Capítulo 1

A única coisa que preenche sua mente é o calor violento em seu estômago.

[Subaru: Ghhgg! Quente!]

Com o rosto dele virado pro chão, Subaru caiu de bruços. E os seus membros
não o colocarão de pé, pois estão imóveis.

É como se ele não fosse mais ele mesmo, como se o corpo dele tivesse sido
roubado dele.

E o inferno ainda queima Subaru persistentemente.

Quente quente quente quente quente.

Ele abre a boca e, em vez de um grito, sai sangue.

Na dor e na angústia, quase se afogando em seu próprio sangue enquanto ele

é submetido ao pináculo da agonia.

O que ele fez?

Ele apelou para os fundamentos escapistas (alívio ou distração mental) como

meios de fugir do sofrimento, o lamento choroso se repete em sua cabeça.

O que diabos ele fez?

Ele sabia que sua vida não era merecedora de elogios, mas essa afirmação
não se aplica apenas a Subaru. Ninguém poderia viver uma vida tão pura que
eles pudessem se gabar para toda a humanidade.

As pessoas sentiam culpa, as pessoas sentiam remorso, as pessoas eram

ignorantes e as pessoas mentiam.
Então, por que ele sozinho tinha que sofrer isso?

Por que o destino ignorou todas as outras pessoas, forçando apenas ele a
passar por tudo isso?

[Subaru: Ahh, droga...]

Ele susurra.

Seu remorso, sua impotência, seu ódio pelo destino...

-e sua exasperação consigo mesmo florescia em sua mente.

[Subaru: -]

Mesmo com esse machucado, mesmo com toda essa agonia, mesmo com
todo esse sofrimento mortal.

Mesmo que o fogo o queime, mesmo que a dor o destrua, mesmo que isso
ameace sua vida.

A garota em sua mente irá, sorrindo, enfrentar repetições inexoráveis

(situação rigorosa) de morte consternadora (que causa grande dor,
sofrimento). Assim,

[Subaru: Eu...]

Mais uma vez, ele expressa sua determinação. Expressa sua decisão.
Expressa sua arrogância e seu arrependimento.

Enquanto buscava um futuro que, com inumeráveis tentativas, inúmeras

disputas e inumeráveis desejos, ele nunca vai chegar.

A dor, o calor, tudo estava se distanciando.

Como um cão que ele é, ele uiva.

[Subaru: Não importa o que...]

O manejo de uma lâmina paira impiedosamente sobre seu último momento de
vida.

Mas nem mesmo essa lâmina entra em sua visão.

Ele já chegou a uma conclusão.

[Subaru: -Vou salvar você.]

No instante em que ele renovou esse desejo, Natsuki Subaru perdeu sua vida.

※※※※※※※※※※

Reconhecendo aquela cena familiar faz com que Subaru se sinta

estranhamente aliviado e exausto.

[Subaru: Consegui voltar em segurança, não há nada o que temer, eu acho.]

Enquanto ele olha para o tráfego da Capital Real, Subaru desenha vários '||||'
no chão (traços)
Com uma vara, ele continua fazendo isso até chegar em um momento em que
ele fica satisfeito, e depois apaga-os com o pé e suspira.

Natsuki Subaru vem do terceiro planeta do sistema solar que é a Terra, e ele é
um estudante cursando o terceiro ano do ensino médio.

Observando seu agasalho esportivo, e a sacola de plástico de uma loja de

conveniência na mão, certamente eles não duvidariam esse fato.

No entanto, esse princípio só se aplica àqueles familiarizados com conceitos

como "agasalho esportivo" e "loja de conveniência".

Então, chegando ao que ele estava realmente tentando dizer-

[Subaru: -Esta coisa toda de ser "invocado para um mundo paralelo" é mais
terrível do que eu pensava que seria.]

Uma carruagem puxada por um lagarto do tamanho de um cavalo levanta

poeira ao passar por Subaru.

Tal visão era obviamente impossível no mundo que Subaru conhecia. Então
você poderia sugerir que aquilo era um cavalo enfeitado com cosméticos
especiais, como algum tipo de personagem de parque temático, mas Subaru
não concordaria.

Havia mais de um lagarto presente - as ruas da cidade estavam repletas deles

- e as pessoas que comandavam esses lagartos também pareciam usar desses
cosméticos especiais.

Animais antropomórficos - tipos de pessoas conhecidos como homens-fera

ou demi-humanos.

Talvez vinte ou trinta deles estivessem presentes no campo de visão de

Subaru. Naturalmente, haviam aqueles que eram similares a Subaru, mas eles
não chamavam a sua atenção.

Ele não pode ficar aqui tentando escapar da realidade pra sempre.

Nem os demi-humanos e nem os lagartos fazem parte de uma produção

cinematográfica. Esta cena é comum neste lugar, e o alien aqui não é eles, é
Subaru.

-Depois dos mais ou menos dez dias que Subaru passou experimentando isso,
ele viu a extensão dolorosa que acompanha esse fato.

[Subaru: ...Hora de ir.]

Depois de uma auto-contemplação inútil, Subaru dá um tapinha nas costas e

se levanta.

Ele mantém o graveto em sua mão direita enquanto ele vagueia até a rua -
não a rua principal onde ele vai desaparecer na multidão, mas nos becos.

Ao contrário da movimentada rua principal, o beco é desabitado e é

envolvido por altos edifícios, como se fosse um lugar isolado do mundo
exterior, repleto apenas de silêncio. Em poucas palavras, algo poderia
acontecer aqui, e os gritos não alcançariam a estrada principal.

Então, se um estranho como Subaru aparecesse aqui, os vilões que o

atacariam naturalmente iriam aparecer.

[???: Ei amigo. Venha brincar conosco por um segundo.]

Subaru se vira para a voz, para encontrar três silhuetas bloqueando o beco.

Eles vêm em um conjunto de um cara grande, médio e pequeno, e Subaru

pode senti-los examinando suas habilidades.

-Subaru não faz ideia do que eles realmente estão examinando.

[Subaru: -]

Subaru inclina a cabeça para olhar o caminho oposto aos três. Atrás de
Subaru, não há uma saída, então a única forma de sair desse beco é fazer com
que o trio deixe ele passar.

E se estamos perguntando se o trio tem ou não a intenção de deixar Subaru

passar e voltar para a rua principal-
[???: Com o que você está tão distraído?]

[???: Ele não está entendendo o que está acontecendo. Digamos que vamos
fazê-lo descobrir.]

O comportamento negligente de Subaru leva os três a sorrirem obscenamente,

demonstrando que eles pretendem maltratar Subaru. Da perspectiva deles,
Subaru é uma pessoa comum.

Mas eles estão totalmente errados.

É verdade que Subaru não tem qualquer experiência real com a luta, e ele não
tem uma história incrível de como aprendeu artes marciais. De certa forma,
dizer que Subaru era um "Iniciante" em combate não estava totalmente
errado.

Mas se estamos falando em termos de luta, contra essas três pessoas

especificamente Subaru já é um veterano.

[???: -Hã?]

Subaru avança em direção ao gigante desatento - Ton do trio: Ton, Chin e

Kan.

Subaru estende o seu braço.

Na mão de Subaru estava o graveto que ele pegou antes, embora não tenha
uma ponta afiada, ele mira para que o graveto acerte uma determinada parte
da garganta de Ton e com apenas um pouco de resistência, o graveto
atravessa seu pescoço.
[Ton: O qu-?]

Os olhos de Ton se arregalam, enquanto Chin e Kan ficam congelados no

lugar.

Ton não pode mais lutar. Os outros ainda estão congelados, a mão livre de
Subaru dispara em direção a Chin. Ele agarra-o pelos cabelos e pela orelha, e
balança-o.

Subaru não permite que ele resista.

Sendo levado pelo momemto, ele bate a cabeça de Chin contra a parede.

Alguma coisa sólida trinca, racha, e Chin deixa um rastro de sangue pela
parede enquanto ele se encolhe.

Simultaneamente, Subaru golpea Ton com seu joelho. Os olhos de Ton se

arregalam e então ele começa a cair.

Ele cai pra direção onde o graveto o empala.

Caindo de frente, o graveto penetrou mais profundamente em seu corpo.

Agora, dois deles não podem mais lutar. Só falta um-

[Kan: Eep!]

O pequeno, Kan, fica pálido ao observar a derrota instantânea de seus dois

aliados.

Se ele procurasse abandonar os outros e correr para as ruas, isso se

transformaria em uma disputa de velocidade contra Subaru e possa ser que
Kan tenha uma chance de sobreviver.

Em vez disso, ele olha para seus aliados caídos e hesita em fugir.
Inconscientemente, ele sabe que já é tarde demais para eles, e então
desperdiça o único segundo de tempo que tem.

Idiota, imbecil

Ele receberia o que merece por tomar uma decisão idiota.

[Kan: Ghau, ghhg...]

Subaru pressiona as costas de Kan contra a parade enquanto ele pressiona seu
pescoço com suas mãos.

Kan resiste enquanto ele é levantado e pressionado contra a parede. A força

que Subaru aplica em seu pescoço é suficente para estrangular Kan.

Ele é levantado até que seus olhos estejam no mesmo nivel dos de Subaru. Os
olhos de Kan arregalam, e sua boca abre na tentativa de inalar oxigênio.

Mas sua traqueia foi forcadamente bloqueada, e Kan não vai ser salvo.
[Subaru: Vocês sabem quantas vezes nós já nos encontramos?]

[Kan: Khhg, hgh...]

[Subaru: Oitenta e oito...]

Diz Subaru enquanto ele olha para o rosto de Kan - coberto por sangue e
lágrimas.

De qualquer modo, Kan não havia liberdade para dizer qualquer coisa.

Seu corpo perdeu a capacidade de resistir, e então Subaru o joga no chão.

Depois de olhar para o trio derrotado, Subaru quebra o pescoço dos três com
pisões, apenas por precaução.

Uma vez que ele sente o barulho de algo quebrando sob o calcanhar de seu
tênis, ele consegue relaxar.

Ton tem um pescoço tão grande que leva cinco bons pisões para fazer isso.

Subaru não conhece nenhum método pra quebrar um pescoço facilmente.

Contudo, de vez em quando Subaru da sorte e ele consegue quebrar o
pescoço de cada um com um só pisão.

[Subaru: Não foi inteligente estrangulá-lo... é meio nojento também, não vou
fazer isso de novo]

Depois de ter esse momento de reflexão, Subaru pega duas facas de Chin.
Então ele arrasta seus cadáveres até o final do beco, deixa-os lá e sai do beco
como se nada tivesse acontecido.
 Capítulo 2

Tanto entrar no beco, quanto encontrar Ton, Chin e Kan aconteceram

rapidamente. Tomar conta do trio demorou um pouco, mas ainda assim, tudo
ocorreu em menos de um minuto.

Subaru viaja apressadamente pela rua principal em busca de seu destino.

[Subaru: -]

Depois de observar a rua, ele coloca a mão no peito em alívio. Ele havia feito
a tempo.

Esta é uma rua principal chamada de Rota Dos Compradores, caótica e

agitada, cheia de pessoas. Essa rua demonstra a saúde e a prosperidade da
Capital.

Você pode ficar nessa rua sem fazer nada, e será mais do que suficiente para
seu ouvido receber uma inundação de barulho cacofônico. (sons
desagradáveis)

Mas uma mudança ocorre nessa cena movimentada.

[???: -Espera! Ah! Por favor, espere!!]

É a voz encantadora de um sino de prata que rasga o ruído do mercado.

Embora cheia de desespero, a voz não pode esconder a bondade de sua dona,
sua destinatário era uma pequena silhueta que saia correndo da multidão.

[???: Hehehee]

Os risos daquela menina loira tece através da multidão, sorrindo como um

felino. Na mão dela ela agarra algo, e seu comportamento claramente atesta
que ela completou seu trabalho.

Visando aquela garota, uma luz azul cintilante - uma lança de gelo - sobe a
rua.

[???: -!!]

Surpreendida pelo ataque imprevisto, a garota salta para evitar a lança de

gelo.

Aquele ataque mágico tinha sido lançado em uma rua repleta de pessoas. O
acontecimento repentino cria caos. As pessoas da Capital instantaneamente
abrem um caminho, levantando os braços para mostrar que eles não queriam
se envolver na luta.

Ser pego em brigas é uma coisa cotidiana na Capital-

Seria um inferno de uma afirmação, mas talvez não esteja muito longe da
verdade.

Independentemente. Correndo pelo caminho aberto pela multidão é a pessoa

que Subaru tem procurado.

[Subaru: -]

No instante em que ele coloca os olhos nela, Subaru sente que o mundo
inteiro congelou.

O vento, as vozes das pessoas, e até mesmo o tempo não é mais perceptível.
Todo o seu foco é redirecionado para ela.

Seus longos cabelos prateados balançam atrás dela e seus olhos de ametista
brilham como uma estrela durante a noite. Seus braços e pernas esguias (alto
e magro) e pálidas vêm vestidas com roupas brancas tão míticas que
poderiam ter sido criadas para um duende-

Neste mundo congelado, apenas ela está em movimento, enquanto ela passa
por Subaru.
Seu objetivo é a garota loira que acabou de passar, Felt.

