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Drogas Psicotrópicas I 3
Drogas Psicotrópicas I 3
1 SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
4 BEBIDAS ALCOÓLICAS............................................................................. 9
6 ALCOOLISMO .......................................................................................... 16
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9.2 Efeitos no resto do corpo.................................................................... 31
12 Efeitos no cérebro.................................................................................. 39
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2 INTRODUÇÃO
Bons estudos!
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3 DROGAS PSICOTRÓPICAS
Fonte: www.cuantas.net
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tipos de interesse que desenvolve. As alucinações podem ser visuais, auditiva, tátil,
olfativa, gustativa ou percepção anestésica na ausência de um estímulo externo.
Há distorção do espaço, e os objetos visualizados agigantam-se ou se
reduzem, inclusive partes do próprio corpo. Pode ocorrer o fenômeno da
despersonalização, com a sensação de que o corpo ou uma de suas partes estão
desligados. Altera-se a sensação subjetiva de tempo, e minutos podem parecer horas.
Nas fases de alucinações mais intensas podem ocorrer ansiedade,
desorientação e pânico. Muitos apresentam depressão grave com tentativa de
suicídio. Os efeitos psíquicos são decorrentes do uso dependente.
As drogas psicoativas alteram o comportamento, humor e cognição, agindo
preferencialmente nos neurônios e afetando o Sistema Nervoso Central. Já as drogas
psicotrópicas vão além das psicoativas, pois possuem grande propriedade
reforçadora, sendo passíveis de autoadministração, ou seja, levam à dependência.
Os Transtornos Relacionados a Substâncias abrangem dez classes distintas
de drogas: álcool; cafeína; cannabis; alucinógenos; inalantes; opióides; sedativos,
hipnóticos e ansiolíticos; estimulantes; tabaco; e outras substâncias. O DSM- 5
removeu a divisão feita pelo DSM-IV-TR entre os diagnósticos de Abuso e
Dependência de Substâncias reunindo-os como Transtorno por Uso de Substâncias
O Transtorno por Uso de Substância somou os antigos critérios para abuso e
dependência conservando-os com mínimas alterações: a exclusão de problemas
legais recorrentes relacionados à substância e inclusão de craving ou um forte desejo
ou impulso de usar uma substância.
O diagnóstico passou a ser acompanhado de critérios para Intoxicação,
Abstinência, Transtorno Induzido por Medicação/Substância e Transtornos Induzidos
por Substância Não Especificados. O DSM-5 exige dois ou mais critérios para o
diagnóstico de Transtorno por Uso de Substância e a gravidade do quadro passou a
ser classificada de acordo com o número de critérios preenchidos: dois ou três critérios
indicam um transtorno leve, quatro ou cinco indicam um distúrbio moderado e seis ou
mais critérios indicam um transtorno grave.
A atual versão do manual passou a incluir os diagnósticos de Abstinência de
Cannabis e Abstinência de Cafeína e excluiu o diagnóstico de Dependência de
Múltiplas Substâncias. O Transtorno por Uso de Nicotina foi substituído pelo
Transtorno por Uso de Tabaco. O DSM-5 removeu os especificadores “Com
Dependência Fisiológica / Sem Dependência Fisiológica” e reorganizou os
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especificadores de remissão, reconhecendo como “Remissão Precoce” um período
de pelo menos três meses no qual nenhum dos critérios para o uso da substância
(exceto o desejo) é atendido e “Remissão Sustentada” quando o período é superior a
doze meses. O manual também incluiu os especificadores que descrevem indivíduos
“em um Ambiente Controlado” e aqueles que estão “em Terapia de Manutenção”.
5 BEBIDAS ALCOÓLICAS
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5.1 Aspectos históricos
Seu uso pela manhã protegia o corpo contra as doenças, ajudava a espantar o
corpo dos males, era considerada milagrosa, boa para tudo. O vinho era considerado
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como tônico cardíaco e recomendado na prevenção da tuberculose. A cachaça com
mel e limão curava qualquer gripe.
6 ÁLCOOL E TRÂNSITO
Fonte: www.avnutrition.webnode.com.br
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A ingestão de álcool, mesmo em pequenas quantidades, diminui a coordenação
motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir veículos, ou operar
outras máquinas. Pesquisas revelam que grande parte dos acidentes são provocados
por motoristas que haviam bebido antes de dirigir.
Desde a publicação da Lei nº 9.503/1997 do Código de Trânsito Brasileiro, está
previsto, no artigo 165, que dirigir sob a influência de álcool é uma infração de natureza
gravíssima.
