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TRAUMATOLOGIA FORENSE (1)

PROF.: Henri Heine Olivier

Conceito - É o capítulo da Medicina Legal no qual se estudam as lesões corporais


resultantes de traumatismos de ordem material ou moral, danosos ao corpo ou à saúde
física ou mental
TRAUMA - É a atuação de uma energia externa sobre o corpo da pessoa, com intensidade
suficiente para provocar desvio da normalidade, com ou sem expressão morfológica.
Lesão Corporal - Art. 129, CP  “Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem.”
Pode se classificar em:

A) – Lesão Corporal de natureza Leve - não trazem maiores complicações para a vítima,
ex. hematoma;
B) - Lesão corporal de natureza grave –
Perigo de vida (conceito) necessidade de pronto atendimento médico ou provável morte;
não é risco de vida) (≠ de risco de vida);
Obs. Atos que caracterizam perigo de vida: são atos que se exteriorizam por sinais ou
sintomas clínicos alarmantes. Ex hemorragia interna e externa acompanhado de
choque hipovolêmico (perda de sangue);
C) - Lesão Corporal de Natureza Gravíssima - (§2°)

d) – Lesão Corporal Seguida de Morte - (§3°) “Se resulta morte e as circunstâncias


evidenciam, que o agente não quis nem assumiu o risco de produzir o resultado.
Vias de fato - ação que não acarreta os efeitos objetivos das lesões corporais, mas
constitui uma situação de vexame, humilhação, constrangimento para a vítima
que deverá apresentar em juízo queixa-crime contra o infrator. Ex. cuspidela na
face, tapa no rosto, etc.
Quesitos Sobre Lesão Corporal:
Há ofensa à integridade corporal ou saúde do (a) periciando(a)?
Qual instrumento ou meio que a produziu?
A ofensa foi produzida com o emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura, meio insidioso
ou cruel?
Resultou perigo de vida?
Resultou incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta (30) dias?
Resultou debilidade permanente de membro, sentido ou função, ou aceleração do parto?
(lesão corporal de natureza grave)
Resultou incapacidade permanente para o trabalho, ou enfermidade incurável, ou perda
ou inutilização de membro, sentido ou função, ou deformidade permanente, ou
aborto? (lesão corporal de natureza gravíssima)

Energias mecânicas - Atuam mecanicamente sobre o corpo, modificando completa ou


parcialmente seu estado de repouso ou de movimento.
Agem por pressão, percussão, tração, compressão, torção, sucção, explosão,
contrachoque, deslizamento e distensão.
LESÕES CONTUSAS:
– Maioria das lesões nos IML;
– Superfícies geralmente planas;
– Pressão, tração, torção, compressão, descompressão ou atrito;
– Martelo, cinto de segurança, bastão, cassetete, etc.

Rubefação:
I - Alteração vascular transitória;
II – Vasodilatação;
III - Pele “avermelhada”;
IV - Teste da vitropressão  desaparece temporariamente c/a pressão da região;
V - Lesão efêmera, originada de: Tapas, agarrões, empurrões, uso de cintos ou palmatória
e etc.
EDEMA TRAUMÁTICO:
I - Maior alteração circulatória que na rubefação. O líquido intercelular aumenta, causando
distensão e elevação da pele.
II - Limites nítidos; pode ter a forma do instrumento.
III - Desaparece com menos de 24 horas.
EDEMA TRAUMÁTICO:
EDEMA TRAUMÁTICO:
EDEMA TRAUMÁTICO:
EQUIMOSE:

I - Rotura vasos  infiltração sanguínea intersticial (dentro das malhas dos tecidos sem
formar coleção, diferindo por isto dos hematomas);
II - Superficial (“Roxo”), Profunda ou Visceral;
III - Pode ter a forma do objeto, e estender-se por grandes áreas e ter nitidez variável
conforme a pressão e condições especiais do paciente (ex: hemofilia, velhice).
IV - Desde traumas intensos, até espontaneamente.

Espectro equimótico (Legrand du Saulle):

I – de 1 a 3 dias – vermelho-violácio;
II – de 4 a 6 dias – azul;
III – de 7 a 12 dias – verde;
IV – de 13 a 20 dias – amarelo;
V – de 21 a 22 dias – desaparecimento.
HEMATOMA:
I - Rotura vasos sanguíneos  formação de “bolsa de sangue” (extravasamento e
formação de uma coleção);
II - Confusão com equimose;
III - Pode ocorrer em todas as partes do corpo;
IV - Hematomas intracranianos;
V - Hematomas viscerais (possibilidade de rotura dias após o evento traumático  morte).
BOSSAS
As bossas podem ser sanguíneas quando o líquido, não podendo se espalhar, forma uma
coleção (especialmente sob o couro cabeludo “galo” ) ou linfática, quando seu conteúdo
for linfa
O instrumento contundente age sobre a superfície corporal em que há tecido ósseo abaixo
e com musculatura muito tênue
Rompendo-se o vaso, forma-se a bossa sanguínea.

BOSSA SANGÜÍNEA (com elevação da área)


ESCORIAÇÃO:
a) - Arrancamento epidérmico por abrasão;
b) - Porção superficial   cicatriz;
c) - Formação de crosta serosa ou sero-sanguinolenta;
d) - Após a morte   crosta (placa amarelada, apergaminhada, de consistência firme);
e) - Escoriações ungueais  arciformes (posição da mão do agressor);
f) - As crostas começam a cair entre o 4º e o 10º dia e a pele se regenera até o 15º dia;
g) - Importância: local.;
Traumatismos musculoesqueléticos:
Entorse;
Luxação;
Contusão;
Fratura

Ligamentos
ENTORSE X LUXAÇÃO X FRATURA:
I - Entorse  amplitude dos movimentos ultrapassada;
II - Luxação  deslocamento permanente das superfícies articulares;
III - Fratura  solução de continuidade (ossos, dentes):
a) - Fechada e aberta (= exposta)
b) - Completas e incompletas (galho verde)
c) - Avaliação cronológica (análise da formação do calo ósseo por meio de exames
radiográficos
Entorse
ENTORSE - é uma lesão que ocorre quando se ultrapassa o limite normal de movimento de
uma articulação. Normalmente, ocasiona distensão dos ligamentos e da cápsula articular
e, às vezes, sangramentos internos.

É a torção de uma articulação, com lesão dos ligamentos (estrutura que sustenta as
articulações).Tem a amplitude dos movimentos altrapassada

Entorse
Luxação
Luxação é o deslocamento de um osso da articulação, geralmente acompanhado de uma
grave lesão de ligamentos articulares. Isso resulta no posicionamento anormal dos dois
ossos da articulação.
É o deslocamento de um ou mais ossos para fora da sua posição normal na articulação.
Promove o deslocamento permanente das superfícies articulares

Luxação
Contusão
Contusão é o resultado de um forte impacto na superfície do corpo. Pode causar uma
lesão nos tecidos moles da superfície, nos músculos ou em cápsulas ou ligamentos
articulares.
É uma área afetada por uma pancada ou queda sem ferimento externo. Pode apresentar
sinais semelhantes aos da fratura fechada. Se o local estiver arroxeado, é sinal de que
houve hemorragia sob a pele (hematoma).

Fratura
É a quebra de um osso causada por uma pancada muito forte, uma queda ou
esmagamento.
Entende-se por fratura o rompimento total ou parcial de qualquer osso, ou dente e pode
ser:
Fratura fechada – é assim chamada quando a pele não é rompida pelo osso quebrado.
Fratura aberta ou exposta – ocorre quando o osso atravessa a pele e fica exposto.
Fratura incompleta – engloba parte da espessura do osso. (galho verde).