Felt roubou algo dela, e agora ela está correndo pela Capital para recuperá-lo.
O que a levará a uma trilha de destruição quase inevitável.

Mas Subaru não vai deixar isso acontecer.

Ele nunca permitirá que um destino de morte a prenda.

[Subaru: Eu, não importa o que, irei salvar você]

Enquanto ele a observa se afastar distantemente, Subaru jura sua promessa

pela octogésima oitava vez.

No entanto, ele já havia quebrado essa promessa tantas vezes, que não era
claro o quão convincente essa promessa era agora.

Mas se ele continuar sem desistir, se continuar lutando, se ele continuar

desejando salvá-la-

[Subaru: Espere por mim. -Satella]

※※※※※※※※※※

Retorno Pela Morte. O poder de reverter o tempo após a morte.

Subaru usou este poder para refazer o mundo oitenta e oito vezes agora.

Ele já está chegando perto da centésima tentativa, e tudo isso foi gasto para
salvar a garota de cabelos prateados, Satella, do cruel destino.

[Subaru: Quero dizer, eu fiz algumas tentativas e erros neste... mas não vai
funcionar como funcionou com Ton, Chin e Kan]

Esta é a conclusão de Subaru sobre seu maior adversário neste momento:

Elsa Granhiert.

A pessoa que encomendou Felt para roubar a insígnia de Satella é essa

mulher sombria chamada Elsa.

Ela é um perigo que levou Satella à morte inúmeras vezes.

Subaru tentou várias vezes durante estas oitenta e sete tentativas derrotar Elsa
e proteger Satella, mas ele sempre terminou perdendo quando confrontava
Elsa, e Subaru acabou morrendo com a barriga cortada mais de cinquenta
vezes.

Esta sádica que gosta de estripar pessoas não é alguém que Subaru possa
vencer em uma luta.

Quando o adversário é alguém como Ton, Chin e Kan, Subaru pode descobrir
algum um padrão em seus movimentos e elaborar planos para a alcançar a
vitória. Mas quando eles são tão fortes quanto Elsa, é bastante razoável que a
cabeça de Subaru seja cortada no segundo em que ele tente fazer qualquer
coisa.

Embora não seja a cabeça dele, ele foi instantaneamente estripado muitas
vezes.

Subaru não pode lutar contra ela e vencer. Nem Felt, nem Rom, nem Satella.
Tendo chegado a essa conclusão, a estratégia que Subaru escolhe é:

[Elsa: Maravilhoso! Belo! Embora eu fosse ficar mais feliz se você deixa-se
me divertir mais!]

[???: GhhhaaaaAAH!]

Toda vez que as lâminas atravessam o ar, sangue jorrava.

Haviam muitos corpos caídos que sujavam as ruas. O suficiente para que não
fosse possível contar nos dedos, enquanto isso, Elsa banhava-se em sangue.
Ela parecia estar saboreando doses constantes de êxtase.

Embora em uma situação tão horrível, a sensualidade de Elsa só aumenta a

medida em que ela se banhava em sangue

Há lendas sobre mulheres que se banhavam em sangue de virgens para

manter sua própria juventude, essas pessoas ficaram conhecidos como
vampiros, e Elsa se parece exatamente como uma vampira.

[Subaru: ...Outro fracasso, huh]

Suspirando, Subaru estreita os olhos enquanto observa a cena horrível de um

telhado.

Ele está em uma ala das favelas que é particularmente degradada e

abandonada. O palco para o conflito é um espaço que você poderia chamar de
praça, onde o massacre continua.

Essas pessoas que trocam ataques com Elsa, e constantemente são atingidos
por suas facas, são os Guardas Da Capital.

A informação de uma pessoa da cidade levou-os a encontrar a perigosa Elsa

Granhiert, e na tentativa de prendê-la, as vidas dos guardas encontravam um
terrível fim - sendo que Subaru é a "pessoa da cidade", essa visão causa dor
ao coração de Subaru.

[Subaru: Não pensei que haveria uma grande diferença de poder entre os
guardas normais e Elsa...]
Para Elsa, isso foi como se estivesse sendo entregue cordeiros para o abate.

Subaru esperava que, por eles serem os Guardas Da Capital eles seriam
capazes de lutar contra Elsa, mas parece que suas esperanças eram muito
altas.

Então Subaru chegou a uma conclusão, Elsa é esmagadoramente poderosa até

mesmo para os padrões deste mundo.

Subaru sente um grande ressentimento por Elsa, mas não importa o quão
furioso ele esteja, Subaru nunca será forte o suficiente para parar esta mulher.

Ele nem chega a pensar que os guardas poderiam dar um golpe de sorte e
derrotá-la.

[Subaru: É inútil apenas continuar assistindo]

Ele se sente mal pelos guardas sacrificados, mas Subaru vai acabar com isso.

Ele não tem intenção de se segurar, mas se Subaru falhar e perder sua vida,
aqueles que morreram aqui ressuscitará no novo mundo.

Por enquanto, Subaru engolirá suas lágrimas e deixará os sacrifícios

permanecerem. Da próxima vez ele não vai pedir nada a eles, para que eles
possam voltar e preservar a harmonia da Capital.

Tendo chegado a essa conclusão, Subaru se move para deixar a cena quando-

[Elsa -Ah meu...]

Congelanda ainda com seu kukri erguido, Elsa lambe seus lábios.

O prazer enlouquecido e a sede de sangue transbordando dela prova que Elsa,

tendo ficado entediada abatendo os guardas, encontrou novas presas. A
identidade dessa vítima infeliz é..

[???: -Não se mova]

Subaru, que acreditava que estava alucinando, vê um pilar de fogo parado ali
[Subaru: -]

Forçando os olhos, dando uma olhada mais de perto, Subaru finalmente

reconhece que não é uma chama, mas uma pessoa parada ali.

Um homem jovem com cabelo vermelho impetuoso e olhos tão azuis quanto
o céu.

Ele pode parecer magro, mas seu corpo é musculoso e ágil sob seu manto
branco. Na sua cintura fica um espada que é provavelmente maior do que o
normal.

Cem de cem pessoas se voltariam para olhar se ele passasse, e sua aparência é
tão atraente que esta obra de deus encantaria qualquer pessoa. Caos resultante
da beleza transcendente de gênero - não é o que ele produz, talvez por causa
de sua postura calma.

Apenas um olhar é suficiente para a alma de Subaru informar: este homem é

diferente das pessoas comuns.

[Guarda: Senhor Reinhard!]

[Reinhard: Todo mundo, por favor, se retire. Essa mulher é a Caçadora De

Intestinos. Já tivemos muitas perdas. Eu não quero que essa contagem
aumente]

Diz Reinhard, com os olhos baixos, em resposta à voz trêmula de um guarda

sobrevivente.

Parece que ele está com pena das vidas que foram massacradas como ratos, e
como ele está indignado com a assassina, Elsa, que fez isso.

Até mesmo Subaru, enquanto observa de longe, percebe a natureza desse

jovem, Reinhard.

Seu raciocínio é justo, suas concepções são justas, sua mentalidade é justa,
por isso ele está com raiva.

Mortes lamentáveis, assassina detestável. Ele lamentou o fracasso, e

substituiu seu remorso por convicção.

Este era Reinhardt - e seu jeito cavaleiro de ser.

[Elsa: Reinhard Van Astrea. Da linhagem dos Santos Da Espada.

Maravilhoso, excelente!]

[Reinhard: Muitas vezes me sinto esmagado pelas expectativas. E você é a

Caçadora De Intestinos?]

[Elsa: Sim, eu certamente sou. Oh céus, o que eu devo fazer? Eu preciso

cumprir meu trabalho, mas agora eu tenho ficar cara a cara com você]

Com uma respiração febril e apaixonada, Elsa olha com ardor para Reinhard.

Mas a expressão de Reinhard é séria, e seus olhos estavam cheios de dever,

não há uma partícula de frivolidade (algo de pouco valor) nele.

Ambos estão de frente para o outro, com posturas antitéticas, (direções

contrárias) mas seus corações os levam à mesma resposta.

Eles devem matar um ao outro e alcançar seu objetivo.

[Reinhard: Fundamentalmente falando, é aqui que eu aconselho você a se

render, mas...]

[Elsa: Você se depara com esse massacre e está me dizendo isso? Muito
gentil de sua parte. Tão gentil que chega a ser cruel tanto para mim como
para eles]

[Reinhard: -Não, eu compartilho sua opinião. É ímpio (aquele que não

respeita valores comumente admitidos) para a morte deles se eu for tolerante
com você. Não posso te pedir para se render]

Ele estende a mão para o guarda ao seu lado e diz [Uma espada, por favor]

[Guarda: Por favor, aceite isso]

O guarda apresenta uma espada, que é pego por Reinhard. Elsa franze as
sobrancelhas, parecendo ter dúvidas sobre isso.

[Elsa: Você não vai usar a espada no seu quadril? Eu queria sentir o corte da
lendária Lâmina Do Dragão]

[Reinhard: Infelizmente, esta espada determina quais oponentes são dignos.

Isso é um pouco problemático, e não parece que você é digna. Em vez disso,
vou lutar com você usando esta espada]

[Elsa: Hrmpf]

Elsa suspira para Reinhard, que não equipou a espada em sua cintura, mas a
que ele aceitou.

Mas o desprazer de Elsa só dura por um instante. Ela imediatamente muda

sua postura e sentindo premonições de batalha e derramamento de sangue,
lambe seus lábios.

[Elsa: Elsa Granhiert, Caçadora De Intestinos]

[Reinhard: Reinhard van Astrea da linhagem dos Santos Da Espada]

Eles se apresentam, e ambos geram uma ventania enquanto dispara em
direção ao outro.

A luta termina com um único ataque.

Um golpe completamente banal, que gera uma luz muito forte. As ondas de
choque destruiram a praça.

O corte do homem chamado de Santo Da Espada é a definição exata de

poder.

Natsuki Subaru, de olhos arregalados, observou essa cena.

Com uma lágrima na bochecha, e joelhos tremendo, ele estava totalmente

ignorante sobre o porquê dessa sensação.
 Capítulo 3

As coisas saíram diferentes do jeito que Subaru planejou, mas é seguro dizer
que o objetivo principal (derrotar Elsa) foi cumprido

Ele não previu a participação de Reinhard, mas levando em consideração que

ele cumpriu seu desejo, ele estava bem com isso.

Agora os problemas que envolviam a insignia de Satella serão resolvidos com

segurança, e enquanto Felt e Rom falharem em se reunir com Elsa, eles não
conseguirão impedir que Satella recupere a insígnia.

Subaru duvida que Satella vai sucumbir a raiva e matar todos eles no
processo.

Essa história envolvendo o Armazém vai ser completada utilizando o mínimo

de recursos.

É um resultado agradável para Subaru também.

E então-

[Elsa: -Por que você está me ajudando?]

[Subaru: Você não precisa confiar em mim. Se você está bem em ser cercada
por guardas e perder todas as chances possíveis para se vingar, apenas me
mate e fuja]

[Elsa: -]

Disse Subaru enquanto ele apoiava suas costas na parede, falando para Elsa,
quem estava sentada.

Ela está coberta de sangue, suas roupas pretas estavam rasgadas em algumas
partes e sua pele branca estava exposta, porém o que não permitiu que Subaru
agisse de forma tímida foram as terríveis feridas que acompanhavam a pele
de Elsa.

E Subaru não tem nenhum interesse em Elsa de qualquer forma.

Ela apenas pensou que ela poderia ser útil, e queria aproveitar essa
oportunidade.

[Subaru: Os guardas estão procurando por você. Eu fiz com que eles fossem
pra outro lugar, então vai demorar um tempo até eles nos perceberem. Suas
feridas?]

[Elsa: Doem muito. Muito, muito mesmo, eu poderia morrer. Huhu, isso é
maravilhoso]

[Subaru: Esse é um sentimento que eu não entendo. Vai ser um problema se

você morrer aqui]

Subaru estava se arriscando ao mal direcionar os guardas para que Elsa

pudesse viver.

Se ele morresse aqui, ou fosse pego pelos guardas que procuram Elsa, essa
rota em que Satella sobrevive vai ter sido em vão

Apesar de que, se isso acontecer, Subaru apenas teria que dar um jeito de
fazer com que esses eventos se desenrolem novamente.

[Elsa: Você pode ir para o sudoeste das favelas? assim eu poderei me reunir
com minha irmã mais nova. Ela vai tratar meus ferimentos e preparará uma
rota de fuga]

[Subaru: Irmã! Hah, você tem uma irmã, isso é bom e ruim ao mesmo tempo]

Provavelmente não é porque ela não confia nele, e se ela confia, ainda sim é
desapontante, mas de qualquer forma, a informação de Elsa possibilita que
Subaru possa traçar caminhos para superar essa situação.

O caminho que eles pegaram trouxe-os para a região sul das favelas. Não
deve demorar muito até encontrar o lugar que Elsa está falando.

Usando as moedas de ouro que estava com Elsa, Subaru subornou os

habitantes das favelas para interferir nas buscas dos guardas para que eles
terminassem indo pro lugar errado. Sem problemas até agora.

