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GRADUAÇÃO

CURSO DE PSICOLOGIA

Disciplina: Técnicas de Exame Psicológico e Estágio Básico


Profª Esp. Maria Aparecida da Silva

TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO


E ESTÁGIO BÁSICO

Teste do Desenho da CASA-ÁRVORE-PESSOA


HTP (HOUSE-TREE-PERSON)

Casa Árvore Pessoa


O Teste HTP é um instrumento de avaliação psicológica de uso exclusivo
da categoria profissional dos psicólogos e somente por eles pode ser
adquirido, aplicado e corrigido (Lei Federal 4.119/62). Esse material tem
fins exclusivamente acadêmicos e não pode ser compartilhado, seja
parcial ou totalmente.

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E ESTÁGIO BÁSICO

• Desenho:
– Uma das formas mais antigas de comunicação.
– A partir do século XX passou a ser usado como técnica para investigar
habilidades cognitivas e características emocionais e da personalidade.
– É uma forma de manifestação dos aspectos inconscientes da
personalidade.
– Ao realizar o sujeito expõe seu mundo interno (fantasias, desejos,
impulsos, medos, ansiedades e conflitos).
– O sujeito utiliza do repertório de imagens e vivências registradas em
sua experiência e revela as maneiras que desenvolveu para lidar com
as situações de vida.
– O estímulo propicia a representação dos sentimentos e das
características de personalidade.

(Borsa, Lins e Cardoso, 2018)

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E ESTÁGIO BÁSICO

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E ESTÁGIO BÁSICO

• House-Tree-Person Test (HTP) – conhecido no Brasil como


Teste do Desenho da Casa-Árvore-Pessoa.
• Criado por John N. Buck em 1948.
• Técnica expressiva e projetiva para avaliação da personalidade.
• Visa obter informações acerca da sensibilidade, da maturidade
e da integração da personalidade do indivíduo, bem como sua
forma de interagir com as outras pessoas e com o ambiente.
• O HTP tem poucos relatos sobre sua história.
• Os estudos sobre o HTP são escassos na literatura, e sobre
suas propriedades psicométricas.

(Borsa, Lins e Cardoso, 2018)

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• População:
– Destinado a indivíduos a partir de 8 anos de idade.
– É mais comumente aplicado em crianças.
• Duração:
– média de 30 a 90 minutos (depende do número de fases realizadas),
mas não há um limite de tempo.
• Ambiente:
– Sala silenciosa e sem distrações, preferencialmente com uma mesa.
• Usuários do teste:
– Devem ter sido treinados e supervisionados na aplicação individual de
instrumentos clínicos para crianças e adultos.

(Buck,2009)

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E ESTÁGIO BÁSICO

• Aplicação em 4 fases:
1. Não verbal – desenho à mão livre acromático da casa, árvore e
pessoa (opcional o desenho da pessoa do sexo oposto).
2. Inquérito estruturado de cada desenho acromático.
3. Desenho à mão livre, cromático (com gizes de cera) da casa, árvore
e pessoa (talvez também do sexo oposto).
4. Inquérito estruturado de cada desenho cromático.

(Buck, 2009)

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• Materiais:
✓ Acromático – 3 folhas de papel sulfite branco (A4 ou ofício), vários lápis
pretos nº 2, borracha macia e apontador.
✓ Cromático – 3 folhas de papel sulfite branco (A4 ou ofício), borracha e
apontador, giz de cera (pelo menos 8 cores de crayons: vermelho, verde,
amarelo, azul, marrom, preto, roxo e laranja).
✓ Protocolo de interpretação (preferencialmente um para fase acromática e
outro para a fase cromática): nele está uma Lista de Conceitos
Interpretativos comuns para cada desenho. Consiste em um material
auxiliar de fácil consulta.
✓ Relógio ou cronômetro – para anotar tempo de latência e total.

(Buck, 2009)

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• Administração propriamente dita:


– Preencher o protocolo com informações pessoais do cliente e seguir as
instruções do manual.

• Comportamento do examinador:
– O examinador não demonstra surpresa ou choque diante das reações ou
verbalizações do examinando, procurando manter a postura mais neutra
possível. O examinador poderá dizer palavras de estímulo se sentir que é
necessário, sem alterar as instruções específicas do teste.

• Posição do papel:
– Casa: horizontal
– Árvore: vertical
– Pessoa: vertical

(Buck, 2009)

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• Critérios a serem considerados para aplicação do HTP:


– Adequado conhecimento técnico e teórico do aplicador,
sobretudo no que se refere às técnicas projetivas;
– Ambiente facilitador para a aplicação;
– Adequada administração do rapport;
– Aplicação individual.

(Borsa, Lins e Cardoso, 2018)

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E ESTÁGIO BÁSICO

• Primeira fase:
– Propõe-se a realização de três desenhos sequenciais (uma
casa, uma árvore e uma pessoa).
– Devem ser desenhados à mão livre, em folhas separadas,
utilizando papel A4, lápis preto nº 2 e borracha.
– Pode solicitar um desenho adicional de uma pessoa do sexo
oposto ao já desenhado.
– Essa fase é não verbal, criativa e quase completamente não
estruturada.

(Buck, 2009)
(Borsa, Lins e Cardoso, 2018)

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• Segunda fase:
– Conduzir um inquérito na perspectiva de explorar as
características e as descrições de cada um dos desenhos.
– Essa fase é verbal, aperceptiva e mais formalmente
estruturada, tendo uma lista de perguntas que devem ser
realizadas.
– Podem ser feitas perguntas adicionais que não constem no
protocolo para clarificar as respostas do sujeito e tornar o
entendimento dos desenhos mais completo.
– É importante que as perguntas sejam realizadas após a
conclusão de todos os desenhos, tendo em vista que
podem influenciar o examinando.
(Buck, 2009)
(Borsa, Lins e Cardoso, 2018)

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• Terceira e quarta fase:


– Aplicar a versão cromática (facultativa).
– São realizados os mesmos procedimentos solicitando mais
três (ou quatro) desenhos sequenciais e coloridos.
– Fornecer ao menos oito cores de giz de cera (vermelho,
laranja, amarelo, verde, azul, violeta, marrom e preto).
– Para o inquérito da versão cromática fazer perguntas
específicas, destacadas com um asterisco no protocolo.
– Alguns autores apontam que os desenhos cromáticos
atingem camadas mais profundas da personalidade.

(Buck, 2009)
(Borsa, Lins e Cardoso, 2018)

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• Durante a aplicação do HTP:


– Caso o individuo demonstre preocupação em relação à sua capacidade
para desenhar, enfatize que o H-T-P não é um teste de habilidades
artísticas e que o desenho deve ser, apenas, fruto de seu maior esforço.
– Comece a cronometrar assim que tiver terminado de dar as instruções e
considerar que o individuo entende bem a tarefa.
– Enquanto o desenho estiver sendo completado, anote:
a) A latência inicial (intervalo de tempo entre o final das instruções e o cliente
realmente começar o desenho);
b) Ordem dos detalhes desenhados;
c) Duração das pausas e detalhe específico desenhado quando a pausa ocorrer;
d) Qualquer verbalização espontânea ou demonstração de emoção e o detalhe
que estiver sendo desenhado quando essas ocorrerem;
e) O tempo total utilizado para completar o desenho.
Esse material é anotado como Observações Gerais na
página 1 do Protocolo de Interpretação.

