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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA - A POLITÉCNICA

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO E UNIVERSITÁRIO DE


NACALA – ISPUNA

Curso: Engenharia Eléctrica – 4° Ano

Discentes:

Edson Rufino David

Joaquim Domingos Lale

Joningue Joaquim Marcos

Manuel Zacarias Machongondo

Paulo Félix Raice

Tema: DISJUNTORES A AR COMPRIMIDO

NACALA-PORTO, SETEMBRO DE 2021


Discentes:

Edson Rufino David

Joaquim Domingos Lale

Joningue Joaquim Marcos

Manuel Zacarias Machongondo

Paulo Félix Raice

DISJUNTORES A AR COMPRIMIDO

Disciplina: Tecnologia Electrotécnica de Manutenção

Trabalho de pesquisa científica de


carácter avaliativo na disciplina de
Tecnologia Electrotécnica de
Manutenção.

Docente: Eng°. Culpa Pedro

NACALA-PORTO, SETEMBRO DE 2021


Resumo

O presente trabalho descreve uma pesquisa bibliográfica no que concerne à Disjuntores


a Ar Coprimido. É um trabalho de investigação relacionado com a disciplina/cadeira
de Tecnologia Electrotécnica de Manutenção, leccionado na Universidade Politecnica -
A Politecnica, desenvolvido no ano de 2021.

O conhecimento ou domínio dos elementos de manobra e protecção, em particular os


disjuntores, é de carácter fundamental para o Engenheiro Electrotécnico no
desenvolvimento da sua carreira profissional, desde a concepção de projectos,
operacionalização até a manutenção.

Nesses termos, com o desenvolvimento deste trabalho constata-se que pelo principio de
funcionamento dos disjuntores existe a formação de Arco Eléctrico no interior dos
mesmos no instante de abertura dos seus contactos ( interrupção de passagem da
corrente eléctrica). Dos diversos métodos de extinção do arco eléctrico formado no
processo de manobra dos disjuntores, destaca-se a extinção por fluxo de ar,
normalmente ar comprimido, designando-se assim esses disjuntores em disjuntores a ar
comprimido.

Quanto à estrutura, o presente trabalho comporta: introdução, desenvolvimento,


conclusão, recomendações e referências bibliográficas.

Palavras Chave: 1. Disjuntores 2. Manutenção 3. Manobra e Protecção 4. Arco


Eléctrico 5. Corrente Eléctrica 6. Ar Comprimido. 7. Compressor
Índice
I. Introdução ............................................................................................................................. 3

1.1. Introdução ......................................................................................................................... 3

1.2. Objectivos ......................................................................................................................... 3

1.2.1. Objectivos Gerais .......................................................................................................... 3

1.2.2. Objectivos específicos ................................................................................................... 4

II. Revisão da Literatura ............................................................................................................ 4

2.1. Disjuntores ........................................................................................................................ 4

2.1.1. Tipos de Disjuntores...................................................................................................... 5

2.1.1.1. Tipos de Disjuntor para baixa tensão (BT) ............................................................... 5

 Disjuntor monopolar ............................................................................................................. 5

 Disjuntor bipolar ................................................................................................................... 5

 Disjuntor tripolar ................................................................................................................... 5

 Disjuntor magnético .............................................................................................................. 6

 Disjuntor térmico................................................................................................................... 6

 Disjuntores termomagnéticos ................................................................................................ 6

2.1.1.2. Tipos de Disjuntores para média tensão, alta tensão e muito alta tensão .................. 7

2.1.1.2.1. Disjuntor a Sopro Pneumático (Ar Comprimido) ..................................................... 9

 Características ....................................................................................................................... 9

 Tipologias do Disjuntor a Sopro Pneumático...................................................................... 10

 Princicpio de funcionamento ............................................................................................... 11

 Aplicação na indústria ......................................................................................................... 12

 Tipo de manutenção empregue nos dispositivos ................................................................. 12

 Perspectivas futuras ............................................................................................................. 13

III. Conclusão ........................................................................................................................ 14

IV. Recomendações ............................................................................................................... 15

V. Referências bibliográficas ................................................................................................... 16


I. Introdução

1.1. Introdução
O tema abordado neste trabalho é de extrema complexidade, até mesmo para os
profissionais mais experientes da área. A quantidade de material disponível é
imensurável e está em constante atualização, para incorporar as novas tecnologias
aplicáveis e incluir novas abordagens sobre o assunto.

