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Cadernos do SUS Betim / Minas Gerais - Ano I - Nº V

CONHECENDO
A
DOENÇA
RENAL
SUS BETIM
PREFEITURA MUNICIPAL DE BETIM
Secretaria Municipal de Saúde de Betim

Conhecendo a Doença Renal

1ª edição

Betim-MG
2010
2010 Secretaria Municipal de Saúde de Betim - Minas Gerais.

Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim
comercial.

Cadernos do SUS Betim


1ª edição – 2010

Elaboração e informações:
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

Gestão Estratégica e Participativa SUS Betim


Rua Pará de Minas, 640, Brasiléia, Betim/MG
Telefone: (31) 3512.3139 / 3512.3438

Divisão de Serviços de Terapias Renais Substitutivas do Hospital Público Regional de Betim


Avenida Edméia Mattos Lazarrotti, 3800, Ingá, Betim/MG
Telefone: (31) 3539.8191
Ficha Catalográfica
______________________________________________________________________________________________________________________________________
Betim. Prefeitura Municipal de Betim. Secretaria Municipal de Saúde. Conhecendo a doença renal
1. Rins: doenças 2. Rins: hemodiálise 3. SUS
60 páginas

ISBN 978-85-63352-03-3

CDD 610
Catalogação na publicação: Eni Alves Rodrigues. CRB6-1996
______________________________________________________________________________________________________________________________________
Equipe Editorial:
Gestão Estratégica e Participativa SUS Betim
Organização: Berenice de Freitas Diniz e Joana D'arc Aparecida Costa
Capa, Projeto Gráfico e Diagramação: Vanessa Maria Avelar dos Santos Diniz
Ilustrações: Renato César Oliveira Santos
Revisão final: Luciana Gontijo
PREFEITURA MUNICIPAL DE BETIM

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS

MARIA DO CARMO LARA PERPÉTUO


Prefeita

ALEX TADEU DO AMARAL RIBEIRO


Vice-Prefeito

CONCEIÇÃO APARECIDA PEREIRA REZENDE


Secretária Municipal de Saúde

MÁRCIO MELO FRANCO


Secretário Adjunto de Saúde
* Equipe da Secretaria Municipal de Saúde em Julho de 2011- data de publicação gráfica desse material.
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE BETIM*

BERENICE DE FREITAS DINIZ


Gestão Estratégica e Participativa do SUS Betim

CARLOS ROBERTO DE ANTONIO


Administração da Saúde

HÉDER LAFETÁ MARTINS


Procurador Adjunto da Saúde

MARIA BERNADETE PINHO DE FREITAS


Atenção à Saúde

RAIMUNDO LOYOLA JÚNIOR


Planejamento da Saúde
Vigilância à Saúde

VALÉRIA DUTRA CATALAN


Gestão do Trabalho e Educação na Saúde

Assessoria de Gabinete da Saúde


ADRIANA DINIZ DE DEUS
JOSÉ LUIZ RODRIGUES
MARINA ABREU CORRADI CRUZ
PEDRO DE OLIVEIRA PINTO
EQUIPE TÉCNICA DE ELABORAÇÃO
PREFEITURA DE BETIM
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

* funcionários do Hospital Público Regional de Betim/Secretaria Municipal de Saúde


*Autoras: Ana Cristina Milanez Braga - psicóloga
Daniela Cristina Sampaio de Brito - psicóloga

*Co-autor: MS.Teomar Alves - médico nefrologista

*Autoras das orientações nutricionais: Isabella Ribeiro de Souza - nutricionista


Melissa S. Bechelani Meireles - nutricionista
Maria da Conceição Saraiva - nutricionista

*Colaboradores: Aparecida Queiroz Rosa e Silva - assistente social


Ana Paula da Silva Pereira - nutricionista
Cristiane Rosalina O. Souza Santos - gerente
Diana Gois da Costa Santos - enfermeira
Eronan de Oliveira - técnica de enfermagem
Lílian Cristina Diniz - assistente social
Luciana Dias Teixeira - enfermeira
Luciane Maria Lott - enfermeira
Luís Henrique Alves Benício - médico nefrologista
Nilsa Fonseca - técnica de enfermagem

Revisora científica: Profª. Drª. Hélady Sanders Pinheiro


Médica nefrologista e Professora adjunta da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora/UFJF

Revisor de texto: Dr. Gilson José dos Santos


Professor de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira

“Agradecemos à Associação dos Pacientes Renais Crônicos de Betim pela importante colaboração na elaboração desta Cartilha”.
INTRODUÇÃO

CLÍNICA DE HEMODIÁLISE É UMA CONQUISTA DE TODOS NÓS, BETINENSES!

A história da implantação da clínica de hemodiálise em Betim revela o sofrimento do nosso povo


durante vários anos. Como se não bastasse ter que conviver com a doença, os pacientes e seus familiares
passavam, muitas vezes, por situações constrangedoras, como ter que depender do transporte não
institucional, sem qualidade e sem segurança.
Mas já em 1993, em nosso primeiro governo, tomamos as medidas para dar início ao serviço de
hemodiálise em nosso município e assim mudar radicalmente essa realidade. Hoje Betim é a única cidade
da Região Metropolitana de Belo Horizonte que tem um serviço público próprio de hemodiálise.
Por decisão do nosso governo, a Clínica de Hemodiálise do HPRB passou por uma total
reestruturação e agora está com capacidade para atender 200 pacientes. Com o término da segunda etapa
das obras, a capacidade aumentará para 400 usuários, atendendo a demanda total, incluindo a de outras
13 cidades vizinhas. Isso faz do Hospital Regional um dos primeiros do Brasil com duas clínicas.
Desde 2009, já foram investidos R$ 8,5 milhões na reforma do HPRB, o que inclui a construção da
nova clínica de hemodiálise. A implantação da estação de transporte sanitário proporciona aos usuários
um transporte digno, seguro e confortável. Isso demonstra a preocupação do atual governo em cuidar
daqueles que mais precisam do serviço público de saúde, em cuidar de você, em especial.
Este caderno tem o objetivo de facilitar a vida das pessoas que necessitam de tratamento na Clínica
de Hemodiálise e seus familiares. Traz orientações e dicas úteis no dia-a-dia de cuidados com a saúde.
Boa leitura! Um forte abraço,

