Você está na página 1de 78

Instituto Superior Politécnico de Songo

Divisão de Engenharia

CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA HIDRÁULICA

Relatório de Estágio Profissional

ANÁLISE DE PERDAS DE CARGA AO LONGO DA LINHA ADUTORA NO SISTEMA


DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA VILA DE SONGO

Autor: Supervisor:

Rui das Bênçãos e Mawanda José Eng.° Cremildo Tinga


Francisco

Co-Supervisor:

Eng.° Faria Joaquim Luís

Songo, Setembro de 2021


Instituto Superior Politécnico de Songo

Divisão de Engenharia

CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA HIDRÁULICA

Relatório de Estágio Profissional

ANÁLISE DE PERDAS DE CARGA AO LONGO DA LINHA ADUTORA NO SISTEMA


DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA VILA DE SONGO

Autor Supervisor

Rui das Bênçãos e Mawanda José Eng.° Cremildo Tinga


Francisco

Co-supervisor

Eng.° Faria Joaquim Luís

Songo, Setembro de 2021


Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco

ANÁLISE DE PERDAS DE CARGAS AO LONGO DA LINHA ADUTORA NO


SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA VILA DE SONGO

Trabalho submetido ao Instituto Superior


Politécnico de Songo para aprovação pelos
membros de júri, como requisito parcial para a
aquisição do grau de Licenciatura em Engenharia
Hidráulica.

Membros de Júri:

O supervisor:

________________________________________

Co-supervisor:

_________________________________________

O examinador:

_________________________________________

O presidente da mesa de Júri:

__________________________________________

Songo, Setembro de 2021


Instituto Superior Politécnico de Songo

DIVISÃO DE ENGENHARIA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA HIDRÁULICA

TERMO DE ENTREGA DO RELATÓRIO DO ESTÁGIO PROFISSIONAL

Declaro que o estudante Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco entregou no
dia___/09/2021 as cópias do relatório do seu estágio profissional com referência
Máquinas e Órgãos Hidráulicos intitulado: Análise de Perdas de Carga ao Longo da
Linha Adutora no Sistema de Abastecimento de Água da Vila de Songo.

Songo, _____ de Setembro de 2021

O Chefe da Secretaria

______________________________________________
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
IANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

DEDICATÓRIA

Á minha família, especialmente aos meus pais, pelo exemplo de carácter e por tudo
aquilo que me proporcionaram.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco i


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
IANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

AGRADECIMENTO

Á Deus todo-poderoso pelo dom da vida e saúde, agradeço por me permitir chegar a
este patamar, muitos foram os obstáculos enfrentados, mas Ele sempre me manteve
firme e determinante. Agradeço também por pôr e manter na minha vida pessoas
especiais que sem elas dificilmente chegaria a este ponto.

Aos meus pais José Francisco e Maria do Céu A. Torres Francisco por sempre
acreditarem no meu potencial e pelo apoio e carinho incondicional. As minhas irmãs,
Epifânia José Francisco Chicava, Maria Domingas José Francisco Chongo e Carmelina
José Francisco Chicote, pelo suporte, apoio e confiança.

Á minha namorada Judith I. A. Coimbra pelo suporte e companhia nos momentos bons
e maus da minha caminhada, por estar sempre disposta a apoiar-me e transmitir-me
confiança nos momentos de angústia.

Igualmente agradeço, aos trabalhadores da Jiangsu Suzhong Constructions Group Co.,


Ltd, em especial ao Eng.º Cremildo Tinga, pela preciosa informação disponibilizada e
pelas críticas construtivas que contribuíram para o desenvolvimento do trabalho.

Aos docentes no Instituto Superior Politécnico de Songo, especialmente ao Eng.º Faria


Joaquim, pelos vastos conhecimentos transmitidos.

Os meus sinceros agradecimentos abrangem também a todos amigos e familiares que


sempre me apoiaram e acreditaram no meu potencial contribuindo directa ou
indirectamente para o sucesso do meu percurso.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco ii


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
IANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

EPÍGRAFE

“Mais fácil me foi encontrar as leis com


que se movem os corpos celestes,
que estão a milhões de quilómetros,
do que definir as leis do movimento da
água, que escoa frente aos meus
olhos.”

Galileu Galilei
(1564 – 1642)

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco iii


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
IANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

RESUMO

O presente relatório é intitulado Análise de Perdas de Carga ao longo da Linha Adutora


no Sistema de Abastecimento de Água da vila de Songo, o qual consiste em examinar o
sistema de distribuição de água da vila de Songo, especificamente ao longo da linha de
adução, no que concerne ao consumo de energia eléctrica através dos grupos
electrobombas devido aos inconvenientes que surgem pelo aumento de perdas de carga.
Inconvenientes esses ligados ao envelhecimento de condutas ocasionadas pela
qualidade de água aduzida que, por sua vez, aumentam a rugosidade nas canalizações
e, consequentemente, aumentam a energia dissipada por fricção.

O presente relatório foi elaborado tendo em consideração ao método de científico


dedutivo, ou seja, fez-se análises do problema partindo do geral para o particular, através
de uma cadeia de raciocínio decrescente. Considerou-se também o método de
abordagem quantitativo, fazendo o uso de recursos e técnicas de estatística, procurando
traduzir em números os conhecimentos gerados pelo pesquisador. Para além dos
métodos anteriormente mencionados, fez-se o uso do método de procedimentos
técnicos, o comparativo.

A quantificação das perdas, utilizou-se a fórmula universal (Darcy-Weisbach), que é


analisada fenomenológica e matematicamente no decorrer do relatório. E com base nas
análises comparativa e económico-financeira, verificou-se que as rugosidades das
condutas evoluíram com o tempo (de 1975 a 2020), mas, essa evolução não se dá duma
forma brusca, por consequência, acarretam custos de consumo de energia eléctrica
ligeiros, porém, significativos. E para a redução das rugosidades nas paredes internas
das condutas e, consequentemente, a redução dos custos gerados pelo consumo de
energia eléctrica através dos grupos electrobombas será necessária a realização de
limpezas periódicas das condutas por meio de válvulas de descargas de fundo.

Palavras-chave: Perda de carga, sistema de abastecimento de água, qualidade de


água, envelhecimento de condutas.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco iv


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
IANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

ABSTRACT

The present report is entitled Analysis of Load Losses along the Pipeline in the Songo
Village Water Supply System, which consists of examining the Songo Village water
distribution system, specifically along the pipeline, it is not concerned with the
consumption of electrical energy through the pump sets due to the inconveniences that
arise from the increase in pressure drop. The inconveniences related to the aging of
pipelines caused by the quality of water supplied, which, in turn, increase the roughness
in the pipes and, consequently, increase the energy dissipated by friction.
The present was elaborated taking into account the deductive scientific method, that is,
the problem was analyzed from the general to the particular, through a chain of
decreasing reasoning. Also consider the method of quantitative approach, making use of
statistical resources and techniques, seeking to translate the knowledge generated by
the researcher into numbers. In addition to the previously known methods, use was made
of the method of technical procedures, the comparative.
The quantification of losses uses a universal formula (Darcy-Weisbach), which is
phenomenologically and mathematically analyzed throughout the report. And based on
comparative and economic-financial analyses, it was found that the roughness of the
conducts evolved over time (from 1975 to 2020), but this evolution does not occur
abruptly, as a consequence, they entail cost of electricity consumption light, however,
existing. And to reduce the roughness of the internal walls of the conduits and,
consequently, reduce the costs generated by the consumption of electrical energy
through the pump sets, it will be necessary to carry out periodic cleaning of the conduits
by means of bottom discharge valves

Keywords: Head loss, water supply system, water quality, aging of pipes.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco v


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
IANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

ÍNDICE DO TEXTO

DEDICATÓRIA ................................................................................................................. I

AGRADECIMENTO ......................................................................................................... II

EPÍGRAFE ..................................................................................................................... III

RESUMO ....................................................................................................................... IV

ABSTRACT .................................................................................................................... V

LISTA DE NOMENCLATURA E ACRÓNIMOS ............................................................. IX

LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS .............................................................................. XII

LISTA DE QUADROS ................................................................................................. XIII

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1

1.1. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA E JUSTIFICATIVA ........................................................ 2


1.2. OBJECTIVO GERAL ................................................................................................ 3
1.2.1. Objectivos específicos ................................................................................. 3
1.3. METODOLOGIA DO TRABALHO................................................................................. 3
1.4. RESULTADOS ESPERADOS ..................................................................................... 4
1.5. ESTRUTURA DO DOCUMENTO ................................................................................. 4

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 5

2.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5


2.2. CAPTAÇÕES ......................................................................................................... 5
2.2.1. Tipos de captação........................................................................................ 5
2.2.2. Adução de água ........................................................................................... 7
2.3. PERDAS DE CARGA, CONCEITOS E NATUREZA .......................................................... 8
2.3.1. Classificação das Perdas de Carga ............................................................. 9
2.3.2. Influência do envelhecimento das condutas .............................................. 11
2.4. ÓRGÃOS DE MANOBRA E DE SEGURANÇA NAS ADUTORAS ....................................... 14
2.5. CUSTOS DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉCTRICA CAUSADOS PELO AUMENTO DE PERDAS
CARGAS ....................................................................................................................... 15

2.5.1. Medidas de redução de custo de energia eléctrica em estações elevatórias


de água (grupos electrobombas) ............................................................................ 15

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco Página vi


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
IANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ........................................................ 16

3.1. LOCALIZAÇÃO, SUPERFÍCIE E POPULAÇÃO ............................................................ 16


3.2. CLIMA E HIDROGRAFIA ........................................................................................ 17
3.3. GEOLOGIA .......................................................................................................... 17
3.4. SOLOS ............................................................................................................... 18
3.5. MEIO AMBIENTE .................................................................................................. 18
3.6. DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO ........................................................ 19
3.6.1. Contextualização .......................................................................................... 19
3.6.2. Descrição do sistema adutor ......................................................................... 21
3.6.2.1. Captação Superficial na Estação Elevatória de Água Bruta ................... 21
3.6.2.2. Estação elevatória T1 ............................................................................. 23
3.6.2.3. Estação Elevatória T2 ............................................................................. 24
3.6.2.4. Reservatórios Sul e Norte ....................................................................... 26
3.6.2.5. Condutas elevatórias e órgãos de manobra e segurança que compõem a
linha de adução ................................................................................................... 27
3.6.2.6. Qualidade da água transportada nas condutas ...................................... 31
3.6.2.7. Envelhecimento das condutas adutoras do sistema de abastecimento de
água da vila de Songo ......................................................................................... 33

4. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 35

4.1.1. Materiais .................................................................................................... 35


4.1.2. Métodos ..................................................................................................... 35

5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................. 36

5.1. DETERMINAÇÃO DE TAXA DE CRESCIMENTO DE ASPEREZAS NAS CONDUTAS ADUTORAS


......................................................................................................................... 37
5.2. DEFINIÇÃO DA RUGOSIDADE DAS CONDUTAS ADUTORAS ......................................... 37
5.3. ANÁLISE COMPARATIVA ECONÓMICO-FINANCEIRA DOS RESULTADOS ........................ 38
5.3.1. Introdução .................................................................................................. 38
5.3.2. Análise comparativa................................................................................... 38
5.3.3. Análise económico-financeira .................................................................... 41

6. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 43

6.1. RECOMENDAÇÃO ................................................................................................ 44

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco Página vii


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
IANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

7. REFERÊNCIAS BILBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 45

7.1. OUTRAS BIBLIOGRAFIAS ....................................................................................... 46

ANEXO 0: PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA COLHIDA NA ALBUFEIRA DA


HCB ......................................................................................................................... A0.47

ANEXO 1: EQUIPAMENTO DE CAMPO MULTIPARÂMETRO FLEXÍVEL............. A1.50

ANEXO 2: TRAÇADO DAS CONDUTAS ADUTORAS DO SISTEMA DE


ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA VILA DE SONGO .............................................. A2.51

ANEXO 3: TABELA DE QUANTIDADE DOS ÓRGÃOS HIDRÁULICOS EXISTENTES


AO LONGO DA LINHA DE ADUÇÃO, COEFICIENTES DE PERDAS SINGULARES E
NOTA DE CÁLCULO DA ANÁLISE DE PERDAS DE CARGAS ............................. A3.53

ANEXO 4: CARACTERÍSTICAS DOS GRUPOS ELECTROBOMBAS ................... A4.58

ANEXO 5: LOCAL DE ESTÁGIO E ACTIVIDADES REALIZADAS PELO ESTUDANTE


DURANTE O ESTÁGIO .......................................................................................... A5.59

ANEXO 6: GLOSSÁRIO .......................................................................................... A6.61

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco Página viii


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
IANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

LISTA DE NOMENCLATURA E ACRÓNIMOS

Nomenclaturas

Hg Altura geométrica de elevação (m);

nba Número médio de horas de funcionamento por ano;

Qe Caudal elevado (m3/s);

∆h Perda de carga (m);

D Diâmetro de condutas (mm);

g Aceleração (m/s2);

k Altura das rugosidades nas condutas após t anos

(mm);

K Coeficiente de perda de carga para órgãos e peças


hidráulicas;

E Energia eléctrica consumida (kWh);

𝛾 Peso específico da água (kN/m3);

NTU Unidade Nefelométrica de Turbidez;

Preço médio do kWh;

∆t Duração do período de funcionamento do grupo (h);

Q Caudal (m3/s);

v Velocidade média de escoamento (m/s);

η Rendimento global dos grupos motor-bomba;

Re Número de Reynolds;

ϑ Viscosidade cinemática da água (m2/s)

C Coeficiente que depende das características da

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco Página ix


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
IANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

conduta e do escoamento;
f Coeficiente de resistência;

T Temperatura da água (°C);

k0 Altura das rugosidades nas condutas novas (mm);

t Tempo, em ano;

∝ Taxa de crescimento das asperezas (mm/ano);

Cenegia anual Custos de energia anual;

CO2 Gás carbónico/dióxido de carbono;

pH Potencial hidrogeniónico;

++
Ca Teor cálcio expresso em p. p. m. de Ca ;

Alc Alcalinidade total expressa em p. p. m. de CaCO3 ;

KTR Coeficiente variável com a temperatura e o resíduo


seco;

TSD Total de sólidos dissolvidos em (mg/l);

CaCO3 Carbonato de cálcio;

𝐼𝑖 Índice de saturação parcial de Langelier;

𝑛 Número de dados considerados para análise.