AVULSÃO DENTÁRIA:
Extração dentária traumática completa, incluindo a raiz
ROTURA VISCERAL:
I - Decorrem de traumas intensos (atropelamentos, precipitação de grandes alturas)
II - Mais frequentes no abdome do que no tórax (“proteção” do gradil costal e esterno)
III - Vísceras ocas se lesionam mais facilmente quando cheias de líquido ou alimentos
IV - Estados patológicos podem predispor a roturas (ex: esplenomegalia = hipertrofia do
baço).
EVISCERAÇÃO

Classificação dos modos de ação dos instrumentos mecânicos:


a) - contundente – (contusa) - causa ferida contusa (palmatória e porrete);
b) - cortante – (incisa) - causa ferida incisa (faca, navalha);
c) - perfurante – (punctória) - causa ferida pontiforme (agulha, alfinete);
d) – pérfurocortante – causa ferida pérfuroincisa (peixeira);
e) – pérfurocontundente – causa ferida pérfurocontusa (projétil de arma de fogo);
f) – cortocontundente – causa ferida corto-contusa (machado, foice).
FORMAS DE AÇÃO
LESÕES MISTAS
FERIDA CONTUSA:
– Ferida ≠ Lesão
– Ferida  rompimento completo da pele atingindo o subcutâneo (solução
de continuidade) .
– Ferida  formação de fibrose, cicatriz .
– Feridas contusas:
I - Por pressão;
II - Por tração;
Bordas escoriadas, vertentes anfractuosas (irregular), pontes de tecido, fundo irregular,
raramente indicam formato do agente, pouco sangrantes.
FERIDA INCISA:
Causada por instrumento cortante;
Mecanismo de ação  deslizamento de gume afiado sobre os tecidos;
Gume mais ou menos afiado;
Navalha, lâmina de bisturi, faca afiada;
Feridas cirúrgicas;
Lesões de defesa.
FERIDA INCISA - Características:
I - Pouco profunda;
II - Profundidade inicial maior e final menor;
III - Cauda de escoriação no lado terminal (importante na investigação);
IV - Bordas regulares – boa coaptação;
V - Hemorragia abundante (secção de vasos);
VI - Afastamento das bordas da lesão (elasticidade dos tecidos).
FERIDA INCISA NO PESCOÇO:
– Esgorjamento - Região anterior;
– Degola - Região posterior;
– Decapitação - Separação da cabeça do corpo.
FERIDA PUNCTÓRIA:
– Instrumentos perfurantes: Agulha, prego de pequeno calibre, alfinete e
etc.;
– Características:
I - Forma de botoeira;
II – Profundas;
III - Frequentes em toxicômanos;
IV - Possibilidade de lesão em estruturas profundas;
V - Tétano (anaerobiose);
FERIDA CORTOCONTUSA:
– Ação contundente + ação cortante.
– Machado, facões cegos, foice, enxada, guilhotina, dentes incisivos
humanos;
– Feridas contusas:
– (a) - Bordas irregulares;
– (b) - Margens que não se coaptam (Adaptação recíproca de ossos
fraturados.);
– (c) - Ausência de cauda de escoriação;
– (d) - Ausência de pontes de tecido no fundo da lesão;
– (e) - Menor sangramento que nas feridas incisas.
FERIDA PÉRFURO-INCISA:
– Ação cortante + ação perfurante.
– Punhal introduzido pela ponta.
– Características:
• Profundidade maior que a largura;
• Hemorragias internas;
• Lado do gume mais agudo;
• Lesão pode ser mais profunda que comprimento da lâmina do
instrumento (acordeão de Lacassagne).
Ação perfurante + ação contundente.
Furador de gelo, projétil de arma de fogo, mordida de felinos, barra de ferro.

TRAUMATOLOGIA FORENSE (2)


Prof. Henri Heine Olivier
TEMPERATURA:
– TERMONOSES:
– Quadros resultantes da ação do calor difuso sobre o corpo humano. São
mais importantes nos acidentes de trabalho.
– INSOLAÇÃO X INTERMAÇÃO
– Intermação - estado mórbido produzido pelo calor, sem exposição direta
aos raios solares; termoplegia, calentura.
TEMPERATURA:
I - INSOLAÇÃO - O sol é a fonte produtora do calor. É mais frequente como acidente.
Ocorre em locais abertos ou raramente em espaços confinados. Além dos raios solares há
participação da temperatura, ausência de renovação do ar, fadiga, excesso de vapor d’água
e fatores intrínsecos.
II – INTERMAÇÃO - A fonte de calor é artificial: fornalha, caldeira, aquecedores. Ocorre um
excesso de calor ambiental, os lugares são mal-arejados, quase sempre confinados ou
pouco abertos, sem a ventilação necessária.
Obs. - O diagnóstico diferencial entre insolação e intermação é feito pelo histórico.

III – QUEIMADURA - Lesão resultante do calor sobre o revestimento cutâneo, pode ser:
Simples  apenas pela ação do calor;
Complexa  atrito e outros fatores próprios (eletricidade, fricção, raios X, raios gama,
líquidos);
Ação direta do calor  contato com o corpo (chama, sólido quente, líquido quente, gás
quente);
Ação indireta  irradiação;
Natureza jurídica das queimaduras: geralmente acidental. Às vezes suicídio e raramente
criminosa.
Contato direto - Queimaduras
1º grau – ERITEMA
– apenas a epiderme é afetada;
– vermelho vivo, devido a simples congestão da pele;
– a coagulação fixa o eritema após a morte.

2º grau – FLICTENA (vesificação)


– caracterizado pela formação de vesículas, que suspendem a epiderme ;
– são constituídas do líquido amarelo-claro, transparente ;
– no cadáver em seus lugar se vêm placas apergaminhadas.

3º grau – ESCARAS:
– formam manchas de cor castanha, ou cinza-amarelada, indicativas da morte
da derme;
– deixam cicatrizes proeminentes;
– no cadáver, apergaminham-se.

4º grau – CARBONIZAÇÃO:
– se particularizam pela carbonização do plano ósseo;
– pode ser total ou parcial;
– ocorre redução do volume do cadáver.

(a gravidade das queimaduras, em relação à sobrevivência da vítima, é avaliada em


função de sua extensão e intensidade)

Temperatura - Geladura
IV – GELADURA - Lesão resultante do frio sobre o revestimento cutâneo (em geral
acidental; abandono de récem-nascido e maus-tratos a idosos)
Alterações do Sistema Nervoso como sonolência, convulsões, delírios e perturbações dos
movimentos, anestesias, congestão ou isquemia das vísceras, morte
Hipotermia  ação sistêmica pelo frio.
Eletricidade
LESÕES:
Energia elétrica em si (ação direta)
Queimadura elétrica (produção de calor pelo efeito Joule)
– FONTE:
Natural = raio
Artificial  marca de Jellineck
I - FULMINAÇÃO – fonte natural (+) morte;
II - FULGURAÇÃO - fonte natural (-) morte;
III - ELETROPLESSÃO – fonte artificial (+) ou (-) morte.
MARCA ELÉTRICA DE JELLINEK - Lesão mais simples (não é queimadura)  esbranquiçada,
endurecida, mumificada, forma circular elíptica ou estrelada, centro encovado e bordos
elevados. É indolor e fixa ao plano subjacente. Às vezes tem a forma do objeto de contato
(fio, plugue, placa). Corresponde à porta de entrada da corrente elétrica. Pode estar
ausente.
METALIZAÇÃO - Destacamento da pele com presença de partículas no fundo, resultantes
da fusão do metal (pardo-amarelado ou pardo-escuro).

