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LAUDO PSICOLÓGICO

Laudo realizado de acordo com as Resoluções 06/2019, 01/2009 e 31/2022, do


Conselho Federal de Psicologia (CFP), as quais instituem o Manual de Elaboração de
Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo, decorrentes de avaliação
psicológica; regras do registro documental elaborado pela (o) psicóloga (o),
decorrentes da prestação de serviços psicológicos e diretrizes para Avaliação
Psicológica, o uso de métodos, técnicas e instrumentos reconhecidos cientificamente
para uso na prática profissional, assim como o uso de procedimentos e recursos
auxiliares.

1. IDENTIFICAÇÃO

1.1 Identificação do laudo

Autora: Jéssica Oliveira dos Reis;

Solicitante: Thiago Barbosa Gomes;

Finalidade: Autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.

1.2. Identificação do paciente

Nome: Mariano da Silva;

Idade: 35 anos;

Data de Nascimento: 28/03/1988;

Sexo: Masculino;

Est. Civil: Casado;

Filiação: Santana Carvalho da Silva e Felício da Silva;

Escolaridade: Ensino superior completo;

Profissão: Tecnologia da Informação;

Lateralidade: Destra;
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Período da avaliação: 10/11/2023.

2. DESCRIÇÃO DA DEMANDA

O pedido de avaliação psicológica foi solicitado pelo psicólogo a fim de


proporcionar o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal do paciente.

3. PROCEDIMENTOS

Para alcançar a demanda, foi feito uma entrevista inicial com anamnese, logo
em seguida, selecionou-se o teste projetivo gráfico da Casa-Árvore-Pessoa (ou HTP)
como meio de construção de dados sobre o paciente. De acordo com Borsa (2010),
testes gráficos usam o desenho como forma de expressão do inconsciente, podendo
capturar aspectos da personalidade que a pessoa não tem percepção. O HTP foi
aprovado pelo Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (SATEPSI) em 2004 e
“estimula a projeção de elementos da personalidade e de áreas de conflito dentro da
situação terapêutica e proporciona uma compreensão dinâmica das características e
do funcionamento do indivíduo” (BORSA, 2010, p. 151).

A realização do HTP usou apenas uma sessão, duração média de 60 minutos,


com a proposta do paciente desenhar uma casa, uma árvore e uma pessoa em folhas
separadas, sendo realizado apenas a etapa acromática do teste. Para o desenho da
casa, um papel em branco foi entregue na horizontal, enquanto a árvore e a pessoa
deveriam ser desenhadas em papel na vertical, ao finalizar as imagens, um pequeno
inquérito foi aplicado (BUCK, 2003).

4. ANÁLISE

4.1 Dados da observação clínica e contato com o paciente

Durante a sessão, o paciente se mostrou tranquilo, apesar de ficar com


movimentos repetitivos das pernas sem notar a agitação dos membros. O mesmo
relatou ser comum ter essa agitação e que não se sentia ansioso diante a realização
do teste.
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Ao passar as instruções do HTP, ele rapidamente entendeu o que deveria ser


desenhado e em quais papéis, além da orientação horizontal e vertical de cada
imagem a ser feita. Se mostrou colaborativo e iniciou o desenho da casa 5 segundos
após o termino das orientações (latência inicial), concluindo todos as imagens em 5
minutos.

4.2 Aspectos da personalidade

Mariano apresentou em sua anamnese e nos resultados do HTP, traços de


ansiedade, aparentemente relacionados a insegurança em contatos sociais, ou
sentimento de hesitação. Isso o torna uma pessoa propensa a introversão, com
preferência por uma rotina mais solitária e participação apenas de seus familiares
mais próximos.

É possível que haja traumas não elaborados, pois há o sentimento de


constrição, rejeição e descontentamento, provavelmente são aspectos importantes
que o engessam no convívio social, tornando as relações mais distantes.
Além disso, ele possui traços de personalidade rígida, ocasionando uma pessoa
propensa a competição, proativa e executora, suspeitando-se de ambiente familiar
firmemente controlador e que tenha sofrido pressão considerável.