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E ESTÁGIO BÁSICO

• Desenho da casa:
– Entregar somente a folha de desenho da casa na horizontal
com a palavra “casa” no topo e solicitar que faça este
desenho a mão livre.
– Instrução: “Eu quero que você desenhe uma casa. Você
pode desenhar o tipo de casa que quiser. Faça o melhor
que puder. Você pode apagar o quanto quiser e pode levar
o tempo que precisar, Apenas faça o melhor possível.”

(Buck, 2009)

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• Desenho da árvore:
– Recolher a folha do desenho anterior e aguardar, e somente a folha
relativa à árvore deve ser apresentada na vertical, também com a palavra
“árvore” centralizada no topo. Repetir de modo semelhante os
procedimentos da casa.
• Desenho da pessoa:
– A folha relativa à pessoa deve ser apresentada na vertical, também com a
palavra “pessoa” centralizada no topo. Repetir de modo semelhante os
procedimentos do desenho da casa.
• Desenho da pessoa do sexo oposto (ao desenhado
anteriormente):
− Desenho opcional (irá aumentar de 10 a 15 minutos a
duração da sessão do H-T-P. Repetir os mesmos
procedimentos utilizados para o desenho da pessoa.

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• Interpretação do HTP é realizada por informações obtidas por


uma tríade de fontes:
– Elementos gráficos produzidos pelo indivíduo (desenhos);
– Conteúdo verbal (oriundo do inquérito);
– Observação (comportamento do indivíduo ao longo da aplicação).

• O protocolo oferece uma lista de conceitos interpretativos


para cada desenho, associados a possíveis características
psicopatológicas da personalidade.

(Borsa, Lins e Cardoso, 2018)

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• Interpretação do HTP – critérios de avaliação dos desenhos:


– Aspectos gerais do desenho (atitude; tempo; latência e pausas;
capacidade crítica e rasuras; comentários);
– Proporção (tamanho do desenho em relação à folha e dos itens
em relação ao desenho);
– Perspectiva (localização e posição na página, uso de margens,
transparências e movimentos);
– Detalhes (presença, ausência, ênfase, dimensão e caraterísticas
dos detalhes);
– Uso adequado de cores (este último, analisado quando é
proposta a aplicação dos desenhos cromáticos).

(Borsa, Lins e Cardoso, 2018)

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• Proposta do HTP aprovada pelo Sistema de Avaliação dos


Testes Psicológicos (SATEPSI):
– Sugere avaliação menos detalhada e mais global do desenho.
– Dessa forma evita-se interpretações pouco consistentes baseadas na
análise do item.
– Nenhum item sozinho define qualquer força ou fraqueza do sujeito e
poucos itens tem um único significado, por isso nenhum deles pode
ser visto isoladamente.
– A análise global dos elementos dos desenhos tem-se apresentado
apropriada para a compreensão dos aspectos psicopatológicos e das
características gerais da personalidade, sobretudo quando comparada
às análises de itens específicos dos desenhos.

(Borsa, Lins e Cardoso, 2018)

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• Propriedades psicométricas do instrumento:


– No manual há a identificação de “referências complementares
sobre o HTP no Brasil” com relação de trabalhos realizados.
– O instrumento não contém estudos de validade, precisão e
normatização para a população brasileira.
– Foram identificados dois estudos que abordam as propriedades
psicométricas do instrumento.
– Técnica bastante utilizada no Brasil, porém apresenta limitações
em suas características psicométricas.

(Borsa, Lins e Cardoso, 2018)

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• Interpretação
– Atribuição dos significados cabíveis;
– De acordo com o tema proposto para o desenho;
– Pode-se levar em conta o significado funcional das várias partes envolvidas;
– Partindo-se de uma análise fenomenológica para uma abordagem simbólica
em maior ou menor grau;
– Traço gráfico isolado nada significa, deve ser considerado em conexão com
os demais e no contexto geral do desenho;
– Impressão global que o produto gráfico pode provocar, dando as
coordenadas para a integração dos aspectos mais significativos.

(Borsa, Lins e Cardoso, 2018)

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Folha de papel O ambiente


Linhas básicas
da interpretação
Desenho O individuo

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• Cada desenho é visto como um auto-retrato psicológico do sujeito,


suscitando fortes associações conscientes, subconscientes e
inconscientes.

• Em todas as situações, podem estar envolvidos presente, passado e


futuro (psicológico ou cronológico)

(Freitas e Cunha, 2003)

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Observações Gerais
a) Atitude: aceitação ou rejeição (a recusa em desenhar pode expressar uma
autocrítica profunda);
b) Capacidade crítica e rasuras = conflito;
c) Comentários espontâneos: insegurança, tentativa de estruturar a situação;
comentário excessivo = preocupação (observar qual parte do desenho se
refere);
d) Tempo: rapidez incomum = se livrar de uma tarefa desagradável; tempo
excessivo = relutância ou conflito;
e) Pausa: atentar-se para a duração das pausas e a figura ou partes dela que
estiver sendo desenhada já que essa pode representar a origem de um
conflito;
f) Latência inicial (intervalo de tempo entre o final das
instruções e início do desenho): maior de 30 segundos =
conflito / psicopatia.
(Buck, 2009)

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Interpretação dos aspectos expressivos


• A folha de papel é considerada com ambiente delimitado pelas bordas,
que significa o ambiente psicossocial.
• A maneira como maneja a folha terá significado próprio. Isto é, se ele
foca virando a folha e não sabe como começar, significa que não está
bem posicionado com o meio ambiente.
• Em geral, as crianças fazem todos os desenhos na horizontal e os adultos
fazem a casa na horizontal e os demais na vertical.
• A execução do desenho, de modo geral, representa o mundo exterior e,
os desenhos, seriam a forma pela qual nos expressamos no mundo.

(Buck, 2009)

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LOCALIZAÇÃO DO DESENHO NA PÁGINA


• Significado geral:
– O lugar onde o sujeito coloca seu desenho revela muito de sua orientação
geral no ambiente e consigo próprio.
• Folha = campo vital
• Esse campo está orientado no tempo e no espaço:
– TEMPO: passado, presente, futuro
– ESPAÇO: quadrantes I, II, III e IV

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LOCALIZAÇÃO DO DESENHO NA PÁGINA


TEMPO ESPAÇO

IV I

III II

passado futuro quadrantes


presente

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• Perspectiva
– O planejamento do espaço no desenho indica capacidade de compreender e reagir
com sucesso aos aspectos mais complexos, e exigentes da vida.
– A localização horizontal para a esquerda do desenho indica maior probabilidade de
comportar-se impulsivamente, buscando satisfação imediata de necessidades,
preocupação com o passado e forte interesse em si mesmo.
– Quanto mais a direita o desenho, maior a probabilidade de estabilidade e controle de
impulsos, além de preocupação com o futuro.
– Em relação a localização vertical da página, quanto mais abaixo do ponto médio da
folha, maiores chances do individuo sentir-se inseguro e inadequado.
– Quanto mais acima do ponto médio, maior a probabilidade de lutar por objetivos
inatingíveis e buscar satisfação na fantasia.
– A seguir quadro com informações sobre o uso de diferentes perspectivas, ou partes
da folha ou maneiras diversas de representação do desenho.

