método de
terapia centrada no cliente, fez uma exposição geral do seu método
não diretivo, e suas aplicações à educação e a outros campos, onde
também transpôs para a educação sua concepção terapêutica.
Rogers diz que para facilitação da aprendizagem, o facilitador
(professor) deve ser uma pessoa real, sem ostentar uma simples
Rogers
aparência no contato com os alunos, e esta relação deve ser aberta,
verdadeira, sem mascarações. O professor deve depositar no aluno
confiança, apreço, crédito. Rogers acredita que os seres humanos
têm natural potencialidade de aprender, a aprendizagem é facilitada
quando o aluno participa responsavelmente do seu processo, o
mesmo acredita que a aprendizagem significativa verifica-se quando o
estudante percebe que a matéria a estudar é relacionada com seus
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próprios objetivos, e a mesma deve ter uma contínua abertura à
experiência e à incorporação dentro de si mesmo, do processo de
mudança.
Paulo Freire nascido em 1921 em Recife, e falecido em 1997.
Formou-se em Direito na Universidade de Recife. Em 1961, após suas
primeiras experiências com educação de trabalhadores, seu método
ganha forma com o movimento de Cultura Popular de Recife. Entre
1957 e 1963 lecionou História e Filosofia da Educação. Em 1963,
participou ativamente do MCP (Movimento de Cultura Popular) do
Recife. Em 1964, suas atividades são interrompidas com o Golpe
Militar de 1964, o qual determinou sua prisão. Exila-se por 14 anos no
Chile e posteriormente vive como cidadão do mundo. Em 1970, junto
a outros brasileiros exilados, em Genebra, criou a IDAC (Instituto de
Paulo Freire Ação Cultural), que assessorou diversos movimentos populares em
vários locais do mundo. Retornando do exílio, Freire continua com
suas atividades e assume cargos em Universidades e ocupou o cargo
de Secretário Municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo, na
gestão da prefeita Luisa Erundina, do PT. Citamos como algumas de
suas obras: “Educação como prática de Liberdade”, “Pedagogia do
Oprimido”, “Cartas à Guiné Bissau”, “Vivendo e aprendendo”, “A
importância do ato de ler”. Toda a sua obra é voltada para uma teoria
do conhecimento, aplicada à educação, sustentada por uma
concepção dialética em que educador e educando aprendem juntos
numa relação dinâmica na qual a prática e a teoria se inter-relacionam
num processo de constante aperfeiçoamento. Freire enfatizando a
transformação da prática cria a categoria pedagógica da
conscientização, a qual visa à formação da autonomia intelectual do
cidadão para intervir sobre a realidade.
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PARALELO DAS IDEIAS PEDAGÓGICAS
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aumenta o índice de analfabetismo, onde alunos são objetos no
processo da aprendizagem da leitura e da escrita. Freire afirma que o
aprendizado da leitura e da escrita, como um ato criador, envolve a
compreensão da realidade, deve ser realizado dentro de um contexto
social, superando as barreiras chamadas “mecanismos”.
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U NIDADE 18
Objetivo: Identificar as concepções que permeiam e permearam as práticas pedagógicas (o
trabalho do professor), buscando superá-las.
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Emília Ferreiro, psicolinguística argentina, doutorou-se pela
Universidade de Genebra, orientada por Piaget. Desenvolveu trabalhos
sobre a psicogênese da língua escrita, foi professora em várias
Universidades latino-americanas e européias, (SAI atualmente aos 62
anos) .É pesquisadora do Instituto Politécnico Nacional, no México.
Seus trabalhos e pesquisas demonstraram uma preocupação em
integrar os objetivos científicos a um compromisso com a realidade
social e cultural. Ferreiro contribuiu para a compreensão do processo
de aprendizagem, demonstrando a existência de mecanismos no
sujeito que aprende, os quais surgem da interação com a linguagem
Ferreiro escrita, e que emergem de uma forma muito particular em cada um dos
sujeitos. As crianças interpretam o ensino que recebem, transformando
a escrita convencional e produzindo escritas estranhas ao adulto. De
acordo com Ferreiro é preciso diagnosticar quanto os alunos já sabem
antes de iniciar o processo de alfabetização, pois as crianças não
chegam na escola vazia, a mesma afirma que a criança passa por
quatro fases até que esteja alfabetizada: pré-silábica, onde a criança
não consegue relacionar as letras com os sons da língua falada,
silábica onde a criança interpreta a letra à sua maneira, atribuindo o
valor de sílaba a cada letra, silábico-alfabética, onde a criança mistura
a lógica da fase anterior com a identificação de algumas sílabas, e a
alfabética onde a criança domina, enfim, o valor das letras e sílabas.
Apesar de ter proporcionado aos educadores uma nova maneira de
analisar a aprendizagem da língua escrita, não existe um método com
todos os passos predeterminados. Para Ferreiro, apesar de a criança
construir seu próprio conhecimento, no que se refere à alfabetização,
cabe ao professor organizar atividades, que favoreçam a reflexão sobre
a escrita.
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Lev Semenovich Vigotsky, de origem belgo-russo, nascido em 1896 e
falecido em 1934, aos 37 anos de idade. Este pensador teve uma
produção intelectual intensa, formado em Direito, também fez cursos de
medicina, história e filosofia. Foi um dos teóricos que buscou uma
alternativa dentro do materialismo dialético ( Karl Marx) para o conflito
entre as concepções idealista e mecanicista na Psicologia. Construtor de
propostas teóricas inovadoras sobre temas como: relação, pensamento
e linguagem, sobre o processo de desenvolvimento da criança e o papel
da instrução no desenvolvimento. Suas obras foram censuradas e
chegaram ao Ocidente apenas nos anos 60, e no Brasil só início da
década de 80, e atualmente seu trabalho vem sendo estudado e
valorizado em todo o mundo. De acordo com Vigotsky as origens das
formas superiores de comportamento consciente devem ser encontradas
Vygotsky nas relações sociais que o homem mantém, entendia o homem como
um ser ativo, que age sobre o mundo sempre em relações sociais, no
qual o mesmo é transformador dessas ações. Quanto ao conhecimento
Vygotsky afirma que “ensinar o que a criança já sabe é pouco
desafiador ir além do que ela pode aprender é ineficaz, o ideal é partir do
que ela domina, para ampliar seu conhecimento". Para Vygotsky o
aprendizado é essencial para o desenvolvimento do ser humano e se dá,
sobretudo pela interação social, e as pessoas só aprendem quando as
informações fazem sentido para ela, afirma ainda que o desenvolvimento
é um processo que se dá de fora para dentro. É no processo de ensino-
aprendizagem que ocorre a apropriação da cultura e o consequente
desenvolvimento do indivíduo, sendo a aprendizagem um processo
essencialmente social, que ocorre na interação com os adultos e os
colegas. E a educação como um processo social, sistemático de
construção da humanidade, onde o professor torna-se figura
fundamental, o colega de classe, um parceiro importante na “Educação”.
