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ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA E PROFISSIONAL FUNDAÇÃO BRADESCO / PARAGOMINAS – PA

DIREÇÃO: MÁRCIA HELENA PINHEIRO REIS OPE: CLAUDIA CAMPOS CORRÊA MARTINS
DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA
PROFESSOR(A): ENEIDA DE FÁTIMA SANTA ROSA
ALUNO(A): _____________________________________ ___Série 3ª Turma_____DATA___/___/2014
ROTEIRO DE ESTUDOS PLANO DE LEITURA
CAPITÃES DA AREIA – JORGE AMADO
1- Qual a temática da obra em análise?

02. Com referência a Capitães da areia, é correto afirmar que

a) os provérbios e as gírias classificam a obra como romance regionalista.

b) os rituais africanos e as crendices populares imprimem um caráter doutrinário ao romance.

c) o coloquialismo e o emprego excessivo de termos vulgares comprometem a literariedade da obra.

d) a oralidade e a linguagem popular conferem um ritmo dinâmico à obra e não prejudicam o seu teor
literário.

e) a linguagem jornalística sobrepõe-se à linguagem lírico-poética e categoriza a obra como documentário.

03. São as partes que formam (em seqüência) o livro “Capitães de Areia”:

a) “Sob a lua, num velho trapiche abandonado” e “O fim dos Capitães”;


b) “Canção da Bahia, Canção da Liberdade”, “Noite da Grande Paz, da Grande Paz dos teus olhos” e
“O últimos dos Capitães de Areia;
c) “Cancioneiro da Bahia”, “A revolta dos Capitães” e “Pedro Bala e seus capangas”;
d) “Sob a lua, num velho trapiche abandonado”, “Noite da Grande Paz, da Grande Paz dos teus olhos” e
“Canção da Bahia, Canção da Liberdade”;
e) “Cancioneiro da Bahia”, “Canção da Bahia, Canção da Liberdade” e “O fim dos Capitães”.

04. Julgue colocando V para as proposições VERDADEIRAS e F para as FALSAS sobre o livro “Capitães
de Areia”.

( ) I. “Canção da Bahia, Canção da Liberdade” é a segunda parte da obra Capitães de Areia. Nela mostra-se
a desintegração dos líderes e,conseqüentemente o fim do grupo baiano.
( ) II. Pedro Bala é o herói da história, principalmente porque o narrador evidencia suas naturais
características de líder.
( ) III. Em “Noite da Grande Paz, da Grande Paz dos teus olhos” aparece a figura de Dora que consegue ser
a primeira “Capitã de Areia”.
( ) IV. A obra possui características do romance realista, como por exemplo, o homossexualismo.
( ) V. Querido de Deus tem esse nome, pois, o grupo queria que ele abençoasse o trapiche abandonado.

05. Dê a soma das alternativas CORRETAS sobre o livro “Capitães de Areia”.

1. Pirulito e Sem pernas formam um par contrastivo.


2. O Gato e o Boa-Vida possui pontos em comum e são basicamente parecidos.
04. Pirulito tem grande fervor religioso.
08. As personagens podem ser classificadas como planas, pois são construídas ao redor de uma única idéia
ou qualidade.
16. O Pe. José Pedro caracteriza-se por ser o autêntico sentimento cristão.
32. Os apelidos são comuns no grupo para realçar o caráter físico ou psicológico de cada componente.

06. Em relação ao espaço da narrativa “Capitães de Areia”, pode-se afiirmar que;

a) Remete ao padrão árcade pois funciona apenas como um cenário.


b) A história se passa em Itabuna, terra natal de Jorge Amado, que tentou reconstruir a cidade na época
de sua meninice.
c) Tem importância extrema, porque além de determinar o comportamento das personagens, apresenta-
se, em muitos momentos, como uma personagem própria.
d) Partindo de um microcosmo para um macrocosmo temos a cidade da Bahia e o trapiche
abandonado, respectivamente.
e) Nele só vivem pessoa de baixa renda, ou seja, é apresentado só a parte mais necessitada da
população da cidade da Bahia.

