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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA DE BELAS ARTES

A cultura etrusca e sua influência na Roma Antiga, bem como


as três fases políticas de Roma e suas conquistas.
A produção da arte e da arquitetura romana e como ela foi
usada como símbolo de poder.

Priscila Valente Lolata


Caroline Silva Souza 

Assim como ocorreu em outros momentos e lugares da história como no Egito


e Mesopotâmia, a localização geográfica de Roma influenciou muito a evolução
desta civilização. O Lácio, conhecido como berço da civilização romana era um
local de passagem terrestre e fluvial utilizado por comerciantes que circulavam
entre a Etrúria e a Campânia. Os etruscos foram conquistadores do Lácio e os
responsáveis pela unificação das aldeias existentes naquele território.

Roma deve aos etruscos a sua transformação em urbs, e não só isso –


segundo Rosauta Maria Poggio, o conceito da palavra urbs “cidade unida
material e moralmente” era desconhecido por aqueles que moravam nas
aldeias, o que indica que a origem da palavra é etrusca (POGGIO, 2005), ou
seja, houve contribuição cultural Etrusca à composição da cultura romana. Por
cerca de 150 anos aquele povo dominou o Lácio e suas vitórias tornaram os
romanos supremos ali. Porém, é com a expulsão dos Etruscos que Roma
torna-se república e, neste período, houve conquistas dos povos vizinhos e aos
poucos, da Península Itálica. Em 272 a.C o latim tornou-se a língua oficial da
Península. A expansão de Roma, quando esta chega à fase do Império, é
marcada por diversas conquistas: os conquistados torvam-se Roma e o latim
passou a ser a língua da administração e negócios. Segundo Erich Auerbach a
civilização romana gozava de certo prestígio e havia interesse em participar
dela, o que contribuiu para a assimilação do latim pelas classes elevadas,
inicialmente (AUERBACH, 1987). Semelhante ao que ocorre com a língua e
cultura norte-americana nos dias atuais.

Um fato marcante na arte romana é a rica assimilação e apropriação de


culturas diferentes. Segundo Graça Proença, a arte romana recebeu fortes


Docente do Curso Superior em Artes.

Graduanda do Curso Superior de Arquitetura e Urbanismo.
influências principalmente de Etruscos e Gregos. Enquanto a arte etrusca era
popular e se ateve a expressão das vivencias no dia a dia, a greco-helenística
era muito ligada a um ideal de beleza em suas expressões (PROENÇA, 1999).
A influência dos gregos sobre os romanos originaram maior esmero em relação
à aparência das obras, porém, apesar da apropriação, nota-se na arte romana,
certo apego a algumas tradições. Por exemplo, quando os romanos
encontraram os gregos, no período helenístico, ficaram encantados com as
casas feitas por eles. Incorporaram então, aos fundos de suas casas, um tipo
grego de peristilo, com vários cômodos dispostos em torno dele, mas
mantiveram a sua tradição a construção da frente da casa à maneira romana.
Inclusive, vale acordar para o fato de que, em muito se fala a respeito da
genialidade romana na engenharia civil, mas pouco se lê ou se ouve a respeito
da herança Etrusca dos arcos e abóbadas que permitiram aos romanos a
construção de seus tão conhecidos anfiteatros e espaços internos amplos e
sem excesso de colunas. Técnicas inclusive desconhecidas pelos gregos.

Segundo Arnold Hauser, a Roma sob domínio dos Césares produzira uma arte
imperial que deu o padrão que aquela sociedade deveria seguir. Já a Roma
vivida sob o domínio de Augusto, viu o estilo helenístico predominar, no
entanto, a Roma dos Flávios e Trajanos, traz uma arte marcada por
características do estilo romano que vão aos poucos se mostrando. Quando o
baixo império se instala, o estilo romano já está acentuado – o gosto pela arte
grega se esvai junto ao desmantelamento do poder da aristocracia e a arte se
aproxima das manifestações populares deixando os valores clássicos de lado
(Hauser, 1982) e isso é perceptível, sobretudo na relação romana com a
escultura e a pintura.

Na escultura, é nítida a adaptação dos modelos gregos e variações do mesmo.


Dentro do nicho escultural romano, há diversas obras que são uma espécie de
genérico do grego. A escultura teve força principalmente sob o reinado de
Augusto, porém, com o tempo, a pintura ganha mais espaço e passa a ocupar
o posto de influencia da escultura. Muito do que foi encontrado da arte romana
provém das paredes de casas particulares e edifícios públicos de Pompeia e
Herculano. Alguns trabalhos fogem da influência grega, tanto na escolha do
tema como na maneira de retratar. Hauser diz que a pintura é a arte dos
últimos períodos da arte romana, substituta da escultura, típica da arte clássica.
Segundo o autor, era uma arte tipicamente popular e acessível:

“Em Roma a pintura é simultaneamente noticiário,


cartaz, crônica, caricatura política, documentário e filme
dramático”.
(Hauser, p.163)
Referências

POGGIO, Rosauta Maria Galvão Fagundes. Iniciação ao estudo do Latim I.


Salvador: EDUFBA, 2005. Capítulo 1: Introdução ao Estudo do Latim.

ELIA, Silvio. Preparação a linguística românica. Rio de Janeiro: Ao livro


Tecnico, 1979. Capítulo 7: Romanização.

AUERBACH, Erich. Introdução aos estudos literários. Tradução de José


Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, 1987. p. 278.

WOODFORD, Susan. Grécia e Roma. São Paulo: Círculo do Livro, 1984.


Coleção de História da Arte da Universidade de Cambridge. p. 83-114.

PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Editora Ática, 1999. Capítulo
6: A arte em Roma

HAUSER, Arnold. História Social da Arte e da Literatura. São Paulo: Mestre


Jou, 1982. Capítulo 6 “O império e o fim do mundo antigo”.

História da Arte II - Pgm 1 - Escultura e pintura etruscas: vitalismo e arte


tumular - Parte 1. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=21UyjJlaZ_Y&t=4s Acesso em 2 de março
de 2017.

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