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COMPARAÇÃO DE IDEIAS E PRINCIPAIS PONTOS DE SUPERAÇÃO
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que vive sua capacidade, - Freinet, onde o Desenvolvim conhecimento
cuja nem deixá-las agir Consideraç mesmo enfatiza a ento é um que o professor
natureza sozinha. ão da importância da processo não precisa
comportame Superando em realidade interação entre acontece de ensiná-lo, cabe
ntal é todos os pontos as em que os mestre e educador), fora para ao professor
moldada, teorias propostas alunos dentro. proporcionar
manipulada por Skinner, que estão - O indivíduo não situações onde o
e controlada considera o inseridos. deve apenas - Professores conhecimento é
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U NIDADE 19
Objetivo: Identificar as concepções que permeiam e permearam as práticas pedagógicas (o
trabalho do professor), buscando superá-las.
“Seduzida por uma antiga paixão que é o ato de educar, acredito que ensinar a
ler e a escrever é mais que uma revolução. É o descortinamento de vida, de
saberes, de revelações e ações”
Concepção autoritária
Nesta concepção. O professor se coloca como único detentor do conhecimento, cuja missão
é repassar todas as informações, todo o conteúdo, como por exemplo, “esgotar o programa
ou o livro didático adotado”.
A maioria das aulas se transforma num ditado - no fundo, cópia de um texto oral. Quando o
professor tem boa verbalização (discurso coerente, consistente e claro), a aula torna-se
suportável; quando ele apresenta dificuldade de expressão, ela transforma-se numa tortura
intelectual: o aluno tenta anotar o que houve e não entende o que está ouvindo. Ocorre,
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então, um processo mais ou menos semelhante ao de alguém que assiste a um filme com
legendas: "lê-se" o filme, não se ouve a trilha sonora nem se aprecia a beleza das imagens.
É muito comum a angústia dos alunos, expressa na ansiedade de anotarem até os suspiros
do professor - especialmente daquele que, mesmo exigindo a aquisição do livro didático, não
leva os alunos a utilizá-Ia e cobra, nas verificações da aprendizagem, tudo o que foi dado em
aula.
Na maioria de nossas escolas, os alunos nem assistem às aulas; ouvem-nas. Aliás, assistir
às aulas já é uma expressão denotativa da cultura da passividade imposta ao discente.
Nas famosas semanas de planejamento - quase sempre anteriores aos primeiros contactos
com os discentes - formulam-se os planos de curso que, na maioria das vezes, são meros
elencos sequenciais de conteúdos programáticos. Raramente articulam conteúdos, objetivos
e procedimentos e, muito menos, referem-se ao curso como um todo (integração vertical). Na
verdade, reduzem-se a simples programas de série, além de não levarem em conta a
realidade dos alunos e seus conhecimentos adquiridos em outros meios, dificuldades pré-
requisitais, códigos próprios etc.
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Concepção anárquica
"[...] renunciar a toda disciplina, toda sugestão, toda moral preconcebida, toda instrução
religiosa, seja ela qual for", princípio fundamental da Escola de Summerhill, de A. S. Neill
(19970, p. 22) certamente é a maior inspiração do que estamos denominando por concepção
anárquica. Na realidade, essa verdadeira antipedagogia foi uma tentativa de aplicação dos
princípios psicanalíticos a projeto escolar, preconizando a abstenção dos educadores, de
modo a viabilizar somente a satisfação dos desejos do educando, sem qualquer
constrangimento que pudesse causar traumas ou neuroses.
Nas escolas brasileiras não se observam às propostas anarquistas, mas anárquicas, que não
são fruto, como as primeiras, de deliberações doutrinárias, mas algo que dela se aproxima,
numa espécie de democratismo confortável (para o educador), na medida em que não é
necessário grande empenho e, muito menos, trabalho. São os famosos estudos dirigidos
sem direção, a substituição de docentes por discentes (sem a finalidade precípua de
prepará-Ios para o magistério), a indiferença quanto ao ambiente necessário à concentração
e ao trabalho intelectual, o ludismo inspirado no engodo de que só se aprende brincando, os
inúmeros trabalhos exigidos dos alunos (que fazem meras colagens) e que nunca são
corrigidos detalhadamente, para que os alunos percebam os aperfeiçoamentos necessários,
a liberação de aulas sob a pressão dos mais fúteis motivos etc. ...
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Concepção democrática
Partindo do princípio de que todo ser humano é capaz de aprender (e também de ensinar), a
relação professor e aluno torna-se um processo de constante ensino e aprendizagem de mão
dupla: os caminhos do ensino descortinam horizontes para a aprendizagem e esta revela
instrumentos e mecanismos para o aperfeiçoamento do primeiro.
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diferentes de se resolverem situações-problema (muitas vezes, com economia de energia e
de tempo).
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U NIDADE 20
Objetivo: Distinguir as concepções de consciência ingênua e crítica e suas implicações na
educação..
A concepção ingênua
A consciência ingênua pode refletir sobre si, tomar-se a si mesmo como objeto de sua
compreensão, porém não chega a ser uma autoconsciência. A simples reflexão sobre si
pode ser apenas introspecção, porém não se identifica com a autoconsciência, porque esta
só existe quando a percepção do estado presente da consciência é acompanhada da ideia
clara de todos seus determinantes, isto é, da totalidade da realidade objetiva que sobre ela
influi (o que só ocorre com a consciência crítica).
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A consciência crítica
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trabalho no adulto). Este conhecimento prévio é o resultado da prática social do homem
(criança ou adulto) e de sua formação até o momento em que começar a receber educação
institucionalizada. A criança e o adulto vêm à escola já preparada (inclusive para desejar vir à
escola) por outra escola geral, que é a sociedade, o meio onde vivem.
O educando como puro "objeto" da educação. E a atitude ingênua mais freqüente é supor que
cabe ao educador formar, plasmar o aluno (como se costuma dizer), concebendo-o como
massa a moda à qual compete dar a forma viva, o saber. Estas concepções alienadas da
educação têm precisamente esse caráter de alienação. Concebem o educando como objeto,
e por isso não reconhecem nele a dignidade de sujeito, de consciência autônoma (para si),
que só pode ser educada, instruída, em um diálogo esclarecedor e não em uma imposição
de ideias, procedimento que parte do suposto direito de domínio, de uma consciência sobre
outra.
