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GRUPO CAELIS

FACULDADE SANTO ANTÔNIO


BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ADRIANO CARDOSO SANTOS


FABIANO MAGALHÃES SANTOS

EFEITOS DO FLUXO DE CAIXA SOBRE CONTABILIDADE DE CUSTOS NA


AVICULTURA: A Realidade da Contabilidade Rural na Região de Alagoinhas BA.

Alagoinhas
2017
ADRIANO CARDOSO SANTOS
FABIANO MAGALHÃES SANTOS

EFEITOS DO FLUXO DE CAIXA SOBRE CONTABILIDADE DE CUSTOS NA


AVICULTURA: A Realidade da Contabilidade Rural na Região de Alagoinhas BA.

Trabalho de Conclusão de Curso original


apresentado para Rito da Conclusão de Curso
ao Colegiado de Ciências Contábeis da
Faculdade Santo Antônio, como requisito para
obtenção de título de Bacharel.

Orientador: Prof. Rogério Alves Oliveira

Alagoinhas
2017
ADRIANO CARDOSO SANTOS
FABIANO MAGALHÃES SANTOS

EFEITOS DO FLUXO DE CAIXA SOBRE CONTABILIDADE DE CUSTOS NA


AVICULTURA: A Realidade da Contabilidade Rural na Região de Alagoinhas BA.

Trabalho de Conclusão de Curso original


apresentado para Rito da Conclusão de Curso
ao Colegiado de Ciências Contábeis da
Faculdade Santo Antônio, como requisito para
obtenção de título de Bacharel.

Orientador: Prof. Me. Rogério Alves Oliveira

Linha de pesquisa: Custos e Gestão Estratégica de Custos


Data da defesa: ____de ______________de________.
Resultado_________________.

Banca Examinadora:

Prof. Me. Rogério Alves Oliveira

Prof. Me Vagner Santos

Prof. Me. Edson Luiz Geambastiani Barbosa


A todos que direta e indiretamente contribuem
para o desenvolvimento sustentável, e a
manutenção do principal patrimônio da
humanidade – O Meio Ambiente.
Desenvolvendo pesquisas e processos
produtivos com redução dos impactos
negativos ao meio ambiente, agregando
valores na produção de alimentos com
eficiência do uso adequado dos recursos
naturais que garantam a eficácia do
desenvolvimento socioeconômico.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Faculdade Santo Antônio, e seus colaboradores, pelo seu papel social na
educação e pesquisa na região de Alagoinhas. Aos que contribuíram com as pesquisas deste
trabalho:
 SEAGRIMA - Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Inhambupe, com a
participação do Sr. Secretário Carlos Geilson e o Técnico Agropecuário Luiz Orlando,
contribuindo com os dados da pesquisa;
 Associação da Escola Família Agrícola da Região de Alagoinhas, que cedeu material
bibliográfico;
 Coopera – Cooperativa Agropecuária Mista da Região de Alagoinhas, com a
participação do Técnico Agropecuário Juracy Batista;
 Professor Me. Rogério Alves Oliveira, orientador da pesquisa;
 Professor Me. Edson Gianbastiani, co-orientador da pesquisa;
 A nossa Família, a base do nosso caráter e formação.
“O conhecimento é um dos fatores mais
importantes na busca do desenvolvimento
sustentável de um país, pois é ele que definirá
os processos de desenvolvimento e promoverá
o surgimento de oportunidade sem precedentes
para a redução das desigualdades sociais”
(CREPALDI, 2012, p. 299)
RESUMO

Este artigo aborda sobre o fluxo de caixa, apresentando soluções de redução de custos da
produção da avicultura na região de Alagoinhas - Bahia no período de setembro a novembro
de 2017. A pesquisa classifica-se como exploratória objetivando familiarizar-se com o
problema e, ganha forma utilizando o método de pesquisa de campo e de técnicas de
entrevista para o levantamento dos dados dos custos encontrados no período determinado.
Como critério para identificar os custos relevantes da avicultura, foram mensurados os custos
variáveis com maior valor e nível de circulação. Este estudo contribui para apresentar a
importância do assessoramento contábil nas empresas rurais, servindo de subsídios para
gestão administrativa da avicultura.

Palavras-Chave: Contabilidade Rural. Contabilidade de Custos. Fluxo de Caixa. Avicultura.


ABSTRACT

The article deals with cash flow, presenting cost reduction solutions for poultry production in
the region of Alagoinhas - Bahia from September to November 2017. This research is
classified as exploratory in order to familiarize itself with the problem and, gains form using
the method of field research and interview techniques for the collection of cost data found in
the given period. As a criterion to identify the relevant poultry costs, variable costs with
higher value and circulation level were measured. This study contributes to presenting the
importance of accounting advice in rural enterprises, serving as subsidies for administrative
management of poultry.

Keywords: Rural Accounting. Cost Accounting. Cash flow. Poultry farming


8

1 INTRODUÇÃO

A avicultura é um importante ramo do setor primário brasileiro, posto que: garante a


maioria dos empregos rurais da atividade pecuária; contribui com a redução do êxodo rural;
fomenta os investimentos técnicos voltados ao agronegócio; produz alimentos ricos em
proteína animal; além da atividade econômica, também contribui com sua parcela no
desenvolvimento social.
O ciclo dessa atividade envolve um rigoroso controle de custos, para evitar excessos e
desperdícios de insumos e, também para atingir a expectativa de produzir com qualidade
dentro do orçamento previsto. Partindo desse pressuposto, apresenta complexidade de gestão
peculiar, por se tratar de ciclos operacionais que demandam tempo e agregam valores de
custos ao longo do processo, em fases distintas onde estão: cria, recria, engorda, terminação,
reprodução, embrionagem, abate e transformação de resíduos.
O objetivo deste artigo é aplicar o fluxo de caixa apresentando soluções de redução de
custos da produção da avicultura. Evidenciando a importância da Contabilidade Rural baseada
no controle de custos, demonstrando as variáveis dos custos mais relevantes da produção da
avicultura. Os seus resultados econômicos financeiros foram apurados numa granja na região
de Alagoinhas - Ba. A pesquisa de campo foi realizada na cidade de Inhambupe – Bahia, no
período de setembro a novembro de 2017.
Segundo Gil (2002), as pesquisas exploratórias aproximam-se do problema, e por ser
flexível geralmente assume forma de pesquisa bibliográfica ou de estudo de caso. Com base
em seus objetivos gerais é possível classificar esta pesquisa em exploratória, objetivando
familiarizar-se com o problema e ganha forma utilizando o método de pesquisa de campo,
estabelecendo entrevistas e observação dos trabalhos para o levantamento dos custos na
granja “X”, localizada no município de Inhambupe-Ba. Caracterizada por sua estrutura na
criação de frangos de corte, no período de setembro a novembro de 2017.
Este estudo contribui para apresentar aos avicultores uma visão mais clara a respeito
da viabilidade econômica das empresas rurais, assim tomando decisões acertadas se realmente
vale a pena investir nesta atividade. No entanto acaba servindo também de subsídios para os
municípios e estados para criação de projetos, ou a aprovação destes para políticas públicas de
incentivo a avicultura, que é, maior influenciadora das empresas do agronegócio fornecedoras
de serviços, máquinas, equipamentos, tecnologia, sanidade e insumos agrícolas.
Nesse contexto, a contabilidade rural pode desempenhar um papel de destaque, no que
tange ao gerenciamento e contabilização dos custos de produção dentro do sistema de criação
9

da avicultura, levando informações aos gestores, auxiliando no planejamento e controle


visando maior segurança para tomada de decisões.