(Resende, 2019)

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IV Área das lembranças: Área dos projetos: I


Passividade, atitude de expectativa Previsão, planejamento para o
diante da vida, inibição, reserva, futuro, contato ativo com a
nostalgia, desejo de retornar ao realidade.
passado e/ou permanecer absorto
em fantasia.

III II
Área dos conflitos: Área das necessidades:

Regressão, conflitos, fixação em Impulsividade, teimosia,


estágios mais primitivos. predominância de desejos
instintivos (é pouco usado).

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IV I Desenho na metade superior


(área entre IV e I):
− Tendência a buscar satisfação na
III II fantasia ou na intelectualizacão.
− Busca por objetivos
possivelmente inatingíveis.
− Tendência a manter-se distante e
inacessível.

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IV I

Desenho na metade inferior III II


(área entre II e III):
− Orientação para o concreto, preso
à realidade.
− Humor mais deprimido.
− Quanto mais em baixo maior a
insegurança e o sentimento de
inadequação.
− Desenhos que ultrapassam a
margem inferior da folha tendem
a se sentir esmagadoramente
oprimidos, angustiados.

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IV I
Desenho na metade direita (área
entre I e II):
III II − Comportamento mais controlável e
estável.
− Satisfação em aspectos intelectuais.
− Preocupação maior com o futuro e com
as pessoas que estão ao seu lado.
− Quanto mais para a direita maior a
propensão para adiar suas satisfações e
controlar rigidamente o
comportamento.

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IV I
Desenho na metade esquerda
(área entre III e IV):
− Tendência à impulsividade.
III II
− Busca de satisfação imediata de
suas necessidades.
− Preocupação com o passado.
− Interesse em si mesmo.

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Localização Central:
− Se o desenho é muito centralizado há
uma tendência à rigidez e inflexibilidade
para compensar suas ansiedades e
insegurança.

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• Rotação da posição da página


– Ou seja realizar o desenho com a folha numa posição diferente ao
modo como lhe foi entregue, por exemplo, colocar a folha na vertical
para desenhar a casa.
– Indica tendências agressivas e/ou negativistas, comportamento mais
comum em pessoas oposicionistas, predispostas a guardar
ressentimento em relação às pessoas e tornar-se hostil.

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• Uso da margem da folha (desenhos congente às margens)


– Está relacionado ao uso desviante de qualquer uma das margens,
representando a amputação de parte do desenho devido a relutância em
desenhar, devido a associações desagradáveis, ou medo de ações
independentes e necessidade de apoio.
– Desenho cortado na base da página: repressão (para manter a integridade
da personalidade), forte potencial para ações explosivas.
– Desenho cortado na margem esquerda: fixação no passado e medo do
futuro.
– Desenho cortado na margem direita: desejo de escapar para o futuro.
– Desenho na borda do papel (parte do desenho toca a margem, mas não
parece se estender para além dela:
• Uso da margem superior: fixação no pensamento e na fantasia como
fonte de satisfação.
• Uso da margem inferior: depressão e tendência a comportar-se de
maneira a concreta e desprovida de imaginação.

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• Relação com o observador e Posição


– Os desenhos são usualmente representado como se estivessem no mesmo
nível do observador. Os desvios podem ser quando são desenhados como
vistos de cima ou de baixo.
– Visão de pássaro (desenho visto de cima): rejeição e distanciamento da
situação, com sentimento compensatório de superioridade.
– Visão de minhoca (desenho visto de baixo): sensação de rejeição, perda de
valor, baixa autoestima e inferioridade.
– A distância aparente em relação ao observador (normalmente sugerida
pelo tamanho muito pequeno do desenho, localização do desenho no alto
de uma colina ou em um vale profundo, ou por grande número de
detalhes localizados entre o observador e o objeto desenhada) – forte
necessidade de manter-se afastado e inacessível.

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• Posição do desenho
– Os desenhos geralmente estão de frente para o observador, mas com uma
sugestão de profundidade ou, alternativamente, são desenhados em perfis
parciais.
– Ausência de qualquer sugestão de profundidade: estilo rígido, inflexível e
intransigente para não se desorganizar e compensar sentimentos de
inadequação e de insegurança.
– Perfil completo, sem sugestão de que existe um outro lado: fortes tendências
oposicionistas e de afastamento. Mais frequentemente produzidos por
pessoas desconfiadas e que experienciam estados paranoicos.
– Considerando a linha de solo:
• Desenhada como uma colina: pode representar sentimentos de isolamento, dependência
ou de exposição, ou de exibicionismo (analisar de acordo com o caso).
• Inclinada para baixo e para a direita: a pessoa pode sentir que o futuro é
incerto e talvez perigoso.

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• Transparências:
– Indica falha grave na função crítica, com tendência a realizar interpretações
equivocadas da realidade, com percepções errôneas de si mesmo e das
ações dos outros.
– Aponta perda de contato com a realidade, o que é típico em pessoas mais
desajustadas.
– Em pessoas relativamente adaptadas ou sem qualquer indício de deficiência
mental, a transparência pode indicar eventuais falhas ao reconhecer os
limites do comportamento adequado em algumas situações.
– O significado patológico pode ser avaliado pelo seu número e gravidade.

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• Movimento
– A interpretação envolve a intensidade ou a violência do movimento,
o prazer ou desprazer envolvidos no movimento e o grau em que o
movimento é voluntário (pessoa em movimento, forças devastadoras
da natureza como furacão, ventanias, tsunami).

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• Consistência
– Espera-se que a qualidade geral de cada desenho seja semelhante. O
significado da variação na qualidade do desenho depende dos detalhes
desviantes e da magnitude da variação entre os desenhos ou entre os
detalhes dos desenhos.
– Deterioração progressiva da casa para a árvore e para a pessoa:
geralmente acompanha cansaço ou negativismo crescente.
– Melhora na qualidade da casa para a árvore e para a pessoa: medo inicial
ou dificuldade de adaptação às situações novas ou desafiadoras. Essa
melhora pode ocorrer inclusive dos desenhos acromáticos e persistir o
aprimoramento até o último desenho da fase cromática.