Acrónimos

AB Água Bruta;

CZ Câmara de Zanco;

EEAB Estação Elevatória de Água Bruta;

EET1 Estação Elevatória T1;

EET2 Estação Elevatória T2;

EP Estágio Profissional;

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco Página x


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
IANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

ETA Estação de Tratamento de Água;

FF Ferro Fundido;

FFd Ferro Fundido Dúctil;

HCB Hidroeléctrica de Cahora Bassa;

RAC Reservatório de Ar Comprimido;

REP Relatório de Estágio Profissional;

SAA Sistema de Abastecimento de Água;

SBA Sistema de Bombeamento de Água.

T1, T2 Tanque 1, Tanque 2.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco Página xi


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
IANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS

Figura 1: Captação por torre............................................................................................ 6


Figura 2: Localização das adutoras em sistemas de abastecimento de água ................. 7
Figura 3: Conceito de perda de carga. ............................................................................ 8
Figura 4: Alteração na superfície interna do tubo. (1) tubo novo; (2) formação de camadas
aderentes (incrustações); (3) fenómeno de corrosão (reentrância); (4) surgimento de
tubérculos (protuberância). ..................................................................................... 11
Figura 5: Mapa do Distrito de Cahora Bassa ................................................................. 16
Figura 6: Captação por torre do SAA da HCB ............................................................... 21
Figura 7: a) Posicionamento de grupos verticais submersíveis de captação de água Bruta
do SBAA-HCB. b) Reservatório de Ar Comprimido ................................................ 22
Figura 8: a) Posicionamento de grupos de elevação horizontal da Estação Elevatória T1
do SBA-HCB. b) Automação do circuito adutor para a regularização dos caudais
aduzidos e interrupções do abastecimento programadas. ...................................... 23
Figura 9: (a) Automação do circuito adutor para a regularização dos caudais aduzidos;
(b) Posicionamento de grupos de elevação horizontal da EET1 do SBA-HCB. (c)
RAC. ....................................................................................................................... 25
Figura 10: a) Automação do circuito adutor para o controle dos níveis de água nos
reservatórios; b) Posicionamento dos depósitos norte do SSA .............................. 26
Figura 11: Condutas elevatórias .................................................................................... 27
Figura 12: Órgão de proteção da conduta adutora contra esforços interiores e exteriores
................................................................................................................................ 28
Figura 13: Curvas com junta standard (a) e mecânica (b) ............................................. 28
Figura 14: Válvula de retenção na conduta transportadora de água para o reservatório
sul ........................................................................................................................... 29
Figura 15: Ventosas simples ......................................................................................... 29
Figura 16: Descarregadores de fundo ........................................................................... 30
Figura 17: Caudalímetros electromagnético acoplados na conduta adutora em ferro
fundido .................................................................................................................... 30
Figura 18: Válvula de seccionamento de cunha ............................................................ 31

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco xii


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
IANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Figura 19: Condutas obsoletas devido a corrosão interna e externas do troço EET1 -
EET2 do sistema de abastecimento da vila de Songo. (a) Incrustação da conduta;
(b) Incrustação e corrosão da conduta.................................................................... 34
Figura 20: Gráfico ilustrativo da relação entre a o factor de atrito e a rugosidade das
condutas adutoras ao longo dos anos .................................................................... 39
Figura 21: Gráfico referente a evolução das perdas de cargas em função do tempo ... 40
Figura 22: Aumento dos custos ocasionados pelos aumentos de perdas de carga ...... 42

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Classificação dos valores do índice de saturação de Langelier ................... 14


Quadro 2: Descrição dos grupos electrobombas submersíveis e o reservatório
hidropneumático na estação elevatória de água bruta (Cota 300).......................... 22
Quadro 3: Sistema de Reservatório de Ar Comprimido da EEAB ................................. 22
Quadro 4: Descrição dos grupos electrobombas horizontais na estação elevatória T1
(Cota 400) ............................................................................................................... 24
Quadro 5: Descrição do sistema de Reservatório de Ar Comprimido da EET1............. 24
Quadro 6: Descrição dos grupos electrobombas horizontais na estação elevatória T2
(Cota 600) ............................................................................................................... 25
Quadro 7: Descrição do sistema de Reservatório de Ar Comprimido da EET2............. 25
Quadro 8: Capacidade de elevação de cada estação elevatória................................... 26
Quadro 9: Variação do índice de Langelier ................................................................... 32
Quadro 10: Dados obtidos através da observação no Transmissor de 8 canais Liquiline
CM448 .................................................................................................................... 33
Quadro 11: Características do sistema de distribuição de água em estudo .................. 38
Quadro 12: Custos gerados pelo aumento das perdas de cargas nas condutas de ferro
fundido no circuito adutor do sistema de abastecimento de água da vila de Songo.
................................................................................................................................ 41

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco xiii


CAPÍTULO I: Introdução INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

1. INTRODUÇÃO

Quando se estabelece um escoamento no interior de uma conduta surgem fenómenos


que têm como consequência a ocorrência de perdas de energia para o escoamento,
estes fenómenos podem estar relacionados com as características da própria veia
líquida (viscosidade da água), ou com características do meio envolvente (rugosidade da
conduta, estado de degradação da conduta ou mesmo a qualidade da água transportada
aduzida pela conduta). (MARQUES & SOUSA, 2011)

Por outro lado, quanto mais tempo as condutas permanecerem submetidas a demais
transportes de água, dependendo dos padrões de qualidade da água transportada, estas
sofrem alterações (redução ou aumento da secção das paredes internas das condutas)
devido as partículas que se depositam ao longo da conduta ou mesmo a deterioração
das condutas devido a reações químicas, nas paredes das condutas, ocorrentes ao longo
da linha de canalização.

Entre vários factores que afectam as paredes internas das condutas, o pH e a dureza da
água têm uma influência importante. Outros factores que afectam as paredes internas
das condutas são: o potencial de oxidação do material, oxigênio dissolvido, gás
carbônico (CO2), alcalinidade, presença de substâncias inibidoras ou capazes de formar
películas, homogeneidade da superfície das condutas, temperatura e existência de
resíduos de sulfato de alumínio e cloro. No entanto, os parâmetros de natureza química
(aniões e catiões) são fundamentais para a classificação do grau de agressividade e
incrustação água transportada pelas condutas, ou seja, a grandeza que classifica esta
agressividade da água denomina-se Índice de Saturação de Langelier. O Índice de
Saturação de Langelier é de extrema importância, pois é uma ferramenta crucial na
gestão dos sistemas de abastecimento de água, podendo auxiliar na escolha dos
materiais e equipamentos utilizados nas obras.

No entanto, o material das condutas que compõem o circuito adutor é ferro fundido dúctil
que, sofrem modificações devido tanto, aos fenômenos de corrosão tanto aos de
incrustação, alterando a rugosidade nas paredes internas das condutas fazendo com
que o custo gerado através das máquinas hidráulicas de compõem as estações
elevatórias (electrobombas), consumam maior energia eléctrica do que previsto nos
primeiros anos de exploração do sistema de abastecimento de água.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 1


CAPÍTULO I: Introdução INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Pretende-se neste documento analisar o efeito das perdas de cargas hidráulicas, ao


longo do circuito adutor, no que concerne ao consumo de energia eléctrica no circuito
adutor do sistema de abastecimento de água da vila de songo por forma a melhorar a
capacidade de transporte das condutas adutoras e consequentemente, reduzir os custos
gerados pelo consumo de energia eléctrica através dos grupos electrobombas.

1.1. Formulação do Problema e Justificativa

A linha adutora do sistema de abastecimento de água potável da vila de Songo, é


composto por condutas de ferro fundido dúctil que, devido ao tempo de uso, sofrem
modificações internas causadas pela corrosão, incrustação ou tuberculização. Assim, a
sua capacidade de transporte é modificada, pois as perdas de carga tendem a aumentar
de forma significativa. Normalmente, se as condutas sofrerem tais modificações internas
que resultem em aumento da perda de carga, a pressão disponível na entrada das
electrobombas é reduzida e consequentemente as máquinas hidráulicas (grupos
electrobombas) consomem mais energia para compensar as perdas de carga.

Por sua vez, essas modificações internas nas condutas, devem-se pela qualidade da
água aduzida, através de reacções químicas ou deposição de partículas presentes na
água, modificando a secção da conduta transportadora da água e, consequentemente,
condicionando o tempo de enchimento dos reservatórios de distribuição de água. Para
evitar estes problemas, pode ser necessária a limpeza da conduta ou possível
substituição permitindo, dessa forma, um funcionamento do sistema conforme as
previsões do projecto.

Assim sendo, há necessidade de se quantificar as perdas de cargas hidráulicas em um


sistema de abastecimento de água. Visto que, com o conhecimento quantitativo
adequado dessas perdas pode-se melhorar serviços de distribuição de água. Outrossim,
quantificar as perdas de carga permite a tomada de decisão, na perspectiva de
solucionamento de inconvenientes ligados com envelhecimento de condutas
ocasionadas pela qualidade de água aduzida e o tempo de funcionamento do sistema,
reduzindo ou eliminando as rugosidades que surgem ao longo tempo, ou ainda a
completa substituição da conduta por uma em condições favoráveis, de modo a contribuir
para o melhoramento do funcionamento do sistema de abastecimento de água da vila
de Songo.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 2


CAPÍTULO I: Introdução INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

1.2. Objectivo geral

• Analisar o efeito das perdas de cargas hidráulicas no consumo de energia


eléctrica, ao longo da linha adutora do sistema de abastecimento de água da vila
de songo.

1.2.1. Objectivos específicos

• Analisar o índice de saturação de Langelier a partir dos valores medidos no


período 2011 – 2014.
• Determinar a aspereza das paredes internas das condutas adutoras com base no
índice de Langelier;
• Verificar a influência da qualidade de água no aumento de perdas de carga;
• Analisar a evolução dos custos de energia eléctrica em função do aumento da
perda de carga no sistema adutor.

1.3. Metodologia do trabalho

O presente trabalho foi elaborado tendo em consideração ao método científico dedutivo,


sendo que, segundo Prodanov & Freitas (2013), este método sugere uma análise de
problemas do geral para o particular, através de uma cadeia de raciocínio decrescente,
ou seja, ao longo do trabalho começou-se por contextualizar o sistema de abastecimento
de água no geral, definindo e caracterizando cada elemento que o compõe de maneira
a chegar ao objectivo do trabalho. Considerou-se também o método de abordagem
quantitativo, visto que, segundo Prodanov & Freitas (2013), este método requer o uso de
recursos e técnicas de estatística, procurando traduzir em números os conhecimentos
gerados pelo pesquisador, no mesmo raciocínio, ao longo do trabalho utilizaram-se
medidas de tendência central para estimar a média dos parâmetros determinantes das
taxas de asperezas nas condutas adutoras e a evolução dos custos de consumo de
energia eléctrica em análise percentual. Para além dos métodos anteriormente
mencionados, fez-se o uso do método de procedimentos técnicos, o comparativo, visto
que este método busca, segundo Lakatos & Marconi (2007), a explicação dos fenômenos
e permite analisar o dado concreto, deduzindo desse, os elementos constantes,
abstratos e gerais, portanto, foi a partir deste método que foi possível ter-se noção da
evolução das perdas de carga tanto do custo de energia eléctrica desde os primeiros
anos de exploração (1975) até ano de 2020.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 3


CAPÍTULO I: Introdução INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

1.4. Resultados esperados

Com o presente trabalho espera-se:

• Contribuir para o melhoramento da capacidade de transporte das condutas


adutoras no sistema de abastecimento de água da vila de Songo;
• Contribuir na redução dos custos gerados pelo consumo de energia elétrica
através dos grupos electrobombas ocasionados pelas perdas de carga ao longo
das condutas adutoras, promovendo um funcionamento pleno do sistema.
• Tornar este trabalho uma ferramenta de consulta de forma a melhorar a
compressão no que concerne a determinação da perda de carga em sistemas de
distribuição de água com a análise fenomenológica do índice de saturação de
Langelier.