A educação como dever moral da fração adulta, educada e dirigente da sociedade. Esta
ingenuidade é grave, porque converte a educação em ato caritativo e transfere para o plano
dos valores éticos (inteiramente alheios a este problema) a essência, o significado e a
valoração eminentemente sociais da educação.
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U NIDADE 21
Objetivo: Distinguir as concepções de consciência ingênua e crítica e suas implicações na
educação..
A concepção crítica da educação procede segundo as categorias que definem o modo crítico
de pensar. Particularmente há que mencionar as de: objetividade (caráter social do processo
pedagógico), concreticidade (caráter vital da educação como transformação do ser do
homem), historicidade (a educação como processo) e totalidade (a educação como ato social
que implica o ambiente íntegro da existência humana, o país, o mundo e todos os fatores
culturais e materiais que influem sobre ele).
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sempre partindo da base cultural que possui e que reflita o estado de desconhecimento
(material e cultural) da sociedade à qual pertence.
Aquilo que desconhece é o que até agora não teve necessidade de aprender, e se tem
podido viver até agora como analfabeto é porque as condições de sua sociedade não
exigiam dele o conhecimento da leitura e da escrita.
A educação é um diálogo amistoso entre dois sujeitos. A rigor, deve-se dizer que a educação
não tem objeto; e sim somente objetivo. É a sociedade que, em sua totalidade, se comporta
como agente-paciente do processo educativo. Por consequência, a expressão teórica
perfeita da natureza histórico-antropológica da educação resume-se nesta expressão: A
sociedade educa.
moralmente insultante (pois ignora a dignidade própria do homem pelo simples fato de
ser homem, não importando se é letrado ou não);
antropologicamente errôneo (pois ignora que o aluno é portador de uma cultura, de
capacidade de pensar logicamente em função de seu contexto social);
psicologicamente esterilizante (pois desanima, inibe e impede os estímulos para a
aprendizagem, uma vez que recusa ao alfabetizando sua capacidade de fazer-se
instruído por si, como sujeito);
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pedagogicamente nocivo (pois deixa de aproveitar o saber do analfabeto como ponto
de partida para o desenvolvimento de novos conhecimentos).
Para a consciência crítica, o saber é o produto da existência real, objetiva, concreta, material
do homem em seu mundo (sendo este concebido como uma totalidade concreta em
processo), imprimindo-se em seu espírito sob a forma de ideias ou pensamentos que se
concatenam regularmente, logicamente. Os caracteres do saber, segundo a teoria crítica,
são:
Relativo – é o que uma cultura entende por saber, em uma de suas fases, deixa de sê-Ia em
outra fase, ou não o é em outra cultura. Daí a ingenuidade radical do critério da tradição (por
exemplo: a teoria heliocêntrica).
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Concreto - sempre aquilo que um determinado indivíduo ou uma sociedade (uma cultura)
pode descobrir conhecer, criar ou imaginar, em função da etapa de seu processo de
desenvolvimento, que lhe dá a possibilidade de constituir-se em consciência para si.
Empírico - com este qualificativo quer dizer-se que o saber, direta ou indiretamente, deriva
da experiência. Recusa-se assim qualquer origem inata ou a priori para as ideias. O homem
em seu trato multimilenar com a natureza e com os outros homens, na sociedade, vai criando
suas ideias e descobrindo as leis de acordo com as quais estas se combinam de maneira
verdadeira, válida (isto é, verificável pela experiência, pela prática social).
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Não dogmático - por isso o saber é antidogmático por natureza, pois na essência de sua
afirmação de si encontram-se a possibilidade e a necessidade de sua superação (por força
de sua própria validez positiva) e a passagem a um conhecimento distinto, mais alto, mais
exato (que suprime, e, porém incorpora o saber anterior enquanto etapa necessária de sua
gênese). Esta atitude não deve ser confundida com o ceticismo, o probabilismo, o relativismo
vulgar. Tem que ser entendida em seu autêntico caráter dialético.
SILVA, Luiz Eron da. Reestruturação curricular: novos mapas culturais, novas perspectivas
educacionais. Porto Alegre: Sulina, 1996.
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U NIDADE 22
Objetivo: Refletir e ampliar possibilidades de conhecimentos acerca dos saberes
necessários à educação do futuro, na visão do autor Edgar Morin.
Marx e Engels enunciaram justamente em: A ideologia alemã que os homens sempre
elaboraram falsas concepções de si próprios e do que fazem do mundo onde vivem. Mas
Marx nem Engels escaparam destes erros.
A educação deve mostrar que não há conhecimento que não esteja, em algum grau,
ameaçado pelo erro e pela ilusão. O conhecimento não é um espelho das coisas ou do
mundo externo. O conhecimento, sob forma da palavra, de ideia, de teoria, é o fruto de uma
tradução/reconstrução por meio da linguagem e do pensamento e, por conseguinte, está
sujeito ao erro. Este conhecimento, ao mesmo tempo tradução e reconstrução, comporta a
interpretação, o que introduz o risco do erro na subjetividade do conhecedor, de sua visão do
mundo e de seus princípios do conhecimento.
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A educação deve-se dedicar, por conseguinte, à identificação da origem de erros, ilusões e
cegueiras.
Os erros mentais:
Cada mente é dotada também de potencial de mentira para si próprio. A tendência a projetar
sobre o outro a causa do mal faz com que cada um minta para si próprio, sem detectar esta
mentira da qual, contudo, é autor.
Os erros intelectuais:
O que permite a distinção entre vigília e sonho, imaginário e real, subjetivo e objetivo é
a atividade racional da mente.
A verdadeira racionalidade, aberta por natureza, dialoga com o real que lhe resiste. Opera o ir e vir
incessante entre a instância lógica e a instância empírica; é o fruto do debate argumentado das
ideias, e não a propriedade de um sistema de ideias. O racionalismo que ignora os seres, a
subjetividade, a afetividade e a vida é irracional. A racionalidade deve reconhecer a parte de
afeto, de amor e de arrependimento. A verdadeira racionalidade conhece os limites da lógica,
do determinismo e do mecanicismo; sabe que a mente humana não poderia ser onisciente,
que a realidade comporta mistério. Negocia com a irracionalidade, o obscuro, o
irracionalizável. É não só crítica, mas autocrítica. Reconhece-se a verdadeira racionalidade
pela capacidade de identificar suas insuficiências.
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As cegueiras paradigmáticas:
Um paradigma pode ao mesmo tempo elucidar ou cegar, revelar e ocultar. É no seu seio que
se esconde o problema-chave do jogo da verdade e do erro.