2 CONTABILIDADE RURAL

Contabilidade Rural é o ramo da contabilidade que estuda o patrimônio rural. Como tal,
estuda Ativos (caixa, cabeças de gado, terra, tratores, fertilizantes, sementes, defensivos
agrícolas, etc.), os Passivos (empréstimos bancários, dívidas trabalhistas etc.) e Patrimônio
Líquido (capital de reservas etc.). Crepaldi; Marion, (2012; 2014), conceituam contabilidade
rural como: ramo da contabilidade que tem como objeto as atividades econômicas das
empresas rurais.
Segundo Marion (2014): “Empresas rurais são aquelas que exploram a capacidade
produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da criação de animais e de transformação de
determinados produtos agrícolas.” Crepaldi (2012, p. 3) cita a LEI 4.504/1964, Artigo 4:

Empresa Rural é o empreendimento de pessoa física ou jurídica, pública ou privada,


que explore econômica e racionalmente imóvel rural, dentro de condição de
rendimento econômico da região em que se situe e que explore área mínima
agricultável do imóvel segundo padrões fixados, pública e previamente, pelo Poder
Executivo. Para esse fim, equiparam-se às áreas cultivadas, as pastagens, as matas
naturais e artificiais e as áreas ocupadas com benfeitorias.

Para as pessoas físicas como na avicultura que, pela sua capacidade reduzida ou
limitada territorialmente ou financeiramente não precisam de escriturar livros contábeis, e
podem fazer uso do livro caixa para simples controle do fluxo financeiro de ganhos e gastos,
não o isentando dos pagamentos do Imposto de Renda quando for o caso. Para a pessoa
jurídica a escrituração contábil segue os padrões das empresas não rurais.
Ante a redução dos subsídios e incentivos fiscais, e aumento da tributação da renda
agrícola em função da atual crise econômica, faz com que muitos empresários sintam a
necessidade de mais conhecimentos administrativos. Neste contexto, a Contabilidade Rural
aparece como principal recurso capaz de fornecer informações que permitam o planejamento,
controle e, na tomada de decisão acompanhando os objetivos e atribuições da administração
financeira, exigidas pela evolução do setor com base no controle dos custos, a diversificação
de culturas e comparação de resultados.
Em geral, existe uma dificuldade em se estipular o volume mínimo economicamente
viável no projeto de criação de aves, ou de outras culturas realizados pelo zootecnista
(MALAVAZZI, 1984). Para tanto, surge a necessidade da proficiência contábil para realizar a
10

mensuração da viabilização econômica como: a determinação do ponto de equilíbrio, margem


de contribuição, grau de liquidez, retorno do investimento e, a determinação do lucro
financeiro e contábil (MARION, 2014).
Segundo Crepaldi (2012, p. 41): “é imprescindível que o empreendimento seja ao
máximo desvinculado da pessoa física do ponto de vista organizacional, mesmo que isto não
venha a ser formalizado juridicamente.” O empreendimento deve possuir estrutura autônoma
e responsável mínima, composta pela administração geral, financeira e contábil.
Através da contabilidade podemos ter um maior controle sobre nossas operações, desde
a movimentação do fluxo de caixa, dos controles internos e externos, até mesmo ferramentas
necessárias para tomadas de decisões coerentes e eficazes. No entanto, mesmo que já
comprovada a sua utilidade são poucos os produtores que a utilizam.
Toda e qualquer atividade rural, por menor que seja, precisa de um controle eficiente
para um bom gerenciamento do agronegócio. Isso é possível por meio das informações
contábeis, assim como acontece com os outros setores da economia. O grande problema que
acontece na maioria das propriedades rurais é que essas informações, mesmo que sejam
importantes ferramentas de gestão, não são analisadas e utilizadas por seus proprietários ou
administradores. A apuração tempestiva dos resultados contribui para uma melhor avaliação
do desempenho econômico agropecuário.
Como forma de controle contábil e, posteriormente, para podermos escriturar as receitas
e despesas, o administrador rural precisará realizar habitualmente o fluxo de caixa, que é uma
importante ferramenta para o gerenciamento da empresa, sendo indispensável a sua aplicação.
Crepaldi (2012) comenta como: “a relação das entradas e das saídas de recursos financeiros
em determinado período, visando prever a necessidade de captar empréstimos ou aplicar
excedentes de caixa nas operações mais rentáveis.”
Segundo Crepaldi (2012), a escrituração contábil é obrigatória, deve evidenciar as
contas de receitas, custos e despesas (perdas, parciais ou totais por fenômenos naturais,
incluindo incêndio, devem ser registradas como despesas não operacionais) separadas por
atividades e fundamentadas nos ciclos operacionais da agropecuária. Também é comum a
reserva de contingencia nos balanços patrimoniais, por causa da vulnerabilidade do setor rural
às incertezas do clima.
Sendo assim, Marion (2014) diz que, na atividade pecuária as variações dos valores dos
estoques dos plantéis (Ativos Biológicos)1 são frequentes e independem da inflação, haja visto

1
Consultar - Comitê de Pronunciamentos Contábeis-CPC 29, aprovado pela Deliberação CVM nº 569/2009 e
Resolução CFC nº 1.186/2009.
11

que, os animais no seu processo de crescimento a curto e médio prazo agregam valor
econômico real, em função de ganho de valor através do peso, e por esta espera o giro do
estoque acaba sendo lento.
O uso da contabilidade, independente do ramo a ser aplicado, nos proporciona mais
visão de futuro em benefício a sua administração, podendo avaliar nossos resultados e
planejar nossas operações em longo prazo, através dos relatórios fornecidos.
Como afirma Crepaldi (2012, p. 161, grifo do autor), em se tratando dos custos da
contabilidade rural: “Os registros financeiros também devem conter uma das informações
mais fundamentais para o adequado gerenciamento da empresa rural: os custos operacionais.
O que pode ser traduzido por quanto custa manter a empresa rural em operação.”

3 CONTABILIDADE DE CUSTOS

A partir da década de 1990 com o avanço da globalização, a gestão de custos passou a


ser um diferencial competitivo do mercado. Independente do segmento econômico, as
empresas para sobreviverem à evolução das variações financeiras passam a adotar controles
efetivos dos custos, possibilitando seu crescimento e a criação de vantagens competitivas.
Neste enfoque, Leone (2010) descreve a contabilidade de custos como o ramo da
contabilidade que coleta, classifica, e registra os dados operacionais internos e externos da
entidade, a fim de produzir informações capazes de auxiliar os gestores administrativos no
planejamento, controle, classificação de desempenho e na tomada de decisão.

Contabilidade de custos é o processo ordenado de usar os princípios da


contabilidade geral para registrar os custos de operação de um negócio, de tal
maneira que, com os dados da produção e das vendas, se torne possível à
administração utilizar as contas para estabelecer os custos de produção e de
distribuição, tanto por unidade, quanto pelo total, para um, ou para todos os produtos
fabricados, ou serviços prestados e os custos das outras diversas funções do negócio,
com a finalidade de obter operação eficiente, econômica e lucrativa.( LAWRENCE,
1975. p. 1.)