1.5. Estrutura do documento

O presente documento compreende, de forma geral, três partes: a primeira parte pré-
textual, a segunda parte textual ou corpo e a última e terceira parte pós-textual. A parte
pré-textual compreende o resumo, as listas das abreviaturas, símbolos e acrónimos
usados ao longo do trabalho, a lista das figuras, tabelas e anexos bem como os
agradecimentos e dedicatórias. A parte textual representa o corpo do trabalho, nela
constam os capítulos 1 a 5. No actual capítulo 1, fase introdutória, são apresentados os
motivos que levam a elaboração deste trabalho, os objectivos e a metodologia usada
para a realização do mesmo. No capítulo 2 (revisão bibliográfica), são apresentados
conceitos julgados importantes, relativos as perdas de cargas ocorrentes em sistemas
de distribuição de água. No capítulo 3 caracteriza-se a região de estudo de forma geral,
e caracteriza-se o circuito adutor do sistema de abastecimento de água da vila. No
capítulo 4 debruça-se dos métodos e materiais utilizados para a realização do presente
relatório. No capítulo 5 faz-se uma análise comparativa e análise económico-financeira,
ou seja, faz-se a apresentação e análise dos resultados obtidos no sistema de
distribuição de água, no que concerne a evolução das perdas de carga ao longo dos
anos (1975 – 2020). Para o fecho da parte textual, no capítulo 6 são apresentadas as
conclusões alcançadas com a realização do trabalho e as recomendações e sugestões
deixadas pelo autor. No capítulo 7, contido na parte pós-textual, estão apresentadas as
obras usadas para o desenvolvimento do tema e esta parte inclui também os anexos.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 4


CAPÍTULO II: Revisão bibliográfica INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Introdução

Nesta secção realiza-se a apresentação do embasamento teórico de modo a sintetizar o


presente documento com o universo teórico. Assim, caracterizou-se os tipos de captação
de água, os tipos de condutas adutoras, os fenómenos de envelhecimento das condutas
e a posterior, as perdas de cargas resultantes desse envelhecimento

2.2. Captações

As captações são a componente base dum sistema de abastecimento de água e fazem-


se a partir de mananciais naturais, passíveis de aproveitamento de determinada
finalidade. Os mananciais naturais de água são, segundo Paixão (1999), classificados
em:

a) Mananciais subterrâneos – constituídos por águas provenientes do subsolo


podendo aflorar á superfície (nascentes ou fontes) ou ser elevada por
meios mecânicos (poços, galerias de mina e drenos);
b) Mananciais superficiais – constituído por água superficial que se escoa no
terreno sob a acção da gravidade (rios) ou que permanece estagnada em
depressões naturais do terreno (lagos e lagoas) ou artificiais (albufeiras).

Normalmente, as captações são componente vital para o funcionamento de um sistema


de abastecimento de água. Dependendo do tipo do manancial, a implementação dos
equipamentos de recolha de água fica condicionada pelo tipo de manancial.

2.2.1. Tipos de captação

As captações são classificadas por águas subterrâneas e superficiais. Porém, para o


corrente documento ter-se-á em consideração a captação de águas superficiais, sendo
esta semelhante ao realizado no corrente sistema de distribuição de água.

As captações superficiais podem ser: directa ou a fio de água; com barragem de


regularização de nível de água; com reservatório de regularização de caudal destinado
prioritariamente para o abastecimento público de água; em reservatórios ou lagos de
usos múltiplos; e não convencionais. (HELLER & PÁDUA, 2006)

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 5


CAPÍTULO II: Revisão bibliográfica INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Dos tipos de captação anteriormente mencionados, a captação em reservatórios ou


lagos de usos múltiplos é a que se destaca no presente documento sobre sistema de
abastecimento de água (ver figura 1). Sendo que este tipo de captação aquele que se
dá em reservatórios artificiais (albufeiras) ou lagos naturais cujas águas não tenham o
seu uso prioritário relacionado ao abastecimento público de água.

a) Dispositivos constituintes das captações de água de superfície

Os dispositivos que podem estar presentes, segundo Heller & Pádua (2006), numa
captação de água de superfície são basicamente:

• tomada de água, que ocorre em todo o tipo de captação;


• barragem de nível ou soleira, utilizada em mananciais cuja lâmina mínima de água
é insuficiente para a necessária submergência do dispositivo de tomada de água;
• reservatório de regularização de caudal, para situações em que o caudal mínimo
disponível do manancial for menor que o caudal de captação.

O dispositivo, tomada de água, é o que se destaca dentre os mencionados, visto que a


captação é, para o sistema em análise, realizada por uma torre de tomada de água
localizada numa albufeira (lago artificial).

Figura 1: Captação por torre

Fonte: Paixão, 1999

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 6


CAPÍTULO II: Revisão bibliográfica INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Sobre “Torre de tomada”, Heller & Pádua (2006, p.350), comentam que

É um tipo de tomada de água que, pelo seu maior custo, é indicado para grandes
sistemas de abastecimento de água cuja captação se faz em reservatórios de
regularização de caudal, em lagos ou em grandes rios dotados de grande
variação no posicionamento do nível de água. Portanto, este tipo de dispositivo
é o mais indicado para as albufeiras, nas quais o nível das águas está mais
sujeito a variações.

2.2.2. Adução de água

É a operação pela qual a água é conduzida desde a captação até ao local de


abastecimento. Caso existam derivações numa linha adutora, destinadas a conduzir
água para outros pontos do sistema, formando canalizações secundárias, as mesmas
são chamadas subadutoras. Quando se trata de água potável – ou de água previamente
tratada – a adutora chama-se de água tratada; em caso contrário, é chamada de água
bruta, como se ilustra na figura 2. (PAIXÃO, 1999)

Figura 2: Localização das adutoras em sistemas de abastecimento de água

Fonte: Orsini, 1996 apud Tsutiya, 2006

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 7


CAPÍTULO II: Revisão bibliográfica INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

2.3. Perdas de carga, conceitos e natureza

A perda de carga numa conduta é a perda de energia dinâmica do fluido devido as


resistências que se manifestam em oposição ao movimento, tais resistências se devem
quer ao atrito dos filamentos líquidos entre si e com as paredes das condutas, quer ao
choque entre as partículas fluidas que se misturam no movimento turbulento. (NETTO &
FERNANDÉZ, 2018)

A partir da figura 3 observa-se que do ponto (1) para o ponto (2) uma perda de energia
hidráulica, ou seja, perda de carga que, segundo Netto & Fernandéz (2018) é designado
por ℎ𝑓1−2 . No entanto, para o corrente documento, a perda de carga será denomida por
∆𝐻1−2.

Portanto, para Baptista & Lara (2010, p.67),

quando o líquido escoa transforma parte de sua energia em calor. Essa energia
não é mais recuperada na forma de energia cinética e/ou potencial e, por isso,
denomina-se perda de carga. Essa perda é classificada em perda de carga
contínua (ao longo da conduta) e perda de carga localizada (devido à presença
de conexões, aparelhos, entre outros órgãos hidráulicos).

Figura 3: Conceito de perda de carga.

Fonte: Netto & Fernandéz, 2018

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 8


CAPÍTULO II: Revisão bibliográfica INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

2.3.1. Classificação das Perdas de Carga

Netto & Fernandéz (2018, p.115), enfatizam:

Na prática, as tubulações não são constituídas exclusivamente por tubos


rectilíneos e de mesmo diâmetro. Usualmente, são incluídas peças especiais e
conexões que, pela forma de disposição, elevam a turbulência, provocam atritos
e causam o choque de partículas, dando origem a perdas de carga. Além disso,
há também nas canalizações órgãos de manobra e segurança como, válvulas,
registos, medidores etc., também responsáveis por perdas de carga. As perdas
de carga classificam-se em: perdas por resistência ao logo das tubulações e
perdas localizadas ou acidentais.

a) Perdas por resistência ao escoamento ao longo das tubulações

Comumente designada como perda contínua, essa deve-se, principalmente, ao atrito


interno entre partículas gerando transversalmente ao escoamento diferentes
velocidades. As causas dessas variações de velocidades são a viscosidade do líquido e
a rugosidade da tubulação.

Para Netto & Fernandéz (2018), estas são ocasionadas pelo movimento da água na
própria tubulação. Também chamadas de perdas contínuas. Admite-se que esta perda
seja uniforme em qualquer ponto do trecho de uma canalização de dimensões
constantes, independentemente da posição da canalização.

Assim, a perda de carga contínua pode ser determinada pelas expressões a seguir,

2
L ∙ v2 8∙L∙Q
∆h = f ∙ =f∙ 5 Equação 2.1
D∙2∙g D ∙ π2 ∙ g
A equação (2.1) é designada fórmula universal de Darcy e Weisbach.

1,85
L∙Q
∆h = 10,643 ∙ 1,85
Equação 2.2
C ∙ D4,87

A equação (2.2), conhecida como fórmula de Hazen-Williams, tem sido a mais usada e
é que dispõe de mais observações ao longo do tempo, com os valores de C (a
determinado projecto em determinadas épocas, presentes ou futuras) organizados em

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 9


CAPÍTULO II: Revisão bibliográfica INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

tabelas, correlacionados ao material e tempo de uso das tubulações. (NETTO &


FERNANDÉZ, 2018)

O factor de atrito (coeficiente de resistência), f, apresentado na equação (2.1), depende


de um parâmetro adimensional, designado por número de Reynolds, Re , ou seja

v∙D Equação 2.3


Re =
ϑ

sendo, v, a velocidade média do escoamento; D, o diâmetro interior da conduta; e ϑ, a


viscosidade cinemática do fluido.

No âmbito da hidráulica, segundo Oliveira & Sousa (2011), atendendo a que o fluido
escoado é a água, a viscosidade cinemática pode ser estimada em função da
temperatura por aplicação da fórmula de Poiseuille:

1,78 ∙ 10-6 Equação 2.4


ϑ= 2
1 + 0,0337 ∙ T + 0,000221 ∙ T

em que T representa a temperatura da água (°C – grau Celsius).

b) Perdas localizadas, singulares ou acidentais

A presença de acessórios, necessários para a operação do sistema, concorre para que


haja alteração de módulo ou direção da velocidade média, e consequentemente de
pressão, localmente. Isto se reflecte em um acréscimo de turbulência que produz perdas
de carga que devem ser agregadas às perdas distribuídas, devido ao atrito, ao longo dos
trechos retilíneos das tubulações. Tais perdas recebem o nome de perdas de cargas
localizadas ou singulares. (PORTO, 2006)

Neto & Fernandéz (2018) propõem que todas as perdas singulares podem ser expressas
sob a forma

2
v2 8∙Q Equação 2.5
∆h = K ∙ =K ∙
2∙g π2 ∙ D4 ∙ g

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 10


CAPÍTULO II: Revisão bibliográfica INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

2.3.2. Influência do envelhecimento das condutas

Com o decorrer do tempo, segundo Neto & Fernandéz (2018), a capacidade de


transporte de água das tubulações vai diminuindo. Por exemplo, os tubos de ferro fundido
e de aço, quando novos, são mais lisos e oferecem resistência menor ao escoamento
que após alguns anos de uso. Com o tempo, esses tubos são atacados por fenómenos
de natureza química relativos aos minerais presentes na água, e na sua superfície
interna surgem protuberâncias (tubérculos) ou reentrâncias (fenômeno de corrosão).
Essas condições agravam-se com o tempo.

Outro fenómeno que acontece nas canalizações é a deposição progressiva de


substâncias contidas nas águas e a formação de camadas aderentes (incrustações) que
reduzem o diâmetro útil dos tubos e alteram a sua rugosidade. Essas incrustações
verificam-se no caso de águas muito duras, com teores elevados de certas impurezas
(ibid.), observe a figura 4.

Figura 4: Alteração na superfície interna do tubo. (1) tubo novo; (2) formação de camadas
aderentes (incrustações); (3) fenómeno de corrosão (reentrância); (4) surgimento de tubérculos
(protuberância).

Fonte: (NETTO & FERNANDÉZ, 2018)

Em condutas forçadas, o escoamento é pertencente ao regime turbulento. Portanto, a


determinação do factor de atrito, nessa condição, será realizada através da equação
empírica proposta por Colebrook-White em 1939, sendo a equação, até os dias de hoje,
considerada a mais correcta para a estimação de perdas de carga em condutas. Essa
equação possui ± 3% de erro. (MARQUES & SOUSA, 2011)

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 11


CAPÍTULO II: Revisão bibliográfica INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

1 k 2,51
= - 2 × log [ + ] Equação 2.6
√f 3,7 × D Re × √f

onde:

f = coeficiente de resistência ou de Darcy-Weisbach;

k = rugosidade absoluta das paredes da conduta (mm);

D = diâmetro da conduta;

Re = número de Reynolds.

Em 1999, Sousa et.al, apud Marques & Sousa (2011), propuseram uma explicitação da
fórmula de Colebrook-White com um erro de cerca de ± 0,123%.

1 k 5,16 k 5,09
= - 2 × log [ - × log ( + )] Equação 2.7
√f 3,7 × D Re 3,7 × D Re 0,87

Para levar em conta o aumento da rugosidade com o tempo, Colebrook e White


estabeleceram uma relação linear,

k = k0 + ∝ × t Equação 2.8

em que:

k0 = altura das rugosidades nas condutas novas (m);

k = altura das rugosidades nas condutas após t anos (m);

t = tempo, em anos;

∝ = taxa de crescimento de asperezas, em mm/ano.

Segundo Netto & Fernandéz (2018), os ingleses desenvolveram, baseados em


experiências, para condutas de ferro fundido e para condições médias, tendo em
consideração a qualidade de água que as condutas transportam, a seguinte expressão:

2 × log ∝ = 6,6 - pH Equação 2.9

Onde o coeficiente ∝ é em mm/ano.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 12


CAPÍTULO II: Revisão bibliográfica INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Mais modernamente, P. Lamont apud Lencastre (1996), baseado em numerosas


experiências, dá as seguintes indicações para o cálculo do envelhecimento:

1- Determina-se o índice de Langelier, I, que caracteriza o incrustante da água

I = pH + log Ca + log (Alc) - KTR - 9,3 Equação 2.10

onde: Ca = é o teor cálcio expresso em p. p. m. de 𝐶𝑎++ ;

Alc = é a alcalinidade total expressa em p. p. m. de 𝐶𝑂3 𝐶𝑎;

KTR = coeficiente variável com a temperatura e o resíduo seco.

Se se conhece apenas o pH e a Alc, o valor de I poderá ser calculado com aproximação


satisfatória pela expressão:

I = pH - pHs Equação 2.11

sendo pHs o pH de saturação.

em que:

pHs = (9,3 + A + B) - (C + D) Equação 2.12

onde

log(TSD) - 1
A= ;
10

B= -13,12 × log(T + 273,15) + 34,55;

2+
C= log (Ca em CaCO3 ) - 0,4;

D= log(Alc em CaCO3 ).