RADIOATIVIDADE - Aparelhos de raio X – Substâncias uso medicinal ou industrial


LUZ - Danos ao aparelho visual (doenças do trabalho)
SOM - Danos ao aparelho auditivo (doenças do trabalho).
ENERGIAS DE ORDEM QUÍMICA:
Atuam nos tecidos vivos através de substâncias que provocam alterações de natureza
somática, fisiológica ou psíquica, podendo levar a morte
Compreendem:
• Venenos ou tóxicos (atuam internamente no organismo)  toxicologia
• Cáusticos ou corrosivos  atuam externamente.
CÁUSTICOS – VITRIOLAGE - Têm ação local e os danos são dependentes do volume. O
nome vitriolagem teve origem com o óleo de vitríolo, ou ácido sulfúrico, e corresponde
atualmente às lesões provocadas por qualquer cáustico.
EFEITOS DOS CÁUSTICOS:
1.)-Coagulantes - coagulação das albuminas (albumina – proteína solúvel em água e
coagulável por aquecimento):
a)-desidratação dos tecidos;
b)- escaras endurecidas e com várias tonalidades;
c)- exemplos de substâncias: nitrato de prata, acetato de cobre, cloridrato de zinco;
2.)-Liquefacientes (liquefação e dissolução dos minerais);
a)- escaras úmidas, translúcidas e moles;
b)- exemplos: soda, potassa, amônia.

NATUREZA JURÍDICA DA VITRIOLAGEM


a) Acidentais – trabalho;
b) Criminosa – crimes passionais (principalmente na face, região anterior do pescoço e
tórax);
c) Suicídio – rara.
VENENO
É toda substância que lesa a integridade corporal ou a saúde do indivíduo ou lhe produz a
morte, mesmo em quantidades relativamente pequenas.
Uma substância pode ser concomitantemente medicamento e veneno, dependendo da
quantidade que é administrada.
O CONCEITO DE VENENO ESTÁ INTIMAMENTE VINCULADO À DOSE.

VENENO
Os Venenos podem ser:
– Medicamentos: depressores e estimulantes do SNC Sistema Nervoso Central;
– Produtos Químicos Diversos:
• raticidas e formicidas a base de arsênico
• cianetos e
• fósforo
– Plantas Tóxicas:
• mandioca brava
• espada de São Jorge e
• mamona
– Animais: serpentes, aranhas, vespas, abelhas

Ciclo toxicológico seguido pelo veneno:


1º - Absorção ou Via de Administração - Depende da substância, oral, pele, mucosa,
hipodérmica, endovenosa. Assim, o veneno de cobra, via oral, é inócuo
2º - Distribuição - O veneno é circulado pelo sangue e passa aos tecidos
3º - Fixação - O veneno, especificamente, fixa-se no órgão onde vai agir (tropismo). Ex: Os
metálicos no fígado, os estupefacientes no sistema nervoso etc
4º - Transformação - O organismo defende-se dos venenos transformando-os em
derivados menos tóxicos e substâncias mais solúveis e,
5º - Eliminação - As substâncias são eliminadas pela urina, fezes, saliva etc.

Características Gerais dos Venenos


Cada veneno tem a sua dose tóxica e mortal;
A pureza e a frescura da substância influi na toxidez;
A via de penetração é importante, v,g., injeção ao invés de ingestão;
A tolerância é fundamental na dose mortal, pode ocorrer que uma grande dose seja
inócua;
Idiossincrasia: (inverso da tolerância - sensibilidade anormal ao veneno
Para que se caracterize, com certeza uma morte por envenenamento, além da
identificação de uma substância química tóxica no corpo da vítima, é necessário que se
verifique a concentração da referida substância.

Características Gerais dos Venenos


O cadáver exala odor de amêndoas amargas, quando houver ingestão de Cianureto de
Potássio ou Ácido Cianídrico
O cadáver daquele que ingeriu Cianureto de Potássio, além dos sinais gerais da asfixia e
do odor de amêndoas, apresenta-se com livores violáceos na pele e rigidez precoce e
intensa
Saturnismo é o nome que se dá ao envenenamento por Chumbo (Riso sardônico:
expressão facial tetânico)
Hidrargirismo ou Mercurialismo é o nome da intoxicação provocada pelo Mercúrio.
CIAT – Centro de Informação e Assistência Toxicológica (atendimento à médicos e
população)

ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA


a) - Situações que envolvem o impedimento da passagem do ar às vias respiratórias e
alteram a bioquímica do sangue
b) - Alteram a função respiratória, inibindo a hematose (troca de oxigênio pelo gás
carbônico no sangue que ocorre nos pulmões), podendo levar à morte
c) - Asfixia = supressão da respiração;
ASFIXIAS COMPLEXAS
I - Constrição vias aéreas ;
II - Hipoxemia e hipercapnia (baixo teor de oxigênio no sangue e excesso de dióxido de
carbono no sangue, respectivamente);
III - Interrupção da circulação cerebral;
IV - Compressão dos elementos nervosos do pescoço,tipos:
– - ENFORCAMENTO
– - ESTRANGULAMENTO
– - ESGANADURA
ASFIXIA MECÂNICA
Conceito - supressão de respiração, ou seja, obstáculo físico que obstrui o trajeto
respiratório acarretando o impedimento das trocas gasosas;
CLASSIFICAÇÃO:
a) - enforcamento – constrição do pescoço por um laço, determinado pelo peso do
próprio corpo, ex. suicídio;
b) - estrangulamento - constrição do pescoço por um laço, determinado pela força
muscular do agente, ex. homicídio;
c) - esganadura – constrição do pescoço pela mão, pelo antebraço, ou pelo pé do agente,
ex. homicídio;
ENFORCAMENTO
Constrição do pescoço por laço fixado a ponto, agindo o peso do indivíduo como força viva
e pode ser:
Incompleto ou completo  quando os pés do morto ficam apoiados ou não,
respectivamente
Mecanismo de morte:
1) asfixias propriamente  oclusão da luz da traquéia, de fora para dentro.
2) ligadura dos vasos do pescoço (artérias e veias).
3) mecanismo nervoso  estimulação do nervo vago, inibição reflexa, herniamento bulbar.

PERINECROSCOPIA: Fundamental (o ponto de apoio do laço, o instrumento usado, os nós e


laçadas, o cenário, os vestígios da luta final, os bilhetes e recomendações deixados);
I - Usualmente o nó está na região cervical ou nuca: disposição oblíqua, ascendente,
bilateral, anteroposterior e com sulco descontínuo;
II - Escoriações ungueais nas margens do sulco. Retrata a luta pela sobrevivência;
III - Demais sinais das asfixias;
Obs. – ungueais – relativo a unhas.