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• Detalhes
– Os detalhes em geral são divididos em essenciais, não essenciais,
irrelevantes e bizarros. Dentre os aspectos dos detalhes é importante se
atentar para a dimensão, sombreamento, sequência, ênfase e qualidade da
linha. Os detalhes podem ser considerados como um índice de
reconhecimento, de interesse e de reação aos elementos da vida diária.
– Detalhes Essenciais: mesmo a ausência de apenas um detalhe essencial deve
ser vista como séria. Quanto mais detalhes essenciais estiverem faltando e
mais desenhos estiverem envolvidos, maiores são as implicações
patológicas. Na casa espera-se uma parede, telhado, porta, janela. Na árvore
espera-se o tronco e um galho. Na pessoa, a cabeça, tronco, braços, pernas,
traços faciais.
• Uso mínimo (ou abaixo da média): particularmente na casa e árvore –
retraimento e/ou conflito na área representada ou simbolizada pelo
detalhe/desenho associado. Comum em indivíduos retardados, com
lesão cerebral, indivíduos retraídos ou deprimidos.
• Uso excessivo: preocupação exagerada com o que pode ser representado ou
simbolizado pelo detalhe em questão.

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• Detalhes
– Detalhes Não Essenciais: na casa seria cortina, calhas, venezianas; na
árvore poderia ser casca, folhas soltas, frutas; na pessoa poderia ser
detalhes da roupa.
• Uso limitado: bom contato com a realidade e uma interação sensível, provavelmente bem
equilibrada com o ambiente.
• Uso excessivo: preocupação exagerada com o ambiente ou com a área simbolizada ou
representada pelos detalhes usados ou por suas associações. Os obsessivo-compulsivos
tendem a desenhar um maior número de detalhes deste tipo.
– Detalhes irrelevantes
• Usados de forma limitada: insegurança básica moderada ou uma necessidade de
estruturação da situação de maneira mais segura. Arbustos desenhados próximo à casa;
pássaros em árvore ou no céu; animal de estimação com a pessoa.
• Usados excessivamente: ansiedade “flutuante livre” existente ou potencial na área
simbolizada pelo detalhe. Pode indicar forte necessidade de afastamento,
especialmente se tendem a suplantar o tema principal do desenho.
• Nuvens, por exemplo, representam uma ansiedade generalizada em relação
ao objeto desenhado.

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• Detalhes
– Detalhes irrelevantes
• Pessoas em estado maníaco: geralmente desenham grande número de detalhes
irrelevantes e, frequentemente, incluem palavras, comentários e títulos. Quanto melhor
esses detalhes estiverem organizados e quanto mais próximos estiverem do objeto do
desenho, maior a probabilidade de que a ansiedade esteja bem canalizada e bem
controlada. Quanto mais exagerar o objeto do desenho, maior a indicação de potencial
para patologia.
• Sol: parece representam a figura de maior autoridade ou de maior “valência” emocional
dentro do ambiente do individuo, especialmente quando o sol for muito grande.
– Detalhes bizarros: contato com a realidade gravemente comprometido e
indícios de psicopatologia. Exemplos: pernas sustentando uma casa ou
traços faciais desenhados no sol.
– Dimensão do detalhe: uni e bidimensionais tendem a indicar baixa
capacidade mental ou lesão cerebral. Exceção: “figura palito
da árvore ou da pessoa.

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• Detalhes
– Sombreamento do detalhe
• Saudáveis: produzidos de forma rápida, leve e com poucos rabiscos casuais, envolvem
abstração e certa quantidade de sensibilidade ao ambiente. O individuo não volta a
sombrear ou a reforçar.
• Patologia: sombreado produzido lentamente com atenção e força excessivas ou sem
respeitar os contornos; indicam ansiedade e conflito.
– Sequência do detalhe: qualquer desvio em relação à sequência do desenho
indica patologia potencial. Espera-se na casa que se inicie com o telhado ou
com a linha de solo, somente depois a parede, porta e janela. Na árvore
seria o tronco, galho e copa ou copa, galhos e tronco. Na pessoa, espera-se
que inicie com a cabeça e detalhes faciais.
• Desvios: ordem de apresentação pouco comum, retorno compulsivo para algo que foi
previamente desenhado, apagar e redesenhar algo previamente desenhado ou repetição
de um detalhe.
• Regra: não se retorna aos detalhes que já foram completados. São vários
detalhes parecidos forem desenhados – como uma série de janelas – eles
serão finalizados antes que outro tipo de detalhe seja introduzidos.

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• Detalhes
– Ênfase no detalhe: ansiedade ou conflito relacionados ao detalhe em
questão, que muitas vezes a pessoa expressa por meio de comentários ou
por meio de omissões no desenho.
• Comentários ou expressões emocionais claras, sequencias pouco comuns em volta
daquele detalhe, excesso de rasuras, lentidão ao desenhar o detalhe, combinações
bizarras e por lesões desenhadas (cicatrizes por exemplo).
• Omissão ou não completamento de um detalhe ou a recusa em comentar sobre ele
também pode ser interpretadas como ênfase naquele detalhe.

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• Qualidade da linha
– Uma pessoa média tem pouca dificuldade para desenhar linhas
relativamente retas. Os ângulos são geralmente bem definidos e as linhas
curvas fluem livremente e de modo controlado. Em geral a Casa requer
apenas linhas retas; a Pessoa necessita de muitas linhas curvas; a Árvore
requer uma combinação de ambas. Variações para o desenho todo:
indicadoras de patologia. Linhas rabiscadas: deterioração orgânica.
– Falhas na coordenação motora: desajustamento funcional da personalidade
ou desordem do SNC.
– Traçados extremamente leves: quando usados em todo o desenho aponta
para sentimento de inadequação, indecisão ou medo de derrota. Linhas que
se tornam mais fracas à medida que a sessão progride indicam ansiedade ou
depressão generalizadas. Linhas fracas usadas somente para certos detalhes
podem estar relacionadas com relutância para desenhar esses
detalhes por causa do que simbolizam. Baixo nível de energia;
timidez; sentimentos de incapacidade; falta de confiança em
si mesmo; em alguns casos, repressão dos impulsos.

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• Qualidade da linha
– Traçados fortes: desenhados com linhas pretas fortes sugerem tensão;
quando usadas em todo desenho, essas linhas indicam problemas
orgânicos. Se forem usadas em um detalhe específico, sugere uma fixação
no objeto desenhado. Se formarem o contorno da maior parte do desenho,
e outras linhas dentro do desenho não são tão fortes, a pessoa pode estar
lutando para manter a integridade do ego e estar desconfortavelmente
consciente do fato. Se forem as linhas de solo e/ou as mais altas, a pessoa
pode estar tentando estabelecer contato com a realidade e reprimir a
tendência de obter satisfação na fantasia. Linha de solo muito forte –
sentimentos de ansiedade nos relacionamentos.
• Excesso de energia, vitalidade, iniciativa, decisão, confiança em si mesmo ou medo,
tensão, insegurança, agressividade e hostilidade para com o ambiente, aguda consciência
da necessidade de autocontrole, falta de adaptação com esforço para
manter o equilíbrio da personalidade, ou ainda, expressão de isolamento
com necessidade de proteger-se de pressões externas.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
E ESTÁGIO BÁSICO

