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Teste de Rorschach

Christiany Barros, Camilla Soares, Thais Fernandes, Adriana Ribeiro, May Moura,
Rafaela Reis, Vitória Santos, Quênia Castro, Ana Carolina Soares e Ana Cláudia Santos.
O que é o teste de rorschach?

• O teste de Rorschach é uma técnica projetiva que tem como objetivo principal
investigar e conhecer todos os cantos da nossa mente, desde ideias e tendências
mais evidentes até nossos medos e inseguranças mais profundos. Este teste de
personalidade tem base na análise das interpretações que cada pessoa faz de
diferentes manchas de tinta.
O que é um teste projetivo?
• O teste projetivo é um tipo de teste livre onde o testando irá ter um estímulo seja
uma imagem, uma frase, algo que faça com que o testando crie uma resposta
consciente ou inconsciente para o estimulo dado. Essa resposta será interpretada
pelo psicólogo, mas este terá que seguir regras estabelecidas em manuais para a
correção dos testes projetivos.
• As técnicas projetivas podem ser empregadas nas clinicas, em aconselhamento, em
escolas e também usadas em pesquisas. Entre as técnicas projetivas mais utilizadas
estão: o teste de mancha de tinta de Rorschach, o teste de Apercepção Temática
(TAT) teste de Apercepção infantil (CAT), teste Gestáltico Visuomotor de Bender,
teste de Completar Frases, teste de Desenho de Figura humana, teste Casa-Arvore-
Pessoa (HTP) e teste de Desenho da família em movimento Hongan (2006).
O TESTE DE RORSCHACH
• L.K. Frank (apud ADRADOS, 1973, p.6):

“O método de Rorschach proporciona uma técnica, mediante a qual o indivíduo é


induzido a revelar seu mundo privado, expressando o quê vê em diversas lâminas,
onde pode projetar seus sentimentos, justamente porque as lâminas não constituem
objetos socialmente estandardizados, ou situações frente as que deve dar respostas
culturalmente aceitas.”
• Elaborado por Hermann Rorschach, psiquiatra suíço, foi
publicado pela primeira vez em 1921, um ano antes da sua
morte em 1922, com o título de PSYCHODIAGNOSTIK.
• A inspiração para o teste veio de um sonho. Após presenciar,
pela primeira vez, uma autopsia, quando jovem estudante.
• “O cadáver era de um apoplético e o cérebro foi cortado em
sessões transversais. Na noite seguinte, tive um sonho,
durante o qual senti que meu próprio cérebro estava sendo
cortado da mesma forma. Tais sensações corporais (não
disponho de outra expressão mais precisa) eram muito claras
e a recordação de tal vivência onírica permanece ainda
bastante viva em mim, possui o aspecto sensorial das
percepções vividas, débil, porém claro.”
• A partir desse sonho, colocaram-se algumas questões que são retomadas em seu
trabalho sobre as alucinações reflexas:
- “Como são possíveis que, em sonhos, se tenha percepções de fatos fisiológicos?”
- “Como seria possível que uma série de imagens óticas pudessem traduzir-se em
imagens cinestésicas, e serem vividas como tais?”
• Elaborando essas questões, Rorschach tentou compreender o fenômeno das
alucinações reflexas, cujos mecanismos seriam assim explicados:
- O ser humano dispõe de uma quantidade de imagens muito mais ampla do que
a que ele experimenta rotineiramente, em sua vida cotidiana. O aparelho de
vivência como o qual o indivíduo experimenta (mente) é um sistema muito mais
amplo do que o aparelho com o qual o indivíduo vive (corpo).
“Haveria, junto ao enlace natural entre as percepções isoladas por meio de
associações, um caminho muito mais direto através do sistema cinestésico (de
percepção, consciente). Assim, por meio de fenômenos involuntários, as percepções
óticas seriam fixadas diretamente por baixo do umbral da consciência. Essas
percepções seriam, posteriormente, revividas (a partir de um estimulo)
conscientemente como cinestésicas ou, ainda, retraduzidas inconscientemente em
impressões óticas.”
• Esse mesmo princípio teria sido também, mais tarde, aplicado na elaboração do
teste de Rorschach, cujas lâminas poderiam ser consideradas uma espécie de
espelho, no qual os estímulos óticos ativariam imagens cinestésicas que seriam,
por sua vez, projetadas sobre as manchas de tinta pelo paciente e percebidas
como pareidolias (seres humanos ou animais).
Como é o teste?
• O objetivo do teste de Rorschach é informar sobre a estrutura de personalidade.
Sua aplicação é extensiva tanto para crianças, como para adolescentes e adultos.
• IMPORTANTE: Não existem respostas certas ou erradas.
• É composto de dez lâminas ou pranchas que apresentam, cada uma, borrões de tinta de
contorno não muito definido e de textura variável, mas com perfeita simetria, tendo como
referencia um eixo vertical. Cinco dessas dez lâminas têm manchas em branco e preto. Duas
apresentam também a cor vermelha e três outras são policromadas.
• A instrução passada ao examinando é a de que ele deve responder a cada uma
lâmina, indicando o que a mancha lhe parece, o que lhe sugere, ou o que lhe faz
lembrar.
• O modo como as manchas estão estruturadas, a liberdade que o sujeito tem para
dar as respostas e o tempo indeterminado que tem para respondê-las, de certa
forma, tornam a situação de testagem "vazia", cujo trabalho do sujeito tem como
finalidade o preenchimento desse vazio, usando o potencial de sua inteligência e
de suas aptidões, além dos recursos internos de sua personalidade.
• O teste requer aplicação individual e não exige tempo determinado para a duração
da aplicação, mas sugere tempo em torno de uma 1h – 1h30min. As respostas
do sujeito são anotadas pelo examinador na folha de protocolo, obedecendo os
princípios de sistematização para esta tarefa. 
APLICAÇÃO