5. CONCLUSÃO

De acordo com os resultados, a hipótese diagnóstica sugere que Mariano é


uma pessoa introvertida e insegura, acarretando um engessamento no contato social
e quadro de ansiedade. Porem, ele consegue se adaptar mesmo diante de sua
personalidade cheia de medos e hesitações, tem grande apreço pela família e se
sente bem de modo geral.

5.1 Sugestões de encaminhamento:

Diante os resultados da avaliação é sugerido que o paciente faça:


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• Acompanhamento com psicólogo a fim de explorar o passado, verificar


possíveis traumas ou o que acarretou a insegurança;
• Além de uma consulta em neurologista ou psiquiatra para avaliar possível
síndrome de Ekbom e se a ansiedade está em nível patológico;
• Atividade física para auxiliar nos sintomas da ansiedade, melhor se for
atividade em grupo ou que estimule as relações sociais;
• Realizar nova avaliação psicológica após 6 meses de tratamento.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORSA, J. C. Considerações sobre o uso do teste da Casa-Árvore-Pessoa.


Avaliação Psicológica, Porto Alegre, v. 9, n. 1, p. 151-154, 2010.

BUCK, J. HTP: Casa-Árvore-Pessoa, Técnica Projetiva de Desenho. São Paulo:


Vetor Editora, 2003.

SÃO PAULO (Cidade): Casa do Psicólogo/CFP, 2000. Conselho Federal de


Psicologia. Resolução CFP N.º 009/2018.
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Termo de entrega

Eu, Mariano da Silva, confirmo que o laudo foi entregue. Afirmo que os
profissionais em questão explicaram o documento na devolutiva, entregando duas
vias do laudo.

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Validade

De acordo com o artigo 17 da Resolução Nº 06/2019, de 29 de março de 2019,


informamos que o presente documento tem prazo de validade de 06 (seis) meses, a
contar da data de emissão.

Colocamo-nos à disposição para esclarecimentos,

Vila Velha (ES), 17 de novembro de 2023.

JÉSSICA OLIVEIRA DOS REIS

Acadêmica de Psicologia

Esses resultados são de conteúdo sigiloso e devem ser utilizados por


profissionais envolvidos no atendimento deste paciente. O uso deste material é de
inteira responsabilidade do requerente.

Declaramos que o presente documento apresenta os resultados do processo de


avaliação psicológica com a realização de entrevistas, observação clínica e
testagem. Este documento, bem como todos os dados desta avaliação, será
mantido em nossos arquivos profissionais pelo prazo de 5 (cinco) anos, conforme
estabelecido nas Resoluções CFP N.º 01/2009 e CFP N.º 05/2010 do Conselho
Federal de Psicologia.
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ANEXOS A – DESENHO DA CASA


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ANEXO B – DESENHO DA ÁRVORE


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ANEXO C – DESENHO DA PESSOA


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APÊNDICE A – INTERPRETAÇÃO DO DESENHO DA CASA

No geral a casa apresenta características normais em relação ao tempo total,


a latência inicial, simetria, linhas esboçadas, reforçadas e sem deficiências
significativas.

Proporção: casa tamanho médio com moderadas distorções, possível


indicativo de ansiedade, mas boa adaptação e ajustamento adequado;

Perspectiva: posição central do desenho no papel pode estar relacionada a


traços rígidos da personalidade, com insegurança e ansiedade;

Rotação: não há;

Margens do papel: linha do solo nas laterais, sugeri sentimento de constrição;

Relação com o observador: o desenho se encontra a cima no papel, podendo


indicar rejeição, grandiosidade compensatória;

Posição: de frente no mesmo nível, o esperado;

Detalhes essenciais: porta tamanho proporcional ao desenho; telhado com


linha simples pode estar relacionado com constrição; paredes com ênfase vertical
pode indicar contato pobre com a realidade e preocupações sexuais; e a única janela
está em tamanho grande, pode-se dizer que está em ênfase, indicando possibilidade
de ambivalência social;

Detalhes irrelevantes: presença de nuvens com linhas leves, pode sinalizar


ansiedade, hesitação, medo, insegurança, força do ego fraca;

Transparência: não há.


