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H – T- P

TÉCNICA PROJETIVA DE
DESENHO
CASA – ÁRVORE E PESSOA

Prof. Ana Cristina Lass Stankievicz


FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
• Teste expressivo de personalidade.
• Segundo Van Kolck o ato de desenhar estão presentes e juntas a
adaptação, a expressão e a projeção.
• Nas pinturas e desenhos, o movimento expressivo é um registro
direto das emoções.
• A Noite Estrelada - Vicent Van Gogh - 1889
• O momento era perturbador, pois o artista vivia crises mentais e
estava em um sanatório para se tratar.
• A pintura tem a sensação de que as estrelas estão realmente piscando
e o céu está se movimentando em forma de redemoinhos, dando a
sensação de profundidade e movimento.
• Pintou o jogo turbulento de luz e escuridão do quadro porque estava
passando por momentos de muita agitação mental, após uma crise
psicótica. A agitação de seus pinceis foi comparada muitas vezes a
movimentos da natureza como redemoinhos e correntes de ar.
• O cipreste é uma árvore associada à morte em diversas culturas
europeias, passou a ser comum para ornamentar cemitérios e quase
sempre está relacionado ao fim da vida.
EXPRESSÃO
• Expressar sentimentos através dos traços firmes ou frágeis, da textura
das cores (grossa ou fina), da escolha das tonalidades, e inclusive
através da organização formal de todos os elementos gráficos (como
distância, perspectiva, altura e outras marcas),de seu tamanho por
relação a outros elementos do ambiente que não são significativos.
• São as relações afetivas, cognitivas e corporais.
• Parte do sistema límbico e se desenvolve para o córtex frontal para o
controle das emoções.
EXPRESSÃO
• A expressão emocional depende deste controle.
• Busca entender a expressão motora e sua relação com o mundo.
• Na expressão estão envolvidas a percepção, esquema corporal,
equilíbrio, orientação espacial e temporal, a coordenação motora,
tônus.
• Quando tem confiança, segurança, domina sua expressão corporal e
modela seus gestos
• Essas mudanças nos aspectos corporais indicam como enfrentamos a
vida e como nos sentimos.
EXPRESSÃO
• Allport e Vernon, nos Estudos sobre o Movimento Expressivo, definem o
termo como "aquele aspecto do movimento que tem traços
suficientemente distintos para diferenciar um indivíduo de outro"
• Em 1943 Wolff publica A Expressão da Personalidade, onde expõe alguns
pesquisas experimentais sobre os movimentos, focalizando várias
expressões corporais não verbais, inclusive a escrita.
• Jerônimo de Moragas em 1965, estudou a fisiognomonia em que procura
reconhecer as características de personalidade através de suas expressões
faciais.
• Moragas usa o termo expressão e expressividade como sendo a
capacidade de manifestar pensamentos e sentimentos por meio dos
movimentos do nosso corpo.
ESTUDOS DA EXPRESSÃO
• A avaliação da personalidade poderia ser realizada em três diferentes
dimensões:
• A primeira delas compreenderia traços, atitudes, interesses ou
sentimentos que estruturam o interior da personalidade;
• A segunda seria a dimensão da expressão e do comportamento.
• A terceira compreenderia a percepção e a interpretação do
comportamento pelo outro.
ESTUDOS DA EXPRESSÃO
• Para eles, o comportamento expressivo continha aspectos do
movimento peculiares, com isto diferenciando as pessoas.
• Os movimentos e gestos expressivos refletiriam o estilo individual de
cada um, o qual é relativamente estável.
• Existiria uma correspondência entre estes comportamentos
expressivos e outras disposições da personalidade, como traços,
atitudes e valores.
• A partir disso, a observação e análise das expressões passava a ser
uma via de acesso para o estudo da personalidade.
ESTUDOS DA EXPRESSÃO
• Para compreender um desenho, para além do seu conteúdo, é
necessário ouvir a entonação dada pelas diferentes ênfases atribuída
às imagens pelas nuances dos traçados, das cores, das sombras,
perspectivas, proporções e outros elementos expressivos.
TÉCNICA EXPRESSIVAS
• Werner Wolff (apud BELL, 1951), um dos pioneiros da psicologia
expressiva, realizou uma distinção interessante que vai ser retomada
depois por diversos autores. Ele diferencia três tipos de
comportamento:
• Comportamento adaptativo - determinado pela realidade externa.
• Comportamento projetivo - através do qual o indivíduo atribui ao
mundo externo necessidades, características, ideias, desejos,
qualidades e defeitos que são seus.
• Comportamento expressivo – O comportamento expressivo de uma
pessoa consiste no estilo de suas respostas.
TÉCNICA EXPRESSIVAS
• É possível dizer que testes expressivos são todos aqueles métodos ou
técnicas que permitem que o conhecimento do sujeito possa ser
realizado a partir do estilo de sua obra.
• Estilo define um modo de ser.
• O padrão das ações, dos gestos, do ritmo, das diversas entonações de
sua linguagem não verbal, acabam por envolver o conteúdo
produzido pelo sujeito, que acaba revelando sua personalidade a
partir de seu estilo.
• A rigor, pode-se afirmar com segurança que todo ato, expressão ou
resposta de um indivíduo - seus gestos, percepções, sentimentos,
eleições, verbalizações ou atos motores - de algum modo levam a
marca de sua personalidade. Hammer (1969).
H–T-P
• 1º etapa: Não-verbal criativa e não estruturada do desenho de uma
casa (folha horizontal), árvore e pessoa (folhas verticais), pode-se
pedir para desenhar uma outra pessoa oposta a que desenhou.
• 2º etapa: Inquérito estruturado posterior a realização do desenho.
• 3º etapa: (opcional) desenhar novamente com crayons coloridos
• 4º etapa: inquérito com perguntas complementares
H–T-P
• Objetivo: avaliar sinais de patologia existente ou potencial com base
nos conteúdos, características do desenho, como tamanho,
localização, presença ou ausência de determinadas partes.
• População: acima de 8 anos
H – T – P - AVALIAR
• Capacidade crítica:
• 1) Abandono de um objeto não completado, recomeçando o desenho
em outro lugar da página, sem apagar o desenho abandonado.
• 2) Apagar sem tentar redesenhar.
• 3) Apagar e redesenhar, se torna patologia quando a tentativa de
correção representar meticulosamente exagerada, ou uma tentativa
inútil de obter perfeição
• Obs: Apagar e redesenhar persistentemente qualquer parte do
desenho sugere fortemente conflito em relação ao detalhe ou ao que
ele representa.
H – T – P - AVALIAR
• Atitude: A atitude do indivíduo fornece uma medida grosseira sobre sua
disposição global para rejeitar uma tarefa nova e considerada difícil.
• A) Aceitação total, não se importando com a opinião do outro
• B) Indiferença, derrotismo e abandono à rejeição aberta, indicando