Na redação original do CTB, caracterizava como infração apenas a constatação
de mais de 0,6 gramas de álcool por litro de sangue no motorista abordado.
Isso mudou a partir da Lei nº 11.705/2008, que estabeleceu que qualquer
quantidade de álcool presente no sangue do motorista o sujeita às penalidades do
CTB.
Iniciou-se a chamada “Lei Seca”, pois deixou de existir a tolerância e, hoje,
mesmo uma pessoa que tomou apenas um copo de cerveja antes de dirigir pode ser
multado.
Além do maior rigor no texto legal, nos anos seguintes, os governos estaduais
começaram a criar programas para planejar ações de fiscalização com foco na Lei
Seca. Ou seja, as blitzen e com bafômetro aumentaram significativamente.
Detalhes dos dispositivos infracionais do CTB mudaram mais uma vez, desde
então, com a Lei Nº 12.760/2012.
Mas a essência continua a mesma: é proibido dirigir sob a influência de álcool,
e qualquer quantidade da substância no organismo caracteriza essa condição.
A redação da infração descrita no artigo 165 é a seguinte:
“Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância
psicoativa que determine dependência:
Infração – gravíssima;
Penalidade – multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze)
meses.
Medida administrativa – recolhimento do documento de habilitação e retenção
do veículo, observado o disposto no § 4o do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de
setembro de 1997 – do Código de Trânsito Brasileiro.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de
reincidência no período de até 12 (doze) meses. ”
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Note que não há menção à quantidade de álcool na corrente sanguínea,
diferentemente do que havia na redação original de 1997.
Mas com base em que, então, a autoridade pode considerar que qualquer
quantia de álcool no sangue caracteriza a infração?
A resposta está no artigo 276 do CTB, outro que sofreu alterações de 97 para
cá:
“Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar
alveolar sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165.
Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tolerância quando a
infração for apurada por meio de aparelho de medição, observada a legislação
metrológica. ”
Esses são os dois principais artigos do Código de Trânsito Brasileiro que
compõem a Lei Seca.
7 ALCOOLISMO
Fonte: www.dicassobresaude.com.br
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A pessoa que consome bebidas alcoólicas de forma excessiva, ao longo do
tempo, pode desenvolver dependência do álcool, condição esta conhecida como
“alcoolismo”. Os fatores que podem levar ao alcoolismo são variados, podendo ser de
origem biológica, psicológica, sociocultural ou ainda ter a contribuição resultante de
todos estes fatores.
Apesar do alcoolismo não ser hereditário, alguns autores apontam que existe
uma predisposição orgânica para o desenvolvimento do mesmo, sendo então
indiretamente transmissível de pai para filho.
A dependência do álcool é uma condição frequente, atingindo cerca de 5 a 10%
da população adulta brasileira.
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Discutir o alcoolismo é um assunto bastante relevante devido ao fato das
complicações com os portadores desta patologia, em relação à conscientização de
que o mesmo é uma doença e precisa ser devidamente tratada como qualquer outra.
Fonte: www.ultracurioso.com.br
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O consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação pode trazer
consequências para o recém-nascido, sendo que, quanto maior o consumo, maior a
chance de prejudicar o feto. Desta forma, é recomendável que toda gestante evite o
consumo de bebidas alcoólicas, não só ao longo da gestação como também durante
todo o período de amamentação, pois o álcool pode passar para o bebê através do
leite materno.
Além disso, crianças expostas ao álcool no período fetal apresentam maiores
chances de desenvolvimento de transtornos mentais (transtorno comportamental
relacionado ao uso de substâncias psicoativas e depressão) e comportamentais
(personalidade antissocial e hiperatividade) na adolescência e vida adulta.
Cerca de um terço dos bebês de mães dependentes do álcool, que fizeram uso
excessivo durante a gravidez, são afetados pela Síndrome Fetal pelo Álcool. Os
recém-nascidos apresentam sinais de irritação, mamam e dormem pouco, além de
apresentarem tremores (sintomas que lembram a síndrome de abstinência). As
crianças severamente afetadas e que conseguem sobreviver aos primeiros momentos
de vida, podem apresentar problemas físicos e mentais que variam de intensidade de
acordo com a gravidade do caso.
8 SOLVENTES OU INALANTES
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Um grande número de produtos comerciais, como esmaltes, colas, tintas,
thinners, propelentes, gasolina, removedores, vernizes, etc., contém estes solventes.