O disjuntor é um componente essencial na atualidade e um importante mecanismo de


segurança para as instalações elétricas. Sempre que há uma elevação de corrente
abrupta, ou um curto-circuito nas instalações, o disjuntor interrompe o circuito até que
alguém possa resolver o problema. Sem os disjuntores (ou, como alternativa, os
fusíveis), a eletricidade seria impraticável, devido ao perigo potencial de incêndios,
danos resultantes de problemas na fiação elétrica ou falhas de equipamento.

1.2. Objectivos

Com a pesquisa e o desenvolvimento deste trabalho pretende-se alcançar os seguintes


objectivos:

1.2.1. Objectivos Gerais


 Desenvolver conhecimentos relacionados com os aparelhos/dispositivos
electrotécnicos utilizados na indústria, no que concerne aos disjuntores,
consolidando assim o material didático para a disciplina de Tecnologia
Electrotécnica de Manutenção;

 Mostrar o funcionamento e a constituição física dos disjuntores, tais como suas


utilidades no campo da Engenharia Elétrica;

 Ter a capacidade de distinguir e recomendar à aplicação específica o disjuntor


específico dos diversos tipos de disjuntores existentes no mercado.
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1.2.2. Objectivos específicos
 Conhecer as caracteristicas, princípio de funcionamento, aplicação na indústria,
tipo de manutenção empregue e perspectivas futuras dos disjuntores à ar
comprimido.

II. Revisão da Literatura

2.1. Disjuntores
De acordo com Borges (1976), O disjuntor é o dispositivo de proteção mais encontrado
nas instalações, geralmente são instalados no medidor de energia fornecido pela
concessionária e nos quadros de distribuição, para fazer a proteção dos seus respectivos
circuitos.

Já Ferreira (2006), define disjuntores como equipamentos de corte, manobra e


protecção, que são utilizados nas Subestações (SE) de transporte e distribuição de
energia em Muito Alta, Alta e Média Tensão (MAT, AT e MT) e nos Postos de
Transformação MT/BT, cujo objectivo é realizar a interrupção das correntes de serviço
(manual ou automaticamente) e de curto-circuito.

O comando de abertura e fecho dos disjuntores pode ser realizado manualmente, por um
operador, ou automaticamente, por ordens externas que visam a mudança de
configuração da rede ou outras situações pré-definidas, enquanto o disparo é realizado
por acção das unidades e equipamentos de protecção, que não estão incorporados neles
e que constituem sistemas independentes integrados no designado SCCP (Sistema de
Comando, Controlo e Protecção).

Como mencionado anteriormente, o disjuntor é um dispositivo de proteção com


desarme automático e é importante destacar que ele protege apenas o circuito contra
sobrecarga e curto-circuito, sendo assim, não protege os equipamentos contra surtos de
energia e nem as pessoas contra choques elétricos.

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2.1.1. Tipos de Disjuntores
Existem diversos tipos de disjuntores elétricos, cada um com sua devida aplicação.

A designação do tipo dos disjuntores está normalmente associada ao nivel de tensão e


corrente de operação, potência e o método de extinção do arco eléctrico utilizado.

Embora sejam distintos, eles possuem o mesmo princípio de funcionamento e a mesma


finalidade, que é a proteção dos circuitos.

Em baixa tensão, o que diferencia os tipos de disjuntores é a sua curva característica e a


potência instalada, passando a destacar disjuntores monopolares, bipolares, tripolares,
magnéticos, térmicos, termomagnéticos.

Em média, alta e muito alta tensão, para além da potência instalada o que diferencia é
principalmente o método de extinção do arco eléctrico e seu mecanismo de comando,
passando a destacar disjuntores por sopro pneumático (à ar comprimido), a óleo mineral
(pequeno volume de óleo-PVO e grande volume de óleo-GVO), hexafluoreto de enxofre
– SF6 e a vácuo.

2.1.1.1. Tipos de Disjuntor para baixa tensão (BT)

 Disjuntor monopolar
Utilizado em instalações e circuitos que possuem apenas uma única fase, como por
exemplo circuitos de iluminação e tomadas em sistemas monofásicos fase/neutro, seja
com fase 127V ou 220V.

 Disjuntor bipolar
Usado em circuitos ou instalações com duas fases, como circuitos com chuveiros,
torneiras elétricas ou equipamentos de maior potência.

 Disjuntor tripolar
Indicado para instalações e circuitos com três fases, como circuitos com motores
elétricos trifásicos.