[Elsa: Espere, eu ainda não entendi o seu objetivo]

[Subaru: Apenas estou fazendo com que você fique me devendo uma. Talvez
seja útil ter você ao meu lado algum dia]

[Elsa: Um débito. Que estranho. -Quando você estava tão ansioso para me
matar]

Isso é o que Subaru tem para ouvir enquanto ele empresta seu ombro a Elsa e
ajuda ela a escapar. Os olhos de Elsa olha para Subaru, tentando ler suas
emoções.

Mas ela já percebeu e não tem mais o que investigar. A resposta que Elsa
consegue dos olhos sombrios de Subaru é exatamente o que ela imaginava.

Subaru mataria Elsa nesse exato momento se fosse possível, mas ele não
conseguiria derrotá-lá mesmo que ela esteja toda acabada.

Subaru sente que ele foi colocado em um lado terrivelmente torto do

tabuleiro.

Isso é uma batalha em que ele deve considerar todos os métodos possíveis,
passe por tentativa e erro e faça os movimentos ideais.

Pense nisso como xadrez, onde nenhum movimento aleatório das peças lhe
dará qualquer vitória.

Se possível, faça seus inimigos virarem aliados

Para isso ele deve utilizar até mesmo aqueles que ele odeia e preferiria matar.

[Subaru: Eu quero matar você, e eu vou matar você um dia, mas não agora]
[Elsa: Entendi]

Nem vale a pena esconder. Subaru revela seus sentimentos verdadeiros a

Elsa.

Se Elsa fosse alguém prudente, ela mataria Subaru nesse exato momento,
para evitar ansiedades futuras, mas Subaru está confiante de que ela não vai
fazer isso.

É uma confiança encharcada de sangue, a qual Subaru adquiriu após morrer

para Elsa mais de oitenta vezes.

[Elsa: Maravilhoso. Você e eu estamos ligados pelo ódio. Um dia, você vai
provar seu valor, e isso é muito, muito amável]

[Subaru: -]

Os lábios encharcados de sangue de Elsa relaxam, sorrindo como uma garota

apaixonada.

Com o sorriso dela ao lado dele, do fundo de seu coração...

Repulsivo

Subaru pensa.

※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※

[Elsa: Vamos nos encontrar de novo, sim?]

[???: Até mais senhor, obrigada por ajudar Elsa]

A garota de cabelo azul com quem eles encontraram tomou conta de Elsa, e
Subaru suspirou de alívio.

A garota esperando no casebre que Elsa havia dito que era sua irmã mais
nova, era muito mais nova que Subaru esperava, a garota era basicamente
uma pré-adolescente. Apesar de que sua idade era algo chocante para Subaru,
ela cuidou das feridas de Elsa de uma maneira prática, e prontamente
concluiu os arranjos para que elas pudessem fugir da Capital, e então
rapidamente elas sairam da cabana.

Embora não esteja claro se esse pagamento realmente compensa o perigo que
ele arriscou
[Subaru: Acho que o que vai acontecer a partir desse ponto vai depender da
maneira que eu agir]

Subaru tira o agasalho esportivo manchado de sangue, amarra em volta de

sua cintura e começa a andar.

O caminho o guia para fora das favelas e em direção ao Armazém. Elsa havia
falhado em chegar no local, mas será que Satella conseguiu recuperar a
insígnia em segurança? Essa pergunta o atormentava.

[Subaru: -]

Depois de um tempo, Subaru chegou ao Armazém. Seus olhos se arregalam

com o que ele vê

[Subaru: Não esperava por isso]

O que ele viu foi o Armazém congelado.

Ou melhor, "selado dentro do gelo" é uma descrição mais precisa do que

"congelado". O que diabos aconteceu aqui? Subaru interroga um morador
próximo e-

[Morador: O velho do Armazém e sua neta foram levados pelos guardas.

Alguma coisa relacionada com uma feiticeira assustadora... Não quero meter
meu nariz nisso]

[Subaru: O velho e sua neta estão bem? E a feiticeira?]

[Morador: Eles estão dizendo que ninguém foi machucado, mas eu não os vi
de qualquer jeito. Olhe, já chega, ok?]

Talvez porque ele esteva nervoso com a presença assustadora de Subaru, o

homem foge rapidamente para a escuridão de um beco.

Subaru observava o homem fugindo, e então colocou a mão no peito em

alívio.

Ele não sabe quão precisas eram as informações do homem, mas, no mínimo,
seu relato não podia ser confundido com uma situação hipotética em que as
pessoas morriam.

Os guardas prenderem Felt e Rom é algo inevitável, considerando o que eles

fazem para ganhar a vida. Eles vão ficar na prisão por um tempo, e
provavelmente vão refletir sobre suas ações.

Agora que Subaru sabe que Satella está segura, como ele esperava-

[Subaru: Certo, o que eu faço agora?]

Subaru coça a cabeça, ciente de que ele não tem mais nenhum objetivo.

Ele foi sumonado para um mundo paralelo, foi dado a ele o Retorno Pela
Morte, o qual ele utilizou para salvar uma meio-elfa gentil de cabelo prateado

Apesar de que levou oitenta e sete mortes para conseguir salvá-lá

[Subaru: Ah, droga. Talvez fosse melhor se eu morresse, resetasse, e fazer

com que Elsa me conte o porquê dela querer roubar a insígnia de Satella?]

Ele realmente deveria ter perguntado isso enquanto transportava Elsa ferida,
mas agora já era.

Contudo, se Subaru fizesse perguntas que envolvessem os negócios de Elsa, e

levassem ela a descobrir que Subaru está do lado de Satella, ele não tem idéia
de como Elsa iria reagir.

No fim, tanto Subaru quanto Satella estão vivos. Vamos assumir que essa é a
solução correta.

[Subaru: Apesar de que eu gostaria de saber mais sobre Satella se eu

pudesse...]

De onde vinha Satella? Aonde ela estava indo? Ele a encontraria novamente?
Ele não sabia.

Apesar de que ele poderia sempre repetir as coisas até ele descobrir.
Mas assumindo que houvesse algum outro método-

[Subaru: Então, vocês poderiam me ajudar?]

De pé em frente a um armazém congelado, Subaru coloca suas mãos no bolso

e se vira

Ninguém estava presente, mas os olhos de Subaru viam inúmeras silhuetas

paradas ali

Todas elas tinham aparência, tamanho e idades diferentes, um grupo

incoerente.

A única coisa que eles tinham em comum eram seus olhos.

Os olhos deles estavam mortos.

E Subaru suspeitou que se ele olhasse em um espelho, seus olhos estariam

iguais.

[Subaru: -]
Suas bochechas relaxam com esse sentimento, e então ele olha para o céu.

Sob o brilho da lua, estava o Armazém congelado, e um louco.

 Capítulo 4

Aconteceu quase a 2 meses atrás quando Subaru teve noticias de Satella.

[Subaru: Na Seleção Real! A meio-elfa de cabelo prateado apoiada por

Margrave Roswaal L. Mathers não é Satella, é Emilia-!]

Subaru bate palmas, parecendo estar muito feliz.

Essa informação inesperada veio de um anúncio do Palácio Real, a noticia da

disputa pelo trono foi anunciada pro país inteiro.

Quando Subaru viu os boletins pela primeira vez ao redor da cidade, ele
achou que era algum tipo de eleição estúpida- e ai foi quando seus olhos se
arregalaram.

As candidatas consistiam em 5 mulheres e uma delas era a garota que Subaru

estava procurando.

[Subaru: Seleção Real... Se ela é uma candidata disputando o trono então ela
é alguém muito importante... É claro que ela é, lembre-se da graciosidade que
ela demonstrava apenas por andar... Emilia, então o nome dela é Emiliaaa...]

Ter aprendido o nome real dela fez o coração de Subaru ficar mais leve,
como se tivesse criado asas.

Ele havia descoberto a um tempo atrás de Satella era um nome falso, e

também descobriu o porquê dela ter se apresentado com um nome falso.

Se uma meio-elfa de cabelo prateado se apresentasse com o nome Satella-

[Subaru: As pessoas iriam achar que ela estava envolvida conosco. Foi uma
tentativa desesperada de me manter longe do perigo. Seus pensamentos são
tão adoráveis]

Enquanto isso poderia ser considerado um fato triste sobre ser uma meio-elfa
e ter uma aparência semelhante a Bruxa, ela usava isso como uma forma de
afastar as pessoas do perigo.

Que garota nobre e piedosa. Tão emocional que chega a apertar seu peito.

Foi quando,

[???: -Natsuki Subaru! Meu amado discípulo, você está presente!?]

[Subaru: -]

Uma voz estridente como uma galinha ecoa desagradavelmente pela sala,
chamando o nome de Subaru.

Subaru faz uma careta, coloca o boletim da Capital em sua cama,

relutantemente abre a porta e sai do seu quarto.

Ele apoia suas costas contra a porta, esperando, quando um homem pálido
vem em direção a Subaru.
[Homem: Eu estive procurando você! Por que, por que, por que você está
aqui, seu preguiçoso?! Quando nós precisamos seguir as ordens da Bruxa, e
responder seu amor com diligênciaaaaaaaaa!!]

[Subaru: Chega de acusações falsas, Pete-san. Eu estou apenas seguindo as

ordens do meu Evangelho, o qual meu pediu para passar meu tempo aqui]

[Petelgeuse: O que!? O Evangelho te pediu isso?! Nesta conjuntura, nesta

oportunidade, nestas circunstâncias, que cogitações deve a Bruxa ter, para
instruir um discípulo tão devoto quanto você a ficar aqui fazendo nada!
Quanta incompetência!]

Não apenas seus gritos são barulhentos, seus movimentos eram desagradáveis
também.

De fato, Petelgeuse Romanee-Conti era um louco. Pra aturá-lo era necessário

um esforço enorme.

Ele é um lunático desagradável, mas definitivamente um personagem

condutor para Subaru.

Afinal, todos no grupo da afiliação de Subaru são um retrato do egoísmo, e é

questionável se os discípulos normais têm algum senso de autoconsciência.

A especulação arbitrária de Subaru é que as emoções dos discípulos normais

são afetadas por algo que opera em sua consciência, de modo que
informações não vazem enquanto estão fazendo coisas cotidianas.

Mas quem se importa com essa suposição? O importante é o que Petelgeuse,

em uma posição de autoridade muito diferente dos discípulos normais, está
tentando conseguir com essa visita.

Subaru faz parte deste grupo há dois meses, e a vida tem sido boa de forma
geral.

Embora sua vida esteja bem, sua saúde mental está uma porcaria.

Ter interações com loucos e fanáticos religiosos, é o que deteriora a sua saúde
mental.
Seu esconderijo é em uma caverna escondida nas montanhas.

É um local surpreendentemente habitável, e hospitaleiro o suficiente para que

Subaru possa ter "um quarto", mas coisas como a distância da civilização, e
pisos firmes e paredes frias são algo que Subaru, alguém que veio da geração
Z, tem que suportar.

Mas dito isso, ele não é um ator suficientemente bom para conseguir
esconder suas conexões com esse grupo.

Como um compromisso, ele está morando aqui, aprendendo e estocando

informações sobre esse mundo.

[Subaru: Então, o que você quer comigo?]

[Petelgeuse: Você não está ciente do evento tolo acontecendo nesse país?!]

[Subaru: O "evento tolo" seria a Seleção Real?]

[Petelgeuse: De fato! Porém o problema não é a Seleção, e sim uma

participante em específico! Aquela meia-bruxa de cabelo prateado!]

Para que ele possa dar uma palestra para o ignorante Subaru, Petelgeuse
mostra o aviso oficial para a Seleção - A mesma coisa com que Subaru
decorou a sala - e aponta o dedo para ela.

Naturalmente, naquele panfleto está o rosto de uma garota tão fofa que os
olhos de Subaru queimam só de olhar pra ela. O dedo ossudo de Petelgeuse,
aponta para ela.

[Petelgeuse: Presencie! Essa mulher! Isso é uma blasfêmia contra a Bruxa!

Este ser não é um que podemos ignorar! A hora do julgamento chegou!]

[Subaru: Julgamento...]

[Petelgeuse: Exatamente!]

Gritando, Petelgeuse coloca o panfleto contra a parede da caverna antes de

socar a imagem de Emilia, mandando sangue para todo lado.

Este louco, intoxicado pela dor e pelo sangue, profanou a imagem de papel de
Emilia.

[Petelgeuse: Se for coerente, leve-a! Se não, abandone-a! Se ela for

confirmada como um receptáculo adequado para a Bruxa, nós a aceitaremos!
O julgamento deve começar!]

[Subaru: Então você quer minha ajuda?]

[Petelgeuse: Sim, correto! Eu entrei em contato com outros, mas duvido que
os incrédulos irão responder! Talvez haja a possibilidade de Ira aparecer, no
entanto, ela atualmente está distante desta nação... sendo assim, apenas nós
dois iremos!]

Com o dever em seu coração e uma torrente de lágrimas escorrendo pelo

rosto, Petelgeuse enfia o punho ensanguentado na boca, chupando as feridas.
Os cantos de sua boca rasgam quando seus dentes mordem sua mão, ferindo
sua pele e carne em uma exibição repulsiva e repulsiva.

Mas Subaru instrui-se a resistir à visão com vontade de ferro, mantendo uma
postura fria.

