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FUNDAMENTOS DO TESTE HTP – CASA-ÁRVORE-PESSOA

1) NOME ORIGINAL: House-Tree-Person Test - HTP

2) DADOS HISTÓRICOS: Autor: JOHN N. BUCK


Divulgado em 1946, publicado em 1948.
Brasil: revisado em 2003 por Iraí Cristina Boccato Alves; editado pela VETOR

3) ESCOLHA DA CASA-ÁRVORE-PESSOA COMO CONCEITOS GRÁFICOS:

 por serem familiares a todas as pessoas, inclusive crianças pequenas;


 melhor aceitação para sujeitos de todas as idades;
 estimulavam uma verbalização mais livre e espontânea; e ainda,
 por serem conceitos simbolicamente férteis em termos de significação inconsciente.

3.1- Como análise quantitativa: Buck propôs como uma estimativa da inteligência do
sujeito.

3.2- Como técnica projetiva: Buck propôs como uma medida qualitativa de
personalidade. Considerar cada desenho tanto como auto-retrato, como um desenho
de tal objeto.
Morris – não ficou demonstrado que cada desenho completo pode ser como um
auto-retrato.
Hammer – observou que sujeitos representam, embora não intencionalmente,
imagem de si mesmo: tal como são,
tal como temem que poderiam ser,
tal como queriam ser.

4) OBJETIVOS E APLICAÇÕES:

4.1- Na Clínica:
 Avaliação "da personalidade do sujeito, em si mesma e em suas interações com o
ambiente";
 Complementação de dados obtidos com outras técnicas projetivas, para o
entendimento dinâmico do caso individual;
 Rapport.

4.2- Para propósitos diagnósticos:


 Aliadas à entrevista e outros instrumentos de avaliação, fornece informações que
podem revelar conflitos e interesses gerais dos s;
 Dá indicações dos aspectos específicos do ambiente que o  ache problemáticos.

4.3- Na terapia em andamento: pode refletir mudanças globais no estado psicológico


do .
5) ORGANIZAÇÃO: teste projetivo, gráfico e verbal, que utiliza lápis e papel.

 Técnica gráfica porque é solicitado ao sujeito que desenhe uma casa, uma árvore e
uma pessoa.
 Técnica verbal porque se solicita que o sujeito fale sobre cada desenho, havendo
uma série de perguntas preparadas para este fim.

5.1) Como técnica gráfica: pode incluir uma fase acromática e uma fase cromática
(recurso para explorar camadas mais profundas da personalidade).

5.2) Material:

Acromático – 3 fls. papel sulfite, lápis preto nº 2, borracha e apontador.


Cromático – 3 fls. papel sulfite, borracha e apontador, caixa de lápis de cor (8 cores:
vermelho, verde, amarelo, azul, marrom, preto, roxo e laranja).
Protocolo para Desenho
Protocolo de Interpretação
Protocolo de Inquérito Posterior ao Desenho
Relógio ou cronômetro – anotar tempo de latência e total

5.3) Tarefa solicitada: somente uma superfície é apresentada de cada vez ao sujeito,
que é solicitado a desenhar:

Casa: em folha colocada horizontalmente diante dele.

Árvore e Pessoa: pedidos nessa ordem, serão feitos em folhas na vertical diante dele.

6) FORMA DE ADMINISTRAÇÃO: individual.

7) TEMPO DE ADMINISTRAÇÃO: variável, recomendando-se que não exceda 1 hora.


Após a coleta dos desenhos, procede-se a um inquérito.

8) POPULAÇÃO: mais adequado para s acima de 8 anos de idade.

9) ANALISE QUALITATIVA:

 Reporta-se à verificação dos aspectos gerais e dos detalhes essenciais, ou


significativos, em cada um dos desenhos.

 São interpretados em face do que representam para a estrutura e a dinâmica da


personalidade.

 O uso projetivo dos desenhos foi considerado útil isoladamente porque os conflitos
profundos são mostrados mais prontamente durante o desenho do que em outras
atividades.

 Os desenhos avaliam predominantemente processos expressivos.

Zucker (1948): “Os desenhos são os primeiros indicadores clínicos a mostrar sinais de
psicopatologia e os últimos a perder os sinais de doença, à medida que o indivíduo se
recupera. Os desenhos são mais fortemente sensíveis a tendências psicopatológicas
do que as outras técnicas projetivas”.

Wyatt (1949), BELLAK (1953) E Symonds (1953): “Os desenhos fornecem um quadro
grosseiro da personalidade, que é completado pelo inquérito posterior ao desenho”.
Stern (in: Hammer, 1969): “A técnica usada atinge o nível do pensamento primitivo
pictórico. Ele está no mesmo plano que o do próprio pensamento inconsciente...
Parece que o afeto proveniente de uma figura alcança mais profundamente o
inconsciente do que a linguagem, devido ao fato da expressão pictórica ser mais
adequada ao estágio de desenvolvimento em que o trauma ocorreu (...)”.

 Para a interpretação dos desenhos, considera-se que a:

PESSOA: reflete o ajustamento al em um nível psicossocial.


“Estimula mais associações conscientes, incluindo a expressão direta da
imagem corporal. Reflete a capacidade do  para atuar em relacionamentos e
submeter o „self‟ e as relações interpessoais à avaliação crítica objetiva”.

ÁRVORE: parece revelar sentimentos intrapsíquicos básicos, mais duradouros e mais


profundos e atitudes em relação a si próprio.

 É menos suscetível a mudanças em retestes do que o da pessoa

 É mais fácil retratar material emocionalmente perturbador ou carregado de conflitos


no desenho da árvore do que no da pessoa: pq é mais difícil para o  tratar a árvore
como um auto-retrato.

 Sentimentos mais profundos e menos aceitáveis podem ser revelados mais


facilmente pelo desenho da árvore, sem medo de revelar a si próprio ou a necessidade
de manobras defensivas do ego.
“Parece estimular mais associações subcs e incs do que os outros desenhos. É
uma expressão gráfica da experiência de equilíbrio sentida pelo  e da visão de
seus recursos de personalidade para obter satisfação no e do seu ambiente”.

CASA: situa-se entre a pessoa e a árvore neste contínuo.


“Parece estimular uma mistura de associações cs e incs
referentes ao lar e às relações interpessoais íntimas”.

# PESQUISAS têm mostrado que, enquanto o desenho da ÁRVORE representa um nível mais
profundo de integração da personalidade, os desenhos da CASA e da PESSOA, apontam para um
nível mais superficial.

Material extraído do Manual e Guia de Interpretação do HTP, p. 06-07.

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