O IMPRINTING E A NORMALIZAÇÃO
O imprinting é um termo proposto por Konrad Lorenz para dar conta da marca indelével
imposta pelas primeiras experiências do animal recém-nascido.
O imprinting cultural marca os humanos desde o nascimento, primeiro com o selo da cultura
familiar, da escolar em seguida, depois prossegue na universidade ou na vida profissional.
Assim, a seleção sociológica e cultural das ideias raramente obedece é sua verdade; pode,
ao contrário, ser implacável na busca da verdade.
A NOOLOGIA; POSSESSÃO.
Uma ideia ou teoria não deveria ser simplesmente instrumentalizada, nem imporá seu
veredicto do modo autoritário; deveria ser relativizada e domesticada . Uma teoria deve
ajudar a orientar estratégias cognitivas que são dirigidas por sujeitos humanos.
Devemos manter uma luta crucial contra as ideias, mas somente podemos fazê-lo com a
ajuda das ideias.
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O INESPERADO
E quando o inesperado se manifesta, é preciso ser capaz de rever nossas teorias e ideias,
em vez de deixar o fato novo entrar à força na teoria incapaz de recebê-lo.
A INCERTEZA DO CONHECIMENTO
De qualquer forma, o conhecimento permanece como uma aventura para a qual a educação
deve fornecer o apoio indispensável.
Necessitamos civilizar nossas teorias, ou seja, desenvolver nova geração de teorias abertas,
racionais, críticas, reflexivas, autocríticas, aptas a se autoreformar.
O dever principal da educação é de armar cada um para o combate vital para a lucidez.
DA PERTINÊNCIA NO CONHECIMENTO
Para que o conhecimento seja pertinente, a educação deverá torná-lo evidente .(O
contexto SAI) . A contextualização é condição essencial da eficácia.
O global (as relações entre o todo e as partes). Segundo Pascal Pensees é impossível
conhecer as partes sem conhecer o todo. Tão pouco conhecer o todo sem conhecer
particularmente as partes.O multidimensional, unidades complexas, como o ser humano ou
a sociedade, são multidimensionais dessa forma, o ser humano é o ao mesmo tempo
biológico, psíquico, social, afetivo e racional.
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Em consequência, a educação deve promover a inteligência geral apta ao complexo, ao
contexto, de modo multidimensional e dentro da concepção global.
As mentes formadas pelas disciplinas perdem suas aptidões naturais para contextualizar os
saberes, do mesmo modo que para integrá-los em seus conjuntos naturais. O
enfraquecimento da percepção do global conduz ao enfraquecimento da responsabilidade,
assim como ao enfraquecimento da solidariedade.
OS PROBLEMAS ESSENCIAIS
A falsa racionalidade
Não se trata de abandonar o conhecimento das partes pelo conhecimento das totalidades,
nem de análise pela síntese; é preciso conjugá-las.
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MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro, Editora Cortez,São
Paulo, 1999.
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U NIDADE 23
Objetivo: Refletir e ampliar possibilidades de conhecimentos acerca dos saberes
necessários à educação do futuro, na visão do autor Edgar Morin.
Continuamos nesta unidade nossas reflexões sobre os conhecimentos que todo educador
(do futuro) necessita ter para melhor desempenho em suas atividades profissionais.
Como seres vivos deste Planeta, dependemos vitalmente da biosfera terrestre; devemos
reconhecer nossa identidade terrena física e biológica.
O HUMANO DO HUMANO
Unidualidade
O circuito cérebro/mente/cultura
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Uma tríade em circuito entre cérebro/mente/cultura, em que cada um dos termos é
necessário ao outro. A mente é o surgimento do cérebro que suscita a cultura, que não
existiria sem o cérebro.
O ser humano é ao mesmo tempo singular e múltiplo. Todo ser humano, tal como o ponto de
um holograma, traz em si o cosmo. Todo ser, mesmo aquele fechado na mais banal das
vidas, constitui ele próprio um cosmo.
Sapiens/demens
O século XX deverá abandonar a visão unilateral que define o ser humano pela racionalidade
(Homo sapiens), pela técnica (Homo faber), pelas atividades utilitárias (Homo economicus),
pelas necessidades obrigatórias (Homo prosaicus). O ser humano é complexo e traz em si,
de modo bipolarizado, caracteres antagonistas:
Homo complexus
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4-ENSINAR A IDENTIDADE TERRENA
Educar para este pensamento é a finalidade da educação do futuro, que deve trabalhar na
era planetária, para a identidade e a consciência terrenas.
A ERA PLANETÁRIA
A esperança
Sendo verdade que o gênero humano, cuja dialógica cérebro/mente não está encerrada,
possui em si mesmo recursos criativos inesgotáveis, pode-se então vislumbrar para o
terceiro milênio a possibilidade de nova criação cujos germes e embriões foram trazidos pelo
século XX: a cidadania terrestre. E a educação, que é ao mesmo tempo transmissão do
antigo e abertura da mente para receber o novo, encontra-se no cerne dessa missão.
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Aquilo que porta o pior perigo traz também as melhores esperanças: é a própria mente
humana, e é por isso que o problema da reforma do pensamento tornou-se vital.
É necessário aprender a “estar aqui” no planeta. Aprender a estar aqui significa: aprender a
viver, a dividir, a comunicar, a comungar; é o que se aprende somente nas - e por meio de –
culturas singulares. Precisamos doravante aprender a ser, viver, dividir e comunicar como
humanos do planeta Terra, não mais somente pertencer a uma cultura, mas também sermos
terrenos. Devemo-nos dedicar não só a dominar, mas a condicionar, melhorar, compreender.
5-ENFRENTAR AS INCERTEZAS
A INCERTEZA DO CONHECIMENTO.
Pode-se, com certeza, considerar ou calcular os efeitos em curto prazo de uma ação, mas
seus efeitos em longo prazo são imprevisíveis.
O desafio e a estratégia
6-ENSINAR A COMPREENSÃO
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O problema da compreensão tornou-se crucial para os humanos. E, por este motivo, deve
ser uma das finalidades da educação do futuro.
Educar para compreender a matemática ou uma disciplina determinada é uma coisa; educar
para a compreensão humana é outra. Nela encontra-se a missão propriamente espiritual da
educação: ensinar a compreensão entre as pessoas como condição e garantia da
solidariedade intelectual e moral da humanidade.
AS DUAS COMPREENSÕES
O egocentrismo
Etnocentrismo e sociocentrismo
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COMPREENSÃO, ÉTICA E CULTURA PLANETÁRIAS
O futuro da democracia
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U NIDADE 24
Objetivo: Enfatizar a natureza construtiva e não linear de um currículo pós-moderno
fundamentado nos pressupostos teóricos de Piaget, Prigogine, Dewey e Bruner.