Segundo Grades (2004), o valor negativo do “I” corresponde ao carácter agressivo das
águas, ou seja, tendência de corrosão. Se for positivo, corresponde ao carácter
incrustante das águas, de acordo com o Quadro 1, podendo formar precipitados e causar
obstruções nos equipamentos.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 13


CAPÍTULO II: Revisão bibliográfica INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Quadro 1: Classificação dos valores do índice de saturação de Langelier

Valor de I Indicação Valor de I Indicação


>4 Incrustação severa - 2 a - 0,5 Corrosão suave
3a4 Incrustação moderada -5a-2 Corrosão moderada
1a3 Incrustação suave <-5 Corrosão severa
0,5 a 1 Incrustação muito suave
-0,5 a 0,5 Balanceado

Fonte: Grades, 2004

2- O acréscimo de rugosidade, ∝, em mm/ano, é dado pela seguinte equação

∝ I
log =- Equação 2.13
K1 2,6

em que K1 é um coeficiente baseado em dados experimentais referentes a condutas


existentes. Na falta de dados deste tipo e desde que seja presumível que a corrosão se
mantém dentro dos limites normais, o valor de K1 variará entre 0,01 e 0,05. Se houver
presunção de forte corrosão, deverão tomar-se valores superiores, que poderão atingir
o valor de 0,20 (idid.).

2.4. Órgãos de manobra e de segurança nas adutoras

Para que as condutas adutoras funcionem convenientemente durante a fase de


exploração, é fundamental que estejam acoplados alguns órgãos de manobra e
segurança, tais como:

• válvula de seccionamento;
• válvula de retenção;
• ventosas;
• descargas de fundo;
• dispositivos redutores de retenção;
• maciços de amarração;
• maciços de ancoragem.

Alguns desses órgãos hidráulicos são descritos na secção 3.


Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 14
CAPÍTULO II: Revisão bibliográfica INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

2.5. Custos de consumo de energia eléctrica causados pelo aumento de perdas

cargas

A energia consumida por um grupo electrobomba durante um certo período de


funcionamento pode ser avaliada pela seguinte expressão:

γ × Qe × (Hg + ∆h) Equação 2.14


E= × ∆t
η

o encargo energético anual será:

9,81 × Qe × (Hg + ∆h) × nba × p Equação 2.15


Cenergia anual =
η

2.5.1. Medidas de redução de custo de energia eléctrica em estações elevatórias

de água (grupos electrobombas)

Umas das medidas para a redução dos custos de energia eléctrica em sistemas de
abastecimento de água, mais concretamente em estações elevatórias, é a realização de
trabalhos de limpeza periódica das condutas adutoras para garantir que as capacidades
das condutas não fiquem abaixo de determinado valor e reabilitação das condutas
visando a completa recuperação. Por outro lado, as principais alternativas consideradas,
segundo Tsutiya ( 2006), para a redução de custo de energia eléctrica são:

• Conhecimento do sistema tarifário;


• Redução da potência do equipamento: melhoria no rendimento dos grupos
electrobombas, redução das perdas de cargas nas condutas, redução do
índice de perdas de água ou uso racional da água;
• Automação de estações elevatórias: prioridade das manutenções preditiva e
preventiva em relação à corretiva, possibilitando, assim, uma maior vida útil
dos equipamentos e redução de interrupções não programadas na operação;
monitoramento remoto das condições operacionais da EE de modo
centralizado, bem como menor intervalo de tempo para correção de eventuais
falhas.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 15


CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

3.1. Localização, Superfície e População

Segundo os dados obtidos do Perfil do Distrito de Cahora Bassa, Songo é uma vila
moçambicana, a antiga sede do distrito de Cahora-Bassa na província de Tete, antes
desta ter sido transferida para Chitima. A povoação foi elevada à categoria de vila em 6
de Julho de 1972.

O distrito de Cahora Bassa localiza-se no Centro-Sul da província de Tete, sendo limitado


a Norte pelos Distritos de Marávia e Chiuta, a Este pelo Distrito de Changara, a Sul a
República do Zimbabwe e a Oeste o Distrito de Mágoè, observe a figura 5.

A superfície do distrito 1 é de 8.878 km 2 e a sua população está estimada em 109 mil


habitantes à data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 12,3
hab/km2, prevê-se que o distrito em 2020 venha a atingir os 155 mil habitantes.

Figura 5: Mapa do Distrito de Cahora Bassa

Fonte: Perfil do Distrito de Cahora Bassa

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 16


CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de dependência económica de 1:1.1,


isto é, por cada 10 crianças ou anciões existem 11 pessoas em idade activa. Com uma
população jovem (46%, abaixo dos 15 anos), tem um índice de masculinidade de 98%
(por cada 100 pessoas do sexo feminino existem 98 do masculino) e uma taxa de
urbanização do distrito é de 31%, concentrada na Vila de Songo e zonas periféricas de
matriz semi-urbana.

3.2. Clima e Hidrografia

O clima é predominantemente do tipo “Seco de Estepe com Inverno Seco - BSw”


(classificação de Köppen), modificado localmente pela altitude, com duas estações
distintas, a estação chuvosa (muito curta) e a seca (muito longa). A precipitação média
anual na estação mais próxima (Chicôa) é cerca de 635 mm, enquanto a
evapotranspiração potencial média anual está na ordem dos 1.623 mm.

A maior queda pluviométrica ocorre sobretudo no período compreendido entre Dezembro


de um ano a Fevereiro do ano seguinte, variando significativamente na quantidade e
distribuição, quer durante o ano, quer de ano para ano, e a temperatura média está na
ordem dos 26.1ºC. As médias anuais máxima e mínima são de 34.1 e 18.1ºC,
respectivamente.

3.3. Geologia

Songo situa-se na região sul-oriental de África e o principal sistema sismo-tectónico que


atravessa o continente africano (rifts da África Oriental) tem influenciado a evolução
geológica desta parte do continente.

Trata-se do maior sistema rift continental, ao qual estão associados geneticamente um


conjunto numeroso de lagos naturais, vulcanismo ultra-alcalino (nefelinitos, ijolitos e
carbonatitos) e fluxos térmicos de média e alta-entalpia (fumarolas, sulfataras e
nascentes termais). A Norte do Lago Niassa divide-se em dois ramos, o oriental e o
ocidental, constituindo um conjunto de grabens onde se instalaram numerosos lagos. Os
aspectos geomorfológicos e estruturais relacionam-se com o estilo tectónico que tem
estado na origem e desenvolvimento destes grabens.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 17


CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Próximo da barragem, a seguir à foz do rio Nhacanzira, o rio Zambeze escavou um


canhão no vale apertado, ainda jovem, em formações pertencentes ao precâmbrico
superior. Trata-se de rochas predominantemente granito-gnaissicas e graníticas, onde
ocorrem em locais de reduzida expressão afloramentos de rochas grabo-dioríticas e
granulitos.

3.4. Solos

Os solos do planalto do Songo seguem, na sua formação, a lei geral dos solos tropicais
em “catena”, diferenciando-se pela cor e textura segundo a topografia a partir do mesmo

material originário.

Assim, localizam-se nas baixas solos cinzentos com horizontes “grey” ricos em matéria
orgânica, húmidos, de textura ligeira e fraca estrutura, seguindo-se com o aumento de
declive solos amarelos, laranja ou alaranjados e finalmente vermelhos,
progressivamente com melhor textura e melhor estruturados.

Os solos acinzentados de fraca aptidão agrícola ocorrem na zona plano-côncava do


“tando” referenciado como consequência de uma má drenagem natural.

3.5. Meio Ambiente

A persistência de práticas culturais como queimadas, desflorestação, etc., são factores


que de forma directa afectam a saúde ambiental do distrito. Isto aliado à característica
dos solos que provocam erosão profunda quando da ocorrência de chuvas intensas,
sobretudo nas zonas com declives acentuados, diminuindo progressivamente a chance
de fixação de espécies vegetais até ao seu quase total desaparecimento.

A elevada declividade do terreno, principalmente na região do Songo e Dzundza, não


permite a retenção de grandes quantidades de água, conduzindo ao desenvolvimento
de um coberto vegetal muito esparso, predominante arbustivo, de tipo savana, com
algumas árvores de maior porte dispersas.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 18


CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

3.6. Descrição do sistema de abastecimento

3.6.1. Contextualização 1

A Jiangsu Suzhong Construction Group Co., Ltd. foi fundada em fevereiro de 1949. Uma
sociedade anônima padronizada foi fundada em dezembro de 1998. Em junho de 2005,
foi reestruturada como uma empresa privada com operações independentes e
autofinanciamento. A empresa tem o direito de firmar contratos com partes estrangeiras.
Tem foco na construção civil e industrial, e integra projecto arquitetônico, instalação de
equipamentos, decoração, engenharia pública municipal, engenharia de proteção contra
incêndio e negócios de engenharia no exterior. Tem a capacidade de contratação geral
para realizar a construção de infraestruturas urbanas abrangente, instalações públicas
de grande escala, edifícios super-arranha-céus, plantas industriais de grande escala e
outros projectos.

A empresa tem uma força técnica, uma gestão rigorosa e padronizada e tem um centro
de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia empresarial de nível provincial e dois
institutos de design arquitetônico de Grau A. É uma empresa contratante geral de grande
escala que integra design e construção.

A empresa desenvolve e acumula conjuntos completos relevantes de tecnologia e


experiência em gestão em edifícios super-arranha-céus, construção reversa, economia
de energia e redução de emissões, edifícios verdes e industrialização residencial. Ela
editou uma série de padrões nacionais e obteve centenas de métodos de engenharia
nacionais, patentes de invenção nacionais e conquistas nacionais de controlo de
qualidade.

De acordo com a informação disponibilizada pela empresa Jiangsu Suzhong


Construction Group Co., Ltd, o sistema de abastecimento de água da hidroelétrica de
Cahora Bassa, localizada no distrito de Cahora Bassa, localidade de Songo, foi
inaugurada em 1974, com objectivo primordial, suprir as necessidades hídricas da
central da HCB e para o atendimento dos sistemas de refrigeração na subestação do
Songo. Entretanto, o sistema possuía na época, na central, até aos dias de hoje uma
torre de captação de água acoplada a barragem, que transporta a água até a estação de

1 Jiangsu Suzhong Constructions Group Co., Ltd. Estágio profissional 2020 – 2021. Local do estágio
(frente ETA), anexo 5.
Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 19
CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

tratamento de água (ETA) através de grupos electrobombas. A ETA possuía uma


unidade de coagulação de água (unidade de mistura rápida) com uma câmara
repartidora de caudal, um decantador (pulsator), quatro filtros de areia e uma cisterna
que adjacente a ela encontra-se a estação elevatória T1 (EET1) que elevava a água para
EET2. Da EET2 a água é transportada aos reservatórios da zona sul e norte através de
condutas de ferro fundido.

Ao longo do tempo, a Vila de Songo, desenvolveu bastante, aumentando


consequentemente, a população. Foi daí que houve a necessidade de se ampliar o
sistema de abastecimento, em 1996, de modo a garantir a disponibilidade hídrica à toda
população da vila do Songo, ampliando a ETA com a construção de mais um decantador
(lamelar) acoplado a ela dois filtros de areia, alcançando seis filtros de areia.

Actualmente, a empresa Jiangsu Suzhong Construction Grupo Co., Ltd juntamente com
a equipe de fiscalização, a Técnica Engenheiros Consultores, Ltd realizam a ampliação
do sistema de abastecimento da vila de Songo, nas seguintes vertentes:

• Ampliação da parte da rede de distribuição de água;


• Ampliação dos reservatórios de distribuição de água (um na zona sul e dois
na zona norte);
• Ampliação da parte da estação de tratamento de água (uma câmara de
repartição de caudais, um decantador lamelar e 3 filtros de areia); e
• Ampliação da capacidade de bombagem (substituição dos grupos
electrobombas em todas as estações elevatórias).

Assim sendo, desde a inauguração do sistema de abastecimento de água potável da


HCB até aos dias de hoje, o sistema tem, aproximadamente cerca de 46 anos de
funcionamento.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 20


CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

3.6.2. Descrição do sistema adutor

3.6.2.1. Captação Superficial na Estação Elevatória de Água Bruta

A estação elevatória de água bruta (EEAB), localizada na torre de captação na albufeira


da Barragem de Cahora Bassa (ver figura 6), à cota 329 m, é constituída por 3 grupos
electrobomba submersíveis, marca KSB, instalados a uma profundidade de cerca de 30
m, cujas características da capacidade de elevação dos grupos são ilustradas pelos
quadros 2 e 3 sendo a água elevada para a estação de tratamento de água (ETA).

Figura 6: Captação por torre do SAA da HCB

Fonte: Autor

Este é um sistema de captação do tipo Torre, construído em betão armado, com os


grupos electrobombas montados em paralelo, possuindo três válvula de retenção, três
válvulas de seccionamentos acopladas a cada grupo. O sistema dispõe do sistema
hidropneumático para choque hidráulico (golpe de aríete), Compressor de Ar, sistema de
telegestão (automatizado), um medidor de caudal electromagnético de marca SIEMENS
DN 400mm, como é ilustrado na figura 7.

