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LICÕES DE DIREITO DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO

AS GARANTIAS EM GERAL
Um dos aspectos mais relevantes da abordagem da teoria geral do direito
administrativo são sem dúvidas os ligados as garantias dos particulares. Este tema faz a
ponte entre o Direito Administrativo Substantivo e o Direito Processual Administrativo.
Conceito e espécies
Há dois grandes sentidos que pode tomar o termo garantias:
Em sentido amplo constitui o conjunto de mecanismos que a ordem jurídica
coloca á disposição dos sujeitos de direito para este poderem fazer valer os seus direitos
e interesses legítimos.
Em sentido restrito garantias dos particulares ( ou administrados) que pode ser
definida como os mecanismos criados por lei com objectivo de prevenir ou sancionar as
violações do direito (objectivo ou subjectivo) pela Administração pública.
Desta definição podemos decantar várias espécies de garantias de acordo com vários
critérios:
Critério sancionatório:
a) Garantias preventivas: que visam prevenir a violação das normas ou das
posições subjectivas dos particulares:
b) Garantias repressivas: que visam sancionar as violações aos direitos e interesses
legítimos dos particulares, pela Administração.
Critério do interesse protegido:
a) Garantias da legalidade: protege a ordem jurídica no geral e administrativa em
particular;
b) Garantias dos particulares: protege as posições subjectivas dos particulares ( ou
administrativa), isto é assegura preventiva ou repressivamente os direitos e
interesses legítimos dos particulares.
Critério do órgão que efectiva a garantia dos particulares:
a) Garantias políticas: aquelas que se efectivam perante órgãos políticos do Estado
( órgãos previstos na Constituição);
b) Garantias graciosas: aquelas que se efectivam mediante os órgãos da
Administração.
c) Garatias Contenciosas: aquelas que se concretizam nos tribunais, mediante
processo jurisdicionais.
As garantias políticas
As garantias políticassão, das garantias dos particulares, as mais fracas isto acontece
porque tem pouca eficácia. Na verdade, as garantias políticas não tem um mecanismo
sancionatório a sustentar a sua eficácia. Todavia, podemos diferenciar dois grandes
grupos de garantias políticas:
a) As garantias políticas gerais de controlo ou fiscalização da constitucionalidade
das normas jurídicas (leis, decretos lei, etc) estas garantias diz nos Freitas do
Amaral, em rigor são garantias do ordenamento constitucional do que
propiamente garantias subjectivas do cidadão.

b) As garantias políticas específicas são aquelas que incidem sobre as posições


subjectivas dos particulares.
Garantias graciosas
Tem se definido a garantia contenciosa como as garantias que se efectivam através da
actuação dos próprios órgãos da Administração Activa
São várias as espécies de garantias graciosas ou administrativas que podemos
encontrar, segundo os seguintes critérios:
Garantias petitórias são aquelas que se efectivam antes da prática de um acto da
administração ou não constituem uma impugnação a este Asgarantias petitórias podem
ser de tres espécies:
a) O direito de petição: consiste no poder de solicitar á Administração a tomada de
determinadas decisões ou providencias devidas;
b) O direito de representação: consiste na apresentação de uma petição onde o
particular adverte ao órgão administrativo que praticou um acto, as
consequencias jurídicas do mesmo;
c) O direito de queixa: consiste no poder de iniciativaprocedimental com vista
obtenção de uma sanção a um órgão da Administração ;
d) O direito de denúncia: consiste na faculdade que o particular tem de participar á
uma autoridade competente a ocorrencia de factos ou certa situações que esta
deve ter conhecimento oficiosamente.
e) O direito de oposição administrativa consiste na resposta que os contra
interessados podem dar á Administração em certos processo administrativos
contra os pedidos formulados por este ou opondo se a projectos públicos.
Garantias impugnatórias consiste na impugnação de actos administrativos perante os
órgãos da Administração activa.
São quatro as espécies de garantias impugnatórias que podemos surpreender no nosso
ordenamento jurídico:
a) Reclamação: é a garantia que consiste na impugnação de um acto administrativo
perante o autor do acto.
b) Recurso hierárquico: é a garantia graciosa que consiste na apresentação de um
pedido, feito pelo particular á um superior hierárquico para revogarção ou
substituição de um acto administrativo praticado por um subalterno. O recurso
hierárquico surge no ambito da relação hierárquica.
c) Recurso hierárquico imprópio: é o meio gracioso mediante o qual se interpõe
para um órgão que exerce poder de supervisão sobre o órgão que praticou.
Igualmente são considerados recursos hierárquico impróprios, os pedidos
dirigidos para órgãos colegiais para decidirem sobre actos praticados por
qualquer um dos seus membros
d) Recurso tutelar: é o meio gracioso que consiste na impugnação de actos
administrativos praticados por entidades sujeito á tutela e superintendencia
perante um órgão de outra pessoa colectiva compretente para exercer estes
poderes.
Queixa ao provedorde justiça
É uma das garantias graciosas que consistem em apresentar numa autoridade
administrativa independente ( provedor de justiça) uma ocorrencia ou denunciar um
facto que ponha em causa direritos individuais ou colectivos ou interesse legítimos

A GÉNESE DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. FASE DA EVOLUÇÃO


DO CONTENCIOSO
Estado e o sistema de administrador-juiz O contencioso administrativo nasceu
historicamente em França. Após a Revolução Francesa, os arautos deste acontecimento
histórico consideravam que a observancia do princípio da separação de poderes,
proclamado como princípio chave na organização do Estado obstava que á jurisdição
ordinária estivesse incumbida de sindicar as questões contenciosas da Administração.
A jurisdicionalização do contencioso administrativo A Assembleia Francesa aprovou
a Lei de 24 de Maio de 1872 que permitia ao conselho de Estado decidir sem
necessidade de homologação ministerial. Com este acto normativo reconhece se uma
prática que apesar de não ser permanente, já era imposta desde 1848 pelo conselho de
Estado neste quadro normativo, o conselho de Estado tinha plena jurisdição dos litígios
juridico administrativo que lhes eram submetidos: houve uma delegação originária de
poderes ou competencia do governo para o conselho de Estado.
A fase da Confirmação do contencioso administrativo
A ORGANIZAÇÃO DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO
Os modelos de contencioso administrativos
Modelo objectivistas e subjectivistas
Os modelos de Contencioso asdministrativo do tipo objectivo ou do tipo subjectivo
representam desse modo modelos alternativos de organização do contencioso
administrativo que se distinguem no que tange ás seguintes notas caracerísticas:
No sistema de administração executiva ou do tipo frances confrontam se historicamente
dois modelos: obectivista e subjectivista. Estes modelos diferenciam se com base em
vários critérios:
Quanto a função do contencioso
a) O modelo de contencioso objectivista visa em primeira linha a defesa da
legalidade e do interesse público. Esta característica tem implicações profundas
no modo de actuação da administração e o seu controlo contencioso.
b) O sistema do tipo subjectivista favorece, prima facie a tutela de direitos dos
particulares. Não quer dizer que não haja aqui tutela da legalidade nem tão
pouco que se pretere o interesse público em homenagem aos direitos dos
particulares. Na verdade a protecção subjectiva implica necessariamente tutela
de legalidade.
Quanto ao objectivo do processo
a)

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