Você está na página 1de 26

ETAPA 1

CONCEITOS, TIPOLOGIAS
E SEGMENTAÇÃO
TURÍSTICA EM EVENTOS
Autor

Fabiana Roeder

Reitor da UNIASSELVI

Prof. Hermínio Kloch

Pró-Reitora do EAD

Prof.ª Francieli Stano Torres

Edição Gráfica e Revisão

UNIASSELVI
ETAPA 1
CONCEITOS,
TIPOLOGIAS E
SEGMENTAÇÃO TURÍSTICA
EM EVENTOS

1 INTRODUÇÃO
A organização de eventos envolve muitas pessoas e atividades, o
que faz com que seja necessário realizar checklists, elaborar contratos e
fazer orçamentos, elementos essenciais na sua gestão. Isso tem exigido de
organizadores de eventos investimentos contínuos em sua profissionalização
para desenvolvimento de habilidades relacionadas à utilização de recursos
tecnológicos. Criar eventos ou mesmo reinventar um evento já existente é
uma tarefa árdua, que exige criatividade e competência para quem organiza.

A busca por uma compreensão acerca dos eventos faz com que a
sua conceituação seja necessária. Nesse sentido, no decorrer do conteúdo
desta primeira etapa, apresentaremos formatos de eventos que podem
adaptar recursos, conforme seu objetivo e o público que se deseja atingir,
especialmente porque cada evento possui particularidades com relação à
dimensão, data e perfil de participantes. Aprecie o conteúdo desta etapa
do curso livre de Organização e Gestão de Eventos e descubra as diversas
possibilidades de conceitos e tipologias que o segmento oferece.

2 EVENTOS: CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO


Um dos grandes objetivos dos eventos é ser instrumento de comunicação,
promovendo indivíduos e organizações. Os eventos acompanham a história
da humanidade, em cada época e com objetivos diferentes.

O deslocamento físico sempre esteve presente na transformação humana


desde a pré-história. O fenômeno turístico está relacionado às viagens. No
CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS
princípio, as viagens com motivações econômicas tinham foco na exploração,
onde os povos buscavam conhecer novas terras para sua ocupação. Para
os viajantes dessa época, o medo do inesperado era bastante comum, por
não se ter o conhecimento a respeito da terra, dos animais e das próprias
pessoas, viajar era sempre arriscado e perigoso (IGNARRA, 2013).

É na civilização antiga que encontramos o primeiro registro datado da


origem dos eventos, os Jogos Olímpicos da Era Antiga, de 776 a.C., na Grécia,
considerado um marco na história dos eventos. A mobilização das pessoas
pelo acontecimento dos Jogos Olímpicos era de tamanha proporção, a ponto
de haver trégua das guerras (MATIAS, 2013).

FIGURA 1 – JOGOS OLÍMPICOS DA ERA ANTIGA

FONTE: https://bit.ly/3iPJEKC. Acesso em: 25 mar. 2021.

Já no período da Idade Média, teve como pontos fundamentais na


história dos eventos a importância dos conclaves, representações teatrais e
feiras comerciais. Essa época foi marcada por características bem definidas,
com o poderio da Igreja e a atividade comercial. Segundo Matias (2013, p. 36):

Para o Turismo de Eventos, a Idade Média foi bastante significativa, pois


praticamente plantou as bases para o desenvolvimento desse tipo de turismo.
Foi marcada por uma série de eventos religiosos e comerciais, que causaram
o deslocamento de um grande número de pessoas, como membros do clero,
mercadores e outros.

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


FIGURA 2 – FEIRAS COMERCIAIS DA IDADE MÉDIA

FONTE: https://www.coroflot.com/SPAH/Market-marquees-history-n-origin. Acesso em: 25 mar. 2021.

O capitalismo comercial começou a aparecer quando a Idade Média


chegou ao fim. Foi uma época muito importante para o desenvolvimento
e evolução da humanidade. Este período foi marcado pela criação de
extensas vias de movimento de comerciantes ao longo do território europeu,
primórdios das autoestradas que hoje conhecemos. No entroncamento
dessas vias surgiram as grandes feiras de troca de comerciais. Era o início
das feiras que atualmente provocam grande fluxo de turismo no mundo todo
(IGNARRA, 2013).

A relevância das feiras comerciais, com o intuito de permitir a negociação


de mercadorias foi um acontecimento importante na evolução dos eventos. As
feiras de negócios, embora tenham se tornado mais sofisticadas, permanecem
em cena no contexto do turismo de eventos.

A Revolução Industrial foi responsável por grandes mudanças na


sociedade, refletindo nos tipos de eventos realizados, causando o surgimento
dos eventos técnicos e científicos. Um evento é um acontecimento que,
desde as suas origens até chegar aos tempos modernos, sempre envolve
várias pessoas, nas diversas fases do seu planejamento e execução, como
também atrai um grande número de participantes (MATIAS, 2013).

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


Para Zanella (2012, p. 1), evento é “uma concentração ou reunião formal
e solene de pessoas e/ou entidades realizada em data e local especial, com
objetivo de celebrar acontecimentos importantes e significativos e estabelecer
contatos comerciais, culturais, esportivos, sociais, familiares, religiosos,
científicos etc.”

Assim, um evento envolve um amplo número de pessoas e pode


ocorrer em diferentes ambientes, sejam estes empresariais, acadêmicos,
comunitários, sociais, familiares, entre outros. Em meio a um mercado cheio
de desafios e competitividade, os eventos possuem uma força propulsora
para as estratégias das organizações turísticas.

Há um crescimento significativo no número de pessoas que viajam


exclusivamente por interesses profissionais, movimentando a economia no
segmento do turismo de negócios e eventos. O próximo tema discutirá a
contribuição do turismo de negócios e eventos para a atividade econômica.

3 TURISMO DE EVENTOS E NEGÓCIOS


Compreender o contexto das relações humanas em diferentes espaços
geográficos e dimensões socioculturais, econômicas e ambientais leva a
ampliar o conhecimento acerca de como o turismo ajudou a desenvolver as
ações socioeconômicas no mundo.