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APÊNDICE B – INQUÉRITO DO DESENHO DA CASA

1. Quantos andares tem essa casa?

2 andares.

2. De que esta casa é feita?

Alvenaria.

3. Esta é a sua própria casa?

Sim, minha própria casa.

4. Em que casa você estava pensando enquanto estava desenhando?

Minha própria casa.

5. Você gostaria que esta casa fosse sua? Por que?

Sim, pois preciso de uma casa para viver.

6. Se esta casa fosse sua e você pudesse fazer nela o que quisesse, qual quarto você
escolheria para você? Por que?

Quarto na parte de cima, pois acho mais confortável.

7. Quem você gostaria que morasse nesta casa com você? Por que?

Minha família. Porque sim.

8. Quando você olha para esta casa, ela parece estar perto ou longe?

Perto.

9. Quando você olha para esta casa, você tem a impressão de que ela está acima,
abaixo ou no mesmo nível do que você?

No mesmo nível.

10. Em que esta casa faz você pensar ou lembrar?

Lugar tranquilo.

11. Em que mais?

Conforto e coisas boas.


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12. É um tipo de casa feliz, amigável?

Sim.

13. O que nela lhe dá essa impressão?

A simplicidade dela.

14. A maioria das casas são assim? Por que você acha isso?

Sim, pois eu percebo que a maioria das casas simples são mais felizes.

15. Como está o tempo neste desenho? (Período do dia e do ano; céu; temperatura)

De tarde, com sol, no meio do ano e com o tempo bom.

16. De que tipo de tempo você gosta?

Clima quente.

17. De quem esta casa o faz lembrar? Por que?

Minha família. Porque casa costuma me lembrar famílias.

18. Do que esta casa mais precisa? Por que?

Mais nada.

19. Se "isto" fosse uma pessoa ao invés de (qualquer objeto desenhado separado da
casa), quem seria?

Ninguém.
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APÊNDICE C – INTERPRETAÇÃO DO DESENHO DA ÁRVORE

A árvore, assim como a casa, apresenta características normais em relação ao


tempo, simetria, sem rasuras, linhas bem-feitas e sem deficiências.

Proporção: desenho de tamanho médio, sugerindo boa adaptação e


ajustamento adequado;

Perspectiva: localizado no centro do papel, indicativo de possível rigidez;

Rotação: não há;

Margens do papel: linha do solo nas laterais, sugeri sentimento de constrição;

Relação com o observador: o desenho se encontra a cima no papel, podendo


indicar rejeição, grandiosidade compensatória;

Posição: de frente no mesmo nível, o esperado;

Detalhes essenciais: galhos em quantidade, espessura e localização em


proporção ao tamanho da árvore; copa com traços rabiscados, sugere a labilidade;
linha do solo em uma reta; tronco com base mais larga e cicatrizes, apontam para
uma personalidade dependente, com traumas; a árvore é frutífera, também indicando
uma personalidade dependente e imatura;

Detalhes irrelevantes: o desenho não apresenta raízes, sugerindo uma possível


insegurança;

Transparência: não há.


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APÊNDICE D – INQUÉRITO DO DESENHO DA ÁRVORE

22. Que tipo de árvore é esta?

Árvore de maçãs.

23. Onde esta árvore realmente está localizada?

Num campo aberto, na natureza.

24. Mais ou menos qual a idade desta árvore?

10 anos.

25. Esta árvore está viva?

Sim.

26. O que nela lhe dá a impressão de que ela está viva?

As folhas.

30. Para você esta árvore parece mais um homem ou uma mulher?

Uma mulher.

31. O que nela lhe dá essa impressão?

Aspectos delicados.

32. Se ela fosse uma pessoa ao invés de uma árvore, para onde ela estaria virada?

Para mim e para a casa.

33. Esta árvore está sozinha ou em um grupo de árvores?

Sozinha.

34. Quando você olha para esta árvore, você tem a impressão de que ela está acima,
abaixo ou no mesmo nível do que você?

Mesmo nível.