Maria do Carmo Lara


Prefeita de Betim
APRESENTAÇÃO

HISTÓRIA DA IMPLANTAÇÃO DA HEMODIÁLISE

Um conjunto de circunstâncias históricas contribuiu para que fosse criada a clínica de hemodiálise
do Hospital Público Regional de Betim, inaugurada em 1996. Por um lado, já havia um movimento na
cidade, dos usuários renais crônicos, reivindicando a implantação do serviço no município. Por outro,
havia também uma consciência entre muitos profissionais da saúde com relação às condições adversas
enfrentadas pelos usuários, tanto no que diz respeito ao transporte até Contagem e Belo Horizonte
quanto ao retorno a Betim após as sessões de diálise, às quais causavam mal-estar em todos eles, em
virtude da precariedade dos equipamentos utilizados no serviço, já que as máquinas das unidades de saúde
em BH eram antigas.
Além disso, havia uma preocupação geral não só sobre o atendimento precário em BH mas
também pelo fato de que a maioria dos usuários da hemodiálise, cerca de 60, eram também os portadores
de Hanseníase, moradores da Colônia Santa Izabel, e pacientes renais crônicos. Acrescente-se, ainda, que
os pacientes muitas vezes ficavam em BH o dia inteiro para realizar as sessões, o que só aumentava o
desgaste físico e emocional deles.
Durante as obras de construção do Hospital Público Regional de Betim (HPRB), reiniciadas em
1993, na primeira gestão da prefeita Maria do Carmo Lara, a Secretaria Municipal de Saúde foi procurada
por uma comissão de usuários renais crônicos que faziam tratamento em Contagem e Belo Horizonte.
A comissão reivindicou, na época, que a Prefeitura Municipal de Betim montasse uma clínica de
hemodiálise no hospital que estava sendo construído para atender a demanda da cidade, que nessa época
já era considerável. Os integrantes da comissão argumentavam que o tratamento a que eram submetidos
era, por si só, muito difícil, e que o deslocamento a outras cidades era uma dificuldade a mais.
Com a decisão de tentar atender a reivindicação, iniciaram-se os estudos sobre a viabilidade do
serviço. Foram muitos os argumentos contrários: desde o grande custo do serviço, passando pelos perigos
do tratamento (pouco tempo antes havia morrido vários pacientes no município de Caruaru, em
Pernambuco, com grande repercussão na mídia) até a desconfiança de que não conseguiríamos contratar a
equipe. Ainda hoje Betim é o único município da região metropolitana de Belo Horizonte que tem um
serviço público próprio de hemodiálise.
Após ser provado que o serviço poderia beneficiar uma parcela importante dos usuários do
SUS/Betim, foi obtida a autorização do governo municipal para sua implantação. Assim foi possível abrir
as vagas no Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV) para a contratação dos nefrologistas,
enfermeiros, nutricionistas, assistentes sociais, técnicos de enfermagem e demais profissionais que
compõem a equipe. Após uma dura negociação com os gestores de Belo Horizonte e Contagem,
conseguiu-se remanejar o teto financeiro para Betim e, assim, foi iniciado o atendimento. A clínica
começou a atender 24 pacientes e passou a 48 em pouco tempo, quando haviam oito cadeiras.
Havia uma desconfiança inicial de alguns poucos usuários de Betim que faziam suas sessões em
Contagem ou Belo Horizonte, que temiam por problemas devidos ao serviço recém-montado. Contudo,
rapidamente a terapia renal substitutiva do HPRB se firmou como uma referência de serviço de qualidade,
contando com uma equipe multiprofissional que garante um atendimento integral e humanizado.
A Clínica de Hemodiálise do HPRB hoje tem capacidade para atender 200 pacientes. Com o
término da segunda etapa das obras, a capacidade aumentará para 400 usuários. Foram investidos na
reforma do Hospital Regional, o que inclui a construção dessa clínica, R$ 8,5 milhões pela atual gestão da
Prefeitura Municipal de Betim. Tal fato demonstra nossa preocupação não só com a garantia de acesso aos
serviços, mas aos serviços com a melhor qualidade e humanização.

Conceição Aparecida Pereira Rezende


Secretária Municipal de Saúde de Betim
Gestora do SUS Betim
Durante o atendimento ambulatorial, o médico é
capaz de perceber a evolução esperada para o usuário e,
principalmente, fazer o prognóstico quanto à
funcionalidade dos rins. Dependendo das características
evolutivas da doença renal, do tratamento determinado
Falar algumas palavras sobre a equipe da pelo médico e pelos demais profissionais e da aderência às
Hemodiálise do Hospital Regional de Betim possui o orientações, o paciente evoluirá para a necessidade de
significado da leitura de um especial capítulo desta terapia renal substituta a curto, médio ou longo prazo. Para
instituição. De uma pequena e acanhada unidade a um esclarecer várias dúvidas de pacientes e familiares, a
serviço em constante ampliação, com perspectivas atuais de elaboração de uma cartilha com informações básicas sobre a
400 usuários, foi uma saga. doença renal e seus tratamentos é de grande importância, o
Inicialmente, poucas pessoas acreditavam na que somente agora foi possível realizar, por se constituir um
construção de serviço de Hemodiálise em uma instituição grupo coeso para a execução dessa tarefa.
pública. Hoje, fruto de intenso carinho e profunda É com imenso prazer que apresento aos usuários do
dedicação de toda a equipe, este serviço está se serviço de Hemodiálise de Betim e a seus familiares estas
materializando e, em breve, consolidar-se-á como um dos informações da cartilha. Espero, por meio dela, ajudá-los a
melhores serviços de Hemodiálise do Estado. obter sucesso com o tratamento proposto, minimizando
Temos sempre que felicitar e incentivar tais uma série de incertezas quanto ao tratamento, prognóstico e
trabalhadores que, no seu cotidiano, levam incomensuráveis riscos da doença renal que se pretende abordar do ponto de
doses de solidariedade a todos os cidadãos que deles vista terapêutico.
necessitam. Nesta data, considero cumprida essa missão,
deixando claro o elevado grau de envolvimento,
Geraldo Márcio Viana Zanon capacidade e, sobretudo, carinho da equipe de profissionais
Diretor Geral do Hospital Público lotados na Divisão de Serviços de Hemodiálise do HPRB, aos
Regional de Betim/HPRB quais manifesto a minha mais verdadeira admiração.

Mestre Teomar Alves


Médico nefrologista e responsável técnico
da Divisão de Terapia Renal do Hospital
Público Regional de Betim/HPRB
SUMÁRIO
O que são os rins ..................................................................16

O que pode acontecer quando os rins adoecem ................... 17

Causas da Doença Renal Crônica .......................................... 18

Prevenção da Doença Renal Crônica .................................... 18

Sintomas da Doença Renal Crônica ....................................... 19

Tratamentos possíveis ........................................................... 20

Hemodiálise ......................................................................... 20

CAPD – Diálise Peritonial Ambulatorial Contínua .................. 24

Transplante renal .................................................................. 26

Importância de tomar o remédio todos os dias ..................... 28

Alimentação na Doença Renal .............................................. 30

Resultado de exames ............................................................ 55

Mensagem Final ................................................................... 58

Referências Bibliográficas ...................................................... 60

Cartão de Horário ................................................................ 61


Olá, meu nome é
Zé dos Rins! Venho aqui
apresentar informações para
que você e sua família possam
entender melhor a doença renal e
seus tratamentos. É importante
lembrar que a sua participação e
de seus familiares são fundamentais
para o sucesso do tratamento.

Então, vamos lá!?


VOCÊ SABE O QUE SÃO OS RINS?