No contexto econômico, a atividade turística é muito importante na


geração de emprego e renda e no desenvolvimento das comunidades,
trazendo benefícios aos turistas e moradores locais. Já os eventos apresentam
especificidades relacionadas com o ambiente socioeconômico, pois
contribuem para o ingresso de recursos financeiros decorrente dos fluxos
turísticos e promovem o desenvolvimento de atividades complementares, tais
como transporte, alimentação, lazer, serviços de logística e, especialmente,
o incremento do comércio informal (ZANELLA, 2012).

Segundo Ruschmann e Solha (2006), o turismo é considerado uma


indústria, que interage com as mais diversas organizações. O turismo, por si só,
pode ser definido como um conjunto de eventos, pois tem duração, extensão,
escalas e superposições. Já Britto e Fontes (2002, p. 51) descrevem que:

Existem diversos fatores que dão à viagem características específicas,


determinando diferentes tipos de turismo. Entre os fatores que geram os
deslocamentos turísticos, destacam-se: as motivações ou objetivos da
viagem, a procedência dos viajantes, o volume da demanda, as formas de
organização das programações turísticas e a faixa etária dos viajantes.

Um dos fatores que gera deslocamento turístico é a motivação, que


de acordo com Philippi Júnior e Ruschmann (2010), colocam os negócios
CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS
como um dos objetivos do turismo, tanto ou mais do que o de lazer, gerando
benefícios ao local que recebe o viajante pelo consumo dos fatores da oferta,
cuja existência é obrigatória para que a prática da atividade seja consentida.

O turismo de eventos pode ser desencadeado pela participação em


eventos de negócios com finalidade profissional. Entretanto, pode também
ser gerado pela necessidade de participação em eventos para a satisfação de
objetivos de emoções artísticas, científicas, de formação e atualização nos
diversos ramos existentes, ou de lazer, beirando esta prática à concepção
pura de turismo, ou seja, conferir um festival de música, de gastronomia,
um campeonato desportivo ou uma exposição de arte (PHILIPPI JÚNIOR;
RUSCHMANN, 2010).

As viagens a negócios não dependem do clima como as viagens a lazer,


podem acontecer o ano inteiro. Muitas vezes, eventos destinados a negócios
suprem a sazonalidade de outros tipos de turismo, como é o caso do turismo
de lazer. As viagens de lazer podem ser adiadas quando a economia não vai
bem, já para alguns tipos de viagens de negócios, não importa se a economia
vai bem ou mal, elas devem acontecer (CHON, 2014).

Profissionais e executivos viajam a negócios pelas mais variadas razões,


conhecer as últimas tendências da indústria, participar de programas de
treinamento, assistir a demonstrações de novas tecnologias, encontrar
contatos e obter informações sobre a concorrência. As reuniões e convenções
representam um grande segmento das viagens de negócios (CHON, 2014).

Diferente do turismo de lazer, o turismo de negócios apresenta


vantagens para o mercado, turistas que viajam a negócios apresentam uma
média maior de gastos, permanecendo por mais tempo no destino. O perfil
desse público é exigente com relação à qualificação da mão de obra local e
movimentam mais a cadeia produtiva do turismo, consequente, colaborando
para a diminuição dos efeitos da sazonalidade (MOLETTA, 2003).

O turismo de eventos e negócios oferece ao mercado turístico um


segmento consolidado, com expectativas de expansão. Especificamente
para o turismo de negócios, os serviços de comunicação são essenciais.
Com o avanço da tecnologia e a evolução acelerada das plataformas de
comunicação, encontros pessoais e viagens aos poucos deixam de ser tão
frequentes e dão lugar a videoconferências e webinars.

Seja qual for a sua natureza, conhecer essas diferenças e aproveitar


todas as possibilidades que as tecnologias proporcionam é essencial para
quem vai realizar um evento. Compreender sobre a tipologia e a classificação
dos eventos auxilia na elaboração das primeiras etapas do seu planejamento
e organização. Existem diferentes formas de se classificar os eventos,
dependendo da finalidade que se tenha em mente. Vamos entender melhor
essas diferenças na continuação do estudo.

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


4 CLASSIFICAÇÕES E TIPOLOGIAS DOS EVENTOS
Existem diferentes formas de classificação dos eventos, de acordo
com a dimensão, a abrangência, o período de realização, quanto à área
de interesse do público, o perfil dos participantes e o modo de acesso do
público, entre outros critérios. O fato é que a classificação de um evento vai
depender do critério que ele é considerado, uma vez que poderá haver outras
classificações. Vamos conhecer, detalhadamente, os critérios mais usuais.

Quando o critério é dimensão, considera-se o porte do evento


relacionado ao número de participantes e de público simultâneo. A Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 16004/2016 classifica a estrutura
dos eventos da seguinte forma:

QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÃO DOS EVENTOS SEGUNDO O CRITÉRIO DE DIMENSÃO

Megaevento – su- Alto grau de complexidade de organização,


perior a 1.000 par- normalmente tem visibilidade e repercussão
ticipantes mundial, e envolve um número expressivo de
público e profissionais para sua realização.
Grande porte – su- Alto grau de complexidade de organização,
perior a 500 parti- com visibilidade e repercussão adequadas ao
cipantes público-alvo. Normalmente, envolve um nú-
mero significativo de público e profissionais
para sua realização.
Médio porte – de Menor nível de complexidade de organização,
200 a 500 partici- com visibilidade e repercussão adequadas ao
pantes público-alvo. Normalmente, envolve um nú-
mero significativo de público e profissionais
para sua realização.
Pequeno porte – Baixo grau de complexidade de organização,
com até 200 parti- visibilidade e repercussão, que envolve menos
cipantes pessoas.
FONTE: Adaptado de Ministério da Educação (2017)

Os eventos são um meio de entretenimento e podem ser realizados em


pequenas comunidades, com espetáculos internacionais e participantes de
todo o mundo. Quando o critério é abrangência, considera-se a origem dos
participantes e o local de realização do evento, que pode ser local, estadual,
regional, nacional ou internacional (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2017).

Outro critério a ser considerado com relação à classificação é a


periodicidade, ou seja, com que frequência determinado evento acontece.