Eles podem ser aspirados tanto involuntariamente (por exemplo, trabalhadores de
indústrias de sapatos ou de oficinas de pintura, o dia inteiro expostos ao ar
contaminado por estas substâncias) ou voluntariamente (por exemplo, a criança de
rua que cheira cola de sapateiro; o menino que cheira em casa acetona ou esmalte,
etc.). Após a inalação os solventes alcançam os alvéolos e capilares pulmonares
depois de 15 a 30 minutos o efeito começa a surgir.
Todos estes solventes ou inalantes são substâncias pertencentes a um grupo
químico chamado de hidrocarbonetos, tais como o tolueno, xilol, n-hexana, acetato de
etila, tricloroetileno, etc. Para exemplificar, eis a composição de algumas colas de
sapateiro vendidas no Brasil:
Cascola - mistura de tolueno + n-hexano;
Patex Extra - mistura de tolueno + acetato de etila + aguarrás mineral;
Brascoplast - tolueno + acetato de etila + “solvente para borracha”.
Um produto muito conhecido no Brasil é o cheirinho ou loló ou ainda o cheirinho
da loló. Este é um preparado clandestino (isto é, fabricado não por um
estabelecimento legal, mas sim por pessoal do submundo), à base de clorofórmio
mais éter e utilizado só para fins de abuso. Mas já se sabe que quando estes
fabricantes não encontram uma daquelas duas substâncias eles misturam qualquer
outra coisa em substituição. Assim, em relação ao cheirinho da loló não se sabe bem
a sua composição, o que complica quando se tem casos de intoxicação aguda por
esta mistura.
Ainda, é importante chamar a atenção para o lança-perfume. Este nome
designa inicialmente aquele líquido que vem em tubos e que se usa em carnaval; é a
base de cloreto de etila ou cloretila e sendo proibido a sua fabricação no Brasil ela só
aparece nas ocasiões de carnaval, contrabandeada de outros países sul-americanos.
Mas cada vez mais o nome lança-perfume está também sendo utilizado para designar
o cheirinho da loló; por exemplo, os meninos de rua de várias capitais brasileiras já
usam estes dois nomes - cheirinho e lança - para designar a mistura de clorofórmio e
éter.
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8.1 Efeitos no cérebro
Fonte: revistagalileu.globo.com
O vício nas drogas é uma doença crônica e recorrente que se caracteriza pela
procura e o consumo compulsivo dessas substâncias, apesar do conhecimento de
suas consequências nocivas. Considera-se uma doença mental porque as drogas
modificam a estrutura e o funcionamento do cérebro, condicionando e limitando
seriamente a vida do doente.
O vício muda o cérebro de maneira fundamental, já que interrompe a hierarquia
normal das necessidades e os desejos e os substitui por novas prioridades
relacionadas à obtenção e ao consumo de drogas.
Cada droga de abuso tem o seu mecanismo de ação particular, mas todas elas
atuam, direta ou indiretamente, ativando uma mesma região do cérebro: o sistema de
recompensa cerebral. Esse sistema é formado por circuitos neuronais responsáveis
pelas ações reforçadas positiva e negativamente. Quando nos deparamos com um
estímulo prazeroso, nosso cérebro lança um sinal: o aumento de dopamina,
importante neurotransmissor do sistema nervoso central (SNC), no núcleo
accumbens, região central do sistema de recompensa e importante para os efeitos
das drogas de abuso.
O início dos efeitos, após a aspiração é bastante rápido, vai de segundos a
minutos no máximo em 15-40 minutos já desaparecem; assim o usuário repete as
aspirações várias vezes para que as sensações durem mais tempo.
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Os efeitos dos solventes vão desde uma estimulação inicial seguindo-se uma
depressão, podendo também aparecer processos alucinatórios. Vários autores dizem
que os efeitos dos solventes (qualquer que seja ele) lembram aqueles do álcool sendo,
entretanto, que este último não produz alucinações, fato bem descrito para os
solventes. Dentre esses efeitos dos solventes o mais predominante é a depressão.
Entretanto os principais efeitos dos solventes são caracterizados por uma
depressão do cérebro.
De acordo com o aparecimento dos efeitos após inalação de solventes, eles
foram divididos em quatro fases:
Primeira fase: é a chamada fase de excitação e é a desejada, pois a pessoa
fica eufórica, aparentemente excitada, ocorrendo tonturas e perturbações auditivas e
visuais. Mas pode também aparecer náuseas, espirros, tosse, muita salivação e as
faces podem ficar avermelhadas.