07. Podemos afirmar que o tempo do livro “Capitães de Areia”:

a) É cronológico e constituído de analepses, para mostrar a formação de cada personagem.


b) É psicológico, pois enfoca as introspecções de cada personagem.
c) Dura três anos, um ano para cada parte do livro.
d) É a duração da seca de 1915, já lembrada por Rachel de Queiroz.
e) É definido pelo jogo entre verbos no subjuntivo e no pretérito imperfeito, constante em toda a obra.

08. Marque apenas as proposições verdadeiras sobre o foco narrativo de Capitães de Areia.

I. É onisciente e evita penetrar na intimidade das personagens.


II. Está em terceira pessoa e, não raro, adota uma visão panorâmica da cidade.
III. Pode-se notar um narrador crítico, principalmente no começo do romance quando aparecem textos
jornalísticos.
IV. Quem conta a história é Pedro Bala e como ele conseguiu formar o grupo.
V. Quando o narrador descreve algum personagem que faz parte da classe dominante da cidade da
Bahia, normalmente, o tom é de frieza e de ironia.

09. Qual a principal mensagem presa ao livro Capitães de Areia?


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O MENINO ERA UMA TENTAÇÃO POR DEMAIS GRANDE.


Nem parecia um meio-dia de inverno. O sol deixava cair sobre as ruas uma claridade macia, que
não queimava, mas cujo calor acariciava como a mão de uma mulher. No jardim próximo as flores
desabrochavam em cores. Margaridas e onze-horas, rosas e cravos, dálias e violetas. Parecia haver na rua um
perfume bom, muito sutil, mas que Pirulito sentia entrar nas suas narinas e como que embriagá-lo. Tinha
comido na porta de uma casa de portugueses ricos as sobras de um almoço que fora quase um banquete. A
criada, que lhe trouxera o prato cheio, dissera, mirando as ruas, o sol de inverno, os homens que passavam
sem capa:

-Tá fazendo um dia lindo.

Essas palavras foram com Pirulito pela rua. Um dia lindo, e o menino ia despreocupado,
assoviando um samba que lhe ensinara o Querido-de-Deus, recordando que o padre José Pedro prometera
tudo fazer para lhe conseguir um lugar no seminário. Padre José Pedro lhe dissera que toda aquela beleza
que caía envolvendo a terra e os homens era um presente de Deus e que era preciso agradecer a Deus.
Pirulito mirou o céu azul onde Deus devia estar e agradeceu num sorriso e pensou que Deus era realmente
bom. E pensando em Deus pensou também nos Capitães da Areia. Eles furtavam, brigavam nas ruas,
xingavam nomes, derrubavam negrinhas no areal, por vezes feriam com navalhas ou punhal homens e
polícias. Mas, no entanto, eram bons, uns eram amigos dos outros. Se faziam tudo aquilo é que não tinham
casa, nem pai, nem mãe, a vida deles era uma vida sem ter comida certa e dormindo num casarão quase sem
teto. Se não fizessem tudo aquilo morreriam de fome, porque eram raras as casas que davam de comer a um,
de vestir a outro. E nem toda a cidade poderia dar a todos. Pirulito pensou que todos estavam condenados ao
inferno. Pedro Bala não acreditava no inferno, Professor tampouco, riam dele. João Grande acreditava era
em Xangô, em Omolu, nos deuses dos negros que vieram da África. O Querido-de-Deus, que era um
pescador valente e um capoeirista sem igual, também acreditava neles, misturava-os com os santos dos
brancos que tinham vindo da Europa. O padre José Pedro dizia que aquilo era superstição, que era coisa
errada, mas que a culpa não era deles. Pirulito se entristeceu na beleza do dia. Estariam todos condenados ao
inferno? O inferno era um lugar de fogo eterno, era um lugar onde os condenados ardiam uma vida que
nunca acabava. E no inferno havia martírios desconhecidos mesmo na polícia, mesmo no reformatório de
menores. Pirulito vira há poucos dias um frade alemão que descrevia o inferno num sermão na Igreja da
Piedade. Nos bancos, homens e mulheres recebiam as palavras de fogo do frade como chicotadas no lombo.
O frade era vermelho e de seu rosto pingava o suor. Sua língua era atrapalhada e dela o inferno saía mais
terrível ainda, as labaredas lambendo os corpos que foram lindos na terra e se entregaram ao amor, as mãos
que foram ágeis e se entregaram ao furto, ao manejo do punhal e da navalha. Deus no sermão do frade era
justiceiro e castigador, não era o Deus dos dias lindos do padre José Pedro. Depois explicaram a Pirulito que
Deus era a suprema bondade, a suprema justiça. E Pirulito envolveu seu amor a Deus numa capa de temor a
Deus e agora vivia entre os dois sentimentos. Sua vida era uma vida desgraçada de menino abandonado e
por isso tinha que ser uma vida de pecado, de furtos quase diários, de mentiras nas portas das casas ricas.
Por isso na beleza do dia Pirulito mira o céu com os olhos crescidos de medo e pede perdão a Deus tão bom
(mas não tão justo também...) pelos seus pecados e os dos Capitães da Areia. Mesmo porque eles não tinham
culpa. A culpa era da vida...
AMADO, Jorge. Capitães da areia. 86. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996, p. 100-101.

