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DO ENSINO
Madeleine Huaman1
RESUMO
INTRODUÇÃO
1Graduanda em Turismo da Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, Brasil. Orientadora: Profa Ms.
Erika Gelenske.
Hoje, através de programas de intercâmbio, a pessoa tem oportunidade de
viver durante vários meses ou anos em um outro país, sendo acolhida por uma família
local, praticando o idioma e frequentando aulas regulares em uma faculdade ou
escola. Tais programas são baseados nas mudanças ocorridas no ambiente
empresarial através do processo de globalização, impulsionando uma grande
interação entre pessoas de diferentes culturas e países, onde se compreende que as
sociedades vivem e pensam de formas diferentes. Assim, o problema que se
apresenta é: quais os benefícios que o turismo de intercâmbio oferece aos que o
fazem?
A hipótese levantada é que o turismo de intercâmbio permite que os visitantes
tenham a oportunidade de construir novas amizades e relações, de forma a aprender
como falar e interagir com pessoas de diferentes culturas, além do idioma. Quando se
tem a oportunidade de vivenciar um cotidiano em um novo lugar, com culturas ainda
desconhecidas, não somente o visitante se beneficia em criar uma relação pessoal,
aprendendo sobre a cultura com uma perspectiva local, mas também acontece uma
troca mútua com quem se interage, onde os locais aprendem com os visitantes,
ganhando o respeito e o entendimento de novas culturas.
Desta forma, a presente pesquisa tem como objetivo compreender os
benefícios que o turismo de intercâmbio oferece ao indivíduo, de forma com que se
destaque no mercado de trabalho. Apresentando-se os seguintes objetivos
específicos: estudar o conceito de turismo de intercâmbio e suas modalidades,
mostrar o perfil do intercambista e suas motivações e destacar o intercâmbio como
ferramenta de desenvolvimento pessoal e profissional.
É de grande interesse que o estudo mostre o significado que o intercâmbio
proporciona na vida profissional do indivíduo, assim como nas razões que o motivaram
a tomar esta decisão e os desafios que ele enfrenta. Mostrando-se que esse tipo de
turismo tem sido reconhecido como uma ferramenta necessária para que se possam
enfrentar os desafios que são impostos pela sociedade em que se vive, onde os
intercambistas desenvolvem um conjunto de habilidades, competências, atitudes e
conhecimentos, a fim de melhor intervir em um mundo cada vez mais globalizado.
Quanto a metodologia, o tipo de pesquisa caracteriza-se quanto a sua natureza
como qualitativa; quanto a finalidade descritiva. A coleta de dados foi realizada através
da revisão bibliográfica de leitura seletiva de artigos, livros e trabalhos de conclusão
de curso com o intuito de verificar a relevância dos achados referentes ao tema.
GLOBALIZAÇÃO E TURISMO
2 Pode-se verificar, portanto, que o turismo, de forma geral, é uma prática em que o sujeito tem as
oportunidades de conhecer novos lugares e de vivenciar experiências diversas de acordo com sua
predisposição, desde aquelas mais simples e básicas, até as mais complexas e alternativas. O
intercâmbio se adequa nesse contexto, uma vez que é uma atividade cultural e intensa, com a
experiência proporcionando desenvolvimento pessoal e evolução profissional sem precedentes
(SANTOS et. al., 2014, p. 66).
3 Entende-se, aqui, a mundialização como um fenômeno de larga extensão, e o desenvolvimento do
modo de produção capitalista é reconhecido de forma intrínseca a esse mesmo processo. A expansão
do capitalismo é, portanto, um fator presente nesse processo que lhe concede novos contornos. Faz-
se necessário ressaltar esse aspecto, pois, embora a mundialização seja reconhecida como um
movimento mais extenso, é, até certo ponto, um movimento que conjuntamente “mundializa” o
capitalismo (SOARES, 2007, p. 64-65).
se tornou uma realidade. Segundo Castells (1999, p. 87), informação e conhecimento
“sempre foram elementos cruciais no crescimento da economia, e a evolução da
tecnologia determinou em grande parte a capacidade produtiva da sociedade e os
padrões de vida (...)”.
O conhecimento hoje representa um fator produtivo, onde a demanda surge de
acordo com as contínuas mudanças e descobertas. Dentro dessa perspectiva, o
indivíduo precisa desenvolver as habilidades de gerenciamento de informações,
análise e síntese que se tornaram fundamentais para programas de ensino. Conforme
observa Vasconcellos (2014, p. 17):
4Apesar da vasta gama de opções que existem para intercâmbios, ainda há preferência por certos
destinos, em especial onde a língua a ser estudada é o inglês (BRAGA, 2015, p. 17).
orientação internacional, etc. (BRAGA, 2015; MONTEIRO, 2012; VASCONCELLOS,
2014).