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 Disjuntor magnético
Existem os disjuntores magnéticos que também tem a função de proteger os
equipamentos elétricos contra sobrecargas e curtos-circuitos, porém possuem uma
precisão muito maior.

 Disjuntor térmico
Os disjuntores térmicos interrompem o circuito elétrico assim que a detectam uma
elevação da temperatura, que seja anormal. Esse tipo de disjuntor é bastante utilizado
como precaução contra incêndios.

 Disjuntores termomagnéticos
O disjuntor termomagnético é a junção da proteção térmica e magnética, sendo muito
utilizado nas instalações elétricas residenciais e comerciais. As vantagens deste
disjuntor é que pode ser usado para manobras de ligar e desligar os circuitos, proteção
contra aquecimentos, curtos circuitos e sobrecargas.

Além dos diversos tipos e modelos de disjuntores, os disjuntores termomagnéticos


ainda se dividem em três categorias, que existem, devido à curva característica de cada
modelo. As curvas definem a aplicação e as cargas que eles serão ligados. As curvas de
disjuntores são B, C e D, lembrando que pela corrente ser dada em ampere (A), não
existe curva característica com letra A, para não haver confusão.

 Curva B:

A curva de ruptura B para um disjuntor estipula, que a sua corrente para que seccione o
circuito seja compreendida entre 3 a 5 vezes a sua corrente nominal. Um disjuntor de
10A nesta curva deve operar quando sua corrente de pico atingir entre 30A a 50A.

 Curva C:

A curva de ruptura C para um disjuntor estipula, que a sua corrente de ruptura seja entre
5 a 10 vezes a corrente nominal. Um disjuntor de 10A nesta curva deve operar quando a
sua corrente atingir entre 50A a 100A.

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 Curva D:

Já a curva de ruptura D para um disjuntor, estipula que a corrente necessária para abrir o
circuito esteja entre 10 a 20 vezes maior que a corrente nominal, um disjuntor de 10A
nesta curva deve operar quando a sua corrente atingir entre 100A a 200A.

Figura 1. Curvas de disparo disjuntor termomagnético. Fonte: Ebah (2010)

2.1.1.2. Tipos de Disjuntores para média tensão, alta tensão e muito alta
tensão
Como anteriormente referido, a diferenciação dos tipos de disjuntores de MT, AT,
MAT, são devidos ao método de extinção do arco eléctrico e seu mecanismo de
comando para abertura e fecho de seus contactos para não deixar ou deixar passar
corrente, respectivamente. Vamos primeiramente considerar a noção do arco eléctrico e
seu mecanismo de extinção.

De acordo com Ferreira (2006), O arco eléctrico pode definir-se como a ruptura
dieléctrica de um gás, produzindo uma descarga eléctrica no plasma e o consequente
estabelecimento de uma corrente eléctrica através de um meio físico normalmente não
condutor. Essa descarga eléctrica ocorre quando se verifica a interrupção da corrente
eléctrica num circuito, o que acontece quando a corrente eléctrica é interrompida (de
forma voluntária, quando se executa uma manobra de abertura de um circuito, ou de
forma automática, quando a interrupção é motivada pela actuação das protecções contra
defeitos dos equipamentos ou circuitos, como acontece nos disjuntores), ou quando a
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distância de segurança entre dois condutores a potenciais diferentes, ou entre um
condutor em tensão e uma parte metálica normalmente sem tensão, diminui, o que
origina uma descarga electrostática entre os referidos condutores em tensão ou entre o
condutor em tensão e a parte metálica normalmente sem tensão. O estabelecimento de
um circuito eléctrico dá também origem a um arco, devido à diminuição da distância
entre dois elementos condutores que se encontram a potenciais diferentes.

A formação do arco eléctrico, quando se verifica a interrupção de um circuito eléctrico,


explica-se pela lei da conservação da energia electromagnética (esta lei verifica-se,
aliás, para todas as formas de energia). Quando um condutor é percorrido por uma
corrente eléctrica cria-se uma energia electromagnética. Como de acordo com o referido
princípio da conservação, a energia electromagnética não pode passar instantaneamente
do estado “A” para o estado “zero”, a quando da interrupção de um circuito forma-se
um arco eléctrico como resposta do estado energético desse circuito para manter
constante o valor da referida energia electromagnética.