[Subaru: Se importa se eu for, então? Apesar de que eu não sei exatamente os

detalhes, Cardinal]

[Petelgeuse: Então você vai me acompanhar! AaAaA! Eu me sinto muito

muito muito muito muito muito muito muito... FELIZ!]

[Subaru: Você está ficando muito entusiasmado quando eu apenas disse que
iria acompanhá-lo]

O sorriso irônico que Subaru mostra é legítimo.

Depois de balançar a cabeça várias vezes, sua cabeça poderia praticamente

cair. Petelgeuse coloca as pernas de volta na postura correta e se vira de
costas para Subaru.
[Petelgeuse: Nós partiremos imediatamente! Eu já dei instruções aos meus
Dedos... nos uniremos a eles e viajaremos para o Domínio de Mathers. Então,
nós devemos seguir as ordens do Evangelho!]

[Subaru: Entendi... A propósito, o que é o Julgamento?]

[Petelgeuse: Um teste para determinar se o receptáculo possui a força, a

qualidade e, além disso, as qualificações para hospedar a Alma Da Bruxa.

Subaru responde à explicação inútil, acenando a cabeça.

Ele não conhece nenhum dos detalhes, mas comparado ao seu tempo gasto
em agonia sem saber nada sobre Emilia, é inestimavelmente preferível.

E parece que isso significa que ele vai se envolver com Emilia.

Embora também envolva-

[Petelgeuse: Agora, agora, agora, agora, agora, AGORA! Nós partiremos! Se

o receptáculo for adequado, então teremos o advento da Bruxa! Ter uma
chance depois de tantos séculos-]

[Subaru: Se a Bruxa Satella vier, por acaso o receptáculo...?]

[Petelgeuse: MORRERÁ! No entanto, isso é venerável! Tão venerável que eu

assumiria o papel se fosse possível! Se minha pessoa fosse capaz de se
adaptar ao espírito de Satella, eu suportaria todo sofrimento inestimável pelo
meu desejo de vê-la de novo!]

[Subaru: Então ela morre...]

Resmunga Subaru enquanto segue atrás de Petelgeuse, que começou a andar.

Seus murmúrios não chegam aos ouvidos de Petelgeuse.

Isolado em seu próprio mundo como ele é, aquele murmúrio fraco e quieto-

[Ele acha mesmo que eu vou permitir que isso aconteça?]

-Petelgeuse não havia percebido o sorriso sombrio de Natsuki Subaru.
 Capítulo 5

A surpresa permanece em seu rosto enquanto ele lentamente tomba para trás,
e então Subaru desembainha sua espada. O momento faz Subaru tropeçar
para trás. Ele respira profundamente.

Ele empurra a espada contra seu corpo magro.

Ele consegue sentir que a ponta da espada acabou de cortar algo vital.

E com uma leve respiração...

[Subaru: Não acho que você vai acreditar em mim quando eu disser isso,
mas]

[Petelgeuse: Por... que?]

[Subaru: De um certo grupo de pessoas desagradáveis, eu pensei que você
fosse uma das melhores pessoas, Pete-san]

(Grupo de pessoas desagradáveis = Seita Da Bruxa)

Seus olhos estão arregalados, em choque enquanto olham para baixo, e

desesperadamente ele olha para os olhos de Subaru.

Nos pés de Subaru encontra-se Petelgeuse Romanee-Conti em uma poça de

sangue.

Petelgeuse estava morrendo, e seu coração havia sido destruído pelo trabalho
pessoal de Subaru.

[Subaru: Foi um esforço muito grande pra fazer tudo isso acontecer. Apesar
de agir como um louco, você é um pouco meticuloso demais. Sério, fiquei
preso tantas vezes]

[Petelgeuse: O que... VOCÊ... ESTÁ DIZENDO?]

[Subaru: Estou falando sobre todas as tentativas que levei para chegar aqui.
Quero dizer, isso vale para as minhas estratégias também, mas pegar meu
trunfo e outras coisas foi seriamente arriscado. Você não tem ideia de como
estou aliviado]

Petelgeuse rasteja, forçando seus membros impotentes, mas ele não tem
forças para ficar de pé, apenas se arrastando para trás, como se estivesse
tentando se afastar da morte.

Subaru não precisa fazer nada. Petelgeuse não tem muito tempo de vida
restando.

[Subaru: Eu não pude ver a Mão Invisível no começo, estava em pânico sobre
o que diabos estava acontecendo. Lidar com seus Dedos também causou um
monte de problemas... agora, eu realmente sinto que percebi uma coisa]

[Petelgeuse: Ghh, auhhh...]

O sangue que flui de Petelgeuse é sua última gota de vida.

Enquanto Subaru assiste ele sangrar até a morte, ele reflete sobre os trunfos
de Petelgeuse.

A Mão Invisível

A reserva de corpos, os Dedos.

E a habilidade para migrar pra esses corpos, extendendo seu tempo de vida, a
Possessão.

Fazendo pleno uso de todos os três, Petelgeuse era basicamente o reflexo de

"diligência" quando ele tentou encurralar Emilia. Para matá-lo foi necessário
um esforço muito grande.

Subaru morreu cerca de 400 vezes pra chegar nesse ponto.

[Subaru: Isso faz de você a pessoa com quem mais falei no mundo. Eu sei o
quão maluco isso é, mas eu sinto que você é meio que um amigo.
Observando como você faz tudo o que pode para alcançar seus objetivos,
jogando todas as cartas que você tem... eu poderia dizer que fui "tocado"]
[Petelgeuse: O que você está dizendo... o que você está dizendo, o que você
está dizendo, o que você está dizendo?!]

No fim, uma energia composta por fúria é injetada em seu corpo, e ele foca
toda essa força em si mesmo.

Ele cospe sangue, e enquanto isso, seus olhos vão em direção a Subaru.

[Petelgeuse: Traidor! Traidor que rejeita o amor da Bruxa! Você não vai ser
PERDOADO!]

Petelgeuse ergue sua mão ensanguentada

Ele não está tentando ativar a Mão Invisível. Não tem porque ativá-lá se ela é
perceptível para Subaru.

O que Petelgeuse está tentando fazer é-

O Espírito Maligno, Petelgeuse Romanee-Conti está tentando possuir o corpo

de outra pessoa.

O processo que permite que ele possua outros corpos.

Havia apenas uma pessoa ali que tinha as qualificações-

[Petelgeuse: Seu corpo é-!!]

... Meu!

Era o que Petelgeuse iria dizer, mas Subaru apenas suspirou.

Ele anda até Petelgeuse, e dá um chute em sua cara. A força do golpe arranca
alguns dentes de Petelgeuse. Atordoado, Petelgeuse recua.

Ele não foi capaz de possuir o corpo de Subaru.

A resposta de Subaru não vem em palavras, mas sim em sua mão esquerda-
onde flutuava uma luz vermelha.
Aquilo é uma entidade chamada Espírito Menor. (Minor Spirit)

Que havia feito um contrato com Natsuki Subaru, quem tinha uma grande
afinidade espiritual. Seu espírito era como uma ferramenta que permite
iluminar caminhos sombrios.

O Espírito Maligno Petelgeuse apenas pode possuir pessoas que possuam

afinidade espiritual e não tenham contratos com espíritos.

Quem poderia adivinhar quantas vezes Subaru morreu para descobrir isso.

[Subaru: Esses foram os 3 dias mais longos de minha vida. Se bem que de
sua perspectiva nós não nos conhecemos por muito tempo...]

[Petelgeuse: NATSUKI SUBARU!!!]

[Subaru: Você quis fazer mal a Emilia- Peça desculpas e se arrependa do que
você pretendia fazer]

Petelgeuse solta um grito de inimizade quando Subaru o chuta no peito. A

lâmina da espada dele atravessa o crânio de Petelgeuse, acabando com seu
cérebro e sua vida.

Os gemidos de Petelgeuse pararam. Subaru apoia seu peso na espada cravada

em Petelgeuse, suspirando.

Nesse curto período, porém longo na perspectiva de Subaru, finalmente

chega a um fim.

Sentimentos de realização e desânimo inundam ele.

[???: Hmmmm? Parece que você já terminou]

O silêncio é quebrado por uma voz.

Ele se vira, e então encontra uma enorme silhueta pertencente a uma fera
negra com a cabeça de um leão e quatro membros horríveis, aproximando-se
dele.
A voz de alguns segundos atrás era da garota que estava montada nas costas
daquela fera.

[Subaru: Sim, já terminei. Obrigado, Meili]

[Meili: Não precisa agradecer, afinal você está pagando a mim e a Elsa pra
fazer isso, mas tem certeza sobre isso? Eu pensei que eles eram seus
companheiros]

[Subaru: Se ele não tivesse tentando me matar no fim, então poderia

considerá-lo um amigo com uma diferença de idade gigante, mas ele tentou
me matar, então não posso considerá-lo como amigo...]

Ele usa sua manga pra limpar o sangue dele, enquanto isso, Meili coloca o
dedo em seu queixo.

[Meili: Hmmm... Eu não estou tentando te matar, então isso significa que
somos amigos?]

[Subaru: Seguindo a lógica, sim. Eu e você somos amigos, Meili]

[Meili: Ahh, yay! Agora se eu contar Petra-chan e os outros também, então

eu tenho vários amigos!]

Segurando as mãos juntas, Meili balança os ombros alegremente. Sua atitude

infantil faz Subaru levantar a sobrancelha, e sua declaração sobre ter amigos
o surpreende.

[Subaru: Huh, eu estou surpreso. Então alguém como você tem amigos?]

[Meili: Eu tenho, apesar de que eu matei todos eles]

[Subaru: -]

(Pra quem não entendeu, Meili matou todas as crianças do vilarejo, já que
Subaru nunca apareceu pra resgatar as crianças dos Mabeasts da floresta, e se
você seguir os acontecimentos do 7° loop, como Subaru nunca foi contratado
na Mansão, Rem ficou encarregada de fazer as compras no vilarejo, e então
provavelmente ela foi amaldiçoada pelo cachorro e a esse ponto ela já deve
estar morta)

Diz Meili, sorrindo levemente, e ela aparentemente não se sente culpada nem
um pouco. "Matei todos eles" . Então eles provavelmente eram pessoas com
quem ela estava envolvida através do trabalho. Em primeiro momento, ele
achava que Meili era uma criança "comum", mas no fim, seus valores e sua
moral é distorcida.

Bem, ela é a irmã de Elsa, então já era de se esperar.

[Subaru: De qualquer forma, você foi de grande ajuda. Se não fosse por você,
eu nunca teria conseguido matar todos os Dedos sozinhos]

[Meili: Não se preocupe sobre isso, mas você precisava mesmo nos
contratar? Você poderia ter pedido a alguém mais apropriado, tipo os
Cavalheiros]

[Subaru: Se eu fizesse isso eu não seria capaz de cumprir parte do meu

objetivo]

[Meili: Objetivo?]
Meili balança sua cabeça como se estivesse tentando descobrir os
pensamentos de Subaru, mas ele não dá nenhuma explicação. Ele apenas
sorri, e-

[Subaru: Essa conversa é para adultos. Crianças como você não precisa saber
disso, Meili]

[Meili: Ahh! Você está me tratando como uma criança! Eu não me importo
mais com você, eu não ligoooo!]

Diz Meili furiosamente, quase como se estivesse pedindo pro seu "mascote"
pra rosnar, numa tentativa de intensificar ainda mais o clima.

Em uma tentativa de melhorar o humor de Meili, Subaru faz o seu melhor

para bajular ela.

...

Depois de todo o esforço que Subaru passou para finalmente matar

Petelgeuse, ele realmente preferiria que essa tentativa não terminasse em
fracasso.
 Capítulo 6

Alguns dias após o início da Seleção Real, uma mudança bastante grande
chegou aos territórios de Lugnica.

A maior mudança foi que a candidata mais competente para se tornar Rei, a
duquesa Crusch Karsten, desistiu da competição—embora o único que
entendesse toda a verdade da situação fosse Subaru.

Porque todos os vestígios desta chamada "Crusch" foram apagados do

mundo, eliminados juntamente com o fato de ela ter alguma vez existido.

O que significa que a Seleção Real tinha sido sempre quatro pessoas, e as
memórias dos aliados da duquesa Karsten foram distorcidos, fazendo com
que eles se tornassem aliados de outros esquadrões.

[Subaru: Cara, a névoa da Baleia Branca é aterrorizante, e pensar que ela sai
por aí apagando a existência das pessoas]

É um mistério porque é ineficaz em apenas Subaru, mas, sendo que Subaru

não tinha nenhuma ligação com ela, isso não interfere em nada em sua vida,
porém de vez em quando isso acaba se tornando uma inconsistência quando
ele conversa com outras pessoas sobre a Seleção Real.

Ele deseja que possa esquecer essa estúpida Crusch Karsten.

Alguém que morreu porque lutou contra um inimigo que não podia derrotar
nunca poderia esperar voltar.

(Talvez isso seja pra mostrar de que se Subaru não estivesse lá no momento
que Crusch confrontou a Baleia Branca, ela e seus soldados teriam morrido
na história principal)

A única pessoa no mundo que poderia ter essa oportunidade é Natsuki

Subaru.

E assim os derrotados não fazem nada além de agir como lembretes: não
façam as coisas idiotas que fizeram.