CAUSAS JURÍDICAS DO ENFORCAMENTO:


1ª) Suicídio. É mais usado pelo homem que pela mulher, na cidade que no campo, nas
prisões que no lar.
2ª) Acidente. Crianças (cortinas), operários e acrobatas (cordas e correias).
3ª) Homicídio. Quase sempre como simulação de suicídio.
4ª) Suplício (tortura) ou execução.
ESTRANGULAMENTO
É a morte causada por um instrumento que é apertado, em volta do pescoço, por forças
atuantes, em suas extremidades em sentidos opostos. Os instrumentos podem ser os
mesmos usados no enforcamento. As forças podem ser de outras pessoas, de engenhos e
da própria vítima;
Constrição do pescoço por laço tracionado;
Mecanismo da morte: idem enforcamento.
Resultados do estrangulamento - Sulco único, duplo ou múltiplo, contínuo e de
profundidade uniforme, tipicamente horizontalizado.

CAUSAS JURÍDICAS DO ESTRANGULAMENTO:

1ª) Infanticídio: é a mais frequente. Tiras de pano, fralda, corda, etc;


2ª) Homicídio: empregando laço e exigindo uma superioridade física do agressor;
3ª) Suplício: tortura;
4ª) Acidente: circular de cordão (durante o parto), acidentes domésticos e do trabalho;
5ª) Suicídio: torniquete (rara).
ESGANADURA
Constrição do pescoço, usando-se as mãos, os braços (gravata), as pernas (jiu-jitsu) e até
os pés.
O esganador abarca o pescoço ou somente sua parte anterior, pinçando a laringe ou
comprimindo-a contra a coluna cervical de modo a ocluir a glote, sendo ocluídos ainda os
vasos cervicais.
Sintomas - Equimoses bilaterais, marcas ungueais (unhas do agressor) e rastros
escoriativos (oposição da vítima)
Sinais da Esganadura
FASES CLÁSSICAS DAS ASFIXIAS:
1ª) Cerebral: vertigens, ofuscamento, zumbidos, angústia  após 1’30: perda da
consciência.
2ª) Excitação cortical e medular (1 a 2’): convulsões, aumento do peristaltismo (evacuação,
micção), insensibilidade, desaparecimento dos reflexos e bradicardia
3ª) Parada respiratória (1 a 2’): instalação da anóxia
4ª) Parada cardíaca: disritmia, assistolia (cavidades dilatadas e cheias).
A morte ocorre em 3 a 4’ no afogamento; em 7 a 10’ no enforcamento e os centros
nervosos resistem até 3 a 5’ de anóxia.
Pode haver morte instantânea, principalmente no enforcamento, por inibição
cardiorrespiratória ou choque vagal.
SINAIS DAS ASFIXIAS :
a) - CIANOSE  visível nos lábios, pavilhões auriculares, leitos ungueais e conjuntivas;
coloração arroxeada a azul-escura (diminuição da concentração de O2 no sangue)
(coloração azulada, difusa, da pele e membranas mucosas, devido à presença de alto teor
de hemoglobina reduzida no plexo venoso subpapilar da pele);
b) - PROTRUSÃO DA LÍNGUA;
c) - COGUMELO DE ESPUMA  oral e nasal;

d) - EQUIMOSES EXTERNAS  em pontilhados nítidos- distribuem-se pela face, pescoço e


tórax, e nas mucosas exteriores das conjuntivas e dos lábios (às vezes nas asas
do nariz);
e) - OTORRAGIAS  devido à estase venosa (casos de enforcamento e estrangulamento)
(eliminação, pelos ouvidos de secreção purulenta ou não)
f) - ESCORIAÇÕES UNGUEAIS TÍPICAS  no pescoço (casos de esganadura)
g) - SULCOS APERGAMINHADOS TÍPICOS  no pescoço (casos de enforcamento e
estrangulamento)

h) - LIVORES NÍTIDOS AZULADOS OU ARROXEADOS


i) - PUTREFAÇÃO ÚMIDA (nas áreas de congestão) E SECA (nas áreas de isquemia).

a)- ASFIXIA PURA: Hipoxemia (redução da quantidade de oxigênio); Consumo de


oxigênio  acúmulo de gás carbônico: 21% ( O2 ar ambiente) - 7% - 3%
(morte);
b) - ASFIXIA POR CO (monóxido de carbono): garagens fechadas, incêndios
c) - ASFIXIA POR OUTROS VÍCIOS DE AMBIENTE: pântanos, esgotos, indústrias

d) - Sufocação - direta – determinada pela oclusão dos orifícios ou obstrução das vias
aéreas respiratórias, ex. homicídio, ou acidente no caso em que uma pessoa cai
de bruços e desmaia no córrego onde lava roupa, devido a um ataque epiléptico,
ou, ainda:
• Obstáculo direto a entrada/passagem de ar pelas vias aéreas ;
• Oclusão de vias respiratórias ou orifícios respiratórios ;
• Oclusão da boca e narinas com as mãos, travesseiros, etc.;
• Objetos como alimentos, moedas, brinquedos
• Confinamento em locais fechados.
CLASSIFICAÇÃO

d-1 - Manual  compressão da mão espalmada sobre a boca e os dedos em pinça sobre as
asas do nariz.
d-2 - Encarapuçamento  aplicação de carapuça de material amoldável (tecido de algodão,
plástico, etc) que impeça o ar de chegar até os orifícios aéreos.
d-3 - compressivo  apertando a face contra um obstáculo resistente (piso, mesa, etc.) ou
amoldável (areia, colchão, etc.) de modo a ocluir os orifícios aéreos.

CAUSAS JURÍDICAS DA SUFOCAÇÃO :


1ª) Infanticídio- muito comum, utilizando o processo manual.
2ª) Homicídio- também frequente, utilizando os três processos.
3ª) Acidente- criança no berço ou compressão da criança no leito pela própria mãe,
adormecida.
4ª) Suicídio- o encarapuçamento é mais frequente.

e) - Sufocação indireta – resultado da compressão do tórax impedindo os movimentos


respiratórios, ex. acidente. Pode ocorrer por:
I - Compressão do tórax ou tórax e abdome;
II - Restrição dos movimentos respiratórios
III - Queda de viga sobre o tórax, camisa de força, compressão com cinto, ferragens

ASPIRAÇÃO :
I - Obstrução direta por aspiração, em geral, de conteúdo gástrico (bêbados e
acidentados)
II - Pneumonia química
ENGASGAMENTO:
I - Interposição de substância na árvore traqueo-brônquica (oclusão intralúmen das vias
aéreas)
II - Panos de algodão, plástico, conta de colar, botões, arrebites, apitos, prótese dentária,
bolo alimentar, líquido amniótico, fragmento de balão de assoprar, bola de gude, grão de
cereal, vômito e sangue.

CAUSAS JURÍDICAS DO ENGASGO:


1ª) Acidental;
2ª) Infanticídio;
3ª) Homicídio – entupimento da boca, sob pressão, com pano;
4ª) Suicídio – mesmo método do homicídio.
Afogamento
AFOGAMENTO – morte ocasionada por inspiração de água ou qualquer outro líquido,
ficando com cianose.
AFOGAMENTO - É a asfixia causada pela respiração em meio líquido (penetração de meio
líquido ou semilíquido nas vias aéreas – “azul”). Afogado “azul” (asfixia propriamente)
Afogado “branco” (inibição nervosa vagal) .
PSEUDOAFOGAMENTO – na hipótese de que quando o cadáver é lançado à água, (já
estava morto), uma vez que não apresenta a cianose (coloração azulada, difusa, da pele e
membranas mucosas, devido à presença de alto teor de hemoglobina reduzida no plexo
venoso subpapilar da pele).
Obs. - a submersão não é condição para o afogamento .
AFOGAMENTO AZUL – sintomas:
I - Cogumelo de espuma;
II - Enfisema aquoso;
III - Corpos estranhos em brônquios;
IV - Líquido abundante em estômago e alças;
V - Pele anserina (apergaminhada com saliência dos folículos pilosos);
VI - “Engruvinhamento” do mamilo, escroto e pênis;
VII - Destruição da transição pela mucosa (animais aquáticos);
VIII - Manchas de Paltauf – equimoses nos pulmões por ruptura da parede dos alvéolos.
Mecanismos e efeitos do afogamento
A pessoa aspira muita água, que encharca os pulmões, causando asfixia, inconsciência e
até a morte.
No início do afogamento, a pessoa se debate, tentando se manter na superfície. Ela
prende a respiração o quanto pode e aspira, sem querer, pequenas quantidades de água, o
que provoca o fechamento da laringe.
Depois de alguns minutos, a laringe relaxa e a pessoa involuntariamente respira debaixo
d'água, aspirando e engolindo grande quantidade de água.