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


Um evento pode ter sua assiduidade alterada de acordo com seus resultados,
sua demanda ou até de parcerias que não derem certo. O critério de
periodicidade de um evento tem a seguinte forma de classificação:

QUADRO 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS EVENTOS SEGUNDO O CRITÉRIO DE PERIODICIDADE

Permanente Evento que ocorre regularmente, podendo


ter distintos intervalos de tempo: um semes-
tre, um ano, dois anos, dez anos etc.

Esporádico Evento com intervalos irregulares.

Único Evento cuja edição se realiza uma única vez.

Oportunidade Ocorre por aproveitamento de uma ocasião


ou fato.
FONTE: Adaptado de Ministério da Educação (2017)

É importante tratar dos eventos por área de interesse, pois esse tipo de
classificação tem a participação de diversos públicos, já que os participantes
podem ter diferentes características e necessidades.

QUADRO 3 – CLASSIFICAÇÃO DOS EVENTOS SEGUNDO A ÁREA DE INTERESSE DO PÚBLICO

Artístico Relacionado a qualquer espécie de arte liga-


da à música, pintura, poesia, literatura etc.
Científico Relacionado a assuntos nos campos das
ciências naturais e biológicas, como a medi-
cina, botânica, física, química, biologia etc.
Cultural Tem por objetivo ressaltar os aspectos de
determinada cultura para conhecimento
geral ou promocional.
Cívico Apresenta assuntos ligados à pátria.
Desportivo Qualquer tipo de evento do setor esportivo,
independentemente de sua modalidade.
Folclórico Apresenta manifestações de culturas regio-
nais de um país, abordando lendas, tradi-
ções, hábitos e costumes típicos.
Lazer Tem por objetivo proporcionar entreteni-
mento ao seu participante.
CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS
Promocional Tem por objetivo a promoção de um pro-
duto ou serviço de uma empresa, entidade,
governo ou pessoa, quer seja promoção de
imagem ou apoio ao marketing.
Religioso Apresenta assuntos religiosos, seja qual for
o credo abordado.
Turístico Seu objetivo é explorar recursos turísticos
de uma região ou país, por meio de viagens
de conhecimento.
Tu r i s m o d e Envolve seminários, congressos e soleni-
Eventos dades realizados com certa periodicidade.
Tu r i s m o d e Tem como característica a presença de exe-
Negócios cutivos, empresários e profissionais, quando
em viagens a negócios, que aproveitam a
oportunidade para unir trabalho e lazer.
FONTE: Adaptado de Zitta (2014)

Os eventos com área de interesse cultural também estão relacionados aos


festivais de música, apresentações teatrais, festivais de gastronomia, shows,
exposições de arte e lançamentos de livros, cada um destes eventos com
características e necessidades próprias, que levam ao público experiências
completas.

Quanto ao critério relacionado ao perfil do público-alvo, este apresenta


variação, quanto mais diversificado for o público-alvo desejado, mais
campanhas terão de ser criadas para atingir todo mundo. Com apenas um
grupo de consumidores com perfil semelhante, os custos de promoção e
vendas do evento serão relativamente menores.

QUADRO 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS EVENTOS SEGUNDO O PERFIL DO PÚBLICO

Evento preparado para receber um público aberto,


sem qualquer impedimento de perfil do público-
Geral -alvo, limitado apenas em função da capacidade
do local de realização. Exceções com relação à
idade, em alguns casos é fator de restrição.
Evento restrito ao público com os mesmos inte-
Dirigido resses ou relação com o tema.
Evento direcionado a um público com perfil es-
Específico pecífico, que se identifica com a área de atividade
em questão.
FONTE: Adaptado de Yanes (2014)

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


A classificação dos eventos também poderá ser feita adotando como
critério o modo de acesso do público ao evento:

QUADRO 5 – CLASSIFICAÇÃO DOS EVENTOS SEGUNDO O MODO DE ACESSO DO PÚBLICO

Aberto Com participação livre de critério de seleção,


geralmente, atinge todas as classes de público.
Fechado Com participação restrita por critérios especí-
ficos, onde o público é convidado a participar.
FONTE: Adaptado de Ministério da Educação (2017)

Apesar dos eventos serem classificados por diversos tipos e formas


de participação, podemos direcionar os esforços para que o evento seja
organizado contemplando todas as suas especificidades. Acompanhe o
exemplo de como classificar um evento.

FIGURA 3 – COMO CLASSIFICAR UM EVENTO: EXEMPLO DAS OLIMPÍADAS

Dimensão Megaevento

Abrangência Internacional

Período Permanente

Área de Interesse do
Desportivo
Público

Perfil dos Participantes Geral

Modo de Acesso do
Aberto
Público
FONTE: A autora

As formas de classificação podem ser utilizadas para auxílio na organi-


zação de eventos que são apresentados sob diversos tipos ou modalidades.
A seguir, em ordem alfabética, Matias (2014) destaca as tipologias mais co-
muns dos eventos:

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


Assembleia: é um evento do qual participam delegações representan-
tes de grupos, classes profissionais, países, regiões ou estados. O debate de
assuntos de grande interesse do grupo é a sua principal característica. Os
assuntos podem apresentar peculiaridades, como: delegações colocadas em
lugares preestabelecidos, conclusões apresentadas são votadas em plenário
e, posteriormente, transformadas em recomendações da assembleia. Tam-
bém pode haver inscrições de participantes interessados no assunto, mas
somente as delegações oficiais têm direito a voto.

Brainstorming: é um evento que proporciona um encontro para o com-


partilhamento de ideias e soluções que visam explorar toda a capacidade
criativa e intelectual de um grupo de pessoas. Existem muitas variações para
a reunião de brainstorming. É bastante comum as equipes partirem para a
exposição de toda ideia que passar pela cabeça. As ideias inicialmente pro-
postas são discutidas e analisadas, propiciando o surgimento de outras ou a
melhora destas. Como tudo o que precisa ser implementado, o brainstorming
também conta com etapas que precisam ser seguidas para que ele seja o
mais eficiente possível. Esse tipo de reunião geralmente é utilizado no con-
texto das agências de publicidade e marketing, esse ritual de “tempestade de
ideias”, tradução da palavra brainstorming que tem origem na língua inglesa.