O nosso corpo é formado por vários órgãos, sendo um deles o rim. As pessoas
possuem dois rins, e cada um deles tem a forma parecida a de um feijão. Eles
ficam localizados na parte interior das costas, na altura da última costela, um do
lado direito e o outro do esquerdo, em um local que
chamamos de “região lombar”.

A principal função dos rins é filtrar o sangue.


Como isso ocorre? Imagine o filtro d'água
da sua casa. Ele deve retirar toda sujeira
da água para que você possa bebê-la
limpinha. Dessa mesma forma funcionam
os rins. Quando o sangue passa por eles,
fica livre de impurezas, pronto para
circular pelo seu corpo. E essa sujeira precisa
ser jogada fora, de alguma maneira, e isso
acontece quando você faz xixi.

16
Mas não é só isso que os rins fazem!

Eles também:

· regulam os níveis de cálcio e de fósforo no corpo que ajudam na


formação de ossos sadios;
· produzem uma substância (chamada eritropoetina) que participa da
produção de sangue;
· contribuem no controle da pressão arterial, ao eliminar o excesso de
água do corpo e regular a concentração de sódio.

E QUANDO OS RINS ADOECEM … O QUE ACONTECE?


Quando adoecem, os rins vão parando de funcionar, deixando de realizar suas
funções até que essas fiquem muito comprometidas. Essa condição é denominada
Doença Renal. Se os rins voltarem a trabalhar normalmente, chamamos a isso
Doença Renal Aguda. Mas, se deixarem de funcionar definitivamente, essa condição
é considerada Doença Renal Crônica.
17
FIQUE ATENTO A ALGUNS SINTOMAS DA DOENÇA RENAL CRÔNICA:
Com os rins doentes, a pressão arterial pode encontrar-se sempre alta prejudicando
seu coração ou até mesmo provocando um derrame cerebral.

Outros sintomas também estão relacionados à doença renal


como tonteira, enjoo, dores de cabeça e inchaço (mais
comuns nas pernas, mãos e rosto) causado por
grande quantidade de líquido no corpo.

Os seus ossos são afetados, ficando


mais fracos e quebradiços, o que
aumenta o risco de fraturas.

Você pode, ainda: ficar anêmico;


sentir-se fraco e indisposto; urinar com
espuma, escura ou com sangue;
ter dificuldade em urinar,
e sentir sede intensa.
18
E O QUE PODE CAUSAR A VOCÊ PODE EVITAR A DOENÇA
DOENÇA RENAL CRÔNICA? RENAL AO SE CUIDAR.

O diabetes mellitus e a hipertensão Fique ligado em algumas dicas:


arterial são as principais causas que
levam à Doença Renal Crônica, mas
também existem outras que são - Não fumar;
importantes citar, como: - Seguir uma dieta balanceada;
- Realizar avaliação médica anual;
- História familiar de Doença Renal - Não fazer uso de bebidas alcóolicas
Crônica; abusivamente;
- Obesidade; - E o mais importante: sempre
- Infecções urinárias de repetição; manter hábitos saudáveis.
- Cálculos renais;
- Diagnóstico de lupus ou de outras
doenças auto-imunes.

19
EXISTE UM TRATAMENTO POSSÍVEL?
Sim! Existem várias formas de tratamento, como o ambulatorial ou conservador,
as diálises (hemodiálise e diálise peritonial) e o transplante renal.
Então, vamos lá conhecê-las?!

HEMODIÁLISE
É um tratamento em que é necessária a sua
presença, em média, três vezes por semana
no centro de diálise, permanecendo lá,
em média, quatro horas.

Na hemodiálise, o sangue sai do corpo


e passa dentro de um filtro, controlado
por uma máquina, voltando limpinho
para você.
20
Mas, para que isso aconteça é preciso colocar um catéter (tubo flexível),
geralmente em uma veia localizada no pescoço, ou fazer uma pequena cirurgia no
braço, ligando uma veia a uma artéria, o que é chamado de “fístula”. Essa precisa
de cerca de 3 a 8 semanas para ficar madura, isto é, pronta para uso. Enquanto
isso não ocorre, o catéter é utilizado como um acesso temporário.

É muito importante que você cuide muito bem do seu catéter ou da sua fístula,
pois é por meio deles que a hemodiálise é realizada. Preste atenção a algumas
dicas:

QUANTO AO CATÉTER:

· Não molhar o curativo que protege o catéter.


· Não trocar o curativo, pois esse será feito no dia de hemodiálise.
· Ter cuidado para que crianças não o puxem (ou mesmo você, sem querer).
· Caso haja sangramento, o curativo molhe ou se solte, procure
imediatamente o centro de diálise.
· Ficar atento aos sinais de infecção, como febre, calafrios, náuseas e vômitos.
Se tais sintomas se manifestarem, você deve procurar um serviço de saúde
imediatamente.
21
QUANTO À FÍSTULA:

· Não usar relógios, acessórios e roupas apertadas no braço da fístula.


· Não dormir em cima do braço da fístula e nem mantê-lo dobrado por muito
tempo.
· Não coçar o braço da fístula, mantê-lo sempre limpo e as unhas bem
cortadas.
· Não tirar a casquinha formada no local em que se coloca a agulha a cada
sessão de hemodiálise.
· Não remover pêlos próximos a fístula.
· Não medir a pressão arterial e nem aplicar injeção ou coletar sangue no
braço da fístula.
· Não carregar peso com o braço da fístula.
· Não usar pomadas e cremes no local da fístula sem receita médica.
FÍSTULA

· Em caso de sangramento, levante o braço e


aperte o local por dois minutos com um pano limpo.
Se o sangramento não parar ou for intenso, procure,
imediatamente, o serviço de diálise.
Desenho: Sinemar Reis
Paciente da hemodiálise do HPRB
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DICA:
Para você evitar que O início da hemodiálise pode
seu braço com a fístula ser um pouco difícil, pois o
fique inchado, faça o seu corpo está se adaptando à
seguinte exercício: eleve nova forma de tratamento.
os braços acima do
corpo, e mantenha-os É bastante comum que você
nessa posição. Então, sinta, durante as sessões de
faça movimentos suaves hemodiálise, alguns
de abrir e fechar a mão incômodos, como cãimbras,
e os dedos, de acordo queda de pressão, náuseas e
com o orientação do dores de cabeça.
seu enfermeiro.
Qualquer problema, Se você seguir o tratamento
entre em contato com a corretamente, pode evitar
equipe de enfermagem várias complicações.
do Serviço de
Hemodiálise.
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CAPD – DIÁLISE PERITONIAL AMBULATORIAL
CONTÍNUA
Esse tipo de diálise acontece de
maneira diferente da hemodiálise.
É realizado, diariamente em
casa, por você, sozinho ou
com a ajuda da sua família.

Ao invés da máquina, quem realiza a


filtragem do sangue é o seu próprio
corpo por meio do peritônio, uma
membrana localizada no abdômen.