A contabilidade de custos tem duas funções básicas, a primeira sendo no auxílio ao


controle e a segunda na ajuda nas tomadas de decisões (MARTINS, 2010). No papel de
auxiliar, no controle ela fornece dados para orçamentos, previsão e padrões dentro da
entidade. Sendo assim tem por objetivo determinar o custo do estoque e dos bens produzidos,
bem como garantir o controle financeiro dos ativos relacionados com o processo produtivo e
seus estoques, representados pela aquisição, fabricação e manutenção destes.
12

Segundo Leone (2010), é objetivo da contabilidade de custos a determinação da


rentabilidade, considerando o desempenho da entidade e de seus componentes, traduzido no
controle dos custos das operações de cada atividade na busca de minimizá-los através da
análise das causas das variações incorridas, corroborando no saneamento das recorrências.
O objeto da contabilidade de custos é todo componente operacional e administrativo de
uma empresa, ou seja, ela se utiliza dos dados básicos que se originam fora do departamento
de custos. Os documentos que comprovam as transações de material comprado, consumido ou
transferido entre departamentos, são transformados em relatórios de estudos de tempo, cartões
de ponto, requisições de materiais, os estudos de capacidade das máquinas, consumo de
energia e outros relacionados a produção ou comercialização. É preciso que esses dados
básicos sejam exatos, seguros e disponíveis no momento oportuno.
As empresas para poderem operacionalizar suas atividades, precisam de bens
(máquinas, veículos, equipamentos, móveis, utensílios, ferramentas, instrumentos, softwares),
de materiais para comercialização (matéria-prima, mercadorias, insumos) e de mão-de-obra
(operários, técnicos, operadores). Estes gastos ou desembolso, são os investimentos
denominados de custos, diferente dos gastos realizados na administração em geral (materiais,
máquinas, equipamentos, utensílios, ferramentas e mão-de-obra) e para obtenção de receitas
na comercialização dos produtos e serviços (LEONE; MARTINS, 2010).

3.1 Classificação dos Custos

O contador de custos deverá acompanhar as mutações operacionais e administrativas,


estabelecendo para tanto, critérios diferentes de avaliações, cálculos e alocações dos custos,
fornecendo informações específicas à gestão. Quando a contabilidade de custos deseja
conhecer os custos dos produtos, serviços, componentes organizacionais, surgem os custos
diretos e indiretos (LEONE, 2010).
Custos diretos são aqueles facilmente identificados, estão fisicamente e diretamente
identificados a um segmento específico em análise, sem a necessidade de rateio. Porém os
custos indiretos, pela dificuldade por estarem vinculados a outros segmentos ou produtos, ou
mesmo pela não relevância, necessitam do rateio para alocação dos custeios (LEONE, 2010).
Na agricultura o custo direto é aquele que pode ser apropriado diretamente aos produtos
agrícolas, são passíveis de medida de consumo como: mão-de-obra, insumos, combustíveis,
depreciação e energia elétrica (CREPALDI, 2012).
13

Segundo Silva Júnior (2000), entende-se por custos variáveis os gastos relacionados
diretamente com as variações dos volumes dos produtos ou das vendas. E os custos fixos não
oscilam com os volumes econômicos, os gastos estão relacionados com a manutenção da
superestrutura.
Segundo Iudícibus (2003), nesse sistema de custeio os custos são separados em fixos e
variáveis: Os custos e despesas fixos são aqueles que acontecem de forma independente ao
volume de produção ou venda do produto/serviços. De maneira contrária, os custos e despesas
variáveis são aqueles que sofrem alterações de acordo com o volume de produção ou venda
do produto ou serviço.
Com base em Silva Júnior (2000, p. 84): “Há dois sistemas de custeio para alocação dos
custos nas empresas industriais: por ordem específica e por processo.” O tipo do produto e a
melhor forma de apuração dos custos é que definirão qual será o mais apropriado. Leone
(2010) diz que, os sistemas de custeio por responsabilidades é o mais simples e direto, os
custos e as despesas são separados por cada centro de responsabilidade (departamentos,
seções ou pessoas). E o custeio por processo tem por finalidade segundo Rayburn (1993, p.
117): “[...]apropriar os custos às atividades executadas pela empresa e, então, apropriar de
forma adequada aos produtos as atividades segundo o uso que cada produto faz dessas
atividades.” (RAYBURN, 1993, p. 117; apud LEONE, 2010, p. 253).
Conhecer os custos é primordial para saber quais produtos que não trazem margem de
contribuição, além de gerenciar o capital investido na formação do estoque e também para
saber das ameaças à estabilidade econômica e financeira da empresa. Uma boa gestão de
custos se faz necessária, para lidar com o fluxo de caixa com propósito de aumentar a
rentabilidade e a viabilidade econômica da avicultura, minimizando os efeitos negativos da
competitividade e buscando com isso seu crescimento sustentável.

4 FLUXO DE CAIXA

O Fluxo de Caixa consiste em controlar tudo o que for saída ou entrada de caixa, para o
bom funcionamento da empresa rural, industrial, comercial e serviços. É apurado em um
determinado período de tempo projetado. Quando não se realiza um controle eficaz dentro de
uma organização, a avaliação da atividade se torna difícil, não possuindo informações sobre a
rentabilidade e sobre o grau de liquidez da empresa. Estes controles dos custos operacionais
da atividade, servem para emitir relatórios e pareceres que irão auxiliar os administradores na
tomada de decisões. É através deles que são identificados os pontos fortes e fracos existentes
14

na empresa, bem como as decisões que envolvem investimentos e financiamentos. Conforme


afirma Crepaldi (2012):

[...], o Fluxo de Caixa é a relação das entradas e das saídas de recursos financeiros
em determinado período, visando prever a necessidade de captar empréstimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operações mais rentáveis. Em síntese, consiste em
discriminar as entradas e saídas de numerários em determinado período (realizado
ou previsto), apurando, assim, o saldo de caixa e possibilitando várias outras análises
[...] (CREPALDI, 2012, p. 313).

O principal objetivo do fluxo de caixa é dar uma visão das atividades desenvolvidas
bem como operações financeiras que serão realizadas, confirme as disponibilidades, e que
representarão o grau de liquidez da empresa. Assim, pode-se compreender que o fluxo
projetado permite a empresa controlar seu ativo, o qual irá gerar o lucro da mesma.
São três os principais objetivos do fluxo de caixa voltados para contabilidade rural:
prever a demanda de recursos e a necessidade de captação financeira, tomar decisões com
prazo mais largo, e garantir um contingenciamento programado. Com base nos objetivos, o
fluxo de caixa tem a finalidade de identificar situações de desequilíbrio financeiro, para
superávit ou para déficit, fornecendo informações e auxiliando nas tomadas de decisões.
Na contabilidade rural o fluxo de caixa adota geralmente o período de um ano, com
previsões orçamentárias trimestrais e estimativas para todo o período global. Permitindo após
cada trimestre conciliar o orçado com o realizado. Com vistas a aplicar medidas de
saneamento dos sintomas, causas e consequências do desequilíbrio financeiro.
A liquidez da empresa rural está mensurada na sua capacidade de captação de recursos
financeiros líquidos em um dado momento, seja através de recursos próprios e de terceiros,
mais as possíveis linhas de créditos e aumentos de capital. Garantindo sua capacidade de
pagamento, enquanto aguarda obtenção de novas receitas do ciclo de produção agropecuária
da sua atividade.
Segundo Kassai et. al. (2000, p. 60), afirma que: “a decisão de se avaliarem projetos de
investimentos com base nos resultados de caixa, e não no lucro econômico, é devida a uma
necessidade econômica, revelando a efetiva capacidade da empresa em remunerar o capital
aplicado e reinvestir os benefícios gerados.” Crepaldi (2012, p. 320), comenta que: “o ciclo
econômico corresponde ao período entre a aquisição de insumos e a venda de produtos
agrícolas.” [...] “O ciclo financeiro corresponde ao prazo decorrido entre as saídas de caixa
(pagamento de fornecedores) e as entradas de caixa (recebimento de clientes).”
As informações contábeis são de grande interesse para os administradores rurais, e em
especial o avicultor. Que fará uso dos relatórios dos controles de custos que servirão de base
15

para tomadas de decisão. Contudo, o fluxo de caixa surge como um instrumento, que poderá
minimizar os efeitos dos custos da avicultura através de métodos de planejamento econômico-
financeiro e dos cálculos matemáticos.