Brunch: é um tipo de evento baseado no ritual de refeições aos domin-


gos, muito habitual em hotéis (principalmente à beira da piscina), e de origem
britânica. Sua principal característica é unir o café da manhã e o almoço. O
sucesso do brunch está na forma equilibrada de como são servidos doces,
salgados, sucos e bebidas levemente alcoólicas. A origem da palavra brunch
deriva do inglês, breakfast (café da manhã) e lunch (almoço).

Colóquio: evento do tipo reunião fechada que visa esclarecer determi-


nado tema ou tomar alguma decisão, utilizado por diversas classes de profis-
sionais. O colóquio consiste em uma reunião fechada, que possui uma pauta
aprovada e temário pré-definido, que tem por objetivo esclarecer pendências
e tomar decisões, sob uma coordenação, as discussões são conduzidas por
um moderador, responsável pela apresentação das conclusões e por sub-
meter à aprovação do plenário.

Concílio: evento do tipo reunião de autoridades eclesiásticas, na qual


são tratados assuntos dogmáticos ou disciplinares da Igreja Católica.

Conclave: evento de cunho religioso, tem como característica a rigoro-


sa clausura dos cardeais para eleição de um novo papa. A palavra conclave
deriva do latim cum clave, que significa “com chave”.

Concurso: tipo de evento que tem como sua principal característica a


competição, abrangendo diversas áreas, tais como a artística, cultural, des-
portiva, científica entre outras. Uma comissão organizadora deve coordenar

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


o evento, que estabelecerá o regulamento, a premiação e o júri. Os partici-
pantes devem seguir as regras estabelecidas para a ocasião.

Conferência: evento do tipo apresentação de um tema informativo


(geral, técnico ou científico) por autoridade em determinado assunto para
um amplo número de pessoas. É uma reunião formal, que exige a presença
de um presidente de mesa que coordenará as tarefas. Não são permitidas
interrupções e as perguntas são feitas no final da apresentação por escrito
e com identificação.

Congressos: definidos como reuniões promovidas por entidades as-


sociativas que se propõem a debater assuntos de interesse de determinado
ramo profissional. Podem ser de âmbito internacional, nacional, regional,
estadual e municipal. É comum a realização de congressos com médicos,
engenheiros, professores, economistas entre outras áreas profissionais. As
sessões de trabalho dos congressos podem ser divididas em mesa-redonda,
conferência, simpósio, comissões, painéis, palestras e debates. Os congres-
sos podem ser divididos em técnicos ou científicos.

Convenção: é um tipo de reunião promovida por partidos políticos,


empresas ou setores industriais (vendedores). As convenções possuem o
mesmo objetivo, buscar a integração de pessoas pertencentes a um certo
partido político ou empresa, submetendo seus participantes a estímulos co-
letivos para que possam agir em amparo dos interesses do referido partido
ou empresa.

Coquetel: o objetivo desse tipo de evento é reunir pessoas para uma


comemoração de alguma data ou acontecimento. É um evento de curta
duração, nunca devendo ultrapassar uma hora e meia, onde são servidos
bebidas e canapés.

Debate: é um evento para discussão entre dois oradores, cada um prote-


gendo um ponto de vista, com a necessidade da presença de um moderador
para coordenação. Pode ser aberto ao público ou conduzido por veículo de
mídia, sendo que possui uma particularidade, a plateia jamais participa com
perguntas.

Desfile: evento com conotação promocional, os desfiles podem ser,


por exemplo, de moda, para apresentar as tendências e lançar produtos de
marcas e grandes estilistas, podem ser cívicos, em comemoração às datas
especiais, como Independência e Proclamação da República, que aconte-
cem em vias públicas e são prestigiados por um grande público, ou ainda, os
desfiles de escolas de samba, que hoje são avaliados como um dos maiores
eventos brasileiros e são conhecidos mundialmente. O desfile ocorre sobre
uma passarela, rua ou em local especial, coordenado por um mestre de ce-
rimônias, que deverá ser guiado por um roteiro.

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


Encontro: evento que pode ser definido como um encontro de pessoas
de uma categoria para debater sobre temas contraditórios, apresentados por
representantes de grupos participantes, necessitando de um coordenador
para resumir e apresentar as conclusões dos diversos grupos. São conside-
rados eventos menos solenes e mais de natureza técnico-científica.

Entrevista coletiva: é um tipo de evento no qual um conhecedor ou


representante de empresa, entidade ou governo se coloca à disposição para
responder sobre um certo assunto de seu conhecimento, quem conduz as
perguntas é a imprensa.

Exposição: é um tipo de evento que tem como objetivo principal a exi-


bição pública de produção artística, industrial, técnica ou científica, eventu-
almente ocorre a venda dos produtos expostos. O intuito do evento do tipo
exposição é a divulgação.

Feira: evento do tipo exibição pública que visa promover e divulgar pro-
dutos, técnicas e serviços, com o objetivo de comercialização. Os produtos
e serviços são exibidos em estandes montados em locais especiais.

Fórum: um evento do tipo fórum pode ser definido como uma reunião
que objetiva conseguir participação efetiva de um público numeroso, a fim
de obter mais informações sobre determinado tema proposto. Um fórum
permite que técnicos e especialistas debatam com liberdade seus pontos de
vista a respeito de temas em pauta, em busca de consenso geral. O fórum
conta com a presença de um coordenador, de forma que permite a informa-
lidade. A plateia tem a liberdade de participar com questionamentos.

Happy Hour: evento do tipo encontro conhecido por ocorrer no fim de


tarde (coquetel/drinque), comumente promovido por bares, galerias e res-
taurantes. No happy hour são oferecidos bebidas e petiscos, sua finalidade
é proporcionar confraternização ao final do expediente de trabalho.

Jornada: evento definido como encontro de grupos profissionais, de


âmbito regional, para discussão de assuntos de interesse comum. Esses en-
contros podem ser solicitados por entidades de classe, as conclusões podem
servir de diretrizes para determinado segmento.

Mesa-redonda: é um evento do tipo reunião questionadora de um gru-


po de quatro a oito pessoas que tem como característica se sentarem em
semicírculo. Os assuntos são apresentados em forma de debate com tempo
limitado e um moderador coordena os trabalhos, sendo que o plenário pode
ou não participar por intermédio de perguntas.

Mostra: evento considerado de pequeno porte, que pode ser ou não


itinerante. Este tipo de evento exibe produtos, bens públicos e produções

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


artísticas, com o objetivo de noticiar institucionalmente uma determinada
empresa ou promoção cultural.