10. No texto, o narrador relata momentos vividos por Pirulito, um dos integrantes do grupo “Capitães da
Areia”,

enfocando, predominantemente, sua


a) tristeza, por se alimentar de sobras de comida na porta da casa dos protagonistas.

b) alegria, por viver nas ruas, gozando de muita liberdade.

c) felicidade, por ter concretizado o sonho de ser seminarista.

d) preocupação com a salvação da alma dos Capitães da Areia.

e) satisfação em passear nas ruas, pensando apenas em momentos agradáveis.

11. Leia.

Com base no fragmento “Por isso na beleza do dia Pirulito mira o céu com os olhos crescidos de medo e
pede perdão a Deus tão bom ( mas não tão justo também...)[...]” (linhas 37-38), é correto afirmar que
Pirulito

a) é temente a Deus, mesmo confiante na sua infinita justiça.

b) evoca o perdão de Deus, que se mostra tão bom quanto justo.

c) recorre a Deus, acreditando igualmente na bondade e na justiça divinas.

d) confia plenamente no perdão de Deus, pois todo pai é bom e justo.

e) apela para a bondade de Deus, mesmo que não O considere um ser muito justo.

12. Segundo o texto, Pirulito reconhecia a sua condição de pecador, no entanto

a) não acreditava em inferno, pois isso não passava de superstição.

b) não se sentia realmente culpado, visto que era levado a seguir aquela vida de pecado.

c) sentia por Deus um grande amor, e isso era o bastante para salvá-lo.

d) deveria ser perdoado por não seguir a religião dos negros africanos.

e) desejava ser seminarista, para impedir a propagação de outras religiões.

13. No texto, ao relatar os fatos, o narrador demonstra o propósito de

a) analisar o efeito negativo dos princípios religiosos na vida das pessoas, sobretudo, as excluídas
socialmente.

b) criticar a pretensão dos menores infratores de merecerem a misericórdia de Deus e a salvação da alma.

c) mostrar a generosidade exemplar das pessoas que acolhem, sem restrição, os menores de rua.

d) denunciar os problemas vividos pelos meninos de rua, em decorrência de sua exclusão social.

e) condenar os desmandos dos menores infratores, que roubavam e não se intimidavam diante da polícia.
14. Acerca do comportamento do narrador no texto, identifique com V a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e
com F,

a(s) falsa(s):

( ) Descreve, ao mesmo tempo, a beleza de um dia de sol de inverno e a angústia de Pirulito.

( ) Limita-se a registrar os fatos vividos por Pirulito, sem questioná-los.