Mas uma outra mudança também ocorreu.

Que é—

A candidata da Seleção Real, Emilia, subjugou o Cardinal Da Preguiça da

Seita Da Bruxa!

O Reino está agitado com as notícias, e aparentemente até nações estrangeiras

sabem sobre essa conquista.

Até Subaru se surpreende com a eficiência da propaganda. Uma conquista

adquirida após 400 anos, reivindicada por Natsuki Subaru— que ele
transferiu para o sombrio palhaço que apoiava Emilia.

A questão de como o Margrave responderia às negociações para dar as

conquistas a Emilia era honestamente uma aposta a par com subjugar
Petelgeuse, mas—

[Subaru: Ele era tão legal que chegava a ser nojento]

Margrave Roswaal L. Mathers recebeu a proposta de Subaru, consentiu-a

facilmente e anunciou imediatamente que a morte de Petelgeuse era uma
conquista de Emilia.

Embora sentindo algo suspeito sobre ele, Subaru não tem dúvidas sobre as
ações de Roswaal.

Este mundo menospreza Emilia por razões idiotas. E ainda sim Roswaal se
anunciou como seu apoiador, tornou-se seu patrono e promoveu sua
participação na Seleção Real.

Talvez fosse simplesmente extravagante, ou mais provável que ele estivesse

se beneficiando, caso ocorresse a chance de um em um milhão de que Emilia
assumisse o trono.
A forma como ele conversou com Subaru era a prova disso.

[Subaru: Sem problemas. Faça o que quiser, Senhor Margrave. Enquanto

você estiver ao lado de Emilia, eu estarei do seu lado também. Assim como
você espera, a Governante será Emilia]

Subaru fará tudo o que puder com seu poder de desafiar a morte para
conseguir isso.

Mas se acontecer que Roswaal tenha alguns desejos imundos ou pensamentos

impróprios sobre Emilia, então—

[Subaru: Significa que outra cova será feita para o bem de Emilia]

Se ele vai continuar operando nas sombras, sem Emilia saber, então ele não
tem escolha a não ser confiar as atividades mais públicas a Roswaal.

Em troca, Subaru trará todos os planos possíveis por trás das portas fechadas.

E para esse propósito—

[Subaru: Tive que sair do caminho para te ajudar. Agora eu preciso da sua
ajuda, Blue]

[Blue: —]

Nos fundos da caverna fica uma prisão com barras de metal.

Acorrentado dentro daquele espaço frio está alguém vestindo roupas sujas.
Essa pessoa tem orelhas de gato em sua cabeça, e ela está vestido em um
uniforme de cavaleiro— a primeira vista aparentava ser uma mulher, mas na
verdade era um homem.
Enquanto Subaru estava correndo por aí colocando as coisas em ordem após
a morte de Petelgeuse e a agitação da Baleia Branca, ele o encontrou e levou
a "ferramenta" para casa.

Mas a partir do presente, Subaru teve poucas chances de contemplar os

talentos de cura do famoso Blue.

Inferno, ele não está nem mesmo curando seus próprios ferimentos, apenas
olhando para o chão da prisão e chorando sem fim.

[Blue: ...Alguém me diga... me diga, por que eu... onde está Sua Alteza? Pra
que eu existo? Alguém... Tem que haver alguém. Tudo seria estranho se não
tivesse alguém, mas...]

[Subaru: Cara, eu estou preso. Dessa vez vai levar um tempo]

Subaru coça a cabeça enquanto tira do bolso do peito uma nota. É o aviso que
informou sobre o início da Seleção Real, que Subaru tem mantido com zelo e
infalibilidade em sua pessoa.

A mudança ocorreu devido à abolição da existência de Crusch Karsten, que

afetou o aviso.
O aviso não parece mais com o que Subaru está familiarizado. Inicialmente
havia cinco candidatos listados— mas agora há apenas quatro e as descrições
diminuíram.

Mas Subaru lembra. Ele pode tê-lo ignorada totalmente, mas ele releu essa
coisa inúmeras vezes. O cavaleiro de Crusch Karsten chama-se Felix Argyle.

Qual deve ser o mesmo que este curador aqui, Blue.

[Subaru: Meu palpite é que quando alguém é apagado pelo nevoeiro da

Baleia, suas memórias compensam mudando de uma forma que não pareça
distorcido, mas... apenas olhe para isto]

[Blue: Alguém, alguém me diga... Sua Alteza? Sua Alteza e mais alguém...?]

[Subaru: Quando as memórias não podem ser compensadas, acho que isso é o
que acontece com você]

Quando a pessoa desaparecida é uma parte tão grande do caráter de alguém, é

claro que ela entrará em colapso quando essa pessoa desaparecer do mundo.

É por isso que Blue acabou murmurando repetidas vezes como um boneco
quebrado.

Infelizmente, nem mesmo Subaru sabe consertar a mente quebrada de Blue.

Subaru nunca interagiu com aquele que preservou o coração de Blue. E

mesmo supondo que ele volte no tempo, é incerto para onde ele retornaria.

E então Subaru não sabe que tipo de relação eles tinham.

[Subaru: Mas ainda assim, encontrei um bom peão aqui. Está tudo bem, eu
vou consertar as fraturas do seu coração]

[Blue: Alguém, por favor... me diga... Eu, por que eu...]

Blue não mostra nenhuma reação a Subaru.

Porém Subaru está preparado.

Um cavaleiro curador sem seu apoio. Você não recebe peões tão facilmente
manipulados como esse com muita frequência.

E assim, Subaru sinceramente, de todo o coração,

[Subaru: Desta vez, eu definitivamente vou descobrir como evitar que você
se mate]

Estou pronto para morrer inúmeras vezes desafiando você.

 Capítulo 7

Todas as entradas para a mansão estão bloqueadas.

As portas estão fechadas por dentro e as tábuas de madeira cobrem todas as

janelas. Se ele tivesse sido atencioso o suficiente para achar o estado desta
mansão de cortinas fechadas estranho, talvez ele teria notado isso.

Embora Subaru tenha organizado estas operações, acreditando de que ele não
notaria.

Um furioso inferno engole toda a mansão, queimando-a continuamente em

cinzas.

A chama que deu início a esse incêndio não tem pausa, resplandece
furiosamente ao consumir toda a mansão, exigindo de que tudo volte ao pó.

Os móveis e ornamentações da mansão não são as únicas coisas que se

carbonizam.

As muitas mulheres que passaram muito tempo em agonia nesta mansão,

perdem a vida em meio as chamas e a fumaça. Suas formas se desintegravam,
tornando-se indistinguíveis, como se alguma vez tivessem sido uma pessoa.

Isso era um feito horrível, mas isso era de fato o que as mulheres em chamas
desejavam. Você poderia dizer isso, mas quem acreditaria em você?

[???: Foda-se, foda-se, foda-se esse inanidade!]

As chamas se agravam em intensidade, ainda mais estimulados pelo vento.

Através desta mansão resplandecente ecoa o som de um homem xingando.

Sua voz é tão tensa que chega a ser patético quando ele grita dentro desse
prédio em chamas e em colapso.
Ele grita em frenesi total, a situação está além de sua coompreensão, e ele
está inconsciente do que diabos aconteceu.

(Frenesi = estado de exaltação violenta que põe o indivíduo fora de si)

[???: #99! #114! Mesmo a número #123 seria suficiente! Onde estão vocês!?
Para onde vocês fugiram? Quem vocês pensam que eu sou!? Deixando-me
para trás enquanto vocês saem e expiram, que tipo de mulher egoísta e
irresponsável são vocês?]

A voz do homem de cabelos brancos quebra enquanto ele grita como uma
criança que está fazendo birra.

Ele veste roupas brancas, e seu rosto está banal e sombrio como um demônio
enquanto ele delira.

Ele está agindo de forma muito estranha dentro da mansão flamejante.

Uma pessoa sã estaria fazendo tudo que podia para escapar do incêndio.

Mas o homem não mostra nenhuma indicação de que vai fazer isso. Na
verdade, é como se ele não tivesse considerado por um instante que ele
morreria, operando algum tipo de dogma que transcende a mortalidade.

Se ele é insano ou não...

—Não, é incorreto negar que ele é louco, mas na verdade ele está
profundamente confiante.

Ele acredita que esse fogo não vai matá-lo.

E assim o homem gritando e xingando não tem medo de perder sua própria
vida.

É devido à raiva inestimável que ele tem em relação a suas esposas, que
provavelmente cometeram o incêndio criminoso.

[Homem: Todas essas pessoas, tomando meus recursos e me menosprezando

—]
[???: Eu apreciaria se você calasse sua boca desagradável]

[Homem: Nuh]

O rosto do homem recebe um chute de trás de uma parede em chamas.

Ao receber o ataque imprevisto, o homem voa facilmente pelo corredor. A

parede em chamas não suporta a colisão, e então quebra.

Ele desliza pelo chão. Ao parar, ele olha para o teto em choque.

[Homem: O que...]

[???: Este fogo é a carta de despedida de suas esposas. Falado claramente,

parece que este é o fim desses estorvos de amor nascidos do terror]

A voz que responde ao homem atônito é a mesma que ele ouviu quando foi
chutado.

O homem se ergue, rasteja pela parede quebrada— para uma mulher vestida
de preto entrar na sala em chamas.

Seu sorriso é resplandecente e sua longa trança negra é característica, mas o

que fala mais de sua identidade é, segurado em sua mão direita, seu kukri—

[Homem: Desgraçada! Quem você acha que eu sou!? Sua tolice é o que vai
fazer você...]

O homem balança os braços em uma tentativa de atacar a mulher, mas ele

sente um leve impacto. Ele olha para baixo, e observa que seus braços estão
faltando. Em sua visão ele consegue ver seus braços voando pelo ar.

Impossível. O que está acontecendo?

[Mulher: Imortal? Invencível? Eu esqueci qual era, mas eu sei o truque de

como isso funciona. Agora tudo o que você é, é um inseto muito
desagradável]

[Homem: —! Uma prostituta como você—]

[Mulher: —]

Esquecendo-se de seus braços perdidos, o homem tenta xingar a mulher, mas

ela não deixa que ele diga uma palavra

Enquanto o homem está sentado no chão, a mulher levanta sua perna, que
dispara em direção a virilha do homem. O ataque é forte o suficiente para
faze-lo voar. A mulher prepara a lâmina da morte em sua mão.

Ela agora faz vários cortes em praticamente todas as partes do corpo dele. O
sangue começa a cobrir o corpo dele, enquanto ele se transforma em alguma
coisa atroz.

(atroz = desumano)

[Homem: —Meu...]

[Mulher: É incrível que você esteja tentando falar nessas condições]

A mulher chuta o torso do homem, que agora é um alvo consideravelmente

menor, fazendo-o voar através de uma janela, e indo para o lado de fora da
mansão em chamas.
Ele cai, ao lado de cacos de vidro quebrado. Ele é incapaz de se sustentar
porque havia perdido seus membros. É uma sorte que ele tenha caído do
segundo andar, o que lhe permite evitar feridas fatais ao cair.

Apesar de que, perder os membros e toda aquela quantidade de sangue já era

fatal.

[Homem: Como se eu pudesse suportar essa idiotice... eu sou o ser mais

perfeito do mundo. Querer pouco, consciente de adequação, humilde e sem
avareza, é assim que eu vivo a minha vida... e então, por que eu, de todas as
pessoas, tenho que enfrentar as falhas humanas de sua...]

[???: Quando você insulta pessoas assim regularmente, é claro que você vai
receber papéis do divórcio, Regulus-san]

[Regulus: Hauh!?]

Mesmo se virar ao seu lado é uma tarefa árdua para este homem. Ele percebe
alguém novo em sua visão

Um garoto com olhos e cabelos escuros, quem está vestindo um manto preto
— Natsuki Subaru

É lamentável quão pouco Regulus entendeu a situação. Subaru suspira para

ele.

[Subaru: Eu nunca pensei que todos colaborariam tão bem para conseguir
isso, Regulus-san]

[Regulus: Por que você está aqui?... não, então, foi você que planejou tudo
isso?]

[Subaru: E poderia ser outra pessoa?]

O homem, Regulus, finalmente entendeu o que está acontecendo, enquanto

isso, Subaru encolhe os ombros, e forma um sorriso em sua boca.
Desdenhados, os olhos de Regulus mergulham em fúria.

[Regulus: Maldito seja, sua escória! Você compreende o que você fez?
Tomou minhas esposas, minhas amadas esposas! E na minha presença, as
queimou junto com a minha mansão! Você compreende a imoralidade e
maldade de seus atos! Seu assassino de esposas!]

[Subaru: Cara, isso é tão inesperado que eu nem sei o que falar... Só dizendo
que suas esposas ofereceram suas próprias vidas para a estratégia anti-
coração]

[Regulus: —Impossível]

Subaru pega na orelha dele, enquanto ele informa Regulus sobre isso.
Regulus fica sem palavras.

O fato de Regulus achar isso tão inesperado é o que Subaru não consegue
entender.

Regulus manteve muitas mulheres apelidadas de "esposas" em sua mansão,

exaltando a grandeza de uma vida de casados, ao mesmo tempo em que ele
ameaçou assassiná-las violentamente se alguma vez o desobedecessem.