Parte do líquido vai para o estômago e o restante segue o mesmo caminho do ar: percorre
a traqueia e chega aos pulmões, passando por brônquios, bronquíolos e alvéolos.
Com o pulmão encharcado, a troca gasosa (entrada de oxigênio e saída de gás carbônico)
não funciona mais. A redução da taxa de oxigênio causa danos em todos os tecidos,
principalmente nos que precisam de mais ar, como as células nervosas.
O cérebro é gravemente lesionado e a pessoa fica inconsciente.

Depois de chegar aos alvéolos, a água entra no sangue e penetra nos glóbulos vermelhos,
destruindo-os. Com isso, o potássio presente nessas células vaza para o plasma sanguíneo.
Em concentração elevada, o potássio é fatal: ele acaba com a diferença de carga dentro e
fora da célula, impedindo a transmissão dos impulsos nervosos e, assim, a contração
muscular. Com isso, o coração pode parar de bater.

CONFINAMENTO :
• Espaço restrito ou fechado levando a sufocação direta.
• Esgotamento do O2 e  gradativo do CO2;
• Asfixia Química ou por Gazes Irrespiráveis gazes de combate:
lacrimogêneos, esternutatórios, vesicantes, sufocantes e tóxicos;
·        gazes industriais – metano;
·        gazes anestésicos – clorofórmio e éter;
·        gazes de habitação – monóxido de carbono.
Soterramento
Obstrução direta das vias respiratórias quando a vítima se encontra
mergulhada em meio sólido ou pulvurento
Associação de sufocação indireta e confinamento

Traumatologia Forense (3)


BALÍSTICA

Prof. Henri Heine Olivier


Balística Forense
► Conceito: É aquela parte do conhecimento criminalístico e médico legal, que tem
por objeto, especial, o estudo das armas de fogo, da munição e dos fenômenos e efeitos
próprios dos tiros destas armas, no que tiverem de útil ao esclarecimento e à prova de
questões de fato, no interesse da justiça tanto penal como civil. RABELLO, Eraldo –
Balística Forense.
Balística forense

BALÍSTICA fORENSE
É "uma disciplina, integrante da criminalística, que estuda as armas de fogo, sua munição e
os efeitos dos disparos por elas produzidos, sempre que tiverem uma relação direta ou
indireta com infrações penais, visando esclarecer e provar sua ocorrência" por definição de
Domingo Tochetto (in Tratado de Perícias Criminalísticas, Porto Alegre: Sagra-Luzzato,
1995.

► A Balística forense é utilizada no conhecimento e reconhecimento das armas de


fogo; dos projéteis e dos cartuchos vazios; dos explosivos, formadores da munição; do
confronto do projétil com a arma que efetuou o disparo e etc.

► Considera-se como projétil todo corpo que se desloca livre no espaço em virtude
de um impulso recebido.

► Estuda a trajetória e os efeitos dos projéteis, visando compreender os fenômenos


que ocorrem desde que o projétil deixa a arma e os efeitos que o mesmo poderá causar,
principalmente no alvo humano.
Armas de Fogo
► Armas de fogo - são engenhos mecânicos destinados a lançar projéteis no espaço
pela ação da força expansiva dos gases oriundos da combustão da pólvora.

► Os projetis de arma de fogo são considerados como: instrumento


pérfurocontundente típico e produz ferida pérfurocontusa.

Análises feitas no estudo da balística interior


► Movimentos do projétil dentro do cano da arma, vibrações moleculares, propulsão
e rotação (desencadeado pelas raias, que marcam o projétil, permitindo a identificação da
arma por comparação balística):
► Percussão;
► Iniciação da Espoleta;
► Queima da carga de projeção;

► Vôo livre e tomada do raiamento;


► Aceleração do Projétil no interior do cano;
► Saída do Projétil.

Análises feitas no estudo da balística exterior -


► Percurso do projétil da “boca de fogo” até o alvo. Fornece elementos para
classificar os tiros quanto à distância em: encostado, a curta distância e a distância e,
ainda, os fatores exógenos que influenciam na trajetória:
► Massa e densidade do projétil:
► * Estabilidade do projétil;
► * Resistência do ar;
► * Gravidade;
► * Densidade do ar;
► * Forma do projétil.
Análises feitas no estudo da balística terminal
► Efeitos no alvo, dentre seus objetos de análise estão os impactos dos projéteis, os
ricochetes desse durante sua trajetória, as lesões e danos sofridos pelos corpos atingidos.
► Visando a partir de métodos científicos identificar os efeitos causados pela arma
que efetuou os disparos para que através dela haja uma futura identificação do criminoso
e sua detenção.
ARMAS DE FOGO QUANTO À ALMA DE SEU CANO
► As armas de porte individual, também conhecidas por armas leves, dividem-se em
dois grandes grupos: as armas com canos de alma (parte interna do cano) lisa, e as armas
com canos de alma raiada.
► As raias são sulcos ou escavações produzidas na parte interna do cano (alma) por
meio de fresas apropriadas, dando origem a um determinado número de ressaltos e
cavados, dispostos de forma helicoidal e cuja finalidade principal é imprimir ao projétil um
movimento de rotação ao redor de seu próprio eixo centro-longitudinal.

► O raiamento tem a finalidade de imprimir ao projétil um movimento de rotação ao


longo de seu eixo, para lhe dar maior estabilidade. As armas de alma lisa e portanto, sem
raiamento, quando disparam projéteis únicos, não tem a mesma precisão dos projéteis
expelidos por armas de cano raiado.
► As armas de alma raiada são aquelas que utilizam cartuchos de munição com
projéteis unitários. Podem ser curtas (revólveres, garruchas, pistolas, etc.), ou longas
(carabinas, fuzis, etc). As armas de alma lisa são as que utilizam projéteis únicos ou
cartuchos de munição com projéteis múltiplos e são geralmente usadas para caça
(espingardas) ou tiro esportivo.

► O raiamento no interior do cano, que pode ser dextrógiro (para a direita) ou


sinistrógiro (para a esquerda) e as correspondentes marcas deixadas no projétil.
► Os projéteis de chumbo nu são geralmente cilíndricos, apresentando base plana
ou côncava.
Tipos de munição
Reprodução em corte, dos componentes de munição
Projétil

► Os projéteis encamisados, também chamados de jaquetados, e os semi-


encamisados ou semi-jaquetados apresentam núcleo de chumbo ou outros metais
(inclusive o aço) e uma camisa de latão denominada: liga tomback, formada por 90 % de
cobre e 10 % de zinco.
► Os projéteis semi-encamisados por vezes são dotados de ponta oca (hollow point) e
a camisa com entalhes longitudinais. Essa conformação permite que o projétil se expanda,
ao atingir o alvo, razão pela qual são chamados de expansíveis. Esse tipo de projétil
quando no corpo humano, produzem lesões de grande monta.