• Tempo, latência e pausas: Normal de 2 a 30 minutos os três desenhhos


• Muito rápido – parece querer se livrar de uma tarefa desagradável
• Tempo excessivo – relutância em produzir algo, ou obesessivos-
compulsivos.
INTERPRETAÇÃO H – T - P
• PROPORÇÃO: As relações de proporções atribuídos aos aspectos do
desenho.
• PERSPECTIVA: O planejamento das relações espaciais em relação a
folha.
• DETALHES: Tipos e números dos detalhes, o método de apresentação,
a ordem da produção e a ênfase colocada sobre eles podem
geralmente ser considerados indícios de reconhecimento, de
interesse e de reação aos elementos da vida diária.
• TRANSPARÊNCIAS: Indivíduos seriamente perturbado ou
rebaixamento intelectual.
SIMBOLISMO DO ESPAÇO
H–T-P
• CASA representa a nível menos consciente, sua proteção básica, a sua
relação com o seu meio ambiente.
• O espaço psíquico se divide em Self e Não-Self(o resto), na casa existe
dois componentes importantes que são o seu interior e sua fachada.
• A casa como símbolo do self captada pelo homem da seguinte
maneira: o interior como o self visto de dentro (o self visto pelo self,
reflete a essência do self vista pelo self) e o exterior como um
símbolo que deseja apresentar ao mundo exterior ou o self visto por
outros.
O DESENHO DA CASA
• A Casa estimula uma mistura de associações conscientes e
inconscientes referentes ao lar, as relações interpessoais íntimas.
• Para a criança representa o ajustamento dos irmãos e dos pais
• Para o adulto representa o ajustamento a situações domésticas e
familiares.
• Indica a capacidade do indivíduo para agir sob estresse e tensões nos
relacionamentos humanos íntimos e analisar criticamente problemas
criados pela situação do lar,
• Áreas de interpretação: acessibilidade, contato com a realidade e
grau de rigidez.
O DESENHO DA ÁRVORE
• As árvores expandem sua copa até o céu e mergulham suas raízes no
solo, universalmente são tidas como símbolo da vida e portanto são
uma representação simbólica do psiquismo humano.
• A árvore nos traz uma simbologia muito forte da vida, dos ciclos, da
obra, da relação com o meio e dos diferentes momentos pelo qual
passamos. Precisamos, como a árvore, buscar sempre nosso eu
sagrado nos céus, sem esquecer de aprofundar nossas raízes e buscar
nosso eu que está no inconsciente, lembrar da nossa história e das
marcas que ela faz sobre nós e, a partir dela, construir novos
significados.
O DESENHO DA ÁRVORE
• Os anéis de crescimento do tronco registram tudo pelo que a árvore
passou e, mais importante, mostram que, muitas vezes, a planta
precisou se recuperar de feridas, cresceu menos em anos de seca,
cresceu demais em anos de muita chuva, entre outras dificuldades.
• Estimula associações mais inconscientes.
• É uma expressão da experiência de equilíbrio sentida pelo indíviduo e
da visão de seus recursos de personalidade para obter satisfação do
seu ambiente.
• Avalia a capacidade crítica de suas relações com o ambiente.
FIGURA HUMANA
• O Desenho da Figura Humana (DFH) é uma técnica antiga e que vem sendo
utilizada na avaliação do desenvolvimento cognitivo, das características
emocionais e dos aspectos da personalidade dos indivíduos.
• Avalia na perspectiva cognitiva, por meio da pontuação da presença e
qualidade de itens apresentados.
• A avaliação projetiva propõe que o desenho é uma forma de manifestação
dos aspectos inconscientes e expressivos da personalidade.
• Uma terceira perspectiva, denominada avaliação dos aspectos emocionais,
considera o DFH como uma técnica capaz de revelar aspectos das relações
interpessoais e de interação com o ambiente.
FIGURA HUMANA
• Possibilidade de informar sobre a imagem que o indivíduo
desenvolveu sobre seu próprio corpo, ao desenhar se dispõe a
desenhar uma pessoa com baseando nas imagens de si
próprio e de outras pessoas presentes ao seu redor.
• Desta forma, pode-se inferir que a representação psíquica
alcançada com o DFH estará intimamente relacionada ao
autoconceito deste indivíduo.
• Estimula mais associações conscientes.
• A qualidade do desenho reflete a capacidade do indivíduo para
atuar em relacionamentos e para submeter o self e as relações
interpessoais à avaliação crítica objetiva.
INTERPRETAÇÃO DA CASA
• Telhado grande – fantasia
• Linha horizontal enfatizada – vulnerabilidade a pressões ambientais
• Linha vertical enfatizada - evitar o contato com a realidade
• Portas pequenas – relutância a fazer novos contatos
• Portas grandes – dependência dos outros
• Janela da sala menor – rejeição as relações sociais
• Chaminé – preocupações sexuais
INTERPRETAÇÃO DA CASA
• Casas desenhadas em perspectivas duplas – esquizofrenia,
esquizóide, experienciando exposições debilitante a pressões
ambientais
INTERPRETAÇÃO
DA CASA