5 AVICULTURA

A avicultura é praticada e desenvolvida a muitos séculos em toda a parte do mundo. O


homem primitivo vivia quase exclusivamente da caça e pesca, migrando pelas terras em busca
de alimentos. Com o passar do tempo começou a aprisionar os animais selvagens, e aprendeu
as técnicas de domesticação.
É sabido que: no “extremo Oriente, a criação e a reprodução de aves (Avicultura),
seguindo certas normas, tiveram início há cerca de quatro mil anos.” (ICEA2, 1973, pág. 11).
No entanto, Oliveira (2008), afirma que, a espécie Gallus gallus (galinha) só foi domesticada
por volta do ano 3.200 a.C.
Porém, ICEA e Oliveira (1973; 2008), convergem na história da avicultura no século
XX, quando é dado enfoque a exploração comercial do frango para alimentação da
humanidade, ocorrendo seu desenvolvimento tecnológico.
Pesquisas desenvolvidas nos Estado Unidos e Europa, melhoraram a genética através
dos cruzamentos de raças, e as tecnologias de manejo, bem como as formulações de rações e
suplementos alimentares, reduzindo o tempo de abate e aumentando o ganho de peso para o
abate. Contribui também na redução dos problemas sanitários, através de vacinas e
medicamentos. Contudo este avanço proporcionou a redução de custos de produção e
elevação da produtividade (OLIVEIRA, 2008).
Com a redução dos custos e elevação da produtividade na criação de frangos de corte,
aumentou a competitividade da atividade, tornando os preços da carne de frango e de ovos
mais favoráveis aos consumidores, possibilitando a população mais uma opção mais barata de
carne e fonte de proteína animal.
Após o descobrimento do Brasil em 1.500 d.C., deu-se início a criação doméstica do
frango, criados soltos e sem tecnologias. E somente na década de 1930 começa a
modernização da avicultura no Brasil, alcançando a condição agroindustrial a partir da década
de 1950 acompanhando as tecnologias internacionais (OLIVEIRA, 2008).
A avicultura consiste em um sistema produtivo de alimentos, que, a partir da criação,
reprodução e manejo de aves, adquire a capacidade de fornecimento de carne e ovos para o

2
Instituto Campineiro de Ensino Agrícola. Curso de avicultura. 4. Ed. Campinas – SP: 5.ed., 1973
16

abastecimento da alimentação humana. A avicultura atribui-se a criação de aves dentro do


sistema produtivo integrado ao estabelecimento rural destinado a moradia e a exploração da
atividade agrária. Neste sentido Oliveira (2008, p. 17), conceitua:

A avicultura é conceituada como a criação de aves para produção de alimentos,


notadamente carne e ovos, sendo que a galinha (Gallus gallus) constitui-se na
principal espécie criada, seguindo-se perus, patos, gansos, codornas, marrecos e
avestruzes, entre outras de menor expressão econômica. (OLIVEIRA, 2008, p. 17)

A avicultura é um dos grandes setores responsáveis pela produção de alimentos, sendo


carne de frango considerada de boa qualidade nutricional, pois além de ser pouco calórica,
também é bastante nutritiva. Para a economia a atividade avícola tem importância relevante,
pois dá sustento a uma série de atividades relacionadas, criação, abate e as transformações
necessárias para o consumo, incluindo as fábricas de rações, cerealistas, prestadores de
serviços, transporte, comercialização e outros.
A avicultura é um dos mais indicados setores da produção para a fixação e ocupação do
homem ao campo: ocupa pequena área de terra, e localizar-se a regiões de terras fracas,
acidentadas e desvalorizadas, concorrendo para a recuperação das mesmas, pelo uso do
esterco produzido pelas aves, possui alta capacidade de rendimento por área coberta de abrigo
e a exigir trabalho moderado da família e da mão-de-obra ociosa, giro rápido do capital
investido entre as atividades agropecuárias.
A avicultura é uma atividade inserida no setor primário da economia, apesar dos
procedimentos industriais adotados em consequência do seu desenvolvimento tecnológico, e
por movimentar uma série de atividades industrias correlatas, bem como, beneficiamento e,
prestação de serviços de seus produtos e subprodutos e da intermediação da comercialização.
“Pode-se medir o grau de civilização de um país pelo desenvolvimento apresentado pela sua
avicultura”. (CHARLES WICHARD3, 1944; Apud: MALAVAZZI, 1984, p.27)
Segundo Oliveira (2008), a avicultura se destaca como importante fornecedora de carne
e ovos, sendo estes, elementos ricos em fonte de proteína para alimentação humana. E por
concorrer com outros tipos de carnes (bovina, suína, ovina, caprina etc.) e pescados (peixes,
crustáceos, moluscos etc.) no mercado mundial.
A carne de frango por ser também, de menor valor entre suas concorrentes, tem relação
direta com a composição da renda da população. Partindo da premissa que, o consumo de
carnes está relacionado a condição de renda por habitante, segundo Englert (1991):

3
Secretário da Agricultura dos EUA, em 1944.
17

[...] podemos incluir as indústrias de rações; de equipamentos para granjas,


incubatórios, matadouros e frigoríficos; de equipamentos de classificação,
beneficiamento e transformação dos produtos avícolas; de laboratórios na produção
de vacinas, drogas, antibióticos e desinfetantes; a produção de matérias primas para
rações como vitaminas, elementos minerais e subprodutos industriais; a rede de
intermediários entre o produtor e o consumidor responsáveis pela comercialização,
beneficiamento, prestação de sérvios e industrialização destes produtos avícolas; os
agrônomos, veterinários e zootecnistas; universidades e centros de pesquisas e
muitas outras atividades que poderíamos ainda relacionar. (ENGLERT, 1991, p. 21)

De acordo com Lana (2000): “A avicultura gera renda, melhora o nível social da
população e pode ser atividade de pequeno produtor. Além disso, emprega também
agrônomos, veterinários, zootecnistas, assim como professores, pesquisadores e técnicos em
universidades e centros de pesquisas”. Para Lana (2000) a avicultura não somente é uma
atividade importante na produção de alimentos, como também é fonte de renda de diversos
ramos profissionais, influenciando diretamente na economia brasileira.
A atividade avícola é responsável por cerca de 5,0 milhões de empregos diretos e
indiretos. Como cita Lana (2000) a atividade avícola é fruto do desenvolvimento da criação
caseira de frango, ao longo da história, praticou-se uma avicultura tradicional e familiar,
também chamada de “frango caipira”, praticamente para subsistência da família, o que se
comercializava era apenas os excedentes da produção. De acordo com Lana (2000):

A avicultura tem como principais vantagens a necessidade de pequena área de terra a


ser usada para implantação da granja [...] alta capacidade de rendimento por área
coberta [...] o trabalho é moderado e pode empregar a mão-de-obra familiar [...] tem
grande capacidade de conversão de grãos e outros produtos em carne e ovos, que são
de grande importância para a alimentação humana [...] o ciclo de produção é rápido,
dando um bom retorno num período relativamente curto. (LANA, 2000 p. 52)

A avicultura representa para muitos estabelecimentos rurais brasileiros, uma importante


fonte de renda, através de parcerias com agroindústrias, muitos produtores investem na
criação de frango de corte, onde recebem os pintinhos de um dia e fazem todo o manejo de
engorda até a entrega para o abate. O ciclo completo da atividade avícola abrange desde a
criação das matrizes para postura de ovos de corte e produção de pinto de um dia nos
incubatórios, a criação em confinamento nos aviários e o abate nos frigoríficos.