• Qualidade da linha
– Traçados interrompidos: normalmente indicam indecisão.
– Linhas que são interrompidas e nunca são unidas: podem ser falhas no
funcionamento do ego (escassez de recursos eficientes para lidar com
situações de estresse tanto nas relações interpessoais quanto para resolver
problemas práticos).
– Pressão da linha: analisa o nível de energia da pessoa. O tipo de linha e a
pressão do traçado indicam, em um extremo, energia, vitalidade, decisão e
iniciativa e, no outro, insegurança, falta de confiança em si e ansiedade.
• Pressão média: boa energia, equilíbrio e vitalidade.
• Variação na pressão: flexibilidade, capacidade de adaptação ou labilidade de humor,
instabilidade e impulsividade.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO


E ESTÁGIO BÁSICO

• Cor
– O objetivo principal de aplicar o HTP colorido é fornecer uma estimativa da
estabilidade das respostas do individuo. Se no momento da escolha da cor o
individuo se mostra lento e indeciso maior será a probabilidade que o item
tenha maior significado que a média. Se no momento da aplicação o
individuo usar apenas a cor preta ou marrom como lápis isso sugere que ele
possui tendência a evitar emoções.
– Adequação: os contornos geralmente são pretos ou marrom, já a coloração
de certos detalhes é tão estabelecida que qualquer violação na sua
apresentação pode ser considerada significativa. Por exemplo, o sol
geralmente é pintado de amarelo, quem pintá-lo de azul seria um dado
relevante.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
E ESTÁGIO BÁSICO

• Cor
– Observações:
• Usar crayons apenas preto ou marrom e usá-los como lápis tendência para
evitar emoções.
• Pessoas fortemente emotivas usam muitas cores.
• Crianças usam mais cores do que os adultos.
• Imaturas usam cores mais livremente e com menos crítica.
• Mais de 3/4 da página colorida indica falta de controle adequado da expressão
emocional.
• Se as cores ultrapassarem as linhas periféricas há tendência a responder
impulsivamente e dificuldade de seguir limites ou regras.
• O sombreamento é mais usado nos desenhos coloridos do que nos acromáticos
e, geralmente, são usadas mais cores no desenho da Pessoa do que nos da Casa
e da Árvore.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO


E ESTÁGIO BÁSICO

CASA

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
E ESTÁGIO BÁSICO

• A CASA
– Estimula uma mistura de associações conscientes e inconscientes
referentes ao lar e às relações interpessoais íntimas. Em crianças parece
salientar o ajustamento aos irmãos e aos pais, especialmente a mãe. Em
adultos indica o ajustamento às situações domésticas em geral e, mais
especificamente ao cônjuge e aos filhos (se tiver).

– Dá uma indicação da capacidade do individuo para agir sob estresse e


tensões nos relacionamentos humanos íntimos e familiares e para
analisar criticamente problemas criados pela situação do lar. Evidencia a
acessibilidade, nível de contato com a realidade e grau de rigidez da
pessoa no contexto da família.

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E ESTÁGIO BÁSICO

• Vida familiar e doméstica; como o sujeito se sente em seu meio.

• “O desenho da casa dá uma indicação da capacidade do indivíduo para agir


sobre estresse e tensões nos relacionamentos humanos íntimos e para
analisar criticamente problemas criados pela situação no lar. As áreas de
interpretação no desenho da casa geralmente referem-se à acessibilidade,
nível de contato com a realidade e grau de rigidez do indivíduo” (Buck,
2009, p.42)

• “De um modo geral, pensa-se na casa como o lar e suas implicações,


subentendendo o clima da vida doméstica e as interrelações familiares, tanto
na época atual como na infância” (Cunha, 2003, p.520).

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
E ESTÁGIO BÁSICO

• Telhado e Paredes:
− Representam de forma rudimentar, a estrutura psicológica do indivíduo. Os limites
periféricos da personalidade são representados pelos limites periféricos da parede e
do telhado. O telhado representa as áreas do pensamento e da fantasia.
− Muita ênfase nessas linhas periféricas podem indicar “contenção”, esforço
consciente para manter o controle.
− Linhas periféricas fracas e inadequadas sugerem fraco controle dos impulsos ou
necessidades, ou sentimento de incapacidade de lidar com as pressões familiares.
• Chaminé:
– Desenhada com facilidade e sem distorções ou ênfase: maturidade e equilíbrio
sensual satisfatório.
– Omissão/ênfase excessiva não representam sério desajustamento.
– Pessoas desajustadas sexualmente tendem a tratar a chaminé como um símbolo
fálico.
– Abundância de fumaça: considerável tensão interna, presumivelmente
ocasionada por relações insatisfatórias com aqueles com quem vive.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO


E ESTÁGIO BÁSICO

• Porta e Janelas
− Usualmente representam acessibilidade, disponibilidade para entrar em contato
com as pessoas. As janelas constituem formas menos diretas e imediatas de
interação com o ambiente do que a porta.
− Ênfase em portas dos fundos e laterais: parecem enfatizar evasão.
− Ênfase no revestimento, fechadura e/ou dobradiça da porta: sugerem medo,
necessidade de se proteger ou pensamentos persecutórios.
− Ênfase na maçaneta: excesso de consciência da função da porta (de contato com
pessoas) e/ou preocupação fálica.
− Muitas grades: sentimento de que o quarto atrás da janela é uma prisão.
− Fechaduras nas janelas: atitude manifestamente defensiva.
− Muitas janelas descobertas: contato áspero e direto, sem tato ou delicadeza.
• Casa descrita como ocupada:
− Alto grau de acessibilidade tranquila.
• Casa descrita como desocupada:
− Falta de defesa do ego, fragilidade.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
E ESTÁGIO BÁSICO

• Detalhes não essenciais


− Venezianas, sombreamento e cortinas que não estiverem completamente fechadas:
interação com o ambiente conscientemente controlada, acompanhada por alguma
ansiedade. Se os três forem usados, indícios de uma pessoa muito defensiva.
− Se algumas janelas forem mostradas com sombras, cortinas ou vidraças e outras não,
procure investigar no inquérito qual o cômodo tipo e quem ocupa. As respostas
podem explicar o desvio.
− Muitas janelas sombreadas ou com cortinas: preocupação excessiva relativa à
interação com o ambiente.
− Materiais no telhado: Desde contorno meticuloso de cada telha até rabiscos
dispersos sugerindo a presença do material.
− Materiais não compulsivamente desenhados: consciência moderada de diferenciação da
superfície e boa capacidade para interação equilibrada com o ambiente.
− Detalhes meticuloso: tendências obsessivo-compulsivo.
− Canos (para escoamento da água no telhado e calhas): atitude defensiva,
e normalmente suspeita, com esforço concomitante para canalizar
estímulos desagradáveis.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO


