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FACULDADE REGES DE RIBEIRÃO PRETO

CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Gabriela Tasso Domingues - 180021


Nique Raniere Bermudez Marques - 180018
Otávio Fioravante Melo - 180007

CONTABILIDADE COMERCIAL II

GRUPOS DE SOCIEDADES, CONTROLADAS E COLIGADAS:


CONCEITOS E EXPLICAÇÕES

RIBEIRÃO PRETO
2021
GRUPOS DE SOCIEDADES, CONTROLADAS E COLIGADAS: CONCEITOS
E EXPLICAÇÕES

Atualmente, as empresas estão inseridas num cenário de mercado cada


vez mais global, dinâmico e veloz, onde as informações mudam de maneira
substancial. Isso faz com que elas precisem adotar estratégias mercadológicas
para ampliar seus negócios, tornando-se mais rentável do ponto de vista
financeiro, e mais inteligente do ponto de vista estratégico e mais inovadora do
ponto de vista tecnológico.

Para representar este cenário, a legislação brasileira contempla a figura


dos grupos de sociedades. Encaixam-se neste contexto aquelas empresas que
se unem a fim de combinar recursos para a realização de objetivos e participar
de atividades, empreendimentos ou negócios que sejam comuns a todas elas.
De uma maneira mais simples, organizam-se várias sociedades com
personalidades (e até mesmo propósitos) distintos de modo a otimizar os
recursos de gestão.

A reestruturação societária muitas das vezes surge como estratégia de


mercado, oportunidade de negócio, oportunidades de investimento, ou até
mesmo como única alternativa de sobrevivência.

Desta forma, o ordenamento jurídico brasileiro classifica os grupos de


sociedades de acordo com a relação de coordenação (combinação de esforços
para um objetivo comum), subordinação (participação de uma sociedade na
outra) entre si, e também de acordo com a existência ou não de registro
(grupos de fato ou grupos de direito). Abaixo, veremos com mais especificidade
cada um deles.

Grupos de Direito

Para que seja considerada como sendo de direito, o grupo de


sociedades deve obter registro em órgão competente (Junta Comercial),
devidamente constituído por convenção e aprovado pelas sociedades
componentes do grupo. O documento deverá conter detalhes, como:
designação do grupo, identificação das sociedades comandantes e filiadas,
discriminação das condições de participação de cada uma delas e para
admissão de novas, prazo de duração, condições para alteração, etc.

Cabe ressaltar que o grupo não possui personalidade própria, sendo que
cada um de seus integrantes mantém suas respectivas personalidades e
patrimônio.

Grupos de Fato

Entende-se por grupo de fato aquele que não possui registro em órgão
competente (Junta Comercial). Ele subdivide-se entre empresas controladas,
coligadas e de simples participação. Neste grupo, a sociedade contará com a
participação de outra pessoa jurídica em seu quadro societário, podendo
controla-la ou não. Ao observar o quadro societário, é possível analisar se há
participação de outra sociedade ou não. A legislação diferencia o nível de
participação de três formas: controladas, coligadas e sociedades de simples
participação.

Sociedades Controladas

Ocorre quando uma empresa (controladora) exerce poder sobre a outra


(controlada), de forma direta ou através de suas controladas. A controladora
exerce inúmeros poderes sore a controlada, como hegemonia nas decisões
sobre as deliberações e direitos sobre a eleição do conselho administrativo.
Para que uma sociedade exerça controle sobre a outra, é necessário que haja
50% ou mais do capital votante da outra.

Esse poder de controle pode ser traduzido em: nomear ou aprovar


pessoas chave para ocupar a administração da investida; influenciar a investida
a realizar ações ou investimentos que vá favorecer a investidora; poder de veto
a ações que podem ser maléficas para a investidora; entre outros.

É do interesse da Controladora que a Controlada gere lucros, logo, ela


possui poder para interferir de modo a fazer com que isso ocorra.

Sociedades Coligadas
Ocorre quando uma empresa detém influencia significativa nas decisões
da outra. Essa influência significa possuir 20% ou mais do capital votante. A
investidora passa a obter o direito de participar das decisões financeiras,
operacionais e mercadológicas da investida, mas sem exercer qualquer tipo de
controle sobre a mesma.

Conforme mencionado acima, a influência significativa traduz-se em


representação no conselho administrativo da investida; participação em
processos administrativos internos como elaboração de políticas de mercado;
operações de mercadorias entre investidor e investida; troca de pessoal
humano e informação técnica-profissional.

Simples Participação

Para que haja apenas simples participação, a investidora deve obter até
20% do capital votante da investida.

Cabe ressaltar que, mesmo que determinada empresa investidora


detenha menos de 20% do capital votante, há de se analisar o tipo de relação
existente entre as duas pois, caso haja relevância, presume-se que há
influência significativa.

Exemplos de Grupos de Sociedades

Alguns grupos de empresas podem ser utilizados para ilustrar parte dos
conceitos apresentados acima. São eles: Grupo Itausa, considerado a maior
empresa do país sob as esferas do patrimônio líquido e lucro líquido, e detentor
de 43 sociedades com atividades financeiras; no setor industrial, temos por
exemplo a Ambev, que apresenta organograma com 34 sociedades; o grupo
Camargo Corrêa, sob intermédio da Camargo Corrêa S.A, que detém controle
ou participação de outras 59 entidades com atividades voltadas a concessões
públicas, engenharia e construção; o Grupo Odebrecht, sob intermédio da
Odebrecht S.A, que detém o controle ou participa de outras 115 sociedades, no
Brasil e no exterior.

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