5.1 Produção e Consumo da Avicultura

Atualmente a avicultura é a atividade pecuária com maior produção de carnes do Brasil,


e coloca o nosso país como maior exportador do comércio internacional. Ranking este, que se
mantem desde 2004, com recordes de produção até 2011 ano em que superou os 13,058
milhões de toneladas de carne de frango produzida. (UBABEF, 2012)
18

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) (2017), o Brasil é o


segundo maior produtor mundial de carne de frango, atrás apenas dos Estados Unidos. Dados
preliminares divulgados pelo órgão mostram que, em 2016, a produção foi de 12,9 milhões e
18,261 milhões de toneladas, respectivamente.
Mesmo estando em primeiro lugar, ABPA (2017), aponta que houve redução na
disponibilidade do produto no mercado interno, contribuindo para a diminuição no consumo
per capita de carne de frango. A produção de carne de frango em 2016 apresentou pequeno
crescimento, em relação a 2015, por conta da retração do consumo no mercado interno. A
redução da demanda doméstica ocorreu principalmente em função da crise econômica sem
precedentes enfrentada pelo Brasil, onde a taxa de desemprego, no ano, atingiu, na média,
11,5% da população economicamente ativa, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Em 2016 foram destinados para o consumo interno 8.671 milhões de toneladas de carne
de frango, o equivalente a 66% da produção nacional, e para as exportações 4.380 milhões de
toneladas, correspondente a 34% do total de carne de frango produzida no Brasil (ABPA). Ao
longo dos últimos dez anos, de 2006 a 2016 a produção de carne de frango saltou de 9,34 para
12,90 milhões de toneladas por ano, representando um aumento de 38,11% da produção.
Atrelado a este aumento está o consumo per capita de carne de frango, que passou de 37,02
(kg/Hab.) em 2007, para 41,10 (kg/Hab.) em 2016 (ABPA, 2017).
O aumento da produção de grãos no oeste da Bahia vem contribuído para expansão da
criação de frangos no Estado. Este efeito se dá, por reduzir os riscos que podem ocorrer pela
falta do principal componente da alimentação, o milho representa a maior parcela dos custos
variáveis da produção de frangos, no volume e no valor.
Segundo informações do IBGE, a estimativa da produção de milho para 2017 é de
88.458.923 toneladas, representando um aumento de 39,6% em relação ao ano 2016. Porém
um dos fatores deste aumento, são os atrativos preços das “commodity”. Contudo o clima
vem favorecendo o desenvolvimento da cultura em quase todas as regiões, o rendimento
médio também deve apresentar incremento significativo de 25,7%, estimado em 5.281 kg/ha.

Tabela 1. Produção Total Brasileira de Frango de corte e Milho (Milhões Ton).

PRODUÇÃO TOTAL BRASILEIRA DE FRANGO E MILHO


PERÍODO 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Milho 52,1 58,9 50,7 55,4 55,7 71,1 80,3 79,9 85,3 63,4
Frango 10,3 10,9 11,0 12,2 13,1 12,7 12,3 12,7 13,1 12,9
Fonte: Elaborado pelo autor; produção de frango: ABPA, 2017; produção de milho: IBGE – LSPA, 2017.
19

Figura 1. Gráfico – Produção Brasileira de Carne de Frango e Milho (Milhões Ton).

Produção Total Brasileira de Frango e Milho


100,0
85,3
90,0 80,3 79,9
80,0 71,1
70,0 63,4
58,9 55,4 55,7
60,0 52,1 50,7 Milho "T"
(milhões)
50,0
40,0
30,0
20,0 10,3 10,94 10,98 12,23 13,06 12,65 12,31 12,69 13,14 12,9
Frango "T"
10,0
(milhões)
0,0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Fonte: Elaborado pelo autor; produção de frango: ABPA, 2017; produção de milho: IBGE – LSPA, 2017.

5.2 A avicultura no Mercado Baiano

Como todo sistema produtivo, a avicultura sofre expressiva influência da exploração


agrícola, e o comportamento do mercado de grãos na Bahia vem mudando, e seu ponto de
partida foi através da região do Oeste baiano, que está permitindo que o estado se consolide
na cultura de produção de grãos. Com maior disponibilidade de matéria-prima (milho, soja,
sorgo) tem favorecido a expansão das granjas de criação de frango de corte na Bahia.
Segundo dados da tabela CONAB o milho principal insumo da avicultura sofreu
considerável elevação em sua produção agrícola, de 2010/11 a 2011/12 teve grande elevação
atingindo 9,94%, e seguiu com baixo crescimento nos anos seguintes, com retração em
2014/15, ainda assim atingiu 15,33% no total entre 2010/11 até 2015/16, no entanto, apesar de
modesto crescimento após 2011/12 a perspectiva de 2016/17 está estimada em 7,25% de um
ano para o outro, perspectiva animadora para a avicultura.

Tabela 2. PRODUÇÃO TOTAL BAIANA DE FRANGO E MILHO

PRODUÇÃO TOTAL BAIANA DE FRANGO E MILHO


PERÍODO 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Milho "T"
1,97 2,01 2,28 2,28 2,17 1,90 3,18 2,77 1,45 1,98
(milhões)
Frango "T"
0,069 0,072 0,074 0,077 0,083 0,086 0,090 0,093 0,083 0,090
(milhões)
Fonte: Elaborado pelo autor; produção de frango: ABPA, 2017; produção de milho: IBGE cidades, 2017.
20

Figura 2. Gráfico – Produção Baiana de Carne de Frango e Milho (Milhões Ton).

Produção Baiana de Frango e Milho


3,50 3,18
2,77
3,00
2,28 2,28 2,17
2,50 1,97 2,01 1,90 1,98
2,00 1,45
1,50 Milho
1,00
0,50 0,069 0,072 0,074 0,077 0,083 0,086 0,090 0,093 0,083 0,090
Frango
0,00
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Fonte: Elaborado pelo autor; produção de frango: ABPA, 2017; produção de milho: IBGE cidades, 2017.