Segunda fase: a depressão do cérebro começa a predominar, com a pessoa
ficando em confusão, desorientada, voz meio pastosa, visão embaçada, perda do
autocontrole, dor de cabeça, palidez; a pessoa começa a ver ou ouvir coisas.
Terceira fase: a depressão se aprofunda com redução acentuada do alerta,
ausência de coordenação ocular (a pessoa não consegue mais fixar os olhos nos
objetos), falta de coordenação motora com marcha vacilante, a fala enrolada, reflexos
deprimidos; já pode ocorrer evidentes processos alucinatórios.
Quarta fase: depressão tardia, que pode chegar à inconsciência, queda da
pressão, sonhos estranhos, podendo ainda a pessoa apresentar surtos de convulsões
(“ataques”). Esta fase ocorre com frequência entre aqueles usuários que usam saco
plástico e após um certo tempo já não conseguem afastá-lo do nariz e assim a
intoxicação torna-se muito perigosa, podendo mesmo levar ao coma e morte.
Problemas musculares, hepáticos, renais e relacionados à medula óssea e
nervos também podem ocorrer devido à intoxicação. Vale ressaltar, também, que tais
substâncias deixam o coração mais sensível à ação da adrenalina: uma das
responsáveis pelo aumento dos batimentos cardíacos em situações de sobrecarga,
como impactos emocionais, ou um grande esforço físico. Assim, em situações tais
como estas, o usuário pode sofrer problemas cardíacos agudos.
Entretanto, sabe-se que a aspiração repetida, crônica, dos solventes pode levar
a destruição de neurônios (as células cerebrais) causando lesões irreversíveis do
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cérebro. Além disso pessoas que usam solventes cronicamente apresentam-se
apáticas, têm dificuldade de concentração e déficit de memória.
Assim, as drogas de abuso, além de agirem sobre muitas estruturas do sistema
nervoso central, agem também sobre o sistema mesolímbico e o sistema
mesocortical, que juntos constituem o sistema de recompensa cerebral, sendo essa
relação de fundamental importância.
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Por exemplo, verificou-se em outros países que em fábricas de sapatos ou
oficinas de pintura os operários, com o tempo, acabavam por apresentar doenças
renais e hepáticas. Tanto que naqueles países há uma rigorosa legislação sobre as
condições de ventilação dessas fábricas; o Brasil também tem leis a respeito.
Em alguns casos, principalmente quando existe no solvente uma impureza, o
benzeno, mesmo em pequenas quantidades, pode haver diminuição de produção de
glóbulos brancos e vermelhos pelo organismo.
Um dos solventes bastante usados nas nossas colas é o n-hexano.
Essa substância é muito tóxica para os nervos periféricos, produzindo
degeneração progressiva, a ponto de causar transtornos no marchar (as pessoas
acabam andando com dificuldade, o chamado “andar de pato”), podendo até chegar
à paralisia. Há casos de usuários crônicos que, após alguns anos, só podiam se
locomover em cadeira de rodas.
Fonte: www.dentcare.odo.br
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Neste contexto, os medicamentos psicotrópicos ganham um lugar
preponderante e em especial os BZDs, estão entre os mais prescritos no mundo,
inclusive no Brasil.
Para se ter ideia atualmente há mais de 100 remédios no nosso país à base
destes benzodiazepínicos. Estes têm nomes químicos que terminam geralmente pelo
sufixo pam. Sendo assim, é relativamente fácil a pessoa, quando toma um remédio
para acalmar-se, saber o que realmente está tomando tendo na fórmula uma palavra
terminando em pam, é um benzodiazepínico.
Exemplos: diazepam, bromazepam, clobazam, clorazepam, estazolam,
flurazepam, flunitrazepam, lorazepam, nitrazepam, etc.
A única exceção é a substância chamada clordizepóxido que também é um
benzodiazepínico. Por outro lado, estas substâncias são comercializadas pelos
laboratórios farmacêuticos com diferentes nomes “fantasia”, existindo assim dezenas
de remédios com nomes diferentes.
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chegando a produzir atrofia cerebral e Alzheimer, O uso dos BZDs podem dar também
osteoporose e, como consequência, acidentes por quedas com fraturas espontâneas.
É importante notar que estes efeitos dos ansiolíticos benzodiazepínicos são
grandemente alimentados pelo álcool, e a mistura álcool + estas drogas pode levar
uma pessoa ao estado de coma. Além desses efeitos principais os ansiolíticos
dificultam os processos de aprendizagem e memória, o que é, evidentemente,
bastante prejudicial para as pessoas que habitualmente utilizam-se destas drogas.
