O documento descreve as fases do luto vividas por Ana Beatriz Cerisara após receber diagnóstico de câncer terminal. Ela passou pela negação e depressão descritas por Elizabeth Kübler-Ross, até chegar à aceitação da própria morte, encontrando serenidade. Ana agora vive intensamente com a família e reflete sobre a "boa morte", comparando-a ao nascimento como um processo natural.
Descrição original:
Baseado na entrevista concedida por Ana Beatriz Cerisara.
O documento descreve as fases do luto vividas por Ana Beatriz Cerisara após receber diagnóstico de câncer terminal. Ela passou pela negação e depressão descritas por Elizabeth Kübler-Ross, até chegar à aceitação da própria morte, encontrando serenidade. Ana agora vive intensamente com a família e reflete sobre a "boa morte", comparando-a ao nascimento como um processo natural.
O documento descreve as fases do luto vividas por Ana Beatriz Cerisara após receber diagnóstico de câncer terminal. Ela passou pela negação e depressão descritas por Elizabeth Kübler-Ross, até chegar à aceitação da própria morte, encontrando serenidade. Ana agora vive intensamente com a família e reflete sobre a "boa morte", comparando-a ao nascimento como um processo natural.
ACE - FACULDADE GUILHERME GUIMBALA | Curso de Psicologia – 4º B
Disciplina: Psicologia da Saúde e Hospitalar
Professor: Ms Hudelson dos Passos Acadêmica: Frida Lima
Estudo de Caso – Fases do Luto
Ana Beatriz Cerisara – a boa morte
No emocionante depoimento oferecido por Ana Beatriz Cerisara para a
Revista Veja, Ana relata ter recebido diagnóstico de câncer, três tumores no intestino além de intestino curto. Ana relata que após a cirurgia de colocação de bolsa de colostomia passou por momentos muito difíceis e um estado de depressão profunda. Ana passa do estágio de negação descrito por Elizabeth Klüber-Ross em seu livro Sobre a Morte e o Morrer (1985) vivenciando o quarto estágio das fases do luto descrito por Ross é o estágio da depressão, quando o paciente em fase terminal não pode mais negar sua doença, quando é forçado a submeter-se a mais uma cirurgia ou hospitalização, quando começa a apresentar novos sintomas e torna-se mais debilitado e mais magro, não pode mais esconder a doença. Ana relata que quando conseguiu se apropriar da decisão de parar com os procedimentos ela foi invadida por uma sensação de calma e começou a enxergar a finitude da vida com serenidade. Quando diz, “estou pronta para morrer” reconhecendo o seu valor enquanto ser humano, independentemente do câncer. Ross descreve essa fase de aceitação, sendo o quinto e último estágio, é quando o paciente teve o tempo necessário para externar seus sentimentos (isto é, que não tive uma morte súbita e inesperada) atingindo dessa forma um estágio em que não mais sentirá depressão nem raiva quanto a seu "destino". Quando Ana decide oferecer a entrevista encontra-se neste estágio de aceitação, o que lhe permite olhar para a morte sem que a morte seja um fracasso. Ana relata que está procurando viver intensamente o período que tem de vida. Durante todo o período do depoimento Ana expressa serenidade e sabedoria que a vida lhe trouxe. Fala sobre o velório a ser realizado em uma igrejinha simples no Campeche, segundo ela, um lugar fofo e querido, e depois o corpo será levado para cremação. Ao mesmo tempo que não deseja que sua morte dê trabalho aos que ficarem, diz que: “a mim só me cabe morrer”. Eles (a família) podem fazer o que quiser tanto durante o velório quanto com o destino que será dado as cinzas após a cremação. Ana relata estar aproveitando intensamente o seu tempo com a família e que se sente muito bem ao fazer faxinas em casa, e tudo que não usa há mais de um ano não é necessário, trocou os armários e isso lhe trouxe uma sensação de bem- estar, uma sensação de vida organizada. Uma cena marcante no depoimento foi quando Ana conta sobre sua neta, que lhe pergunta: “quantos anos a vovó terá quando eu tiver 15 anos?” A princípio Ana leva um “baque”, mas percebe que pela fala da neta chegou o momento de tocar no assunto e explicar que quando ela fizesse 15 anos talvez a vovó não estivesse mais ali, e tenha virado estrelinha. “Mas a vovó vai estar sempre com você”, e com a sabedoria que somente as vovós têm, Ana diz para a neta que sempre que ela colocar a mão no peito e sentir as batidas do coração ela poderá sentir que a vovó está com ela. Ao expressar esse momento de finitude da vida, Ana diz estar “deslizando” nesse processo de ir soltando a vida e percebe o seu sentimento desse momento com um toque de amor à fraqueza. Ana compara a boa morte com o processo da gestação e espera pelo nascimento, ela está gestando a morte boa na vida boa, no seu espaço, no seu quarto, na sua cama, um lugar bom de estar, o seu lugar de escolha para a boa morte, e a boa morte é a boa vida que ela está vivendo.
REFERÊNCIAS
Revista VEJA. Depoimento de Ana Beatriz Cerisara – a boa morte. Disponível em
<https://www.youtube.com/watch?v=WrW76uIfmLo&t=65s> Acesso agosto de 2021.
Kubler-Ross Elizabeth. Sobre a morte e o morrer. Rio de Janeiro: Editora Martins