Com isso a produção de frango foi favorecida, ampliando seu potencial de produção de
carne de frango, ou seja, estar mais próximo do fornecedor de matéria-prima e do mercado
consumidor favorece economicamente a exploração comercial da atividade da avicultura na
Bahia. Dados da União Brasileira de Avicultura (UBA) mostram que o alojamento de pintos
de corte na Bahia cresceu no ano passado 13,3%, para 107,47 milhões de aves, duas vezes
acima da média nacional, que foi de 6,2%.
Esses dados demonstram como é importante a relação da contabilidade rural, dentro do
cenário avícola, que tem por objetivo segregar os custos operacionais da atividade, a fim de
mensurar os vieses do controle de custos. E atrelar ferramentas que corroboram com a
redução deste, em especial o fluxo de caixa, que pode através de um planejamento
sistemático, proporcionar a superveniência do ativo sem o dispêndio financeiro.

6 A PESQUISA

Nas empresas rurais há, muitas vezes, a necessidade de descrever e prever o


comportamento de certas variáveis importantes para a tomada de decisões, tais como: custos,
despesas, resultados. Segundo Marion (2014), as técnicas utilizadas em muitos estudos
referem-se ao agrupamento ordenado de todas as contas que são utilizadas pela contabilidade
dentro de determinada empresa. Ou seja, nele você identificará todas as categorias de entradas
e saídas da empresa.
A respeito do entendimento de um padrão para apresentação de nomenclaturas do Fluxo
de Caixa. Crepaldi (2012) afirma que, as formas variam conforme os interesses em determinar
a situação de risco empresarial, futuras distribuições de recursos ou para se conhecer o valor
21

econômico de uma Empresa Rural. Será utilizado método matemático que será representado
graficamente, com o objetivo de facilitar o estudo e os efeitos da análise de um crédito de
custeio. Crédito este que será utilizado na aquisição de matéria-prima da alimentação na
produção de frango.
Para a realização desta pesquisa, foi tomando-se como teoria Vergara (2000, p. 47) que,
quanto aos fins, classifica-a em exploratória. Foi realizada uma pesquisa exploratória porque
procurou-se obter mais informações e conhecimentos sobre a criação de frangos de corte na
região de Alagoinhas, para a avaliação dos custos e apresentar a contabilidade rural de uso do
Fluxo de Caixa reduzir seus custos operacionais na cidade de Inhambupe – Ba. e, pesquisou-
se as linhas de crédito que possibilite adquirir o estoque do milho para um ano.
Partindo dessa premissa, o conjunto de técnicas acima, foi utilizado para identificar
isoladamente um item relevante dos custos totais do frango, e planificar as possibilidades de
entrada de capital de terceiros a fim de recuperação no intervalo de safra.
São utilizados como referência os dados informados pela Conab, IBGE que calcula e
divulga mensalmente os custos de produção do produtor e da agroindústria. E delimita-se à
pesquisa de campo numa granja avícola na cidade de Inhambupe - Ba. onde foi mensurado os
custos reais de uma atividade de criação de frangos de corte.
Com esse estudo buscou-se projetar os gastos financeiros relacionados ao custo com a
principal matéria-prima da produção de frangos, o milho que tem 55% do volume total da
ração (ENGLERT, 1991; OLIVEIRA 2008). A variação do grão (milho) em período pós safra
sofre valoração pelo aumento da procura e redução da oferta no mercado, concorrendo para o
aumento do custo final do frango.
Durante as entrevistas e coleta de dados, foram apurados os gastos realizados pela
granja “X”. Foram coletados documentos dos controles do consumo de insumos gastos gerais,
para mensuração dos valores totais, para classificar os custos, utilizando o método de custeio
por absorção considerando o custo histórico no processo operacional de criação.
O universo da pesquisa é a propriedade rural de uma área de 1,5 ha de terra, localizada
no município de Inhambupe – Ba. A cidade de Inhambupe está localizada na Microrregião de
Alagoinhas, a 153 km da capital Salvador, com área da unidade territorial em 2016 de
1.134,953(km²), segundo dados do portal do município. Com base nos dados do IBGE, a
quantidade de frangos de corte é de 146.789 aves alojadas, com representação no senário
estadual de 0,3%.
22

Tabela 3. Perfil da pecuária de Inhambupe em quantidade de carne produzida

Tabela 85 - Perfil da pecuária municipal – 2016


Inhambupe – BA
Mesorregião: Nordeste Baiano Microrregião: Alagoinhas
Participação (%) Valor
Especificação Quantidade (1000 R$)
Estadual Mesorregional Microrregional
(1)
Categorias Efetivo dos rebanhos em 31.12
Grande porte 31 725 0,3 2,6 17,6 ...
Médio porte 4 831 0,1 0,3 8,4 ...
Pequeno
146 789 0,3 2,6 8,1 ...
porte
Galináceos (3) 146 789 0,3 2,6 8,1 ...
Galinhas 5 343 0,1 0,3 3,4 ...
Produtos Produção animal de 01.01 a 31.12
Fonte: IBGE Cidades, 2017.

A coleta de dados deste estudo aconteceu em levantamento de informações sobre os


custos operacionais da atividade de criação de frangos de corte. Foram realizadas visitas em
aviários e pesquisa de preços dos insumos da alimentação do frango na região. É apresentado
na tabela 2 os principais coeficientes técnicos médios levantados:

Tabela 4. Principais Coeficientes técnicos médios


COEFICIENTES QUANTIDADE
Tamanho do lote em unidade de aves 15.000
Idade de abate em dias 45
Número de lotes por ano 6
Peso vivo para abate em kg 2,5
Desconto do peso vivo 20% em kg 0,5
Peso Limpo abatido em kg 2,0
Índice médio de mortalidade 2,7%
Conversão alimentar em kg de frango vivo 1,95
Densidade da ocupação de frangos em un/m² 12,5
Tempo de ocupação do galpão em dias 59
Quantidade de galpão 10m x 80m = 800 m² 2
Mão-de-obra um homem para o manejo de cada 15.000 1
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa, 2017.

O avicultor desenvolve a atividade em sistema de criação independente, com sistema de


manejo que segue orientação de técnicos da cooperativa local. Assim, através de visitas aos
departamentos técnicos de cooperativas, foram estabelecidos coeficientes e formas de manejo
que possam balizar os custos da produção.
23

Considerou-se para efeito de cálculo dos custos fixos, as benfeitorias e instalações


necessárias para desenvolvimento da atividade, as máquinas, equipamentos e ferramentas de
uso contínuo e intermitente. Contendo todas as instalações, acessórios e equipamentos, para o
sistema de alimentação, sistema de resfriamento, forração, cortinas externas e do pinteiro,
campânulas automáticas, resfriamento, ventilação, sistema de desarme de cortinas, instalações
elétricas e hidráulicas, entre outros. O almoxarifado utilizado para armazenar insumos e
utensílios tem uma área de 30 m².
Custos fixos São todos os custos incidentes sobre os fatores de produção, e que
independem do volume de produção. Neste primeiro momento analisaram-se apenas os custos
fixos relativos à propriedade rural, incluindo a depreciação dos Ativos Não Circulante -
Imobilizado. Desta forma os custos fixos apresentados a seguir são de responsabilidade do
avicultor.
Segundo Crepaldi (2012) e Marion (2014), apesar de conhecermos muitos métodos de
depreciação dos Bens do Ativo, no Brasil adota-se mais frequentemente o Método Linear que
melhor atende ao Fisco. Para se calcular a depreciação, toma-se por base a escolha do método,
da base de cálculo e a estimativa da vida útil do bem. No Método Linear as taxas são anuais e
constantes, considerando o mesmo valor de benefícios por período.