Finalmente, é importante ainda lembrar que estas drogas também prejudicam
em parte nossas funções psicomotoras, prejudicando atividades como dirigir
automóveis, aumentando a probabilidade de acidentes.
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Outro aspecto importante quanto aos efeitos tóxicos refere-se ao uso por
mulheres grávidas. Suspeita-se que estas drogas tenham um poder teratogênico
razoável, isto é, que possam produzir lesões ou defeitos físicos na criança por nascer.
Assim, antes de iniciar a prescrição destes remédios para aliviar os sintomas
de ansiedade e insônia, recomenda-se procurar outras alternativas terapêuticas, as
quais estão disponíveis em algumas Estratégia Saúde da Família (ESF) do Brasil.
Estima-se que seu consumo dobra a cada cinco anos e seu uso excessivo está
relacionado com o período turbulento que caracteriza as últimas décadas da
humanidade. A diminuição progressiva da resistência das pessoas para tolerar o
estresse, a introdução profusa de novas drogas, a pressão crescente de propagandas
por parte da indústria farmacêutica e os hábitos de prescrição inadequada por parte
dos médicos podem ter contribuído ao aumento da procura deles.
Os benzodiazepínicos quando usados por alguns meses seguidos podem levar
as pessoas a um estado de dependência. Como consequência, sem a droga o
dependente passa a sentir muita irritabilidade, insônia excessiva, sudoração, dor pelo
corpo todo podendo, nos casos extremos, apresentar convulsões. Se a dose tomada
já é grande desde o início a dependência ocorre mais rapidamente ainda. Há também
desenvolvimento de tolerância, embora esta não seja muito acentuada, isto é, a
pessoa acostumada à droga não precisa aumentar a dose para obter o efeito inicial.
Conforme já foi dito existem muitas dezenas de remédios no Brasil à base dos
ansiolíticos benzodiazepínicos. Até recentemente era comum os médicos chamados
de obesologistas (que tratam a obesidade) colocarem nas receitas estes
benzodiazepínicos para tirar o nervoso produzido pelas drogas que tiram o apetite.
Atualmente, a legislação não permite essa mistura.
Além disso, há um verdadeiro abuso por parte dos laboratórios nas indicações
destes medicamentos para todos os tipos de ansiedades, mesmo aquelas que são
normais, isto é, causadas pelas tensões da vida cotidiana.
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Não é, portanto, surpreendente que, em um levantamento sobre o uso não
médico de drogas psicotrópicas por estudantes em dez capitais brasileiras, em 1997,
os ansiolíticos estivessem em terceiro lugar na preferência geral, sendo esse uso
muito mais intenso nas meninas do que nos meninos.
O medicamento, incluído também no contexto médico-industrial, influi na
percepção da saúde e da doença e passa a ser visto como uma solução adequada,
“mágica “para os problemas no dia a dia. Nessa perspectiva, é assumido o conceito
de bem de consumo, em detrimento ao de bem social e o medicamento não se
apresenta apenas como uma substancia química isolada, mas bem acompanhada por
uma grande publicidade, informação, brindes, estudos entre outras coisas que
interferem na forma de pensar.
Os benzodiazepínicos são controlados pelo Ministério da Saúde, isto é, a
farmácia só pode vendê-los mediante receita especial do médico, que fica retida para
posterior controle, o que nem sempre acontece.
10 CALMANTES E SEDATIVOS
Fonte: www.farmaceuticas.com.br
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Quando um sedativo é capaz de diminuir a dor ele recebe o nome de
analgésico. Já quando o sedativo é capaz de afastar a insônia, produzindo o sono, ele
é chamado de hipnótico ou sonífero. E quando um calmante tem o poder de atuar
mais sobre estados exagerados de ansiedade, ele é denominado de ansiolítico.
Finalmente, existem algumas destas drogas que são capazes de acalmar o cérebro
hiperexcitados dos epilépticos. São as drogas antiepilépticas, capazes de prevenir as
convulsões destes doentes.
Neste tópico será abordado um grupo de drogas - tipo sedativos-hipnóticos -
que são chamados de barbitúricos. Alguns deles também são úteis como
antiepilépticos.
Os barbitúricos pertencem à família de fármacos derivados do ácido barbitúrico
(combinação de ureia e ácido malônico) responsáveis pela depressão do sistema
nervoso central (SNC).