Para que o peritônio funcione como


um filtro, é preciso colocar um catéter
na barriga, perto do umbigo, sendo
que uma parte dele fica dentro
do seu corpo e a outra fora.
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Nesse catéter, será introduzido um líquido chamado “solução de diálise” que
ficará em contato com o peritônio por algum tempo. Assim, a sujeira e o excesso
de líquido presentes no sangue vão passando para essa solução que, em seguida,
será retirada pelo mesmo catéter por onde entrou. Isso só acontece porque o
peritônio apresenta pequenos buraquinhos que ficam em contato com os vasos
sanguíneos, permitindo assim a retirada das impurezas. Não se preocupe! Esse
processo não lhe provocará nenhuma dor.

A solução de diálise permanece no abdômen por 4 horas e deve ser trocada, em


média, de 3 a 5 cinco vezes ao dia. Essa troca leva, aproximadamente, 40
minutos e precisa ser feita em um local bem limpinho de sua casa.

Com o CAPD, você poderá ter mais liberdade para fazer outras atividades, como,
por exemplo, viajar, trabalhar e praticar esportes. Mas deverá tomar todos os seus
remédios e ter uma alimentação adequada.

Ah! E não se esqueça: o seu catéter é permanente e os cuidados com ele são
diferentes do da hemodiálise: você não só pode, como deve fazer, diariamente, a
sua limpeza com água e sabão neutro, secar com uma toalha bem limpinha e
cobrí-lo com curativo.
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TRANSPLANTE RENAL
Existe também a possibilidade de realizar o transplante renal. Nesse caso, você
receberá um rim sadio de um parente próximo ou de alguma pessoa que tenha
acabado de falecer (por morte cerebral). Através de uma cirurgia, o rim sadio é
colocado em um dos lados da sua barriga, sem que sejam retirados os rins
doentes.

Atenção!
Antes do transplante é preciso
fazer diversos exames, tanto
em você quanto em seu
doador, para verificar se
o seu corpo aceitará bem o
novo rim, diminuindo o
risco de rejeição.

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Mas o que é essa tal de rejeição? Qualquer pessoa saudável pode ser
um doador vivo de órgãos. De acordo
É simples entender. Veja bem: com o artigo 9º da Lei 10.211/2001,
parente, até o quarto grau e cônjuge
O nosso corpo possui um mecanismo podem ser doadores; não parentes,
de defesa que nos protege de corpos somente perante a autorização
estranhos, como, por exemplo, judicial. Informe-se com sua equipe.
bactérias e vírus.
E aí, entendeu como funcionam os
O novo rim pode ser considerado pelo tratamentos renais? Conversando com
seu corpo como algo estranho e, por a equipe você receberá a melhor
esse motivo, ser combatido. Esse indicação de tratamento. E não se
processo é chamado de rejeição e para esqueça: a sua participação é
que isso não ocorra, você deverá fazer fundamental para o seu bem-estar.
uso de remédios por toda a vida,
chamados imunossupressores.
O medo, a incerteza e o desânimo
Além disso, você também deverá podem interferir na sua rotina
manter uma dieta adequada e ir ao e adaptação ao tratamento.
hospital para fazer as consultas de O psicólogo ajudará você e sua família
a enfrentarem esse novo desafio.
controle.
27
POR QUE É TÃO IMPORTANTE TOMAR OS REMÉDIOS TODOS OS DIAS?
Vimos que os rins desempenham várias funções no corpo. Assim, quando eles
deixam de funcionar, essas funções precisam ser substituídas. É aí que também
entram os medicamentos.

Vamos conhecer melhor alguns deles?

· Eritropoetina: é um hormônio
produzido pelos rins e sua função é
participar da produção do sangue. A
diminuição desse hormônio causa
anemia e por isso é preciso usá-lo em
forma de medicamento.

· Ferro: é um mineral fundamental para


a produção do sangue. Se os níveis de
ferro estiverem baixos, é preciso tomá-lo
em forma de comprimido ou de injeção.
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· Quelante de fósforo: é um medicamento que evita o acúmulo de fósforo no
corpo. O quelante gruda no fósforo do alimento que você comeu, permitindo
que ele seja, em parte, eliminado pelas fezes.

· Complexo B + ácido fólico + vitamina C: são substâncias importantes para o


bom funcionamento do corpo e devem ser repostas, pois são perdidas na diálise.

· Vitamina D3: é produzida pelos rins e sua função é ajudar na absorção do cálcio
presente no seu corpo, fortalecendo os seus ossos e dentes. Quando os rins
deixam de produzir essa vitamina, deve-se tomá-la, sob a forma de remédio, para
que o cálcio seja absorvido.

· Medicamentos para controle da pressão arterial: é preciso que você use


direitinho os seus remédios, para controlar sua pressão, pois o acúmulo de líquido
eleva sua pressão sanguínea.

ESCLARECIMENTO:
O médico é quem definirá e controlará a quantidade e
o tempo da sua sessão de diálise.
Ah! É ele que também irá prescrever todas as suas medicações.
29
ALIMENTAÇÃO NA DOENÇA RENAL
Para que seu tratamento seja
bem-sucedido é muito importante
que você tenha uma dieta adequada.

Inicialmente você será avaliado


pela nutricionista e receberá
orientações a respeito de
como se alimentar.

Uma alimentação
adequada é a melhor
maneira de garantir
o bom estado

Fo
nutricional de

nte
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quem faz diálise!

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30
CONTROLANDO A QUANTIDADE DE SAL DA SUA ALIMENTAÇÃO
O sal (sódio) é encontrado naturalmente nos alimentos e ainda pode ser adicionado a
eles pela indústria alimentícia. O excesso de sal em seu corpo é prejudicial, já que leva
ao inchaço e também ao aumento da pressão arterial.

Evite os alimentos que já contêm grande quantidade de sal, como, por exemplo:

Bacon, carnes defumadas, carne de sol, charque, linguiça,


mortadela, presunto, salame e salsicha.

Bacalhau, peixe enlatado (sardinha, atum, enchovas).

Caldos concentrados de: galinha, carnes, legumes e


temperos prontos.
31
Conservas, como, por exemplo, milho, ervilha, palmito,
picles, maionese, azeitona, molho de tomate,
molho inglês, de soja, de mostarda e catchup.

Margarina e manteiga com sal, queijos salgados (prato,


muçarela, parmesão).

Amendoim salgado, batata industrializada, biscoitos


salgados, chips, macarrão instantâneo, pães,
pipoca salgada, salgadinhos (coxinha, quibe, pastel,
empada, esfirra) e sopas prontas.

Bicarbonato de sódio, laxante e sal de frutas devem ser


consumidos apenas se prescritos por seu médico.

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Sempre que possível, leia o rótulo das embalagens dos alimentos e observe se neles
contêm sódio. Não use sal dietético.

Agora, uma dica muito importante:


1g de sal é igual a uma tampinha de caneta.

Desta forma, você poderá calcular a quantidade de sal recomendada em sua dieta.

Existem vários temperos que podem e devem ser adicionados aos alimentos, para
melhorar o sabor da sua refeição.

