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Uno Mille 1990 a 1994.

A primeira grande mudança do Fiat Uno veio no início dos anos 1990, e aqui chegamos
ao Uno Mille.

Como o modelo já estava consolidado no mercado brasileiro e já havia constituído


família – no caso a perua Elba e o sedan Prêmio – o Uno passou por mudanças
mecânicas por conta de novas legislações que começaram a entrar em vigor.

O então presidente Fernando Collor e a ministra Zélia Cardoso de Mello colocaram em


prática uma nova lei que reduzia os impostos para veículos com motores de 800 a
1000 centímetros cúbicos de deslocamento, ou 0.8 a 1.0.

E como a Fiat não queria perder essa novidade, ela apenas pegou o que já tinha em
mãos, deu uma pequena atualizada e lançou no mercado o Uno Mille.

A novidade agora atendia pelo nome de Uno Mille, que usava um motor de 994 cm³, 48
cavalos e 7,4 kgfm de torque para atender as novas normas do governo.

Números tensos para quem sabe que mesmo 70 cavalos e 9 kgfm de torque não fazem
milagre.

Esse motor do “novo” Uno Mille já era um velho conhecido do Fiat Uno, pois ele era
uma adaptação do motor Fiasa 1.0 litro de 52 cavalos que equipava o saudoso 147.

A Fiat simplesmente reduziu o curso dos pistões do pequeno motor no Uno Mille e o
deixou menor ainda, mas ainda assim relativamente econômico e valente.

Mesmo com pouca potência e torque muito singelo, o Uno Mille cumpria bem seu papel
de carro de entrada da marca por aqui.

O desempenho era modesto, fazendo o 0a100 em 21 segundos e atingindo a máxima de


135 km/h, o Uno Mille focava mais no consumo do que na potência ou velocidade.

Por ser um modelo de entrada e ter um motor mais simples, isso acabou por se
refletir no interior do Uno Mille que ficava mais espartano.

O quadro de instrumentos não tinha marcador de temperatura e o painel do Uno Mille


nem mesmo tinha saídas de ar nas laterais.

Fora que outros itens que hoje damos como imprescindíveis, no Uno Mille de 1990
eles eram totalmente descartáveis.

Dentre eles podemos citar o retrovisor direito, bancos dianteiros reclináveis,


lavador elétrico do para-brisas e outros itens que eram vendidos como opcionais, e
assim poderiam baratear o custo e o valor final do modelo era extremamente atraente
ao consumidor final.

Seus principais concorrentes só chegariam no final de 1991 e mesmo assim o Uno


Mille ainda seguia firme e forte.

Também no final de 1991 o Uno Mille ganhava a versão Brio, que tinha um pequeno
adesivo na coluna C e trazia como maior diferencial em relação ao modelo
tradicional a inclusão do carburador duplo, o que acrescia na potência que agora
chegava aos 54 cavalos.

Mas o Uno Mille Brio ficou pouco tempo em linha, pois em 1992 o Proconve colocava
em vigor uma nova lei que obrigava todos os modelos fabricados por aqui a ter
catalisador para diminuir as emissões de poluentes.
Com isso o Uno Mille ficou mais “ecofriendly”, mas em contrapartida perdeu potência
novamente.

Agora o motor com catalisador passava a oferecer apenas 47 cavalos e torque de 7,1
kgfm.

As demais versões do Uno que usavam os motores 1.3 e 1.5 litro passaram a adotar
injeção eletrônica para se adequar as novas normas de emissões também.

Como esse tipo de tecnologia encareceria a versão com motor 1.0, a solução foi
adotar o carburador duplo com auxílio da ignição digital, surgindo o Uno Mille
Electronic, nome que dava um ar chique a algo bem simples.

Com o auxílio dessas novas tecnologias o motor passou a oferecer 56 cavalos de


potência e 8,1 kgfm de torque.

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