Para evitar danos causados nos equipamentos provocados pelo arco eléctrico que se
forma quando o circuito eléctrico é bruscamente interrompido, particularmente quando
as correntes são elevadas, como se verifica no curto-circuito, é necessário que os
equipamentos eléctricos de corte e protecção disponham de mecanismos para a rápida
extinção do arco eléctrico. Essa extinção é realizada em câmaras construídas
especificamente para esse fim. Os métodos mais habituais de extinção do arco eléctrico
nos disjuntores são:

 Aumento do comprimento do arco, por acção de um fluxo de ar (normalmente ar


comprimido).

 Estabelecimento do arco em meios isolantes e seu arrefecimento (óleo mineral e


hexafluoreto de enxofre – SF6).

 Estabelecimento do arco em meios que não são ionizáveis (vácuo).

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2.1.1.2.1. Disjuntor a Sopro Pneumático (Ar Comprimido)

 Características
Os disjuntores a sopro pneumático (ou ar comprimido), mostrados na figura 2 abaixo,
são Disjuntores de Alta Tensão que utilizam o nitrogênio do ar para a extinção do arco
elétrico e para a sua isolação interna.

Figura 2: Disjuntor a Sopro Pneumático. Fonte: Ebah (2010).

O gás de extinção é injetado em um jato de alta velocidade no arco, sendo esta


velocidade de acordo com a pressão do ar na câmara de extinção, a qual pode variar de
16 a 30 kg/cm² (Carvalho et al, 1995). O jato de gás resfria o arco e sopra os gases
quentes para fora da área de contato. Assim, a extinção do arco independe da corrente a
ser interrompida.

Devido a sua construção, esse tipo de disjuntor tem a característica de extinguir o arco
rapidamente, sendo seu tempo de interrupção da ordem de 2 ciclos (Oliveira, 2008).
Geralmente, este tipo de disjuntor não tem grandes dificuldades para interromper altas
correntes, porém, devido a necessidade de altas pressões no seu esquema de controlo, o
seu custo final é relativamente alto. Também é comum serem equipados com
supressores de ruído por possuírem um elevado nível de ruído quando interrompem uma
falha.

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Mesmo com um alto custo final e um nível elevado de ruídos, o grande defeito do
disjuntor a sopro pneumático se deve no seu sistema de ar comprimido, pois, por
extinguir o arco em várias câmeras para poder elevar o poder de ruptura, é preciso que a
tensão total se distribua uniformemente entre os diferentes pontos de ruptura. Por isso é
comum o uso de capacitores acoplados em paralelo com as câmaras de extinção. Já em
valores de ruptura mais elevados, deve-se empregar resistências ligadas em paralelo
com as câmaras de extinção.

 Tipologias do Disjuntor a Sopro Pneumático


Pode-se classificar os disjuntores a sopro pneumático de acordo com o tipo de câmara
de extinção e com a quantidade de cabeças de interrupções.

De aordo com Silva (2009), quanto ao tipo de câmaras de extinção, tem-se:

 Sopro Axial numa única direção

 Sopro Axial em duas direções

Segundo Dutra (2008), a diferença básica entre estes tipos é que nos disjuntores de
sopro numa única direção o fluxo de ar comprimido para a atmosfera ocorre por meio
do contato móvel. Já nos disjuntores de sopro em duas direções uma válvula de sopro
principal e uma auxiliar são abertas para a atmosfera, dando origem a um fluxo de ar
através dos contatos moveis e fixo.

De acordo com Stephan (2008), quanto à quantidade de cabeças de interrupções, tem-se:

 Formação tipo “T”

 Formação tipo “Y”

Os disjuntores de ar comprimido do tipo “T” possuem uma coluna isolante que suporta
uma cabeça de interrupção com duas câmaras de extinção. Já a formação do tipo “Y” a
coluna isolante suporta duas cabeças de interrupção com duas câmaras de extinção em
cada uma delas. (Mamede, 2002).

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 Princicpio de funcionamento
De acordo com Borges (1976), o princípio da extinção consistindo em criar-se um fluxo
de Ar comprimido (tipo jateamento) sobre o arco, fluxo este provocado por um
diferencial de pressão, quase sempre descarregando o ar comprimido após a extinção
para a atmosfera.

Ao detectar um curto, ou qualquer outro tipo de falta no sistema, será emitido, a partir
do circuito de controlo do disjuntor, um comando para que sejam abertos seus contatos,
seja eliminado o defeito, e protegida a integridade dos componentes do sistema. Um
comando de abertura também pode ser emitido pelo operador sem que tenha ocorrido
qualquer tipo de defeito, no caso de manutenção programada, por exemplo.

A partir deste comando, inicia-se o movimento de abertura do equipamento.