Esse mesmo autor segue argumentando que, de fato, usar o conceito de transformação
(nesse caso específico dos materiais, processos, das ideias e dos participantes) como centro
do currículo, implica dizer que professores e alunos precisam ser livres, encorajados,
obrigados a desenvolver seu próprio currículo numa interação conjunta uns com os outros.
Portanto, a orientação geral de onde eles partem (livros didáticos, guias de currículo,
departamentos de educação estadual, organizações profissionais ou tradição passada)
precisa ser também geral, ampla e indeterminada. É, exatamente, este processo de
desenvolvimento do currículo via reflexão recursiva (consequências das ações passadas
como a problemática das ações vindouras) que determina as atitudes, os valores e o senso
de comunidades imprescindíveis à sociedade.
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Esta última óptica acentua que a perturbação só vai desencadear a autoorganização quando
o meio ambiente for suficientemente rico e aberto para que múltiplos usos, interpretações e
perspectivas entrem em cena. Em outras palavras, o aluno, no transcorrer do currículo,
precisa conhecer bem o material estudado e ter confiança pessoal suficiente para ser capaz
de resolver, interpretar, desempenhar, analisar o material aduzido e simultaneamente de
brincar com este material de maneira imaginativa e sutil.
Àquela, a primeira óptica, oportuniza dedicada atenção às possíveis “anomalias” e/ou “erros”
no decorrer do processo mencionado anteriormente. Noutros termos, significa que o docente
deve dedicar tempo para dialogar seriamente com os discentes a respeito das ideias “deles”
como “ideias deles”.
Assim, para William, desenvolver o novo papel explicitado é um desafio que os educadores e
seus programas de educação necessitam enfrentar.
A suposição pós-moderna aduzida propugna o diálogo como condição sine qua non de todo
o processo, haja vista que a transformação está indubitavelmente associada a ele, ou seja,
ao diálogo.
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Para a viabilidade do que está sendo discutido, faz-se necessário numa construção de
currículo à interação entre a metáfora (geradora de diálogo, pois é criativa
consequentemente aberta/heurística e nos ajuda a ver o que não vemos) e a lógica
(fechada/excludente nos auxilia a ver com mais evidência aquilo que já vemos). Essa
integração possibilita a vida ser experienciada e desenvolvida, uma vez que a realidade é
constituída por antíteses.
Nesse contexto dialogal, conforme discurso do próprio Doll, uma história encoraja, desafia o
leitor a interpretar, a iniciar uma comunicação com o texto. Assim, como docentes,
necessitamos aduzir as nossas lições de modo suficientemente narrativo para encorajar os
nossos educandos a explorar conosco as possibilidades oriundas do diálogo com o texto.
Na suposição apontada por Júnior – uma estrutura curricular que se apropria dos conceitos
de autoorganização e transformação – os objetivos, planos e propósitos não emergem
apenas antes, mas também a partir da ação conforme argumentara Dewey – os planos
surgem da ação e são alterados também através da ação.
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Subjacente ao aspecto notabilizado está à avaliação interativa funcionando como um
“feedback” do processo iterativo de fazer-criticar-fazer-criticar.
Entretanto, para que isso ocorra, é preciso que sejam estabelecidas comunidades sociais
dinâmicas, cuja função é auxiliar o indivíduo através de críticas construtivas que possam
contribuir para o desenvolvimento de poderes intelectuais e sociais.
Alicerçados por essa comunidade destinada a ajudar todos os sujeitos por meio da crítica e
do diálogo estão os critérios norteadores de um currículo de caráter transformador pós-
modernista, isto é, os quatro “Rs” – Riqueza, Recursão, Relações e Rigor.
Sendo assim, é relevante acentuar que as principais disciplinas acadêmicas ministradas nas
escolas possuem seus próprios contextos históricos, concepções essenciais e vocabulários
peculiares. Logo, cada uma delas interpretará a riqueza à luz de seu próprio prisma.
A Linguagem – incluso leitura, escrita, literatura e comunicação oral – exerce sua riqueza ao
centrar-se intensamente (porém não de modo excludente) na interpretação de metáforas,
mitos, narrativas. Nesse tocante, a linguagem está irrefutavelmente acoplada à cultura.
A Ciência – anexando à biológica e a física – pode ser encarada sob a óptica de hipóteses
intuitivas, desenvolventes, indagadoras, “comprovadoras” referentes ao mundo em que
vivemos.
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As Ciências Sociais – Antropologia, Economia, História, Geografia e Sociologia – extraem
sua concepção de riqueza do diálogo sobre ou da negociação de passagens entre diversas
interpretações (muitas vezes concorrentes) das questões sociais.
Isto posto, é oportuno notabilizar que o conceito de desenvolver riqueza via diálogo,
interpretações, geração e comprovação de hipóteses e do brincar com padrões pode ser
aplicado sobre todos os aspectos de um currículo.
Cabe à reflexão, nesse tangente, conectar os pensamentos, ou seja, é preciso que outros
atores do processo – colegas, professores – observem, critiquem, respondam àquilo que fora
realizado por nós. Sem essa ação reflexiva resultante do diálogo, a recursão tornar-se-ia
vazia, uma mera repetição.
Portanto, num currículo que respeita, valoriza e aplica a recursão não há início nem final fixo.
Cada final é um novo início e cada início emerge de um final anterior conforme salientara
Dewey.
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Concomitantes às relações supracitadas estão às culturais. Essas se referem à
contextualização cultural do ensino a partir do olhar local e global (interconexões) do mundo
em que se está inserido.
Rigor – à medida que traz em seu bojo, as tendências paralelamente discutidas (lógica
escolástica, observação científica e precisão matemática) com o interlocutor, é o mais
relevante dos quatro critérios exaustivamente (porém não esgotados) abarcados. Logo, o
rigor significa procurar intencionalmente diferentes alternativas, relações, conexões, em
suma, ele é a mescla dessa indeterminância subjacente com a interpretação
(desenvolvimento das várias alternativas aduzidas pela indeterminância).
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U NIDADE 25
Objetivo: Possibilitar atitude crítica e olhar holístico no processo de avaliar os alunos em
sala de aula,demonstrando, mostrando iniciativas que muitas vezes são passadas
despercebidas no meio de tantos dentro da sala de aula.
Caro cursista,
Nesta unidade, vamos refletir sobre proposições pedagógicas de autores nacionais que
apresentam uma perspectiva transformadora da realidade em relação ao processo de
avaliar.
A realidade escolar na verdade é basicamente composta de salas de aulas cheias com uma
média de 30 a 40 alunos por classe e, na maioria das vezes sem uma estrutura correta para
acomodar tantos de uma só vez.