( ) Considera o processo de exclusão social como elemento responsável pela delinqüência dos meninos de

rua.

( ) Enfoca o sincretismo religioso como um pecado.

( ) Faz intervenções apenas para criticar o exagero dos dogmas católicos.

A seqüência correta é:

a) VVFFF b) FFVVV c) VVFFV d) VFVFF e) FVFVF

15. Considerando o fragmento “ —Tá fazendo um dia lindo.” (linha 08), é correto afirmar:

a) A fala da personagem apresenta o mesmo nível de linguagem utilizado pelo narrador.

b) A fala da personagem apresenta-se em discurso direto, caracterizado pelo registro da linguagem informal.

c) O uso da forma “Tá” é inadmissível em uma obra literária, que exige, obrigatoriamente, o nível formal da

linguagem.

d) O uso do discurso direto não tem nenhuma funcionalidade em um texto de natureza narrativa.

e) O registro da fala de uma personagem secundária compromete a verossimilhança da história narrada.

16. No texto, discutem-se questões relativas ao inferno e a Deus. Acerca desses elementos, identifique as

afirmativas corretas:

I. O inferno, segundo o frade, não estava reservado somente para aqueles que cometeram crimes com
violência.

II. O inferno é visto pelo frade como um lugar onde os sofrimentos eram bem maiores que os vividos na
terra.
III. O inferno, de acordo com o padre, destinava-se apenas àqueles que não seguiam a religião católica,
acreditando em Xangô.

IV. Deus, na perspectiva do frade e do padre, era visto, antes de tudo, como justiceiro, castigador.

V. Deus era um ser que despertava em Pirulito apenas um sentimento de medo.

17. Considerando a descrição do ambiente no fragmento “O sol deixava cair sobre as ruas uma claridade
macia, que não queimava, mas cujo calor acariciava como a mão de uma mulher.” (linhas 1-2), identifique
as afirmativas corretas:

I. O narrador utiliza elementos descritivos que envolvem sensações visual e táctil.

II. A expressão “claridade macia” constitui uma sinestesia, assinalando o cruzamento de uma sensação

visual com uma táctil.

III. A linguagem é predominantemente denotativa, acentuando o realismo dos elementos narrativos.

IV. A expressão “calor acariciava”, registrando a amenidade do sol de inverno, constitui uma hipérbole.

V. A expressão “como a mão de uma mulher” é um recurso comparativo, associando o carinho do calor

à suavidade feminina.

18. No texto, o narrador revela o que se passa no íntimo das personagens. Essa onisciência narrativa é
observada nos fragmentos:

I. “[...] e o menino ia despreocupado, [...] recordando que o padre José Pedro prometera tudo para lhe
conseguir um lugar no seminário.” (linhas 9-11)

II. “Padre José Pedro lhe dissera que toda aquela beleza que caía envolvendo a terra e os homens era um
presente de Deus [...]” (linhas 11-12)

III. “O padre José Pedro dizia que aquilo era superstição, que era coisa errada, [...]” ( linha 24)

IV. “Depois explicaram a Pirulito que Deus era a suprema bondade, a suprema justiça.” ( linhas 33-34)

V. “E Pirulito envolveu seu amor a Deus numa capa de temor a Deus e agora vivia entre os dois
sentimentos.” (linhas 34-35)

19. Capitães da Areia é uma obra modernista que integra, precisamente, o chamado ciclo do romance de 30.
Acerca dessa obra, identifique as afirmativas corretas:

I. O romance desenvolve uma temática regionalista, tendo a Bahia como cenário dos fatos narrados.
II. A obra caracteriza-se pelo tom documental, comprometida com a denúncia das injustiças sociais da
época.

III. Os fatos narrados não seguem uma ordem cronológica, como é comum ocorrer nas narrativas modernas.

IV. O autor denuncia a vida desamparada das crianças de rua, mesclando o lirismo e o tom seco da crítica
social.

V. A narração afasta-se radicalmente do tom coloquial e popular proposto pelo Modernismo.

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