Experimente usar açafrão, alecrim,


alho, cebola, cheiro-verde, coentro,
cominho, corante, cravo-da-índia,
ervas finas, hortelã, limão, orégano,
pimenta, pimentão, pimenta-do-reino,
tomilho e vinagre.

33
Abaixo, algumas receitas saudáveis para você saborear!

RECEITAS DE MOLHOS SEM SAL


(eles podem substituir o sal em sua alimentação)

Molho Batido
Molho Nitrimé
Ingredientes: 2 cenouras picadas, Ingredientes: 1 xícara de óleo,
2 tomates (sem pele e sem 1 xícara de vinagre, 1 colher de
sementes), 1 cebola, 1 cabeça sopa de molho de tomate,
de alho, pimenta-do-reino, 1 cebola picada, 3 cravos-da-
orégano, 1 xícara de chá de óleo. índia, 1 colher de chá de pimenta,
½ colher de chá de noz-moscada.
Modo de preparo: coloque todos
os ingredientes no liquidificador e Modo de preparo: basta colocar
vá acrescentando o óleo até todos os ingredientes no
o ponto de maionese. liquidificador e bater.
Conserve em geladeira.
34
Molho Inglês
caseiro
Molho Vinagrete
Ingredientes: 2 pimentas
vermelhas ardidas, 1 cebola Ingredientes: 1 tomate picado
grande, ½ litro de vinagre, (sem semente), ½ cebola picada,
3 colheres de sopa de azeite, cheiro-verde picadinho,
4 cravos, 1 cabeça de alho, pimenta-do-reino,
1 maço de salsa e de cebolinha, 1 colher de sopa de limão
3 folhas de louro. e azeite à vontade.

Modo de preparo: bata tudo Modo de preparo: misture


no liquidificador e todos os ingredientes
conserve em vidro fechado e sirva.
na geladeira.

35
ORIENTAÇÕES QUE LHE AJUDARÃO A CONTROLAR
A INGESTÃO DE LÍQUIDOS
Pode ocorrer acúmulo de líquidos em seu corpo, já que seus rins não estão
conseguindo eliminá-lo por meio do xixi. Sua diálise poderá ter mais complicações, se
for necessário retirar grande quantidade de líquido, em curto espaço de tempo.

Para você saber se está tomando líquido em excesso, verifique o seu peso:

O ganho normal entre as diálises (diferença entre peso com que você saiu na
última diálise e o peso com que você chega para a sua próxima sessão) deve ser,
em média, de 1,5 Kg a 2,0 Kg, dependendo do seu tamanho. Esse peso que se
ganha é, basicamente, de líquido que será retirado pela máquina.

Abaixo, encontram-se algumas orientações que você deve seguir, para evitar grande
ingestão de líquidos:

· Fique atento à quantidade ingerida de alimentos líquidos, como: água, água de


coco, bebida alcoólica, café, chá, gelatina, gelo, leite, refrigerante, sopa, sorvete e
sucos.
36
· Anote em um papel a quantidade de líquidos que você bebe diariamente, e veja
se está dentro da quantidade recomendada. Pode-se usar um recipiente graduado
(com medida de volume) para fazer esse controle.

· Use copos e xícaras pequenos para ingerir líquidos.

· Quando estiver com sede, coloque uma pedra de gelo na boca. Ela vai matar a
sede e a quantidade de água ingerida será menor.

· Beba somente quando estiver com sede. Quando sentir a boca seca, coloque
algumas gotas de limão na língua para estimular a salivação. Você também pode
enxaguar a boca com água, sem engolir.

· Líquido gelado mata melhor a sede do que líquido quente ou morno.

· Evite alimentos muito salgados ou muito doces, pois aumentam a sede.

· Tente respirar mais pelo nariz do que pela boca.

· Dê preferência em comer as frutas geladas.


37
· Escove os dentes e bocheche com enxaguante bucal.

· Use pequenas quantidades de líquidos para tomar seus remédios.

Algumas pessoas com doença renal podem ainda urinar.


Mas isso não quer dizer que não precisem diminuir
a quantidade de líquido.

Quantidade recomendada de líquidos que


você pode tomar ao dia (no intervalo de 24 horas):
500 ml + a quantidade de urina que você elimina
durante o dia e a noite (24 horas).

38
O QUE É POTÁSSIO?
Potássio é uma substância que está presente, naturalmente, em muitos alimentos.
Principalmente em frutas, feijões, verduras e legumes. Ele é muito importante para o
funcionamento dos músculos de todo o corpo, inclusive os do coração. A quantidade
de potássio na alimentação de quem faz diálise tem de ser controlado, pois, quando
elevada, pode provocar problemas no coração, fraqueza muscular e até a morte.

Fique atento ao resultado de potássio em seu exame sanguíneo,


o mesmo deve permanecer até o valor 5,5 mEq/L *.
A lista que segue lhe ajudará a controlar a ingestão de potássio,
além de permitir que você mantenha sua alimentação variada
em verduras, legumes e frutas.

Mas lembre-se: é necessário que você siga


corretamente as quantidades indicadas.

* mEq/L = É uma unidade química de concentração de algo numa solução, geralmente usada para expressar eletrólitos em líquidos orgânicos. Por exemplo, para potássio a necessidade de ingesta diária é de 75mEq.
Esta unidade é dada pela concentração em gramas em relação a valência química da substância (cátion ou ânion).

39
GRUPO 1 (quantidade baixa de potássio por porção indicada)
ALIMENTOS MEDIDA CASEIRA Gramas/mL
Abacaxi 1 fatia média 75
Açaí polpa 1 ½ copo americano 100
Acerola 6 unidades 70
Ameixa preta fresca 1 unidade pequena 52
Aveia em flocos 2 colheres de sopa 40
Banana-maçã 1 unidade média 50
Banana-ouro 1 unidade pequena 30
Caju 1 unidade média 100
Caldo de cana (exceto diabético) 1 copo médio 250
Cereja 10 unidades 50
Damasco fresco 1 unidade média 35
Figo cru 1 unidade média 55
Figo em calda (exceto diabético) 4 unidades médias sem calda 165
Framboesa 10 unidades 80
Jabuticaba 30 unidades 150
Laranja-serra-d´água 1 unidade pequena 90
Limão 2 unidades médias 100
Linhaça 1 colher de sopa 10g
Maçã 1 unidade média 130
Melancia 1 fatia pequena 100
Morango 5 unidades médias 60
Pêra 1 unidade média 110
Pêssego 1 pêssego grande c/casca 100
Pêssego em calda (exceto diabético) 4 metades sem calda 120
Pitanga 14 unidades 98