Se isso fosse tudo, então pareceria um tipo de harém horrendamente

malicioso, mas a repulsa do Cardinal não termina aí. O canalha confiou seu
próprio coração a suas esposas, fazendo com que seu próprio corpo ficasse
parado no tempo, sendo assim imortal e invencível.

A única maneira de matar o Cardinal Da Ganância, Regulus Corneas, é fazer

com que seu coração retorne para ele.

Isso significava matar todos que pudessem alojar o coração de Regulus, no

caso, suas esposas.

Até mesmo Subaru agonizou ao chegar a essa decisão, mas foram as esposas
presas de Regulus— não— as mulheres presas que resolveram o conflito por
ele.

[Subaru: Elas estavam contentes em morrer, desde que isso lhes desse
retorno. Cara, eu ainda não ouvi falar de abuso verbal ruim o suficiente para
levar as pessoas a fazer isso]
[Regulus: Quem poderia acreditar nessa bobagem... Eu amei minhas esposas!
E então eles deveriam me amar de volta, não é?! E ainda sim, por que aquelas
malditas mulheres infligiram tal sofrimento em mim?!]

[Subaru: Você está falando sério? ...Isso é o que torna vocês aterrorizantes]

Murmura Subaru, parecendo irritado quando ele desviou o olhar de Regulus.

O que seu olhar se direciona para a silhueta negra que salta da mansão em
chamas e aterrissa no jardim. Elsa retira a fuligem de seu corpo antes de notar
o olhar de Subaru.

(fuligem = pequenas partículas oriundas do processo de combustão)

[Elsa: Deus, você estava preocupado comigo? Fique tranquilo. Eu não estou
ferida em lugar algum]

[Subaru: Eu não estou preocupado com você. De qualquer forma, o que

diabos é isso? Eu não te disse para fazer essa porcaria sem graça para ele]

Os lábios de Subaru se torcem quando ele aponta para Regulus.

Regulus tinha membros na última vez que Subaru o viu, então é

definitivamente Elsa quem fez isso.

Ela encolhe os ombros.

[Elsa: Parecia que ele seria um incômodo se os tivesse... E você não gostaria
de transmitir o que elas disseram?]

[Subaru: ...Sim, você está certa]

Surpreendentemente, parece que Elsa pode ser atenciosa com as pessoas.

É errado deixar Regulus morrer sem comunicar a ele como se sentiam as

mulheres sacrificadas, quando elas concordaram em pegá-lo nessa armadilha.

E agora que eles comunicaram isso,

[Regulus: GghaaaaAH!]

Elsa apunhala seu kukri no peito de Regulus, usando-o para levantar

lentamente seu corpo leve. É como se ele fosse algum tipo de comida em uma
vara. O sangue que flui dele aparentava estar com sede de vida.

[Elsa: Instantâneo?]

[Subaru: Não...]

Pensando, Subaru coloca a mão no queixo enquanto responde à pergunta de

Elsa.

Ele pode não ser Elsa, mas Subaru tem um coração que sente simpatia e
indignação como qualquer um faria. E esse coração está exigindo que ele
retribua as mulheres que ansiavam, chorando, pela morte de Regulus.

E então, Subaru ordena Elsa:

[Subaru: Jogue-o em uma parte onde o fogo está mais baixo. Nós vamos vê-
lo queimar]

[Elsa: Muito bem, entendido]

Elsa acena para as instruções cruéis de Subaru, sem parecer aflita.

Ela começa a atirar Regulus, quem está xingando, em uma pilha de lascas de
madeira fumegantes na borda da mansão em chamas.

[Elsa & Subaru: —]

Seu corpo queimando, estava para ser assado em chamas até a morte, e então,
o grito do homem ecoou pelo céu noturno.

Sem nenhuma alteração em suas expressões, Subaru e Elsa o assistem morrer.

[Elsa: Um inseto... silêncio seria preferível para ele]

Uma vez que o longo lamento da morte chega ao fim, Elsa dá seus
pensamentos.

E Subaru concorda.
 Capítulo 8

—Para Subaru, o vidro quebrando carrega o som de confiança estilhaçada.

[???: Isso é...]

[???: Eu sinto muito. Eu não queria fazer isso, eu realmente não queira]

Com a voz trêmula em choque, o homem pressiona o cotovelo contra a

bancada, mas isso acaba falhando em apoiá-lo e sua parte superior do corpo
escorrega do balcão, derrubando sua cadeira enquanto ele cai no chão da loja.

O copo e a garrafa no balcão caem, estilhaçando-se no chão e sujando o

uniforme branco do homem que fedia a álcool.

Seus membros não estavam funcionando corretamente, ele estava lentamente

perdendo sua vida. Seus lábios estavam ficando roxos, sua visão estava
borrada, enquanto ele piscava, tentando afastar sua morte iminente.
Subaru assiste a luta do homem pela sua vida de seu assento na mesa.

O rosto do homem é refinado. Seu corpo é ágil, e tanto o seu porte quando ele
entrou na loja e o uso de palavras enquanto se dirigia ao amigo abundavam
em elegância. De fato, poderíamos considerá-lo o Cavaleiro dos Cavaleiros.

[Subaru: Posso concordar com você sendo chamado de impecável, Julius

Juukulius-san]

[Julius: Seu vira-lata...]

[Subaru: Mas, se você estivesse pensando mais sobre a sua posição, você
estaria um pouco mais consciente. Você é um Cavaleiro de uma candidata da
Seleção Real que está no auge da popularidade. Você tem que considerar que
não apenas seu mestre, mas você também seria um alvo. Apesar...]

Subaru se levanta e estende a mão. O curso de sua mão segue para a pessoa
na cadeira ao lado de Julius.

Orelhas de gato e características adoráveis. Subaru suavemente se aproxima

dele, e acaricia sua cabeça. Com isso, os olhos de Blue relaxam.
[Julius: Felix... é você...?]

[Subaru: Sabe, tive que me esforçar bastante pra tirá-lo do luto. Nunca pensei
que isso me traria tantos problemas, mas parece que valeu a pena]

[Julius: Que esquema você...]

[Subaru: Não tem mais nada a ver com você, relaxe. Meu palpite é que se
você se for, sua mestre não vai sofrer nenhum tipo de dano, então isso pode
até ser bom pra ela, apesar de que eu não sei exatamente como ela vai reagir a
isso]

Os olhos amarelos de Julius estão cheios de raiva, tristeza, agitação, e

desconfiança, mas nem uma dessas emoções alucinantes significa qualquer
coisa.

[Subaru: Um velho amigo te chama para ir beber, e no primeiro gole você

fica assim. A confiança é um veneno doce, Senhor Impecável, e você acaba
de se afogar nesse veneno]

[Julius: ...Ei, cara...]

[Subaru: Com certeza é bom ser alguém de quem se pode orgulhar. A vida é
tão fácil que é invejável. Pena que você vai morrer]

Subaru agacha e olha para o rosto de Juulius. Ele nem sequer está olhando
para Subaru. Parece que ele não está focado no homem que ordenou sua
morte.

O que tem em seus olhos é a preocupação com seu amigo, que foi forçado a
cometer um assassinato contra sua vontade, e sua penitência em relação a
ausência de seu mestre—

[Julius: —]

[Subaru: Um cavaleiro até o fim... detesto esse tipo de atitude]

Diz Subaru enquanto ele olha para o rosto morto de Julius, silenciado para
sempre.

O sentimento nauseante no seu peito provavelmente vem do fato de que

Subaru não tinha nenhum motivo para matar o Cavaleiro Impecável.

Essa é a primeira vez que Subaru ordenou que alguém morresse sem
nenhuma justificativa.

Ele não se sentia mal por ter que matar Adoradores ou Cardinais, mas dessa
vez o assassinato só ocorreu porque Subaru escolheu alguém que era fácil
atormentar.

Ele é menos cauteloso que Anastasia Hoshin, quem sempre está cercada por
guardas, e mais importante, ele nunca poderia imaginar que um convite de
Blue seria uma armadilha.

[Felix: Eu fui bem, Subaru-sama?]

[Subaru: Você foi ótimo. Desculpe te forçar a fazer isso]

Blue, parado ao lado de Subaru, silenciosamente pergunta a ele enquanto ele

está assistindo a morte de Julius.

Subaru acaricia Blue novamente.

Se isso é suficiente para acalmar sua mente instável, então ele vai acariciá-lo
quantas vezes for necessário.

[Felix: Tudo bem, desde que ajude você, Subaru-sama. Afinal, fazer isso era
necessário para criar o futuro que você e Sua Alteza desejavam, certo?]

[Subaru: Exato, e é por isso que nós não poderíamos permitir que seu amigo
continuasse vivo]

[Felix: Sim...]

O rosto de Blue não aparenta ter alguma emoção, mas ainda sim, a morte de
seu amigo parece fraturar sua mente, enquanto ele se agarra à manga de
Subaru, como se isso preenchesse o vazio do seu coração

O aroma de morte paira no ar. Quando,

[—Oh, vocês estão ocupados?]

A entrada por onde ninguém deveria entrar se abre, e um homem de

aparência delicada entra na loja.

Por um momento, Subaru pensou que ele deveria silenciar aquela

testemunha, mas felizmente, não há motivos para fazer isso, afinal aquele
homem era um deles.

[Subaru: Você chegou a tempo]

[???: Claro. O tempo é finito, e nós comerciantes acreditamos que tempo é

dinheiro]

[Subaru: Olhe pra você se auto-intitulando "comerciante", que audacioso.

Você está mais pra um negociante da morte]

[Negociante da Morte: Eu não tenho uma resposta pra isso]

É um homem magro e de cabelo cinza, que está coçando a cabeça em

resposta à Subaru

Com seu terno e gravata pretos, ele se parecia com alguém que havia voltado
de um funeral, mas se você observar atentamente, é possível ver o aroma de
morte que paira sobre ele.

Suas feições são gentis, assim como seus olhos, mas a maneira como ele
lança seu olhar ao redor do ambiente revela clara cautela dos outros e
demonstra que ele sobreviveu a várias situações de morte.

Mais importante de tudo, Subaru gosta de seus olhos tristes. Esses são os
olhos de alguém que não vê nenhum benefício em ficar vivo, alguém que
perdeu todos os motivos para continuar vivendo, e mesmo assim continua
vivendo como um corpo reanimado. Seus olhos são similares aos de Blue.

[Subaru: Seu nome... não acho que cheguei a decorar]

[Negociante da Morte: Eu nunca disse meu nome, e nem tenho intenções de

dizê-lo. Naturalmente, eu também não tenho interesse em saber o seu nome,
prezado cliente. Dessa forma, nós dois podemos evitar problemas futuros]

[Subaru: Exatamente. Nós nos tornaríamos inimigos no momento em que

alguma coisa acontecesse. E isso aqui não é o resultado de chamar as pessoas
de amigos?]

Provoca o homem enquanto ele olha para o corpo de Julius, e depois para
Blue, quem está ao lado de Subaru.

Tanto a aquisição do veneno quanto a limpeza posterior são coisas que

Subaru organizou enquanto colaborava com esse homem. Porque atualmente,
Subaru está andando em uma corda bamba bastante perigosa.

[Subaru: Agradeça a Russell por mim, estou contando com você novamente.
Bem, você é a mão direita dele]

[Negociante da Morte: A mão direita daquele homem está no final do braço

dele. Tudo o que sou é sua manga]

Com certeza ele pensa de forma racional, pensa Subaru ao ouvir a resposta
realista do homem. Enquanto isso, ele sente um arrependimento.

Se eles pudessem ser amigos, eles certamente seriam melhores amigos.

 Capítulo 8.5

Subaru continua com suas operações secretas pra tirar as Candidatas e os

Cardinais do caminho.

Um grupo misterioso, pessoas perigosas, e mais importante, um lugar onde

ninguém interfere nas coisas dos outros. A Seita da Bruxa foi um disfarce
conveniente para Subaru.

Um disfarce que eventualmente ele teria que acabar, mas utilizá-los com essa
pré-condição em mente significa que ele pode jogá-los fora com tão pouca
culpa que chega a ser aliviante.

Ele não sentia nenhum tipo de camaradagem pelos Cardinais.

Ele constantemente os vigiava, planejava meios para matá-los e testava. Caso

o plano desse certo, então ele iria montar as bases, e caso ele falhasse, Subaru
tinha o poder de reiniciar o mundo e tentar novamente.

Até mesmo Subaru, com sua situação, conseguiu formar relações que talvez
pudessem ser chamadas de cúmplices.

Mesmo assim, ele sabe que nem um único Adorador deve ser confiável, e que
ele não deveria estar colocando mais pessoas nisso.

[Meili: Mas não temos trabalhado juntos desde o começo? Eu fico feliz
quando você me deixa te ajudar com todas essas coisas divertidas, senhor]

[Elsa: Eu particularmente não pretendo te apoiar incondicionalmente, mas

mesmo agora, você está pensando em me matar se você tiver a chance. Por
alguma razão, eu realmente acho isso agradável]

[Felix: O sonho de Sua Alteza se tornará realidade se você estiver aqui,

Subaru-sama, e então eu sempre vou ficar com você... Mas, huh? Subaru-
sama, quando e onde você e Sua Alteza se tornaram...]