Oficina: tipo de evento semelhante ao workshop, que proporciona a


construção do conhecimento, com foco na área educacional.

Painel: tipo de evento derivado da mesa-redonda que tem como objetivo


reproduzir as informações de um pequeno para um grande grupo assistente,
permitindo o conhecimento de vários ângulos da situação proposta. O painel
apresenta um tema com vários subtemas com a participação de especialistas
tratando de um determinado assunto, em que cada expositor possui tempo
limitado para exposição, realizando-o de forma informal, com a coordena-
ção de um moderador. Na modalidade painel pode ocorrer o debate entre
os expositores. Nesta situação, a plateia não pode intervir, apenas no final
da exposição por meio de perguntas.

Palestra: tipo de evento menos formal que a conferência, na palestra


ocorre a apresentação de um tema predeterminado a um grupo pequeno,
que já possui conhecimento prévio sobre o tema. A palestra acontece com a
coordenação de um moderador que admite a intervenção dos participantes
durante a exposição.

Roda de Negócios: evento do tipo reunião, com o intuito de aproximar


empresas para realizar parcerias e negociar seus produtos e serviços ou ain-
da, concluir uma negociação político-econômica. Também conhecido como
encontro empresarial, tem o objetivo de reunir empresários de um mesmo
ramo de negócios com fornecedores e consumidores de produtos e serviços.

Roadshow: é um evento que se desloca para áreas geoeconômicas de


determinado país, estado ou região, montado sobre rodas (ônibus ou carreta),
com o objetivo informacional, promocional ou comercial, visando conquistar
novos clientes, associados ou parceiros e obter apoio do público.

Salão: é um evento destinado a informar, divulgar e promover produtos,


com o intuito de criar uma imagem positiva da instituição promotora para
os consumidores, sem alvo comercial direto.

Semana: o evento do tipo semana possui as mesmas características do


congresso, com palestras, conferências e painéis. Tem como objetivo reunir
pessoas pertencentes a uma categoria profissional ou acadêmica que visam
discutir temas de importância comum.

Seminário: o evento do tipo seminário consiste em uma exposição verbal


feita para pessoas colocadas no mesmo nível, cujos participantes possuem
conhecimento prévio do assunto a ser exposto. Tem o propósito de prover e
somar informações de temas já pesquisados. É um evento de caráter técnico
e/ou profissional conduzido por um coordenador.

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


Showcasing: tipo de evento utilizado como alternativa para feiras. O
showcasing insere o conceito de vitrine interativa. Os produtos ou serviços
são divulgados em vitrines fechadas, onde os participantes não têm contato
direto com os expositores. O diálogo ocorre por intermédio de telefones
nas cabines, que são conectados diretamente a uma central de informação.

Simpósio: é mais um evento que deriva da mesa-redonda e possui


como característica apresentar alto nível de qualidade e contar com a par-
ticipação de renomados especialistas. A principal diferença entre simpósio
e mesa-redonda é que no simpósio os expositores não debatem entre si o
tema apresentado. As perguntas são efetuadas pelo público, que participa
ativamente dos trabalhos. É um evento de porte pequeno e curta duração,
com diversos expositores e o acompanhamento de um coordenador, cuja
função é realizar o intercâmbio de informações.

Videoconferência ou Teleconferência: modalidade de evento que


ocorre entre pessoas que não se encontram fisicamente no mesmo lugar,
utilizando tecnologia específica e espaço físico apropriado para permitir a
interação entre os participantes. A característica da videoconferência é apre-
sentar um tema de interesse de determinado grupo de pessoas, mantendo
o distanciamento físico entre as pessoas.

Visitas ou Open Day: tipo de evento que tem o intuito de promover a


visitação ou apresentação de um determinado empreendimento ao público
externo, visando aproximar o público visitante ao empreendimento. Para tan-
to, o empreendimento deve observar um projeto que contemple recepção,
demonstração audiovisual, brindes e releases de acordo com as caracterís-
ticas do segmento do público a ser recebido.

Workshop: um evento do tipo workshop tem como objetivo reunir


especialistas para apresentação de novas técnicas e o desenvolvimento de
novos temas de determinada área. O workshop destina-se principalmente
para apresentar técnicas, habilidades, saberes e artes por meio de explicação
com palestrantes e aplicação de atividades práticas.

Vimos que há eventos dos mais diversos e em diferentes formatos. Com


o aumento do número de eventos, torna-se necessária a busca por projetos
criativos e ideias diferenciadas para vencer a concorrência. Novos formatos
de eventos normalmente têm seu início com ideias criativas. Para que um
evento fique marcado na memória de seus participantes, a experiência pre-
cisa ser muito marcante. Assim começa o engajamento, quando um evento
mesmo muito tempo depois de ter acabado ainda é recordado pelo público
participante.

Nos encontramos em um cenário de mudanças, para conseguir so-


breviver no mercado de eventos durante e após a pandemia da Covid-19 é

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


preciso agir. Organizadores de eventos estão enfrentando desafios ao se rein-
ventar, agora investem em inovação, buscando novos formatos de eventos.
Acompanhe algumas soluções criativas e desafiadoras de novos formatos de
eventos para você se inspirar.

4 TENDÊNCIAS E FORMATOS DOS EVENTOS PÓS-PANDEMIA


As inovações na produção dos eventos já fazem parte do panorama atual.
Está surgindo uma tendência mundial, a preocupação com a preservação
do nosso ecossistema e o zelo pelo planeta Terra. O tema responsabilidade
socioambiental e sustentabilidade é recorrente e torna-se obrigatório para
quem vai produzir um evento.

Nessa perspectiva, pensemos na aplicabilidade dessa tendência e como


poderemos conduzir o desenvolvimento sustentável de um evento. Para
promover um evento de forma sustentável, basta trabalhar com o equilíbrio
do tripé da sustentabilidade, ou seja, harmoniosamente com os fatores
econômicos, ambientais e sociais (MATIAS, 2011).