E ESTÁGIO BÁSICO

• Detalhes irrelevantes
− Arbustos e caminhos: comuns para a casa.
− Arbustos desenhados perto da casa: necessidade de erguer barreiras defensivas ou de
estabelecer contato com os outros de maneira mais formal.
− Arbustos também podem representar pessoas próximas.
− Árvores: muitas vezes representam pessoas que possuem fortes valências
positivas/negativas para a pessoa.
− Uma árvore irrelevante desenhada próximo à casa pode representar o indivíduo que
rejeita os pais e prefere ficar do lado de fora ou está necessitando de sua afeição/atenção.
− Perto da casa e na proximidade imediata dos arbustos (mais tarde identificados como
irmãos) pode expressar necessidade de aceitação por parte de seus irmãos/irmãs.
− Caminho: facilmente desenhado e bem proporcional, sugere uma pessoa que exerce
controle tato no seu contato com os outros. Por outro lado, um longo caminho
indica acessibilidade diminuída.
− Degraus, às vezes conduzindo a uma parede vazia: forte ambivalência
em fazer contato com pessoas muito próximas.
− Nuvens: ansiedade.
− Montanhas: atitude defensiva e necessidade de dependência.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
E ESTÁGIO BÁSICO

• Detalhes irrelevantes
− Chuva e neve: forte necessidade em expressar sentimentos de estar sendo
submetido a pressões ambientais fortes e opressivas.
− Sombreamento do detalhe: sombreamento normal inclui a representação do
material da parede e de linhas cruzando a janela para representar vidro. Sombras
desenhadas espontaneamente e antes que o sol seja desenhado pode indicar
situação de conflito na qual a ansiedade é vivida no nível consciente.
− Sequência do detalhe telhado, paredes, uma porta e uma janela ou linha de solo,
paredes de um telhado. Os inseguros desenham, às vezes, simetricamente (2
janelas, 2 chaminés, 2 portas, etc.).
• Adequação da cor
− Pode ser produzida em qualquer cor sem violar a realidade do ponto de vista
cromático. Tipicamente: a chaminé é vermelha, preta ou marrom; a fumaça é preta
ou marrom; o telhado é preto, verde, vermelho ou marrom; as paredes
são pretas, marrons, verdes, vermelhas ou azuis; as venezianas são
pretas, verdes, marrons, azuis ou vermelhas.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO


E ESTÁGIO BÁSICO

ÁRVORE

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
E ESTÁGIO BÁSICO

• A ÁRVORE
– Estimula mais as associações menos conscientes. Pode ser a expressão
gráfica dos recursos eficientes que a pessoa dispõe para obter satisfação
no (e do) seu ambiente, para enfrentar o mundo apesar dos dramas ou
traumas vividos sem perder o contato com a realidade. A qualidade do
desenho reflete a capacidade da pessoa para avaliar criticamente suas
relações com o ambiente, sua capacidade para suportar as interações e as
pressões sociais.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO


E ESTÁGIO BÁSICO

• Vida e crescimento, relações com o ambiente para obter satisfação.

• A árvore, que parece estimular menos associações conscientes e mais


associações subconscientes e inconscientes do que os outros dois desenhos, é
uma expressão gráfica da experiência de equilíbrio sentida pelo indivíduo e da
visão de seus recursos de personalidade para obter satisfação no e do
ambiente.

• A qualidade do desenho parece refletir uma capacidade do indivíduo para


avaliar criticamente suas relações com o ambiente. Áreas adicionais de
interpretação incluem o quadro subconsciente do indivíduo em relação ao seu
desenvolvimento, contato com a realidade, sentimento de equilíbrio
interpessoal e pressões interpessoais.

(Buck, 2009)

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
E ESTÁGIO BÁSICO

• Proporção
− Árvore muito pequena: fortes sentimentos de inadequação/incompetência para
lidar com o ambiente.
− Árvore muito grande: busca de satisfação supercompensatória e/ou fantasia e
sugere, na melhor das hipóteses, hipersensibilidade (particularmente uma que é
cortada pelas margens da folha).
− Tronco muito fino ou muito pequeno e com grande estrutura de galhos (ou copa):
equilíbrio precário da personalidade por causa de excessiva busca de satisfação.
− Tronco muito grande e pequena estrutura de galhos: equilíbrio precário da
personalidade por causa da frustração gerada pela incapacidade de satisfazer
fortes necessidades básicas.
− Tronco com base larga, mas que se torna muito fino a uma pequena distância
acima da base: ambiente sem estimulação calorosa e saudável.
− Tronco mais estreito na base do que em um ponto mais alto: forte
indicação de patologia. Esforço além das forças do individuo, com
possível colapso do controle do ego.

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E ESTÁGIO BÁSICO

• Detalhes essenciais
− Deve ter um tronco e pelo menos um galho.
− Tronco: sentimento básico de poder.
− Galhos: recursos eficientes para lidar com as pressões do meio e para a
obtenção de satisfação.
• Detalhes não essenciais
− Casca desenhada facilmente: interação bem equilibrada.
− Casca desenhada com linhas muito pesadas e consistentes: ansiedade.
− Casca desenhada meticulosamente e cuidadosamente: preocupação com
sua relação com o ambiente presente.
− Cicatrizes: devem ser investigadas durante o inquérito (questão 43).
− Folhas: podem ser cosméticas ou funcionais.
✓ Enfeites (cosméticas): decoram e cobrem o esqueleto da árvore.
✓ Funcionais: servem para estabelecer o contato mais imediato e direto
com o ambiente.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
E ESTÁGIO BÁSICO

• Detalhes não essenciais


− Frutas: desenhadas normalmente por crianças e, ocasionalmente, por
mulheres grávidas.
✓ Crianças e adolescentes: desejo de realizar, prosperar, de obter sucesso rápido,
procura de boas recompensas, oportunismo, luta ou impaciência.
✓ Adultos: fixação na infância ou adolescência, oportunismo, desejo de ver
resultados imediatos, impaciência e necessidade de autoestima (comum em
mulheres grávidas).
✓ Se a fruta está caindo ou já está caída: sugere perda, sentimento de rejeição, de
sacrifício, de renúncia, de frustração e de morte.
– Raiz: em nível superficial representa a fonte de satisfação elementar e a
estabilidade das forças da personalidade. Em nível mais profundo,
representa impulsos básicos, elementares.
✓ Que penetram fácil e delicadamente no solo: bom contato com
a realidade.
✓ Como garras que parecem agarrar o solo: presença de atitudes
agressivas e paranoicas.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO


E ESTÁGIO BÁSICO

• Detalhes irrelevantes
− Pássaros ou animais: nos galhos ou na grama ao redor da base do tronco são
comuns. Ocasionalmente podem representar uma pessoa muito significativa
na vida do individuo.
− Linha de solo
✓ Formato de arco convexo (tipo em montanha): dependência materna, com
sentimentos de isolamento e desamparo, se a árvore for relativamente pequena
ou estiver inadequadamente organizada.
✓ Forma de uma caixa sem nenhuma relação com a árvore: contato inadequado
com a realidade.
– Árvore de Natal: comum para crianças. Adultos: narcisismo, tendências
regressivas e forte necessidade de cuidado e proteção.
– Árvores adicionais: para crianças são identificadas como sendo
o pai e a mãe (comum).
– Ninhos: desejo de proteção, imaturidade, dependência,
imersão fantasia e concepção infantil do mundo.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
E ESTÁGIO BÁSICO

• Adequação da cor
− Troncos: tendem a ser desenhados em marrom e preto.
− Galhos: marrom e preto.
− Folhagem: verde, amarelo, vermelho, marrom e preto.
− Frutas: vermelho, amarelo e verde.
− Flores: vermelho, laranja, azul e violeta.