D = Depreciação
𝐃=
𝐕𝐈 𝐕𝐑
Em que: VI = Valor inicial
𝐕𝐔 VR = Valor residual
VU = Vida útil

Tabela 5. Custos Fixos da Depreciação

Valor Valor Valor Vida Depreciação


Depreciação Apropriação
inicial residual residual útil por lote
(%)
(R$) (%) (R$) (anos) (R$)
Galpão 52.000,00 20% 10.400,00 25 100% 277,33
Equipamentos 30.000,00 20% 6.000,00 10 100% 400,00
Almoxarifado 4.095,00 20% 819,00 25 100% 21,84
TOTAL 86.095,00 - 17.219,00 - - 699,17
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa, 2017.

Os registros financeiros dos juros sobre o capital fixo são calculados sobre os preços
atuais desse capital, sendo necessário para tanto depreciar o valor do mesmo. As taxas de
juros a serem utilizadas tem a ver com custo de oportunidade do capital empatado. Para o
cálculo aplicado na tabela 4, foi utilizada a taxa básica de juros Selic atual de 12,25% ao ano.
Juros sobre capital fixo (custo de oportunidade):
24

J = Juros
𝐉 = 𝐭 × 𝐕𝐌 Em que: t = taxa de juros
VM = Valor Médio

Tabela 6. Gastos calculados sobre o capital investido


Apropriação Juros por Juros por
Item VM (R$) Taxa (%)
(%) ano (R$) lote (R$)
Galpão 31.200,00 12,25% 100% 3.822,00 637,00
Equipamentos 18.000,00 12,25% 100% 2.205,00 367,50
TOTAL 49.200,00 - 6.027,00 1.004,50
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa, 2017.

Na composição dos custos variáveis, foram apurados os gastos com os recursos de


utilização direta na produção. Preparo para recebimento dos pintainhos, gás, água, energia
elétrica, ração e, as aves. Os custos variáveis são aqueles que variam de acordo com o nível de
produção da atividade, portanto, que dependem do volume de produção total.
Segundo Crepaldi (2012, p. 104): “Os custos variáveis aumentam à medida que aumenta
a produção agrícola”. Segundo Lawrence; Leone (1975; 2010), os custos variáveis podem ser
de: transformação, que emprega o esforço de produção de um determinado produto agrícola;
primários, que são a soma simples de mão-de-obra direta e insumos; insumos diretos,
incorporam-se diretamente a produção agrícola; mão-de-obra direta, significa os custos
relacionados com o pessoal que trabalha diretamente na produção.

Tabela 7. Custos Variáveis da produção para 15.000 frangos

Itens de custo Custo


Quantida- Custo por
R$/Un. por ave
de lote (R$)
- Custos Variáveis (R$)
Maravalha para formar cama (m³) 72,00 12,00 864,00 0,058
Energia elétrica 1.800,00 0,51 918,00 0,061
Gás 0,30 55,00 16,50 0,001
Mão-de-obra 1,00 937,00 937,00 0,062
Conservação e reparos de benfeitorias 2,00 23,00 46,00 0,003
Conservação e reparos de equipamentos 2,00 70,00 140,00 0,009
INSS 1,00 74,96 74,96 0,005
Despesas gerais 2,00 13,00 26,00 0,002
Pintainho 15.000,00 1,32 19.800,00 1,320
Ração (kg) 73.125,00 1,63 119.193,75 7,946
Assistência técnica 1,00 100,00 100,00 0,007
Total variáveis 142.116,21 9,47
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa, 2017.
25

O custo total segundo Crepaldi (2012): “é a soma de todos os custos com recursos de
produção para determinada atividade produzir um bem ou serviço. É fornecido pela soma do
custo fixo total com o custo variável total e seus respectivos custos de oportunidade.”
O custo operacional pode variar em sua base de cálculo de acordo com cada tipo de
atividade rural relacionada as especificidades das despesas de venda, administração,
tributárias e financeiras, que poderão ser divididas entre os custos fixos e variáveis.

Tabela 8. Resumo dos Custos Variáveis + Fixo = Custo total


Custo por lote Custo por ave Custo por kg
Resultado dos Custos
(R$) (R$) (R$)
Custo variável do avicultor 142.116,21 9,47 3,79
Custo fixo do avicultor 1.703,67 0,11 0,05
Custo total do avicultor 143.819,88 9,59 3,84
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa, 2017.

Com base em Englert (1991); Oliveira (2008), o milho assume 55 % do volume total na
composição da ração, este volume representa 44,17% do valor total da ração. Como o valor da
saca de 60 kg do milho tem preço médio de R$ 43,00 adquirido na roça, então, após a
conversão do valor da saca em kg temos R$/kg 0,72, do total de R$ 1,63, preço médio do kg
da ração.

7 ANÁLISE DA PESQUISA

Com base nos dados apresentados na pesquisa. Sabemos que o milho tem dois períodos
de safra, a 1ª safra de verão e a 2ª safra de inverno. A 2ª safra além de ter maior volume de
produção, consequentemente tem o melhor preço em função da oferta. Sendo assim a 1ª terá
maior valor no preço de venda do grão. Portanto vamos fazer menção a que melhor atende ao
objetivo da Contabilidade Rural.
O valor do milho pela safra de inverno colhida em setembro e outubro de 2017,
apresentou preço de R$ 0,259 na praça de Luis Eduardo Magalhães – Ba, conforme divulgado
pela Conab em outubro de 2017. Para finalização do preço do milho posto na granja é
necessário atribuir a este preço, o valor do frete.
Para encontrar o valor do frete, a transportadora que ofertou melhor condição de
transporte e valor foi a Transportadora Roma4, que cotou o frete com origem em Luis Eduardo
Magalhães - Ba para o destino Inhambupe - Ba. O frete foi cotado a R$ 122,00 a tonelada

4
Consultar: Filial Luis Eduardo Magalhães – Ba., posto Imperador, telefone: (77) 3628-6629
26

para uma distância de aproximadamente 1.000 km, para carretas tipo Rodo-trem com
capacidade de carga para 53 T (toneladas). Com esse valor de R$/T 122,00, então, temos
R$/kg 0,122 de frete.
Fazendo a mensuração do custo do milho na melhor época da safra temos:
Preço do milho R$/kg 0,259 mais, R$/kg 0,122 do frete, que é igual a valor total
entregue R$/kg 0,381. Ou seja, 0,259 + 0,122 = 0,381 R$/kg
Agora verificamos dentro da tabela 7, o item Ração, que descreve a quantidade de
73.125 kg para um lote. Sendo o período de uma safra de inverno a outra, o prazo de um ano,
e o tempo de 60 dias para o ciclo da produção do frango. Consideramos então a ocorrência de
6 ciclos de lotes nesse mesmo tempo, portanto temos 73.125 kg multiplicados aos 6 lotes, que
corresponde a 438.750 kg de ração. Sendo assim: 73.125 x 6 = 438.750 kg de ração.
Separamos os 438.750 kg de ração, da proporção da formula de 55% de milho, que é
igual a 241.312,5 kg de milho composto na ração. Neste caso, para atendermos as condições
do frete, arredondaremos a quantidade para 265.000 kg ou 265 T que corresponde ao
equivalente de 5 cargas do frete de 53 t por carreta tipo Rodo-trem.
Alcançados os valores reais do milho e, aproveitando-se a oportunidade para compra no
melhor período da safra com preço de R$ 0,381, multiplicamos a quantidade estimada para
um ano de 265.000 kg, desta forma, encontra-se a necessidade de imobilização do capital no
valor de R$ 100.965,00.
Perante os resultados obtidos, e fazendo uso das ferramentas disponíveis na
contabilidade rural para otimizar os recursos e melhorar as receitas, reduzindo as despesas.
Nem sempre os resultados aparecerão com o aumento da lucratividade através da
movimentação financeira, mas poderá ser elencada pela superveniência do Ativo e
insubsistência do Passivo.
Segundo Crepaldi (2012, p. 315, grifo do autor): “um dos segredos para realizar bons
negócios é o planejamento. E este planejamento implica previsão do dinheiro que você poderá
dispor em cada momento de seu negócio. Esta informação, [...] no vocabulário de
contabilidade e finança se chama fluxo de caixa.”
Utilizando o fluxo de caixa para o planejamento da atividade rural, encontramos opções
para reduzir os custos com a imobilização do capital de giro. Existem linhas de crédito
definidas para o custeio de ativos da contabilidade rural. Como as empregadas pelo Banco do
Nordeste do Brasil, Banco do Brasil S/A e a Caixa Econômica Federal, que administram o
Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste – FNE, Programa Nacional da
Agricultura Familiar – Pronaf., além dos bancos privados.
27