Estas drogas foram descobertas no começo do século XX e diz a história que
o químico europeu que fez a síntese de uma delas pela primeira vez - grande
descoberta - foi fazer a comemoração em um bar. E lá, encantou-se com a garçonete,
linda moça que se chamava Bárbara. Num acesso de entusiasmo, o nosso cientista
resolveu dar ao composto recém-descoberto o nome de barbitúrico.
Os barbitúricos se dissolvem facilmente na gordura do organismo, assim, estão
preparados para ultrapassar a barreira hematoencefálica e alcançar o cérebro.
O consumo prolongado de barbitúricos causa tolerância e grande dependência
física, assim sendo, a retirada destes medicamentos deve ser feita de maneira
gradual. A diferença entre a dose terapêutica e a tóxica é muito pequena, e a
intoxicação por estas substâncias constitui um problema clínico grave, visto que em
alguns casos a pessoa pode morrer.
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laboratórios farmacêuticos a modificarem as fórmulas destes medicamentos, retirando
os barbitúricos das mesmas.
Hoje em dia existem apenas alguns produtos, usados como sedativos-
hipnóticos, que ainda apresentam o barbitúrico butabarbital. Por outro lado, o
fenobarbital é bastante usado no Brasil (e no mundo) pois é um ótimo remédio para
os epilépticos. Finalmente, um outro barbitúrico, o tiopental é usado por via
endovenosa, exclusivamente por anestesistas, para provocar a anestesia em
cirurgias.
A lei brasileira exige que todos os medicamentos que contenham barbitúricos
em suas fórmulas só sejam vendidos nas farmácias com a receita do médico, para
posterior controle pelas autoridades sanitárias.
Fonte: www.redaccionmedica.com
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Pelo próprio segundo nome da planta somniferum, de sono, e do nome morfina,
de sonho, já dá para fazer uma ideia da ação do ópio e da morfina no homem: são
depressores do sistema nervoso central, isto é, fazem nosso cérebro funcionar mais
devagar. Mas o ópio ainda contém mais substâncias sendo que a codeína é também
bastante conhecida. Ainda, é possível obter-se outra substância, a heroína, ao se
fazer pequena modificação química na fórmula da morfina. A heroína é então uma
substância semissintética (ou seminatural).
Atualmente, o ópio é ilegal e considerado uma das substâncias mais viciantes
que existem, no entanto possui propriedades anestésicas, e por milhares de anos foi
utilizado como sedativo e tranquilizante, e também ministrado como remédio para
diarreia, gota, diabetes, disenteria, tétano, insanidade e ninfomania.
Estas substâncias todas são chamadas de drogas opiáceas ou simplesmente
opiáceos, ou seja, oriundas do ópio; podem ser:
Opiáceos naturais quando não sofrem nenhuma modificação (morfina,
codeína) ou, Opiáceos semissintéticos quando são resultantes de modificações
parciais das substâncias naturais (como é o caso da heroína).
Mas o ser humano foi capaz de imitar a natureza fabricando em laboratórios
várias substâncias com ação semelhante à dos opiáceos: a meridiana, o propoxifeno,
a metadona são alguns exemplos. Estas substâncias totalmente sintéticas são
chamadas de opióides (isto é, semelhantes aos opiáceos). Estas substâncias todas
são colocadas em comprimidos ou ampolas, tornando-se então medicamentos.
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morfina e a heroína; outras, por sua vez, necessitam doses 5 a 10 vezes maiores para
produzir os mesmos efeitos como a codeína e a meperidina.
Algumas drogas podem ter também uma ação mais específica, por exemplo,
de deprimir os acessos de tosse. É por esta razão que a codeína é tão usada como
antitussígeno, ou seja, é muito boa para diminuir a tosse. Outras têm a característica
de levarem a uma dependência mais facilmente que as outras; daí serem muito
perigosas como é o caso da heroína.
Além de deprimir os centros da dor, da tosse e da vigília (o que causa sono)
todas estas drogas em doses um pouco maior que as terapêuticas acabam também
por deprimir outras regiões do nosso cérebro como, por exemplo, os que controlam a
respiração, os batimentos do coração e a pressão do sangue.
Via de regra as pessoas que usam estas substâncias sem indicação médica,
ou seja, abusam das mesmas, procuram efeitos característicos de uma depressão
geral do nosso cérebro: um estado de torpor, como que isolamento das realidades do
mundo, uma calmaria onde realidade e fantasia se misturam, sonhar acordado, um
estado sem sofrimento, o afeto meio embotado e sem paixões. Enfim, um fugir das
sensações que são a essência mesma do viver: sofrimento e prazer que se alternam
e se constituem em nossa vida psíquica plena.