► Os cartuchos de munição para as armas de alma lisa (espingardas) são geralmente


municiados com projéteis múltiplos denominados "balins", podendo, excepcionalmente,
abrigar um único projétil de grandes proporções denominado balote.

► Os chumbos têm formato esférico e tamanho variável, sendo identificáveis por


números ou letras. Não há, entretanto, uma padronização internacional relativa ao
tamanho dos chumbos e cada país utiliza um sistema diferente para sua identificação.
Calibre da Arma de Fogo
► Converteu-se uma libra (453,6 g) de chumbo puro em 12 esferas de iguais peso e
diâmetro. Se uma dessas esferas se encaixava perfeitamente num determinado cano, o
calibre deste era "12". Estas esferas tinha 0,730 polegada de diâmetro, ou seja, 18,5 mm.
De igual peso de chumbo (1 libra), foram feitas 16 esferas e chegou-se ao calibre 16, assim
procedendo-se com os demais calibres, (valores previstos para armas de munição múltipla,
balins).
Disparo do cartucho de caça
Efeito no corpo humano-Tiro de espingarda

Investigação - Confronto balístico


► A identificação dos projéteis disparados por arma de fogo e relacionados com
crimes, é um dos exames periciais de maior relevância. Essa identificação é feita
utilizando-se o microscópio comparador, sendo que alguns deles são acoplados a um
computador.

► A perícia irá procurar identificar o projétil denominado de suspeito, como tendo


sido disparado por uma determinada arma. Para isso, a arma ou as armas levadas a exame
são disparadas para se obter os projéteis padrões ou testemunhas. Em seguida, é que será
feito o exame de confronto propriamente dito.
Investigação - Confronto balístico
► O exame se baseia na pesquisa de elementos de ordem geral (número de raias,
sentido do raiamento, etc) e de natureza específica (microestriamento). Quando o
resultado é positivo, as imagens dos projéteis comparados, formam um todo, onde existe
perfeita correspondência entre esses elementos.

Comparador Balístico
Instrumento que permite a visualização simultânea, lado a lado, de 2 projéteis, ou de 2
cápsulas, com ampliação média de 30/35 vezes. Assim, é possível examinar a coincidência
dos estriamentos produzidos nos projéteis pelo cano da arma de fogo, ou, no caso de
cápsulas, das marcas impressas por pressão nas áreas em contato com partes da arma
(pino percussor, ejetor, extrator, culatra, etc)
Fotografia obtida no microscópio comparador, onde se vê a perfeita coincidência das raias
e micro estriamento
Investigação - Confronto balístico
► IDENTIFICAÇÃO DE ESTOJOS:
► O microscópio comparador permite, também, o exame dos cartuchos das unidades
de munição, principalmente na área onde é percutido, sendo possível filiar o estojo, como
tendo sido disparado por determinada arma.
► Cada arma, tal como sucede com o raiamento, percute a espoleta de modo
particular, o que possibilita a identificação.
RESIDUOGRAFIA METÁLICA E NÃO METÁLICA
► Os resíduos expelidos pelo disparo do cartucho, podem deixar as mãos do
atirador impregnadas dos restos da carga propelente e de micropartículas do
projétil. A pesquisa desses resíduos, quer nas mãos do atirador ou das vestes
deste e da vítima, serão sempre objetos de exame importante na investigação do
caso. 
► Convém, todavia, alertar que, nem sempre, isso ocorre. Fatores como
empunhadura e tipo da arma, podem fazer com que a pesquisa residuográfica
seja negativa, sem que, contudo, se possa excluir o suspeito de ter feito uso da
arma.
Microscópio Eletrônico de Varredura - MEV
Utilizado na balística para buscar partículas resultantes de disparo de arma de fogo (GSR –
do inglês Gunshot Residues). O MEV permite fazer imagens de partículas e analisar os
elementos químicos que as compõem.
A análise dos componentes é feita por espectrometria de dispersão de energia de raios-X
(EDS – do inglês Energy Dispersive X-ray Spectrometry)
Coleta de resíduos de disparo de arma de fogo (GSR), à esquerda, e imagem de uma
partícula de GSR esférica obtida no MEV, à direita.

► O revólver é o tipo de arma mais propício a deixar vestígios do disparo, tendo em


vista que entre as câmaras do tambor e a entrada do cano, existe um espaço por onde os
gases resultantes da detonação do cartucho saem, além é claro, da própria boca do cano.
► As pistolas semi-automáticas, por sua própria constituição, não são tão suscetíveis
de expelirem resíduos na mesma quantidade; os quais saem pela janela do extrator e pelo
próprio cano.

RESIDUOGRAFIA METÁLICA E NÃO METÁLICA


► Desenho esquemático dos resíduos expelidos por revólver.
► R1 – resíduos expelidos pelo cano.
► R2 – resíduos expelidos pela câmara (tambor)

► Outros tipos de arma longas, como: espingardas, carabinas metralhadoras, além


dos resíduos nas mãos, geralmente impregnam outras partes do corpo e também as vestes
do atirador.

EFEITOS DELETÉRIOS DO PROJÉTIL SOBRE O CORPO HUMANO:


► I - ação direta: Mecanismo do martelo (empurra a massa a sua frente); Mecanismo
da cunha (abre caminho entre os tecidos)
► II - ação indireta ou explosiva: Transmissão de energia e de seu movimento
vibratório.
► Obs. - Ao atingir o alvo o projétil causa uma ferida de entrada, sofre fragmentação,
achatamento, torção e outras deformações em seu trajeto, e às vezes uma ferida de saída.

Sinal do Funil de Bonnet


(define entrada e saída de projéteis em crânio)

LESÕES PÉRFURO-CONTUSAS:
► Ao atingir o corpo, o projétil provoca:
– rompimento na pele, formando um orifício em forma tubular no qual se
enxuga de seus detritos (orla de enxugo)
– arrancamento da epiderme (orla de contusão ou escoriação )
► Ao se formar o túnel de entrada:
– pequenos vasos se rompem formando equimoses em torno do ferimento (orla
equimótica).
PROJETIS DE ARMA DE FOGO:
► a) - Tiros encostados - Cano da arma parcial ou totalmente encostado no alvo
► b) - Tiros à curta distância - É a mais rica em elementos característicos, devido ao
impacto do projétil, pelo calor da combustão, pela fumaça da pólvora, pelos resíduos
incombustos e pela expansão dos gases que acompanham o projétil até uma curta
distância. É chamado de tiro à queima-roupa quando apresenta apenas ação dos gases
superaquecidos (queimadura de pele e crestação de pelos).
PROJETIS DE ARMA DE FOGO:LESÕES DE ENTRADA: orlas, sempre presente.
► ORLA DE CONTUSÃO (ORLA DE ESCORIAÇÃO) : a pele se invagina e se rompe
devido à diferença de elasticidade de derme e epiderme;
► também chamada de orla ou zona de contusão;
► arrancamento da epiderme resultante da pressão que rompe a pele;
► pode ocorrer na saída quando a pele é comprimida contra anteparo;
► aumentada quando roupa grossa é comprimida contra a pele .

PROJETIS DE ARMA DE FOGO:LESÕES DE ENTRADA: orlas, sempre presente.