A conduta elevatória, instalada no passadiço da torre de tomada de água, é em aço


galvanizado e apresenta um diâmetro de 400 mm e uma extensão de 60 m, bifurcando
para duas tubagens de ferro fundido dúctil (FFd) de diâmetro 300 mm logo após o
passadiço, perfazendo uma extensão de cerca de 720 m até a EET1.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 21


CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Quadro 2: Descrição dos grupos electrobombas submersíveis e o reservatório hidropneumático


na estação elevatória de água bruta (Cota 300)

Grupos Caudal Altura Potência


3
Tipologia Nº de série
Electrobombas (m /h) (m) (kW)
N° 1 (submersível) 355 120 400 UPA300-94/4A 9972230148
N° 2 (submersível) 133 120 202 UPA25B-120/4B 1T11-646401
N° 3 (submersível) 133 120 202 UPA300-94/4A 1T10614552

Fonte: Jiangsu e HCB, 2020

Quadro 3: Sistema de Reservatório de Ar Comprimido da EEAB

Pressão
Órgão Marca N° de série máxima Volume

Sistema Compressor:
Hidropneumático Kayser
RAC - 1LA/1062YF40IP40 13,9 bar 1 m³
Compressor Motor:
Siemens
Fonte: Jiangsu e HCB, 2020

b)

(b)

(b)

(b)

(b)
a) b)

(b)
Figura 7: a) Posicionamento de grupos verticais submersíveis
(a) de captação de água Bruta do SBAA-HCB.
(b)
b) Reservatório de Ar Comprimido

Fonte: a) HCB. b) Autor. 2020 (b)


(a) (b)

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco (b) 22

(a) (b)
CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

3.6.2.2. Estação elevatória T1

A estação elevatória T1 (EET1) situa-se à cota 408 m, adjacente a ela encontra-se a


estação de tratamento de água (ETA), sendo a água, após o processo de tratamento,
elevada para a estação elevatória T2 (EET2), através de duas condutas em ferro fundido
dúctil (FFd) de diâmetro 300 mm com medidores de caudal electromagnético, e com uma
extensão de 2,20 km.

A ETA é alimentada, como já foi anteriormente referido, a partir da captação EEAB com
uma capacidade instalada de elevação de 621m3/h.

Os grupos elevatórios em paralelo e horizontais, cujas características são ilustradas nos


quadros 4 e 5, da marca KSB, são constituídos por válvula de retenção, válvulas de
seccionamento (cunha) acopladas a saída de cada grupo elevatório. Os grupos, nesta
estação dispõem também do sistema hidropneumático para choque hidráulico (golpe de
ariete de 2 m3 a água é aduzida para a EET2 (ver figura 8).

b)
a)

(b)
(a) de elevação horizontal da Estação Elevatória T1 do SBA-HCB.
Figura 8: a) Posicionamento de grupos ) b)
Automação do circuito adutor para a regularização dos caudais aduzidos e interrupções do
abastecimento programadas.

(a)Fonte: a) HCB. b) Autor. 2020 (b)


)
Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 23
(a)
(b)
)
CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Quadro 4: Descrição dos grupos electrobombas horizontais na estação elevatória T1 (Cota 400)

Grupos Caudal Altura Potência


Tipologia Nº de série
Electrobombas (m3/h) (m) (kW)
N° 1 (submersível) 355 280 400 MTC-D 125-4 9972198535
N° 2 (submersível) 133 295 202 WL 100/ 5N -2
N° 3 (submersível) 133 295 202 WKF 100/ 5 96/235551/101

Fonte: Jiangsu e HCB, 2020

Quadro 5: Descrição do sistema de Reservatório de Ar Comprimido da EET1

Pressão
Órgão Marca N° de série máxima Volume

Sistema Compressor:
Hidropneumático Kayser
RAC - 8308 37,50 bar 2 m³
Compressor Motor:
Siemens

Fonte: Jiangsu e HCB, 2020

3.6.2.3. Estação Elevatória T2

A Estação elevatória T2 é uma infraestrutura construída para fazer o incremento de


pressão e caudal de água aduzida a partir da ETA, situada à cota 680 m, composta por
três grupos elevatórios em paralelo (ver figura 9), da marca KSB, cujas características
estão indicadas nos quadros 6 e 7, e uma cisterna de aspiração das bombas com uma
capacidade de cerca de 400 m3.

Estão acoplados aos grupos, medidores de caudal electromagnético de DN 300mm,


válvula de retenção, duas válvulas de seccionamentos (motorizadas) DN 300 mm, um
sistema hidropneumático para choque hidráulico com capacidade de 2 m³. A partir desta
estação, a água é elevada para os reservatórios de distribuição, ambos à cota ≈ 930 m,
através de duas condutas em ferro fundido dúctil (FFd) de diâmetro 300 mm de diâmetro,
tendo 4,4 km de extensão a conduta para o reservatório da Zona Norte e 5,8 km de
extensão a conduta para o reservatório da Zona Sul.

2
Dado não obtido
Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 24
CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Quadro 6: Descrição dos grupos electrobombas horizontais na estação elevatória T2 (Cota


600)

Grupos Caudal Altura Potência


Tipologia Nº de série
Electrobombas (m3/h) (m) (kW)
N° 1 (submersível) 142 295 202 WL100/5 3971124703/100
N° 2 (submersível) 133 295 202 WL 100/ 5 2-181-144 845/1
N° 3 (submersível) 133 280 202 WL 100/ 5 2001908244/10

Fonte: Jiangsu e HCB, 2020

Quadro 7: Descrição do sistema de Reservatório de Ar Comprimido da EET2

Órgão Marca N° de série Pressão máxima Volume

Sistema Compressor:
Hidropneumático Kayser
RAC - 8308 35,5 bar 2 m³
Compressor Motor:
Siemens

Fonte: Jiangsu, 2020

a)

(a)

(a)
.

(a)
b)

(a)

c)
(a)

Figura 9: (a) Automação do circuito adutor para a regularização dos caudais aduzidos; (b)
(a) de elevação horizontal da EET1 do SBA-HCB. (c) RAC.
Posicionamento de grupos

Fonte: (a) HCB; (b) e (c) O autor


(a) Francisco
Rui das Bênçãos e Mawanda José 25
CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

O quadro 8 ilustra, de forma resumida, as capacidades de elevação de cada estação


elevatória existente. Tendo os grupos em média uma capacidade de elevação
aproximadamente à 10 000 m3/dia, condicionada pela EET1.

Quadro 8: Capacidade de elevação de cada estação elevatória.

Capacidade máxima instalada


Estações elevatórias
(m3/h)
AB 621
T1 621
T2 408

Fonte: HCB, 2020

3.6.2.4. Reservatórios Sul e Norte

O sistema de distribuição de água da vila de Songo é composto por dois depósitos de


forma circular na zona sul, sendo um em betão armado e o outro metálico com
capacidades de 2200 m³ e 1800m³, respectivamente, conectados a um medidor de
caudal electromagnético de marca “Siemens” DN 300mm às suas entradas, bem como
às saídas. Dois depósitos metálicos de distribuição na zona norte com capacidades
iguais de 1000 m³. Ambos estão interligados entre si a entrada e saída por um (by-pass),
para abastecimento a rede de distribuição da respectiva zona, como se observa na figura
10.

a)

(a)

(a)

b)
(a)

Figura 10:
(a)
(a)a) Automação do circuito adutor para o controle dos níveis de água nos
reservatórios; b) Posicionamento dos depósitos norte do SSA

Fonte: a) HCB; b) Autor, 2020 (a)


(a)

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 26


(a)
(a)

(a)
CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

3.6.2.5. Condutas elevatórias e órgãos de manobra e segurança que compõem a

linha de adução

a) Condutas elevatórias

As condutas adutoras são constituídas por tubagens em ferro fundido dúctil com
revestimento interior em argamassa de cimento, sendo da marca Pont-A-Mousson, cujas
imagens são ilustradas na figura 11.

b)

(b)

(b)

a)
(b)

(a)Condutas elevatórias
Figura 11:
(b)
Fonte: a) O autor; b) Catálogo do fabricante. 2020
(a)
(b)6 m. Apoiados em maciços
Cada tubagem tem um comprimento equivalente de cerca de
de ancoragem, constituídos por blocos(a) de betão simples com uma chapa em aço a
(b)
abraçar o tubo, fixa por parafusos encastrados no betão, conforme ilustram as figuras 12
(a), (b) e (c). Nas curvas em planta e em perfil segue-se o mesmo princípio, sendo os
(a)
apoios na curva e imediatamente a montante e jusante. Ao longo
(b) do traçado as condutas,
cruzam as estradas através de passagens inferiores em caleiras. O riacho Guto é
(a)
atravessado duas vezes: uma entre a EET1 e a EET2 e outra entre a câmara zanco e o
reservatório da zona sul, sendo que em ambas as travessias a conduta está a vista na
(a)
berma da estrada, observe a figura 12.

(a)

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 27


CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

a
)

(
a
)
b) c)

(
Figura 12: Órgão de proteção da conduta adutora contra esforços interiores(c)
e exteriores
a (b)
) Fonte: O autor, 2020

(b) (c)
b) Tipo de curvas(
a
(b)
) as condutas
Ao longo da linha adutora, são compostas por curvas do tipo(c)
“Express” e há
quatro variedades das mesmas, nomeadamente curvas de 11°15’, de 22°30’, de 45° e
de 90°, conforme se ilustram
( na figura
(b) 13. (c)
a
)
(b) b) (c)

(
a (b) (b) (c)
a) )
a) b)
(b) (b) (c)
(a) (
Figura 13: Curvas
(a)com junta
(b) standard (a) e mecânica (b)
a
) Fonte: a) O autor. b) Catálogo do fabricante.
(b) 2020
(a)
c) Válvulas de retenção (a) (b)
( (b)
Esta foi instalada comao propósito de impedir que o escoamento se processasse em
(a)
) (a) (b)
sentido contrário ao pretendido. As válvulas de retenção são do tipo portinhola, como se
(b)
observa na figura 14.
(a)
(a) (b)
(b)
(a)
(a) (b)
(b)
(a)
(a)
Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco (b) 28

(a)
(a) (b)
CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

a) b)

Figura 14: Válvula de retenção na conduta transportadora de água para o reservatório sul

Fonte: a) Autor; b) Netto & Fernandéz, 2018

d) Ventosas

A linha adutora do sistema de abastecimento da vila de Songo dispõe apenas de


ventosas simples, como é ilustrado na figura 15, e algumas se encontram inoperacionais.

Este factor faz com que, o acúmulo de ar nas tubulações restrinja a secção de
escoamento da água, aumentando a perda de carga e, como consequência, diminui o
caudal aduzido. Em alguns casos pode chegar a paralisar o escoamento.

Por outro lado, quando é necessário esvaziar uma adutora para reparação ou
manutenção, deve haver um dispositivo que permita a entrada de ar de modo a evitar
que a pressão interna na tubulação fique inferior à pressão atmosférica, o que pode
causar colapso da tubulação. Para evitar estes problemas, deve-se prever a instalação
de ventosas, que são dispositivos destinados a: a) expelir o ar deslocado pela água
durante o enchimento da tubulação; b) admitir quantidade suficiente de ar durante o
esvaziamento.

a)

b)

Figura 15: Ventosas simples

Fonte: (a) Autor, 2020; (b) Netto & Fernandéz, 2018

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 29


CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

e) Descarregadores de fundo

Os descarregadores de fundo (figura 16) que compõem o sistema de adução têm a


função de drenar as águas em ocasiões de manutenção das condutas e dos acessórios,
remoção de partículas que sedimentam em pontos baixos que comprometem a secção
da conduta e consequentemente reduzem a eficiência operacional da adutora e do
sistema no geral.

Figura 16: Descarregadores de fundo

Fonte: Autor, 2020

f) Caudalímetros

Esses órgãos têm a função de quantificar o volume de água aduzido em determinado


período de tempo. O sistema dispõe de caudalímetros do tipo electromagnéticos da
marca “Siemens”. O aparelho funciona de acordo com o princípio de medição
eletromagnético (ver figura 17).

Figura 17: Caudalímetros electromagnético acoplados na conduta adutora em ferro fundido

Fonte: Autor, 2020

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 30


CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

g) Válvula de seccionamento de cunha

As condutas adutoras dispõem de válvulas de seccionamento (de cunha), como se ilustra


na figura 18, por forma a possibilitar divisões em troços que possam ser devidamente
isolados (em caso de se pretender realizar alguma manutenção ao longo das condutas
para se evitar o esvaziamento, e posterior reenchimento, de grande extensão da conduta
em caso de ruptura de uma secção.

Figura 18: Válvula de seccionamento de cunha

Fonte: Autor, 2020

3.6.2.6. Qualidade da água transportada nas condutas

Abaixo, são ilustradas informações de acordo com o Diploma Ministerial nº. 180/2004,
de 15 de setembro, no anexo III (alínea a, b e c) do mesmo dispositivo legal, relativas
aos parâmetros máximos de potabilidade da água transportada nas adutoras de água
tratada dos sistemas de abastecimento de água:

• Cor 15 TCU;
• pH - 6,5 a 8,5;
• Turvação - 5 NTU;
• Alumínio - 0,2 mg/l;
• Sólidos totais – 100 mg/l;
• Cloro residual total - 0,25 – 1 mg/l.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 31


CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

No anexo 0, são ilustrados alguns dados de potabilidade de água referentes a água


captada na albufeira da barragem de Cahora Bassa de 2011, 2013 e 2014. Tendo sido
avaliada como sendo água pouco mineralizada, muito leve, bicarbonatada e agressiva.
Portanto, o Quadro 9 ilustra a variação do índice de Langelier em função dos meses de
cada ano. E não dispondo de dados relativos ao Índice de Saturação de Langelier para
o troço das condutas de água tratada do circuito adutor do sistema de abastecimento da
vila de Songo, recorreu-se ao Transmissor de 8 Canais designado Liquiline CM448.

Quadro 9: Variação do índice de Langelier

Índice de Índice de
Datas Designação Datas Designação
Langelier Langelier

12/01/2011 -1,6 Agressiva 11/11/2013 -1 Agressiva

02/02/2011 -1,6 Agressiva 11/12/2013 -2 Agressiva

14/09/2011 0,41 Incrustante 08/01/2014 -1,2 Agressiva

09/01/2013 -2,6 Agressiva 05/02/2014 -2,2 Agressiva

06/02/2013 -3,2 Agressiva 13/03/2014 -1,6 Agressiva

13/03/2013 -3,3 Agressiva 22/04/2014 -2,4 Agressiva

27/04/2013 -2,6 Agressiva 31/05/2014 -1,2 Agressiva

08/05/2013 -2,8 Agressiva 24/06/2014 -2,2 Agressiva

12/06/2013 -2,3 Agressiva 16/07/2014 -2,1 Agressiva

15/07/2013 -2,9 Agressiva 11/08/2014 -1,6 Agressiva

07/08/2013 -2,2 Agressiva 10/09/2014 -1,1 Agressiva

10/10/2013 -1,6 Agressiva

Fonte: HCB, 2021

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 32


CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

No anexo 1 é ilustrado um aparelho que realiza a medição dos parâmetros da água


tratada em tempo real (Transmissor de 8 canais Liquiline CM448), aparelho este que
permite controle de processo de tratamento à distância. Tendo se verificado para o pH e
para o cloro residual valores dentro dos parâmetros estabelecidos, segundo o Quadro
10.

