Você está na página 1de 4

Atividade Avaliativa- Análise Crítica do Filme EXTRAORDINÁRIO

 
Psicologia- 5º termo

Professora: Bárbara

Aluna: Daiani Centurion   RA: 201936561
               
 

Sobre o Filme:

Auggie Pullman é um menino normal, mas que não teve uma infância comum. Ele
nasceu com uma deformidade facial, devido a isso teve que passar por 27 cirurgias
plásticas. Com 10 anos de idade ele ingressa na escola regular e passa a enfrentar
vários desafios de adaptação e convivência com seus colegas.

Análise:

Logo no início do filme podemos observar uma barreira muito comum na vida de
uma pessoa com necessidades especiais, que é a superproteção. Os pais do
garoto enfrentam um dilema sobre a colocação dele em uma escola regular da 5ª
série. Enquanto a mãe defende a importância da integração do filho a uma rotina
normal, o pai teme pelos desafios que ele pode enfrentar na jornada escolar,
colocando o filho como incapaz de sobreviver aos ataques que vai sofrer devido a
sua deficiência.

Após matricularem o menino na escola, ele é convidado pelo diretor para conhecer o
ambiente no qual irá estudar durante o ano letivo e para essa tarefa escala três
alunos que serão colegas de sala de Auggie. Jack, Julian e Charlotte mostram a
escola para seu novo colega e mais uma vez é possível observar outra barreira, que
também é atitudinal.
O colega Julian trata o menino como se ele não tivesse conhecimento de nada,
como se a deficiência dele impedisse o

conhecimento de um simples objeto, no caso perguntando se o menino sabia o que


era um apagador (objeto que estava em sua mão, no momento da apresentação do
espaço da sala de aula de ciências). O preconceito também pode ser visto nessa
cena, quando o mesmo colega (Julian) questiona Auggie sobre sua anomalia,
questionando se ele tinha sofrido queimaduras na face. Nessa parte é possível
observar a falta de cuidado com as palavras, a insensibilidade ao lidar com a dor do
outro. Algo que devia ter fluido naturalmente se tornou um momento tenso entre os
novos colegas, mas o protagonista sabe se defender e acaba se saindo da situação
cortando as falas preconceituosas de Julian.

Dentro do ambiente escolar Auggie enfrenta mais uma barreira, caracterizada como
Contágio osmótico, que é o medo de contaminação pelo convívio com a pessoa.
No refeitório a nova amiga Summer aperta a mão do menino, e as outras crianças
sussurram assustadas “ela pegou a praga”, acreditando que o menino era portador
de uma praga e não de uma deformidade facial. A criança é excluída como se
tivesse uma doença contagiosa. Essa crença de relacionar alguma anomalia ou
doença com praga, coisa ruim, vem da época em que as pessoas acreditavam
cegamente que eram abençoadas ou castigadas. As deficiências eram relacionadas
a castigos divinos. Mesmo com o passar do tempo esses estigmas ainda continuam
se perpetuando nas relações entre as pessoas, mesmo que às vezes ocorra de
maneira sublime.

Dentro do filme é possível observar a centralização do filho no seio familiar. O garoto


é comparado ao sol, sendo o centro de tudo, e as outras pessoas eram apenas os
planetas que giravam em sua órbita. A relação com uma criança com necessidades
especiais deve ser a mais natural e normal possível, pois os estigmas começam a
serem quebrados ou nunca iniciados dentro da própria casa. A superproteção dos
pais com relação ao garoto faz com que a irmã se sinta excluída da dinâmica familiar
e por um momento afeta o dialogo entre irmãos.
Como citado anteriormente, o colega Julian, faz várias ações de bullying contra
Auggie e num determinado momento o diretor da escola acionam seus pais para que
relatem o ocorrido com o filho. Os pais de Julian reforçam o preconceito do filho, que
por sua vez demonstra que suas atitudes tiveram uma origem, que foi dentro da
própria casa. Crianças não nascem preconceituosas, é dentro da dinâmica familiar
que vão aprendendo a moldar seu caráter e suas atitudes. Os pais são os
responsáveis por educar e ensinar o respeito para com todos os outros, sendo
comuns ou não, todo mundo é diferente e as diferenças são normais. Dentro desse
cenário é possível perceber a culpa sendo direcionada a Auggie pela mãe de Julian,
quando ela cita que ninguém é obrigado a conviver com alguém cuja aparência
cause estranheza. É como se todas as pessoas com deficiência devesse sofrer
exclusão social.

Auggie sente o preconceito das pessoas com relação a sua aparência, tanto que
ele se sente um tanto retraído na presença delas e o momento em que se sente
melhor e aceito, é quando está fantasiado para as festividades de halloween. Ele
coloca sua fantasia e anda entre as pessoas, sem medo de ser rejeitado, com
alegria explicita em suas ações. As crenças, os costumes limitam as pessoas,
encapsulam a essência de igualdade e respeito e trazem a tona ações que
prejudicam emocionalmente o outro, simplesmente por ele ser diferente.

Dentro desse cenário de novos desafios, de enfrentar uma escola regular (após
anos de ensino em casa), de lidar com as várias reações das pessoas ao seu redor,
ao longo do filme é possível observar as barreiras sendo quebradas, principalmente
pelas crianças, que aceitam seu novo colega como uma criança normal como todas
as outras. Uma criança que brinca, tem sonhos, faz piadas, que é capaz de
contribuir para a construção de um futuro melhor como qualquer outra. Mesmo que o
final seja fantasioso, ele mostra que todos em algum momento podemos ser
extraordinários na história de alguém.
Através do respeito é possível construir vários finais felizes entre as pessoas.

Você também pode gostar