No Blog da Moblee, empresa que desenvolve aplicativos para feiras e


eventos, também podemos conhecer algumas tendências dos eventos:

Eventos menores: essa é uma tendência que, além de reduzir custos e


ser mais sustentável, faz com que os participantes se sintam privilegiados e
especiais. Isso ocorre porque reunir grupos menores proporciona soluções mais
específicas. Em eventos empresariais menores, são comuns as experiências
multissensoriais, nas quais são proporcionados para o participante estímulos
para os seus cinco sentidos. Isso é feito pela combinação de atividades,
conteúdos, a escolha do local e a atmosfera criada no ambiente.

Uso de tablets: substituir o tradicional bloco de anotações ou o cardápio


em eventos por tablets, além de tornar a experiência dos usuários muito mais
interessante e inovadora, ajuda a poupar o uso de muitas folhas de papel e,
portanto, a derrubada de árvores. A tecnologia vai ajudar a transmitir muito
melhor as mensagens e cumprir os objetivos da empresa, tornando-se mais
fácil e agradável de entender, pois o meio de transmissão é um suporte já
conhecido. Os tablets podem ser entregues aos participantes como um brinde
ou, então, ser disponibilizados apenas durante o evento, por meio de aluguel.
Há empresas que trabalham exclusivamente com esse tipo de serviço.

Aplicativo e site próprio do evento: o uso de aplicativos é uma


tendência em eventos empresariais e para todos os tipos de projetos do

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


setor. A grande novidade nesse segmento é o novo recurso Matchmaking.
Com ele, é possível cruzar as informações de perfil de outros usuários com
os seus interesses. Com isso, ele sugere possíveis conexões, por meio de
matches (combinações), e incentiva indivíduos com perfis parecidos a se
conhecerem, aumentando o networking dentro do evento. Outra novidade
interessante é o recurso de gamificação — conceito que, ao ser aplicado
em aplicativos, faz com que eles passem a contar com pequenas tarefas ou
atividades que são recompensadas com pontos. Aplicativos que trabalham
com esse conceito trazem a experiência de jogos como uma de suas funções,
buscando recompensar o participante e estimular ainda mais o engajamento.

Sustentabilidade e otimização de divulgação: quando se fala em


sustentabilidade, o app se torna um aliado ainda mais importante, porque
ajuda a reduzir o uso de recursos como banners informativos, folders com a
programação do evento ou folhas com o questionário de satisfação. Ter um
site para evento próprio também é de extrema importância nesse sentido.
Assim como os aplicativos, ele também ajuda a reduzir o consumo de papel
e outros recursos. Mais ainda, uma página na web dedicada ao projeto ajuda
a potencializar suas inscrições. Afinal, você consegue divulgar seu evento de
forma mais previsível e estratégica e, assim, aumentar a taxa de conversão
devido à otimização para venda de ingressos e do fornecimento de dados
sobre seus visitantes em tempo real.

Digital Swag Bags como brindes: os pacotes digitais de brindes, na


tradução livre, são a nova sensação nos eventos corporativos. Os Digital
Swag Bags nada mais são do que conteúdo on-line e vale-presentes digitais
que agregam valor ao evento e possibilitam a personalização de acordo com
o perfil do público. Com os pacotes digitais de brindes, você não precisa se
preocupar com transporte, manuseio e sacolas ou embalagens. Não são raros
os casos em que o participante acaba esquecendo ou até mesmo jogando
os brindes fora gerando desperdício e, consequentemente, prejuízo. Sem os
brindes físicos, esse prejuízo é minimizado e, ainda assim, um brinde é entregue.

Transmissão em tempo real: a transmissão em tempo real de palestras,


seminários, aulas e congressos vem se tornando uma tendência. A transmissão
pode ser feita por meio do Facebook, Snapchat, Hangout, Instagram, entre
várias outras ferramentas disponíveis que, além de tudo, ainda promovem o
engajamento dos participantes e a disseminação da marca do seu evento e
da sua empresa. Para aumentar ainda mais o engajamento, é possível lançar
uma hashtag, para que os participantes utilizem em suas postagens pessoais
e replicar os seus posts, o que aumenta a interação.

QR Code nos materiais de divulgação e no credenciamento: o Quick


Response Code (código de resposta rápida, na tradução livre) foi criado
para codificar informações a serem lidas em alta velocidade. O QR Code
vem ganhando força nos eventos corporativos mais recentemente e pode

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


ser utilizado de diversas formas. Uma delas é nos materiais de divulgação.
Em banners e outdoors, por exemplo, você pode disponibilizar um QR
Code para que as pessoas sejam direcionadas ao site do evento para outras
informações. Outra forma é usar os códigos QR no credenciamento, para
agilizar o processo e evitar filas. Ou, ainda, nos crachás dos participantes,
para substituir os cartões de visita e proporcionar um networking mais prático.
Além disso, se há expositores nos eventos, existem recursos de coletor de
dados em eventos que permitem ao expositor uma leitura da credencial
dos participantes no momento da visita, ou seja, é possível capturar os
contatos instantaneamente e gerar métricas de desempenho em tempo real,
otimizando todo o processo.

No cash: as pessoas estão dando preferência pelos cartões de crédito


e débito, seja pela praticidade ou até mesmo pela segurança. Por isso, o
uso de “dinheiro vivo” está mais escasso no cotidiano do público, o que
também acaba refletindo na produção dos eventos. Para atender esse tipo
de comportamento, os organizadores mais atentos estão investindo em
plataformas que permitem o pagamento vinculado a contas pré-pagas ou a
cartões de crédito. O objetivo é oferecer mais comodidade e segurança aos
participantes, que não precisam se preocupar com dinheiro.

Crowd-streaming: o crowd-streaming vem se tornando uma ferramenta


popular na divulgação dos eventos. O crowd-streaming também é conhecido
como a nova modalidade do antigo marketing boca a boca. Por meio das redes
sociais e de aplicativos como o WhatsApp, os participantes do seu evento
podem enviar vídeos e fotos instantaneamente e até mesmo fazer transmissões
ao vivo, o que ajuda a solidificar o marketing de maneira relevante. Apesar de
ser uma forma muito interessante de divulgar seu evento, alguns cuidados
devem ser tomados. Você deve verificar se existem impedimentos legais ou
direitos autorais para uso de material. Caso existam, os participantes devem
ser orientados sobre esse fato, a fim de evitar problemas futuros.