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E ESTÁGIO BÁSICO

PESSOA

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
E ESTÁGIO BÁSICO

• A PESSOA
– Estimula mais associações conscientes, incluindo a expressão direta da
imagem corporal. Desperta sentimentos tão intensos que alguns
paranoicos ou psicopatas podem se recusar a fazê-los. A qualidade do
desenho reflete a capacidade de atuar em relacionamentos. Este desenho
também pode evocar o papel e atitude sexuais em relacionamento
interpessoal específico ou a relacionamentos interpessoais em geral. Este
desenho pode manifestar três tipos de projeções:
1) Autorretrato
2) Eu ideal ou ideal do ego
3) Pessoas significativas

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO


E ESTÁGIO BÁSICO

• Autorretrato; relacionamento interpessoal.

• A pessoa desenhada estimula mais associações conscientes do que a casa ou a


árvore, incluindo a expressão direta da imagem corporal. A qualidade do
desenho reflete a capacidade do indivíduo para atuar em relacionamentos e
para submeter o self e as relações interpessoais à avaliação crítica objetiva.
Áreas adicionais de interpretação para o desenho da pessoa podem se referir
ao conceito do indivíduo de seu papel e atitude sexuais em relação a um
relacionamento interpessoal específico ou a relacionamentos interpessoais em
geral (Buck, 2009).

• O desenho da pessoa revela o grau de ajustamento num nível psicossocial.


Conforme Hammer (1991), o desenho da pessoa pode conter elementos do
autorretrato ou de um self ideal, embora possa resultar da percepção de outras
pessoas significativas (Cunha, 2003).

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
E ESTÁGIO BÁSICO

• Proporção
– Diferença acentuada entre o lado esquerdo e o direito: confusão no papel sexual,
especificamente, e desequilíbrio da personalidade em geral.
– Cabeça muito grande: pessoas desajustadas que colocam ênfase na inteligência ou na
fantasia como fonte de satisfação.
– Cabeça desproporcionalmente pequena: obsessivo-compulsivo e podem representar
uma negação do lugar de pensamentos dolorosos e sentimentos de culpa.
– Olhos pequenos: desejo de ver o mínimo possível.
– Boca muito grande: erotismo oral e/ou tendências agressivas orais.
– Pescoço longo e fino: características esquizoides.
– Tronco:
✓ Desproporcionalmente grande: impulsos insatisfeitos que a pessoa pode sentir
intensamente.
✓ Desproporcionalmente pequeno: negação de impulsos do corpo e/ou
sentimentos de inferioridade.
✓ Comprido e estreito: conotações esquizoides.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO


E ESTÁGIO BÁSICO

• Proporção
– Ombros: indicador do sentimento de força básica ou poder, tanto
físico como psicológico.
✓ Desproporcionalmente grandes: sentimentos de força ou muita preocupação acerca da
necessidade de força ou poder.
✓ Muito pequenos: sentimentos de inferioridade.
✓ Desigualdade no tamanho: desequilíbrio da personalidade.
– Braços:
✓ Muito longos: esforço para a ambição exagerada.
✓ Muito curtos: ausência de esforço.
✓ Largos: sentimento básico de força para luta.
✓ Finos: sentimentos de fraqueza.
– Mãos:
✓ Grandes: impulsividade e falta de capacidade nos aspectos mais refinados do convívio
social.
✓ Pequenas: relutância para estabelecer contato mais íntimos e refinados
na convivência psicossocial.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
E ESTÁGIO BÁSICO

• Proporção
– Pernas:
✓ Desproporcionalmente longas: forte esforço para autonomia.
✓ Muito curtas: sentimento de constrição.
✓ Disparidade no tamanho: ambivalência relacionada ao esforço para autonomia ou
independência.
– Pés:
✓ Muito grandes: necessidade de segurança, necessidade de demonstrar virilidade.
✓ Desproporcionalmente pequenos: constrição e dependência.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO


E ESTÁGIO BÁSICO

• Perspectiva
– Margens da página: pernas cortadas pela margem inferior, sentimento quase
esmagador de falta de autonomia.
– Posição:
✓ Totalmente de frente – sem sugestão de profundidade e os braços completamente
estendidos em ângulo reto com o tronco: essencialmente rígido e intransigente e que,
entretanto, apresenta profunda necessidade de ocultar sentimentos de inadequação e
insegurança, com sugestão de prontidão para enfrentar tudo direta e firmemente.
✓ Perfil parcial: apresentação comum.
✓ Perfil completo – sem nenhuma sugestão de que existe outro lado: forte retraimento e
tendências oposicionistas.
✓ De costas: afastamento esquizo-paranoide, o individuo rejeita diretamente o convívio
psicossocial e, muitas vezes, a realidade também. Dissimulação dos impulsos “proibidos”,
culpa e vergonha.
✓ Desenho pedagógico (ou figura palito): grande dificuldade nas relações
interpessoais ou expressão de desprezo e/ou hostilidade em relação
a si mesmo. Comum em adolescentes que se sentem rejeitados.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
E ESTÁGIO BÁSICO

• Perspectiva
– Braços:
✓ Relaxados e flexíveis: bom ajustamento.
✓ Tensos, mantidos firmemente colados ao corpo: rigidez.
✓ Cruzados no tórax: desconfiança e atitude hostis.
✓ Atrás das costas: relutância em conhecer outros caminhos.
✓ Cruzados de forma que as mãos estejam dobradas sobre a pélvis: frequentemente em
mulheres melancólicas em processo involutivo e desajustadas sexualmente.
– Mãos nos bolsos: evitação do contato mas de modo controlado.
– Pernas:
✓ Abertas: desafio e/ou forte necessidade de segurança.
✓ Fortemente unidas, em atitude de paralisia, rigidez e tensão: desajustamento sexual.
– Pés:
✓ Ponta dos pés: tênue contato com a realidade ou forte desejo de fuga.
✓ Apontando para direções opostas, com a pessoa totalmente de frente:
sentimentos ambivalentes.