É muito difícil cuidar de várias crianças ou adolescentes de uma só vez, por isso o cuidado
ou atenção acaba sendo no coletivo e não no individual.
Então o olhar avaliativo tem de percorrer toda a sala de uma só vez sem olhar ninguém em
especial. Normalmente só se presta atenção em alguém mais destacável, ou seja, que
chama mais atenção por ser: Ativo, barulhento, respondão, participativo, criativo, por falar
muito alto, enfim por chamar mais atenção no coletivo, ou melhor, dizendo em toda a sala de
aula.
Segundo a autora deste pensamento, Jussara Hoffmann, o correto é olhar um por um e não
como um conjunto, um número mais como um indivíduo único.
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Por causa da correria do dia a dia a avaliação acaba ficando prejudicada porque os
professores têm muitos afazeres e “correm” todo o tempo para poder dar conta de suas
responsabilidades pessoais e profissionais, desta forma sobra muito pouco tempo para a
avaliação relativa ao aluno individualmente.
Os professores ensinam seus conteúdos, mas muitas vezes não têm a oportunidade de
avaliar ou tentar saber o quanto seu aluno realmente aprendeu em tudo que lhe foi ensinado.
A aprendizagem é bem ampla e deve abranger vários fatores para sua conquista definitiva.
Para o aluno aprender verdadeiramente deve haver afeto, carinho, atenção, não somente o
ensinamento tradicional, mas usar técnicas e formas diversificadas de ensinamentos para os
alunos.
O correto é saber um pouco sobre cada aluno, não somente o nome mais um pouco da vida
em família ou enquanto cidadão. O caminho da aprendizagem deve ser único e não coletivo
feito de aluno para aluno.
Muitos alunos ficam anônimos porque não se destacam na multidão, porque são tímidos e
calados e quase nunca são notados.
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Os estudos de casos se tornaram positivos, pois em pouco tempo, puderem tornar: alunos
alfabetizados, mais falantes, confiantes, menos agitados e mais felizes.
Foram feitos vários estudos com algumas etapas com uma duração média de um mês, com
aulas teóricas, muitos debates com apresentações de diversos casos.
Conselho de Classe;
Interação com colegas de trabalho, pais e alunos;
Aprendendo tomar decisões sobre diversos assuntos;
As diferenças são enormes mesmo com relação a grupos de um mesmo grupo ou escola,
porém se valorizou as opiniões, as diferenças, a espontaneidade, a criatividade, através de
exemplos a realidade de cada professor/aprendiz.
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Muitos profissionais demonstraram dinamismo e puderam se soltar mais desta forma fazendo
valer a intenção dos “Programas de Assessoria” para estes profissionais.
A admiração do professor para com seus alunos ou vice-versa, se inicia a partir de que se
comece a conhecer o aluno, com os professores de anos anteriores e da análise das tarefas
de seus alunos.
O tempo de admiração não é em apenas uma semana de aulas, mais sim com o passar do
tempo e da amizade que criarem com o passar do tempo.
O educador deve ficar sempre atento à vida de seu aluno, em casa e com a família, para
captar experiências já vividas, para projetar o futuro das ações pedagógicas, para saber as
dimensões em que se deve desafiar, para avançar em todas as áreas do saber.
Muitas vezes o fracasso escolar parece ter explicação, mas para que explicar se não
entende ou compreende o motivo real. Muitas questões relativas ao fracasso podem ser
vistas e analisadas na própria sala de aula.
Não é correto julgar o não aprender com a falta ou necessidade diversa, inclusive financeira,
mesmo se forem oferecidas condições iguais ou semelhantes de aprendizagem para todos
os alunos em comum, por igual.
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O aprendizado do aluno pressupõe-se em:
Para se compreender o aluno ou suas dificuldades antes de tudo é necessário diálogo com:
O aluno;
A família;
Antigos professores;
Outros profissionais, que o cercam no ambiente escolar;
Esta realidade deve ser vivenciada diariamente e não às vezes, devendo ser constante. Os
professores devem trocar experiências e informações pertinentes a cada aluno em especial.
Devendo criar espaços e tempos disponíveis para a troca entre os profissionais. O caminho é
e sempre será o diálogo entre todos os envolvidos desta forma, pode ser esperado um
retorno nas avaliações educacionais.
E porque não fazendo fazer dinâmica envolvendo professores e alunos, uma maior
interação, uma maior vivência, entre todos, fazendo de uma forma menos formal.
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O novo pode assustar no início, mas também motiva principalmente quando se trata de
diversão ligada à educação, mudando um pouco o tradicional de todos os dias.
Com relação ao conceito relativo à multidimensões não existem dados objetivos que levem à
certeza de nada, mas há o compromisso com a ética, para a formação do aluno, com
respeito e dignidade.
Sempre observar as atividades dos alunos, de preferência durante sua realização, dialogar
com o aluno durante sua estada na escola ou na sala de aula.
Ao Cenário educativo: Localização da escola, relação para com os outros, interação com os
colegas, professores e demais profissionais da escola, disponibilidade de aprendizagem,
locais adequados para um bom estudo e aprendizado como: bibliotecas e salas de
informática.
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Currículo em desenvolvimento: Os objetivos traçados por cada aluno, conteúdos estudados
por cada um.
Qualquer detalhe despercebido tem sua importância e pode prejudicar a avaliação daquele
aluno, as respostas para as dificuldades não são percebidas de imediato.
Porém a autora “Jussara Hoffmann” acredita que a escola deve viver o presente, procurando
entender as necessidades e dificuldades de cada aluno em especial, para que seu
aprendizado seja bem significativo no momento atual.
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U NIDADE 26
Objetivo: Possibilitar atitude crítica e olhar holístico no processo de avaliar os alunos em
salas de aula,demonstrando, mostrando iniciativas que muitas vezes são passadas
despercebidas no meio de tantos dentro da sala de aula.
O professor deve prestar atenção nas atividades do aluno, pois muitas vezes seu mau
desempenho pode ser proveniente de algum problema, na família ou mesmo no próprio
ambiente escolar.
É preciso ter clareza de que as atividades dos alunos são de dimensões diferentes para se
realizar um trabalho eticamente responsável: á agressividades, agitação, ausência e outras
diversas questões não justificam problemas de aprendizagem.
Através de um diálogo e uma boa observação o professor pode interpretar ou orientar melhor
seu aluno, detectando suas dificuldades. Fazer uma boa observação pode auxiliar na melhor
forma de ajudar o aluno da melhor maneira de ensinar de facilitar o aprendizado.