Eventos híbridos: a ideia é misturar um evento presencial com


elementos virtuais, ou seja, o evento ocorre em um local com a presença de
participantes, mas ao mesmo tempo outras pessoas podem assistir a palestras
ou fazer videoconferências com os presentes no local. Esse tipo de evento
é muito útil para empresas que têm unidades em cidades, estados ou países
diferentes e desejam fazer uma apresentação para todos. É uma ótima forma
de economizar, afinal, não sairia nada barato trazer todas essas pessoas de
lugares diferentes. Dessa forma, é possível organizar um evento de grande
porte sem precisar incluir custos muito elevados de traslado e hospedagem.
Algumas medidas são necessárias para o sucesso desse tipo de evento.

Conscientização ambiental: é importante lembrar que o evento não


precisa ser sobre o meio ambiente para que os organizadores demonstrem
consciência ambiental e incentivem o público a fazer o mesmo. Lembre-

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


se de que vários parceiros de grandes organizações já cobram atitudes
sustentáveis para manter as relações empresariais. Portanto, a preocupação
com a sustentabilidade é uma tendência que deve ser seguida nos eventos
empresariais. Para que essa vontade de preservar o meio ambiente seja
percebida, é necessário investir em aspectos que demonstrem essa intenção,
tais como decorações minimalistas, objetos de material reciclável, melhor
aproveitamento da luz natural, uso de lâmpadas econômicas, como as de
LED, uso de copos biodegradáveis e a extinção dos ingressos impressos. Esses
são apenas exemplos de atitudes que fazem o público notar sua intenção
para com o meio ambiente.

FONTE: MOBLEE. Disponível em: https://bit.ly/2UdBKAm. Acesso em: 25 mar. 2021.

Os eventos têm apresentado inovações, seja pela tecnologia existente,


como a audiovisual e a mídia, seja pelo local e pela infraestrutura, recentemente
ampliando as opções de uso de materiais mais sustentáveis.

Começando pela escolha do local do evento, que deve ser pensado


para facilitar o acesso ao transporte coletivo, caso contrário, que ofereçam
alternativas, como vans ou carona. Também deve-se considerar o impacto do
evento, verificando se as formas de transportes disponíveis podem absorver
o movimento de montagem e desmontagem, bem como o deslocamento
do público ao evento (MATIAS, 2011).

Ações como reduzir e reciclar resíduos produzidos pelo evento, contratar


buffets que trabalham com insumos de pequenos produtores rurais, utilizar
material reciclado na construção de estandes, são fatores essenciais para
promover um evento de forma sustentável (MARTIAS, 2011).

Devido ao período de isolamento social que nos encontramos, em


virtude da pandemia da Covid-19, os eventos físicos acabaram migrando para
o universo on-line. Eventos on-line entraram para a rotina diária das pessoas
e podem ser vistos como uma oportunidade para exercitar a capacidade de
inovação do organizador de eventos. Para criar eventos on-line, é preciso
muito planejamento, organização e conhecimento na área, para fazer com
que os eventos atinjam os resultados esperados.

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


FIGURA 4 – EVENTOS ON-LINE

FONTE: https://dumela.tv/blog/licoes-da-pandemia/. Acesso em: 20 mar. 2021.

Temos o exemplo de um novo formato para realização das feiras de


negócios. Com o adiamento das tradicionais feiras presenciais em função
da pandemia, foi necessário encontrar meios de contornar a situação.
Organizadores de eventos encontraram soluções para promover a interação
entre expositores e promotores e, posteriormente, a interação com os
visitantes: as feiras virtuais.

As exposições funcionam de forma remota, utilizando tecnologias de


imersão virtual e realidade aumentada, o que permite que o participante sinta
que está completamente inserido no evento. As interações entre o participante
e o expositor também acontecem em tempo real, utilizando alguma opção de
tecnologias de comunicação. Quando acontecem seminários ou conferências,
as interações também são realizadas de forma digital, normalmente como
vídeo conferências ou transmissões on-line (streaming).

A principal vantagem da realização de feiras virtuais é a quebra de barreiras


geográficas. Como toda a transmissão é remota, não há impedimentos para
que pessoas de outras cidades ou até de outros países participem em tempo
real, já que a tradução para outros idiomas também se torna mais fácil. Outra
vantagem é o aumento na capacidade de lotação do evento, pois depende do
desempenho do servidor e não de quantas pessoas o espaço físico comporta.

Devido aos resultados positivos de pequenas e grandes feiras virtuais


realizadas até o momento, é provável que essa prática continue mesmo após
o fim do distanciamento social. Todas as vantagens poderão ser devidamente
aproveitadas sem a pressão de transmitir tudo o que se espera da feira
somente de forma remota.

FONTE: https://bit.ly/3gKq27I. Acesso em: 20 mar. 2021.

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


Agora você deve estar se perguntando: mas como serão os eventos
no futuro? Com relação às adaptações para os eventos no futuro, teremos
protocolos bem rígidos que deverão ser seguidos.

Em países como a Coreia do Sul e China já são utilizadas medidas


efetivas que constam no protocolo global para execução de eventos, o
Informa AllSecure. O Informa AllSecure é o conjunto de processos e medidas
de saúde e segurança para eventos da Informa no mundo pós-pandemia.

O documento é fundamentado nos quatro pilares para a proteção


de funcionários e visitantes em eventos: distanciamento físico, proteção e
detecção de risco, medidas de higiene e segurança e comunicação. Abaixo
descrevemos os detalhes das medidas de segurança, higiene e qualidade,
possíveis de adoção para organização de futuros eventos (INFORMA
ALLSECURE, 2021):

1. Limpeza aprimorada: todos os eventos deverão realizar uma limpeza


aprimorada e profunda antes, durante e após os eventos, trabalhando em
conjunto com os centros de convenções, para garantir os mais altos padrões
de higiene e segurança.  Isso inclui higienização contínua ao longo de um
evento, com foco em áreas de alto contato como maçanetas, banheiros e
áreas de alimentos e bebidas.

FIGURA 5 – LIMPEZA APRIMORADA DE MAÇANETAS

FONTE: https://br.freepik.com/fotos-premium/limpeza-de-macanetas-de-portas-com-anti-septico-
durante-uma-epidemia-viral_8533159.htm. Acesso em: 20 mar. 2021.