35. Como está o tempo neste desenho? (Período do dia e ano; céu; temperatura)

Mesmo tempo da casa (de tarde, com sol, no meio do ano e com o tempo bom).
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36. Há algum vento soprando? Mostre-me em que direção ele está soprando. Que
tipo de vento é esse?

Não, está sem vento.

37. O que esta árvore faz você lembrar?

A natureza.

38. O que mais?

Nada.

39. Esta árvore é saudável? O que nela lhe dá essa impressão?

Sim, aparenta ser.

40. Esta árvore é forte? O que nela lhe dá essa impressão?

Sim, por conta de sua aparência.

41. De quem esta árvore faz você lembrar?

Ninguém.

42. Do que esta árvore mais precisa? Por que?

Água. É o que ela consome para viver.

43. Alguém já machucou esta árvore? Como?

Não.
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APÊNDICE E – INTERPRETAÇÃO DO DESENHO DA PESSOA

A imagem desenhada da pessoa está simétrica, sem rasuras, desenhou o


próprio sexo dele, sem grandes detalhes, apenas a omissão do nariz. No geral são
características consideradas normais.

Proporção: pelo tamanho do papel, o desenho está pequeno, sugerindo


insegurança, retraimento, descontentamento, regressão;

Perspectiva: se encontra no centro do papel, demonstrando novamente a


rigidez;

Rotação: não há;

Margens do papel: assim como os itens desenhados, esse não cruza as


margens, apenas na linha do solo nas laterais podendo sugerir sentimento de
constrição;

Relação com o observador: o desenho se encontra a cima no papel, podendo


indicar rejeição, grandiosidade compensatória;

Posição: está de frente, ligeiramente para a esquerda, mas é o esperado;

Detalhes essenciais: braços finos e quase completamente ocultos, pode ser


uma inclinação a culpa ou inadequação; cabeça de tamanho médio; olhos e bocas de
tamanhos proporcionais, discretos; ausência de nariz, orelhas e cabelo; pernas em
posição afastada pode sugerir agressão; ombros, tronco e cintura estão proporcionais,
indicando estado de equilíbrio;

Detalhes não essenciais: ausência de cabelo pode insinuar preocupações


sexuais;

Transparência: não há;


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APÊNDICE F – INQUÉRITO DO DESENHO DA PESSOA

45. Esta pessoa é um homem ou uma mulher? (menino ou menina)?

Um homem.

46. Quantos anos ele (a) tem?

35 anos.

47. Quem é ele (a)?

Sou eu.

49. Em quem você estava pensando enquanto estava desenhando?

Em mim.

50. O que ele (a) está fazendo? Onde ele (a) está fazendo isso?

Nada. Está na frente de casa.

51. O que ele (a) está pensando?

Em nada.

52. Como ele (a) se sente? Por que?

Se sente bem. Porque sim, está tudo bem com ele.

53. Em que a pessoa faz você pensar ou lembrar?

Em nada.

55. Esta pessoa está bem?

Sim

56. O que nele (a) lhe dá essa impressão?

A aparência.

57. Esta pessoa está feliz?

Sim.

58. O que nele (a) lhe dá essa impressão?


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Eu desenhei ele assim, feliz.

59. A maioria das pessoas é assim? Por que?

Não sei.

60. Você acha que gostaria desta pessoa?

Sim.

61. Por que?

Porque sou eu.

62. Como está o tempo neste desenho? (Período do dia e ano; céu; temperatura)

Mesmo tempo da casa (de tarde, com sol, no meio do ano e com o tempo bom).

63. De quem esta pessoa o faz lembrar? Por que?

Em mim, porque estava pensando em mim quando desenhei.

64. Do que esta pessoa mais precisa? Por que?

Comida. Porque eu preciso comer.

65. Alguém já machucou esta pessoa? Como?

Não.

66. Se "isto" fosse uma pessoa ao invés de (qualquer objeto desenhado separado da
pessoa), quem seria?

Não tem outro objeto separado.

67. Que tipo de roupa esta pessoa está vestindo?

Casual, calça jeans, camiseta e tênis.

68. Suponha que o sol fosse uma pessoa que você conhece - quem seria?

Minha esposa.

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