Há não ser o professor ninguém, poderá avaliar o aluno ou mesmo definir ou decidir o que é
importante ensinar ao aluno. O professor deve observar mais também desvendar é saber
lidar com suas limitações e dificuldades.
Procurar olhar com olhos mais atentos e não se deixar influenciar por uma primeira
impressão, sempre lembrando de observar e dialogar com o aluno mesmo que de longe.
A escola deve promover o conhecimento no aluno, fazendo com que ele reflita, reaja,
adquirindo responsabilidades e demonstre potencialidades próprias de cada um.
O aluno quando está sendo cuidado, independente da idade, reage positivamente à atenção
diferenciada, mudando rapidamente de atitude, revelando um maior comprometimento com
suas tarefas e seus avanços, demonstrando mais afeto por quem lhes dedicou cuidados e
respeito.
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Se um professor tentar entender ou procurar conversar com seu aluno ou mesmo parar para
observar mais de perto pode descobrir muito sobre ele inclusive como sanar algumas
dificuldades demonstradas pelo aluno, mas nunca antes notada pelo profissional.
Nunca desistir de um aluno por achá-lo difícil, sem criatividade, sem ação, sem atenção, se
procurar observar pode perceber que pode haver algo por trás de tudo. Durante um conselho
de classe que se deve, discutir as dificuldades e traçar medidas pedagógicas adequadas a
cada perfil do aluno.
Usar o conselho para compartilhar casos isolados ou de grupos de alunos, trocando pontos
de vista entre todos os professores ligados a cada aluno analisado. É sempre necessário que
se tenha um mediador, para que se assegure a cordialidade diante de opiniões diversas,
diferentes evitando desavenças e confusões desnecessárias.
Muitas crianças e jovens estão fora das escolas, por motivos familiares, financeiros, por
causa de tráficos.
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Os arquivos são de grande importância para a observação de caso por caso, onde sempre
se pode recorrer para colher frutos ou mesmo buscar ideias pedagógicas para uma melhor
forma de agir em sala de aula.
O aluno não deve ser julgado por algum ato que tenha cometido, por sua roupa, antes de se
julgar devemos procurar o motivo ou causa do problema.
Antes de encaminhá-lo para uma ajuda médica, já o julgando doente sem saber antes o
motivo real de tal mau comportamento, ou mesmo por não conseguir se desenvolver na
aprendizagem.
Não julgar sem antes investigar, todas as escolas devem contar com profissionais
qualificados para auxiliar ou analisar em tomada de decisões, obviamente mediante uma
certeza de haver um problema.
As escolas precisam contar com ajuda médica de diversos tipos de especialistas como:
Psiquiatras,
Fonoaudiólogos,
Psicopedagogos,
entre outros que possam se encaminhar à escola para um acompanhamento com os
alunos e porque não com os profissionais da escola.
É importante que as escolas possam contar com profissionais adequados, onde caso
necessário possam fazer um acompanhamento do aluno, antes de julgá-lo sem
conhecimento prévio.
A escola tem de estar sempre de acordo com normas que não excedam, extrapolem ou
mesmo que com exagerada repressão, que acaba sendo um grande fator que possa
desencadear o desenvolvimento moral de crianças e jovens.
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Limite é bom e necessário, mas sem exageros ou excessos ou mesmo sem regras, tudo na
quantidade certa para não extrapolar com seu aluno e desta forma podendo moldar seu
caráter e desenvolvimento.
Quem melhor do que o professor para ajudar o aluno da melhor maneira possível, para no
futuro fazer ou auxiliar para que se torne um adulto responsável, honesto e porque não
essencial para outras pessoas.
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U NIDADE 27
Objetivo: Identificar os pressupostos que permitam uma avaliação da aprendizagem que
ignore as metas e os programas para analisar os resultados sem os vieses.
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responsabilidades e a colaboração na tomada de decisões. Quanto a isso, duas questões
merecem destaque:
Qual o papel da avaliação num processo de implementação curricular que toma como ponto
de partida o desenvolvimento de capacidades e competências fundamentais para o exercício
da cidadania e colocam em relevância o contexto social em que se produz a aprendizagem
dos alunos?
Embora ainda não seja amplamente praticada, a avaliação formativa está muito difundida e,
no plano das representações, há certo consenso em relação a sua relevância e à
compreensão de seus aspectos mais importantes, a saber:
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Ampliar os conhecimentos do professor sobre os aspectos cognitivos do aluno;
compreender como ele aprende identificar suas representações mentais e as
estratégias que utiliza para resolver uma situação de aprendizagem.
Interpretar os erros não como deficiências pessoais, mas como manifestação de um
processo de construção. A construção do conhecimento supõe a superação dos erros,
por um processo sucessivo de revisões críticas.
Considerar os erros como objetos de estudo, uma vez que eles revelam as
representações e estratégias dos alunos.
Diagnosticar as dificuldades dos alunos e ajudá-los a superá-las.
Evidenciar aspectos de êxito nas aprendizagens.
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U NIDADE 28
Objetivo: Analisar os objetivos que embasam avaliação para o desenvolvimento das
capacidades e competências fundamentais para o exercício da cidadania.
Influenciados por essas ideias os professores têm tentado, ainda que em tímidas
experiências, modificar suas práticas de avaliação. Assim, procuram identificar os
conhecimentos iniciais dos alunos, sem recorrer a provas e testes; buscam com mais
frequência adaptar as programações em função de resultados de diagnósticos iniciais;
detectam erros e dificuldades, reforçam êxitos nas aprendizagens. Enfim, procuram observar
não só os resultados, mas também os processos de aprendizagem.
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Pensar a avaliação como função reguladora da aprendizagem significa levar em conta que:
Esses novos aspectos imprimem um caráter comunicativo e abrem novas perspectivas para
a avaliação, uma vez que propõem a interação e a gestão social da aula e possibilitam o
compartilhamento de responsabilidades sobre a aprendizagem. Eles direcionam o professor
a buscar alternativas didáticas que auxiliem o aluno a aprender a aprender.
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“Compreender o humano é compreender sua unidade na
diversidade, sua diversidade na unidade. É preciso conceber a
unidade do múltiplo, a multiplicidade do uno.”
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U NIDADE 29
Objetivo: Desenvolver estudos voltados para a escolha de livros didáticos mais qualificados
em sala de aula, centrando estudos norteadores para a seleção.
O Livro Didático
Desde 1929, quando o governo brasileiro criou um órgão específico para legislar sobre a
política do livro didático, o Instituto Nacional do Livro (INL), a ação federal nessa área vem se
aperfeiçoando, com a finalidade de prover as escolas das redes federal, estaduais,
municipais e do Distrito Federal com obras didáticas e paradidáticas e dicionários de
qualidade.