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efeito que os opiáceos são utilizados para combater as diarreias, ou seja, são usados
terapeuticamente como antidiarreicos.
Algumas dessas drogas tem efeito farmacológico, quando administradas
corretamente, e sob prescrição médica, como é o caso da codeína, muito eficiente
como antitussígeno (contra a tosse). No caso de uso de substâncias ilícitas ou sem
indicação médica flagra-se o que se chama de abuso, onde o indivíduo estará sujeito
a ações indiscriminadas e imprevisíveis da droga.
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sentir os seus efeitos ele precisa tomar cada vez doses maiores, se enredando cada
vez mais em dificuldades, pois para adquiri-la é preciso cada vez mais dinheiro.
Para se ter uma ideia de como os médicos temem os efeitos tóxicos destas
drogas basta dizer que eles relutam muito em receitar a morfina (e outros narcóticos)
para cancerosos, que geralmente têm dores extremamente fortes. E assim milhares
de doentes de câncer padecem de um sofrimento muito cruel, pois a única substância
capaz de aliviar a dor, a morfina ou outro narcótico, tem também estes efeitos
indesejáveis. Nos dias de hoje a própria Organização Mundial da Saúde tem
aconselhado os médicos de todo o mundo que nestes casos, o uso contínuo de
morfina é plenamente justificado.
Felizmente, são pouquíssimos os casos de dependência com estas drogas no
Brasil, principalmente quando comparado com os problemas de outros países.
Entretanto, nada garante que esta situação não poderá modificar-se no futuro.
Fonte: www.medclick.com.br
Os remédios são vitais para todo ser humano, pois são eles que ajudam na
cura de uma doença ou, em grande parte dos casos, cura sozinho diferentes
enfermidades. O xarope é um dos tipos de remédios mais usados principalmente
pelas as crianças, por que a maioria deles tem um gosto doce isso se deve a grande
quantidade de açúcar que contém esses medicamentos. A tosse é um mecanismo de
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proteção das vias aéreas e também o sintoma respiratório mais comum em crianças
e adultos. Pode decorrer de inúmeras causas infecciosas e não infecciosas, ser
caracterizada como seca ou produtiva, e classificada, de acordo com a duração, em
aguda (menos de 3 semanas), subaguda (3-8 semanas) ou crônica (mais de 8
semanas).
Os medicamentos são apresentados ao público com uma determinada forma.
Para se chegar a esse formato, a essa forma final, designada habitualmente, por forma
farmacêutica há um longo processo de investigação e um rigoroso processo de
produção. Essa forma final é designada por forma farmacêutica.
Toda a substância ou associação de substâncias apresentada como possuindo
propriedades curativas ou preventivas de doenças em seres humanos ou dos seus
sintomas ou que possa ser utilizada ou administrada no ser humano com vista a
estabelecer um diagnóstico médico ou, exercendo uma ação farmacológica,
imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas.
Muitos fatores afetam a estabilidade de um produto farmacêutico, incluindo a
estabilidade dos ingredientes ativos, a interação potencial entre ingredientes ativos e
inativos, o processo de fabricação, a forma farmacêutica, o recipiente de sistema
fechado, as condições do ambiente encontradas durante transporte, armazenamento,
manipulação, e o período de tempo entre fabricação e uso
A palavra xarope vem do árabe de charab que significa bebida. Pode ser
proveniente do francês sirop ou do italiano sciroppo que por sua vez têm origem no
latim sirupus ou syrupus.
Os xaropes são formas farmacêuticas muito antigas e tradicionalmente
estavam ligados a esta forma farmacêutica outras formas farmacêuticas como os
melitos, os oximelitos e os loochs ou lambedores.
Os xaropes são formulações farmacêuticas que contêm grande quantidade de
açúcares, fazendo com que o líquido fique viscoso, meio grosso. Neste veículo ou
líquido coloca-se então a substância medicamentosa que vai trazer o efeito benéfico
desejado pelo médico que a receitou. Assim, existem xaropes para tosse onde o
medicamento ativo é geralmente a codeína ou o zipeprol.
Mas também existem outras maneiras de preparar tais remédios. Ao invés de
colocá-los num xarope, faz-se uma solução aquosa, às vezes com um pouco de
álcool, tendo-se assim as chamadas gotas para tosse. A substância ativa contida nas
gotas é também geralmente a codeína ou o zipeprol. Estas duas substâncias, codeína
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e zipeprol, estão entre os remédios mais ativos para combater a tosse: são por isto
chamadas de antitussígenas ou béquicas.
