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TUI T. SUTHERLAND
DR AGÕES DE
PRÓLOGO
Um dragão tentava se esconder na tempestade.
Relâmpagos atravessavam as nuvens escuras. Em pleno voo,
Hvitur segurou ainda mais fortemente a frágil carga que transpor-
tava. Se conseguisse ultrapassar as montanhas, estaria a salvo. Tinha
escapado do palácio dos dragões do céu. E a caverna secreta estava
tão perto...
No entanto, olhos escuros como a rocha obsidiana o observa-
vam de baixo.
Sobre uma saliência da montanha, a fêmea de dragão tinha es-
camas de um dourado suave que o calor fazia brilhar como o ho-
rizonte do deserto. Ela apertou os olhos negros para ver melhor as
asas prateadas lá no alto, entre as nuvens.
Bastou que provocasse um estalo com a cauda, para dois ou-
tros dragões surgirem de trás, saltando até o centro da tempestade.
Quando suas garras aprisionaram em pleno voo o dragão gelado,
um grito agudo ecoou pelas montanhas.
– Fechem a boca dele! – a dragão fêmea ordenou, quando seus
soldados largaram Hvitur diante dela, sobre o chão escorregadio.
– Depressa! – ela insistiu, ao ver que ele tomava fôlego, pronto
para atacar.
Um dos guardas pegou uma corrente no meio dos carvões em
brasa e atirou no dragão do gelo, prendendo‑lhe o focinho e as pa-
tas. Hvitur soltou um grito abafado, enquanto se espalhava o cheiro
de escama queimada. O máximo que conseguia era deslizar a lín-
gua bifurcada para dentro e fora da boca.
– Tarde demais! – o guarda disse. – Não vai disparar contra nós
a sua mortal baforada congelante, dragão!
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Capítulo 1
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