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


2. Higiene pessoal: no acesso aos eventos haverá ponto de
descontaminação com álcool para desinfecção de mãos e bolsas. Todos os
eventos fornecerão instalações adicionais de lavagem das mãos e estações de
higienização em todo o espaço do evento, incentivando todos os participantes
a lavar e desinfetar as mãos regularmente.

FIGURA 6 – ESTAÇÃO DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

FONTE: https://bit.ly/3ztO6Vb. Acesso em: 20 mar. 2021.

3. Distanciamento físico: sinalização e marcações com faixas de


distância física no local. A recomendação para o distanciamento físico é
manter-se a uma distância de 2 metros (cerca de 2 braços) da outra pessoa.

FIGURA 7 – AUDITÓRIO COM DISTANCIAMENTO FÍSICO

FONTE: https://bit.ly/3vAijPg. Acesso em: 20 mar. 2021.

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


4. Estações de  alimentos e bebidas: todas as equipes de eventos
trabalharão em estreita colaboração com os parceiros do centro de
convenções para empregar o mais alto padrão de segurança alimentar,
minimizando buffets de autoatendimento em favor de opções alimentares
pré-embaladas.  Se qualquer fila for prevista, o distanciamento físico será
mantido através do uso de marcações no piso e sinalização relevante.

FIGURA 8 – ALIMENTOS EMBALADOS

FONTE: https://br.pinterest.com/pin/45317539987793915/. Acesso em: 15 mar. 2021.

5. Equipamento de Proteção Individual (EPI): os participantes de todos


os eventos deverão usar uma máscara facial na entrada.  Itens como luvas
e óculos serão usados ​​pelos participantes e pela equipe, se apropriado, de
acordo com os conselhos do governo local e das autoridades de saúde.

FIGURA 9 – UTILIZAÇÃO DE EPIs

FONTE: https://www.unifor.br/-/coronavirus-mascara-ou-protetor-facial-face-shield-saiba-qual-e-o-mais-seguro.
Acesso em: 20 mar. 2021.

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


6. Primeiros socorros: todos os eventos terão acesso a um socorrista
qualificado e a uma área de quarentena separada, se possível. Os participantes
serão convidados a não comparecer se não se sentirem bem, e as equipes
seguirão as orientações das autoridades locais de saúde para detectar e
gerenciar qualquer pessoa que apresente sintomas da COVID-19.

7. Triagem para controle e seleção: todos os eventos seguirão as


orientações relevantes das autoridades de saúde sobre a triagem dos
participantes.  Isso pode incluir a verificação da temperatura de todos na
entrada, por meio de varredura térmica ou outros processos de triagem. Em
eventos que promovem grande circulação de pessoas, verificar a temperatura
corporal de todos os participantes com termômetros seria inviável. Uma
alternativa para viabilizar a realização de eventos é o uso de tecnologia para
identificar remotamente alterações de calor, que podem digitalizar grandes
multidões e identificar pessoas com temperaturas mais altas que as demais.

FIGURA 10 – TECNOLOGIA PARA IDENTIFICAR REMOTAMENTE ALTERAÇÕES DE CALOR

FONTE: https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,aeroportos-brasileiros-usam-alerta-sonoro-sobre-coronavirus-
mas-nao-tem-scanner-termico,70003178546. Acesso em: 20 mar. 2021.

8. Rastrear e entrar em contato: caso seja necessário, todos os eventos


trabalharão com as autoridades locais para rastrear e entrar em contato com os
participantes dos eventos, de acordo com os regulamentos de privacidade locais.

Mesmo que os protocolos tomem por base as experiências asiáticas,


o que se observa com as medidas já adotadas no Brasil é a reabertura por
fases do acesso a locais com concentração de pessoas. Com medidas de
segurança sanitária e uso de tecnologia, a dinâmica dos eventos vai encontrar
um novo cenário daqui em diante. O fim da necessidade de isolamento

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS


social vai demandar muitas adaptações para o setor de eventos, isso envolve
organizadores, fornecedores, palestrantes, público participante e parceiros
que precisam garantir a segurança de todos.

REFERÊNCIAS
BRITTO, Janaina; FONTES, Nena. Estratégias para eventos: uma ótica do
marketing e do turismo. 2. ed. atual. e ampl. São Paulo: Aleph, 2002. 379 p.

CHON, Kye-Sung. Hospitalidade: conceitos e aplicações. 2. ed. São Paulo:


Cengage Learning, 2014.

IGNARRA, Luiz Renato. Fundamentos do turismo. 3. ed. São Paulo: Cenga-


ge Learning, 2013.

INFORMA ALLSECURE. About Us. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3cK-


TQ35. Acesso em: 20 mar. 2021.

PHILIPPI JÚNIOR, Arlindo; RUSCHMANN, Doris van de Meene. Gestão am-


biental e sustentabilidade no turismo. In: Gestão ambiental e sustentabili-
dade no turismo. São Paulo: Manole, 2010.

MATIAS, M. Organização de eventos: procedimentos e técnicas. 6. São


Paulo: Manole, 2013.

MATIAS, Marlene (Org.) Planejamento, organização e sustentabilidade


em eventos Culturais, sociais e esportivos. In: Piccin, Ana Carolina; Mac
Dowell, Daniela. Eventos mais sustentáveis. São Paulo: Manole, 2011.

MOLETTA, Vania Florentino. Turismo de negócios. Porto Alegre: SEBRAE, 2003.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Guia de eventos, cerimonial e protocolo para a


Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. 2. ed. Brasília:
Editora IFB, 2017. Disponível em: https://bit.ly/3vFcrnI. Acesso em: 20 mar. 2021.

RUSCHMANN, Doris van de Meene; SOLHA, Karina Toledo (Org.). Planeja-


mento turístico. São Paulo: Manole, 2006.

YANES, Adriana Figueiredo. Governança em hospedagem. São Paulo: Erica, 2014.

ZANELLA, Luiz Carlos. Manual de Organização de Eventos: Planejamento


e Operacionalização. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

ZITTA, Carmen. Organização de Eventos: Da ideia à Realidade. 5. ed. Bra-


sília: Senac-DF, 2014.

CURSO LIVRE – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS

Você também pode gostar