40 Quantidade de porções que você poderá comer ao dia: ____________________________________________


ALIMENTOS MEDIDA CASEIRA Gramas/mL
Abobrinha italiana / paulista cozida 4 colheres de sopa 120
Abóbora menina brasileira 3 colheres de sopa 90
Almeirão 1 pires cheio 30
Acelga 1 pires de cheio 30
Agrião 1 pires de cheio 30
Aipo bulbo 1 pires de cheio 30
Alcachofra 1 pires de cheio 30
Alface-lisa 1 pires cheio 30
Alface-crespa 1 pires cheio 30
Alface-americana 1 prato raso 60
Batata-doce branca 2 colheres de sopa 84
Berinjela cozida 4 colheres de sopa 100
Beterraba cozida 3 colheres de sopa 60
Beterraba crua 2 colheres de sopa 32
Cebola 4 colheres de sopa 76
Cebolinha 4 colheres de sopa 30
Cenoura cozida picada 3 colheres de sopa 75
Cenoura crua ralada 3 colheres de sopa 36
Chicória 1 pires cheio 30
Chuchu refogado 4 colheres de sopa 100
Couve 1 pires cheio 30
Couve-flor cozida 4 colheres de sopa 100
Ervilha grão 3 colheres de sopa 81
Espinafre 1 pires cheio 30
Farinha de arroz 2 colheres de sopa 40
Farinha de aveia 2 colheres de sopa 40
Farinha de maisena 2 colheres de sopa 40
Farinha de mandioca 2 colheres de sopa 40
Farinha de milho 2 colheres de sopa 40
41
ALIMENTOS MEDIDA CASEIRA Gramas/mL
Farinha de rosca 2 colheres de sopa 40
Farinha de tapioca 5 colheres de sopa 100
Mandioca 3 colheres de sopa 100
Milho verde 3 colheres de sopa 75
Mostarda 1 pires cheio 30
Nabo 2 colheres de sopa 40
Pepino 4 colheres de sopa ou 10 fatias 72
Pimentão 5 fatias ou 3 colheres de sopa 40
Quiabo 2 colheres de sopa rasa 40
Rabanete 2 colheres de sopa 40
Repolho 2 pires cheio 60g
Rúcula 1 pires cheio 30
Salsa 2 colheres de sopa picada 20
Serralha 1 pires cheio 30
Tomate 3 colheres de sopa ou 3 rodelas médias 60
Vagem cozida 3 colheres de sopa 60

Quantidade de porções que você poderá comer ao dia: __________________________________________

42
GRUPO 2 (quantidade média de potássio por porção indicada)

ALIMENTOS MEDIDA CASEIRA Gramas/mL


Abacate 2 colheres de sopa 100
Banana-prata 1 unidade média 60
Café infusão 1 xícara de chá 150
Caqui 1 unidade pequena 110
Jaca 5 bagos 60
Jambo 3 unidades pequenas 90
Kiwi 1 unidade média 76
Laranja-baía 1 unidade pequena 90
Laranja-da-terra 1 unidade pequena 90
Laranja-pêra-rio 1 unidade pequena 90
Mamão 1/4 da unidade pequena ou 2 colheres de sopa 80
Manga 1 unidade pequena ou1 fatia média 100
Maracujá 1 unidade pequena s/ casca 50
Melão 1 fatia média 90
Mexerica Pokan / Murcote 1 unidade pequena 110
Pinha ½ unidade 65
Suco de fruta 1 copo americano: ½ água e ½ suco 165
Umbu 1 ½ unidade 114
Uva 10 unidades grandes 120

Quantidade de porções que você poderá comer ao dia: ______________________________________

43
ALIMENTOS MEDIDA CASEIRA Gramas/mL
Batata-inglesa sauté 4 colheres de sopa 100
Abóbora-capotian cozida 3 colheres de sopa 108
Abóbora-moranga cozida 2 colheres de sopa 72
Brócolis 3 ramos médios ou 3 colheres de sopa 75
Cará 3 colheres de sopa 100
Jiló 4 colheres de sopa 100
Palmito 3 colheres de sopa 60
Taioba 3 colheres de sopa refogada 60

Quantidade de porções que você poderá comer ao dia: _________________________________________

44
GRUPO 3 (quantidade alta de potássio por porção indicada)

ALIMENTOS MEDIDA CASEIRA Gramas/mL


Amora 10 unidades 80
Cupuaçu nd 100
Goiabada 1 unidade média 170
Graviola ½ xícara de chá 122
Nectarina 1 unidade média 110

Quantidade de porções que você poderá comer ao dia: __________________________________________

ALIMENTOS MEDIDA CASEIRA Gramas/mL


Batata baroa cozida 3 colheres de sopa 105
Batata doce roxa 2 colheres de sopa 84
Batata inglesa frita 3 colheres de sopa 75
Feijão 1 concha média ou 5 colheres de sopa 100
Grão-de-bico 4 colheres de sopa 90
Lentilha cozida 4 colheres de sopa 80
Soja cozida 3 colheres de sopa cheia 60

Quantidade de porções que você poderá comer ao dia: __________________________________________

Fonte das tabelas: SARAIVA, M. C. 2010, adaptada de FRANCO, G. Tabela de composição de alimentos. 9a ed. São Paulo: Editora Atheneu, 1999; PHILIPPI, S. T. Nutrição e técnica
dietética. 2a ed. Revista e atualizada. Barueri, SP: Manole, 2006; NEPA-UNICAMP. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. 2a ed., versão II. Campinas: NEPA-UNICAMP, 2006.

45
ATENÇÃO!
Os alimentos abaixo não devem ser consumidos por terem muito potássio:
Banana-caturra, banana-da-terra, caldas de compotas de frutas, coco (água de coco,
coco seco, coco verde), frutas cristalizadas, frutas secas (ameixa, tâmara, uva-passa),
sucos de frutas concentrados, tamarindo, tremoço cru; açúcar mascavo, bombom,
chocolate ao leite, achocolatados em pó, chocolate em pó, chocolate meio amargo,
doce de leite, leite condensado, rapadura; amêndoa, amendoim, castanha de caju,
castanha-do-pará, noz, pinhão cozido, caldos de carnes concentrados, coentro folha
desidratada, ketchup, massa de tomate, mostarda em pó; camarão, miúdos,
presunto, salame, sardinha; centeio, farelos, farinha de soja, granola, gérmen de
trigo, levedo de cerveja; chá-preto folhas, vinho (rosado e tinto), leite em pó, feijão-
branco cozido e inhame.

Atenção!
A carambola, independentemente do seu conteúdo de potássio,
apresenta uma substância tóxica que pode causar desde soluços até
coma e morte em pacientes com doença renal crônica.
Portanto, esse alimento deve ser retirado de sua alimentação.

46
Técnica de processamento de alimentos para diminuir o potássio:

Legumes:
Folhas:
Corte-as.
No início da preparação,
Para um pires
tire a casca e corte-os em
de café (100g),
cubos pequenos.
adicione 1 litro de água,
Para 5 colheres de sopa
leve ao fogo e
de legumes (100g), adicione
deixe-as ferver por
1 litro de água, leve ao fogo e
3 minutos.
deixe-os cozinhar.
Escorra a água e
Escorra a água e
termine a preparação.
termine a preparação.

47
O QUE É FÓSFORO?
O fósforo é uma substância presente em grande quantidade nos ossos. Ele é
responsável pela construção e manutenção de ossos e dentes saudáveis.