Inicialmente, separam-se os contatos permanentes e a corrente passa a circular, então,
através dos contatos principais (Oliveira, 2008). Com a continuação do movimento,
quando estes contatos também não se tocam mais, devido à diferença de potencial entre
o pino (energizado na tensão da rede) e a tulipa (não energizada), o arco elétrico se
estabelece nesse mesmo local.

O princípio de corte da corrente elétrica realizado por um disjuntor é feito pela


separação dos contatos elétricos imersos em um meio isolante qualquer. Enquanto o
arco elétrico ainda existir, após a separação física dos contatos, a corrente continuará
circulando através do equipamento (Silva, 2009). O objetivo é, portanto, alongar
suficientemente o arco dentro do reduzido espaço no interior da câmara de extinção de
arco do disjuntor a fim de incentivar seu resfriamento, sua extinção e, em seguida,
suportar a tensão da rede.

De acordo com Ferreira (2006), o sucesso da interrupção da corrente devido à abertura


do disjuntor depende do êxito do equipamento nas ‘corridas’ energética (liberação x
absorção de energia) e dielétrica (tensão de restabelecimento x suportabilidade
dielétrica), além da velocidade de abertura dos contatos. Disjuntores podem ser
projetados para operar em mais diferentes ambientes.

Muitas vezes se encontram em condições ambientais muito severas, estando sujeitos a


toda sorte de intempérie como humidade, poeira, chuva e variações bruscas de
temperatura. Portanto, devem ser devidamente projetados para que suportem todos os
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tipos de circunstâncias previstas e, mesmo sob essas condições, somado aos longos
períodos de tempo sem serem acionados, devem se mostrar capazes de atender às
cláusulas de operação no momento em que forem requisitados.

 Aplicação na indústria
De acordo com Borges (1976), disjuntores a ar comprimido são utilizados em todas as
faixas de tensão, mas principalmente na alta e extra alta tensão, nos Sistemas de
Transporte de Energia Eléctrica, concretamente em Subestações. Isso se deve ao fato de
que apesar da complexidade de concepção e de operação deste tipo de equipamento, a
segurança apresentada por utilizar um meio de extinção não inflamável aliada às suas
boas propriedades extintoras, lhe conferem grandes vantagens para operar nos níveis de
tensão mais elevados.

Em contrapartida, o sistema de ar comprimido apresenta custo elevado para a geração e


para manutenção, além de gerar elevados níveis de poluição sonora.

 Tipo de manutenção empregue nos dispositivos


A principal manutenção desses disjuntores singe-se no seu sistema de ar comprimido, o
qual apresenta custo elevado para a geração e para a manutenção.

Um fator de extrema importância para o bom funcionamento deste tipo de disjuntor é o


suprimento de ar, o meio isolante utilizado. Para que o equipamento possa assegurar
uma operação satisfatória e segura, é necessário garantir não somente a pressão em seu
interior dentro dos níveis requeridos em projeto, mas também que o ar apresente alto
grau de pureza e baixíssima umidade. Para tanto, são instaladas unidades centrais de ar
comprimido dotadas de compressores, filtros e desumidificadores, os quais deve-se
garantir um plano de manutenção preventiva rigorroso (para a troca desses consumiveis
e verificação de nivel de óleo e troca do mesmo) nos compressores.

Para a garantia de todas essas características, o disjuntor deve contar com um sistema de
controlo capaz de monitorar todos esses fatores, além de requisitar manutenção
constante (Stephan, 2008). Caso seja constatado que algum desses requisitos não esteja

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sendo atendido, o sistema de supervisão pode acionar os bloqueios e alarmes para
informar o operador sobre a não conformidade das condições de operação.

De acordo com Ferreira (2006), outra característica de grande relevância com relação à
sua concepção diz respeito à construção modular e individual de seus polos. Essa forma
de conceber os polos permite alcançar diferentes classes de tensão, com diferentes
capacidades de interrupção de corrente a partir da combinação de módulos idênticos.

Para Stephan (2008), dentre as vantagens fornecidas pela construção modular pode-se
destacar o menor número de isoladores de porcelana necessários, pois a coluna suporta
duas ou quatro câmaras, a facilidade de montagem e de obtenção de peças
sobressalentes idênticas, além de permitir futuras modificações para aumentar a
capacidade de interrupção ou da corrente nominal.

Além das vantagens fornecidas por este tipo de construção, os disjuntores a ar


comprimido se sobressaem principalmente pela facilidade de obtenção do meio extintor
e pela sua velocidade de operação.