O xarope de codeína é usado para tratar a tosse tendo quase sempre resultado
positivo nas pessoas que usam esse medicamento, esse xarope só pode ser usado
com receita médica, pois da mesma forma que ele é eficaz ele também é muito forte.
Muitas pessoas tomam xarope que tem em sua formulação a codeína sem indicação
médica, isso é muito perigoso, por que mesmo que a tosse seja curada, ele pode
alterar alguma parte do corpo.
Lembremos que a codeína conforme já explicado é uma substância que vem
do ópio; trata-se, desta maneira, de um opiáceos natural.
O zipeprol é uma substância sintética, isto é, fabricado em laboratório. Devido
a sua grande toxicidade, o zipeprol foi recentemente banido no Brasil; isto é, está
proibido fabricar ou vender remédios à base desta substância no território nacional.
13 EFEITOS NO CÉREBRO
O cérebro humano possui uma certa área - a chamada Centro da Tosse - que
comanda os nossos acessos de tosse. Isto é, toda vez que ele é estimulado há a
emissão de uma “ordem” para que a pessoa venha tossir.
A codeína e o zipeprol são drogas capazes de inibir e bloquear o centro da
tosse, no cérebro. Assim, mesmo que haja um estímulo para retirá-lo, o centro não
reage, estando bloqueado pela droga. Também agem em mais regiões do cérebro,
inibindo outros centros que comandam as funções de nossos órgãos. Com a codeína,
a pessoa sente menos dor (é analgésico), e pode ficar sonolenta. A pressão do
sangue, o número de batimentos do coração e a respiração podem ficar diminuídos.
O zipeprol pode atuar no cérebro, fazendo a pessoa sentir-se aérea, flutuando,
sonolenta, vendo ou sentindo coisas diferentes. Com frequência, leva também a
acessos de convulsão. A codeína, quando tomada em doses maiores do que a
terapêutica produz uma acentuada depressão das funções cerebrais. Como
consequência, a pessoa fica apática, a pressão do sangue cai muito, o coração
funciona com grande lentidão e a respiração torna-se muito fraca. A pele fica fria, pois
a temperatura do corpo diminui, e meio azulada, por respiração insuficiente. A pessoa
pode ficar em estado de coma, inconsciente, e se não for tratada, pode morrer.
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A codeína leva rapidamente o organismo a um estado de tolerância. Assim, não
é incomum saber-se de casos de pessoas que tomam vários vidros de xaropes ou de
gotas para continuar sentindo os mesmos efeitos. E, se deixam de tomar a droga, já
estando dependentes, aparecem os sintomas da chamada síndrome de abstinência.
Calafrios, cãibras, cólicas, nariz escorrendo, lacrimejamento, inquietação,
irritabilidade e insônia são os sintomas mais comuns da abstinência.
14 SITUAÇÃO NO BRASIL
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Os remédios à base de zipeprol foram banidos, isto é, não existe mais para a
venda. Isto ocorreu pelo fato de que houve várias mortes de jovens que abusaram
destas substâncias, principalmente crianças de rua.
Dessa forma, podemos perceber uma variação das mesmas devido às
substâncias que o xarope pode causar no corpo. Ao ingerirmos determinada
substância o nosso metabolismo interrompe a produção da mesma, já que a
quantidade existente no corpo é suficiente. Com o tempo, caso a substância continue
sendo ingerida, o corpo para de produzi-la, e caso ela deixe de ser introduzida no
sistema metabólico, o corpo não voltará imediatamente a produzi-la. É nesse intervalo
de tempo que acontecem as crises de abstinência, tão comuns para quem está
deixando de consumir determinada droga.
15 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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casos de contato e, por conseguinte dependência, o indivíduo pode optar para mudar
esse quadro indo buscar ajuda em órgãos que oferecem um atendimento de resgate
de vidas. O processo de tratamento em qualquer cenário envolve intervenção,
otimização do funcionamento físico e psicológico, aumento da motivação, amparo da
família e uso das primeiras semanas de tratamento como período de ajuda intensiva.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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COSTA, M. C., O.; et al. Experimentação e uso regular de bebidas alcoólicas,
cigarros e outras substâncias psicoativas/SPA na adolescência. Ciência & Saúde
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SOUZA, L. G. S. O alcoolismo, suas causas e tratamento nas representações
sociais de profissionais de Saúde da Família. Espírito Santo, 2015.
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