Quadro 10: Dados obtidos através da observação no Transmissor de 8 canais Liquiline CM448

Condutividade
Turbidez Temperatura Desinfecção por
Data pH Hidráulica
(NTU) (°C) Cloro (p. p. m.)
(μS/cm)
09.02.2021 7,44 2,6 28,5 0,93 127
17.02.2021 7,55 2,7 30,3 0,87 129
25.02.2021 7,35 2,2 30,3 0,48 130
01.03.2021 7,20 2,4 29,9 0,41 131
05.03.2021 7,68 2,3 31,2 0,88 128
08.03.2021 7,57 2,7 29,8 0,98 130
09.03.2021 7,43 2,6 30,1 0,61 129

Fonte: Autor, 2020

3.6.2.7. Envelhecimento das condutas adutoras do sistema de abastecimento de

água da vila de Songo

Devido a qualidade de água aduzida e o tempo de operação das condutas é sabido que
estas sofrem alteração nas paredes interiores. Dados mostram que as condutas sofrem
o fenómeno de desgaste por corrosão ocasionada pela qualidade de água, não apenas
as condutas do troço EET1 – EET2 como também os restantes troços.

Não foi possível observar, de uma forma visual, os fenómenos de incrustações e


tuberculização nos troços em análise, mas esses fenómenos verificam-se, em condutas
adutoras de água bruta (EEAB – ETA). Portanto, a figura 19 ilustra condutas em um
estado inoperacional devido ao envelhecimento por corrosão interna e externa de suas
paredes.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 33


CAPÍTULO III: Descrição do Sistema de Abastecimento de Água INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

a)

b)

Figura 19: Condutas obsoletas devido a corrosão interna e externas do troço EET1 - EET2 do
sistema de abastecimento da vila de Songo. (a) Incrustação da conduta; (b) Incrustação e
corrosão da conduta.

Fonte: Autor. a) e b) Grades, 2004

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 34


CAPÍTULO IV: Materiais e Métodos INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1.1. Materiais

Para a realização do presente relatório foram realizadas consultas em livros, artigos


científicos, monografias de especialização, dissertações de mestrado, teses de
doutorado, arquivos técnicos da Jiangsu Suzhong Construction Group Co., Ltd e
relatórios sobre a relação das perdas de carga com o consumo de energia eléctrica.

Para a realização dos mapas, bem como a digitação do presente relatório foram usados
programas informáticos como: Google Earth, ArchiCad versão 24, Microsoft Excel 2019
e Microsoft Word 2019

4.1.2. Métodos

A partir da revisão bibliográfica foram seleccionados os principais temas relacionados ao


objectivo do presente relatório, ou seja, temas que abordam a relação entre as perdas
de carga e o consumo de energia eléctrica duma forma hierárquica, com o Google Earth
foi feita a delimitação da área de estudo, sobretudo o traçado das condutas adutoras do
sistema de abastecimento em estudo com auxilio das coordenadas planimétricas, bem
como a delimitação do local da realização do estágio e com o ArchiCad elaborou-se um
esquema ilustrativo das características das componentes que compreendes as condutas
adutoras.

No entanto, para os dados colectados, considerou-se uma série de dados referentes a


variação do grau de agressividade da água, isto é, referente ao Índice de Saturação de
Langelier, colectada na albufeira da Hidroeléctrica de Cahora Bassa em determinadas
épocas dos anos (2011, 2013 e 2014). Sendo esses dados, considerado o universo
(população)3 para o presente trabalho. Os procedimentos para a realização da coleta de
dados foram os seguintes:

• Colecta documental, ou seja, documentação directa (pesquisa de campo);


• Observação individual;
• Através de dados históricos.

3Importa salientar que por falta de dados correspondentes aos anos de 2015 - 2020 relativos ao Índice
de Saturação de Langelier, considerou-se o tamanho da amostra igual ao tamanho da população.
Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 35
CAPÍTULO
CAPÍTULOIV:
V: Materiais e Métodos
Apresentação e Análise dos resultados INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

O estudo de caso se refere a análise das perdas de carga ocasionadas pelo


envelhecimento de condutas de ferro fundido dúctil no sistema de abastecimento de água
da vila de Songo cujas características já foram apresentadas no capítulo anterior.
Portanto, os aumentos dessas perdas de carga acarretam consumo de energia eléctrica.
Para o presente estudo de caso optou-se por considerar as quantificações das perdas
de cargas nas seguintes condições, atendendo ao caudal aduzido em cada linha de
adução do sistema:

• Caudal aduzido desde EEAB a ETA-EET1: 2+1, ou seja, dois grupos


electrobombas em funcionamento e um na reserva, aduzindo um caudal
correspondente a 488 m3/h;
• Caudal aduzido desde EET1 a EET2: semelhante a linha de adução anterior;
• Caudal aduzido desde EET2 aos reservatórios Sul e Norte: cerca de 277 m3/h,
com dois grupos a funcionar e o outro na reserva. Sendo que:
✓ metade do caudal aduzido é transportado pela conduta 1, que faz chegar a
água ao reservatório Norte; e
✓ metade é transportada pela conduta 2 para o reservatório Sul.

No que se refere a qualidade de água aduzida pelas condutas 1+2 ao longo de toda
linha de adução, tendo em consideração ao anexo 0, nota-se que o índice de Langelier,
de acordo com o quadro (9), varia em função da época do ano, ou seja, a água apresenta
características corrosivas e incrustante. No entanto, considerou-se na análise para o
caso médio. Portanto,

∑ 𝐼𝑖 Equação 5.1
𝐼=
𝑛

−44,89
𝐼= = −1,952
23

Tendo sido constatado que a água, para o caso médio, apresenta características
agressivas, ou seja, corrosão suave.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 36


CAPÍTULO
CAPÍTULOIV:
V: Materiais e Métodos
Apresentação e Análise dos resultados INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

5.1. Determinação de taxa de crescimento de asperezas nas condutas adutoras

a) Para as condutas adutoras de água bruta

Fazendo uso da equação (2.13), com K1 = 0,03, sendo que fenómeno de corrosão ao
longo do troço é suave, tem-se que:

I -1,952
log K1 - log 0,03 -
∝ = 10 2,6 = 10 2,6 = 0,169 mm/ano

∝ = 0,169 mm/ano

b) Para as condutas adutoras de água tratada

Desconhecendo-se o índice de saturação de Langelier e os parâmetros para a sua


determinação, recorreu-se a equação (2.9), visto que esta depende apenas do pH da
água aduzida. Portanto,

6,6 - pH
∝ = 10 2 = √106,6 - 7,68 = 0,288 mm/ano

5.2. Definição da rugosidade das condutas adutoras

Tendo em consideração do que se referiu na secção 3.2.6., relativo ao material que


compõem as condutas adutoras, estas são de ferro fundido dúctil com revestimento
interior em argamassa de cimento.

O coeficiente de rugosidade para esse tipo de conduta é de 0,03 mm. Porém, o fabricante
recomenda a utilização de 0,1 mm.

Resultando, através da equação (2.8), as seguintes expressões:

✓ para adutoras de água bruta: k = 0,1 + 0,169 × t;


✓ para adutoras de água tratada: k = 0,1 + 0,288 × t.

Assim sendo, a viscosidade cinemática foi obtida através da equação, tendo sido
considerada uma temperatura da água correspondente a 30°C.

Os factores de atrito da água que escoa pelas condutas foram determinados tendo em
consideração a equação (2.7), visto que esta apresenta mais precisão em comparação
com a equação (2.6).

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 37


CAPÍTULO
CAPÍTULOIV:
V: Materiais e Métodos
Apresentação e Análise dos resultados INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Quanto a energia consumida e o seu custo e as condições da evolução das asperezas


no interior das condutas teve-se como base os dados que constam no quadro 11. Sendo
que estas grandezas foram obtidas pelas expressões (2.14) e (2.15), respectivamente.

Quadro 11: Características do sistema de distribuição de água em estudo

Itens Dados
Início de operação do sistema (ano) 1974/1975
Tipo do material da conduta Ferro fundido dúctil
Pressão máxima de serviço nas condutas (MPa) 6
Número de grupos em operação 2+1
Caudal aduzido Variável em cada linha de adução
Valor médio de consumo de energia eléctrica
45,89506 MZN kWh-1
(Postos de transformação da HCB)
Diâmetro das condutas (mm) 300

Fonte: HCB

5.3. Análise comparativa económico-financeira dos resultados

5.3.1. Introdução

São apresentados, nessa secção, os resultados da análise feita relativa à evolução das
perdas de cargas no circuito adutor do sistema de abastecimento em estudo, anexo 3.

5.3.2. Análise comparativa

O gráfico da figura 20 ilustra o crescimento dos factores de atrito das paredes internas
das condutas com o aumento da rugosidade em função do tempo. Tendo sido verificado
no troço EEAB - ETA um crescimento de asperezas dissemelhante aos restantes troços,
dissemelhança essa, condicionada pelo facto de que para este troço utilizou-se o índice
de saturação de Langelier e para os restantes utilizou-se somente o pH da água lida em
tempo real nos reservatórios das estações elevatórias T1 e T2.

Outrossim, para os restantes troços teve-se em consideração a equação da aproximação


americana, ou seja, a taxa de aspereza é dependente apenas do pH (potencial
hidrogeniónico) da água. Portanto, por este motivo os resultados obtidos foram
desiguais.
Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 38
CAPÍTULO
CAPÍTULOIV:
V: Materiais e Métodos
Apresentação e Análise dos resultados INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

O aumento das asperezas condiciona o aumento do coeficiente designado factor de


atrito, este não é dependente apenas da rugosidade da parede interna da conduta, mas
também do caudal aduzido (velocidade do escoamento) e do regime do escoamento na
conduta.

Assim, constata-se que a rugosidade da conduta é dependente, não apenas da


qualidade de água, mas também do tempo de funcionamento do circuito adutor. Assim,
para o troço EEAB - ETA a rugosidade aumentou cerca de 8 vezes da rugosidade natural
das paredes internas das condutas, já para os restantes troços, a rugosidade aumentou
cerca de aproximadamente 13 vezes, isso desde o ano 1975 ao ano 2020.

Assim sendo, em média, para as condutas adutoras de água bruta, o crescimento médio
de asperezas é de cerca de aproximadamente 0,867 mm/ano. Por sua vez, as condutas
adutoras de água tratada, o crescimento médio é de 1,462 mm/ano.

Gráfico de f versus k
0.0800
0.0700
f - Factor de atrito

0.0600
0.0500
0.0400 EEAB - ETA
0.0300 EET1 - EET2

0.0200 EET2 - RN/RS

0.0100
0.0000
0.000 3.000 6.000 9.000 12.000 15.000
k - Rugosidade (mm)

Figura 20: Gráfico ilustrativo da relação entre a o factor de atrito e a rugosidade das condutas
adutoras ao longo dos anos

Fonte: Autor.

O aumento de rugosidades nas paredes internas das condutas condiciona o aumento do


factor de atrito que, por consequência desta eventualidade, aumentam as perdas de
cargas ao longo do circuito adutor. Assim sendo, verifica-se maiores perdas de cargas
ao longo do troço EET1-EET2, ou seja, da estação elevatória T1 à estação elevatória
T2. Perdas estas, condicionadas principalmente pela disposição das condutas ao longo
da linha de adução (extensão) e pela geometria do terreno, observe a figura 21.
Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 39
CAPÍTULO
CAPÍTULOIV:
V: Materiais e Métodos
Apresentação e Análise dos resultados INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

• Assim, para o troço EEAB – ETA verificou-se um aumento de perdas de cargas


de cerca de aproximadamente duas (2) vezes superior ao estabelecido no
projecto, ou seja, para os primeiros anos de operação da linha de adução em
destaque (1975);
• Para o troço EET1 – EET2, onde verificou-se maiores perdas de cargas
hidráulicas em termos quantitativos, esta aumentou cerca de duas vezes e meia
(2,50) em comparação aos primeiros anos de operação (1975) até aos dias de
hoje (2020), aumento de 27,535 m. c. a. para 61,302 m. c. a;
• No troço EET2 – RS/RN as perdas de cargas sofreram um incremento de cerca
de aproximadamente duas (2) vezes do valor estabelecido para o funcionamento
do sistema, ou seja, nas condições de projecto (condutas novas). Em termos
quantitativos, as perdas variam de 55,959 – 80,099 m. c. a.

Evolução das perdas de cargas com o


tempo
90.00
80.00
Perdas de cargas (m.c.a)

70.00
60.00
50.00
EEAB-ETA
40.00
EET1-EET2
30.00
EET2 - RS/RN
20.00
10.00
0.00
0 10 20 30 40 50
Tempo (ano)

Figura 21: Gráfico referente a evolução das perdas de cargas em função do tempo

Fonte: Autor

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 40


CAPÍTULO
CAPÍTULOIV:
V: Materiais e Métodos
Apresentação e Análise dos resultados INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

5.3.3. Análise económico-financeira

No quadro 12, são apresentados os resultados da análise monetária ocasionados pelo


aumento de perdas de carga com o tempo ao longo do circuito adutor do sistema de
abastecimento de água da vila de Songo.

Quadro 12: Custos gerados pelo aumento das perdas de cargas nas condutas de ferro fundido
no circuito adutor do sistema de abastecimento de água da vila de Songo.