 Perspectivas futuras
Os disjuntores a ar comprimido utilizam o ar comprimido como meio de extinção do
arco elétrico e na maioria das vezes, para isolamento e acionamento dos contatos
eléctricos.

Na operação de disjuntores a ar comprimido é emitido grandes ruídos, portanto,


aplicação deste dispositivo de protecção, com estas características, próximas a áreas
urbanas, são empregados silenciadores.

Com o aperfeiçoamento das técnicas utilizando o gás SF6, os disjuntores a ar


comprimido vêm perdendo espaço no mercado nos últimos anos.

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III. Conclusão

Por meio da pesquisa realizada sobre disjuntores, conclui-se que o setor de engenharia
elétrica vem desenvolvendo várias técnicas para melhorar o desempenho destes
equipamentos elétricos, buscando obter dispositivos que atendam os requisitos de
segurança e rapidez na interrupção dos circuitos, rapidez e fiabilidade na extinção de
arco eléctrico, nas manobras e em casos de sobrecargas e curtos-circuitos. Vale destacar
também que se busca obter equipamentos que necessitem o mínimo possível de
manutenção e que com peças relativamente baratas.

Com esse trabalho foi possível verificar-se que existe todo um conjunto de normas
regendo a aplicação dos disjuntores nos sistemas elétricos. Pôde-se observar ainda as
várias técnicas de ensaios, bem como os componentes elementares e complementares
desses equipamentos. Ainda, destacam-se as diversas técnicas de extinção de arco, e os
materiais que estas empregam.

Assuntos relacionados aos disjuntores também foram apresentados no decorrer do texto


tais como: tensão de restabelecimento transitória, sobrecarga, arco elétrico, entre outros.
Portanto, podemos verificar que esse relatório contém informações essenciais no que diz
respeito ao equipamento disjuntor, podendo ser utilizado como primeira bibliografia por
pessoas que estão começando a lidar com o assunto.

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IV. Recomendações

Conforme descrito nas linhas anteriores, o objetivo do presente trabalho é de fornecer


aos futuros engenheiros eletricistas um material único e conciso que lhes fornecessem
meios suficientes para compreender o funcionamento dos disjuntores e discernimento
para julgar se um disjuntor específico é adequado para operar no sistema em que se
propõem.

Além disso, o trabalho visa mostrar aos estudantes a enorme complexidade da


concepção de um equipamento desta natureza. Dentro deste quadro, se objetivo foi
alcançado, levando-se em conta que o trabalho se apoiou em uma vasta bibliografia
sobre o tema.

Dessa forma, foram fornecidos detalhes de cada um dos fatores a serem atendidos por
um disjuntor, particularidades de cada uma das mais importantes técnicas de interrupção
de correntes e seus devidos aspectos construtivos. Sempre que possível procurou-se
ilustrar através de imagens ou gráficos que facilitassem a didática e permitissem uma
melhor compreensão do assunto abordado.

A concepção de um disjuntor consiste na aplicação da engenharia no chamado ‘estado


da arte’. Não existe uma forma pré-estabelecida sobre como desenvolver um
equipamento deste tipo para que se alcance o nível de excelência desejado. Cabe ao
projetista, através de inúmeros estudos e ensaios, em projetos que podem durar anos,
atingir o grau de perfeição exigido.

Este trabalho deverá ser revisado no futuro de modo a incorporar as novas tecnologias
que estão atualmente em estudo ou que ainda serão desenvolvidas. Afinal, assim como
no caso dos disjuntores, a melhoria deve ser constante.

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V. Referências bibliográficas

Borges, J. (1976). Circuitos de Controlo de Disjuntores de Alta Tensão.

Carvalho, A. et al. (1995). Chaves e Disjuntores,EDUFF, Niteroi, RJ.

Dutra F. (2008). Fundamentos de Proteção e comando. CEFET-RS. Pelotas.

Ferreira, J. (2006). Principais Tipos de Disjuntores.

Mamede, J. (2002). Instalações elétricas industriais, 6ed., LTC, Rio de Janeiro, RJ.

Oliveira, L. (2008). Consolidação de Material Didático para a Disciplina de Engenharia


do Trabalho Gestão da Produção.

Silva, J. (2009). Manutenção de Disjuntores a Vácuo - TCC Engeman Alumar.

Stephan, M. (2008). Acionamento, Comando e Controle de Máquinas Elétricas – UFRJ.

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