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Posições subjetivas narcísico-objetais, ou fases de estruturação do

psiquismo
Fases do desenvolvimento do eu (ou posições subjetivas) ao longo do
eixo narcísico, segundo Juignet (2001).A figura 1 representa
graficamente esses momentos.
1. O arcaico (do nascimento até os 3-6 meses)
2. Individuação (dos 6 meses aos 2 anos)
3. Autonomização (dos 2-4 anos)(Até esse momento, o sujeito está em
processo de separação de seu objeto:terreno em que se constitui o
narcisismo primário.)
4. Consolidação do narcisismo (dos 4 anos até o fim da adolescência)
(Aqui, se constitui o narcisismo secundário: a separação do
objeto já se completou.)

***Fases do desenvolvimento psicossexual (ou posições


subjetivas) ao longo do eixo objetal e as diferentes lógicas
que organizam o desejo.
1. Fase oral precoce (até 3 meses) e fase oral tardia(até 1 ano)
2. Fase anal precoce (1-2 anos) e fase anal tardia(2-3 anos)
3. Fase fálica (3-5 anos)(Até aqui, estamos no terreno pré-genital.)
4. Fase genital (5-7 anos)***
Percebe-se que a cronologia ao longo dos dois eixos é
ligeiramente “desencontrada.

Assim, embora os dois eixos (narcísico e objetal) possam ser


estudadosindependentemente, a constituição do eu é concomitante à do
objeto. O modopelo qual o sujeito concebe o objeto, e sua relação com
ele, determina o modocomo o sujeito se concebe a si mesmo e se
posiciona como sujeito. Sujeito eobjeto vão se constituindo
mutuamente, daí falarmos em posição subjetivanarcísico-objetal.
Tomando-os em sua mútua determinação, Juignet (2001)prefere
falar em fases de estruturação do psiquismo. Elas levam em conta
o“grau” de triangulação que vai sendo conquistado, desde a presença do
terceiroobjeto ainda nos bastidores – o pai no espaço psíquico da
mãe; o pai dandosustentação à mônada mãe-bebê; o pai como apoio
necessário para que ela possarealizar a função materna – até seu
completo reconhecimento e aceitação, ao fim do processo. As fases de
estruturação do psiquismo são essenciais para que nos localizemos
do ponto de vista da psicopatologia.. A separação progressiva das
duas que representam o sujeito e seu objeto é concomitante à
presença cada vez mais evidente do terceiro. Apresento uma visão de
conjunto das fases de estruturação do psiquismo, para depois detalhá-
las.

1. O arcaico (até 6 meses). Há um período inicial de fusão de um


protossujeito com seu proto-objeto, formando uma mônada narcísica. Na
figura 1, a fusão está indicada pela superposição de duas bolinhas, o que
dáa impressão de serem uma só; o terceiro objeto é uma virtualidade, e
está representado por um ponto.
2. Primeira triangulação (6 meses a 2 anos). Tem início a ruptura da
mônada narcísica, que deve começar a se abrir para o terceiro e, a partir
daí, para os outros objetos do mundo. A psicose é a forma de
subjetividade na qual a separação sujeito/objeto não se deu. Ambos
continuam, em alguma medida, vivendo em simbiose. A psique materna
continua fazendo trabalho psíquico para a criança e vice-versa, poi a
criança está sendo usada para manter a psique materna organizada. Na
figura 1, a simbiose é representada por duas bolinhas que apresentam
uma área de interpenetração. A terceira bolinha é ainda muito discreta,
pouco mais que um ponto.
3. Segunda triangulação (2-4 anos). Já deve estar concluída a ruptura
damônada e efetuada a separação entre os dois psiquismos; o terceiro
objeto está no horizonte, mas é recusado ou hostilizado. A tarefa,
durante essa fase, é a conquista da autonomia com relação ao objeto
primário. As várias formas de não neurose resultam de uma falha
nessa passagem: o objeto primário continua sendo necessário em sua
função psíquica de apoio para manter o psiquismo do sujeito organizado.
Até aqui, estamos em terreno pré-edipiano, como se pode acompanhar
nos quadros que ocupam a parte debaixo da figura 1 e na figura 3.
Na figura 1, as duas bolinhas que representam o sujeito e seu objeto
já estão claramente diferenciadas, mas não se separam, indicando que o
objeto ainda exerce uma função de apoio para o sujeito. Na área de
tangência entre as duas bolinhas, sujeito e objeto ainda se confundem.
A bolinha que representa o terceiro já está mais visível, mas ainda
menor que as outras duas.
4. Triangulação edipiana propriamente dita (4-7 anos). Nessa fase, deve-
se processar a travessia pelo Édipo, com a conquista da identidade
sexual, da diferença entre as gerações, culminando com a renúncia ao
objeto edipiano .A neurose é a condição psicopatológica em que a
renúncia não se completou e a condição humana de exclusão do
casal parental não foi plenamente apreendida no plano psíquico. Na
figura 1 há três bolinhas, todas com o mesmo tamanho, formando um
triângulo. Na figura 3, temos os elementos metapsicológicos que
caracterizam essa forma de subjetividade.

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