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O PNLD é mantido pelo FNDE com recursos financeiros do Orçamento Geral da União e da
arrecadação do salário-educação. Em 2006, o investimento foi de R$ 563,7 milhões. Em
2007, o valor previsto no orçamento é de R$ 679,9 milhões.
Até o PNLD 2006, admitiam-se duas formas de execução: a centralizada (com as ações
integralmente a cargo do FNDE) e a descentralizada (ações desenvolvidas pelas Unidades
de Federação, mediante repasse de recursos do governo federal, via convênio firmado com
FNDE, São Paulo foi o único cotado no PNLD 2005 e 2006 optou pela descentralização).
Atualmente, o FNDE executa o programa de forma centralizada para todas as UFs, não se
admitindo mais o repasse de recursos financeiros para que o próprio Estado realize as
aquisições.
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o Livros para o ensino médio
SISCORT
CONSERVAÇÃO DE LIVROS
Os livros do PNLD devem ser utilizados pelos os estudantes três anos consecutivos. A falta
de conservação e a não devolução das obras levam o FNDE a adquirir, a cada ano, mais
13% do total inicial de livros, para repor os que não foram devolvidos ou que estejam sem
condição de uso.
GERENCIAMENTO
E também pela escolha dos professores, continua com a negociação com as editoras, até
chegar ao condicionamento dos livros em suportes de madeira (paletes) nos postos
avançados dos Correios instalados dentro das editoras.
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DISTRIBUIÇÃO
DADOS ESTATÍSTICOS
Entre 1994 e 2005, o PNLD adquiriu, para a utilização nos anos letivos de 1995 a 2006, um
total de 1, 077 bilhão de unidades de livros, distribuídos para uma média anual de 30,8
milhões de alunos, matriculados em cerca de 163,7 mil escolas. Nesse período, o PNLD
investiu R$ 34,2 bilhões. Pelo PNLD 2006 dicionários serão atendidos mais de 764 mil salas
de aula de quase 174,7 mil escolas públicas do ensino fundamental, beneficiando mais de
29,8 milhões de alunos. Para isso, o FNDE adquiriu cerca de 519 mil acervos, cada um com
9 dicionários, que serão utilizados coletivamente pelos alunos de 1ª a 4ª série em cada sala
de aula e 247.294 acervos com 7 exemplares paras as salas se aula de alunos de 5ª a 8ª
série.
CONSULTAS
Acompanhamento da distribuição.
Cronograma de atendimento, do ano respectivo de 2007.
Editais.
Guias de livros didáticos PNLD no respectivo ano de 2007.
Guias de livros didáticos e editoras.
Inscrição e cadastramento.
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LEGISLAÇÃO
CONTATOS
http://www.fnde.gov.br/home/index.jsp?arquivo=livro_didatico.html)
Email: cac@fnde.gov.br
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Se a educação é um direito de todos, a avaliação não pode ter um papel
classificatório, excludente e punitivo. Explique qual o papel ela deve
representar descrevendo uma experiência exitosa na sua trajetória
educacional ou pessoal.
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U NIDADE 30
Objetivo: Trabalhar a avaliação da aprendizagem de forma dinâmica e criativa ,
possibilitando aos alunos efetiva e crítica participação no ensino e aprendizagem.
Agora vamos discutir informações sobre o Portfólio, que se constitui em mais um instrumento
de avaliação e também como uma forma de desmistificar a avaliação da aprendizagem no
ensino de jovens e adultos, que já sabemos têm muita informação e conhecimento. Vejamos:
O que é um portifólio?
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evidências de sua aprendizagem. É organizado por ele, com orientação do professor, para
que, em conjunto, possam acompanhar o seu progresso (VILLAS BOAS, 2001, p. 207). O
portfólio é um procedimento de avaliação que permite aos alunos participar da formulação
dos objetivos de sua aprendizagem e avaliar seu progresso. Pois eles são participantes
ativos da avaliação, selecionando as melhores amostras de seu trabalho para incluí-Ias no
portfólio.
[...] uma coleção proposital do trabalho do aluno que conta a história dos seus esforços,
progresso ou desempenho em uma determinada área. Essa coleção deve incluir a
participação do aluno na seleção do conteúdo do portfólio; as linhas básicas para a seleção;
os critérios para julgamento do mérito; e evidência de autoreflexão pelo aluno. (p. 36)
Avaliação desmistificada
A avaliação tem como característica ser uma tarefa, inerente ao ser humano, que se revela
de múltiplas formas no cotidiano. As pessoas expressam um caráter eminentemente
avaliativo sobre objetos, situações, fatos e sobre si mesmas. Esses juízos se apresentam
impregnados de (pré) conceitos e valores acerca da sociedade e do mundo que os cercam.
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A avaliação da aprendizagem como fenômeno educacional apresenta-se como área
específica de conhecimento, trazendo em sua caracterização as marcas do tempo histórico,
o percurso de concepções filosóficas a partir de diferentes visões de mundo, de homem e de
sociedade.
O autor destaca outro modelo, denominado avaliação formativa, que objetiva ser um
instrumento auxiliar da aprendizagem, possibilitando a prática de uma forma de avaliar que
ultrapassa o encarceramento da quantificação.
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continuada e sistemática, capaz de contribuir para o enfretamento das indagações e o
desvelamento dos condicionamentos e determinantes da prática pedagógica cotidiana.
Nesse sentido, a teorização sobre a avaliação formativa pode ser percebida, no âmbito
educacional como um conjunto de contribuições que podem sinalizar para o aprimoramento
do conhecimento sobre essas realidades, além de possibilitar melhores formas de
intervenção.
No eixo motriz dessa análise, é possível encontrar pistas bem precisas de aquisição do
conhecimento de forma construtiva, no sentido de contribuir para a construção do saber e a
apropriação do conhecimento, a fim de reverter o quadro tradicional, permeado pela
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seletividade e pela discriminação, além do achatamento na aquisição do conhecimento, que
favorece consideravelmente a significativa situação do fracasso escolar.
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G LOSSÁRIO
Apriorismo – A priori (do latim, « partindo daquilo que vem antes »), é uma expressão
filosófica que designa uma etapa para se chegar ao conhecimento, que consiste no
pensamento dedutivo.
Empirismo – O termo empirismo tem sua origem no grego empeiria, que significa
“experiência”... Restringiu-se amiúde o termo “empirismo” à filosofia clássica moderna
Autoestima - A autoestima pode ser definida como o sentimento que se tem ligado a
autoimagem. O que a pessoa pensa de si mesmo.
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B IBLIOGRAFIA
DEMO, Pedro. Professor e seu direito de estudar. In: SHIGUNOV NETO, Alexandre;
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