Consumo Consumo Percentagem


Tempo
energético perdido Custo gerados Perdas dos custos
(ano)
(kWh) (kWh) gerados

1975 25971,809 - 1 191 977,77 MZN - -


1980 26543,175 571,366 1 218 200,66 MZN 26 222,89 MZN 2,15%
1985 26853,427 881,618 1 232 439,69 MZN 40 461,92 MZN 3,28%
1990 27096,767 1124,958 1 243 607,80 MZN 51 630,03 MZN 4,15%
1995 27306,248 1334,439 1 253 221,95 MZN 61 244,18 MZN 4,89%
2000 27494,712 1522,903 1 261 871,51 MZN 69 893,74 MZN 5,54%
2005 27668,675 1696,866 1 269 855,55 MZN 77 877,77 MZN 6,13%
2010 27831,958 1860,149 1 277 349,42 MZN 85 371,65 MZN 6,68%
2015 27987,019 2015,210 1 284 465,94 MZN 92 488,17 MZN 7,20%
2020 28135,544 2163,735 1 291 282,52 MZN4 99 304,75 MZN 7,69%

Fonte: Autor

Assim, tendo como base o ano zero (1975), cuja conduta em ferro fundido encontrava-
se em boas condições, ou seja, nova, face aos aumentos de perdas de cargas ao longo
do circuito adutor, os custos gerados pelo consumo de energia, através dos grupos
electrobombas das estações elevatórias, aumentaram gradualmente com o tempo,
atingindo valores de cerca de 1 291 283,00 MZN superiores ao previsto para os primeiros
anos de exploração do sistema de abastecimento de água (ver quadro 12).

Importa referir que os valores monetários correspondentes aos custos estimados são
referentes a todo o circuito de adução. Entretanto, em termos percentuais, a subida dos
custos de energia eléctrica gerados pelo aumento de perdas de cargas, alcançaram

4Importa referir que a tarifas de 1974/1975 e dos anos subsequentes é diferente da tarifa que foi usada
em 2020, mas, o importante é ter-se uma ideia numérica dos custos gerados.
Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 41
CAPÍTULO
CAPÍTULOIV:
V: Materiais e Métodos
Apresentação e Análise dos resultados INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

7,69% desde os primeiros anos de exploração do sistema de abastecimento de água até


ao ano 2020, como se observa na figura 22.

Aumento dos custos do consumo de energia com o


aumento de perdas de carga

1980
6.13%
1985
6.68%
1990
5.54%
1995
2000 21.57% 7.20%
4.89%
2005
2010 7.69%
4.15%
2015
2020
3.28% 2.15%

Figura 22: Aumento dos custos ocasionados pelos aumentos de perdas de carga

Fonte: Autor

No que respeita as perdas ocorrentes em cada troço da linha de adução, estas são
apresentados no anexo 3, quadros A4-4 e A3-5, sendo que se verificam maiores perdas
(custos), no troço EET1 - EET2 condicionadas pelo aumento acentuado de perdas de
cargas em relação aos restantes troços.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 42


CAPÍTULO VI: Conclusão INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

6. CONCLUSÃO

A realização do estágio profissional na empresa Jiangsu Suzhong Constructions Group


Co., Ltd culminou com a realização do presente relatório. Este estágio deu ao autor uma
grande oportunidade de se familiarizar com o ambiente prático e permitiu o
desenvolvimento de competências técnico-profissionais como: tecnológicas, habilidades
práticas, capacidade de trabalho em equipe, pensamento analítico-dedutivo e gosto pela
contínua aprendizagem.

Com o desenvolvimento do presente relatório, chegou-se às conclusões abaixo


mencionadas:

• No âmbito da evolução da rugosidade nas paredes internas das condutas


adutoras, esta foi condicionada pela qualidade de água aduzida e pelo tempo
de exploração do sistema, sendo que houveram limitações para a obtenção de
dados ligados ao grau de agressividade da água (índice de Langelier) para
determinar com um grau de confiabilidade aceitável a evolução das
rugosidades;
• Quanto ao índice de saturação de Langelier, segundo a série analisada, este
apresentou um comportamento agressivo, em termo médios, ao longo dos
anos, sendo que se verificou o fenómeno de incrustação somente para o mês
de Setembro de 2011;
• A qualidade de água é crucial para o correcto funcionamento dos sistemas de
abastecimentos de água, não só para o sistema da vila de Songo, mas também
os sistemas de abastecimento de água no geral, pois é através dela que foi
possível a determinação das taxas de asperezas das condutas;
• No âmbito dos custos gerados pelo consumo de energia eléctrica através dos
grupos electrobombas ocasionados pelo aumento das perdas de carga ao
longo das condutas adutoras, estes evoluíram ao longo tempo, atingindo
magnitudes de cerda de aproximadamente 7,70% (início de exploração do
sistema de distribuição de água até ao ano 2020), sendo que as asperezas
nas paredes das condutas atingiram magnitudes de cerca de 8 vezes
superiores para o troço de água bruta e cerca de 13 vezes para o troço de
água tratada considerando o mesmo período de funcionamento do sistema.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 43


CAPÍTULO VI: Conclusão INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

6.1. Recomendação

Para estudos futuros relativos a assuntos ligados a relação qualidade de água e perdas
de carga, sobretudo aos inconvenientes que estas causam ao longo dos sistemas de
distribuição de água, recomenda-se:

• Avaliar a influência que essa relação tem sobre determinado sistema de


distribuição de água, não apenas no que concerne ao aumento de consumo de
energia eléctrica nos grupos electrobombas, todavia, ao fenómeno de possível
rompimento ou obstrução súbita de uma secção da canalização, originando o
cenário de cavitação nos grupos ou mesmo colapso da conduta ocasionados
pelos transientes hidráulicos (golpe de ariete / martelo hidráulico) que, por sua
vez, podem causar a inoperacionalidade dos grupos e, por consequência,
paralisar o sistema de distribuição de água.

Quanto o melhoramento do sistema de abastecimento de água actual da vila de Songo,


recomenda-se:

• Verificado que o circuito adutor do sistema de abastecimento de água da vila de


songo dispõe de válvulas de descargas de fundo ao longo das linhas de adução,
a realização de inspecções das condições físicas nas paredes internas das
condutas, no que concerne ao acompanhamento periódico das condutas,
sobretudo a limpeza das mesmas, por forma a reduzir as perdas de carga e os
custos do consumo de energia eléctrica e, consequentemente, aumentar a
capacidade do sistema, através de inspecções médias, uma vez de dois em dois
anos.
• Inspecção rotineira de alguns órgãos hidráulicos, sobretudo as ventosas, que se
encontram em parte, em estado inoperacional, se possível haver uma substituição
ou sua manutenção, pois, a permanência destes na linha de adução aumenta
perdas de carga pelo envelhecimento.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 44


CAPÍTULO VII: Bibliografia INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

7. REFERÊNCIAS BILBLIOGRÁFICAS

[1] BAPTISTA, M., & LARA, M. (2010). Fundamentos de Engenharia Hidráulica (3º ed.).
Belo Horizonte: UFMG.

[2] HELLER, L., & PÁDUA, V. L. (2006). Abastecimento de Água para Consumo Humano
(1º ed.). Belo Horizonte, Brasil: UFMG.

[3] LENCASTRE, A. (1996). Hidráulica Geral (2º ed.). Lisboa: Gráfica de Coimbra, Lda.

[4] MARQUES, J. A., & SOUSA, J. J. (2011). Hidráulica Urbana (Sistemas de


Abastecimento de Água e de Drenagem de Águas Residuais (3º ed.).
Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra.

[5] NETTO, J. M., & FERNANDÉZ, M. (2018). Manual de Hidráulica (9º ed.). São Paulo:
Blucher.

[6] PAIXÃO, M. d. (1999). Água e Esgoto em Urbanização e Instalações Prediais (2º ed.).
(E. Orion, Ed.) Portugal: Orion.

[7] PORTO, R. d. (2006). Hidráulica Básica (4º ed.). São Carlos: RESC-USP.

[8] SILVESTRE, P. (1979). Hidráulica Geral (4º ed.). Minas Gerais, Brazil: Livros
Técnicos e Cinetíficos Editora S.A.

[9] TSUTIYA, M. T. (2006). Abastecimento de água (3º ed.). São Paulo, Brasil:
Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo.

[10] GRADES, E. des A. Modelling and simulation of CO2 release in multiple-effect


distillers for seawater desalination. jordanien, Dissertation (Doktor-
Ingenieur). Mathematisch Naturwissenschaftlich - Technische Fakultät der
Martin.

[11] MARCONI, M. de Andrade, & LAKATOS, E. Maria (2002). Técnicas de pesquisa (5º
ed.). São Paulo, Brasil. Atlas

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 45


CAPÍTULO VII: Bibliografia INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

[12] PRODANOV, C. C; FREITAS, E. C. Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e


Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico (2 º ed.). Novo Hamburger:
Feevale, 2013.

7.1. Outras bibliografias

[13] WIKIPÉDIA. (24 de Junho de 2020). Perda de Carga. Obtido em 12 de Dezembro


de 2020, de Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Perda_de_carga

[14] WIKIPÉDIA. (17 de Janeiro de 2020). Turbidez. Obtido em 12 de Janeiro


de 2021, de Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Turbidez

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco 46


ANEXOS INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

ANEXO 0: PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA COLHIDA NA ALBUFEIRA DA HCB

Quadro A0-1: Parâmetro físicos e químicos da água colectada em 14.09.2011

Fonte: HCB, 2020

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco A0.47


ANEXOS INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Quadro A0-2: Parâmetro físicos e químicos da água colectada em 11.11.2013

Fonte: HCB, 2020

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco A0.48


ANEXOS INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Quadro A0-3: Parâmetro físicos e químicos da água colectada em 22.04.2014

Fonte: HCB, 2020

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco A0.49


ANEXOS INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

ANEXO 1: EQUIPAMENTO DE CAMPO MULTIPARÂMETRO FLEXÍVEL

Figura A 1-1: Transmissor de 8 canais Liquiline CM448

Fonte: Catálogo do fabricante

Figura A1-2: Transmissor de 8 canais Liquiline CM448 da Cisterna de Serviço da HCB – Analisador dos padrões de potabilidade da
água tratada

Fonte: Autor

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco A1.50


ANEXOS INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

ANEXO 2: TRAÇADO DAS CONDUTAS ADUTORAS DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA VILA DE SONGO

Figura A2-1:Traçado das condutas adutoras em planta

Fonte: Google Earth, 2020

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco A2.51


ANEXOS INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Figura A2-2: Características dos elementos que compõem o circuito adutor do sistema de abastecimento de água vila Songo

Fonte: HCB, 2021

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco A3.52


ANEXOS INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

ANEXO 3: Tabela de quantidade dos órgãos hidráulicos existentes ao longo da linha de adução, coeficientes de perdas singulares e nota de cálculo da análise de perdas de cargas

Quadro A3-1: Tabela de quantidades dos órgãos hidráulicos

Quantidade Diâmetro (mm)


Peças Especiais e Órgãos de Manobra e Segurança ao
Longo de Condutas Adutoras
EEAB-EET1 EET1-EET2 EET2-CZ CZ-RN CZ-RS EEAB-EET1 EET1-EET2 EET2-CZ CZ-RN CZ-RS
Válvula de Retenção - 2 1 - -
Válvula de Seccionamento de Cunha 1 1 1 3 -
Válvula de Descarga de fundo - 5 3 1 -
Ventosas 1 6 9 - -
11º15' 9 13 10 23 -
Conduta 01
22º30' 6 9 6 2 - 350 300 300 300 -
(Rervatório Norte) Curvas
45º00' 4 9 8 - -
90º00' - - - 6 -
Tês - - - 1 -
Junções 124 336 538 433 -
Caudalímetros - - - 2 -
Válvula de Retenção - 2 1 - 1
Válvula de Seccionamento de Cunha 1 1 1 - 3
Válvula de Descarga de fundo - 5 3 - 4
Ventosas 1 6 9 - 4
11º15' 9 13 10 - 8
Conduta 02
22º30' 6 9 6 - 16 350 300 300 - 300
(Reservatório sul) Curvas
45º00' 4 9 8 - -
90º00' - - - - -
Tês - - - - 1
Junções 124 336 538 - 207
Caudalímetros - - - - 2

Fonte: Autor

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco A3.53


ANEXOS INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Quadro A3-2: Coeficientes de perdas de cargas dos órgãos hidráulicos

EEAB - EET1 EET1 - EET2

Peças Especiais e Órgãos de Manobra e Segurança ao K (por Peças Especiais e Órgãos de Manobra e Segurança ao K (por
K (global) K (global)
Longo de Condutas Adutoras órgão) Longo de Condutas Adutoras órgão)

Válvula de Retenção 2,2 0 Válvula de Retenção 2,2 4,4


Válvula de Seccionamento de Cunha 0,04 0,04 Válvula de Seccionamento de Cunha 0,04 0,04
Válvula de Descarga de fundo 1,8 0 Válvula de Descarga de fundo 1,8 9
Ventosas 0,6 0,6 Ventosas 0,6 6
11º15' -5 - 11º15' - -
Conduta 01 Conduta 01
22º30' 0,2 1,2 22º30' 0,2 1,8
(Rervatório Norte) Curvas (Rervatório Norte) Curvas
45º00' 0,4 1,6 45º00' 0,4 3,6
90º00' 0,9 0 90º00' 0,9 0
Tês 1,8 0 Tês 1,8 0
Junções 0,4 49,6 Junções 0,4 134,4
Caudalímetros 2,5 2,5 Caudalímetros 2,5 2,5
Válvula de Retenção 2,2 0 Válvula de Retenção 2,2 4,4
Válvula de Seccionamento de Cunha 0,04 0,04 Válvula de Seccionamento de Cunha 0,04 0,04
Válvula de Descarga de fundo 1,8 0 Válvula de Descarga de fundo 1,8 9
Ventosas 0,6 0,6 Ventosas 0,6 3,6
11º15' - - 11º15' - -
Conduta 02 Conduta 02
22º30' 0,2 1,2 22º30' 0,2 1,8
(Reservatório sul) Curvas (Reservatório sul) Curvas
45º00' 0,4 1,6 45º00' 0,4 3,6
90º00' 0,9 0 90º00' 0,9 0
Tês 1,8 0 Tês 1,8 0
Junções 0,4 49,6 Junções 0,4 134,4
Caudalímetros 2,5 2,5 Caudalímetros 2,5 2,5
TOTAL 21,68 111,08 TOTAL 21,68 321,08