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E ESTÁGIO BÁSICO

• Detalhes essenciais
– A pessoa deve ter uma cabeça, um tronco, duas pernas e dois braços, a não ser que
apenas um deles possa ser visto ou que a ausência seja explicada de algum modo
(amputação, por exemplo).
– Os traços faciais devem incluir dois olhos, um nariz, uma boca e duas orelhas, a não
ser que a posição seja tal que as orelhas não possam ser vistas, ou sua ausência seja
explicada verbalmente (mutilação).
– Cabeça: área de inteligência, controle e fantasia.
– Olhos: receptores do estímulo visual; ocos = forte evitação de estímulos visuais
desagradáveis.
– Boca: receptora das sensações mais precoces de prazer; instrumento de agressão
(dentes); refere-se às tendências captativas, como nutrição, satisfação da libido oral,
relações sociais – dar e receber afeição e, mesmo, relações sexuais.
– Nariz: símbolo fálico.
– Orelhas: passividade (não desenhada), resistência à autoridade (ênfase),
sensibilidade à crítica (muito grandes), inferioridade (pontiagudas).
– Queixo: símbolo de masculinidade.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
E ESTÁGIO BÁSICO

• Detalhes essenciais
– Pescoço: indicador da coordenação entre a cabeça (área de controle) e o corpo (área
dos impulsos); zona de conflito entre o controle emocional e os impulsos corporais.
– Tronco: sede das necessidades e impulsos físicos básicos.
– Braços: instrumento de controle ou para fazer mudanças no ambiente.
– Mãos: instrumentos mais refinados de ações (defensivas ou ofensivas) no ambiente.
– Pernas: locomoção; visão que o indivíduo tem de sua autonomia dentro do ambiente.
– Pés: instrumentos mais refinados para modificar e controlar a locomoção; armas de
ataque; indicam a segurança geral do indivíduo, em caminhar no meio ambiente.
• Ênfase no detalhe
– Linha da cintura: coordenadora dos impulsos de poder (parte superior do tronco) e
dos impulsos sexuais (parte inferior do tronco); controladora dos impulsos sexuais e
corporais.
– Ênfase em certos itens da roupa:
✓ Cinto: preocupação e interesse sexual excessivo.
✓ Gravata: preocupação fálica e sentimento de impotência.
✓ Multiplicidade de botões: regressão.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO


E ESTÁGIO BÁSICO

• Adequação da Cor
– Contorno: preto e marrom.
– Cabelos: preto, marrom, amarelo e vermelho.
– Olhos: azul, marrom e preto.
– Lábios: vermelho e preto.
– Ternos: preto e marrom.
– Sapatos: preto, marrom, verde, vermelho e azul.
• Figuras inacabadas
– A distorção ou omissão de qualquer parte da figura sugerem conflito que podem estar
relacionados com a parte em questão. Exemplo: voyeuristas omitirem os olhos,
pessoas muito inseguras não desenharem os braços.

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
E ESTÁGIO BÁSICO

• Gênero oposto desenhado primeiro: conflito com a identificação do gênero.

• Quando aparece, primeiro, o desenho de figura de sexo diferente do


propósito, Hammer (1991) oferece as seguintes explicações: inversão sexual;
confusão de identificação sexual; forte afeto ou dependência para com o
genitor do sexo oposto; forte afeto ou dependência para com outro indivíduo
do sexo oposto; regressão ou estágio narcisístico, onde se é ‘um só com a
mãe’. (Campos, 1989, p.95)

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO


E ESTÁGIO BÁSICO

INQUÉRITO POSTERIOR AO DESENHO

• Pretende esclarecer aspectos obscuros dos desenhos e


proporcionar ao individuo toda oportunidade de projetar
sentimentos, necessidades, objetivos e atitudes por meio
da descrição verbal e de comentários sobre seus desenhos.
• As respostas dadas durante o inquérito devem ser avaliadas
de acordo com diversas dimensões:
– O volume de respostas;
– As respostas devem ser avaliadas por sua relevância.

(Freitas e Cunha, 2003)

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
E ESTÁGIO BÁSICO

Protocolo de Inquérito

• O Protocolo de Interpretação do HTP pretende ser apenas um instrumento


para ajudar o clínico a concentrar-se mais nas características relevantes dos
desenhos do cliente para desenvolver uma interpretação clínica.

• O Inquérito Posterior ao Desenho pretende esclarecer aspectos obscuros dos


desenhos e proporcionar ao indivíduo toda oportunidade de projetar
sentimentos, necessidades, objetivos e atitudes através da descrição verbal e
de comentários sobre seus desenhos. As respostas devem ser avaliadas por sua
relevância. O grau em que as respostas, durante o inquérito, incluem material
de autorreferência ou confabulações deve ser observado.

(Buck, 2009)

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO


E ESTÁGIO BÁSICO

Protocolo de Inquérito
• Material complementar e auxiliar na compreensão do tipo de representação
que o cliente fez;
• Permite a observação dos modelos e expectativas que o cliente tem do futuro e
lembranças do passado;
• Oferece uma maior clareza das ideias e fantasias;
• Reforça ou contradiz aquilo que é expresso nos desenhos com a história
relatada (observar situações, aspectos e falas recorrentes, convergentes e
divergentes dos desenhos e respostas do inquérito);
• Um ponto de extrema importância para observar no inquérito é o item sobre
“o que esta casa (árvore ou pessoa) mais necessita”, pois as respostas refletem
diretamente as necessidades do cliente (externa ou interna, importante ou
supérflua);

(Buck, 2009)

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
E ESTÁGIO BÁSICO
Protocolo de Inquérito
• Em relação à árvore o fato dela estar viva ou morta é fator importante de
patologia (verificar o motivo da morte, se refere-se a algo terrível que o
cliente mesmo fez - simboliza o quanto ele próprio se sente ameaçador);
• Há aqueles que recusam ou só respondem “não sei”, pode indicar dificuldades
de falar sobre si mesmo, dificuldades para falar de coisas suas para os outros,
baixa autoestima, dificuldade de relacionamento ou timidez pela dificuldade de
colocar para fora;
• Questão 68 (Peça para o cliente desenhar um sol e uma linha de solo em cada
desenho) – Suponha que o sol fosse uma pessoa que você conhece – quem
seria? = a resposta pode identificar as fontes de calor humano para o indivíduo
e aquelas percebidas como dominadoras (sol muito grande); porém se ninguém
for identificado, o indivíduo pode apresentar extrema dificuldade de
identificação com os outros (Buck, 2009, p.65)

(Buck, 2009)

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TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO


E ESTÁGIO BÁSICO REFERÊNCIAS

Borsa, J. C.; Lins, M. R. C. & Cardoso, L. M. (2018). Teste da Casa-Árvore-Pessoa


(HTP) na avaliação da personalidade. In Hutz, C. S.; Bandeira, D. R. & Trentini, C.
M. Avaliação psicológica da Inteligência e da personalidade. Porto Alegre:
Artmed.
Buck, J. N (2009). H-T-P: casa-árvore-pessoa, técnica projetiva de desenho: guia de
interpretação. (Tardivo, R. C. trad.); revisão de Alves, I. C. B. (2ºed.). São Paulo
(SP): Vetor.
Freitas, N. K. & Cunha, J. A. (2003). Desenho da Casa, Árvore e Pessoa (HTP). In
Cunha, J. A. Psicodiagnóstico-V. (5. ed.), revisado e ampliado. Porto Alegre (RS):
Artmed.
Hammer, E. F. (1991). Aplicações clínicas dos desenhos projetivos. São Paulo (SP):
Casa do Psicólogo.

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