[Negociante da Morte: Nosso relacionamento é certamente apenas pedidos de

trabalho sujo. Cúmplices? Uma idéia asinina. Nós dois somos criminosos
filiais que não podem mostrar seus rostos à sua família. Seria melhor morrer
se eu pudesse]

[Roswaal: Eu cheguei longe o suficiente para que falte apenas um passo para
que meu desejo seja realizado. Seeee for necessário para alcançar meus
objetivos, então eu vou vender minha alma para o demônio que você é, deeee
fato]

—Subaru não acha suas ações louváveis em nada.

Independentemente disso, antes que ele pudesse perceber, apareceram

pessoas que aprovam seus atos, e talvez esse fato fosse seu consolo.

Usando o Retorno Pela Morte, Natsuki Subaru luta, desejando salvar Emilia.

Ele achava que a batalha seria uma batalha onde ele sempre lutaria por conta
própria.

Apesar do fato de que, em algum momento desconhecido, essa luta deixou de

ser só de Subaru—
 Capítulo 9 [Final]

Chamas envolvem a Capital. Subaru suspira de dor, olhando para o céu.

Ele se sente muito acordado.

A dor arde, mas ele consegue resistir.

Tudo, desde a razão de estar aqui, é vívido.

Em seus braços, Subaru carrega Meili, quem está imóvel.

Seus olhos abertos estão desprovidos de vida, olhando para algum lugar
ausente neste mundo. Sua atitude insolente, sua voz insinuante, seu
comportamento de birra quando tratada como criança— Subaru nunca mais
vai vê-la de novo.
—Afinal. Este é o lugar onde Subaru chegou depois de Retornar Pela Morte.

O Ponto de Retorno pela morte podia mudar, mas Subaru nunca retornou para
um Ponto anterior ao atual.

Aqui é o atual Ponto de Retorno, no momento em que Subaru tem o corpo de

Meili em seus braços... Um ponto onde sua vida não tem mais salvação.

Consciente de que ele está apenas confortando seu próprio coração, Subaru
fecha gentilmente os olhos de Meili. Ele não tem o direito de orar pela
felicidade póstuma dos mortos porque suas mãos estão sujas de sangue.

E é o mesmo para Meili. Ela cometeu tantos erros que não podia esperar a
paz após a morte. Empilhando pecados sobre pecados, as correntes que ligam
o grupo de Subaru ao inferno nunca serão desfeitas.

[Subaru: Mas ainda sim...]

Um encontro com a morte não é um motivo para desistir.

Ele não chegou aqui morrendo várias vezes? Ele já havia morrido mais de mil
vezes... talvez dez mil, e ainda havia sacrificado as vidas de outras pessoas,
apenas para conceder seu próprio desejo. Foi assim que ele chegou aqui.

Sua mente quase quebrou sob a agonia da morte muitas vezes, mas toda vez
que isso acontecia, um fogo queimava em seu coração.

O toque daqueles dedos é o que permitiu que Subaru chegasse a esse ponto.

Ele está a apenas um passo de realizar seu desejo mais profundo.

Ele fez vítimas, sacrifícios, para finalmente chegar aqui.

E ainda sim—

[???: —Não de mais um passo]

A voz vem do alto.

"Chamas envolvem a Capital" não foi uma afirmação figurativa. O rosto que
aparece no topo daquela colina, como se estivesse acumulando uma chama
furiosa, é deslumbrante.

[Subaru: Reinhard van Astrea...]

[Reinhard: Parece que não preciso me apresentar. Eu não tenho muito a lhe
dizer também]

Os olhos azuis de Reinhard atravessam Subaru.

O brilho em seus olhos é diferente do que Subaru viu há muito tempo. Os

olhos dele estava repleto de emoções.

Este homem, que permaneceu calmo quando enfrentava uma assassina,

estava com uma emoção muito intensa. O ódio brilhava em seus olhos.

[Subaru: Então você é capaz de odiar as pessoas, Santo da Espada!]

[Reinhard: Isso me surpreende também. Eu não sabia que tinha esses

sentimentos]
[Subaru: Então você encontrou um novo "eu", parabéns. Feliz aniversário,
Reinhard]

[Reinhard: Infelizmente, hoje não é o dia do meu nascimento, mas hoje vai
ser o dia de sua morte]

Subaru poderia dizer qualquer coisa, e mesmo assim não conseguiria atrasar
um homem do calibre de Reinhard.

Afetado com a própria sentença de morte gerada por Reinhard, um sorriso

emergiu no rosto de Subaru.

Destruir seu rosto imperturbável, e desenterrar as emoções que estavam

escondidas. Subaru sabe que isso é inútil, mas é a única coisa que ele pode
fazer.

[Subaru: Não me faça rir, Reinhard! Santo da Espada!? Espada do Reino!?

Você é um cavaleiro que protege o Reino de Lugnica!? Você por acaso
protegeu algum reino? Que tal me dizer isso!]

[Reinhard: —]

Subaru grita, de braços abertos.

Os dois estão frente a frente, do lado de fora dos portões do Palácio. Tudo da
Capital visível deste ponto de vista está envolvido em chamas— ou melhor,
não é apenas a Capital.

As chamas abrangem todo o território do Reino de Lugnica.

Não importa quão forte seja Reinhard, o que ele pode fazer sozinho? Ele não
pode fazer nada. Essa é a conclusão de Subaru.

[Subaru: Esse é meu presente para você! Preparei uma armadilha pra te
matar!]

[Reinhard: Pra me matar...?]

[Subaru: Quantas vezes você acha que eu tentei te matar!? Quantas dezenas,
centenas, milhares de vezes, você acha que eu já enfrentei você?]

[Reinhard: —]

Os gritos incompreensíveis de Subaru levam as bochechas de Reinhard a

enrijecerem em confusão.
Ele não entenderia. Ninguém, exceto Subaru, jamais entenderia.

Subaru já passou por todas as formas concebíveis de tentativa e erro para

matar Reinhard.

Ele estudou Reinhard van Astrea, pesquisou-o, testou todas as idéias que
pôde pensar, fez diversos planos, usou todas as pistas possíveis que pôde
imaginar nas tentativas de matar Reinhard.

Mas não importa quais métodos Subaru use, Reinhard sempre os supera.
Como se a presença de Natsuki Subaru não pudesse afetá-lo nem um pouco.

Subaru sacrificou Elsa, sacrificou Meili, sacrificou Blue, sacrificou o homem

que talvez pudesse ser seu amigo, sacrificou o palhaço que proclamou ser seu
co-conspirador, sacrificou a Seita da Bruxa, sacrificou os Cardinais, cometeu
todos os crimes e injustiças possíveis, e ainda assim não conseguia matar
Reinhard.

E então, não tendo como cortar a linha de vida de Reinhard, Subaru decidiu.

[Subaru: Vou jogar seu nome ostentoso de Santo da Espada na terra, e vou
pisotear e cuspir em cima de seu nome]

[Reinhard: Tudo isso, apenas pra isso]

[Subaru: Só pra isso! Sim, eu fiz apenas pra isso! Foi por isso que eu usei a
vida dos meus amigos, para fazer você, quem estava no topo, ir pro chão!]

Subaru coloca o corpo de Meili no chão. Ele aponta o dedo para Reinhard.

Reinhard não consegue esconder que está abalado.

[Subaru: Você é um herói, Reinhard. Não é possível eu matar você, mas eu

posso matar um herói— É assim que se mata você, Reinhard]

[Reinhard: —]

Subaru se exibe, fora de si, para o silencioso Reinhard.

Subaru havia trabalhado duro, tentou vários planos, sacrificou pessoas,
derramou sangue, acumulou mortes e, finalmente, com Meili o protegendo e
prolongando sua sobrevivência, Subaru conseguiu enfrentar Reinhard assim.

Depois de tantos sacrifícios, ele finalmente conseguiu ficar no mesmo palco

que Reinhard.

[Subaru: ...Por que?]

Uma brisa quente bate no rosto de Subaru. Sua voz frágil disse essas
palavras.

[Subaru: Por que você é tão forte? Por que eu tive que sacrificá-los para
poder ter uma chance de te enfrentar?]

Ouvir aquela voz trêmula faz o rosto de Reinhard endurecer.

Ele certamente não tem ideia do que Subaru está pensando. Claro que ele não
faz idéia, a esse ponto, nem mesmo Subaru sabe.

Ele não sabe por que ele está chorando. Quando foi que ele chorou pela
última vez? Ah, sim, foi naquele dia em que ele foi trazido pra esse mundo.

As lágrimas que ele derramou ao ver um "pilar de fogo" foram as últimas.

(pilar de fogo é uma referência de quando Subaru viu Reinhard na parte 2)

[Subaru: Eu gostaria de ter sido como você. Eu gostaria de ter sido honesto, e
forte o suficiente para salvar a todos como você. Você é invejável, e é por
isso que eu acho você desprezível]

[Reinhard: Você...]

Junto de suas lágrimas, era revelado os verdadeiros sentimentos de Natsuki

Subaru.
Voltando ao loop da Capital, quando Natsuki Subaru viu o homem que o
libertou de um ciclo sem fim.

—Subaru estava com inveja de Reinhard.

Ele foi estripado várias vezes, e sofreu com a morte, mas ainda era incapaz de
mudar qualquer coisa. O coração de Subaru ficou áspero, e a camada exterior
de seu coração havia sido descascada, foi então que, praticamente por
coincidência, Reinhard alterou esse destino facilmente, como se ele tivesse
chutado uma pedrinha da estrada.

Subaru desejava essa força. Ele o invejava, porém o odiava também

[Subaru: —Eu queria ser você, Reinhard]

[Reinhard: —Eu não consigo te entender]

Reinhard descarta a honestidade de Subaru como se fosse uma bobagem

inútil.

E ele está correto. Reinhard, sendo um herói, sempre, sempre estaria correto.
—Em que ponto Natsuki Subaru errou?

Ele não sabe... Na verdade, ele até sabe, mas ninguém seria capaz de entender
isso.

E é por isso, exatamente por isso que Natsuki Subaru, há muito tempo, age
como um louco insensível.

[Reinhard: —]

Reinhard estreita os olhos e inclina-se. Ele não está pegando uma espada, o
que significa que ele acha que não é necessário usar uma arma para derrotar
Subaru.

Ele está certo, ele está absolutamente certo. Um único golpe dele é o
suficiente para matar Subaru.

Então, pelo menos—

[???: —Você não acha que é muito cedo pra desistir?]

[Reinhard: Você!]

No instante que Reinhard começou sua investida, uma silhueta apareceu em

seu lado. Um som discordante soa quando o ataque da silhueta atinge a mão
de Reinhard, a qual está plana e aberta como uma lâmina.

Isso é estupido. Como ele pode se defender de uma faca usando apenas as
mãos nuas?

A faca chia, quebrando em pedaços.

Isso não faz sentido. Por que é a faca que está quebrando?

[Reinhard: Você não é uma humana normal, não é?]

Elsa, coberta de sangue, gira no ar.

Subaru pensou que ela estava morta. Ele achava que a tinha usado como peça
de xadrez para criar essa situação, acreditava que a vida dela havia chegado a
um fim, e ainda sim...

[Elsa: Aparentemente eu não morri. Apesar de que nessa situação, eu sinto

como se tivesse vindo visitar a morte novamente]

[Subaru: Elsa...]

[Elsa: Então Meili está morta, pobrezinha]

Notando o corpo de Meili no chão, Elsa murmura em um tom triste, mas ela
muda de posição num piscar de olhos, virando-se para encarar Reinhard
apropriadamente.

[Elsa: Parece que você também é inimigo da minha irmã. Vamos dançar?]

[Reinhard: Você já perdeu sua arma, e além do mais, sabe quem você
exatamente está protegendo?]

[Elsa: Eu não gosto de coisas complicadas. Eu faço tudo que eu quero. Esse
homem atrás de mim me deixa fazer o que eu quiser. Isso faz dele um cliente
valioso]
Lambendo os lábios, Elsa dá uma resposta baseada na lógica que apenas os
assassinos entenderiam.

Reinhard respira fundo, e agora Elsa se torna sua oponente.

[Elsa: Acho que essa será a última vez que nos vemos. Foi divertido]

[Subaru: Elsa! Eu..!]

[Elsa: Adeus]

Como sempre, o adeus acontece sem nenhuma consideração com as idéias de

Subaru.

Imediatamente após, Elsa salta com uma destreza animalesca em direção a

Reinhard, o herói que acaba de se envolver em um combate furioso.

[Subaru: —Droga!]

Subaru não podia morrer aqui!

Desviando o olhar da batalha de Elsa e do cadáver de Meili, ele começa a

correr colina abaixo.

Os sons da batalha ecoam atrás dele, distantes.

Prédios desmoronam um após o outro em toda a Capital. Gritos e gemidos

ecoam neste inferno. Crianças chamando por pais, pais chamando por filhos,
homens chamando por mulheres, mulheres chamando por homens, tudo isso
está acontecendo nesse inferno.

Sim, isso é um inferno que Subaru criou.

Criou esse inferno, destruiu a imagem falsa de Reinhard e alcançou seu

objetivo.

Tudo que sobrou foi—

[Subaru: V-você é...]

