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III- Beowulf um nobre do povo Geta ao XVIII- A rainha dos Danos agradece
ouvir falar das dificuldades dos Danos Beowulf por ter derrotado o terrível
resolve ajudá-los. monstro.
IV- Ao chegar a costa marítima dos Danos, XVIIII- Logo após o banquete enquanto
os Getas se apresentam como aliados. dormiam a mãe de Grendel, sedenta de
vingança pela morte do filho ataca o salão
V- Beowulf pede para falar com o Rei dos e mata um nobre conselheiro e confidente
Danos. de Hrothgar.
VI- Beowulf se apresenta ao rei, dizendo XX- Hrothgar pede a Beowulf que se livre
que foi escolhido pelos Getas para matar o da mãe de Grendel, prometendo mais
inimigo dos daneses. tesouros e honra.
VII- O rei se queixa a Beowulf das XXI- Os nobres vão com Beowulf ao lago,
desgraças que Grendel trouxe ao seu povo. lar da mãe de Grendel.
VIII- Durante o banquete no salão Unferth, XXII- Beowulf entra no lago, após ser
um nobre danês provoca Beowulf atacado por muitas criaturas, após ser
questionando seus resultados em ocasiões imobilizado dentro d’agua é levado pela
passadas. mãe de Grendel ao seu salão submerso.
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XXXII- Um súdito do rei dos Getas rouba O poema reflete a época violenta em
uma peça do tesouro escondido de um que foi escrito, cheio de sangrentas
Dragão, este desperta e começa a atacar batalhas, em que os valores mais
todo o reino em busca de vingança pelo estimados são a honra, a coragem e a
tesouro ao qual protege ter sido violado. fortaleza. Outro valor central na época e
refletido no texto é a lealdade e respeito
XXXIII- Beowulf deseja vingar o povo Geta entre os guerreiros vassalos e seu rei. Em
dos ataques da criatura, por isso pede ao recompensa pelos serviços prestados pelos
súdito causador do problema que o leve seus guerreiros, o soberano lhes oferece
juntamente com os nobres ao qual riquezas (jóias, ouro, armas, cavalos) e
escolheu para o covil do monstro. terras. No poema, Beowulf demonstra
frequentemente sua extrema lealdade ao
XXXIV- Beowulf enquanto espera o monstro rei dinarmarquês Hrothgar e os reis gautas
conta sobre a sua vida desde a infância aos Hygelac e Heardred.
atos heróicos que fez. Vários personagens, tribos e
acontecimentos do poema revelam que o
XXXV- O Dragão ao ver o herói junto ao relato se passa no século VI. Personagens
seu tesouro o ataca. Os companheiros de semi-lendários como os reis Hrothgar e
Beowulf fogem da batalha, restando apenas Hygelac (mas não Beowulf), aparecem em
Wiglaf. crônicas e sagas escandinavas, e a batalha
contra os frísios em que morre Hygelac é
XXXVI- Ao ver seu Rei correndo risco de possivelmente histórica, coincidindo com
vida e seus companheiros fugindo, Wiglaf uma batalha travada no ano de 516 dC
socorre Beowulf. referida por Gregório de Tours. Beowulf,
porém, deve ser visto como um poema
XVII- O Dragão é cortado em dois por criado para o entretenimento e não como
Beowulf, mas este é envenanado pela crônica histórica.
criatura. Na época dos eventos narrados no
poema os povos escandinavos eram ainda
XXXVIII- Após dizer como quer seu rito pagãos, mas o texto contém algumas
funerário Beowulf morre. referências a Bíblia e a Deus, sem dúvida
pelo fato de que os escribas eram já
XXXVIIII- Wiglaf censura os covardes por cristãos. Muitos aspectos da narrativa são,
só voltarem após o fim da batalha e a porém, mais condizentes com valores
morte do rei. germânicos pagãos. Beowulf entra nas suas
batalhas convencido de que não é apenas
XL- É anunciada a morte do rei Beowulf ao sua capacidade que decide o resultado,
povo Geta. mas também a força sobrenatural do
destino, um aspecto típico das sociedades
XLI- Se narra como a morte do rei pode ser germânicas guerreiras da época. Em outros
recebida com felicidade pelos povos trechos, porém, o narrador atribui o
inimigos dos Getas, que sabendo da morte resultado favorável das batalhas à vontade
do seu protetor irão tentar vingança contra de Deus.
esse povo. O poema épico “Beowulf” é um longo
poema de temática heróica que apresenta
XLII- Se distribui o tesouro do Dragão as principais características épicas anglo-
como herança de Beowulf ao seu povo. saxãs – sobretudo a dicção típica da
narrativa dos feitos bélicos e os valores
XLIII- É narrado o funeral crematório de específicos de conduta militar – mescladas
Beowulf, o mais nobre de todos os Getas a uma amálgama de material histórico,
enquanto esteve vivo. elemento mitológicos comuns aos povos
Análise germânicos antigos e preceitos do
cristianismo. (RAMALHO, 2007, p. XI).
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treinando todos os dias para a batalha do
Algumas questões do Herói “juízo final” dos deuses. Como o poema foi
escrito por um cristão e o paganismo foi
1- O fado (destino) suprimido, as almas dos gloriosos vão para
o paraíso que seria o lugar dos gloriosos.
- Uma das principais características do Quando Beowulf morre:
herói em Beowulf é sua confiança no fado
(destino), têm-se a idéia de que ele é “Sua alma
traçado no nascimento e o dia final já está partiu do peito para procurar
fixado por Deus. Na tradição escandinava e o juízo (grande glória) dos justos.”
de forma mais abrangente na tradição da (Beowulf – XXXVIII)
Europa setentrional o destino era fixado na
Orlog - lei fixada na origem – pelas nornas, - A glória é ganha não apenas em nome do
três entidades divinas chamadas Urd, herói, mas de todo o seu povo e
Verdandi e Skuld, que assim como as principalmente de seu rei. Durante o
parcas gregas representavam poema Beowulf exemplifica isso quando
respectivamente o passado, presente e pede pra Hrothgar, rei dos Danos mandar
futuro. Por já estar fixado não deveria se os tesouros ao qual recompensou o herói
temer a escolha de Deus (no caso do poeta para o rei dos Getas, Hygelac; e ao morrer
cristão) no destino do homem, pois ele não quando o tesouro do Dragão ao qual
falha. conquista é dividido aos nobres do seu
povo.
“Assim, aqueles a quem “Honrei, príncipe, teu povo com mi’a obra”
Deus protege escapam, pois, do pesar (Beowulf – XVIIII-XXX)
e do exílio – a falecer não fadados.”
(Beowulf – XXXII) “Ao senhor, pelos ornatos
que vejo, graças verto em verbos (Lorde
“Há de ditar o destino o fado- este, eterno, Rei da glória) enfeites ganhos,
criado por Deus pra criaturas.” por mim, pro meu povo, antes de partir.”
(Beowulf – XXXV) ( Beowulf – XXXVIII)