• DETALHES:
• Telhado e paredes
fracas– forma
rudimentar do ego
• Ênfase no beiral –
desconfiança, atitude
defensiva
INTERPRETAÇÃO DA CASA
• Portas e janelas – acessibilidade
• Fechaduras – atitude defensiva
• Cortinas – nuvens, sombreamentos - ansiedade e tentativa de
controle.
• Chaminés ênfase – conflitos sexuais
• Grande números de janela – áspero e direto
INTERPRETAÇÃO ÁRVORE
• Árvore pequena – fortes sentimentos de inadequação para lidar com o
ambiente.
• Árvore grande – busca de satisfação compensatória, hipersensibilidade.
• Tronco fino – equilíbrio precário da personalidade na busca de satisfação.
• Tronco grosso indica frustração na busca de satisfação
• Tronco com a base larga e que se torna fino – ambiente sem estimulação
calorosa.
• Tronco estreito na base – colapso do ego.
• Tronco com base larga – ambiente sem estimulação calorosa.
INTERPRETAÇÃO DA ÁRVORE
• Galhos que se dirigem ao centro –
obsessivo-compulsivo
• Galhos grossos e curtos, quebrados
ou mortos – tendências suicidas
• Cicatrizes desenhadas no tronco -
eventos traumáticos
• Raízes com garras – agressividade ou
paranoias.
INTERPRETAÇÃO DA PESSOA
• Cabeça grande – ênfase na inteligência
• Cabeça pequena – obsessivo-compulsivo, sentimentos de culpa
• Olhos pequenos – desejo de ver o mínimo possível
• Boca grande – tendências agressivas
• Tronco grande – implica impulsos insatisfeitos
• Tronco pequeno e ombros pequenos – inferioridade
• Ombros grandes - força poder
• Mãos grandes – impulsividade
• Mãos pequenas - reservado
• Braços longos – ambição exagerada
• Braços curtos – ausência de esforço
• Tronco desproporcional – impulsos insatisfeitos
• Ombros grandes – desejo de poder
• Ombros pequenos – sentimentos de inferioridade
• Desenho em perfil – retraimento e tendência opositoras
• Braços cruzados – desconfiança
• Braços para trás – relutância em conhecer outros caminhos
• Mãos no bolso - evasão controlada
INTERPRETAÇÃO DA PESSOA
• Pernas grandes – busca de
autonomia
• Pernas pequenas sentimentos de
constrição
• Pés grandes - necessidade de
segurança
• Pés pequenos dependência.
• Olhos desenhados como buracos
– evitação de estímulos visuais
desagradáveis.

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