► ORLA EQUIMÓTICA: zona da hemorragia oriunda da ruptura de pequenos vasos.
► I - importante para caracterizar reação vital
► II - infiltração hemorrágica  equimose produzida pela contusão e roturas dos
vasos situados na vizinhança do orifício
► III - se estende por todo o trajeto, sendo importante na procura deste
► IV - observada até mesmo no orifício de saída;
PROJETIS DE ARMA DE FOGO:LESÕES DE ENTRADA: orlas, sempre presente.
► ORLA DE ENXUGO: zona de cor escura que se adaptou às faces do projétil,
limpando-os dos resíduos da pólvora;
► I - atrito da pele que limpa o projétil da ferrugem, óleo ou fumaça;
► II - exclusiva da entrada;
► III - algumas vezes observada nas vestes;

► ZONA DE TATUAGEM: é resultante da impregnação de partículas de pólvora


incombusta que alcançam o corpo:
► I - tiro à curta distância (pólvora incombusta)
► II - grãos de pólvora não queimados ou ainda em combustão que penetram na
pele
► III - muito utilizada na determinação da distância do tiro
► IV - sinal indiscutível de orifício de entrada em tiros à curta distância

► ZONA DE ESFUMAÇAMENTO (PÓLVORA): é produzida pelo depósito de fuligem


da pólvora ao redor do orifício de entrada;
► I - tiro à curta distância (pólvora combusta);
► II - resíduos da combustão - cor cinza ou negra;
► III - sempre presente, exceto se houver proteção pelas roupas;
► IV - sai completamente com água e sabão.

► ZONA DE CHAMUSCAMENTO (CHAMA): ORLA DE QUEIMADURA : tem como


responsável a ação superaquecida dos gases que atingem e queimam o alvo;
► I - tiro à queima roupa;
► II - queima a pele;
► III - cresta os pelos;
► IV - pode se limitar à roupa;
ORLAS E ZONAS DE CONTORNO
1 – Orla de enxugo;

2 – Orla equimótica;

3 – Zona de esfumaçamento;

4 – Zona de tatuagem.

Zona de esfumaçamento
Zonas de Chamuscamento e Esfumaçamento
ORLAS E ZONAS DE CONTORNO
ORIFÍCIOS DE ENTRADA – TIRO ENCOSTADO
► Produzidas pela pressão dos gases:
– forma irregular (estrelado) pela dilaceração dos tecidos pelos gases
explosivos (mina de Hoffmann);
– sem zona de tatuagem ou de esfumaçamento;
– diâmetro do ferimento maior que o projétil (explosão dos gases);
– halo fuliginoso nos ossos: (sinal de Benassi);
– impressão (pressão) do cano da arma (sinal de Werkgaertner);
– quando transfixante: trajeto com orifício de entrada e saída.
Sinal de Pupe Werkgaetner

LESÕES DE ENTRADA (PROJETIL):


► a) - forma circular (ortogonal) (90°), oval ou arredondado (ângulo diverso de
90°(inclinado) ou elíptico (de lado ou tangencial);
► b) - diâmetro geralmente menor do que o projétil;
► c) - bordas geralmente invertidas;
► d) - irregular na presença de roupa grossa transfixada;
► Obs. - não se pode afirmar o calibre da arma pelo diâmetro dos ferimentos.
LESÕES DE ENTRADA (PRESSÃO GASES): COM PLANO ÓSSEO SUBJACENTE
► Câmara de Mina de Hofmann
– ferida estrelada com bordas solapadas e escurecidas
– orifícios de bordas denteadas e desarranjadas, com descolamento e
escarificação dos tecidos, podendo ser maiores que os diâmetros dos
projéteis- cratera de mina
► Sinal de Bonnet
– cone e base voltados para dentro - traços de fratura radiais
► Sinal de Benassi
– anel acinzentado - resíduos de pólvora no osso
– fumaça atinge plano ósseo formando um halo, sinal
LESÕES DE ENTRADA (PRESSÃO GASES): SEM PLANO ÓSSEO SUBJACENTE
► A pele recua mas não se rompe tanto quanto no couro cabeludo;
► pressão da arma contra a pele pequena – esfumaçamento raiado ;
► Sinal de Werkgartner – impressão da boca do cano na pele pelo calor;
► LESÕES NO TRAJETO: Depende das estruturas acometidas .
LESÕES DE SAÍDA:
– Geralmente maior que lesão (orifício) de entrada;
– Orifício irregular com bordas evertidas (dilacerado);
– Ausência de orlas e zonas;
– Maior sangramento;
– Ferida estrelada, em fenda ou circular;
– Caso haja anteparo  escoriação ;
– Pode haver mais orifícios de entrada que de saída ou vice-versa
(fragmentação, esquírolas ósseas/dentárias);

 de forma irregular ou dilacerado;


 maior que orifício de entrada;
 maior sangramento;
 ausência de orlas, zonas e halos;
 bordos evertidos;

Lesões Pérfurocontusas
Orifício de Entrada x Orifício de Saída
► ENTRADA:
► Regular,
► Invertido,
► Normalmente, proporcional ao diâmetro do projétil (exceção aos projéteis de
ponta oca, principalmente os expansivos),
► Com orlas e zonas.
► SAÍDA:
► Dilacerado,
► Evertido,
► Desproporcional ao diâmetro do projétil,
► Sem orlas e zonas.

TRAJETO/TRAJETÓRIA:
► Trajeto: é o caminho percorrido pelo projétil dentro do corpo da vítima,
– pode ser:
► transfixante ;
► não transfixante (projétil retido).
► Trajetória: é o caminho percorrido pelo projétil fora do corpo (da arma até a
superfície atingida),
– por ser:
► trajeto simples: resultante de projétil único;
► trajeto múltiplo: resultante de projéteis múltiplos.
Trajeto de projétil
TANATOLOGIA FORENSE
Prof. Henri Heine Olivier

► Parte da medicina legal que se ocupa da morte e dos problemas médico-legais com
ela relacionados.
– Def.: É o estudo do fenômeno morte.
– É um processo e não momento único.
– Conceito tradicional (morte circulatória).
– Conceito moderno - morte encefálica:
► Neurológico;
► Circulatório;
► Elétrico;
Morte encefálica ( conceito)
“Corresponde à perda total, definitiva e irreversível das funções do tronco cerebral, que
faz parte do encéfalo.
O encéfalo, por sua vez, é constituído pelo diencéfalo, cérebro, cerebelo e tronco
encefálico, onde estão o mesencéfalo, a ponte e o bulbo.
O tronco cerebral é a sede das estruturas nervosas que controlam as funções que mantêm
vivo o indivíduo, como pressão arterial, batimentos cardíacos, atividade respiratória e nível
de consciência”.

Obs.: a morte encefálica é permanente e irreversível.