[???: —Grrrr]

Subaru quase tropeça e cai— quando um animal enorme o agarra com a boca
e o joga em suas costas. Subaru se agarra desesperadamente quando sua pele
negra ocupa sua visão, enquanto a fera com a aparência de um leão corre.

[Subaru: Você é... mas Meili já morreu...]

É uma das Bestas da Bruxa controlada por Meili, carregando Subaru pela
Capital em chamas.

O feroz Guiltylowe corre com Natsuki Subaru em suas costas. Ele não tem
mais um mestre e não tem obrigação de obedecê-lo, mas ainda assim
Guiltylowe carrega Natsuki Subaru... aparentemente, por vontade própria.

[Subaru: Por favor, encontre ela. Ela tem que estar aqui em algum lugar...]

Subaru pede, desejando que Guiltylowe faça algum tipo de milagre.

Como chamar esse sentimento em seu coração? Alívio? Resignição?

Restringido por emoções enigmáticas, a mente de Natsuki Subaru oscila entre
consciência e inconsciência, mas o que realmente o faz chegar ao limite é o
que acontecerá a seguir.

[???: —Já chega]

Os projéteis afiados de gelo fazem Guiltylowe voar.

Guiltylowe grui antes de cair no chão. Arremessado juntamente do animal,

Subaru também cai no chão de pedra.

[Subaru: Ghau... o que foi...]

Sua visão embaça de dor quando ele força os olhos a ficarem abertos para
que ele possa ver o que aconteceu.

Ele vê que Guiltylowe já estava de pé, porém incontáveis lanças de gelo

empalavam seu lado esquerdo. Ele estava de frente a uma silhueta envolvida
por uma luz, e ela parecia estar prestes a atacar novamente.

Guiltylowe levanta sua pata, rugindo. Talvez isso fosse sua dignidade como
uma Besta da Bruxa, ou seu orgulho como o último animal que obedeceu
Meili até o fim.

Seu ataque é forte o suficiente para rasgar um ser humano em pedaços, caso
acerte.

No entanto, antes que o golpe possa atingir seu alvo, um único projétil afiado
passa pela boca aberta de Guiltylowe, passando por sua garganta e saindo por
trás, transformando a fera em uma espécie de espetinho.

Imediatamente após o ataque ruinoso, uma geada branca se espalha por todo
o corpo de Guiltylowe, transformando-o em uma escultura de gelo.

Tendo assistido a morte de Guiltylowe, Subaru se levanta lentamente.

Ele não pode levantar o braço esquerdo, talvez ele tenha deslocado durante a
queda. Ele deveria sentir dor o suficiente para chorar, mas seu cérebro não o
permite mais sentir dor.
(Isso ocorre porque Subaru já morreu tantas vezes que ele não consegue mais
sentir dor)

Além disso, se Subaru começasse a berrar agora, isso estragaria tudo.

[???: —Já chega disso, vilão]

Os dois se encaram, envolvidos por uma paisagem urbana da cidade em

chamas, além de ter uma fera congelada entre eles.

Os olhos ametistas brilhando com o senso de dever e indignação encontram

os olhos escuros repletos de alegria irreprimível.

Cabelos prateados como a lua, e olhos de ametista que se parecem com uma
jóia. Seu semblante eletrifica o coração de Subaru, e sua voz faz seu coração
ficar leve.

O que ele perseguiu, procurou, desejou, nunca deixou de amar... Ela está
aqui, diante de seus olhos.

[Subaru: —Emilia]
[Emilia: Você me conhece?]

As sobrancelhas de Emilia se erguem de surpresa. Ver isso faz Subaru rir.

Exatamente como... —Não. Aquilo era exatamente a mesma sensação que ele
sentiu quando eles se conheceram, e se aventuraram juntos pela Capital.

Ela não tem idéia do quanto a atenção nacional está focada nela, sendo
candidata à Seleção Real. Não é que ela tenha falta de autoconsciência, é que
ela tem baixa auto-estima.

Apesar de ser conhecida mundialmente como a heroína que matou a

Preguiça, a Ganância, a Gula, a Ira e a Luxúria da Seita da Bruxa, loucos que
atormentaram as pessoas por eras.

E seu legado alcançaria, neste dia, neste instante, uma conclusão.

[Emilia: Qual é a graça?]

[Subaru: Não, me desculpe. Apenas estou feliz. Você não mudou nada desde
a última vez que vi você, me sinto recompensado]

[Emilia: O que você quer dizer? Quando foi que eu e você nos...?]

Emilia procura em suas memórias, mas Natsuki Subaru não existe em

nenhum lugar em suas lembranças.

Claro que não. Seu encontro momentâneo só existe nas memórias de Subaru.
Naquele momento, quando Subaru fez sua promessa a Emilia... foi aquilo que
trouxe Subaru até aqui.

[Emilia: Você é...]

[???: Lia, não leve nada do que ele diz a sério]

[Subaru: —Puck, huh]

Emilia tenta procurar alguma pista em suas memórias, mas ela é interrompida
por um gato cinza que aparece em seu ombro— um espírito do qual Subaru
se lembra bem.

Suas memórias daquele dia estão distantes, mas é exatamente por isso que ele
passou ainda mais tempo pensando incessantemente naquele dia.

É inconcebível que ele esqueça alguém que ocupou parte dessa memória.

[Puck: Que gentileza sua me chamar assim, tão casualmente. Levando em

consideração seus crimes, como você pensa em pagar uma indenização
suficiente para compensa-los?]

[Subaru: Eu vou pagar uma compensação. Vai ser exatamente o que você
quer— Bem, não há como escapar de qualquer maneira]

[Puck: —? Isso é bastante suspeito da sua parte]

Subaru abre o zíper do agasalho, e abre os braços, mostrando que ele não
pretende resistir.

Agasalho. Sim, agasalho. Ele pegou o agasalho que, até hoje, ele manteve
guardado, e agora ele estava usando. Ele pensava que se ele encontrasse com
Emilia, essa roupa seria a melhor para tal ocasião.

Ele usava essa roupa pelo menos uma vez ao dia, como se estivesse
preparando para o dia em que seu encontro com Emilia chegasse.

[Subaru: Tudo o que vou lhe contar agora só vai ser papo de gente maluca,
então você não precisa se importar com isso]

[Emilia: —Huh?]

[Subaru: Fui eu quem incendiou a Capital. E não é apenas a Capital, este

incêndio deve ser capaz de queimar todo o país. Ninguém poderia se proteger
contra isso. Afinal, os cavaleiros e a nação não sabem lidar com essa
situação]

O discurso de Subaru confunde muito Emilia. Parecia que Puck iria

interromper o discurso de Subaru, mas aborta seu ataque depois de ver a
situação de Emilia.
Graças a isso, Subaru continua.

[Subaru: O título de Reinhard como o Santo da Espada não significa mais

nada. E também não sabemos como funciona o pacto que deveria proteger o
Reino de Lugnica, já que o Dragão também não resgatou o reino desse
incêndio. Isso é algo que eu testei muitas vezes, então é definitivamente
certo. No final, Reinhard e o Dragão são iguais]

[Emilia: Você está queimando o país? Para tentar destruir esta nação?]

[Subaru: Não, errado. Estou fazendo isso para fazer de você Rei. Essa é a
única maneira para que isso aconteça]

[Emilia: —]

Um sorriso surge no rosto de Subaru, enquanto os olhos de Emilia se

arregalam, completamente abalados.

Nada de que Subaru está dizendo faz sentido para Emilia.

No fundo, Subaru não se importa se Emilia não entender isso.

Afinal, se isso produzir resultados e o desejo mais profundo de Subaru for
realizado, nada mais importa.

[Subaru: Chamas da morte levando a nação à sua destruição, quem matará o

culpado por trás dela não será Reinhard, não será o Dragão, será você.
Nenhuma das candidatas à Seleção Real restantes poderá conseguir algo para
superar isso. A heroína que quebrou quatro séculos de paralisação e salvou o
mundo será você!]

[Emilia: Isso não é... o que diabos você está dizendo?! Pare com isso, eu não
consigo entender! Eu não consigo entender nada do que você está dizendo!]

Emilia coloca as mãos em seus ouvidos, tentando manter as palavras de

Subaru longe. Tem lágrimas nos olhos de Emilia, e quando Subaru vê uma
lágrima escorrendo pela bochecha de Emilia, ele sente um choque em seu
coração.

Ele percebeu que suas ações haviam abalado o coração de Emilia, e Subaru se
sente culpado por isso.

[Subaru: Tudo bem, você não precisa entender. Tudo o que vem a seguir será
resolvido quando você se tornar Rei, então você não precisa se preocupar
com mais nada. Essa é a única razão pela qual pus o país em chamas. Tudo
isso foi por você]

[Emilia: Mentiroso, mentiroso, mentiroso! Quer dizer... como você...]

É inevitável que ela esteja triste. É inevitável que ela não possa entender.

Subaru sabe que está errado.

Subaru sabe que ele está incorreto.

Subaru sabe que esse método não trará alegria a Emilia, mas este era a única
coisa que ele podia fazer.

Conceda o desejo de Emilia, faça ela Rei e demonstre seus sentimentos pra
ela.
Com essas coisas em mente, e sabendo desde o início que ele estava errado,
Subaru chegou aqui.

E então Natsuki Subaru ri.

[Subaru: —Me observe, me odeie, me deteste, Emilia]

[Emilia: Quem é você? ...]

Emilia faz essa pergunta, com sua voz tremendo, para Subaru, quem se
aproxima dela lentamente com os braços abertos.

Subaru fecha os olhos.

Ele se sente como se estivesse esperando por isso desde sempre... Desde
sempre ele esteve esperando para responder a essa pergunta na presença de
Emilia—

[Subaru: —Meu nome é Natsuki Subaru]

[Emilia: Su...baru...]

Apenas de ouvir aquele chamado fraco de seu nome é suficiente para que
uma onda de emoções o atinja.

Uma emoção tão forte que, só por isso, fez Subaru ficar satisfeito só de ter
vindo aqui.

Com esses sentimentos em seu coração, ele pediu para que ele pudesse
terminar esta frase sem que sua voz tremesse por causa delas—

[Subaru: —Cardinal da Seita da Bruxa, Arcebispo do Orgulho, Natsuki

Subaru!]

[Emilia: Cardinal...!]

Dando a melhor introdução possível, Subaru coloca toda a sua força nas
pernas.

Natsuki Subaru concentra toda sua força dispersa em um ponto do corpo para
correr em direção a Emilia, sendo esse seu ato final de sua vida.

Ele sacrificou muitas pessoas, maltratou aqueles que talvez pudessem ser
seus cúmplices, encontrou consolo naqueles com quem talvez tivesse
vínculos e agora finalmente chegou a essa querida garota—

[Subaru: Eu sou o homem que colocou fogo no país, eu fui o responsável por
matar o herói e vai ser eu quem—]

[Emilia: —]

[Subaru: —você vai matar]

Sentindo o impacto atravessar seu peito, Subaru sorri.

Ele cai de joelhos, incapaz de se sustentar antes de cair.

Ele não havia conseguido alcançar Emilia.

[Emilia: Por que?]

Subaru fecha os olhos, pronto para aceitar o fim, quando algo o leva a
levantar as pálpebras.

Emilia está do lado dele, olhando para ele. Uma das lágrimas escorrendo dos
olhos dela cai na bochecha de Subaru, fazendo-o abrir os olhos.
[Emilia: Por que?]

Ela estava fazendo perguntas repetidas

O que diabos esse "por que" poderia significar, pensa Subaru.

Por que você fez isso?

Por que tinha que ser assim?

Por que você veio aqui só para que eu te matasse?

Definitivamente, existem muitas perguntas dentro daquele "por que".

E ele gostaria de responder a todos eles, mas Subaru não tem muito tempo.

Mas seu último suspiro responde todas essas perguntas.

[Subaru: —Porque eu te amo]

※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※

A velha e familiar morte se aproxima.

Toda vez que Subaru morre, ele é arrastado para a escuridão.

É um lugar solitário, um lugar insuportável para você ficar sozinho.

Toda vez que Subaru morria, ele era enviado para este lugar.

Nesse mundo de angústia, lágrimas, e uma presença muito leve de amor.

Mas está tudo bem agora. Ele está satisfeito.

[Subaru: —]

Subaru fica com a sensação de que alguém neste mundo sombrio sussurrou
algo para ele.

É reconfortante e encorajador.

Mas por que? Essa não é a pessoa que Subaru ama.

A pessoa que ele ama está em outro lugar, em algum lugar onde ele não está,
com seu sonho se tornando realidade e os esforços sendo recompensados.

Subaru havia sacrificado muitas pessoas e, no final, ele mesmo, para esse
propósito.

E está tudo bem, ele não precisa ser salvo. Consolo e salvação é o que ele já
tinha, desde o começo.

[Subaru: —]

Definitivamente ele estava sendo chamado.

Seu nome estava sendo chamado por alguém que colocava tons de bondade,
misericórdia, e amor em sua fala.

E assim Subaru se separa da espiral da morte, aceitando essa presença

distante.

Enquanto os aceita, ele responde às palavras de ▒▒▒▒

[Subaru: —]

—Mesmo se você me rejeitar, eu nunca vou te esquecer

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Fim de Ayamatsu/Pride IF