Os programas do FNE para créditos de custeio têm por finalidade financiar o custeio das
atividades agrícolas e pecuárias. É utilizado para atender aos gastos com a exploração
pecuária, e está disponível aos Produtores rurais em geral inscritos no RENASEM (Registro
Nacional de Sementes e Mudas); cooperativas de produtores rurais, em créditos na
modalidade “à própria” ou em créditos diretamente aos cooperados. Com prazo fixado em até
12 meses para custeio pecuário e taxa anual de 7,86%.
O crédito rural Pronaf custeio, tem por finalidade adquirir insumos agrícolas para
produção, seja ela agrícola ou pecuária. Esta linha de crédito é direcionada para produtores de
agricultura familiar. Cada produtor pode financiar até R$ 250 mil por ano agrícola. Com taxa
de juros 5,5% a.a. para o custeio de milho acima de R$ 20 mil. o custeio das demais culturas,
criações ou atividades. Com prazo de custeio pecuário de até 1 ano.
O Crédito Custeio Caixa, tem as mesmas finalidades anteriores, sem restrição de
modalidade de registro do produtor, possui o mesmo prazo, porém com taxas de juros a partir
de 8,75% ao ano.
Fazendo uso do cálculo matemático de juros pré-fixados do Valor Presente Líquido, de
modo a atender ao fluxo de caixa planejado encontraremos os resultados na tabela 7.

VPL = Valor Presente Líquido


𝐕𝐏𝐋 = 𝐕𝐀(𝟏 + 𝐢)𝐧 Em que: VA = Valor Atual
i = Taxa %
n = Período em tempo

Tabela 9. Planos de Crédito de Custeio


Planos FNE Pronaf Custeio Caixa
Valor Aquisição -R$ 100.965,00 -R$ 100.965,00 -R$ 100.965,00
VPL em 1 ano R$ 108.860,46 R$ 106.518,08 R$ 109.799,44
IOF R$ 6.096,38 R$ 6.096,38 R$ 6.096,38
Total R$ 114.956,84 R$ 112.614,46 R$ 115.895,82
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa, 2017.

Agora com o valor total do milho e às taxas de crédito apresentadas, comparamos com o
valor médio do produto de R$ 0,72, comprado na localidade. Então multiplicamos o valor
pelos 265.000 kg do milho negociado, temos assim, R$ 190.800,00 custo total do milho no
ano. De posse desse valor, o subtraímos pelo valor final do crédito a ser pago com um ano do
Total apresentado na tabela 9.
28

Tabela 10. Diferença do Valor Presente Líquido (-) Custo médio/ano encontrado
Diferença do VPL (-) Custo médio/ano encontrado
Planos FNE Pronaf Custeio Caixa
Custo médio ano R$190.800,00 R$190.800,00 R$190.800,00
VPL R$108.860,46 R$106.518,08 R$109.799,44
Total diferença R$81.939,54 R$84.281,93 R$81.000,56
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa, 2017.

Como apresentado na tabela 10 acima, temos o saldo do ganho de capital acima dos R$
81.000,00 para qualquer plano utilizado. O plano dependerá da condição de disponibilidade
da adequação do produtor. A diferença apresentada na VPL em relação ao valor encontrado é
de 57% a menor que os custos do produtor. Para este caso não é necessário a verificação da
TIR, pois, o valor do crédito será quitado com pagamento único em 1 ano.
Com os resultados alcançados, foi evidenciado uma superveniência do passivo até a
data de quitação do empréstimo, através do empréstimo adquirido, e uma superveniência do
Ativo com a redução do valor dos custos do estoque de insumos, gerando aumento dos ganhos
através da redução de 43% no valor dos custos da ração total no ano.
29

CONSIDERAÇÕES

Com este estudo, foram evidenciados através da Contabilidade Rural os principais


custos da avicultura. Com apropriação destes custos foi realizado análise de Fluxo de Caixa
projetado, para obtenção do crédito de custeio com a finalidade de reduzir os custos
operacionais para obtenção de maior lucratividade. Assim foi evidenciado a importância do
uso da Contabilidade Rural e o controle da contabilidade de custos, atrelados ao planejamento
financeiro de fluxo de caixa na avicultura de corte, em uma granja da região de Alagoinhas.
Os resultados apurados mostram um ganho real de 9,88% do capital investido sobre o
custo total variável no período de um ano. Enfatizamos que o referido ganho, diz respeito a
um item isolado da sua composição, podendo estes cálculos serem extensivos aos outros
componentes. Atendendo satisfatoriamente os objetivos propostos pela pesquisa, com as
evidências apresentadas, fica provado que é possível reduzir os custos, com uso dos cálculos
do fluxo de caixa, a partir de uma boa gestão da contabilidade de custos, e planejamento
financeiro na gestão da avicultura.
Fez-se necessário para nós graduandos que conhecemos a realidade da atividade
agropecuária de nossa região, em especial a avicultura, que está envolvida em nossa vida
profissional. Contudo, é recompensador a superação das barreiras da ignorância, conseguindo
agrupar as informações da pesquisa a fim de evidenciar a importância da nossa atividade.
Hoje como pesquisador, amanhã como contador, contribuindo com este conhecimento na
gestão orçamentária, financeira e contábil, proporcionando a sustentabilidade da avicultura,
mais uma fonte de trabalho e renda na região.
A pesquisa de campo trouxe para o universo acadêmico territorial do litoral norte e
agreste baiano, informações antes desconhecidas, que agregaram aprendizados
multidisciplinares da contabilidade, gestão, controle, financeiro, comercial, operacional e em
especial a atividade de criação de aves, podendo se estender para qualquer tipo de atividade
pecuária em todo território nacional.
Consideramos que a pesquisa surgiu como oportunidade de evidenciar para os
produtores rurais, em especial o avicultor, o quanto é importante e necessário o
assessoramento contábil específico para os empreendimentos rurais. Haja visto que o
conhecimento holístico multidisciplinar, tem a contribuir com soluções para diversas
condições de análise no campo comercial, financeiro, contábil, e educacional para a sociedade
como um todo.
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REFERÊNCIAS

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