Fonte: Autor

5 Dado não obtido.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco A3.54


ANEXOS INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Quadro A3-3: Coeficientes de perdas de cargas dos órgãos hidráulicos - continuação

Reservatório Norte Reservatório Sul

Válvula de Retenção 2,2 4,4


Peças Especiais e Órgãos de Manobra e Segurança ao K (por
K (global) Válvula de Seccionamento de Cunha 0,04 0,16
Longo de Condutas Adutoras órgão)
Válvula de Descarga de fundo 1,8 12,6
Válvula de Retenção 2,2 2,2 Ventosas 0,6 4,2
Válvula de Seccionamento de Cunha 0,04 0,16 11º15' - -
Conduta 02
Válvula de Descarga de fundo 1,8 7,2 22º30' 0,2 4,4
(Reservatório sul) Curvas
Ventosas 0,6 5,4 45º00' 0,4 3,2
11º15' - - 90º00' 0,9 3,6
Conduta 01
22º30' 0,2 1,6 Tês 1,8 1,8
(Rervatório Norte) Curvas
45º00' 0,4 3,2 Junções 0,4 316
90º00' 0,9 5,4 Caudalímetros 2,5 5
Tês 1,8 1,8 TOTAL 49,56 355,36
Junções 0,4 388,4
Caudalímetros 2,5 5
TOTAL 38,72 420,36

Fonte: Autor

Fonte: Netto & Fernandéz, (2018)

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco A3.55


ANEXOS INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Quadro A3-4: Nota de cálculo da análise de perdas de cargas ao longo do sistema adutor

ANÁLISE DE PERDAS DE CARGAS NO SAA DA VILA DE SONGO


Cota
Perda Perda Perda Perda
da Cota da
Distãncia Altura Viscosidade Factor de de de de Consumo
Soleira Soleira Diâmetro Tempo Caudal Velocidade Núm. de Rugoside Custo de energia
Troços a origem geométrica cinemática de Carga Carga Carga Carga energético
no no fim (mm) (ano) (m3/s) (m/s) Reynolds (mm) (MZN)
(m) (m) (m2/s) atrito unitária cont. loc. global (kWh)
início (m)
(m/m) (m) (m) (m)
(m)
0 0,136 0,704 8,05E-07 153057 0,100 0,0183 0,00132 0,950 1,405 4,710 5519,641 253 324,26 MZN
5 0,136 0,704 8,05E-07 153057 0,945 0,0264 0,00191 1,372 1,405 5,553 5555,502 254 970,13 MZN
10 0,136 0,704 8,05E-07 153057 1,790 0,0312 0,00225 1,624 1,405 6,057 5576,940 255 953,99 MZN
15 0,136 0,704 8,05E-07 153057 2,635 0,0350 0,00253 1,821 1,405 6,452 5593,741 256 725,11 MZN
EEAB -
20 0,136 0,704 8,05E-07 153057 3,480 0,0382 0,00276 1,990 1,405 6,789 5608,087 257 383,51 MZN
EET1 -
720,00 295,00 420,00 125,00 350,00 25 0,136 0,704 8,05E-07 153057 4,325 0,0411 0,00297 2,140 1,405 7,089 5620,872 257 970,26 MZN
Conduta
1+2 30 0,136 0,704 8,05E-07 153057 5,170 0,0438 0,00316 2,277 1,405 7,364 5632,561 258 506,74 MZN
35 0,136 0,704 8,05E-07 153057 6,015 0,0462 0,00334 2,405 1,405 7,619 5643,433 259 005,69 MZN
40 0,136 0,704 8,05E-07 153057 6,860 0,0485 0,00351 2,525 1,405 7,860 5653,666 259 475,36 MZN
45 0,136 0,704 8,05E-07 153057 7,705 0,0507 0,00367 2,639 1,405 8,088 5663,386 259 921,46 MZN

0 0,1356 0,95886 8,05E-07 178566 0,100 0,0182 0,00284 6,245 7,523 27,535 12895,240 591 827,85 MZN
5 0,1356 0,95886 8,05E-07 178566 1,540 0,0311 0,00487 10,704 7,523 36,454 13274,768 609 246,30 MZN
10 0,1356 0,95886 8,05E-07 178566 2,980 0,0382 0,00596 13,116 7,523 41,278 13480,025 618 666,56 MZN
15 0,1356 0,95886 8,05E-07 178566 4,420 0,0437 0,00682 15,010 7,523 45,065 13641,200 626 063,71 MZN
EET1 -
EET2 - 20 0,1356 0,95886 8,05E-07 178566 5,860 0,0484 0,00756 16,642 7,523 48,330 13780,144 632 440,54 MZN
2200,00 405,80 681,30 275,50 300,00
Conduta 25 0,1356 0,95886 8,05E-07 178566 7,300 0,0527 0,00823 18,113 7,523 51,272 13905,315 638 185,31 MZN
1+2 30 0,1356 0,95886 8,05E-07 178566 8,740 0,0567 0,00885 19,472 7,523 53,990 14021,000 643 494,67 MZN
35 0,1356 0,95886 8,05E-07 178566 10,180 0,0604 0,00943 20,749 7,523 56,545 14129,709 648 483,85 MZN
40 0,1356 0,95886 8,05E-07 178566 11,620 0,0639 0,00998 21,964 7,523 58,974 14233,055 653 226,92 MZN
45 0,1356 0,95886 8,05E-07 178566 13,060 0,0673 0,01051 23,128 7,523 61,302 14332,145 657 774,66 MZN

Fonte: Autor

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco A3.56


ANEXOS INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Quadro A3-5: Nota de cálculo da análise de perdas de cargas ao longo do sistema adutor – continuação

0 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 0,100 0,01791 0,00090 3,966 25,387


55,959 7556,928 346 825,66 MZN
5 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 1,540 0,03109 0,00156 6,884 25,387
10 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 2,980 0,03813 0,00192 8,443 25,387
62,417 7712,905 353 984,24 MZN
15 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 4,420 0,04365 0,00220 9,665 25,387
EET2 -
RN - 20 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 5,860 0,0484 0,00244 10,718 25,387
4400,00 679,60 936,50 256,90 300,00 65,876 7796,463 357 819,14 MZN
Conduta 25 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 7,300 0,05268 0,00265 11,667 25,387
1 30 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 8,740 0,05664 0,00285 12,543 25,387
68,582 7861,826 360 818,99 MZN
35 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 10,180 0,06036 0,00304 13,366 25,387
40 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 11,620 0,0639 0,00322 14,149 25,387
70,908 7918,017 363 397,90 MZN
45 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 13,060 0,06728 0,00339 14,900 25,387
0 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 0,100 0,01763 0,00089 5,145 21,461
73,000 7968,525 365 715,95 MZN
5 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 1,540 0,02975 0,00150 8,685 21,461
10 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 2,980 0,03626 0,00183 10,585 21,461
74,928 8015,114 367 854,13 MZN
EET2 - 15 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 4,420 0,04135 0,00208 12,069 21,461
RS - 20 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 5,860 0,04571 0,00230 13,342 21,461
5800,00 679,60 936,50 256,90 300,00 76,738 8058,817 369 859,88 MZN
Conduta 25 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 7,300 0,04962 0,00250 14,485 21,461
2
30 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 8,740 0,05323 0,00268 15,537 21,461
78,455 8100,298 371 763,67 MZN
35 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 10,180 0,0566 0,00285 16,523 21,461
40 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 11,620 0,05981 0,00301 17,457 21,461
80,099 8140,013 373 586,40 MZN
45 0,0769 1,08854 8,05E-07 202717 13,060 0,06287 0,00316 18,351 21,461

Fonte: Autor

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco A3.57


ANEXOS INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

ANEXO 4: Características dos grupos electrobombas

Figura A4-1: Chapas com características dos grupos electrobombas (estação elevatória T2)

Fonte: Autor

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco A4.58


ANEXOS INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

ANEXO 5: Local de Estágio e actividades realizadas pelo estudante durante o estágio

Figura A5-1: Local do estágio do estudante (Estação de tratamento de água - Estação elevatória T1)

Fonte: Google earth, 2020

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco A5.59


ANEXOS INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

Quadro A5-1: Actividades desenvolvidas pelo estudante durante o estágio

PERÍODO DO ESTÁGIO ACTIVIDADES


• Apresentação estagiários-funcionários da empresa;
• Treinamento de indução para a capacitação dos estagiários;
• Apresentação da empresa aos estagiários, nas seguintes frentes: reservatório sul, reservatórios
norte parte da rede de abastecimento de água, estação elevatória de água bruta, estação de
tratamento de água, condutas adutoras (em todas as linhas) e estações elevatórias T1 e T2;
• Definição da frente do estagiário (reservatório sul de 01 de novembro de 2020 a 17 de novembro
de 2020);
• Inspecção dos trabalhos realizados nos Reservatórios Sul e delimitação da área de intervenção
1° mês
dos trabalhadores;
• Capacitação de uso do equipamento GPS (Rover & Base) para marcação e implantação de
coordenadas planimétricas e altimétricas do projecto em execução;
• Marcação dos maciços que suportam as condutas em ferro fundido dúctil que interligam os
reservatórios existentes aos novos (zona norte);
• Controle da qualidade do betão na central de preparação do betão;
• Realização de testes de abaixamento do betão estrutural para os reservatórios sul e norte;
• Definição do tema do relatório do EP.
• Inspecção dos trabalhos da construção da câmara repartidora de caudais na estação de
tratamento de água (ETA);
• Identificação de órgãos hidráulicos a serem substituídos na estação elevatória de água bruta;
• Levamentos de dados para o desenvolvimento do trabalho de EP;
• Inspecção dos trabalhos de decapagem e pintura as condutas adutoras de água bruta e a torre
de captação na barragem;
2° mês • Inspecção de rotina da construção da estação de tratamento de água (ETA);
• Realização de testes de abaixamento do betão estrutural para a câmara repartidora de caudais;
• Desenvolvimento do trabalho do EP;
• Inspecção dos trabalhos realizados na construção da laje de ensoleiramento da sala de válvulas
para lavagem de filtros e do decantador lamelar.
• Realização de testes de abaixamento do betão estrutural para o ensoleiramento da sala de
válvulas para lavagem de filtros e do decantador lamelar.
• Levantamento dos equipamentos a substituir na estação elevatória T2 (EET1 - cota 600);
• Inspecção dos trabalhos de decapagem e pintura da torre de captação na estação elevatória de
água bruta (EEAB);
• Desenvolvimento do trabalho de EP.
3° mês • Levantamento dos equipamentos (órgãos hidráulicos e peças especiais) a substituir na EET2;
• Inspeção de rotina da construção da sala de válvulas para lavagem de filtros e do decantador
lamelar.
• Realização de testes de abaixamento do betão estrutural para as componentes da sala de
válvulas para lavagem de filtros e do decantador lamelar.
• Desenvolvimento do trabalho do EP;
• Inspeção de rotina da construção da sala de válvulas para lavagem de filtros e do decantador
lamelar.
• Realização de testes de abaixamento do betão estrutural para as componentes da sala de
válvulas para lavagem de filtros e do decantador lamelar.
4° mês
• Identificação dos órgãos hidráulicos a substituir na estação elevatória de água bruta (EEAB);
• Identificação dos órgãos hidráulicos a substituir na estação de tratamento de água (ETA);
• Inspecção de órgão hidráulico obsoletos na estação elevatória T2 (cota 600), para substituição
correspondente.
• Inspecção da armação do decantador lamelar e filtros de areia, para betonagem parcial.
• Desenvolvimento do trabalho do EP;
• Inspecção de órgão hidráulico obsoletos na estação elevatória T2 (cota 600), para substituição
5° mês correspondente.
• Inspecção de rotina da construção da sala de válvulas para lavagem de filtros e do decantador
lamelar.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco A5.60


ANEXOS INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO
JIANGSU SUZHONG CONSTRUCTIONS GROUP CO. LTD

ANEXO 6: GLOSSÁRIO

Expressão Definição

Anião Ião com carga negativa.

Catião Ião com carga positiva.

Partícula subatómica, de símbolo e− ou β−, com carga eléctrica


Electrão
negativa.

Espécie química eletricamente carregada, que resulta de um


Ião
átomo ou molécula que perdeu ou ganhou electrões.

Cuidados e consertos que são feitos entre determinados períodos


Manutenção
de tempo com o intuito de preservar

Acção sistemática de controle e monitoramento, com o objetivo de


Manutenção preditiva reduzir ou impedir falhas no desempenho de equipamentos,
máquina ou estrutura.

Neutrão Partícula massiva sem carga eléctrica.

Escala numérica adimensional utilizada para especificar a acidez


pH (Potencial Hidrogeniónico)
ou basicidade de uma solução aquosa.

Partícula subatómica, de símbolo p ou p⁺, com uma carga eléctrica


Protão positiva de +1e carga elementar e com uma massa ligeiramente
menor do que a de um neutrão.

Conjunto de todas as substâncias orgânicas e inorgânicas contidas


Sólidos totais num líquido sob formas moleculares, ionizadas ou
microgranulares.

Propriedade física dos fluidos que se traduz na redução da sua


Turvação da água transparência devido à presença de materiais em suspensão que
interferem com a passagem da luz através do fluido.

Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco A6.61

Você também pode gostar