O fósforo entra no nosso corpo por meio da alimentação. Como os rins não estão
funcionando bem, ocorre acúmulo de fósforo no sangue, o que pode causar: coceiras
no corpo, dores e fraquezas nos ossos, endurecimento do coração, pulmão e vasos
sanguíneos, ocasionando consequentemente infarto e, até mesmo, morte.

Fique atento ao resultado de fósforo no seu exame de sangue. Esse deve


permanecer até o valor 5,5 mEq/L. Acima desse valor já é considerado
hiperfosfatemia, ou seja, fósforo alto. Alguns grupos de alimentos que são ricos
em fósforo e proteína não devem ser retirados da sua alimentação, pois são
fundamentais para a sua saúde. Durante a diálise, existe uma grande perda de
proteínas e, por isso, é importante que você coma esses alimentos, listados na
tabela a seguir, nas quantidades indicadas.
48
GRUPOS DE ALIMENTOS EXEMPLOS
Carnes em geral e ovos Boi, frango, peixe, ovo
Leites e derivados Leite fermentado, queijo, iogurte e coalhada
Grãos em geral Feijão, soja, lentilha e grão-de-bico

A quantidade diária de proteína em g (gramas) necessária a pacientes em diálise é


maior, se comparada a quem não faz esse procedimento, sendo no mínimo 1,2
g/kg/dia. Por exemplo, uma pessoa que pesa 65kg, precisará de 78 gramas ao dia.
Porém, para comer esse total de proteína, a sua ingestão de fósforo será alta (entre
800 a 1000 mg), precisando assim da ajuda do quelante, para evitar a
hiperfosfatemia.

Fique atento às principais causas de hiperfosfatemia que são: alimentação rica em


fósforo e uso incorreto do quelante. A tabela abaixo mostra a absorção de fósforo.
Veja que, para cada grupo de alimento, há um nível de absorção diferente no
intestino.
ALIMENTOS ABSORÇÃO DE FÓSFORO
Leite e derivados 65 a 90%
Carnes e ovos maior do que 70%
Dieta mista 60 a 70%
Aditivos alimentares à base de fósforo, como,
por exemplo, ácido fosfórico, polifosfato e pirofosfato. 100%

49
Aditivos são substâncias adicionadas aos alimentos industrializados. Fique atento a
esses alimentos que contêm aditivos: hambúrguers, nuggets, salsichas; bebidas, tortas
e bolos prontos; produtos instantâneos (pudins) e queijos processados.

Confira abaixo a quantidade de fósforo em alguns alimentos:

ALIMENTO MEDIDA CASEIRA QUANT.FÓSFORO (mg)


Filé de peixe (merluza) assado 1 unidade pequena (100g) 273
Bife bovino (patinho) grelhado 1 unidade média (100g) 289
Chã de fora/dentro cozido 3 unidades médias (100g) 186
Acém moído cozido 4 colheres de sopa (100g) 164
Língua de boi cozida 3 colheres de sopa (100g) 136
Dobradinha cozida 3 colheres de sopa 100g 57
Bife de fígado frito 1 unidade média (100g) 420
Sobrecoxa ou coxa de frango s/ pele assado 1 sobrecoxa grande ou 2 coxas (100g) 251
Peito de frango s/ pele grelhado 1 bife médio (100g) 295
Coração de frango assado 10 unidades (100g) 276
Nuggetes de frango frito 3 unidades (51g) 102
Sardinha conserva 2 unidades (68g) 337
sardinha frita 2 unidades (68g) 427
Ovo cozido 1 unidade (50g) 92
Leite integral 1 copo americano (150ml) 123
Iogurte sabor morango 1 pote pequeno (120ml) 88
Bebida láctea 1 copo americano (150ml) 94
Leite fermentado 1 unidade (70g) 44
Leite condensado (100g) 187
50
ALIMENTO MEDIDA CASEIRA QUANT.FÓSFORO (mg)
Leite de soja 1 copo pequeno (150ml) 80
Queijo Minas 1 fatia média (30g) 37
Tofu (queijo soja) 1 fatia média (30g) 39
Queijo prato 1 fatia fina (15g) 77
Requeijão 1 colher de sobremesa (15g) 37
Sorvete cremoso 1 bola (80g) 122
Sorvete de frutas sem leite ½ copo 38
Picolé de frutas 1 unidade (64g) 0,6
Arroz integral ½ xícara 81
Arroz comum ½ xícara 12
Cereal de farelo ½ xícara 143
Flocos de milho ½ xícara 19
Milho ½ xícara 53
Macarrão com queijo ½ xícara 253
Macarrão com molho de tomate 1 prato 83
Pão integral 2 fatias (50g) 97
Pão de forma 2 fatias (50g) 46
Pão francês 1 unidade (50g) 48
Pão de queijo 2 unidades médias 94
Bolacha simples 6 unidades (42g) 38
Bolo de chocolate 1 fatia grande (100g) 200
Bolo de coco 1 fatia grande (100g) 301
Bolo de milho 1 fatia grande (100g) 122
Feijão-carioca 5 colheres de sopa (100g) 82
Amendoim 5 colheres de sopa (100g) 506
Castanha de caju (100g) 490
Pizza 2 fatias 246

51
ALIMENTO MEDIDA CASEIRA QUANT.FÓSFORO (mg)
Refrigerante à base de cola 1 copo médio (200ml) 34
Guaraná 1 copo pequeno (140ml) 0
Cerveja 1 copo médio (200ml) 60
Chocolate 100g 256
Doce de fruta 1 colher de sopa cheia (40g) 12
Banana-prata 1 unidade 23
Maçã 1 unidade 9

Fonte: SOUZA, I.R.; MEIRELES, M.S.B. & SARAIVA, M.C. 2010, adaptada de NEPA-UNICAMP. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. 2a ed., versão II. Campinas: NEPA-
UNICAMP, 2006.

52
JÁ FOI FALADO SOBRE O QUELANTE, NÃO É?
Abaixo, encontra-se algumas dicas de como usá-lo.

Quando e como usar, adequadamente, o quelante de fósforo:

· Tomar o quelante imediatamente antes, durante e após a refeição.


· Adequar a quantidade do quelante à quantidade de fósforo da refeição. Não se
preocupe, pois a sua nutricionista e seu médico farão isso para você!
· Em refeições e lanches que contenham quantidades significativas de fósforo.

Exemplo 1: No seu café da manhã, você comeu 1 pão francês com margarina e
tomou um cafezinho puro. É necessário tomar o quelante? Não, pois esse lanche tem
pouquíssimo fósforo.
Exemplo 2: No seu café da manhã, você comeu 1 pão francês com margarina
com um copo de leite ou uma fatia de queijo. Nessa situação, você precisa de tomar o
quelante, pois os laticínios têm grande quantidade de fósforo, como pode ser visto na
tabela anterior.

· Não se esqueça de trazer seu quelante para a diálise e tomá-lo em todas as


refeições.
53
ATENÇÃO!
Evite os alimentos abaixo, pois são ricos em fósforo e não são essenciais para você!