• Ambiente físico: Condições físicas, moveis, luminosidade, posição [lado a lado


ou ângulo de 90°], presença de terceiros, gravação ou prancheta.
• Ambiente psicológico: Cabe o examinador estar atento ao conforto do
examinado.
• Preparo do examinador: Treinamento e conhecimento.
• Material: TCLE [contrato], 10 cartões, folhas de resposta, duas folhas de
localização, canetas de cores diferentes, cronômetro.
• Aplicação: Rapport – instrução – aplicação – interrogatório – documentação das
respostas.
• Tempo de cada cartão
• Encorajamento: Caso o examinado não veja nada, dê apenas 1 resposta ou dê
apenas adjetivos: “é bonito”.
• Intervalo entre o teste e reteste: Em caso de menos de 14 resposta em todo o
teste, por exemplo.
• Anotações: Anotar tudo que é verbalizado, expressões não verbais e
comportamentos entre parênteses e a posição que o paciente viu o cartão V
invertida; normal, > ou < laterais, anotar reviravoltas.
• Inquérito: “Onde está e o que tem na mancha que faz parecer isso?”, sempre
esclareça o que não estiver claro tanto o conteúdo quanto os
adjetivos/complementos.
DOCUMENTAR RESPOSTAS

Apresentar protocolo legível;

• Registrar:
• Respostas literais;
• Gestos relevantes como: (fricciona o cartão, franze a testa) entre parênteses;
• Todas as observações entre parênteses;
• Posição do cartão (^ v > <);
• O número de respostas é consecutivo (1,2,3,... Até prancha X)
• Se incluir espaço em branco colocar (S) nas anotações, se a resposta foi no
TODO, colocar W na folha de localização;
• Anotar cada cartão em uma folha;
• Usar números romanos para os cartões, e arábicos para as respostas;
• Identificar nome, sexo e data de nascimento em cada folha do teste.
• No notebook, usar tabela pré-preparada ou programa Excel.
EXEMPLO DE
DOCUMENTAÇÃO:

(https://professor.pucgoias.edu.br/
SiteDocente/admin/arquivosUpload/
18408/material/Aplica
%C3%A7%C3%A3o.pdf)
CLASSIFICAÇÃO DAS RESPOSTAS
• Existem dois sistemas de classificação: Bohm e Exner.
• O que diferencia os dois sistemas não é apenas o uso de letras diferentes para
indicar cada uma das categorias (Bohm usa abreviaturas alemãs e Exner em inglês),
mas sobretudo detalhes de execução do teste e de codificação das respostas. Bohm,
por exemplo, utiliza um relógio para medir o tempo de exposição da pessoa à
prancha; Exner codifica diferentes formas de respostas em que diferentes categorias
se misturam, e cada um deles utiliza um sistema diferente para codificar as respostas
que envolvem a inclusão de detalhes dos borrões.
• A exatidão com que as respostas devem ser codificadas exige uma grande perícia
por parte do realizador do teste, que precisa, assim, ser muito bem treinado para essa
atividade.
• No processo de interpretação, tanto no sistema Bohm como Exner, cada resposta que o
examinando dá às manchas, é avaliada em função de quatro elementos:
a) A localização, que é caracterizada como a porção da mancha visualizada pelo examinando e
denota a maneira como percebe e faz contato com a realidade, e como se relaciona com o
mundo;
b) Os determinantes são caracterizados pela qualidade perceptiva que condicionou a resposta
(se a forma, se a cor, se o sombreamento, se o movimento);
c) O conteúdo (se animal, humano, anatômico, etc.).
d) A originalidade ou vulgaridade da resposta - ou seja, se a resposta é, na população da
pessoa que está sendo testada, uma resposta muito comum (que muitas pessoas dão) ou
muito rara.
• Para cada um desses pontos de vista é utilizada uma série de letras, que indicam cada uma das
várias possibilidades. Assim uma resposta pode ser codificada G F M no sistema de Bohm, o
que significa que essa resposta utiliza toda a figura (G), baseia-se na forma do borrão (F) e
descreve um ser humano (M); uma outra resposta poderia ser codificada D Fb T (ou seja,
utiliza apenas um detalhe do borrão (D), baseia-se sobretudo na cor (Fb) e representa um
animal (T)).
• Na folha de protocolo, esses elementos conduzem a cálculos que, por sua vez,
possibilitam a determinação de alguns índices. A interpretação de todos os dados
obtidos no teste leva em consideração os resultados brutos, os índices calculados,
as relações entre os elementos e também a avaliação qualitativa do desempenho
do examinando. Este tipo de avaliação considera, entre outros elementos, a
sequência e a qualidade das respostas por lâmina, o simbolismo de cada lâmina e
os indicadores de ansiedade.
• O resultado final apresenta informações a respeito do tipo de produtividade
intelectual, da tipologia que agrega os polos introversão-extroversão e sobre a
estrutura da personalidade. Sugere também indicativos de focos de possíveis
conflitos. 
EXEMPLO DE
RESULTADO:

(https://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0193.pdf)
CARTÕES

Técnicas de investigação de personalidade Rorschach (slideshare.net)

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