Você está na página 1de 4

HTP (casa-árvore-pessoa)

Técnica Projetiva de desenho


*Material elaborado exclusivamente para fins acadêmicos

• O HTP foi desenvolvido em 1948 por John Buck, baseado na “Goodenough scale of
intellectual functioning”, tendo passado por atualizações desde então;

Contexto de aplicação e objetivos do HTP


• Tem a finalidade de colher informações sobre como a pessoa experiencia sua
individualidade em relação aos outros e ao ambiente do lar;
• Adequado para indivíduos com idade acima de 8 anos;
“Como todas as técnicas projetivas, o HTP estimula a projeção de elementos da
personalidade e de áreas de conflito dentro da situação terapêutica, permitindo que eles
sejam identificados com o propósito de avaliação e usados para o estabelecimento de
comunicação terapêutica efetiva” (John Buck, pag. 01);
• Para propósitos diagnósticos as informações fornecidas devem ser sempre associadas à
entrevista e dados coletados a partir de outros instrumentos de avaliação.

Administrando o HTP
• Situação face a face;
• Cliente sentado em frente a uma mesa em posição confortável para desenhar;
• Ambiente silencioso, sem distrações;
• Tempo livre (em torno de 30 a 90 minutos, dependendo do número de desenhos
solicitados);
“Parte de uma avaliação inicial ou de uma intervenção terapêutica em andamento de um
determinado indivíduo”(John Buck, Pg. 5);

Material para aplicação do HTP


• Folhas de papel A4 (uma para cada desenho);
• Lápis pretos nº2 e borracha (HTP acromático);
• Conjunto de crayons com pelo menos 8 cores – vermelho, preto, amarelo, violeta, azul,
marrom, verde, laranja (se for aplicar o HTP cromático);
• 1 Protocolo de Intepretação do HTP para cada conjunto;
• Versão atual do Manual do HTP (John Buck) – Guia de interpretação;
• Celular no modo avião para acessar o cronômetro para anotar a latência e o tempo total
dos desenhos.
Aplicação: Fase 1 – Não Verbal
1. Preencher as informações de identificação na página do Protocolo, marcando a opção
“Lápis”;
2. Entregar a primeira folha de papel para o paciente, na posição horizontal, escrita a
palavra “CASA” no topo da página (de acordo com o ângulo de visão do cliente);

Instruções:
“Quero que você desenhe uma casa. Você pode desenhar o tipo de casa
que quiser. Faça o melhor que puder. Você pode apagar o quanto quiser e
pode levar o tempo que precisar. Apenas faça o melhor possível.”
*Situações em que o paciente peça para utilizar uma régua, ressaltar que o desenho deve
ser feito a mão livre.
Cronometrar assim que terminar de dar as instruções e considerar que o paciente entendeu
a tarefa, registrar no Protocolo:
a) Latência inicial;
b) Ordem dos detalhes desenhados;
c) Duração das pausas e detalhe específico quando a pausa ocorrer;
d) Qualquer verbalização espontânea, emoção e o detalhe que estiver sendo desenhado
quando essas ocorrerem;
e) Tempo utilizado para completar o desenho.
*Fazer essas anotações dentro de “Observações Gerais” na página 1 do Protocolo de
Intepretação.
4. Entregar a segunda folha de papel, dessa vez na posição vertical, com a palavra
“ÁRVORE” escrita no topo dá página;
Dar as mesmas instruções que foram dadas no desenho da casa, agora para a árvore.
5. Seguir o mesmo procedimento feito anteriormente na casa, de marcação do tempo e
anotações pertinentes durante a execução do desenho da árvore;
6. Entregar a terceira folha de papel, também na posição vertical, com a palavra
“PESSOA” no topo da página;
Instruções para o desenho da pessoa.
7. Mesmo procedimento de marcação de tempo e anotações pertinentes ao desenho da
pessoa;
* Um desenho adicional de uma pessoa do sexo oposto ao desenhado também pode ser
solicitado para investigar o conteúdo latente.
Aplicação: Fase 2 – Inquérito
• Realizado posterior ao desenho. Envolve fazer uma série de perguntas relativas à cada
desenho;
• Tem como principal objetivo compreender o paciente, extraindo o maior número
possível de informações sobre o conteúdo e o contexto de cada desenho;
“Qualquer detalhe implícito, como componentes básicos escondidos atrás da figura, ou
que se estendem para além da margem da página devem ser investigados, bem como
qualquer aspecto do desenho que não estiver claro. Detalhes que forem adicionados
durante o inquérito também devem ser identificados” (John Buck, Pg.7);
* Exemplos de verbalizações ou detalhes sobre cada desenho cujos esclarecimentos
podem produzir materiais clínicos significativos estão incluídos no Manual.

Aplicação: Fase 3 – Não Verbal


Desenhos Cromáticos
Segundo Buck (2009), considera-se que os desenhos coloridos feitos após os desenhos
acromáticos e Inquérito evocam níveis mais profundos de experiência. Caso os desenhos
coloridos sejam feitos, deve-se pedir para o cliente nomear as cores dos crayons
disponíveis primeiros;
• Para esse conjunto de desenhos utiliza-se um novo Protocolo, marcando a opção “Cor”
na primeira página;
• O psicólogo solicita que sejam realizados desenhos coloridos, também de uma casa,
uma árvore e uma pessoa, da mesma maneira como foi feita a aplicação do HTP
acromático.
Aplicação: Fase 4 – Inquérito
• Como nos desenhos acromáticos, o principal objetivo é obter o maior número de
informações esclarecedoras sobre o conteúdo e o contexto de cada desenho;
• Porém para diminuir o cansaço, e também o tempo de aplicação, podem ser feitas apenas
as questões marcadas com um asterisco (*) conforme consta indicação no Protocolo do
HTP;
Síntese do HTP – Aspectos importantes:
 Estruturais;
 Relacional;
 Controle emocional;
 Aspecto cognitivo.
Aspectos estruturais:
 Angústias e ansiedades
 Tensões – Pressão – Tamanho dos desenhos (pequeno – vulnerável; grande –
suporta o ambiente)
 Omissão e detalhes
 Sequência de execução
 - Ego suporta pressão? – A arvore está viva?
 Riqueza da copa – integração egóica
 Capacidade de produzir – frutífera
 - Respeita regras e como lida com o ambiente? (vira a folha? Não termina o
desenho? Dentro do tamanho da folha sulfite?)
Aspecto Relacional:
 Relações familiares – como é essa relação?
 Figura de autoridade;
 Maturidade;
 Posição do desenho, na figura humana e na árvore.
 - Sexualidade – figura humana
Aspectos do Controle emocional:
 Nas cores
 Contornos
 Pressão da linha
 Sombreado
Aspectos cognitivos:
 Qualidade dos desenhos
 Não consegue desenhar?
 Comentários bem-humorados.

Você também pode gostar