Amendoim e preparações, como, por exemplo, paçoca e pé de moleque, castanha de


caju, noz; linguiça, mortadela, presunto, salsicha, salame, salaminho; miúdos como
(fígado, moela, coração), sardinha; gergelim, gérmen de trigo, granola, farelos,
linhaça; cerveja, leite, refrigerantes à base de cola (coca-cola e pepsi); coco e cocada;
levedo de cerveja, fermento químico e biológico; quitandas à base de fermento,
queijo e ovo (bolos e biscoitos caseiros) e sobremesas que levam leite, ovo, queijo
(pudim, tortas, arroz doce, canjica, sorvetes, mingau de milho verde e doce de leite).

E fique atento ao seu peso e apetite. Caso venha perdendo


peso, você será avaliado e, se necessário, receberá
suplementação nutricional oral completa hipercalórica e
hiperprotéica, disponível em nosso serviço de nutrição e/ou
Nutrição Parenteral Intradialítica, com o objetivo de tratar sua
desnutrição protéico-calórica.

54
FIQUE LIGADO!
Confira sempre os resultados de seus exames mensais e
não deixe que eles fiquem no vermelho!

PERIGO
CUIDADO

ÓTIMO

PARE! ATENÇÃO ÀS PARABÉNS,


BUSQUE AJUDA. ORIENTAÇÕES! EXAMES BONS!

Menor que 7 g/l De 8 g/l a 10 g/l Igual ou maior


HEMOGLOBINA que 11 g/l
Maior que 6,9 mc/l De 5,6 mc/l a 3,5 a 5,5 mc/l
POTÁSSIO 6,9 mc/l
FÓSFORO Maior que 7 mg% De 5,6 a 7 mg% 3,5 a 5,5 mg%
55
Fique atento ao seu horário.

Para que as sessões de diálise não se atrasem e os pacientes dos horários


seguintes não se queixem pela espera, é preciso sua colaboração, chegando às
sessões com 30 minutos de antecedência. Quando a máquina de diálise estiver
pronta para ser usada, todos os pacientes poderão entrar. Não será permitida
a entrada na sala de diálise antes do horário. Entre um turno de hemodiálise e
outro é feita a limpeza das máquinas para evitar a transmissão de infecções e
doenças. Por isso, existe intervalo entre as sessões, momento que os pacientes
aguardam na sala de espera e realizam as refeições oferecidas pelo serviço.

Caso a equipe avalie a necessidade de você ter um


acompanhante, esse deve ter mais de 18 anos de idade,
como estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente.

56
Lembre-se:
A vida continua. É importante manter as suas atividades,
afinal você não vive para dialisar, mas dialisa para viver.

Você sabia
que pode viajar com a
sua família até mesmo
para outros estados?
Programe com a
assistente social
sua diálise
em trânsito.
57
MENSAGEM FINAL

Acredito que agora você e sua família compreendam


melhor a Doença Renal e seus tratamentos. É claro que
podem ter ficado algumas perguntas ou ter surgido novas
dúvidas, afinal, são muitas informações, não é verdade?
Quanto a isso, não se preocupem, pois a nossa equipe estará
sempre aqui para ajudá-los, esclarecendo todas as questões e
auxiliando-os no que for preciso.

Sintam-se bem acolhidos.

58
Desenho: Sinemar Reis
Paciente da hemodiálise do HPRB

59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS. Disponível em: <http:// www.abto.org.br: visitado em: 09
março 2010.

FRANCO, G. Tabela de composição de alimentos. São Paulo, SP: Editora Atheneu, 1999.

LUGON, J.R. Doença renal crônica no Brasil: um problema de saúde pública. Jornal Brasileiro de Nefrologia, v.31, p.2-5, 2009.

NEPA-UNICAMP. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. 2 ed., versão II. Campinas, SP: NEPA-UNICAMP, 2006.

PHILIPPI, S. T. Nutrição e técnica dietética. Revista e atual. Barueri, SP: Manole, 2006.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. Disponível em: <http:// www.sbn.org.br: visitado em 10 março 2010.

SOUZA, R.A.; MIGUEL, T.; CHAMAHUN, L. & OLIVEIRA, S. M. Insuficiência Renal Crônica. Belo Horizonte, MG: Editora UFM,
1998.

THE NATIONAL KIDNEY FOUDATION. Disponível em: <http:// www.kidney.org: visitado em 17 março 2010.

VIEIRA, A.M.; SILVA, C.A.; MIRANDA, E.M.F. & LENA, D.V. O paciente renal crônico e seu tratamento. Belo Horizonte, MG:
Sherpa Suporte e Editoração, 1994.

ZATZ, R.; ROMEO JUNIOR, J.E. & NORONHA, I.L. Nephrology in Latin América, with special emphasis on Brasil. Kidney
International, v. 63, n. 83, p. 131-134, 2003.

60
CARTÃO DE HORÁRIO - RECORTE NA LINHA PONTILHADA E GUARDE O SEU CARTÃO.

Nome: _____________________________________________________________

Telefone(s): _________________________________________________________

ATENÇÃO AO HORÁRIO MARCADO.


O Serviço de Diálise funciona em três turnos, de segunda-feira a sábado.
Confira os horários de cada turno no quadro abaixo:

TURNO HORÁRIO
1º turno 7h às 11h
2º turno 12h às 16h
3º turno 17h às 21h
Os seus dias de diálise são: ( ) 3ª, 5ª e sábado ( ) 2ª, 4ª e 6ª
E seus horários: ( ) 1º turno ( ) 2º turno ( ) 3º turno

Horário das refeições:


TURNO CAFÉ ALMOÇO JANTAR LANCHE
1º turno 6h30min 11h --- ---
2º turno --- 11h 16h ---
3º turno --- --- 16h 21h

61
O Serviço de Diálise também conta com serviço administrativo e gerencial.

Para reclamações, sugestões e elogios,


procure o gerente ou a Ouvidoria do SUS Betim.

Divisão de Serviços de Terapias


FALE CONOSCO!
Renais Substitutivas do
Hospital Público Regional de Betim
OUVIDORIA
SUS Betim
Avenida Edméia Mattos Lazarrotti, A Voz do Cidadã
o
nº 3800, Bairro Ingá, Betim/MG (31) 3512-3198
/3199
e-mail: ouvidorias
us@betim.mg.go
v.br
Telefone: (31) 3539.8191

62
“Os rins não funcionam mais,
porém Deus nos deu
a inteligência e a capacidade
para enfrentarmos as dificuldades deparadas.
Temos que agradecer a oportunidade
de fazermos esse tratamento
e nunca esquecermos
que a doença não impede
a continuação da nossa vida”.

Dirce Rosa de Andrade


Paciente da Hemodiálise do HPRB
FALE CONOSCO!

OUVIDORIA
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Cidadão
A Voz do

/3199
(31) 3512-3198
vid ori asu s@ be tim.mg.gov.br
e-mail: ou

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