5De acordo com Lévy (1993), as novas tecnologias da comunicação colocam o homem diante de si
mesmo, em nível planetário.
humanos altamente qualificados no cenário econômico capitalista globalizado. Para
Castells (1999, p. 469),
(...) não existe melhor forma de conhecer e aprender sobre o mundo ao redor
do que o visitando pessoalmente. Nesse âmbito, o intercâmbio é uma
atividade que possibilita uma experiência única, em que o aprendizado
adquirido é válido para o crescimento pessoal e desenvolvimento profissional
do ser humano, especialmente no contexto da atualidade globalizada.
Durante o programa, o intercambista tem a oportunidade de adquirir
qualidades distintas, que não são ensinadas em casa, na escola ou na
academia, mas essenciais à vida (SANTOS et. al., 2014, p. 64).
6 O movimento turístico gerado por essa atividade, consiste no deslocamento do turista motivado pela
busca de conhecimento e entendimento sobre os aspectos culturais e sociais de uma localidade,
adquiridos por meio de experiências participativas (DI DONÉ; GASTAL, 2012, p. 04-05).
7 Tais redes representam um conjunto de nós interligados por relações aleatórias que permitem o fluxo
INTERCÂMBIO E COMPETITIVIDADE
9 Existem duas modalidades: exchange program, onde o estudante desenvolve estudos de graduação
por meio de Programas de Cooperação mantidos pela instituição de ensino de origem. Esta modalidade
geralmente é oferecida em base de reciprocidade, em termos de número de estudantes enviados e
recebidos, e prevê a possibilidade de aproveitamento dos estudos realizados no exterior. Na
modalidade study abroad, os estudantes se inscrevem em programas de graduação de forma
independente, sem acordo institucional entre as instituições de origem e de destino e sem garantia de
reaproveitamento dos estudos cursados (BRASIL, 2010, p. 48).
10 A orientação e o acompanhamento do processo devem ser realizados pelos coordenadores de curso
de graduação das duas instituições, como responsáveis pelo programa de estudo a ser cumprido pelo
intercambista. Este estudante também pode ser orientado por um agente de intercâmbio no seu país
de origem, especializado em educação superior e reconhecido e autorizado pela IES estrangeira para
tal função (BRASIL, 2010, p. 47).
exigem, cada vez mais, roteiros turísticos que se adaptem às suas necessidades, sua
situação pessoal, seus desejos e preferências" (BRASIL, 2010, p. 09).
Como já foi afirmado, não há como ignorar que a globalização tem influenciado
no desenvolvimento de muitas inovações acadêmicas, como a educação a distância,
onde surgem parcerias acadêmicas e de pesquisas colaborativas, melhorando a
qualidade e incentivando a transparência educativa.
Sabe-se que a educação envolve mais do que apenas a transmissão de
conhecimento e a estimulação de processos mentais. A experiência educacional deve
incluir também o desenvolvimento cultural e social, bem como a formação de liderança
em um ambiente que promova o ideal democrático e o conceito de responsabilidade
social. Entretanto, ter flexibilidade de criar um ambiente onde se obtenha o
desenvolvimento do aluno é uma consideração importante.
Para se manterem competitivas, as universidades estão oferecendo
combinações mais atrativas de cursos e programas. Conferindo uma atenção especial
em programas multidisciplinares e opções de intercâmbio para atender às mudanças
das necessidades da sociedade e da evolução da exigência de recursos humanos de
uma economia globalizada influenciada pela era digital. Segundo Dalmolin et. al.
(2013, p. 443),
11 Isso é alcançado, por exemplo, com cursos de idiomas ou colegial no exterior, estágios, programas
de au pair, partilhamento em casa de família (recebendo-se estrangeiros e ganhando, em troca, a
chance de se hospedar também gratuitamente na casa deles num futuro próximo) (DI DONÉ &
GASTAL, 2012, p. 03).
12 Conhecer os costumes, as diferentes tradições, o idioma do país receptor, além de um dos fatores
mais interessantes que é o de se hospedar na casa de uma família autóctone o que intensifica o êxito
em tomar conhecimento das atividades supracitadas. Comumente o estudante desconhece a família
que o receberá e também não tem fluência no idioma falado por seus anfitriões (MONTEIRO, 2012, p.
25).
do mundo. No entanto, a mobilidade desses estudantes possui diferenças e
motivações relevantes observadas que caracterizam este fenômeno atual. Conforme
esclarecerem Di Doné & Gastal (2012, p. 5) o intercâmbio pode ser para:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BENI, Mário Carlos. Análise Estrutural do Turismo. São Paulo: SENAC/SP, 1998
BRASILEIRO, M.D.S., MEDINA, JCC. & CORIOLANO, LN. (orgs). Turismo, cultura
e desenvolvimento. Campina Grande: EDUEPB, 2012.
DALMOLIN, Indiara Sartori et. al. Intercâmbio acadêmico cultural internacional: uma
experiência de crescimento pessoal e científico. Rev Bras Enferm, Brasília, v. 66, n.
3, p. 442-7, mai/jun. 2013.
SANTOS, Saulo Ribeiro dos et. al. Turismo e intercâmbio: contribuições para a
formação discente nos cursos de graduação das instituições de ensino superior de
São Luís, Maranhão. Revista Cultura e Turismo, ano 08, n. 02, jul. 2014.