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RESUMO: O cuidado em enfermagem – uma aproximação teórica (Souza et. al. 2005).
São Luís - MA
2021
Antes de tudo é importante conceituar o ato do cuidado – que tem como pilar o valor do
existir – como a ação de preservar a vida e prevenir o estágio de enfermidade. Isso
ocorre levando em consideração os aspectos sociais e culturais do paciente, além das
questões éticas do profissional da saúde, respeitando as razões morais de cada cidadão
ao mesmo tempo em que convive com dores e alegrias advindas das relações
interpessoais.
Na enfermagem, o cuidado vai muito além de cuidar apenas de enfermos, é entender e
conhecer o ser humano e tudo que integra seu corpo, sua essência e seu caráter.
Colocar-se no lugar do outro é uma forma de amor, humildade e zelo para com ele;
significa sensibilidade, afeto, atenção, disponibilidade, entre outros substantivos,
considerando-o não só como paciente, mas como pessoa. Atribuir valor à vida, gerar
empatia e instigar no outro o autocuidado, são o âmago de todas as características no
que se refere a cuidar do próximo. Não é apenas uma questão técnica, pois é válido
considerar que não é apenas um corpo, mas é um indivíduo detentor de direitos, que
possui uma família e tem sua relevância social. A partir do momento que o cidadão
possui uma visão ampliada sobre a vida, seja em relação ao seu valor ou sobre a forma
que ele vê o seu próximo, o cuidado ganha passos significativos. Assim, é importante
que o profissional enfermeiro tenha essa sensibilidade sobre a vida, pois ele está se
comprometendo com outras pessoas, e deve proporcionar boas condições para que o
cidadão possa viver bem.
Ademais, essa busca pela preservação da vida própria e a do outro, consolida relações
interpessoais que implicam na manutenção da espécie humana e na harmonia social. O
fundamento da enfermagem é integrar as pessoas em torno do bem comum a fim de
manter o elo social, por meio de engajamento político-cultural, com o intuito de evitar a
fragmentação da sociedade, pois de forma unida é mais forte a manutenção da vida com
qualidade. Nesse sentido, vale reforçar o papel do poder político em manter, garantir e
inovar o sistema de saúde que dá assistência tanto para os trabalhadores poderem
executar com dignidade e excelência seu dever, quanto para o cidadão que faz uso dos
serviços públicos pagos pelos inúmeros impostos. O cuidado na enfermagem, então,
promove e restaura o bem-estar social com sua visão holística que engloba as
necessidades físicas, psíquicas e sociais, ampliando as possibilidades de viver e
prosperar e influenciando nas conquistas referentes à dignidade humana e na construção
da cidadania dentro da sociedade.
É essencial, portanto, a percepção de que o cuidado na Enfermagem não deve ser
limitado apenas a sua função operacional, no que diz respeito ao processo saúde, mas
vinculá-lo ao âmbito humanista, uma vez que esse é a essência de sua formação. Nessa
complexidade, as relações construídas, como valor do paciente para com seu enfermeiro
e a reciprocidade, são primordiais nesse processo que deve ser regado de muito respeito
e afabilidade. A arte e ciência do saber cuidar nunca foi tão imprescindível nessa era da
pós-modernidade.