Morte encefálica é o mesmo que coma? Não. O paciente em coma está médica e
legalmente vivo e pode respirar quando o ventilador é removido e/ou ter atividade
cerebral e fluxo sanguíneo no cérebro.
Uma vez dado o diagnóstico de morte encefálica, é declarado legalmente morto. Esta é a
hora que deve constar no atestado de óbito. A hora da morte não é a hora da retirada do
ventilador.
Lei n.º 9.434/97, art. 3.º - “A retirada ‘post mortem’ de tecidos, órgãos ou parte do corpo
humano, destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de
morte encefálica”

Fenômenos cadavéricos:
Fenômenos abióticos (ausência de vida) imediatos:
perda da consciência;
perda da sensibilidade;
Abolição dos movimentos e tônus muscular: fáscies hipocrática/serena, dilatação
pupilar, dilatação anal, liberação de esperma, abertura palpebral;
Cessação da respiração: ausência de expansibilidade torácica voluntária e ausculta
pulmonar silenciosa;

► Cessação da circulação: ausência de pulsos, esvaziamento arterial no


fundo de olho, descoramento da coróide;
► Cessação da atividade cerebral e reflexos;
– Fenômenos abióticos consecutivos:
► Desidratação por evaporação tegumentar (O que cobre o
corpo do homem e dos animais (pele, pêlos, penas,
escamas);
► Perda de peso (8g/Kg/dia);
► Apergaminhamento da pele;
► Dessecamento de mucosas ;

– Modificações dos globos oculares:


► Tela viscosa;
► Diminuição e perda de tensão;
► Mancha esclerótica do pigmento coróide (Membrana do
olho, fina, vascular, pigmentada, situada entre a
esclerótica e a retina; coroidéia);
► Resfriamento do corpo;
► Aferição anal;
► Decréscimo médio de 0,5 a 1,0 °C/hora (3 primeiras hs. –
4ª h em diante);

► Manchas de hipóstase:
► Tom violáceo que se assemelha às equimoses ;
► Início até 2-3 horas de morte, mas rara em negros;
► Ausente nos pontos de apoio na superfície;
► Fixação macroscópica definitiva em torno de 8 a 12
horas.

Livores hipostáticos ausentes na área de


contato com o solo e áreas de pressão.

► Manchas de hipóstase viscerais ;


► Rigidez cadavérica:
– Coagulação da miosina nas miofibrilas pela desidratação e
acidificação ;
– Início entre 1 e 2 horas pela extremidade superior (cranial);
– Pico máximo em torno de 12 horas;
► Desaparecimento gradual na mesma ordem, após 24 horas, restando flacidez
absoluta irreversível.

► Mancha verde abdominal (18 a36 hs – FID) Fenômenos transformativos


destrutivos:
► Autólise (autofagia). - Ação enzimática da célula, resultando acidificação do meio.
Autodestruição de célula e de organelas citoplasmáticas pelas suas próprias enzimas
hidrolisantes; autodigestão.
Ato de autoconsumir-se, autodevorar-se:
► Putrefação:
– Período de coloração;
– Período gasoso;
– Período coliquativo;
– Período de esqueletização;
Mancha verde abdominal. Óbito há 48 horas.

Fase de coloração
Fase de coloração em evolução.
Cadáver com cerca de 72 horas do óbito.

– Putrefação (quatro períodos): continuação -

– Difunde-se ao tórax, cabeça e membros.

– Nos afogados começa pela cabeça e tórax

• Período gasoso (segundo período).

► Gases de putefração - bolhas na epiderme:


– Aspecto gigantesco – face, abdome e genitais masculinos;

– A pressão leva ao esboço de desenho vascular – circulação


póstuma de Brouardel;

Circulação póstuma de Brouardel

Fase gasosa - posição de “boxeador”


Fase gasosa
Fase gasosa – aumento de volume.
► Período coliquativo (terceiro período)
► Dissolução pútrida do cadáver:
– Reduz o volume dos tecidos
– Aumento da fauna cadavérica
► Coliquação - Dissolução orgânica com excreções abundantes; fusão, liquefação.

Fase coliquativa: desfiguração facial, grande quantidade de larvas

• Período de esqueletização:

► Atuação do meio ambiente e da fauna cadavérica promovem a


desintegração do corpo – cadáver com ossos quase livres, presos
apenas por ligamentos articulares.

Entomologia Forense: insetos e fauna cadavérica:


► 1ª Legião: Dipteros, Muscina stabulans (8-15 dias);
► 2ª Legião: Lucila coesar (15 a 20 dias);
► 3ª Legião: Dermester lardarins 20 a 30 dias/3a 6 meses;
► 4ª Legião: Pyophila patasionis. Depois da fermentação;
► 5ª Legião: Tyreophora Cyrophila. Na liquefação;
► 6ª Legião: Uropoda nummularia. Absorvem os humores;
► 7ª Legião: Aglossa cuprealis (12 a 24 meses);
► 8ª Legião: Tenebrio Obscurus (3 anos após a morte).
Fenômenos conservadores:
– Congelação - Processo que melhor conserva o cadáver ;
– Saponificação ou adipocera - Cadáver adquire consistência untosa, mole,
como o sabão ou cera, às vezes quebradiça, tonalidade amarelo-escura, odor
de queijo rançoso.
► Solo argiloso e úmido (embebição e dificulta aeração)
Refrigeração de cadáver
Equipamentos de Necropsia
Mumificação

– Conservação pela dessecação natural ou artificial do cadáver .


► Perda rápida de água pelo cadáver exposto ao ar em regiões de clima
quente e seco, impedindo a ação microbiana responsável pela
putrefação
► Peso reduzido, pele dura, seca, enrugada, enegrecido, cabeça < volume,
conservação de traços fisionômicos
Calendário aproximado da morte
► Menos de 2 horas – corpo flácido, quente e sem livores;
► 2 a 4 horas – rigidez da nuca e mandíbula, início dos livores e
esvaziamento das papilas oculares no fundo de olho;
► 4 a 6 horas – rigidez dos membros superiores, da nuca e da mandíbula,
livores relativamente acentuados, anel isquêmico de metade do
diâmetro papilar no fundo de olho;
Calendário aproximado da morte
► Mais de 8 e menos de 16 horas – rigidez generalizada, manchas de
hipóstase, desaparecimento das artérias de fundo de olho, não
surgimento de mancha verde abdominal;
► Mais de 16 e menos de 24 horas – rigidez generalizada, mancha verde
abdominal, desaparecimento completo das artérias de fundo de olho;
Calendário aproximado da morte
► Mais de 24 e menos de 48 horas – presença de mancha verde
abdominal, início de flacidez e de papilas e máculas não localizáveis no
fundo de olho;
► De 48 a 72 horas – extensão da mancha verde abdominal e fundo de
olho reconhecível só na periferia;
Calendário aproximado da morte
► De 72 a 96 horas – Fundo de olho irreconhecível;
► De 2 a 3 anos – Desaparecimento das partes moles do corpo e presença
de insetos;
► Mais de 3 anos – esqueletização completa.

TANATOPRAXIA
A Tanatopraxia consiste num conjunto de técnicas que permitem parar qualquer risco de
infecção e de atrasar a Tanatomorfose.
Foi possível registrar numerosos casos de acidentes infecciosos provocados por restos
mortais.
De fato as bactérias não patogênicas num ser vivo perduram depois da morte.

O cadáver constitui um perigo potencial para a higiene e saúde pública. Os tratamentos de


Tanatopraxia permitem a difusão no conjunto dos tecidos de uma dose suficiente de um
produto bactericida adaptado, cujo efeito é somente destruir as bactérias existentes, mas
ainda estabelecer um ambiente ascético capaz de resistir a uma invasão microbiana.

O tratamento de restauro, (no caso do corpo se encontre mutilado no seguimento de um


acidente ou de uma autopsia) e de cosmética permitem restituir ao corpo do defunto uma
atitude calma e serena.
Oferece à família o melhor dos benefícios que se constitui em recordar de seu ente
querido como ele era verdadeiramente em vida. Isto, psicologicamente se constitui de um
valor incalculável.

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